HC Paulinho
HC Paulinho
HC Paulinho
ADVOCACIA CRIMINAL
HC 90652 / BA – BAHIA
HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 14/08/2007
Órgão Julgador: Primeira Turma
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO
TEMPORÁRIA. EXCESSO DE PRAZO. FALTA DE SUBSTRATO FÁTICO PARA A
MEDIDA. OFENSA AINDA À GARANTIA DE FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES
JUDICIAIS. SUPERAÇÃO DA SÚMULA 691. ORDEM CONCEDIDA. I - A colheita de
um depoimento isolado, pelo Ministério Público, não pode sustentar prisão
temporária que já perdura por dezoito meses. II - Ademais, a decisão atacada não
está suficientemente fundamentada. III - Situação cuja ilegalidade permite a
superação da Súmula 691 do STF. IV - Ordem concedida.
entregue pelo menor à acusada Nicole, apesar da prisão ilegal o acusado se encontra
preso há mais de 4 meses, portanto com abusivo excesso de prazo.
Não bastasse o acima exposto, os
fundamentos são absolutamente genéricos, não constando da r. decisão nenhum
requisito para custódia cautelar que atine especificamente com a pessoa do Paciente. A
prisão foi convertida em preventiva, “à granel”, sem a verificação das hipóteses de
cabimento, dispostas nos artigos 312 e 313 do CPP.
“É necessário que a sociedade compreenda que permitir que alguém responda solto a
um processo-crime é apenas cumprir a Constituição Federal” (HC n.º41.182, Rel.
Min. NILSON NAVES, DJ 05/09/2005).
Na mesma linha:
“A prisão preventiva, como exceção à regra da liberdade, somente pode ser decretada
mediante demonstração cabal de sua real necessidade. Presunções e considerações
abstratas a respeito do paciente e da gravidade do crime que lhe é imputado não
constituem bases empíricas justificadoras da segregação cautelar para garantia da
ordem pública e da aplicação da lei penal, nem por conveniência da instrução
criminal. Ordem concedida.” (HC n.º 90.862, 2.ª Turma, rel. Min. EROS GRAU, j.
3.4.07, DJ 27.4.07).
Ora. Excelências. A concessão da
liberdade provisória na esteira do disposto no artigo 310, parágrafo único, do Código de
Processo Penal, adquiriu status de verdadeiro direito subjetivo processual do acusado.
“O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, afirmou em seu voto que a regra
prevista na lei ‘é incompatível com o princípio constitucional da presunção de
inocência e do devido processo legal, dentre outros princípios’.
De acordo com o jurista Luiz Flávio Gomes, a prisão preventiva não é apenas a
ultima ratio. Ela é a extrema ratio da ultima ratio. A regra é a liberdade; a exceção
são as cautelares restritivas da liberdade (art. 319, CPP). (Prisão e Medidas
cautelares – Comentários à Lei 12.403/2011. São Paulo: RT, 2011.)
Fernando Pereira Neto, por seu turno, traçando críticas positivas à nova lei, afirma:
“O que faz a nova lei, em apertada síntese, é simplesmente efetivar o tão badalado
princípio da presunção de inocência consagrado em nossa Constituição. A reforma
da Lei 12.403 elimina a péssima cultura judicial do país de prender cautelarmente os
que são presumidos inocentes pela Constituição Federal, tendo como base, única e
exclusivamente, a opinião subjetiva do julgador a respeito da gravidade do fato.”
(FERNANDO PEREIRA NETO, http://rionf.com.br/archives/1187). (g.n.).
DO PEDIDO LIMINAR:
DO PEDIDO
Termos em que
Pede deferimento
OAB/SP nº 318.890