Trabalho de Vinicius

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Revoltas na primeira República

A República Velha, período da história brasileira mais conhecido pelos historiadores


como Primeira República, estendeu-se de 1889 a 1930. Foi a primeira fase da
República no Brasil e, como tal, foi um período cheio de tensões, seja na economia,
seja na política e também na sociedade como um todo.

A desigualdade social, os aumentos nos impostos, as necessidades não atendidas, o


racismo, o medo, a insatisfação política etc., tudo isso foi raiz para revoltas na Primeira
República. Ao longo dos mais de quarenta anos dessa primeira fase, aconteceram
diferentes revoltas no campo, na cidade e até mesmo no meio militar.

 As revoltas na Primeira República foram motivadas por inúmeros fatores,


como desigualdade social e pobreza, violência policial, medo, fanatismo
religioso etc.

 As quatro principais revoltas do período, isto é, as mais estudadas são:


Canudos, Contestado, Revolta da Vacina e Revolta da Chibata.

 A Guerra de Canudos aconteceu entre 1896-97 e foi motivada pela


insatisfação das elites baianas com a formação do arraial que possuía um
líder religioso desvinculado da Igreja e uma experiência social com ares de
igualitarismo.

 A Guerra do Contestado aconteceu em uma região disputada por Paraná


e Santa Catarina e envolvia a insatisfação dos sertanejos com a pobreza e
o fervor religioso.

 A Revolta da Vacina foi motivada pela insatisfação da população com a


violência do processo de modernização do Rio de Janeiro aliada ao medo
da campanha de vacinação forçada.

 A Revolta da Chibata teve como estopim a insatisfação dos marinheiros


negros e mestiços com os castigos físicos que sofriam na Marinha
Guerra de canudos

A Guerra de Canudos foi um conflito armado entre a comunidade de Canudos, liderada


pelo beato Antônio Conselheiro, e o Exército brasileiro. Ela ocorreu entre os anos de
1896 e 1897 no interior da Bahia. Considerado um movimento rebelde pelo governo
federal, Canudos foi destruída e milhares de seguidores de Conselheiro, inclusive ele,
foram mortos.
O governo da Bahia, com apoio dos latifundiários, não concordava com o fato de os habitantes
de Canudos não pagarem impostos e viverem sem seguir as leis estabelecidas. Afirmavam
também que Antônio Conselheiro defendia a volta da Monarquia, que havia sido substituída
pela República em 1889.

Antônio Conselheiro, por sua vez, defendia o fim da cobrança dos impostos e era
contrário ao casamento civil. Ele afirmava ter sido enviado por Deus para liderar o
movimento contra as diferenças e injustiças sociais. Era também um crítico do sistema
republicano, na forma como funcionava no período.
Nenhuma das três primeiras tentativas das tropas governistas em combater o arraial de
Canudos foi bem-sucedida. Os sertanejos e jagunços armaram-se e resistiram bravamente
contra os militares. Na quarta tentativa, o governo da Bahia solicitou apoio das tropas federais,
conseguindo com isso, que militares de várias regiões do Brasil, usando armas pesadas, fossem
enviados para o sertão baiano. O arraial foi massacrado de forma brutal: crianças, mulheres e
idosos foram mortos sem distinção. Uma vez controlado o movimento, Antônio Conselheiro foi
assassinado em 22 de setembro de 1897.

Revolta do Contestado

 A Guerra do Contestado aconteceu entre 1912 e 1916, em uma região


disputada pelos estados de Paraná e Santa Catarina.

 Havia grande insatisfação social com a atuação de duas empresas estrangeiras


que atuavam na região.

 A população sertaneja passou a seguir um líder religioso chamado José Maria.

 A formação de cidades dos sertanejos seguidores de José Maria levou a uma


reação armada do Paraná e de Santa Catarina.

 Em 1916, os sertanejos foram derrotadas, o messianismo se enfraqueceu e os


limites entre os estados foram definidos.

O conflito se estendeu até 1916, com grandes campanhas militares sendo feitas na região. O
movimento messiânico foi destruído por meio da repressão do governo, e seus líderes foram
presos. O fim do conflito também marcou o fim da disputa territorial travada por catarinenses
e paranaenses, e, assim, os limites dos dois estados foram determinados. Estima-se que cerca
de 10 mil pessoas tenham morrido na Guerra do Contestado.

Revolta da Vacina

A Revolta da Vacina aconteceu entre 10 e 16 de novembro de 1904, na cidade do Rio


de Janeiro, à época, capital do Brasil. A Revolta da Vacina foi uma revolta popular que
aconteceu pela insatisfação da população por conta da violência do processo
de sanitarização da capital. Naquele momento, o Rio de Janeiro passava por uma
campanha de vacinação forçada da população contra a varíola.

O contexto da Revolta da Vacina no Rio de Janeiro era conturbado e teve como


estopim a campanha de vacinação forçada. O Brasil, na época, era governado
por Rodrigues Alves, e a capital, por ordem presidencial, passava por um processo
de modernização e revitalização. Nesse processo, ordenou-se, por exemplo, o
alargamento de uma série de avenidas da cidade.

A campanha de vacinação era liderada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, e a forma como


ela foi conduzida aliada à falta de informação levaram a população a rebelar-se. As
vacinações compulsórias aconteciam de maneira violenta, e, além disso, serviços,
como matrícula em escolas, passaram a exigir cartão de vacinação.

O temor da população à vacinação levou a uma grande revolta nas ruas do Rio de
Janeiro durante os dias citados. O resultado da revolta, além da destruição material na
capital, foi a morte de 30 pessoas e mais de uma centena de feridos.

Revolta da Chibata

A Revolta da Chibata aconteceu em 1910 e teve como estopim a insatisfação


dos marinheiros negros contra os castigos físicos a que eram sujeitos na
corporação. No começo do século XX, a Marinha brasileira era uma
instituição marcada pelo racismo, uma vez que os cargos mais baixos da
corporação eram ocupados por negros e mestiços que eram punidos com
chibatadas quando alguma regra era violada. Os marinheiros tomaram o controle
de quatro embarcações da Marinha exigindo o fim dos castigos físicos. O líder dos
revoltosos era João Cândido, conhecido também como Almirante Negro. Os membros
da revolta redigiram um manifesto ao presidente Hermes da Fonseca e ameaçaram
atacar o Rio de Janeiro caso não tivessem suas reivindicações atendidas.

A Revolta da Chibata foi duramente reprimida com milhares de marinheiros sendo


dispensados. Outros acabaram sendo presos, torturados e enviados para a Ilha das
Cobras, enquanto outros ainda foram enviados para trabalhar em seringais na
Amazônia. Muitos dos que foram enviados para os seringais foram fuzilados no
trajeto.

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