7 Avaliação Gestante

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UNG CURSO NUTRIÇÃO AVALIAÇÃO NUTRICIONAL I PROF.

CHRISTINA PELLICIARI

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES

O desequilíbrio do EN tem repercussão na saúde materna e do filho, a avaliação do EN materno e o


monitoramento do ganho de peso gestacional são cuidados preconizados pelo Ministério da Saúde, como
rotina de pré-natal.
Os objetivos do monitoramento nutricional são:
➢ Identificar gestantes com baixo peso ou sobrepeso no início da gravidez;
➢ Detectar ganho de peso insuficiente ou excessivo para a idade gestacional (IG), em relação ao EN
pré-gestacional;
➢ Orientação de conduta adequada com a finalidade de melhorar o EN materno, condições de parto e
peso do RN (recém-nascido)

FATORES GERAIS ASSOCIADOS AO PROGNÓSTICO DA GRAVIDEZ:


Idade materna, intervalo entre as gestações e partos, paridade, infecções maternas, trabalho físico durante a
gestação, carências nutricionais (anemia, hipovitaminose A), condições socioeconômicas, tabagismo, uso de
álcool, uso excessivo de cafeína, e de edulcorantes artificiais e patologias associadas, tais como:
● Diabetes: antes ou durante a gestação aumentam o risco de morbi-mortalidade fetal, neonatal e
materna, o cuidado adequado melhora os efeitos prejudiciais..
● Síndrome hipertensiva da gravidez: a hipertensão arterial (HA) está presente em aproximadamente
10% das gestantes e propicia o baixo peso ao nascer (< 2,5kg), asfixia, prematuridade e altas taxas de
mortalidade fetal. Mulheres obesas apresentam maior risco de desenvolver a síndrome de hipertensão
gestacional que se caracteriza por: aumento da PA e presença ou não de edema, esta condição,
quando não corrigida pode evoluir para pré-eclampsia e eclampsia, com alterações generalizadas e
neurológicas => coma.

FATORES ANTROPOMÉTRICOS ASSOCIADOS AO PROGNÓSTICO DA GRAVIDEZ:


A avaliação antropométrica durante o período pré-natal tem como objetivo:
➢ Identificar as gestantes com déficit nutricional ou sobrepeso => orientar uma conduta adequada
➢ Avaliar riscos de: baixo peso ao nascer, mortalidade perinatal, neonatal e infantil
➢ Duração da lactação

Algumas medidas antropométricas apresentam uma combinação de influências genéticas e ambientais que
influenciam, independentemente, o peso ao nascer e a duração da gestação, sendo que nenhum é igual ou
aditivo, as mais importantes são:

a) Estatura materna:
As pesquisas demonstram que gestantes mais altas geram bebês mais pesados, pois além de apresentarem
maior peso antes da concepção, frequentemente ganham mais peso durante a gestação. Deve-se ter cuidado
na medição da estatura da gestante, pois as mudanças biológicas que ocorrem na gravidez podem afetar a
interpretação da estatura maternal relativa ao estado não maternal, um exemplo é a lordose normal da
gravidez, que pode subestimar a estatura materna com o progresso da gravidez. Este efeito pode ocultar os
aumentos na estatura materna de mães adolescentes em fase de crescimento.

b) Peso materno pré-gestacional – Peso para estatura


As mulheres com IMC pré-gestacionais situados na faixa de normalidade nutricional, tendem a apresentarem
melhores resultados gestacionais. Estudos demonstram que:
● Baixo peso materno pré-gestacional está mais associado a prematuridade, ruptura espontânea das
membranas, infecção e anemia. A recuperação nutricional mediante o adequado ganho de peso
durante a gestação, pode reduzir consideravelmente o risco de nascimentos de baixo peso. A
porcentagem de nascidos de baixo peso é maior entre as mulheres com baixo peso antes da gravidez
e baixo ganho de peso gestacional, porém estas diferenças desaparecem com um ganho de peso
gestacional de ≥ a 12kg
● Peso excessivo materno pré-gestacional aumenta a prevalência de morte fetal, diabetes gestacional,
síndrome hipertensiva, anormalidades no parto, macrossomia fetal (recém-nascido com peso > 4kg),
além de um maior risco de parto cirúrgico.

c) Ganho de peso gestacional


Os componentes responsáveis pelo ganho de peso durante a gestação são chamados de produtos da
concepção: o feto (3Kg), membranas fetais e líquido amniótico (2,5Kg), aumento das mamas (1 a 1,5 Kg),
edema e aumento do volume plasmático (3 Kg) e gordura de depósito materno (1 Kg). Deve-se considerar que
o ganho de peso gestacional não está somente associado ao consumo alimentar, mas também a outros
fatores individuais de cada gestante, como: ação hormonal, idade materna, ganho de peso em gestações
anteriores, intervalo intergestacional, paridade, entre outros.
O ganho de peso gestacional adequado apresenta curva sigmóide, o que representa:
● 1º trimestre (até 13ª sem. - fase de embriogênese) o ganho de peso não é muito relevante. Pode-se
observar 3 situações diferentes, sem comprometimento da saúde mãe/filho: perda de até 3 kg,
manutenção do peso pré-gestacional e ganho ponderal de até 2 kg. Porém se o ganho ou a perda de
peso ultrapassam estes valores, deve-se ter atenção nutricional especial, pois estas gestantes
apresentam riscos no decorrer da gravidez;
● 2º e 3º trimestres: o ganho adequado depende do estado EN da gestante: baixo peso = 15kg,
eutróficas 10 kg e sobrepeso/obesas 6 a 7 kg.

O ganho de peso durante a gestação e o modo como ele se processa são importantes indicadores do EN da
gestante. O padrão de ganho de peso é mais importante do que o total de ganho, pois um ganho de peso
súbito ou excessivo acompanhado de edema e não justificado por mudanças na alimentação pode indicar
patologia como a síndrome hipertensiva gestacional, principalmente após a 20ª semana gestacional.

A gordura armazenada durante a gestação serve como reserva de energia e evita o catabolismo dos tecidos
maternos durante a lactação. Mesmo a gestante obesa não deve corrigir seu problema de peso durante a
gestação, pois uma restrição calórica pode limitar alguns nutrientes essenciais para o crescimento e
desenvolvimento do feto e para à mãe. Nestas condições recomenda-se um ganho de peso mínimo de 7 kg
durante toda a gestação, o que corresponde em média ao peso dos produtos da concepção, e uma atenção
especial na elaboração do plano alimentar da gestante.

Considerações de ganho de peso gestacional:


 Ganho adequado: de 0,7 à 1,3kg durante o 1º trimestre e um ganho de 0,35 kg/semana durante o
restante da gravidez ou de 1 a 2 kg no 1º trimestre e de 0,30 à 0,40 kg/semana até o fim da gestação;

 Ganho inadequado: inferior a 1 kg/mês nos 2º e 3 º trimestres;

 Ganho excessivo: igual ou superior a 3kg/mês;

 Gestantes adolescentes: com peso pré-gestacional abaixo do adequado na época da concepção e/ou
ganho insuficiente durante a gestação apresenta maior risco de prematuridade e de baixo peso ao
nascer, quando comparadas a gestantes adultas. As recomendações de ganho são 1,4 a 2,3kg
durante o 1º trimestre e de 0,5kg por semana até a 40ª sem. Adolescentes com idade ginecológica
menor que 2 anos (menarca < 2 anos) necessitam de ganho de peso maior (crescimento).
Recomendações segundo IMC pré-gestacional:
IMC pré-gestacional Interpretação Ganho peso total (kg)

< 19,8 Baixo peso 14 a 18

> 19,8 < 26,0 Normalidade 13 a 18

> 26,9 < 29,0 Sobrepeso 8 a 11,5

 Gestantes com estatura < 1,57m devem ganhar o limite mínimo da faixa de ganho de peso
recomendada, segundo o IMC pré-gestacional;

 Ganhos maiores de 3kg/ mês, especialmente após a 20ª sem., investigar PA, proteinúria e edema;

 Gestantes adolescentes devem ter estatura avaliada trimestralmente;

 Ganho mínimo semanal 0,3 kg e máximo = 0,5kg e ganho (valores superiores devem ser
ajustados).

 Gestantes que no 2º trimestre já ganharam todo o peso recomendado até o fim da gestação,
orienta-se: 1,0 kg/mês para as que apresentaram IMC pré-gestacional adequado e 0,5 kg/mês
para as obesas (pré-gestacional);

 Gestante adolescente ganho de peso igual a mulheres adultas, exceto com obesidade pré-
gestacional => entre 1 a 9 kg.

 Gestação gemelar (2 fetos): IMC pré-gestacional adequado entre 16 a 20kg, com ganho semanal
de 0,75kg, no 2º e 3º trimestres. Para as outras categorias de IMC pré-gestacional o ganho de
peso deve ser avaliado individualmente.
MATERIAL EXTRAÍDO DE: MANUAL TÉCNICO PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO – ATENÇÃO
QUALIFICADA E HUMANIZADA. BRASÍLIA, 2006.

8.1 MÉTODOS PARA CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) E DA DATA PROVÁVEL DO PARTO
(DPP)

CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL


Objetivo: estimar o tempo de gravidez/a idade do feto.
Os métodos para essa estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que corresponde ao
primeiro dia de sangramento do último período menstrual referido pela mulher.

I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e de certeza:


É o método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e
sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais:
 Uso do calendário: somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o
total por sete (resultado em semanas);
 Uso de disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao primeiro dia da última
menstruação e observar o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual.

II. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que
ela ocorreu:
• Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considerar como data da última menstruação os dias 5, 15 e
25, respectivamente. Proceder, então, à utilização de um dos métodos acima descritos.

III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos:


• Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a idade gestacional e a data provável do parto
serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero e
pelo toque vaginal, além da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, habitualmente ocorrendo
entre 16 e 20 semanas.

CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO


Objetivo: estimar o período provável para o nascimento.
• Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a duração média da gestação normal (280
dias ou 40 semanas a partir da DUM), mediante a utilização de calendário;

8.2 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL (EN) E DO GANHO DE PESO GESTACIONAL


Objetivo: avaliar e acompanhar o EN da gestante e o ganho de peso durante a gestação para:
• Identificar, a partir de diagnóstico oportuno, as gestantes em risco nutricional (baixo peso, sobrepeso ou
obesidade) no início da gestação ;
• Detectar as gestantes com ganho de peso baixo ou excessivo para a idade gestacional;
• Realizar orientação adequada para cada caso, visando à promoção do estado nutricional materno, condições
para o parto e peso do recém-nascido.

O peso deve ser aferido em todas as consultas de pré-natal. A estatura da gestante adulta (idade > 19 anos)
deve ser aferida apenas na primeira consulta e a da gestante adolescente pelo menos trimestralmente.
Recomenda-se a utilização da balança eletrônica ou mecânica, certificando-se se está em bom funcionamento
e calibrada. O cuidado com as técnicas de medição e a aferição regular dos equipamentos garante a
qualidade das medidas coletadas.

DIAGNÓSTICO E O ACOMPANHAMENTO DO ESTADO NUTRICIONAL DA GESTANTE


Na primeira consulta de pré-natal, a avaliação nutricional da gestante com base em seu peso e sua estatura
permite conhecer seu estado nutricional atual e subsidia a previsão de ganho de peso até o fim da gestação.
Mediante a aferição do peso e da altura maternos e o cálculo da idade gestacional, determina-se o IMC

II. Realize o diagnóstico nutricional, segundo o IMC


1. Calcule a semana gestacional;
Obs.: quando necessário, arredonde a semana gestacional da seguinte forma: 1, 2, 3 dias considere o número
de semanas completas; e 4, 5, 6 dias considere a semana seguinte.
Ex.: Gestante com 12 semanas e 2 dias = 12 semanas e Gestante com 12 semanas e 5 dias = 13 semanas
2. Localize, na primeira coluna da tabela (anexo 2),a semana gestacional calculada e identifique, nas colunas
seguintes, em que faixa está situado o IMC da gestante, calculado conforme descrito no item I;
3. Classifique o estado nutricional (EN) da gestante, segundo o IMC por semana gestacional, da seguinte
forma:
• Baixo peso: quando o valor do IMC for igual ou menor que os valores apresentados na coluna
correspondente a baixo peso;
• Adequado: quando o IMC observado estiver compreendido na faixa de valores apresentada na coluna
correspondente a adequado;
• Sobrepeso: quando o IMC observado estiver compreendido na faixa de valores apresentada na coluna
correspondente a sobrepeso;
• Obesidade: quando o valor do IMC for igual ou maior que os valores apresentados na coluna
correspondente a obesidade.

4. Classifique o estado nutricional (EN) da gestante, segundo IMC/semana gestacional em: BP (baixo peso),
A (adequado), S (sobrepeso), O (obesidade).
Obs.: o ideal é que o IMC considerado no diagnóstico inicial da gestante seja o IMC pré-gestacional referido ou
o IMC calculado a partir de medição realizada até a 13ª semana gestacional. Caso isso não seja possível,
inicie a avaliação da gestante com os dados da primeira consulta de pré-natal, mesmo que esta ocorra após a
13ª semana gestacional.

III. Condutas segundo a avaliação do estado nutricional encontrado:


• Baixo peso (BP): investigar história alimentar, hiperêmese gravídica, infecções, parasitoses, anemias e
doenças debilitantes; dar orientação nutricional, visando à promoção do peso adequado e de hábitos
alimentares saudáveis; remarcar consulta em intervalo menor que o fixado no calendário habitual;
• Adequado (A): seguir calendário habitual, explicar à gestante que seu peso está adequado para a idade
gestacional, dar orientação nutricional, visando à manutenção do peso adequado e à promoção de hábitos
alimentares saudáveis;
• Sobrepeso e obesidade (S e O): investigar obesidade pré-gestacional, edema, polidrâmnio, macrossomia,
gravidez múltipla; dar orientação nutricional, visando à promoção do peso adequado e de hábitos alimentares
saudáveis, ressaltando que, no período gestacional, não se deve perder peso; remarcar consulta em intervalo
menor que o fixado no calendário habitual.

Recomendação de ganho de peso gestacional, mediante as diversas categorias do IMC pré-gestacional,


recomenda o ganho de peso total e por trimestre de gestação:

Institute of Medicine (IOM) – Indicador recomendado internacionalmente. Mediante

IMC Ganho de peso (kg)


pré-gestacional * Interpretação
total Total no 1º Semanal no 2º e 3º trimestres**
trimestre**
< 19,8 Baixo peso 12,5 - 18 2,3 0,5

> 19,8 < 26 Peso adequado 11,5 - 16 1,6 0,4

> 26,1 < 29 Sobrepeso 7,0 – 11,5 0,9 0,3

> 29 Obesidade 7,0 --- 0,3

Fonte: Institute of Medicine Nutrition during Pregnancy. Washington, DC: national Academy Press, 1990. WHO 1995.
* => Categorias propostas baseadas em dados da Metropolitam Life Insurance Company's, pela falta de ponto de corte
validado para a idade reprodutiva.
** Entende-se 1º trimestre IG < 14 semanas; 2º trimestre IG ≥ 14 < 28 semanas e 3º trimestre: IG ≥ 28 semanas

Estime o ganho de peso para gestantes utilizando a Recomendação IOM

Em função do estado nutricional pré-gestacional ou no início do pré-natal (tabela IMC anexo 2), estime o
ganho de peso total até o fim da gestação. Para cada situação nutricional inicial (baixo peso, adequado,
sobrepeso ou obesidade), há uma faixa de ganho de peso recomendada. Para o primeiro trimestre, o ganho foi
agrupado para todo o período, enquanto que, para o segundo e o terceiro trimestre, o ganho é previsto por
semana. Portanto, já na primeira consulta, deve-se estimar quantos gramas a gestante deverá ganhar no
primeiro trimestre, assim como o ganho por semana até o fim da gestação. Essa informação deve ser
fornecida à gestante.

Observe que as gestantes deverão ter ganhos de peso distintos, de acordo com seu IMC inicial. Para a
previsão do ganho, faz-se necessário calcular quanto a gestante já ganhou de peso e quanto ainda deve
ganhar até o fim da gestação em função da avaliação clínica.

Gestantes de baixo peso deverão ganhar entre 12,5 e 18,0 kg durante toda a gestação, sendo esse ganho, em
média, de 2,3 kg no primeiro trimestre da gestação (até 13ª semana) e de 0,5 kg por semana no segundo e
terceiro trimestres de gestação.
Essa variabilidade de ganho recomendado deve-se ao entendimento de que gestantes com BP acentuado, ou
seja, aquelas muito distantes da faixa de normalidade, devem ganhar mais peso (até 18,0 kg) do que aquelas
situadas em área próxima à faixa de normalidade, cujo ganho deve situar-se em torno de 12,5 kg.

Da mesma forma, gestantes com IMC adequado devem ganhar, até o fim da gestação, entre 11,5 e 16,0 kg,
aquelas com sobrepeso devem acumular entre 7 e 11,5 kg, e as obesas devem apresentar ganho em torno de
7 kg, com recomendação específica e diferente por trimestre.

NAS CONSULTAS SUBSEQÜENTES

Nas consultas subseqüentes, a avaliação nutricional deve ser feita repetindo-se os procedimentos (I) e (II) do
tópico anterior. Essa avaliação permite acompanhar a evolução do ganho de peso durante a gestação e
examinar se esse ganho está adequado em função do estado nutricional da gestante no início do pré-natal.

Esse exame pode ser feito com base em dois instrumentos: as Recomendações do IOM, que indica qual o
ganho recomendado de peso segundo o estado nutricional da gestante no início do pré-natal, e o Curva do
IMC de acordo com a semana gestacional (anexo 3), (ascendente, horizontal, descendente).

Realize o acompanhamento do estado nutricional, utilizando o gráfico de IMC por semana gestacional. O
gráfico é composto por eixo horizontal com valores de semana gestacional e por eixo vertical com valores de
IMC [peso (kg)/altura2 (m)]. O interior do gráfico apresenta o desenho de três curvas, que delimitam as quatro
faixas para classificação do EN:
Baixo peso (BP), adequado (A), sobrepeso (S) e obesidade (O).

Para realizar o diagnóstico de cada consulta, deve-se proceder conforme descrito a seguir:
1. Calcule a semana gestacional;
2. Calcule o IMC conforme descrito no item (I) do tópico anterior;
3. Localize, no eixo horizontal, a semana gestacional calculada e identifique, no eixo vertical, o IMC da
gestante;
4. Marque um ponto na interseção dos valores de IMC e da semana gestacional;
5. Classifique o EN, segundo IMC por semana gestacional, conforme legenda do gráfico: BP, A, S, O;
6. A marcação de dois ou mais pontos no gráfico (primeira consulta e subseqüentes) possibilita construir o
traçado da curva por semana gestacional. Ligue os pontos obtidos e observe o traçado resultante;
7. Em linhas gerais, considere traçado ascendente como ganho de peso adequado, e traçado horizontal ou
descendente como ganho de peso inadequado (gestante de risco).
Vale ressaltar que a inclinação recomendada para o traçado ascendente irá variar de acordo com o estado
nutricional inicial da gestante (anexo 4).

É de extrema importância o registro do estado nutricional tanto no prontuário quanto no cartão da gestante
(anexo 5). A avaliação do estado nutricional é capaz de fornecer informações importantes para a prevenção e
o controle de agravos à saúde e nutrição, contudo vale ressaltar a importância da realização de outros
procedimentos que possam complementar o diagnóstico nutricional ou alterar a interpretação deste, conforme
a necessidade de cada gestante. Assim, destaca-se a avaliação clínica para detecção de doenças associadas
à nutrição (ex.: diabetes), a observação da presença de edema, que acarreta aumento de peso e confunde o
diagnóstico do estado nutricional, a avaliação laboratorial, para diagnóstico de anemia e outras doenças de
interesse clínico, conforme as normas deste manual.

Gestante adolescente – observações


Deve-se observar que a classificação do estado nutricional na gestação aqui proposta não é específica para
gestantes adolescentes, devido ao crescimento e à imaturidade biológica nessa fase do ciclo de vida. No
entanto, essa classificação pode ser usada, desde que a interpretação dos achados seja flexível e considere a
especificidade desse grupo. Para adolescentes que engravidaram dois ou mais anos depois da menarca (em
geral maiores de 15 anos), a interpretação dos achados é equivalente à das adultas. Para gestantes que
engravidaram menos de dois anos após a menarca, é provável que se observe que muitas serão classificadas
como de baixo peso. Nesses casos, o mais importante é acompanhar o traçado, que deverá ser ascendente;
tratar a gestante adolescente como de risco nutricional; reforçar a abordagem nutricional e aumentar o número
de visitas à unidade de saúde.
ANEXO 1
TAXA DE MORTALIDADE PERINATAL REFERENTE AO GANHO DE PESO DURANTE A GESTAÇÃO NAS
CONDIÇÕES MATERNAS DE SOBREPESO, DE NORMALIDADE E DE BAIXO PESO

Disponível só em xerox
ANEXO 2
ANEXO 3
ANEXO 4
ANEXO 4
ANEXO 5

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