Execucao Aula 7 01 04 2022
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Penhora e depósito.
Natureza jurídica;
Bens não passíveis de penhora (art. 833, CPC);
Ordem de preferência (rol exemplificativo – art. 835, CPC);
Formalidades da penhora (arts. 837-849, CPC);
Espécies de penhora (penhora em dinheiro – art. 854, CPC; penhora de créditos –
arts. 855-860, CPC; penhora das quotas ou das ações de sociedades personificadas
– art. 861, CPC; ´penhora de empresa, de outros estabelecimentos e de semoventes
– arts. 862-865, CPC; penhora de percentual de faturamento de empresa – art. 866,
CPC; penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel – arts. 867-869,
CPC)
- EXPROPRIAÇÃO DE BENS
A expropriação nada mais é do que a alienação forçada dos bens penhorados, com o
escopo de pagar ao credor. A expropriação importará, assim, na perda da propriedade do
executado.
Entretanto, pode ocorrer apenas a perda da faculdade temporária de fruir do bem, nos
casos em que este se submete à exploração econômica paulatina, com o objetivo de gerar fundos
necessários ao pagamento do crédito exequendo. É o que se denomina de usufruto de bem móvel
ou imóvel (art. 825, III, CPC).
Assim, não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua
própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão
judiciário, podendo indicá-lo (art. 880, caput, CPC).
A alienação por meio de leilão judicial inclui a alienação de bens móveis e imóveis, deve ser
realizada por leiloeiro público (art. 881, § 1º, CPC), sendo utilizada quando não efetivada a
adjudicação ou a alienação por iniciativa particular (art. 881, caput, CPC). Todos os bens devem ser
alienados em leilão público, com exceção das alienações a cargo de corretores de bolsa de valores
(art. 881, § 2º, CPC).
Entretanto, não será aceito lance que ofereça preço vil (art. 891, CPC), assim considerado
aquele inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital. Caso não tenha fixado preço
mínimo, considera-se vil o preço inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação (art.
891, parágrafo único, CPC).
A assinatura do auto de arrematação, regulada pelo art. 903 do CPC, configura perfeita e
acabada a arrematação, de forma que o ato, em regra, torna-se irretratável. As exceções dividem-
se em casos de invalidade, ineficácia e resolução da arrematação.
Será hipótese de invalidade, se realizada a arrematação por preço vil ou com outro vício de
legalidade (art. 903, § 1º, I, CPC); e de ineficácia, quando não observada a necessidade de
intimação do titular de direito real limitado sobre o bem arrematado (art. 903, § 1º, II, CPC).
Contudo, quando inadimplido o preço ou não prestada caução, ensejará resolução (art. 903, § 1º,
III).
Verificada qualquer dessas situações, o defeito deverá ser arguido em até dez dias do
aperfeiçoamento da arrematação, por simples petição, decidindo o juiz nos próprios autos (art.
903, § 2º, CPC).
SATISFAÇÃO DO CRÉDITO
A satisfação do direito do credor pode se dar por duas formas (art. 904, CPC): pela entrega
do dinheiro ou pela adjudicação dos bens penhorados.
Para isso, contudo, a execução deve ter sido movida só a benefício do exequente singular,
e se constatar a inexistência sobre os bens alienados outros privilégios ou preferências instituídos
anteriormente à penhora (art. 905, I e II, CPC). Esses pedidos de levantamento, por expressa
vedação legal, não podem ser concedidos em plantão judiciário (art. 905, parágrafo único, CPC).
Os arts. 908 e 909 do CPC tratam da satisfação de vários créditos em havendo pluralidade
de credores, devendo ser respeitado eventual direito de preferência, bem como a ordem das
penhoras em créditos de mesma natureza.
O art. 921 do CPC traz as hipóteses de suspensão do processo de execução. São elas:
III - quando não for localizado o executado ou bens penhoráveis; (Redação dada pela Lei nº
14.195, de 2021) Obs: ver ADI 7005 STF
Após o decurso de um ano de suspensão do processo por falta de bens penhoráveis ou não
localização do executado, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente (art. 921, § 4º,
CPC). O juiz, no entanto, antes de reconhecê-la, deve dar às partes a oportunidade de se
manifestar (art. 921, § 5º, CPC). O prazo de prescrição intercorrente é o mesmo prazo
prescricional para a ação (nestes termos, o enunciado nº 150 da Súmula do STF).
É possível ainda a suspensão da execução por acordo das partes, na forma do art. 922 do
CPC.
A execução, tendo tramitado como processo autônomo ou como fase do processo, finda
com a prolação de uma sentença, nas hipóteses do art. 924 do CPC.
Essa sentença terá natureza declaratória, já que afirma o fim do vínculo obrigacional desde
o momento em que se deu a causa de extinção, tendo, portanto, efeito ex tunc.
III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;
Trata-se, portanto, de uma espécie de tutela diferenciada, que por meio da adoção de
técnica de cognição sumária (para a concessão do mandado monitório) e do contraditório diferido
(permitindo a prolação de decisão antes da oitiva do réu), busca facilitar em termos
procedimentais a obtenção de um título executivo quando o credor tiver prova suficiente para
convencer o juiz, em cognição não exauriente, da provável existência de seu direito.
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em
prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
§ 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida
antecipadamente nos termos do art. 381.
Nos termos do art. 700, § 2.º, do CPC, cabe ao autor, na petição inicial, explicitar, conforme
o caso: (i) a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo; (ii) o valor atual da coisa
reclamada; (iii) o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.
Segundo o § 3.º do mesmo artigo, o valor de causa deverá corresponder à importância prevista no
§ 2.º, I a III.
A petição inicial pode apresentar vícios procedimentais sanáveis como qualquer outra,
sendo nesse caso hipótese de emenda da petição inicial, nos termos do art. 321 do CPC. Além de
hipóteses gerais que levariam a petição inicial de qualquer demanda a ser emendada, há
interessante previsão especificamente destinada à ação monitória no § 5º do art. 700 do CPC.
Segundo o dispositivo, havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada
pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao
procedimento comum.
O art. 701, caput, do CPC prevê que, sendo evidente o direito do autor, caberá ao juiz o
deferimento de plano de expedição do mandado monitório. No procedimento monitório, além de
verificar a regularidade formal da inicial e as matérias de ordem pública, deverá o juiz analisar a
prova trazida aos autos pelo autor, visto que ela constitui condição de existência da própria tutela
monitória.
Expedido o mandado monitório, o réu será citado para integrar o processo e tomar
conhecimento da existência e teor da demanda contra ele proposta, bem como intimado para a
interposição de embargos ao mandado monitório no prazo de 15 dias.
Realizada a citação, o réu poderá adotar no prazo de 15 dias uma dentre três possíveis
posturas: (a) satisfazer a obrigação; (b) não reagir; (c) ingressar com embargos ao mandado
monitório.
Respondendo à questão sobre o que o autor pretende com o processo judicial, estar-se-á
determinando seu mérito. Quando o autor ingressa com uma ação de conhecimento, pretende,
em primeiro plano, o reconhecimento do direito por ele afirmado, para assim poder,
posteriormente, satisfazer o seu direito, seja por meio do cumprimento “voluntário” da obrigação
pelo devedor, seja por meio da própria força gerada pela sentença (declaratória e constitutiva) ou,
ainda, mediante execução forçada, quando além do reconhecimento do direito o autor requer a
condenação do réu ao cumprimento de uma prestação.
Uma vez constituído o título executivo judicial, a fase monitória terá se encerrado, sendo
iniciada a fase de cumprimento de sentença, que permitirá ao autor o pedido da aplicação das
medidas executivas para a satisfação de seu direito. Por se tratar de cumprimento de sentença
pelo procedimento comum, não há qualquer especialidade procedimental digna de nota. A única
questão que traz interesse peculiar a esse cumprimento de sentença diz respeito à defesa do
executado.
Os embargos de terceiro são ação de conhecimento de rito especial sumário, de que dispõe
o terceiro ou a parte a ele equiparada, sempre que sofra uma constrição de um bem do qual tenha
posse (como senhor ou possuidor) em razão de decisão judicial proferida num processo do qual
não participe. O objetivo da ação de embargos de terceiro é desconstituir a constrição judicial com
a consequente liberação do bem. Também pode ser utilizada preventivamente, com o propósito
de evitar a realização da constrição, conforme expressa previsão do art. 674, caput, do CPC.
Como vimos no início do semestre, a responsabilidade patrimonial, como regra geral, recai
sobre as partes que participam da relação jurídica processual, sendo apenas de forma excepcional
permitido ao juiz que determine a constrição patrimonial daquele que não participou do processo
(art. 790, CPC). Sempre que a regra geral for desrespeitada e não se verificar um dos casos de
exceção, ou seja, não ser parte tampouco ter qualquer responsabilidade pelo cumprimento da
obrigação, o terceiro poderá ingressar com a ação de embargos de terceiro com o exclusivo
objetivo de afastar a constrição judicial já existente ou evitar que iminente constrição se realize.
São inconfundíveis os embargos de terceiro e as ações possessórias: enquanto nos
embargos de terceiro o ato de esbulho advém de uma ordem judicial, cumprida pelo oficial de
justiça, nas ações possessórias a agressão à posse é praticada sem nenhum respaldo jurisdicional,
por particulares ou entes estatais (o Estado também pode ser esbulhador), sem nenhuma ordem
judicial que a justifique.
Conforme o disposto no art. 674 do CPC, “quem, não sendo parte no processo, sofrer
constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito
incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de
embargos de terceiro”. Terceiro é o sujeito que não faz parte da relação jurídica processual
tampouco tem responsabilidade patrimonial.
Legitimidade Passiva
De acordo com o §4º do art. 677 do CPC, compor-se-á o polo passivo da demanda o sujeito
a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal
quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial.
A competência para os embargos de terceiro vem prevista pelo art. 676 do Novo CPC,
indicando que os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição
e autuados em apartado. Trata-se de regra de competência absoluta, posto que determinada por
critério funcional.
Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a
constrição e autuados em apartado.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos
serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem
constrito ou se já devolvida a carta.
Procedimento
A petição inicial, a ser distribuída para o mesmo juízo no qual tramita a ação principal, deve
seguir as regras gerais do art. 319 do CPC, além de trazer prova sumária da posse do embargante,
que pode ser produzida em audiência preliminar (art. 677, § 1.º, do CPC) e da sua qualidade de
terceiro, com a indicação do rol de testemunhas e instruída com a prova documental que o
embargante pretenda produzir (art. 677, caput, do CPC). No caso de o autor ser mero possuidor
direto, poderá na petição inicial indicar o domínio alheio (art. 677, § 2.º, do CPC). Os embargos de
terceiro são autuados de forma autônoma, não sendo nem mesmo apensados aos autos da ação
principal.
A citação do embargado deverá ser feita na pessoa de seu advogado, o que prestigia o
princípio da economia processual, sendo solução também adotada em outras ações incidentais
como a oposição e a reconvenção (art. 677, § 3º, CPC).
Apesar das desavenças doutrinárias, sobre um ponto os estudiosos são uníssonos: não
existe necessidade para a satisfação do direito do vencedor de um processo autônomo de
execução, o que caracteriza os embargos de terceiro como uma ação sincrética. Se a liminar já
tiver sido efetivada, a sentença de procedência apenas a torna definitiva, gerando a estabilidade e
a imutabilidade da situação fática obtida liminarmente. Caso contrário, o juiz, a requerimento do
autor, passa imediatamente a praticar os atos materiais tendentes a entregar o bem a ele, sem
nenhuma necessidade de propositura de ação de execução de dar coisa certa.