Expropriação patrimonial
Expropriação patrimonial
Expropriação patrimonial
PROCESSUAL
CIVIL III
Caracterizar a adjudicação.
Conceituar alienação por iniciativa particular.
Definir alienação em leilão judicial.
Introdução
O processo executivo é o meio pelo qual o credor busca a satisfação do
seu crédito. Assim, é correto afirmar que a expropriação é a forma que con-
solida essa intenção. A expropriação pode ocorrer de três maneiras: com
o pagamento do débito, com a entrega do bem ao credor (ou seja, com a
adjudicação) e com a alienação dos bens, que pode ser particular ou pública.
Há uma ordem de preferência entre os meios de expropriação: pri-
meiro, devemos verificar se há interessados em adjudicar os bens; apenas
se não houver será determinada a alienação. A adjudicação pode ser
compreendida como meio preferencial uma vez que se realiza sem des-
pesas, pelo valor da avaliação, ao passo que a alienação envolve muitos
custos que podem impactar o valor para a quitação da dívida.
Neste capítulo, você vai ler sobre os principais elementos da adju-
dicação e como se caracterizam a alienação por iniciativa particular e a
alienação em leilão judicial.
1 Adjudicação
Uma vez procedente o pedido inicial, o vencedor da demanda judicial poderá
exigir o cumprimento da sentença por meio do processo de execução. O mesmo
ocorre com o beneficiário de um título extrajudicial.
O processo de execução tem o objetivo de permitir a satisfação do direito.
Nessa seara, como afirmam Wambier e Talamini (2017, p. 267), a penhora é
um meio de execução de quantia certa e “[...] pode ser conceituada como o
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ato executivo que afeta determinado bem à execução, permitindo sua ulterior
expropriação, e torna os atos de disposição do seu proprietário ineficazes em
face do processo”. Assim, pode ser compreendida como de natureza executiva
e impõe medidas coativas que não dependem da colaboração do executado.
Passada a fase de penhora e avaliação, tem início a fase expropriatória,
nos termos do art. 876 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC) de 2015
(BRASIL, 2015). Para fins de conceituação, de acordo com o art. 825 do CPC
de 2015 (BRASIL, 2015, documento on-line):
Para Wambier e Talamini (2017, p. 347), “[...] ainda que o Código silencie a respeito —
diferentemente do que faz na adjudicação (art. 876, § 1º) — o executado deve ser
intimado do pleito do exequente de promover a alienação por iniciativa privada”.
Trata-se de uma consideração ao sujeito do processo, cujo direito é ser informado
dos atos processuais. Nesse caso, quanto à intimação, são aplicadas subsidiariamente
as normas previstas no art. 889, I, e parágrafo único do CPC de 2015 (BRASIL, 2015).
Uma vez realizada a alienação por iniciativa particular, o ato deverá ser
formalizado por um termo nos autos do processo. Assim prevê o § 2º do art.
880 do CPC de 2015 (BRASIL, 2015, documento on-line):
No caso de bem imóvel, depois de lavrado o termo, será expedida uma carta
de alienação, com a qual poderá ser viabilizado o registro da transferência do bem
na matrícula do imóvel, que também conterá o mandado de imissão na posse.
Da mesma forma, caso se trate de um bem móvel, será expedida a ordem de
entrega do bem ao adquirente. Como afirmam Wambier e Talamini (2017, p. 349):
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avaliação;
publicação nos editais;
intimação.
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Art. 889 Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5 (cinco)
dias de antecedência:
I — o executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver procurador constituído
nos autos, por carta registrada, mandado, edital ou outro meio idôneo;
II — o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração ideal;
III — o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície, con-
cessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso,
quando a penhora recair sobre bem gravado com tais direitos reais;
IV — o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfície,
enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito
real de uso, quando a penhora recair sobre tais direitos reais;
V — o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com penhora
anteriormente averbada, quando a penhora recair sobre bens com tais gravames,
caso não seja o credor, de qualquer modo, parte na execução;
VI — o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação
ao qual haja promessa de compra e venda registrada;
VII — o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aquisitivo
derivado de promessa de compra e venda registrada;
VIII — a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem tombado.
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BRASIL. Lei nº. 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial
da União, 17 mar. 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 13 jan. 2020.
WAMBIER, L. R.; TALAMINI, E. Curso avançado de processo civil: execução. 16. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. v. 3
Leitura recomendada
BUENO, C. S. Manual de Direito Processual Civil anotado. 2. ed. São Paulo: Editora Saraiva,
2016. 1.016 f.
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