Op 062jh 20 Esfcex Comum Cfo Amostra
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CÓD.: 7891182033787
GEOGRAFIA DO BRASIL
1. A Organização do Espaço Brasileiro. a. A integração brasileira ao processo de internacionalização da economia;
o desenvolvimento econômico e social; e os indicadores sociais do Brasil. b. O processo de industrialização
brasileira, os fatores de localização e as suas repercussões: econômicas, ambientais e urbanas. c. A rede de
transportes brasileira e sua estrutura e evolução. d. A questão urbana brasileira: processos e estruturas. e. A
agropecuária, a estrutura fundiária e problemas sociais rurais no Brasil, dinâmica das fronteiras agrícolas e sua
expansão para o Centro-Oeste e para a Amazônia. f. A população brasileira: evolução, estrutura e dinâmica. g. A
distribuição dos efetivos demográficos e os movimentos migratórios internos: reflexos sociais e espaciais. 01
2. A Questão Regional no Brasil a. A regionalização do país: sua justificativa socioeconômica e critérios
adotados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); as regiões e as políticas públicas para fins
de planejamento. b. As regiões brasileiras: especializações territoriais, produtivas e características sociais e
econômicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3. O Espaço Natural Brasileiro: seu aproveitamento econômico e o meio ambiente. a. Geomorfologia do
território brasileiro: O território brasileiro e a placa sul-americana; as bases geológicas do Brasil; as feições
do relevo; os domínios naturais e as classificações do relevo brasileiro. b. A questão ambiental no Brasil. c. Os
recursos minerais. d. As fontes de energia e os recursos hídricos. e. A biosfera e os climas do Brasil. . . . . . . 30
HISTÓRIA DO BRASIL
1. Brasil Colônia: administração, economia, cultura e sociedade a. As Capitanias Hereditárias e Governos
Gerais. b. As atividades econômicas e a expansão colonial: agricultura, pecuária, comércio e mineração. c. Os
povos indígenas; escravidão, aldeamentos; ação jesuítica. d. Os povos africanos escravizados no Brasil. e. A
conquista dos sertões; entradas e bandeiras. f. O exclusivo comercial português. g. Os conflitos coloniais e os
movimentos rebeldes de livres e de escravos do final do século XVIII e início do século XIX. h. A transferência
da Corte portuguesa para o Brasil e seus efeitos; o período joanino no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. O Brasil Monárquico a. A independência do Brasil e o Primeiro Reinado. b. A Constituição de1824. c.
Militares: a Guarda Nacional e o Exército. d. A fase regencial (1831-1840). e. O Ato Adicional de 1834. f. As
revoltas políticas e sociais das primeiras décadas do Império. g. A consolidação da ordem interna: o fim das
rebeliões, os partidos, o fortalecimento do Estado, a economia cafeeira. h. Modernização: economia e cultura na
sociedade imperial. i. A escravidão, as lutas escravas pela liberdade, j. O movimento abolicionista e a abolição
da escravatura. k. A introdução do trabalho livre e a imigração. l. Política externa: as questões platinas, a Guerra
do Paraguai e o Exército. m. O movimento republicano e o advento da República. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. A República brasileira a. A Constituição de 1891, os militares e a consolidação da República. b. A “Política dos
governadores”. c. O coronelismo e o sistema eleitoral. d. O movimento operário. e. O tenentismo. f. A Revolução
de1930. g. O período Vargas (1930-1945): economia, sociedade, política e cultura. h. O Estado Novo. i. O
Brasil na II Guerra Mundial; a FEB. j. O período democrático (1945-1964): economia, sociedade, política e
cultura. k. A intervenção militar, sua natureza e transformações entre 1964 e 1985. As mudanças institucionais
durante o período. l. O “milagre econômico”. m. A redemocratização. n. Os movimentos sociais nas décadas de
1970 e 1980: estudantes, operários e demais setores da sociedade. o. A campanha pelas eleições diretas. p. A
Constituição de 1988. q. O Brasil pós-1985: economia, sociedade, política e cultura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Níveis de significação: pressupostos, subentendidos e implícitos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
3. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
4. Ortografia oficial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
5. Emprego da acentuação gráfica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
6. Coesão textual: referenciação e sequenciação textual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
7. Emprego/correlação de tempos e modos verbais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
8. Estrutura morfossintática do período simples. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
9. Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
10. Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
11. Emprego dos sinais de pontuação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
12. Concordância verbal e nominal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
13. Emprego do sinal indicativo de crase. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
14. Colocação dos pronomes átonos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreender significa
1. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
GÊNEROS VARIADOS. 2. NÍVEIS DE SIGNIFICAÇÃO: - o texto diz que...
PRESSUPOSTOS, SUBENTENDIDOS E IMPLÍCITOS. 3. - é sugerido pelo autor que...
RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS. - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
- o narrador afirma...
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas
entre si, formando um todo significativo capaz de produzir inte- Erros de interpretação
ração comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).
- Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do contexto,
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em acrescentando ideias que não estão no texto, quer por conhecimento
cada uma delas, há uma informação que se liga com a anterior prévio do tema quer pela imaginação.
e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas
conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de a um aspecto (esquecendo que um texto é um conjunto de ideias), o
contexto. O relacionamento entre as frases é tão grande que, se que pode ser insuficiente para o entendimento do tema desenvolvido.
uma frase for retirada de seu contexto original e analisada sepa- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias contrárias às do
radamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequente-
mente, errar a questão.
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências
diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse Observação - Muitos pensam que existem a ótica do escritor e a
tipo de recurso denomina-se intertexto. ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso, o
que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais.
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação de um
texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, loca- Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona pa-
lizam-se as ideias secundárias - ou fundamentações -, as argu- lavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a
mentações - ou explicações -, que levam ao esclarecimento das coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção
questões apresentadas na prova. (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre
o que se vai dizer e o que já foi dito.
Normalmente, numa prova, o candidato deve:
Observação – São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre
1- Identificar os elementos fundamentais de uma argumen- eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono.
tação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se Este depende da regência do verbo; aquele, do seu antecedente. Não
os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferenças en- um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antece-
tre as situações do texto. dente.
3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com uma Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de
realidade. texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-
4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. -se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a
5- Parafrasear = reescrever o texto com outras palavras. cada circunstância, a saber:
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas de-
Condições básicas para interpretar pende das condições da frase.
- qual (neutro) idem ao anterior.
Fazem-se necessários: - quem (pessoa)
- Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros literá- - cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto
rios, estrutura do texto), leitura e prática; possuído.
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) - como (modo)
e semântico; - onde (lugar)
- quando (tempo)
Observação – na semântica (significado das palavras) in- - quanto (montante)
cluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação,
sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre Exemplo:
outros. Falou tudo QUANTO queria (correto)
- Capacidade de observação e de síntese; Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o
- Capacidade de raciocínio. demonstrativo O).
Interpretar significa: - Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto. Se
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir. ele for longo, não desista! Há muitos candidatos na disputa, portan-
- Através do texto, infere-se que... to, quanto mais informação você absorver com a leitura, mais chances
- É possível deduzir que... terá de resolver as questões.
- O autor permite concluir que... - Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura.
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que... - Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o texto, pelo
menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias.
1
LÍNGUA PORTUGUESA
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma conclusão). Dentre as alternativas apresentadas, a única que condiz com
- Volte ao texto quantas vezes precisar. as informações expostas no texto é “Somente crianças com, no má-
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as do autor. ximo, cinco anos de idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor com- acesso livre ao Metrô-DF”.
preensão. RESPOSTA: “C”.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
questão. 2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - adaptada)
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa vontade, quem sou
- Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo geralmen- eu para julgá-lo?” a declaração do Papa Francisco, pronunciada
te mantém com outro uma relação de continuação, conclusão ou durante uma entrevista à imprensa no final de sua visita ao Brasil,
falsa oposição. Identifique muito bem essas relações. ecoou como um trovão mundo afora. Nela existe mais forma que
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia substância – mas a forma conta”. (...)
mais importante. (Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
- Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou “incorre-
to”, evitando, assim, uma confusão na hora da resposta – o que O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como um tro-
vale não somente para Interpretação de Texto, mas para todas as vão mundo afora. Essa comparação traz em si mesma dois sentidos,
demais questões! que são
- Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, leia (A) o barulho e a propagação.
com atenção a introdução e/ou a conclusão. (B) a propagação e o perigo.
- Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pronomes (C) o perigo e o poder.
pessoais, pronomes demonstrativos, etc., chamados vocábulos re- (D) o poder e a energia.
latores, porque remetem a outros vocábulos do texto. (E) a energia e o barulho.
Fontes de pesquisa: Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um trovão, pro-
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/
vavelmente a intenção do autor foi a de mostrar o “barulho” que
como-interpretar-textos
ela causou e sua propagação mundo afora. Você pode responder
http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-melhorar-a-in-
à questão por eliminação: a segunda opção das alternativas rela-
terpretacao-de-textos-em-provas
ciona-se a “mundo afora”, ou seja, que se propaga, espalha. Assim,
http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-para-voce-
sobraria apenas a alternativa A!
-interpretar-melhor-um.html
RESPOSTA: “A”.
http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/questao-
-117-portugues.htm
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABILIDADE – IA-
QUESTÕES DES/2014 - adaptada)
Concha Acústica
1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Es-
DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔNICA – IADES/2014) portivos Norte (ao lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a
Concha Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer, foi inaugura-
Gratuidades da oficialmente em 1969 e doada pela Terracap à Fundação Cultural
Crianças com até cinco anos de idade e adultos com mais de de Brasília (hoje Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao
65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF. Para os menores, ar livre. Foi o primeiro grande palco da cidade.
é exigida a certidão de nascimento e, para os idosos, a carteira de Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa-cultura/
identidade. Basta apresentar um documento de identificação aos concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, com adaptações.
funcionários posicionados no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/ gratui- Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem compatí-
dades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações. vel com o texto.
Conforme a mensagem do primeiro período do texto, assinale (A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Oscar Nie-
a alternativa correta. meyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clu-
bes Esportivos Norte.
(A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade e os adultos (B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF em 1969.
com 65 anos em diante têm acesso livre ao Metrô-DF. (C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que hoje é a
(B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os adultos com Secretaria de Cultura do DF.
mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF. (D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura do DF.
(C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de idade e (E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília.
adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
(D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com cinco Recorramos ao texto: “Localizada às margens do Lago Paranoá,
anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso livre ao Me- no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de
trô-DF. Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada por Oscar
(E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com até cinco Niemeyer”. As informações contidas nas demais alternativas são in-
anos de idade e com 65 anos em diante, têm acesso livre ao Me- coerentes com o texto.
trô-DF. RESPOSTA: “A”.
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LÍNGUA PORTUGUESA
ESTRUTURAÇÃO E ARTICULAÇÃO DO TEXTO. Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma brecha para
uma possível continuidade do assunto; ou seja, possui atributos de
Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a capacidade síntese. A discussão não deve ser encerrada com argumentos repe-
que temos de pensar. Por meio do pensamento, elaboramos todas titivos, como por exemplo: “Portanto, como já dissemos antes...”,
as informações que recebemos e orientamos as ações que interfe- “Concluindo...”, “Em conclusão...”.
rem na realidade e organização de nossos escritos. O que lemos é Sua proporção em relação à totalidade do texto deve ser equi-
produto de um pensamento transformado em texto. valente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das características de
Logo, como cada um de nós tem seu modo de pensar, quando textos bem redigidos.
escrevemos sempre procuramos uma maneira organizada do leitor Os seguintes erros aparecem quando as conclusões ficam muito
compreender as nossas ideias. A finalidade da escrita é direcionar longas:
totalmente o que você quer dizer, por meio da comunicação.
Para isso, os elementos que compõem o texto se subdividem - O problema aparece quando não ocorre uma exploração devi-
em: introdução, desenvolvimento e conclusão. Todos eles devem da do desenvolvimento, o que gera uma invasão das ideias de desen-
ser organizados de maneira equilibrada. volvimento na conclusão.
- Outro fator consequente da insuficiência de fundamentação do
Introdução desenvolvimento está na conclusão precisar de maiores explicações,
ficando bastante vazia.
Caracterizada pela entrada no assunto e a argumentação ini- - Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no texto em que
cial. A ideia central do texto é apresentada nessa etapa. Essa apre- o autor fica girando em torno de ideias redundantes ou paralelas.
sentação deve ser direta, sem rodeios. O seu tamanho raramente - Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamente dispen-
excede a 1/5 de todo o texto. Porém, em textos mais curtos, essa sáveis.
proporção não é equivalente. Neles, a introdução pode ser o pró- - Quando não tem clareza de qual é a melhor conclusão, o autor
prio título. Já nos textos mais longos, em que o assunto é exposto acaba se perdendo na argumentação final.
em várias páginas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de
uma parte precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários Em relação à abertura para novas discussões, a conclusão não
parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm de 25 a pode ter esse formato, exceto pelos seguintes fatores:
80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo. - Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas polêmi-
cos, o autor deixa a conclusão em aberto.
Desenvolvimento - Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade do texto,
o autor não fecha a discussão de propósito.
A maior parte do texto está inserida no desenvolvimento, que - Por apenas apresentar dados e informações sobre o tema a ser
é responsável por estabelecer uma ligação entre a introdução e a desenvolvido, o autor não deseja concluir o assunto.
conclusão. É nessa etapa que são elaboradas as ideias, os dados e - Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor enumera
os argumentos que sustentam e dão base às explicações e posições algumas perguntas no final do texto.
do autor. É caracterizado por uma “ponte” formada pela organiza-
ção das ideias em uma sequência que permite formar uma relação A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o autor fizer
equilibrada entre os dois lados. um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica é um roteiro, em que
O autor do texto revela sua capacidade de discutir um deter- estão presentes os planejamentos. Naquele devem estar indicadas
minado tema no desenvolvimento, e é através desse que o autor as melhores sequências a serem utilizadas na redação; ele deve ser o
mostra sua capacidade de defender seus pontos de vista, além de mais enxuto possível.
dirigir a atenção do leitor para a conclusão. As conclusões são fun-
damentadas a partir daqui. Fonte de pesquisa:
Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o escritor já http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%C3%ADsti-
deve ter uma ideia clara de como será a conclusão. Daí a importân- cas_e_Estruturas_do_Texto/
cia em planejar o texto.
Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no mínimo.
Já nos textos mais longos, pode estar inserido em capítulos ou tre- IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
chos destacados por subtítulos. Apresentar-se-á no formato de pa-
rágrafos medianos e curtos. O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia princi-
Os principais erros cometidos no desenvolvimento são o desvio pal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga identificar o
e a desconexão da argumentação. O primeiro está relacionado ao tema de um texto, é necessário relacionar as diferentes informações
autor tomar um argumento secundário que se distancia da discus- de forma a construir o seu sentido global, ou seja, você precisa rela-
são inicial, ou quando se concentra em apenas um aspecto do tema cionar as múltiplas partes que compõem um todo significativo, que
e esquece o seu todo. O segundo caso acontece quando quem redi- é o texto.
ge tem muitas ideias ou informações sobre o que está sendo discu- Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
tido, não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificuldade de texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
organizar seus pensamentos e definir uma linha lógica de raciocínio. título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
o assunto que será tratado no texto.
Conclusão Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura porque
achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraído pelo
Considerada como a parte mais importante do texto, é o ponto título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito comum as
de chegada de todas as argumentações elaboradas. As ideias e os pessoas se interessarem por temáticas diferentes, dependendo do
dados utilizados convergem para essa parte, em que a exposição ou sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências pessoais e expe-
discussão se fecha. riência de mundo, entre outros fatores.
3
LÍNGUA PORTUGUESA
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com o
corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente infinitas
e saber reconhecer o tema de um texto é condição essencial para se
tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício bem
simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto: reconhe-
cer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
CACHORROS
4
LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo:
Questões
Era uma vez Três Porquinhos e um Lobo Bruto. Os Três Porquinhos eram pessoas de muito boa família, e ambos tinham herdado dos
pais, donos de uma churrascaria, um talento deste tamanho. Pedro, o mais velho, pintava que era uma maravilha – um verdadeiro Bee-
thoven. Joaquim, o do meio, era um espanto das contas de somar e multiplicar, até indo à feira fazer compras sozinho. E Ananás, o menor,
esse botava os outros dois no bolso – e isso não é maneira de dizer. Ananás era um mágico admirável. Mas o negócio é que – não é assim
mesmo, sempre? – Pedro não queria pintar, gostava era de cozinhar, e todo dia estragava pelo menos um quilo de macarrão e duas dúzias
de ovos tentando fazer uma bacalhoada. Joaquim vivia perseguindo meretrizes e travestis, porque achava matemática chato, era doido por
imoralidade aplicada. E Ananás detestava as mágicas que fazia tão bem – queria era descobrir a epistemologia da realidade cotidiana. Daí
que um Lobo Bruto, que ia passando um dia, comeu os três e nem percebeu o talento que degustava, nem as incoerências que transitam
pela alma cultivada. MORAL: É INÚTIL ATIRAR PÉROLAS AOS LOBOS.
Fernandes, Millôr. 100 Fábulas fabulosas. Rio de Janeiro: Record, 2003.
Ao anunciar Os Três Porquinhos e o Lobo como “Velhos Conhecidos”, a fábula produz ironia porque
A) a história narrada sofre alterações, mas a moral da história explicitada ao final do texto mantém-se a mesma da forma original.
B) as descrições das personagens trazem características que subvertem a moral da história transmitida pela forma original.
C) a atualização das características das personagens resulta em uma idealização compatível com os valores da vida contemporânea.
D) o desfecho da narrativa ocorre de maneira abrupta, explicitando a possibilidade de um final feliz no mundo atual.
De acordo com a tira e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. No primeiro quadrinho, é possível classificar a pergunta que Calvin faz para a mãe como uma pergunta retórica.
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GEOGRAFIA DO BRASIL
1. A Organização do Espaço Brasileiro. a. A integração brasileira ao processo de internacionalização da economia; o desenvolvimento
econômico e social; e os indicadores sociais do Brasil. b. O processo de industrialização brasileira, os fatores de localização e as suas reper-
cussões: econômicas, ambientais e urbanas. c. A rede de transportes brasileira e sua estrutura e evolução. d. A questão urbana brasileira:
processos e estruturas. e. A agropecuária, a estrutura fundiária e problemas sociais rurais no Brasil, dinâmica das fronteiras agrícolas e sua
expansão para o Centro-Oeste e para a Amazônia. f. A população brasileira: evolução, estrutura e dinâmica. g. A distribuição dos efetivos
demográficos e os movimentos migratórios internos: reflexos sociais e espaciais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. A Questão Regional no Brasil a. A regionalização do país: sua justificativa socioeconômica e critérios adotados pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE); as regiões e as políticas públicas para fins de planejamento. b. As regiões brasileiras: especializações ter-
ritoriais, produtivas e características sociais e econômicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3. O Espaço Natural Brasileiro: seu aproveitamento econômico e o meio ambiente. a. Geomorfologia do território brasileiro: O território
brasileiro e a placa sul-americana; as bases geológicas do Brasil; as feições do relevo; os domínios naturais e as classificações do relevo
brasileiro. b. A questão ambiental no Brasil. c. Os recursos minerais. d. As fontes de energia e os recursos hídricos. e. A biosfera e os climas
do Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
GEOGRAFIA DO BRASIL
Esse sistema de exploração de matérias-primas permite explicar
1. A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO. a formação e a expansão territorial do Brasil, juntamente com os
A) A INTEGRAÇÃO BRASILEIRA AO PROCESSO DE IN- tratados assinados entre Portugal e Esapnha (Tratado de Tordesi-
TERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA; O DESENVOL- lhas e Tratado de Madri), que acabaram por definir, com alguns
VIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL; E OS INDICADORES acréscimos posteriores, a área que hoje consideramos território
SOCIAIS DO BRASIL. brasileiro.
B) O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA,
OS FATORES DE LOCALIZAÇÃO E AS SUAS REPERCUS-
Tratado de Tordesilhas
SÕES: ECONÔMICAS, AMBIENTAIS E URBANAS.
C) A REDE DE TRANSPORTES BRASILEIRA E SUA ESTRU-
TURA E EVOLUÇÃO.
D) A QUESTÃO URBANA BRASILEIRA: PROCESSOS E
ESTRUTURAS.
E) A AGROPECUÁRIA, A ESTRUTURA FUNDIÁRIA E PRO-
BLEMAS SOCIAIS RURAIS NO BRASIL, DINÂMICA DAS
FRONTEIRAS AGRÍCOLAS E SUA EXPANSÃO PARA O
CENTRO-OESTE E PARA A AMAZÔNIA.
F) A POPULAÇÃO BRASILEIRA: EVOLUÇÃO, ESTRUTURA
E DINÂMICA.
G) A DISTRIBUIÇÃO DOS EFETIVOS DEMOGRÁFICOS E
OS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS: REFLEXOS
SOCIAIS E ESPACIAIS.
1
GEOGRAFIA DO BRASIL
O Tratado de Madri, assinado em 1750, praticamente garantiu a Nos séculos XVIII e XIX, a constituição do território começou
atual extensão territorial do Brasil. O novo acordo anulou o Tratado a se consolidar com a ocupação da imensa frente amazônica. Por
de Tordesilhas e determinou que as terras pertencial a quem de motivações mais políticas do que econômicas – a defesa do ter-
fato as ocupasse, seguindo o princípio de uti possidetis. ritório contra incursões de corsários estrangeiros -, a região pas-
Dessa forma, a Espanha reconheceu os direitos dos portugueses sou a ser ocupada com a instalação de fortes e missões, acom-
sobre as áreas correspondentes aos atuais estados de Mato Grosso panhando o curso do rio Amazonas e alguns de seus afluentes.
do Sul, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amazo- Esse avanço ocorreu inclusive sobre domínios espanhóis, que
nas, Rondônia, Pará, Amapá, entre outros. estavam mais interessados no ouro e na exploração dos nativos
do México e do Peru e em rotas comerciais do mar do Caribe
De Arquipélago a Continente (América Central) e no rio da Prata, na parte mais meridional da
É costume dizer que, ao longo do período de colonização América do Sul.
portuguesa, o território brasileiro se assemelhava a um arquipélago A dinamização das fronteiras amazônicas ocorreu mais efeti-
– um arquipélago econômico. vamente com o surto da borracha, no fim do século XIX e início
Por que um arquipélago? As regiões do Brasil colônia que foram do século XX. O desenvolvimento da indústria automobilística
palco da produção agroexportadora se mantiveram sob o domínio justificava a demanda por borracha par a fabricação de pneus.
do poder central da metrópole portuguesa, formando assim um ar- Esse período curto, mas virtuoso, foi responsável pela atração de
quipélago geográfico. Já que não existiam ligações entre as regiões. mais de 1 milhão de nordestinos, que fugiam da terrível seca que
O mesmo ocorreu no Brasil independente. se abateu sobre o sertão nordestino em 1877.
Os períodos econômicos indicados, em seus momentos de
apogeu e crise, contribuíram para determinar um processo de
regionalização do território, marcando a diferenciação de áreas.
Ao mesmo tempo, contribuíram para a integração territorial.
A expansão econômica
A expansão de atividades dos colonizadores avançou gradativa-
mente das faixas litorâneas para o interior. Nos primeiros dois sé-
culos, formou-se um complexo geoeconômico no Nordeste do país.
Para cultivar a cana-de-açúcar, os colonos passaram a importar es-
cravos africanos. A primeira leva chegou já em 1532, num circuito
perverso do comércio humano que durou até 1850. Conforme os
geógrafos Hervé Théry e Neli Mello, a produção de cana gerou ati- Café, Ferrovias, Fábricas e Cidades
vidades complementares, como a plantação do tabaco, na região O enredo de formação do território brasileiro culminou, ain-
do Recôncavo Baiano, a criação de gado nas zonas mais interiores e da no século XIX, com a economia cafeeira e a constituição de
as culturas alimentares no chamado Agreste (transição da Zona da um núcleo econômico no Sudeste do país. A cultura do café, em
Mata úmida para o semiárido). sua origem próxima à cidade do Rio de Janeiro, expandiu-se pelo
A pecuária desempenhou importante papel na ocupação do in- vale do rio Paraíba do Sul para os estados de São Paulo e de Mi-
terior, aproveitando-se o rebrotar das folhas na estação das águas nas Gerais. Mas foi no planalto ocidental paulista, sobre os solos
nas caatingas arbustivas mais densas, além dos brejos e dos trechos férteis de terra roxa (do italiano rossa, que significa vermelha),
de matas. Com a exploração das minas de ouro descobertas mais que o café mais se desenvolveu. Em torno desse circuito econô-
ao sul, foram necessários também carne, couro e outros derivados, mico, foram construídas as ferrovias para escoar o produto do
além de animais para o transporte. interior paulista ao porto de Santos. No caminho, São Paulo, a
Desse modo, a pecuária também se consolidou no alto curso do pequena vila do final do século XIX, foi crescendo rapidamente,
rio São Francisco, expandiu-se para áreas onde hoje se encontram o transformando-se em sede de empresas, bancos e serviços di-
Piauí e o Ceará, e para o Sul, seguindo o curso do “Velho Chico”, até versos e chegando a sediar a nascente industrialização do país.
o Sudeste e o Sul do território. Vários povoados foram surgindo ao O Rio de Janeiro, já na época um núcleo urbano considerável,
longo desses percursos, oferecendo pastos para descanso e engor- também veio a exercer esse papel.
da e feiras periódicas. Ao longo do século XX, intensificou-se a concentração regio-
A organização do espaço no Brasil central ganhou contornos nal das riquezas. O Sudeste, e particularmente o eixo Rio – São
mais nítidos com a exploração do ouro, diamantes e diversos mi- Paulo, passou a ser o meio geográfico mais apto a receber inova-
nerais preciosos, especialmente em Minas Gerais, Goiás e Mato ções tecnológicas e novas atividades econômicas, aumentando
Grosso, ao longo do século XVIII, o que deu origem à criação de sua posição de comando do país.
inúmeros núcleos urbanos nas rotas das minas.
2
GEOGRAFIA DO BRASIL
Vários fatores contribuíram para o processo de industrializa-
ção no Brasil:
- a exportação de café gerou lucros que permitiram o inves-
timento na indústria;
- os imigrantes estrangeiros traziam consigo as técnicas de
fabricação de diversos produtos;
- a formação de uma classe média urbana consumidora, esti-
mulou a criação de indústrias;
- a dificuldade de importação de produtos industrializados
durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) estimulou a in-
dústria.
A passagem de uma sociedade operária para uma urbano in-
dustrial, mudou a paisagem de algumas cidades brasileiras, prin-
cipalmente de São Paulo e Rio de Janeiro.
Resumo das fases do desenvolvimento industrial brasileiro
Mais de trezentos anos sem indústrias
Enquanto o Brasil foi colônia de Portugal (1500 a 1822) não
houve desenvolvimento industrial em nosso país. A metrópole
proibia o estabelecimento de fábricas em nosso território, para
que os brasileiros consumissem os produtos manufaturados
portugueses. Mesmo com a chegada da família real (1808) e a
Abertura dos Portos às Nações Amigas, o Brasil continuou de-
pendente do exterior, porém, a partir deste momento, dos pro-
dutos ingleses.
Período JK
Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956 -1960) o
desenvolvimento industrial brasileiro ganhou novos rumos e fei-
ções. JK abriu a economia para o capital internacional, atraindo
indústrias multinacionais. Foi durante este período que ocorreu
a instalação de montadoras de veículos internacionais (Ford, Ge-
neral Motors, Volkswagen e Willys) em território brasileiro.
3
GEOGRAFIA DO BRASIL
Últimas décadas do século XX Agricultura no Brasil atual
Nas décadas 70, 80 e 90, a industrialização do Brasil continuou Atualmente, a agricultura no Brasil é marcada pelo processo
a crescer, embora, em alguns momentos de crise econômica, ela te- de mecanização e expansão das atividades em direção à região
nha estagnado. Atualmente o Brasil possui uma boa base industrial, Norte.
produzindo diversos produtos como, por exemplo, automóveis, má- A atividade do setor agrícola é uma das mais importantes da
quinas, roupas, aviões, equipamentos, produtos alimentícios indus- economia brasileira, pois, embora componha pouco mais de 5%
trializados, eletrodomésticos, etc. Apesar disso, a indústria nacional do PIB brasileiro na atualidade, é responsável por quase R$100
ainda é dependente, em alguns setores, (informática, por exemplo) bilhões em volume de exportações em conjunto com a pecuária,
de tecnologia externa. segundo dados da Secretaria de Relações Internacionais do Mi-
nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/Mapa). A
Dados atuais produção agrícola no Brasil, portanto, é uma das principais res-
- Felizmente, o Brasil está apresentando, embora pequena, re- ponsáveis pelos valores da balança comercial do país.
cuperação na produção industrial. De acordo com dados do IBGE,
Ao longo da história, o setor da agricultura no Brasil passou
divulgados em 1 de fevereiro de 2019, a indústria brasileira apre-
por diversos ciclos e transformações, indo desde a economia ca-
sentou crescimento de 1,1% em 2018.
navieira, pautada principalmente na produção de cana-de-açú-
car durante o período colonial, até as recentes transformações
Estrutura fundiária do Brasil
A estrutura fundiária corresponde ao modo como as proprieda- e expansão do café e da soja. Atualmente, essas transformações
des rurais estão dispersas pelo território e seus respectivos tama- ainda ocorrem, sobretudo garantindo um ritmo de sequência às
nhos, que facilita a compreensão das desigualdades que acontecem transformações técnicas ocorridas a partir do século XX, como a
no campo. mecanização da produção e a modernização das atividades.
A desigualdade estrutural fundiária brasileira configura como A modernização da agricultura no Brasil atual está direta-
um dos principais problemas do meio rural, isso por que interfere mente associada ao processo de industrialização ocorrido no
diretamente na quantidade de postos de trabalho, valor de salários país durante o mesmo período citado, fator que foi responsável
e, automaticamente, nas condições de trabalho e o modo de vida por uma reconfiguração no espaço geográfico e na divisão terri-
dos trabalhadores rurais. torial do Brasil. Nesse novo panorama, o avanço das indústrias,
No caso específico do Brasil, uma grande parte das terras do o crescimento do setor terciário e a aceleração do processo de
país se encontra nas mãos de uma pequena parcela da população, urbanização colocaram o campo economicamente subordinado
essas pessoas são conhecidas como latifundiários. Já os minifundiá- à cidade, tornando-o dependente das técnicas e produções in-
rios são proprietários de milhares de pequenas propriedades rurais dustriais (máquinas, equipamentos, defensivos agrícolas etc.).
espalhadas pelo país, algumas são tão pequenas que muitas vezes Podemos dizer que a principal marca da agricultura no Brasil
não conseguem produzir renda e a própria subsistência familiar atual – e também, por extensão, a pecuária – é a formação dos
suficiente. complexos agrícolas, notadamente desenvolvidos nas regiões
Diante das informações, fica evidente que no Brasil ocorre uma que englobam os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Ja-
discrepância em relação à distribuição de terras, uma vez que al- neiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato
guns detêm uma elevada quantidade de terras e outros possuem Grosso e Mato Grosso do Sul. Nesse contexto, destacam-se a
pouca ou nenhuma, esses aspectos caracterizam a concentração produção de soja, a carne para exportação e também a cana-de-
fundiária brasileira. -açúcar, em razão do aumento da necessidade nacional e inter-
É importante conhecer os números que revelam quantas são as nacional por etanol.
propriedades rurais e suas extensões: existem pelo menos 50.566 Na região Sul do país, a produção agrícola é caracterizada
estabelecimentos rurais inferior a 1 hectare, essas juntas ocupam pela ocupação histórica de grupos imigrantes europeus, pela
no país uma área de 25.827 hectares, há também propriedades de
expansão da soja voltada para a exportação nos últimos decê-
tamanho superior a 100 mil hectares que juntas ocupam uma área
nios e pela intensiva modernização agrícola. Essa configuração
de 24.047.669 hectares.
é preponderante no oeste do Paraná e de Santa Catarina, além
Outra forma de concentração de terras no Brasil é proveniente
do norte do Rio Grande do sul. Além da soja, cultivam-se tam-
também da expropriação, isso significa a venda de pequenas pro-
priedades rurais para grandes latifundiários com intuito de pagar bém, em larga escala, o milho, a cana-de-açúcar e o algodão. Na
dívidas geralmente geradas em empréstimos bancários, como são pecuária, a maior parte da produção é a de carne de porco e de
muito pequenas e o nível tecnológico é restrito diversas vezes não aves.
alcançam uma boa produtividade e os custos são elevados, dessa Na região Sudeste, assim como na região sul, a mecanização
forma, não conseguem competir no mercado, ou seja, não obtêm e produção com base em procedimentos intensivos de alta tec-
lucros. Esse processo favorece o sistema migratório do campo para nologia são predominantes. Embora seja essa a região em que
a cidade, chamado de êxodo rural. a agricultura encontra-se mais completamente subordinada à
A problemática referente à distribuição da terra no Brasil é pro- indústria, destacam-se os altos índices de produtividade e uso
duto histórico, resultado do modo como no passado ocorreu a pos- do solo. Por outro lado, com a maior presença de maquinários,
se de terras ou como foram concedidas. a geração de empregos é limitada e, quando muito, gerada nas
A distribuição teve início ainda no período colonial com a cria- agroindústrias. As principais culturas cultivadas são o café, a ca-
ção das capitanias hereditárias e sesmarias, caracterizada pela en- na-de-açúcar e a fruticultura, com ênfase para os laranjais.
trega da terra pelo dono da capitania a quem fosse de seu interes-
se ou vontade, em suma, como no passado a divisão de terras foi
desigual os reflexos são percebidos na atualidade e é uma questão
extremamente polêmica e que divide opiniões.
4
GEOGRAFIA DO BRASIL
5
HISTÓRIA DO BRASIL
1. Brasil Colônia: administração, economia, cultura e sociedade a. As Capitanias Hereditárias e Governos Gerais. b. As atividades econô-
micas e a expansão colonial: agricultura, pecuária, comércio e mineração. c. Os povos indígenas; escravidão, aldeamentos; ação jesuítica.
d. Os povos africanos escravizados no Brasil. e. A conquista dos sertões; entradas e bandeiras. f. O exclusivo comercial português. g. Os
conflitos coloniais e os movimentos rebeldes de livres e de escravos do final do século XVIII e início do século XIX. h. A transferência da
Corte portuguesa para o Brasil e seus efeitos; o período joanino no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. O Brasil Monárquico a. A independência do Brasil e o Primeiro Reinado. b. A Constituição de1824. c. Militares: a Guarda Nacional e o
Exército. d. A fase regencial (1831-1840). e. O Ato Adicional de 1834. f. As revoltas políticas e sociais das primeiras décadas do Império.
g. A consolidação da ordem interna: o fim das rebeliões, os partidos, o fortalecimento do Estado, a economia cafeeira. h. Modernização:
economia e cultura na sociedade imperial. i. A escravidão, as lutas escravas pela liberdade, j. O movimento abolicionista e a abolição da
escravatura. k. A introdução do trabalho livre e a imigração. l. Política externa: as questões platinas, a Guerra do Paraguai e o Exército. m.
O movimento republicano e o advento da República. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3. A República brasileira a. A Constituição de 1891, os militares e a consolidação da República. b. A “Política dos governadores”. c. O corone-
lismo e o sistema eleitoral. d. O movimento operário. e. O tenentismo. f. A Revolução de1930. g. O período Vargas (1930-1945): economia,
sociedade, política e cultura. h. O Estado Novo. i. O Brasil na II Guerra Mundial; a FEB. j. O período democrático (1945-1964): economia, so-
ciedade, política e cultura. k. A intervenção militar, sua natureza e transformações entre 1964 e 1985. As mudanças institucionais durante o
período. l. O “milagre econômico”. m. A redemocratização. n. Os movimentos sociais nas décadas de 1970 e 1980: estudantes, operários e
demais setores da sociedade. o. A campanha pelas eleições diretas. p. A Constituição de 1988. q. O Brasil pós-1985: economia, sociedade,
política e cultura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
HISTÓRIA DO BRASIL
O Brasil foi dividido em 14 capitanias que foram entregues as
1. BRASIL COLÔNIA: ADMINISTRAÇÃO, ECONOMIA, 12 donatários. O sistema de donatárias possuia sua base jurídica em
CULTURA E SOCIEDADE dois documentos:
A. AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS E GOVERNOS GE- -Carta de Doação: documento que estabelecia os direitos e de-
RAIS. veres do donatário e outorgava a posse das terras ao capitão dona-
B. AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E A EXPANSÃO COLO- tário. É importante notar que o donatário não possuia a proprieda-
NIAL: AGRICULTURA, PECUÁRIA, COMÉRCIO E MINE- de da terra, mas sim a posse, o usufruto; cabendo ao rei o poder ou
RAÇÃO. não de tomar a capitania de volta.
C. OS POVOS INDÍGENAS; ESCRAVIDÃO, ALDEAMEN- -Foral: documento que estabelecia os direitos e obrigações dos
TOS; AÇÃO JESUÍTICA. colonos. Pelo regime das donatárias, os capitães donatários pos-
D. OS POVOS AFRICANOS ESCRAVIZADOS NO BRASIL. suíam amplos poderes administrativos, jurídicos e militares, sendo
E. A CONQUISTA DOS SERTÕES; ENTRADAS E BANDEI- por isto caracterizado como um sistema de administração descen-
RAS. tralizado.
F. O EXCLUSIVO COMERCIAL PORTUGUÊS.
G. OS CONFLITOS COLONIAIS E OS MOVIMENTOS RE- Fracasso Do Sistema
BELDES DE LIVRES E DE ESCRAVOS DO FINAL DO SÉCU- O sistema de capitanias hereditárias, de um modo geral, fra-
LO XVIII E INÍCIO DO SÉCULO XIX. cassou. Na maioria dos casos, a falta de recursos financeiros para a
H. A TRANSFERÊNCIA DA CORTE PORTUGUESA PARA exploração lucrativa justifica o insucesso.
O BRASIL E SEUS EFEITOS; O PERÍODO JOANINO NO Duas capitanias prosperaram: São Vicente e Pernambuco, am-
BRASIL. bas graças ao sucesso da agricultura canavieira.
Além do cultivo da cana, a capitania de São Vicente mantinha
A seção de Brasil Colônia comporta textos referentes aos con- contatos com a região do Prata e iniciaram uma nova atividade co-
teúdos do período da história do Brasil que se estendeu desde o mercial: a escravidão do índio.
descobrimento, em 1500, até a vinda da família real portuguesa em Um outro fator para justificar o fracasso do sistema era a au-
1808. Apesar da montagem do sistema colonial no Brasil começar sência de um órgão político metropolitano para um maior controle
efetivamente em 1530, nesta seção (em razão de uma opção didá- sobre os donatários. Este órgão será o Governo-Geral, criado com o
tica) estão inclusos textos referentes aos trinta anos anteriores, já intuito de coordenar a exploração econômica da colônia.
que é impossível compreender a necessidade da colonização efeti-
va sem entender os seus antecedentes. O Governo-Geral
De 1500 a 1530, os temas mais importantes são: o contato com Com a criação do Governo-Geral em 1548, pelo chamado Re-
o meio ambiente e os diferentes povos nativos, ou indígenas – fato gimento -documento que reafirmava a autoridade e soberania da
que causou grande impacto na mentalidade europeia da época, ge- Coroa sobre a colônia, e definia os encargos e direitos dos governa-
rando um imaginário que ia da demonização a imagens paradisíacas dores-gerais -o Estado português assumia a tarefa de colonização,
–; as tentativas iniciais de exploração de matérias-primas, com des- sem extinguir o sistema de capitanias hereditárias.
taque para o pau-brasil, largamente monopolizado por comercian- O Governador-Geral era nomeado pelo rei por um período de
tes portugueses como Fernando de Noronha. quatro anos e contava com três auxiliares: o provedor-mor, encar-
O início da colonização brasileira é marcada pela expedição de regado das finanças e responsável pela arrecadação de tributos; o
Martim Afonso de Souza, que possuía três finalidades: iniciar o po- capitão-mor, responsável pela defesa e vigilância do litoral e o ouvi-
voamento da área colonial, realizar a exploração econômica e pro- dor-mor, encarregado de aplicar a justiça.
A seguir, os governadores-gerais e suas principais realizações:
teger o litoral contra a presença de estrangeiros.
Para efetivar o povoamento, Martim Afonso de Souza fundou a
Tomé de Souza (1549/1553)
vila de São Vicente, em 1532 e o primeiro engenho: Engenho do Go-
-fundação de Salvador, em 1549, primeira cidade e capital do
vernador. Também iniciou a distribuição de sesmarias, isto é, gran-
Brasil;
des lotes de terra para pessoas que se dispusessem a explorá-los.
-criação do primeiro bispado do Brasil (1551);
Com este expedição, o sistema de capitanias hereditárias começou
-vinda dos primeiros jesuítas, chefiados por Manuel da Nóbre-
a ser adotado, iniciando efetivamente o processo de colonização
ga, e início da catequese dos índios; -ampliação da distribuição de
do Brasil.
sesmarias;
-política de incentivos aos engenhos de açúcar;
Administração Colonial -introdução das primeiras cabeças de gado;
A administração colonial portuguesa no Brasil girou entre dois -proibição da escravidão indígena e início da adoção da mão-
eixos: o centralismo político - caracterizado por uma grande inter- -de-obra escrava africana.
venção da Metrópole, para um melhor controle da área colonial; e
o localismo político -marcado pela descentralização e atendia os in- Duarte da Costa (1553/1558)
teresses dos colonos, em virtude da autonomia dos poderes locais -conflitos entre colonos e jesuítas envolvendo a escravidão in-
para com a Metrópole. dígena;
-invasão francesa no Rio de Janeiro, em 1555 pelo huguenotes
As Capitanias Hereditárias (protestantes), e fundação da França Antártica;
Implantadas em 1534, por D. João III, objetivavam garantir a -fundação do Colégio de São Paulo, no planalto de Piratininga
posse colonial e compensar as sucessivas perdas mercantis do co- pelos jesuítas José de Anchieta e Manuel de Paiva;
mércio com as Índias. Pelo sistema, o ônus da ocupação, exploração -conflito do governador com o bispo Pero Fernandes Sardinha,
e proteção da colônia era transferido para a iniciativa privada. Se- em virtude da vida desregrada de D. Álvaro da Costa, filho do go-
melhante processo de colonização já fora adotado pelos lusitanos vernador;
nas ilhas do Atlântico.
1
HISTÓRIA DO BRASIL
Mem de Sá (1558/1572) Várias ordens religiosas atuaram no Brasil -carmelitas, dominica-
-aceleração da política de catequese, como forma de efetivar o nos, beneditinos entre outras -com destaque para a Companhia de
domínio sobre os indígenas; Jesus, os jesuítas.
-início dos aldeamentos indígenas de jesuítas, as chamadas A Companhia de Jesus, criada em 1534, por Inácio de Loyola, sur-
missões; giu no contexto da Contra-Reforma e com o objetivo de consolidar e
-restabelecimento das boas relações com o bispado; ampliar a fé católica pela catequese e pela educação.
-expulsão dos franceses e fundação da Segunda cidade do Bra- A ação catequista dos jesuítas na colônia gerou um intenso con-
sil, São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1565. flito com os colonos, que queriam escravizar os índios. A existência de
Com a morte de Mem de Sá, a Metrópole dividiu a administra- um grande número de índios nos aldeamentos de índios - as Missões,
ção da colônia entre dois governos: D. Luís de Brito, que se instalou atraía a cobiça dos colonos, que destruíam as Missões e vendiam os
em Salvador, a capital do Norte,e; ao sul, D. Antônio Salema, insta- índios como escravos.
lado no Rio de Janeiro. A Companhia de Jesus, pela catequese, não tinha exatamente
intensões humanitárias, pois dominavam culturalmente os índios,
União Ibérica (1580/1640) facilitando sua submissão à colonização e impondo um novo modo
D. Sebastião, rei de Portugal, morreu em 1578 durante a ba- de vida. O excedente de produção - realizado pelo trabalho indígena -
talha de Alcácer-Quibir contra os mouros sem deixar herdeiros di- era comercializado pelos jesuítas. A catequização do índio fortaleceu
retos. Entre 1578 e 1580 o reino de Portugal foi governado por D. e incentivou a escravidão negra, pelo tráfico negreiro.
Henrique, tio-avó de D. Sebastião - que também morreu sem deixar
herdeiros. Economia Colonial
Foi neste contexto que o rei da Espanha, Filipe II, neto de D. A primeira atividade econômica na colônia foi a extração do pau-
Manuel invadiu Portugal com suas tropas e assumiu o trono, ini- -brasil ( período pré-colonial ). A extração era efetuada pelos indíge-
ciando o período da União Ibérica, onde Portugal ficou sob domínio nas e em troca do trabalho, os europeus davam produtos manufa-
da Espanha até 1640. turados de baixa qualidade. Esse comércio é chamado de escambo.
Com o domínio espanhol sob Portugal, as colônias portuguesas A atividade econômica que efetivou a colonização brasileira foi o
cultivo da cana-de-açúcar.
ficaram sob a autoridade da Espanha. Este domínio implicou mu-
danças na administração colonial: houve um aumento da autorida-
Empresa Agrícola Comercial - A Cana-de-Açúcar
de do provedor-mor para reprimir as corrupções administrativas;
No contexto do antigo Sistema Colonial, o Brasil foi uma colônia
houve uma divisão da colônia em dois Estados: o Estado do Mara-
de exploração. Sendo assim, a economia colonial brasileira será de
nhão ( norte ) e o Estado do Brasil ( sul ), com o objetivo de exercer
caráter complementar e especializada, visando atender às necessida-
um maior controle sobre a região.
des mercantilistas. A exploração colonial será uma importante fonte
Outras conseqüências da União Ibérica: suspensão temporária
de riquezas para os Estados Nacionais da Europa.
dos limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas, contribuindo para Portugal não encontrou, imediatamente, os metais preciosos na
a chamada expansão territorial; invasão holandesa no Brasil. área colonial. Para efetivar a posse colonial e exploração da área, a
Metrópole instala no Brasil a colonização baseada na lavoura da ca-
Restauração ( 1640) na-de-açúcar com trabalho escravo.
Movimento lusitano pela restauração da autonomia do reino Por que açúcar?
de Portugal, liderado pelo duque de Bragança. Após a luta contra O açúcar era um produto muito procurado na Europa e, além dis-
o domínio espanhol, inicia-se uma nova dinastia em Portugal -a di- to, Portugal já tinha uma experiência anterior nas ilhas do Atlântico.
nastia de Bragança. Contribuiu também o clima e solo favoráveis na colônia.
O domínio espanhol arruinou os cofres portugueses e levou Estrutura de produção
Portugal a perder importantes áreas coloniais, colocando Portugal Para atender as necessidades do mercado consumidor europeu
em séria crise econômico-financeira. D. João IV intensifica a explo- a produção teria de ser em larga escala, daí a existência do latifúndio
ração colonial criando um órgão chamado Conselho Ultramarino. (grande propriedade) e do trabalho escravo.
Através do Conselho Ultramarino, o controle sobre a colônia Latifúndio monocultor, escravista e exportador formam a base
não era apenas econômico, mas também político: as Câmaras Mu- da economia colonial, também denominado PLANTATION.
nicipais tiveram seus poderes diminuídos e passaram a obedecer As unidades açucareiras agro-exportadoras eram conhecidas por
ordens do rei e dos governadores. engenhos e estavam assim constituídas:
D. João IV também oficializou a formação da Companhia Geral -terras para o plantio da cana;
do Brasil, que teria o monopólio de todo o comércio do litoral bra- -a casa-grande, que era a moradia do proprietário;
sileiro e o direito de cobrar impostos de todas as transações comer- -a senzala, que abrigava os escravos;
ciais. Após pressões coloniais, a Companhia foi extinta em 1720. -uma capela;
-a casa de engenho, onde se concentrava a principal tarefa pro-
As Câmaras Municipais dutiva de transformação da cana-de-açúcar.
Os administradores das vilas, povoados e cidades reuniam-se A casa de engenho, por sua vez, era formada pela moenda, onde
na Câmaras Municipais, que garantiam a participação política dos a cana era esmagada, extraindo-se o caldo; a casa das caldeiras, onde
senhores de terra. As Câmaras Municipais eram compostas por ve- o caldo era engrossado ao fogo e, finalmente, a casa de purgar em
readores, chamados “homens bons” ( grandes proprietários de ter- que o melaço era colado em formas para secar. O açúcar, em forma
ra e de escravos). A presidência da Câmara ficava a cargo de um juíz. de “pães de açúcar” era colocado em caixas de até 750 Kg e enviado
As Câmaras Municipais representavam o localismo político na para Portugal.
luta contra o centralismo administrativo português. Havia dois tipos de engenhos. Engenhos reais eram aqueles mo-
vimentados por força hidráullica; e Engenhos Trapiches -mais comuns
A Igreja e a Colonização -movidos por tração animal. A produção de aguardente, utilizada no
A igreja Católica teve um papel de destaque na colonização escambo de escravos, era realizada pelos “molinetes” ou “engenho-
americana. cas”.
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HISTÓRIA DO BRASIL
Muitos fazendeiros não possuíam engenhos, sendo obrigados a Formas De Exploração Das Minas.
moer a cana em outro engenho e pagando por isto, eram os chamados Havia dois tipos de exploração do ouro:
senhores obrigados. -as lavras: a grande empresa mineradora, com utilização de tra-
Deve-se destacar a intensa participação dos holandeses na ativi- balho escravo, ferramentas e aparelhos;
dade açucareira no Brasil. Eram os responsáveis pelo financiamento na -a faiscação: a pequena empresa, que explorava o trabalho livre
montagem do engenho do açúcar, transporte do açúcar para a Europa, ou escravos alforriados
refino e sua distribuição.
Os Diamantes
Tráfico Negreiro
As primeiras descobertas de diamantes no Brasil ocorreram em
A implantação da escravidão na área colonial serviu de elemento
1729, no Arraial do Tijuco, atual Diamantina. A dificuldade em se
essencial no processo de acumulação de capitais.
Os negros eram capturados na África e conduzidos para o Brasil quintar o diamante levou a Metrópole a criar o Distrito Diamantino
em navios (navios negreiros ), chamados de tumbeiros. Quando che- expulsão dos mineiros da região e a exploração passou a ser privi-
gavam ao Brasil era exibidos como mercadorias nos principais portos. légio de algumas pessoas - os contratadores - que pagavam uma
A mão-de-obra africana contribui para a acumulação de capitais quantia fixa para extrair o diamante. Em 1771, o próprio governo
no tráfico -como mercadoria; em seguida, como força de trabalho na português assumiu a exploração do diamante, estabelecendo a real
produção do açúcar. extração.
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HISTÓRIA DO BRASIL
As mudanças culturais Principais Características
Toda esta dinâmica econômica, política e social favoreceu uma Estas expedições compartilhavam muitas características, mas
intensa atividade intelectual na região das minas. A intensa rique- em especial podemos citar privações como a alimentação precária,
za extraída das minas também incentiva a produção cultural, tais baseada na caça, pesca, mandiocas e algumas frutas, bem como a
como a música (Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, padre José longa duração das viagens, as quais podiam se estender por anos.
Maurício Nunes Garcia); a literatura (o Arcadismo); a arquitetura e Por sua vez, as principais armas dos expedicionários eram o
a escultura. Nesta área destaque para Antônio Francisco Lisboa, o arco e algumas armas de fogo, como o mosquete. Vale lembrar que
Aleijadinho e para mestre Valentim. as viagens eram extremamente penosas e resultavam na morte de
vários integrantes do grupo por conta da falta de higiene, doenças,
As Contradições da Economia Mineradora ataques de animais e índios, etc.
A descoberta do ouro, como dissemos, auxilia Portugal a so- Por fim, vale ressaltar que as expedições que seguiam pelas
lucionar alguns de seus problemas financeiros, principalmente seu vias fluviais eram denominadas “monções”, caracterizadas por se-
saldo devedor para com a Inglaterra. rem mais bem estruturadas que as expedições terrestres.
Em 1703 Portugal assinou com a Inglaterra um acordo denomi-
nado Tratado de Methuen. Através dele, Portugal conseguia bene- Principais Características das Entradas
fícios alfandegários para a venda de vinhos na Inglaterra e ficavam As “Entradas” foram às expedições oficiais organizadas e finan-
obrigados a comprar manufaturados ingleses sem qualquer taxa ciadas pela Coroa portuguesa que, via de regra, respeitava os limi-
aduaneira. Assim, o Tratado de Methuen vai inibir o desenvolvimen- tes do Tratado de Tordesilhas.
to da manufaturas em Portugal e torná-lo dependente da Inglaterra. Elas tinham como prioridade realizar o mapeamento do terri-
Sendo assim, para pagar os produtos manufaturados que vi- tório recém descoberto e viabilizar sua colonização além do litoral.
nham da Inglaterra, Portugal vai utilizar o ouro encontrado no Bra- Elas também deveriam descobrir a existência de ouro e pedras
sil. O afluxo de ouro brasileiro para a Inglaterra contribui para o preciosas, bem como atuar no combate aos povos indígenas que
processo da Revolução Industrial, daí o ditado de que “a mineração resistiam ao colonizador e aos invasores europeus, principalmente
serviu para fazer buracos no Brasil, construir igrejas em Portugal e os holandeses.
enriquecer a Inglaterra”. Com efeito, estas empreitadas saiam do litoral rumo ao oeste,
para o interior da colônia e seus integrantes, que podiam chegar a
O Renascimento Agrícola algumas centenas, eram majoritariamente soldados portugueses e
No final do século XVIII, o Brasil conhece um período denomi- brasileiros brancos.
nado Renascimento Agrícola, marcado pela decadência da atividade Por conseguinte, em 1548, Tomé de Sousa e nomeado primeiro
mineradora e pelo retorno das atividades agrícolas para o processo governador-geral, vem para o Brasil com a missão de descobrir mi-
de acumulação de capitais. A seguir os fatores deste renascimento nas de ouro e prata.
agrícola: Alguns anos depois (1550), o capitão Duarte de Lemos já escre-
-esgotamento da exploração aurífera e decadência da região via à Corte afirmando existir evidências de ouro na colônia.
da minas; Assim, no ano de 1554, os expedicionários, sob comando de
-processo de independência dos EUA ( 1776 ); Francisco Bruzo de Espinosa, partem da Bahia e viajam pelo rio Par-
-processo da Revolução Industrial na Inglaterra; do, o Jequitinhonha e o São Francisco, atravessando o sertão até o
-política de fomento agrícola patrocinada pelo marquês de atual estado de Minas Gerais.
Pombal. Vale citar que, a partir do século XVII em diante, a Coroa portu-
A partir da Revolução industrial, a Inglaterra aumenta suas ne- guesa irá dar prioridade a busca por ouro e pedras preciosas.
cessidades de algodão -matéria prima para a indústria têxtil; sua
principal área fornecedora declara independência ( as treze colô- Principais Características das Bandeiras
nias inglesas ), iniciando a guerra de independência. Foi neste con- De partida, podemos dizer que as expedições de “Bandeiras”
texto que o Brasil passou a produzir algodão para atender as neces- foram às responsáveis pela expansão do território brasileiro, uma
sidades inglesas. O cultivo do algodão será no Maranhão, utilizando vez que não respeitavam os limites impostos pelo Tratado de Torde-
a mão de obra escrava. silhas e invadiam o território espanhol.
Além do algodão, outros produtos merecem destaques neste Por esse motivo, elas não eram patrocinadas oficialmente pela
período: o açúcar, o cacau e o café. Coroa portuguesa e seus custos eram financiados por empreende-
Para encerrar, uma atividade econômica serviu para a ocupa- dores particulares.
ção do interior do Brasil- assim como a pecuária- trata-se da extra- Não obstante, esse tipo de expedição se tornou mais comum
ção das “drogas do sertão”, guaraná, aniz, pimenta. após o fim da União Ibérica (1640) e da expulsão dos holandeses
do Brasil (1654).
BANDEIRAS E ENTRADAS Geralmente, a composição das Bandeiras se dava por um grupo
Das Capitania de São Paulo saíram os empreendimentos co- minoritário de brancos (brasileiros em sua maioria) e um grande
nhecidos como bandeiras e entradas, que se caracterizaram pelo contingente de mestiços e indígenas.
desbravamento do interior do país, pelo apresamento de índios e Elas podiam ir desde um pequeno grupo de desbravadores, até
pela ampliação de territórios. A formação da sociedade colonial milhares de indivíduos, especialmente nativos, os quais eram res-
passou a articular-se a partir desses elementos: economia açucarei- ponsáveis pela agricultura de subsistência, além de combater, guiar
ra, sistema escravista e adentramento no interior do país. e vigiar.
As “Entradas e Bandeiras” foram expedições de desbravamen- Os bandeirantes também buscavam metais, pedras preciosas e
to com finalidades estratégicas e econômicas, realizadas pelo inte- drogas do sertão (bandeirantismo prospector), mas também se de-
rior do Brasil Colônia entre os séculos XVII e XVIII. Com efeito, estas dicavam com afinco ao apresamento de indígenas (bandeirismo de
incursões garantiram a expansão e conquista do território brasilei- preação), a captura de escravos africanos fugitivos, bem como no
ro. combate aos quilombolas e indígenas agressivos (bandeirantismo
de contrato).
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HISTÓRIA DO BRASIL
Partindo de São Vicente e São Paulo, estas expedições cruza- Nesse ínterim, a Espanha teve grande sorte nos lucros enviados
vam a Serra do Mar e eram favorecidas pela navegação do rio Tietê para a Metrópole, na medida que nos territórios de conquista haviam
e de seus afluentes, em direção ao centro-oeste e sul do Brasil. muitos metais preciosos para exploração, essenciais para enriquecer
a metrópole. Por outro lado, Portugal não foi beneficiado tão pronta-
Pacto Colonial mente, já que o principal produto de exploração no período do Brasil
O “Pacto Colonial”, também chamado de “Exclusivo Comercial Colonial (1500-1530) foi o pau-brasil, madeira de coloração averme-
Metropolitano” ou “Exclusivo Colonial” corresponde a um acordo lhada utilizada para o tingimento de tecidos. Assim, ficou estabelecido
entre a colônia e a metrópole, que ocorreu no Brasil durante o pe- o monopólio de tal produto à metrópole que, sem a interferência do
ríodo colonial. mercado externo, controlava essa exploração através do pagamento
Essa relação de cunho comercial, que ocorrera em grande par- de tributos e impostos.
te da América durante a época das conquistas e das grandes nave- Assim foi o Pacto Colonial entre a Metrópole e a Colônia, que por
gações (século XVI e XVII), era travada em vias de oferecer melhores sua vez oferecia produtos não podendo, em hipótese alguma, concor-
lucros à metrópole, uma vez que a intenção maior era explorar os rer com ela. Essa relação comercial unilateral, uma vez que favorecia
recursos (madeira, metais preciosos, etc.) encontrados nas novas somente a metrópole, permaneceu até o início do século XIX, ou seja,
terras e utilizá-los como forma de riqueza. com a chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, resultando na aber-
tura dos Portos, impulsionando assim a economia do país (geração de
mercado interno), além de ampliar o leque de possibilidades, o qual
Mercantilismo
poderia exportar produtos não somente à metrópole.
O sistema mercantilista representou um sistema de práticas
econômicas que foram basilares no desenvolvimento econômico
REBELIÕES E REVOLTAS
das metrópoles durante o período colonial. Assim, o mercantilismo
O ciclo econômico do ouro, no século XVIII, que se concentrou na
era um conjunto de práticas econômicas baseado na exclusividade região Sudeste, sobretudo em Minas Gerais, deu novos contrastes à
das atividades mercantis e manufatureiras da metrópole sobre a formação da sociedade brasileira e espaço para novas ideias políticas.
colônia. Essa formação social culminou também nas famosas Rebeliões Nativis-
Além do monopólio comercial, esse sistema privilegiava uma tas e Rebeliões Separatistas, das quais se destacaram, por exemplo, a
balança comercial favorável, donde o superávit era o principal obje- Revolta de Beckman e a Inconfidência Mineira.
tivo (exportar mais do que importar), junto ao ideal do metalismo
(conjunto de metais preciosos como medida de riqueza) e do pro- Rebeliões Nativistas
tecionismo (garantia de altas taxas alfandegárias para importação o
que realçava ainda mais a relação comercial somente entre a colô-
nia e a metrópole).
Diante disso, as colônias estavam encarregadas de fornecer as
matérias-primas para a necessárias para a metrópole, fator que im-
possibilitava o desenvolvimento de um mercado interno, posto que
tudo era controlado pela metrópole, o que dificultava a importação
ou exportação de outros países.
Por fim, a colônia estava proibida de produzir artigos que apre-
sentassem concorrência com os da metrópole, que por sua vez, ga-
rantiam seus lucros na compra de matérias-primas baratas as quais
vendiam a preços elevados.