PLANO DE GERENCIAMENTO DA QUALIDADE - Informações

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Gerenciamento da Qualidade em Projetos

Entrada – Realizar a garantia da qualidade e realizar o controle da qualidade

O plano de gerenciamento da qualidade descreve como a equipe de gerenciamento de projetos


implementará a política de qualidade da organização executora. O plano de gerenciamento da
qualidade é um componente ou um plano auxiliar do plano de gerenciamento do projeto.

O plano de gerenciamento da qualidade fornece entradas para o plano de gerenciamento do projeto


global e deve abordar o controle da qualidade (CQ), a garantia da qualidade (GQ) e a melhoria
contínua dos processos do projeto.

O plano de gerenciamento da qualidade pode ser formal ou informal, bem detalhado ou genérico,
dependendo dos requisitos do projeto. O plano de gerenciamento da qualidade deve incluir esforços
no início de um projeto para garantir que as decisões iniciais, por exemplo, sobre os conceitos,
designs e testes, estão corretas. Esses esforços devem ser realizados através de uma avaliação
independente por pares e não devem incluir pessoas que trabalharam no material que está sendo
revisado. Os benefícios dessa revisão podem incluir a redução de custos e estouros de cronograma
causados pelo retrabalho.

Saída – Planejamento da qualidade.

Este é o quarto e último capítulo da Semana da Qualidade no Efetividade.net. Já vimos a conceituação no


artigo “O que é qualidade“, depois conhecemos (no artigo “Os papas da qualidade“) a perspectiva
histórica, incluindo as pessoas e os contextos em que surgiram as diversas definições, ferramentas e
técnicas associadas à Qualidade, ontem chegou a vez de conhecer alguns detalhes sobre a qualidade
hoje, incluindo alguns dos desafios atuais, as normas ISO (e ABNT) relevantes, e as ferramentas clássicas
que continuam essenciais, e agora encerraremos com uma perspectiva introdutória da conceituação e
tratamento da qualidade no gerenciamento de projetos, baseada no PMBoK .

Já vimos, em “O que é qualidade“, que o PMI adota a definição da qualidade proposta pela ASQ,
traduzida oficialmente como: “Qualidade é o grau até o qual um conjunto de características inerentes
satisfaz as necessidades”, e assim um elemento essencial do gerenciamento da qualidade no contexto
do projeto passa a ser “transformar as necessidades, desejos e expectativas das partes interessadas em
requisitos, através da análise das partes interessadas, realizada durante o gerenciamento do escopo do
projeto.”

Outra distinção importante no contexto do Gerenciamento de Projetos, também já mencionada, é a


diferença entre qualidade e grau, sendo que este último é definido como as diferenciações de
características técnicas entre produtos de uso similares, que fazem com que um produto seja
considerado de “primeira linha”, “segunda linha”, “popular”, etc. Assim, grau é uma categorização, e um
produto pode perfeitamente ser de grau inferior e alta qualidade simultaneamente.

Tanto o Gerenciamento de Projetos quanto as disciplinas da Qualidade reconhecem um conjunto de


premissas em comum, incluindo:

 A importância da satisfação do cliente, tanto no que se refere a atender os requisitos quanto à


adequação ao uso.
 Prevenir é mais econômico do que inspecionar & corrigir.
 Responsabilidade da gerência em fornecer os recursos necessários para o sucesso.
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 Melhoria contínua.

O PMBoK define 3 processos associados ao Gerenciamento da Qualidade, e estes “incluem todas as


atividades da organização executora que determinam as responsabilidades, os objetivos e as políticas de
qualidade, de modo que o projeto atenda às necessidades que motivaram sua realização.” Segue a lista,
com os diagramas e as descrições que constam no capítulo 8 do PMBoK, e comentários adicionais
de Mauro Sotille :

 Planejamento da qualidade – identificação dos padrões de qualidade relevantes para o projeto e


determinação de como satisfazê-los. Determinar qual vai ser a qualidade do projeto e como será
medida. Ocorre durante o Planejamento.
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 Realizar a garantia da qualidade – aplicação das atividades de qualidade planejadas e


sistemáticas para garantir que o projeto emprega todos os processos necessários para atender
aos requisitos. Determinar se suas medidas de qualidade ainda são apropriadas. Ocorre durante
a execução.
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 Realizar o controle da qualidade – monitoramento de resultados específicos do projeto a fim de


determinar se eles estão de acordo com os padrões relevantes de qualidade e identificação de
maneiras de eliminar as causas de um desempenho insatisfatório. Efetuar a medição e comparar
com o Plano de Gerenciamento de Qualidade. Ocorre durante o Controle.

Segundo Mauro Sotille, “gerenciar com qualidade é fazer o que você disse que ia fazer” – nem menos,
nem mais do que o acertado, considerando que os requisitos registrados atendem as necessidades do
cliente.

O primeiro dos processos, Planejamento da Qualidade, inclui entre suas saídas, entre outros itens:

 o plano de gerenciamento da qualidade, que descreve como a equipe de gerenciamento de


projetos implementará a política de qualidade da organização executora e deve abordar o
controle da qualidade, a garantia da qualidade e a melhoria contínua dos processos do projeto.
 as métricas de qualidade, descrição específica de como serão as medições realizadas pelo
processo de controle da qualidade. “Não é suficiente dizer que cumprir as datas planejadas do
cronograma é uma medida da qualidade do gerenciamento. A equipe de gerenciamento de
projetos também deve indicar se todas as atividades precisam começar pontualmente ou
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somente terminar pontualmente e se as atividades individuais serão medidas ou se somente


determinadas entregas e, se for o caso, quais delas.”
 as listas de verificação de qualidade, checklists usados para verificar se foi executado um
conjunto de etapas necessárias.
 a linha de base da qualidade, para medição e emissão de relatórios de desempenho da
qualidade.

O processo de Realizar a Garantia da Qualidade inclui entre suas saídas, entre outros itens:

 Mudanças solicitadas: ações para aumentar a eficácia e a eficiência das políticas, processos e
procedimentos da organização executora, para oferecer benefícios adicionais aos stakeholders.
 Ações corretivas recomendadas: ação recomendada imediatamente como resultado de
atividades de garantia da qualidade, como auditorias e análises de processos.

Finalmente, o processo de Realizar o Controle da Qualidade inclui em seu arsenal diversas das
ferramentas essenciais da qualidade descritas por Ishikawa, e tem entre suas saídas, entre outros itens:

 Medições de controle da qualidade


 Reparo de defeito validado (após reinspeção)
 Ações corretivas recomendadas
 Ações preventivas recomendadas
 Mudanças solicitadas
 Reparo de defeito recomendado
 Entregas validadas – Uma meta do controle da qualidade é determinar se as entregas estão
corretas.

A qualidade tem custo, mas a ausência da qualidade tem custo maior. Recentemente verificou-se que
esta diferença faz com que o custo do carro médio da Toyota seja equivalente a 2/3 do equivalente
norte-americano, com salários similares. Segundo Mauro Sotille, a diferença é atribuída à orientação de
qualidade da empresa japonesa, voltada à prevenção e ao trabalho com conformidade.

Segundo Ricardo Vargas, a maioria das pessoas acredita que há uma reação linear entre custo e
qualidade, ou seja, se o orçamento é aumentado em 10%, a qualidade também pode ser aumentada em
10%. Entretanto, na prática, observa-se que os primeiros 80% do orçamento conseguem evidenciar
apenas 10% da qualidade, e os 20% restantes do orçamento é que possibilitam os 90% de qualidade
restantes.

Os impactos da não-qualidade no projeto incluem redução da produtividade, aumento do risco e


incerteza, aumento da necessidade de monitoração, redução da motivação e aumento do custo final do
projeto devido às não-conformidades (que geram devoluções, manutenção, retrabalho, recalls e mais).

Para fechar, alguns exemplos de métricas de qualidade comuns: ROI, percentual de rentabilidade do
projeto, índices de desempenho de custo e prazo, percentual de pacotes de trabalho realizados no
prazo, variação percentual do cronograma, do orçamento ou do esforço, número de erros ou
retrabalhos, índice de satisfação do cliente, quantidade de mudanças de escopo.
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Bibliografia consultada

LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Qualidade Total em Serviços. 5a. ed. Atlas. 2006.

MONTGOMERY, Douglas C. Introdução ao Controle Estatístico da Qualidade. 4a. ed. LTC. 2004.

PMI. Guia PMBoK. 3a. ed. PMI. 2004.

SOTILLE, Mauro. Capacitação em gerenciamento de projetos. 3a. ed. PMTech Consultoria e Assessoria
Empresarial, 2007.

VARGAS, Ricardo Viana. Gerenciamento de Projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. 5a. ed.
Brasport. 2003.

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