Manual MN 2022
Manual MN 2022
MÉTODOS NUMÉRICOS
FONTES DE ERROS
Erros também podem surgir pelo facto que as operações aritméticas quase
nunca podem ser efectuadas com precisão completa; estes são denominados
de erros de arredondamento. A maioria dos números tem representações
decimais infinitas que devem ser arredondadas. Mesmo se os dados de um
problema podem ser expressos exactamente por representações decimais
finitas, a divisão pode introduzir números que devem ser arredondados e a
multiplicação pode produzir mais dígitos do que podem ser razoavelmente
mantidos.
Os tipos de arredondamento mais utilizados são:
- tipo corte: as casas em excesso são simplesmente abandonadas;
- para o número de máquina mais próximo: se a máquina trabalha com d
algarismos significativos para a mantissa de um número, então analisa-se o
algarismo de ordem d+1. Se este for maior ou igual a 5, soma-se uma unidade
ao algarismo de ordem d; caso contrário, o algarismo de ordem d permanece
inalterado.
ERRO ABSOLUTO
_
A diferença entre um valor exacto x e sua aproximação x é dito erro absoluto
_
o qual se denota por ∆x ou ε x , isto é: ∆x = x − x
Assim, mesmo não conhecendo o valor exacto, podemos afirmar que ele esta
_ _
entre x − ε e x + ε que são valores conhecidos.
É evidente que uma cota ε só tem algum valor prático se for maior que zero.
ERRO RELATIVO
_
x−x
Rx = _
x
_
Sabendo que x é um valor aproximado de x . Como determinar y = f (x) ? Será
_ _
que y = f ( x) é uma boa aproximação?
_ _ _ _
∆y = y − y = f ( x) − f ( x) = f ( x + ∆x) − f ( x)
Com base nesta premissa, pode-se constatar que o Majorante do erro
_
absoluto da aproximação y de y é:
∆y ≤ f x´ * ∆x
max
• 3,14 Aproximado de π
• 2,718 Aproximado de e
cos( x)
5. Considerando a relação t = + e − yz , com os seguintes dados:
y
x = 1 .3 ± 0 .1
y = 0.25 ± 4%
z = 1.7 ± 3 * 10 −1
2.1 INTRODUÇÃO
x x0 x1 x2 ….. xn
f ( x) f ( x0 ) f ( x1 ) f ( x2 ) …... f ( xn )
• Interpolar uma função f(x) consiste em aproximar essa função por uma outra
função g(x).
• g(x) é escolhida entre uma classe de funções definidas a priori e que satisfaçam
algumas propriedades.
• A função g(x) é então usada em substituição à função f(x).
p n ( x) = a 0 + a1 x + a 2 x 2 + ... + a n x n ,
Exemplo:
x x0 x1 x2 ….. xn
f ( x) f ( x0 ) f ( x1 ) f ( x2 ) …... f ( xn )
Consideremos o seguinte:
Onde:
Exemplo:
p(x0) = a0
a0 = f(x0)
Da mesma forma,
ou seja,
Resolução:
Onde:
Determine ainda valores aproximados para as ordenadas dos pontos cujas abcissas
são 0, 2,5 e 6.
6. Considere a tabela de valores da função f definida por f ( x ) = lg x , para x>0:
Y 66 52 18 11 10
Distância 35 25 15 10 7
do alvo (m)
Derivar é geralmente mais fácil que integrar. A ideia deste método de aproximação é
bastante simples, pois baseia-se em expansões em séries de Taylor.
e, portanto,
Fórmula da derivada
com diferença
ascendente ou avanço.
h2 h3
f ( x − h) = f ( x) − hf ' ( x) + f " ( x) − f "´(x).....
2 6
Determine f ´(1.4) .
Resolução:
3.2 INTEGRAÇÃO NUMÉRICA
Seja f uma função contínua no intervalo [a; b ] da qual se conhece uma primitiva F .
Então o valor da integral definida de f pode ser calculada utilizando a fórmula de
Newton-Leibnitz.
impossível. Além disso, nos problemas práticos, quase sempre conhece-se apenas uma
tabela da função f e para estes casos a ideia de primitiva carece de significado. Para
b
Seja dado o seguinte integral I = ∫ f ( x)dx . A determinação da solução de
a
I através
b−a
Passo 1: Escolher N e determinar h =
N
xi = a + i * h
x0 = a
xi x0 x1 ………….. xn
f ( xi ) f ( x0 ) f ( x1 ) f ( xn )
Passo 3: Determinação da solução aproximada através da fórmula:
b
h
I = ∫ f ( x)dx = [ f ( x0 ) + f ( xn ) + 2 * ( f ( x1 ) + f ( x2 ) + ... + f ( xn−1 ))]
a
2
Passso 4 : Resposta
Pressupostos:
b
Seja dado o seguinte integral I = ∫ f ( x)dx . A determinação da solução de
a
I através
b−a
Passo 1: Escolher N e determinar h =
N
xi = a + i * h
x0 = a
xi x0 x1 ………….. x2n
f ( xi ) f ( x0 ) f ( x1 ) f ( xn )
Nota:
b
h
I = ∫ f ( x)dx = [ f ( x0 ) + f ( x2n ) + 4( f ( x1 ) + f ( x3 ) + ... + f ( x 2n−1 )) + 2( f ( x2 ) + f ( x4 ) + ... + f ( x2n ))]
a
3
Passso 4 : Resposta
Exemplo:
1.6
senx
Determine o integral I = ∫
1
x
dx considerando N = 6
Resolução:
1 .6 − 1
Passo 1: N = 6 e h = = 0 .1
6
Passo 2: Tabela
Passo 3:
b
senx 0. 1
I =∫ dx = [0.84147 + 0.62473 + 4(0.81019 + 0.74120 + 0.66500) + 2(0.77670 + 0.70389)] = 0.44310
a
x 3
3.3 EXERCICIOS
∫ (3x
3
3. Use a fórmula de Trapézios com n = 2 para calcular a integral − 3 x + 1)dx
0
1
π π dx
4. Determine uma aproximação para considerando que =∫ 2
e usando a
0 1+ x
4 4
4
∫ x dx
1
Onde e = 2.718282
x
f ( x) = ∫ e cos y dy
7. Seja 0
(a; b) que contenham os zeros de f . Existem dois métodos para resolver este problema,
que são, Método Analítico e Gráfico.
R , tal que f (a ) * f (b) < 0 , então existe um c que pertence ao intervalo (a; b) : f (c) = 0 .
O Teorema acima assegura que f troca de sinal em (a; b) , o que significa que existe
Exemplo:
f ( − 2) = ( − 2) 3 − ( − 2) = − 6 e f ( 2) = ( 2) 3 − ( 2) = 6
Fazendo f ( −2) * f ( 2) = −36 < 0 . Assim sendo, f têm pelo menos um zero no
intervalo (−2;2)
4.1.2 MÉTODO GRÁFICO
Exemplo:
Delimitar os zeros de f ( x) = x + ln x
• f ( x) = 0 ⇔ x + ln x = 0 ⇔ ln x = − x
Seja dada a seguinte função contínua f : R → R . Vamos supor que existe um intervalo
(a 0 ; b0 ) onde f (a 0 ) * f (b0 ) < 0 . Pelo teorema visto no ponto 3.1, f contém pelo menos
um zero em ( a 0 ; b0 ) .
k ak bk a k + bk f ( a k ) * f (c k ) bk − a k
ck = ε=
ck 2
Exemplo:
Seja dada uma função f e um intervalo que contém o zero da função [a; b ] . Pretende-
De forma resumida, o método iterativo geral pode ser descrito como a sequência dos
seguintes passos:
| ϕ ' ( x) |≤ M < 1
Passo 3: Determinar x0 e FC
Passo 4: Tabela
m xm x m+1 ε =| x m+1 − x m |
_
_
Passo 5: R: x = x ± ε
Exemplo:
Determine pelo método iterativo geral, com erro inferior a 0.1 , o zero aproximado da
Resolução:
1. Transformar f em x = ϕ ( x) :
x = −e x − 1
2. Verificar a convergência de ϕ ( x)
| ϕ ' ( x) |≤ M < 1
ϕ ' ( x ) = −e x
1
| ϕ ' ( x) |=| −e x |≤ e −1 = <1 converge
e
3. Determinar x0 e FC :
x0 = −2
FC : x m+1 = −e xm − 1
4. Tabela
m Xm Xm+1 E
0 -2 -1,135335283 0,864664717
Calcule 5 com erro inferior a 0.01 no intervalo [2;3] . Aplique o Método das Secantes.
Resolução
f ( x) = x 2 − 5
f , f ' , f ' ' cont. [2;3]
ε = 0.01 f ' = 2x ≠ 0
x ∈ [2;3]
f ''= 2 ≠ 0
Passo 2: Determinação de
x0 e x F :
xF * f ( xm ) − xm * f ( xF )
x m +1 =
f ( xm ) − f ( xF )
3 x m2 − 4 x m − 15
x m +1 =
x m2 − 9
Passo 4: Tabela:
m Xm Xm+1 E
Passo 5: Resposta:
x = 2.24 ± 0.01
Passo 2. Determinar x0
x0 ∈ [a; b] : f ( x) * f ' ' ( x) > 0
f ( xm )
x m +1 = x m −
f ' ( xm )
Passo 4: Tabela
m xm x m+1 ε =| x m+1 − x m|
Passo 5: Resposta
Calcule 5 com erro inferior a 0.01 no intervalo [2;3] . Aplique o Método das Tangentes.
f ( x) = x 2 − 5
ε = 0.01
Hip :
f , f ' , f ' ' cont [2;3]
f ' = 2x ≠ 0
f ''= 2 ≠ 0
M Xm Xm+1 E
R% x = 2.24 ± 0.01
4.6 EXERCICIOS
12. Pelo método das Secantes, determine uma aproximação para x ∈ [1;2] da função
f ( x) = e − x − cos( x) com erro ε = 0,001
13. Use o método de Newton com ε = 0,0001 para achar as soluções dos seguintes
problemas:
π
a) x − 0.8 − 0.2 sen( x) = 0 ; x ∈ 0;
2
b) ( x − 2) 2 − ln( x) = 0; x ∈ [1;2]
14. Seja f ( x) = e x − 3 x que tem zero em [1;2] . Calcule usando o método das secantes
uma aproximação para este zero tomando com ε = 0,01
15. Considerando a seguinte equação: 2 cos( x) − 0.5e x = 0 Utiliza como valor inicial
x0 = 0.5 . Aplique o método iterativo geral para determinar a solução da equação.
CAPÍTULO 5 - RESOLUÇÃO NUMÉRICA DE SISTEMAS DE EQUAÇÕES
_ _ _ _
Resolver o sistema de equações, significa determinar um vetor x = ( x1 ; x 2 ;....; x n ) que
Os métodos diretos são aqueles em que após um número finito de etapas e não se
considerando os erros de arredondamento encontramos a solução do sistema.
bn
Onde x n = . Este algoritmo pode ser incorporado ao método de eliminação de
a nn
Gauss para encontrar a solução de um sistema.
Passo 2
Temos agora um sistema triangular que pode ser resolvido com o algoritmo da retro
substituição.
5.2 MÉTODOS ITERATIVOS
Considere o sistema:
E exigindo que .
G <1
X 0 = ( x1( 0 ) ; x 2( 0) ;...; x n( 0) )
Caso o problema não indique de forma explícita, nesta disciplina iremos adoptar a
seguinte solução inicial: X 0 = (0;0;...;0)
(k ) 1
x2 = (b2 − a 21 x1( k −1) − .... − a 2 n x n( k −1) )
a 22
....
(k ) 1 ( k −1) ( k −1)
x n = a (bn − a n1 x1 − ... − a nn −1 x n −1 )
nn
G <1
X 0 = ( x1( 0 ) ; x 2( 0) ;...; x n( 0) )
Caso o problema não indique de forma explícita, nesta disciplina iremos adoptar a
seguinte solução inicial: X 0 = (0;0;...;0)
(k ) 1
x2 = (b2 − a 21 x1( k ) − .... − a 2 n x n( k −1) )
a 22
....
(k ) 1 (k ) (k )
x n = a (bn − a n1 x1 − ... − a nn −1 x n −1 )
nn
k x1( k ) x 2( k ) …. x n( k ) X ( k ) − X ( k −1)
Exemplo:
7. Resolver o sistema linear abaixo, pelo método de Gauss Seidel com chute inicial
x ( 0) = {0,0,0, 0}, tolerância ε = 10 −3 :
−3
Pelo método de Gauss Seidel, determine a solução do sistema com erro ε = 10
CAPÍTULO 6 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINARIAS (EDO´s)
6.1 INTRODUÇÃO
O estudo das equações diferenciais foi motivado inicialmente por problemas da física,
ou seja problemas de mecânica, electricidade, termodinâmica, magnetismo etc.
Actualmente muitas outras áreas do conhecimento têm a formulação teórica de seus
problemas utilizando essas equações. Entre outras podemos destacar as seguintes
áreas, Química, Ecologia, Biologia, Economia e Sociologia.
b) y n = f ( x, ϕ ( x),...., ϕ n −1 ( x))
y´= f ( x, y ( x))
x k +1 = x k + h
y k +1 = y k + h * f ( x k ; y k )
Passo 3: Tabela
k xk yk
Passo 4: Resposta
Exemplo:
Resolução:
f ( x; y ) = − xy
x0 = 0
y0 = 1
h = 0 .1
x k +1 = x k + h ↔ x k +1 = x k + 0.1
y k +1 = y k + h * f ( x k ; y k ) ↔ y k +1 = y k − 0.1 * x k * y k
Passo 3: Tabela
k xk yk
0 0 1
1 0.1 1
2 0.2 0.99
3 0.3 0.9702
4 0.4 0.941094
5 0.5 0.903450
Passo 5: y = 0.903450
xl +1 = xl + h
h
yl +1 = y l + * (k1 + 2 * k 2 + 2 * k 3 + k 4 )
6
k1 = f ( x l ; y l )
h h
k 2 = f ( x l + ; y l + k1 )
2 2
h h
k 3 = f ( xl + ; y l + k 2 )
2 2
k 4 = f ( xl + h; y l + h * k 3
Passo 3: Tabela
k xk yk k1 k2 k3 k4
Passo 4: Resposta
Exemplo
f ( x; y ) = − xy
x0 = 0
y0 = 1
h = 0 .1
xl +1 = xl + h ↔ xl +1 = xl + 0.1
h
yl +1 = y l + * (k1 + 2 * k 2 + 2 * k 3 + k 4 )
6
k1 = f ( x l ; y l ) ↔ k1 = − x l * y l
h h
k 2 = f ( xl + ; yl + k1 ) ↔ k 2 = −( xl + 0.05)( y l + 0.05 * k1 )
2 2
h h
k 3 = f ( xl + ; y l + k 2 ) ↔ k 3 = −( xl + 0.05)( y l + 0.05 * k 2 )
2 2
k 4 = f ( xl + h; y l + h * k 3 ↔ k 4 = −( xl + 0.1)( y l + 0.1 * k 3 )
Passo 3: Tabela
k xk yk k1 k2 k3 k4
y = 0.882497
6.3 EXERCÍCIOS
a) Pelo de Euler
b) Pelo método de Runge – Kutta 4
3. Seja dada a equação y ' = 1 − x3 y com y (0) = 1 no intervalo [0;5] e com N=5.