Relatório de Físico-Quimica / Termodinâmica

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UFPB – Universidade Federal da Paraíba

Campus II – Centro de Ciências Agrárias – Areia


Departamento de Química e Física
Curso de Química (Bacharelado e Licenciatura)
Disciplina: Físico-Química Experimental
Professor: Dr. Sidney Ramos de Santana

DETERMINAÇÃO DO CALOR ESPECÍFICO DE UM SÓLIDO POR


CALORIMETRIA

Girlene Dias de Araújo


Jarline dos Santos Cardoso
Maria Fidelis de Oliveira
Quellya Ketllen Dantas Neves

Areia/PB
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 3
2. OBJETIVO ............................................................................................. 4
3. METODOLOGIA .................................................................................... 4
3.1 Materiais e Reagente ................................................................... 4
3.2 Procedimentos ............................................................................. 4
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................ 5
4.1 Capacidade calorífica da mostra da porca do aço inox ................ 6
4.2 Capacidade calorífica do calorímetro (latinha de alumínio) ......... 7
4.3 Capacidade calorífica da amostra da bolinha de ferro .................. 8
4.4 Média da capacidade calorífica das diferentes amostras ............. 10
4.5 Proposta de melhorias para o calorímetro..................................... 11
5. CONCLUSÃO ........................................................................................ 11
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................... 12
7. ANEXOS ................................................................................................ 12
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1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, é muito frequente as pessoas reclamarem do calor,


devido as adversidades e situações coexistentes em nosso planeta, uma delas
é o Aquecimento Global. Desde a antiguidade são feitos estudos para medição
de temperatura e explicação de o que é o calor. Então devido aos estudos da
físico-química podemos conceituar calor, como uma energia térmica de um
sistema que pode se alterar em decorrência a sua temperatura, entre o sistema
e suas vizinhanças (ATIKS, 2021).
Podemos ter um sistema com paredes adiabáticas, onde essa parede que
separa o sistema, não deixa ter a transferência de calor para que entrem em
equilíbrio térmico, ou ela pode ser diatérmica que permite que o sistema
separado por elas possa entrar em equilíbrio térmico, que é quando o sistema e
sua vizinhança ficam com a mesma temperatura (HALLIDAY, RESNICK E
WALKER, 2016).
Um sistema pode ter, um processo exotérmico que é um processo que
libera energia para as vizinhanças na forma de calor. Todas as reações de
combustão são exotérmicas. Um processo endotérmico é um processo que
absorve energia na forma de calor a partir das vizinhanças (ATIKS, 2021).
A calorimetria abrange os fenômenos referentes a permutações de
energia em um meio reacional, contudo, reações de neutralização, dissolução e
várias reações iônicas de precipitação, são vulneráveis de análises calorimétrica
direta (WOLF et al., 2011).
Para medirmos o valor da energia transferida como calor, usamos um
calorímetro. Um calorímetro consiste em um recipiente onde ocorre um processo
físico ou químico, o calorímetro trabalha imerso em um banho-maria, cuja
temperatura é permanentemente ajustada com termômetro e devidamente
isolado termicamente. Esse princípio do calorímetro se baseia em usar o
aumento da temperatura para determinar a energia liberada como calor pelo
processo que ocorre no seu interior. (ATKINS, 2021).
Neste estudo, são desenvolvidas as práticas termodinâmicas que envolve
a medição de calor por meio de um calorímetro, afim de frisar os conceitos
básicos da termodinâmica.
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2. OBJETIVO
Determinar o calor específico de um sólido a partir de um simples
experimento de calibração de um calorímetro.

3. METODOLOGIA
3.1 Materiais e reagentes
• Água destilada;
• 1 porca de aço inox;
• 1 Bolinha de ferro;
• 1 calorímetro adiabático de isopor;
• 1 latinha de alumínio;
• 1 chapa elétrica aquecedora;
• 1 balança analítica;
• 1 béquer de 250 mL;
• 1 funil de 65 mm;
• 1 proveta de 100 mL;
• 1 pregador de madeira;
• 2 termômetros;
• Papel toalha.

3.2 Procedimentos

Parte A: Calibração do calorímetro

Inicialmente, foram pesados o calorímetro, a porca de aço inox e a bolinha


de ferro e notou-se seus respectivos valores, em seguida adicionou-se 200 mL
de água destilada em um béquer e aqueceu até atingir a temperatura de 90ºC,
transferiu-se para o calorímetro (com o auxílio de um pregador de madeira e um
funil ambientado termicamente para evitar a perda de calor), o calorímetro
consistia em uma lata de alumínio tampada dentro de um recipiente de isopor,
tendo em sua tampa um furo para adição do líquido. Aguardou-se até o fluído
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atingir o equilíbrio térmico e anotou-se a temperatura mostrada no termômetro


que foi inserido no objeto.

Parte B: Determinação do calor específico de um sólido.

Após o calorímetro ter sido calibrado, esvaziado e limpo, foi introduzido


primeiramente a porca de aço inox em seu interior. Aqueceu-se novamente 200
mL de água destilada contida no béquer de 250 mL até a temperatura de
ebulição e transferiu-se para o calorímetro com auxílio de um pregador de
madeira, funil e papel toalha, aguardou-se o equilíbrio térmico do sistema e
anotou-se a temperatura mostrada no termômetro. Posteriormente, repetiu-se o
mesmo processo utilizando a bolinha de ferro e notou-se sua temperatura. Após
procedimentos as vidrarias foram higienizadas e reservadas no local.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Parte A: Calibração do calorímetro

Através dessa prática de calibração do calorímetro foi possível relacionar


importantes conceitos, especificamente no que se refere as transferências de
calor existentes entre corpos que apresentam temperaturas distintas. Utilizou-se
como materiais o calorímetro (latinha de alumínio), o aço inox (porca) e o ferro
(bolinha) e com isso foi viável quantificar satisfatoriamente a capacidade
calorífica dos mesmos.
Inicialmente pesou-se o calorímetro em que foi obtido um valor de
17,470g, em seguida pesou-se uma porca de aço inox e uma bolinha de ferro,
obtendo valores de 37,155g e 35,7866g respectivamente.
Na sequência, utilizando um béquer de 250 mL, foi aquecido em uma
chapa aquecedora 200 mL de água destilada à 90°C, e transferiu-se
rapidamente para o calorímetro a partir de um sistema utilizando um funil e um
prendedor de madeira, onde o mesmo foi ambientado com a água á 90°C, com
a finalidade de perder menos calor possível, como mostra a Figura 1, e sempre
verificando a temperatura até que o sistema entrasse em equilíbrio térmico. Esse
procedimento foi realizado em triplicata para uma maior precisão.
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Figura 1. Sistema utilizado para perder o mínimo de calor possível

Fonte: elaboração própria

4.1 Capacidade calorífica da mostra da porca do aço inox

Massa = 37, 1655 g


Calor específico (Fe) = 0,114 cal/gºC
Massa Molar (Fe) = 55,85 g mol-1
Número de mol (N) =?
Capacidade calorífica do ferro (CFe) =?
Capacidade calorífica molar do ferro (CFe, molar) =?

CFe = m x c CFe
CFe, molar = N
CFe = 37, 1655 g x 0,114 cal/gºC 4,23cal/°C
CFe, molar = 0,665 mol
𝐂𝐅𝐞 = 𝟒, 𝟐𝟑 𝐜𝐚𝐥/°𝐂
CFe, molar = 6,36 cal/mol°C
massa
N = massa molar
37,1655g
N = 55,85 g/mol

N = 0,665 mol

4.2 Capacidade calorífica do calorímetro (latinha de alumínio)


7

Ao se obter o valor referente a capacidade calorífica da porca de aço inox


adicionado na latinha, é possível averiguar qual a capacidade calorífica exibida
pelo calorímetro de alumínio. Os cálculos estão apresentados a baixo:

Massa = 17,470 g
Temperatura inicial 1 (Ti1) = 26 °C
Temperatura final 1 (Tf1) = 85 ºC
Temperatura inicial 2 (Ti2) = 83 ºC
Temperatura final 2 (Tf2) = 85 ºC
Massa Molar (Al) = 26,98 g mol-1
Capacidade calorífica do calorímetro (Ccal.) = ?
Número de mol (N) = ?
Capacidade calorífica molar do calorímetro (Ccal., molar) = ?

massa
Ccal x (Tf1 − Ti1 ) = −CFe x (Tf2 − Ti2 ) N = massa molar
−CFe x (Tf2 − Ti2 ) 17,470g
Ccal = | | N = 26,98 g/mol
(Tf1 − Ti1 )
−4,23 cal/°C x (85°C − 83°C) N = 0,647 mol
Ccal = | |
(85°C − 26°C)
−8,46 cal Ccal
Ccal = | | Ccal, molar = N
(59°C)
0,143cal/°C
Ccal = |−0,143 cal/°C| Ccal, molar = 0,647mol

𝐂𝐜𝐚𝐥 = 𝟎, 𝟏𝟒𝟑 𝐜𝐚𝐥/°𝐂 Ccal, molar = 0,221 cal/mol°C

Podemos comparar o valor obtido através da capacidade calorífica do


calorímetro, com o resultado da equação abaixo:
C=mxc
C = 17,470 g x 0,221 cal/molºC
C = 3, 860 cal/ºC

Com a devida expressão observou-se que a capacidade calorífica do


calorímetro foi igual a 3,860 cal/°C. É perceptível que as informações obtidas são
diferentes entre si, dessa forma, é possível quantificar os erros absoluto e
relativo.
CCa1 = 3,860 cal/°C
8

CCa2= 0,143 cal/ºC


Erro absoluto: CFe1 - CFe2 = (3,860 cal/ºC) – (0,143 cal/ºC) = 3,717 cal/ºC

| CFe1 − CFe2 |
Erro relativo: x 100%
CFe1
| 3,860− 0,143|
x 100% = 0,9629
3,860

0,9629 x 100% = 96%

Os valores apresentados pelos resultados podem ser justificados pela


presença de falhas na estrutura do calorímetro, visto que a tampa era de plástico
e não de alumínio e além disso apresentava um orifício de abertura extenso, pelo
qual se perdia bastante calor (Figura 2). Outro motivo que pode ter originado
resultados distintos relaciona-se com a leitura incorreta do termômetro por parte
dos analistas.

Figura 2. Imagem do calorímetro utilizado.

Fonte: elaboração própria

Parte B: Determinação do calor específico de um sólido.

4.3 Capacidade calorífica da amostra da bolinha de ferro


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Nesta etapa da prática adicionou-se uma bolinha de ferro no interior do


calorímetro. Após a adição da alíquota de água à 90°C o calorímetro atingiu
equilíbrio térmico a uma temperatura de 85 ºC. Neste momento adicionou-se
35,7866 g de ferro. O novo equilíbrio foi alcançado a uma temperatura de 83°C,
mostrando que houve troca de calor entre os materiais. Os cálculos referentes a
capacidade calorífica dessa nova amostra estão presentes a seguir:

Massa = 35,7866 g
Temperatura inicial 1 (Ti1) = 26 °C
Temperatura final 1 (Tf1) = 85 ºC
Temperatura inicial 2 (Ti2) = 83 ºC
Temperatura final 2 (Tf2) = 85 ºC
Massa Molar (Fe) = 55,85 g mol-1
Número de mol (N) = ?
Capacidade calorífica do calorímetro (Ccal.) = 0,143 cal/ºC
Capacidade calorífica do ferro (CFe) = ?
Capacidade calorífica molar do ferro (CFe, molar) = ?

massa
Ccal x (Tf1 − Ti1 ) = −CFe x (Tf2 − Ti2 ) N = massa molar
−Ccal x (Tf1 − Ti1 ) 35,78662g
CFe = | | N = 55,85 g/mol
(Tf2 − Ti2 )
−0,143 cal/°C x (85°C − 26°C) N = 0,64 mol
CFe = | |
(85°C − 83°C)
−8,437 cal CFe, molar =
CFe
CFe = | | N
2°C
4,21cal/°C
Ccal = |−4,21 cal/°C| CFe, molar = 0,64 mol

𝐂𝐅𝐞 = 𝟒, 𝟐𝟏 𝐜𝐚𝐥/°𝐂
CFe, molar = 6,57 cal/mol°C

Além deste podemos calcular a capacidade calorífica da bolinha de ferro


através da expressão abaixo:
C=mxc
C = 17,470 g x 0,657 cal/molºC
C = 114,7 cal/ºC
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O valor obtido ao se empregar tal equação é igual a 114,7 cal/°C. Como as


informações alcançadas são distintas entre si, é possível quantificar os erros
absoluto e relativo associados a esta análise.
CFe1 = 114,7cal/°C
CFe2= 4,21 cal/ºC

Erro absoluto: CFe1 - CFe2 = (114,7 cal/ºC) – (4,21 cal/ºC) = 110,49 cal/ºC

| CFe1 − CFe2 |
Erro relativo: x 100%
CFe1
| 114,7− 4,21|
x 100% = 0,9632
114,7

0,9632 x 100% = 96%


Avaliando os percentuais de erros é possível verificar que o resultado
alcançado não condiz com o esperado, dessa maneira, é compreensível refletir
que houve influências para possíveis erros, sobretudo sistemáticos. Como foi
citado anteriormente, a capacidade calorífica do calorímetro também apresentou
importantes diferenças nos resultados, sendo este fato devido as limitações do
calorímetro.

4.4 Média da capacidade calorífica das diferentes amostras

Cp da amostra da porca de aço inox + Cp da amostra da bolinha de ferro


Média = 2
4,23 cal/°C + 114,7 cal/°C
Média = 2

Média = 59,46 cal/°C

Cp,molar amostra da porca de aço inox + Cp,molar da amostra da bolinha de ferro


Médiamolar =
2
cal
6,36 °C +6,57 cal/mol°C
mol
Médiamolar = 2

Médiamolar = 6,46 cal/mol°C

Vale ressaltar que os valores obtidos são distintos, porque diferentemente do


calor específico, a capacidade calorífica varia de acordo com a massa do objeto,
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assim, fica evidente que a capacidade calorífica para a amostra da porca de aço
inox é superior àquela apresentada pela amostra da bolinha de ferro.

4.5 Proposta de melhorias para o calorímetro

Observou-se ao longo de todas as etapas deste experimento que o


calorímetro apresentava algumas limitações. Além da abertura da tampa
apresentado na Figura 2, outros fatores levaram a perda de calor do calorímetro
para o meio, deste modo, entendemos a necessidade de contornar tais
problemas a fim de minimizar erros em futuras análises calorimétricas.
Percebemos que a fronteira adiabática feita de isopor não era de tamanho
adequado ao da latinha, de tal forma que, ficou um espaço sem ser envolvido
pela fronteira.
Com isso, pensamos na possibilidade de um isopor com altura maior.
Além disso, a tampa ao invés de ser de plástico, poderia ser de isopor o que
pode evitar maior perda de calor, como também maior precisão dos furos para
inserção do termômetro e dos materiais necessários. Outro fator importante, é o
momento do manuseio da prática, visto que não é viável tocar no termômetro
com as mãos para que não ocorra troca de calor.

5. CONCLUSÃO

A partir do exposto, conclui-se que a aula prática ministrada auxiliou a


compreender melhor a função do calorímetro em processos termodinâmicos,
contribuindo para formação, pois, foi praticado o que antes viu-se em teoria. O
experimento mostrou que é necessário ter cautela e cuidado no momento da
prática, para que não haja erros. Neste caso, podemos frisar que a velocidade
em que se realizou a atividade e os materiais utilizados influenciam, visto que
pode haver troca de calor acelerada, fazendo com que haja uma necessidade de
ação rápida do analisador.
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REFERÊNCIAS

ATKINS, Peter, PAULA, Julio de. Físico-química Volume.1. 10. ed., Rio de
Janeiro: LTC, 2021.

HALLIDAY, David, RESNICK, Robert, WALKER, Jearl. Fundamentos de física,


volume 2: gravitação, ondas e termodinâmica 10. ed., Rio de Janeiro: LTC, 2016.
WOLF, L. D.; ASSUMPÇÃO, A. A. M.; BONIFÁCIO, V.G.; FILHO, O. F.
Construção de um Calorímetro Simples para Determinação da Entalpia de
Dissolução. Eclética Química. v.36, n. 2, 2011.

ANEXOS

• Os valores obtidos são satisfatórios?


Não, porque os valores obtidos variaram de acordo com o cálculo utilizado,
além disso, houve uma margem de erro considerável no que se diz respeito aos
erros relativos das amostras.
• Quais as possíveis fontes de erro ou limitação neste experimento?
As fontes de erros estão associadas com as falhas apresentadas no
calorímetro, que permitiam a troca de calor com o ambiente. Podemos citar
também como erro as falhas ocorridas na leitura dos termômetros. Esses erros
justificam os resultados apresentados. A velocidade com que realiza o
experimento também pode influenciar, visto que há perda de calor durante a
transferência da água para o calorímetro.

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