Tratado de Neurocirurgia SBN
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24 horas do evento. A incidência de aumento do hema- Tabela 2 Determinantes clínicos e laboratoriais para a progressão da HIP
toma diminui com o passar do tempo, sendo de 33 a 38% Variáveis
Odds ratio (intervalo
entre 1 e 3 horas; 16% entre 3 e 6 horas e 14% após 24 de confiança)
horas do evento inicial. A expansão do hematoma entre História de infarto cerebral O, 1O(0,01 -0,1O)
24 e 72 horas ocorre em menor frequência, mas é bem Hepatopatia 8,30 (1,52-45,4)
demonstrada. Alguns pesquisadores sugeriram que po-
deria ocorrer sangramento na zona de penumbra, que Intervalo entre início dos sintomas e realização 17,6 (2,10-148)
da tomografia maior que 6 horas e volume do
seria denominada "zona peri-hemorrágicà: Contudo, es-
hematoma na primeira tomografia < 25 cm 3
tudos recentes com ressonância nuclear magnética que
incluíam protocolos de difusão e perfusão não eviden- Glicemia de jejum na admissão > 141 mg/dl 5,69 (1, 15-28,3)
ciaram isquemia e/ou hemorragia na área de penumbra. e PA sistólica > 200 mmHg
Na Tabela 2 encontram-se os principais determinantes
de progressão do hematoma, e dentre eles, os níveis pres-
Hemoglobina glicosilada na admissão > 5,1% 3,40 (0,92-12,6)
sóricos elevados são os mais importantes. A hiperglice- e PA sistólica > 200 mmHg
mia e o uso de varfarina aumentam o risco de expansão
Odds ratia. número de vezes que o risco aumenta.
do hematoma em 1,2 e 6,2 vezes, respectivamente.
Nessa fase, a reposta inflamatória (via humoral e ce-
lular) e a ativação da cascata da coagulação atingem seu apenas ao efeito destrutivo direto e irreversível dos neu-
máximo de atividade. Caso nada seja feito, o paciente rônios durante o sangramento, existe uma morbidade re-
poderá evoluir para o colapso circulatório. lacionada aos efeitos deletérios secundários.
O quadro clínico dependerá da localização do he- Exames de imagem são sempre necessários para di-
matoma, mas em geral o rebaixamento da consciência ferenciar AVCh e AVC isquêmico (AVCi), embora náu-
súbito e progressivo, associado a cefaleia e déficit motor seas, vômitos e alteração do nível de consciência sejam
é a forma de apresentação mais frequente. Em todas as sugestivos de uma hemorragia.
apresentações, 72% dos pacientes com HIP estarão co- A tomografia de crânio (TC) e a ressonância mag-
matosos e 8% em estado de torpor. Na Tabela 3 estão re- nética (RM) são equivalentes para identificar a HIP agu-
sumidos os principais sinais e sintomas associados à apre- da, seu tamanho, localização e sua expansão, sendo a pri-
sentação clínica do AVCh. 25 Em menos de 20% dos casos meira superior em demonstrar hemorragia ventricular.
haverá alterações pupilares e quadros convulsivos na Contudo, a segunda é superior em detectar lesões estru-
apresentação. Na Tabela 4 estão exemplificados os qua- turais subjacentes (tumores, angioma, cavernomas, mal-
dros clínicos associados à localização do hematoma. Ou- formações vasculares etc.) e em delinear edema peri-he-
tras apresentações frequentes são taquicardia, di- matoma e herniação. A TC com contraste pode localizar
sautonomia, hiperventilação, bradicardia, febre central aneurisma ou malformação. A RM (sequência gradien-
e hiperglicemia. te eco) é mais sensível e específica em diferenciar a HIP
A deterioração clínica ocorre em 30 a 50% dos pa- aguda da crônica, embora possua mais limitações. 18,25,29
cientes nas primeiras 24 horas. A expansão do hemato- As indicações de angiografia incluem hemorragia su-
ma geralmente é a principal responsável pela piora neu- baracnóidea, localização não usual da HIP (cisterna silvia-
na, hemorragia ventricular), calcificações anormais e anor- ciar a um maior diâmetro da cavidade residual do hema-
malidades vasculares. Pode-se indicar esse teste quando toma. Uso de antiagregantes plaquetários, anticoagulan-
não houver HAS ou outra causa aparente para o evento. tes e usuários de cocaína têm maiores riscos de desfecho
Não se deve realizar a angiografia em pacientes idosos com desfavorável.
história de HAS e que apresentam uma HIP profunda. Vários escores prognósticos foram desenvolvidos e
Em resumo, a TC é o exame de escolha para o diag- auxiliam na identificação dos pacientes com risco au-
nóstico de AVCh. Contudo, a depender da id.ade, da au- mentado de óbito, mas apenas um escore foi validado no
sência da história de hipertensão, da localização do Brasil. Um único estudo brasileiro validou um escore de
sangramento e de outros dados clínicos, a RM e a angio- AVCh e encontrou que um escore> 2 apresentava sen-
grafia deverão ser solicitadas. 18•25•29 sibilidade e especificidade de 85,7 e 65,2%, respectiva-
A rotina laboratorial nos pacientes com HIP inclui mente, para mortalidade em 30 dias.
hemograma, eletrólitos, ureia, creatinina, glicemia, tem - Outros escores foram desenvolvidos para identificar
po de protrombina, tempo de tromboplastina parcial, os pacientes com maior probabilidade de melhor desfe-
eletrocardiograma e exame radiológico de tórax. Testes cho funcional. O escore de Cheung e Zou5 considera a
toxicológicos e de gravidez poderão ser solicitados, a de- temperatura e a pressão arterial variáveis importantes
pender da história clínica. nessa população. Contudo, a ausência da variável idade
e volume do hematoma são pontos fracos nesse escore.
FATORES PROGNÓSTICOS DO AVCH Outro ponto importante é a análise do desfecho em 90
dias. Entretanto, a natureza retrospectiva, a exclusão dos
Os principais fatores de pior prognóstico estão lista- pacientes que apresentaram hemorragia associada a an-
dos a seguir. 13,25,26,28 ticoagulantes e a necessidade de aplicar um questioná-
rio aos familiares para avaliar o estado cognitivo prévio
• População negra americana em comparação com do paciente dificultam a aplicação dessa escala no dia a
a população branca; dia. A escala de coma de Glasgow, volume do hemato-
• idosos (com mais de 75 anos); ma, hemorragia ventricular e hidrocefalia são variáveis
• pacientes com Glasgow < 11; bem conhecidas e com alto valor preditivo positivo para
• hemorragia intraventricular; mortalidade em 30 dias. 11
• hematomas supratentoriais > 30 cm3 ou hemato-
mas cerebelares > 3 cm3 de diâmetro. Avaliação do volume do hematoma
intracraniano e da hemorragia ventricular
Outros fatores clínicos são associados a um pior prog-
nóstico, como temperatura timpânica > 37,5°, neutrofi- O volume do hematoma encefálico acima de 25 cm3
lia, níveis elevados de fibrinogênio. Matriz metalopro- está associado à expansão dele e à piora do exame neu-
teinase-9 e 3 associa-se a um risco aumentado de morte rológico. Hematomas supratentoriais maiores que 30 cm3
em HIP. Níveis de fibronectina > 6 µg/mL e de interleu- apresentam 6,78 (IC 95%: 1,89-24,35) vezes mais chan-
cina-6 > 24 pg/mL são independentemente associados a ces de piora neurológica, bem como hematomas em fos-
aumento da HIP e piora clínica. Níveis aumentados do sa posterior com diâmetro superior a 3 cm. A medida
fator de necrose tumoral e glutamato parecem se asso- segue as recomendações da Figura 1.3'6 ' 8
AXBXC
2
Figura 1 Medida do volume do hematoma. O observador deve escolher os maiores diâmetros longitudinal e t ransversal (A e B)
em centímetros . Esses diâmet ros devem ser multiplicados ent re si pela variável C. Essa variável representa o número de vezes
que o hematoma aparece em tomograf ia de crânio com cortes de 10 mm. O produto dessa multiplicação deve ser dividido por 2.
2122 Tratado de Neurocirurgia
alvo de PAS de 140 mmHg em uma hora e mantê-lo por Controle da hipertensão intracraniana
no mínimo 24 horas, enquanto 201 pacientes foram ran-
domizados para receber um regime de tratamento da Os pacientes que estão piorando neurologicamente
HAS conforme orientado no último guideline america- ou aqueles que apresentam escala de coma de Glasgow
no de 2007, ou seja, objetivando um alvo de PAS de 180 menor ou igual a 12 são pacientes de risco para hiper-
mmHg. O grupo do tratamento intensivo apresentou tensão intracraniana e, portanto, deveriam receber mo-
uma redução significativa da expansão do hematoma nitorização contínua da pressão intracraniana. O grupo
sem aumento da taxa de complicações neurológicas. O com hemorragia intraventricular e alteração de cons-
risco relativo de expansão significativa do hematoma (;::: ciência (risco de hidrocefalia aguda) poderia também se
33% ou ;::: 12,5 mL) foi 36% menor no grupo de trata- beneficiar do cateter de PIC na posição ventricular. Quan-
mento intensivo que no grupo do guideline (p = 0,05). A do houver dúvida da monitorização da PIC, a medida da
redução do risco absoluto de expansão do hematoma foi bainha do nervo óptico e o comportamento da velocida-
de 8%, o que significa um NNT = 13. Porém, apesar dos de de fluxo no Doppler transcraniano podem ser de gran-
brilhantes resultados, esses não se traduziram em efei- de auxílio para indicar ou refutar o uso da monitoriza-
tos mensuráveis nos desfechos clínicos em 90 dias (mor- ção da PIC.3' 6' 23
te e incapacidade funcional, esta última definida como
uma pontuação na escala modificada de Rankin de 3 a Tratamento e prevenção de crises epilépticas
5). O outro estudo, o ATACH, utilizou infusão intrave-
nosa de nicardipina por 18 a 24 horas para controle pres- As convulsões ocorrem em cerca de 4,2% dos pa-
sórico em três diferentes alvos em pacientes com AVCh cientes com AVCh nos primeiros sete dias e 8,1 % dos
nas primeiras 6 horas do início dos sintomas: PAS entre doentes em até 30 dias após o ictus. Nos pacientes sub-
170 e 200 mmHg (entre 140 e 170 mmHg nos pacientes metidos a monitorização eletroencefalográfica contínua,
que foram tratados com sucesso no primeiro nível e fi- as crises epilépticas não convulsivas podem atingir até
nalmente entre 11 Oe 140 mmHg nos pacientes tratados 25 a 28% dos pacientes com hemorragia intraparenqui-
com sucesso no segundo nível). 1' 2 1 Os resultados do matosa. O risco de crise epiléptica é maior em hemato-
ATACH confirmaram a segurança do controle mais in- mas lobares, corticais, hematoma subdural e hemorragias
tensivo da PA em diferentes populações de pacientes com intraparenquimatosas associadas ao uso de anticoagu-
AVCh. A Tabela 6 traz orientações sobre o tratamento lantes orais. As convulsões estão associadas ao desvio de
daHAS. linha média na tomografia e altos escores na escala do
NIH. Essas variáveis, obviamente, associam-se a um pior Na opinião dos autores do presente capítulo, deve-
prognóstico. Por tudo isso, a monitorização eletroence- -se iniciar a anticoagulação com heparina não fraciona-
falográfica contínua deveria ser rotineira nos pacientes da em infusão contínua com o objetivo de manter a re-
com AVCh e alteração de consciência.7 lação do tempo de tromboplastina parcial entre 1,5 e 2,0.
Não há evidências de que terapia anticonvulsivante Após o 12º e 14º dia do ictus, sugerimos iniciar a admi-
previna o aparecimento de convulsão. Contudo, uma pe- nistração de varfarina se não houver contraindicação.
quena pesquisa sugere que a profilaxia antiepiléptica (Ta-
bela 7) pode prevenir o aparecimento de crise em pa- AVCh associado ao uso de heparina
cientes com hemorragia lobar. A profilaxia com drogas
anticonvulsivantes deve ser suspensa após esse período Nos pacientes anticoagulados com heparina endo-
crítico (sete dias após o início dos sintomas). 3•6•15,23 venosa, a suspensão da droga e a reversão do seu efeito
por meio do uso de protamina são indicados (Protami-
AVCh associado a alterações da hemostasia na* - 1.000 UI/mL- ampola com 5 mL). Para cada 1 mg
de protamina, reverte-se 100 U de heparina. Quando
AVCh associado ao uso de anticoagulante oral apresentações de heparina de baixo peso molecular de-
(varfarina) terminaram a anticoagulação, deve-se utilizar a prota-
mina na forma descrita, complementada pela aplicação
É importante lembrar que o risco de HIP dobra para de uma unidade de plasma fresco congelado a cada 6 a
cada ponto a mais na razão normalização internacional 8 horas. A contagem de plaquetas deve ser mantida aci-
(RNI). RNI > 3 não só está associada a um volumoso he- ma de 100.000 plaquetas/mm3 • O protocolo de uso da
matoma inicial, mas associa-se também a uma maior fre- protamina é descrito a seguir. 3,6 ,23,27
quência de expansão e deterioração neurológica nas pri-
meiras 24 a 48 horas com taxas de mortalidade que podem • Caso a heparina tenha sido parada entre 30 e 60
chegar a 67%. Assim, a melhor estratégia é a reversão minutos, a dose de sulfato de protamina é de 0,375 a 0,5
imediata da anticoagulação descrita na Tabela 8.3,6,23,27 mg para cada 100 unidades de heparina;
Nos pacientes com alto risco de evento tromboem- • caso a heparina tenha sido parada entre 60 e 120
bólico e que estão clinicamente estáveis e com pressão minutos, a dose de sulfato de protamina é de 0,25 a 0,375
arterial controlada, a introdução da anticoagulação pode mg para cada 100 unidades de heparina;
ser considerada entre 7 e 1O dias após a HIP. A taxa de • caso a heparina tenha sido parada por um tempo
eventos tromboembólicos nesse período sem anticoagu- superior a 120 minutos, a dose de sulfato de protamina
lação é de 5%. A taxa de ressangramento após iniciada a deve ser infundida lentamente (5 mg/min) e a dose to-
anticoagulação (7 a 10 dias após o ictus) é de 0,8%. tal não deve exceder 50 mg.
O principal efeito adverso associado à administra- falhou em aumentar a sobrevida e melhorar o desfecho
ção de sulfato de protamina é hipotensão arterial grave funcional, quando comparada com placebo. Portanto, o
e reações alérgicas. Portanto, sua infusão deve ser lenta. uso do FVIIr em HIP não está liberado para uso clínico.
O fator VII recombinante está liberado para tratar san-
AVCh associado ao uso de antiagregante gramento em pacientes com hemofilia e que apresentam
plaquetário anticorpos contra o fator VIII ou IX. Os dados clínicos su-
gerem que o uso da medicação nessa condição não aumen-
As doenças cardiovasculares (doença cardíaca isquê- te o risco de coagulopatia. Em pacientes com hemofilia, a
mica e acidente vascular encefálico isquêmico) apresen- dose recomendada é de 90 µg/kg, por via endovenosa, a
tam alta prevalência nos dias de hoje. O ácido acetilsalicí- cada 3 horas. A meia-vida do FVIIr é de 2,6 horas.3•17
lico (AAS) é associado a um risco absoluto elevado de HIP
(12 eventos para cada 10.000 pessoas). Esse risco aumen- CUIDADOS CLÍNICOS GERAIS3
ta ainda mais em idosos e hipertensos não tratados. A com-
binação de AAS e clopidogrel aumenta ainda mais o ris- Pacientes com redução da consciência (Glasgow< 9)
co de AVCh. Alguns autores acreditam que a combinação requerem suporte ventilatório, cardiovascular e monito-
de AAS e clopidogrel apresenta um risco de HIP seme- rização da pressão intracraniana. Entretanto, pacientes
lhante ao uso de anticoagulante oral. Os antiagregantes acordados devem ser mantidos em terapia intensiva, pois
também são fator de risco para expansão do hematoma. o risco de deterioração neurológica é elevado nas primei-
Não há dados que suportem ou não a transfusão de ras 24 horas.
plaquetas em pacientes que apresentaram AVCh associa- As principais complicações clínicas que acometem
do ao uso de antiagregante plaquetário.2 Em nossa opinião, esses pacientes são pneumonia, lesão pulmonar neuro-
esses pacientes deveriam receber uma unidade de plaque- gênica, hiperglicemia e febre. Essas complicações aumen-
tas por aférese ou uma unidade para cada 1Okg de peso de tam o tempo de internação hospitalar e em UTI, além de
plaquetas randômicas. Esse tratamento deveria ser admi- piorar o resultado funcional. Há evidências de que o tra-
nistrado o mais próximo possível do ictus e repetido após tamento desses pacientes em unidades neurológicas sob
24 horas. O racional fisiopatológico é melhorar a agrega- supervisão de um neurointensivista melhora o resulta-
bilidade plaquetária e prevenir a expansão do hematoma, do funcional e a mortalidade.
além de possivelmente evitar a deterioração neurológica. A doença tromboembólica venosa (DTV) aparece
entre o 7° e 11 º dia após o ictus. A incidência varia de 1,3
AVCh associado ao uso de fibrinolítico a 2,1 %. Estudos de ressonância ou de fibrinogênio mar-
cado relataram a incidência de trombose venosa profun-
Os trombolíticos são drogas associadas a taxas au- da de 1O a 50% em pacientes com AVC agudo com he-
mentadas de HIP. Os pacientes com AVCi agudo que são miplegia. A profilaxia para DTV é fundamental e deve
tratados com rTPa por via endovenosa apresentam uma ser iniciada com meia elástica e compressão pneumáti-
taxa de hemorragia intracraniana sintomática entre 3 e ca intermitente em todos os pacientes na admissão. O
9%. Nos casos em que a droga for administrada por via uso de heparina de baixo peso molecular ou heparina
intra-arterial e endovenosa, as taxas são de 6%. Os fibri- não fracionada deve ser realizado após 48 a 72 horas do
nolíticos administrados em outras condições clínicas ictus, principalmente em pacientes hemiplégicos. Os pa-
apresentam taxas de HIP entre 0,5 e 0,6%. A presença de cientes com HIP e que desenvolvem trombose venosa
HIP associada ao uso de fibrinolíticos associa-se a taxas profunda devem receber filtro de veia cava.
de mortalidade em 30 dias de 60%. 16 O uso de corticosteroide não reduz a mortalidade
ou as sequelas em até um mês após a randomização com
Uso do fator VII recombinante (VFIIr) nos efeitos adversos importantes, logo, não é recomendado.
pacientes com AVCh sem coagulopatia adquirida
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Conforme já discutido, a expansão do hematoma está
associada à deterioração neurológica e piora do resultado O tratamento cirúrgico do AVCh é sempre conside-
funcional. Portanto, é fundamental que se reduza a expan- rado, apesar de haver poucas evidências para sua aplica-
são do hematoma. Dois estudos prospectivos e controla- ção.19 Isso decorre principalmente da dificuldade de rea-
dos, que utilizaram FVIIr com esse objetivo, demonstra- lizar esse tipo de estudo, porém há espaço para cirurgia.
ram que a administração da medicação em até 3 horas A Tabela 9 exemplifica tópicos que podem ajudar a in-
desde o icto foi capaz de prevenir a expansão da HIP, mas dicar ou não operações em HIP. 3
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