Vigilancia em Saude Unidade III Aluno
Vigilancia em Saude Unidade III Aluno
Vigilancia em Saude Unidade III Aluno
GUIA CURRICULAR
CURSO TÉCNICO EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE
MÓDULO I
MANUAL DO ALUNO
Autor (conteudista)
Milton Cosme Ribeiro
Colaboradora
Vanessa Alves Ferreira
Revisora Técnica
Beatriz Oliveira Carvalho
Diagramação
ESP-MG/ ASCOM
SUMÁRIO
ATIVIDADE 1
CRIAÇÃO DE UM MURAL SOBRE
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Objetivo
Material
ATIVIDADE 2
A VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO CONTEXTO DO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
Objetivo
• Compreender como a Vigilância em Saúde se insere no Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro.
Materiais
TEXTO DE APOIO
A VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO CONTEXTO DO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Nesta época, a assistência à saúde além de não ser Nesta ótica, conseguimos avançar no controle de
acessível a toda a população, priorizava ações diversas endemias e melhorar o acesso a saúde
médico- hospitalares e serviços de apoio para todos os cidadãos, independente de extrato
diagnóstico de alto custo, no qual a figura do social, condição econômica, étnica e religiosa.
médico e o tratamento medicamentoso eram vistos Apesar dos percalços e entraves que o SUS ainda
como principais soluções para os problemas de precisa superar, a garantia dos princípios de
saúde. A promulgação da Constituição de 1988 e a universalidade, integralidade, descentralização e
criação do SUS pela Lei Nº. 8.080/90, foram marcos participação social, são as maiores conquistas desse
importantes, pois tornaram a saúde um direito sistema.
social. Além disso,possibilitaram a implantação do
modelo de atenção à saúde que prevê, Vale ressaltar que, o processo de descentralização
prioritariamente, ações de promoção e de proteção das ações de saúde para estados e municípios não
à saúde como forma de prevenir, controlar e ocorreu de modo uniforme, pois as ações de
eliminar as doenças e agravos, até então prevalentes assistência à saúde individual foram priorizadas,
na população brasileira, este ficou conhecido como enquanto àquelas de natureza coletiva, incluindo a
modelo assistencial sanitarista. vigilância e o controle das doenças, permaneceram
organizadas ainda de
¹
Especialista em Políticas e Gestão da Saúde - Núcleo de Vigilância Sanitária/Superintendência Regional de Saúde de Diamantina/Secretaria de Estado da
Saúde de Minas Gerais – Mestre em Ciência dos Alimentos, Nutricionista.
Médico-assistencial
Modelo Sanitarista Vigilância em Saúde
Privatista
Médico
(paramédicos)
ATIVIDADE 3
BASES TEÓRICAS E
CONCEITUAIS DA
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Objetivo
• Conhecer as bases teóricas e conceituais que originou o modelo de atenção em Vigilância em Saúde.
Materiais
• Quadro, pincel e data show.
• Texto de apoio: Bases teóricas e conceituais da Vigilância em Saúde.
TEXTO DE APOIO
BASES TEÓRICAS E
CONCEITUAIS DA
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Agora que você já possui conhecimento do distribuição das doenças por meio da consolidação
processo saúde-doença apresentado na primeira e avaliação dos registros de adoecimentos e de
unidade do curso, ficará muito mais fácil entender mortalidade, fornecendo informações
a origem da expressão “Vigilância em Saúde”. imprescindíveis para o controle de algumas
endemias. Entretanto, foi somente por volta da
De acordo com os estudos de Waldman (1998) década de 70 que a vigilância foi reconhecida como
apud Arreaza e Moraes (2010), no campo da saúde uma área da epidemiologia ligada ao controle de
pública o conceito de vigilância surgiu no final do doenças transmissíveis, diferenciando assim do
século XIX com o desenvolvimento da microbiologia e conceito de vigilância sanitária, pois esta passou a
de saberes sobre a transmissão de doenças infecciosas, ser mais restrita ao conjunto de ações de
processando dados para subsidiar o emprego de fiscalização em portos e fronteiras e controle
medidas oportunas às pessoas observadas como uma sanitário de produtos e serviços de interesse da
alternativa à prática restritiva da quarentena. Esse saúde.
conceito envolvia a manutenção do alerta responsável
e a observação dos contatos de pacientes das Mais recentemente, surgiu o termo vigilância em
pestilências; seu propósito fundamental era detectar saúde. Este termo passou a abranger vigilância
doentes já em seus primeiros sintomas de forma a controle de riscos, danos e agravos, por meio do
permitir o isolamento imediato. Emnosso país, estudo de seus determinantes biológicos, sociais e
ostermos inicialmente utilizados com esse significado culturais. Desta forma, a vigilância epidemiológica
foram vigilância médica e, posteriormente, sanitária; passou a compor uma das áreas de vigilância em
esta, a sua vez, constituía em vigiar os comunicantes saúde, assim como temos atualmente a vigilância
durante o período de incubação da enfermidade a em saúde ambiental, a vigilância da situação de
partir da data do último contato com um doente oudo saúde, a vigilância em saúde do trabalhador e a
momento em queocomunicante abandonou o local em vigilância sanitária. Conhecendo este escopo, está em
que se encontrava a fonte de infecção. curso um processo de integração das diferentes
áreas de vigilância em saúde com vistas a intervir
A partir dos anos 50, período em que foi criado o nas práticas coletivas e individuais com foco nas
Ministério da Saúde, este conceito passa a ter um ações de proteção e promoção a saúde.
caráter mais abrangente, pois a este se incluem
atividades de avaliação da ocorrência de doenças A atuação da vigilância em saúde é focada nas
e registro de dados, se tornando uma ferramenta políticas saudáveis e nas ações intersetoriais como
importante no levantamento da incidência e forma de atingir a integralidade em todos os níveis
de atenção à saúde (Figura 2).
²Especialista em Políticas e Gestão da Saúde - Núcleo de Vigilância Sanitária/Superintendência Regional de Saúde de Diamantina/Secretaria de Estado da
Saúde de Minas Gerais – Mestre em Ciência dos Alimentos, Nutricionista.
³Professora do Departamento de Nutrição – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM – Doutoranda em Saúde Pública, Nutricionista.
O SUS E A VIGILÂNCIA EM SAÚDE | 7
Curso técnico de Vigilância em Saúde
Fonte: ARREAZA, A. L. V.; MORAES, 2010 (Adaptado de TEIXEIRA, PAIM e VILASBÔAS, 1998).
Este
Deconceito
acordo comampliado de vigilância
as Diretrizes em saúde
Nacionais tem III
de Vigilância em Saúde (2010) a vigilância
– monitoramento e avaliaçãoem saúde tem por
integrada;
o intuito de fazer com que as ações desta área
objetivo a observação e análise permanentes da situação de saúde da população, articulando-se em
sejam inseridas, de
um conjunto gradualmente, em todos
ações destinadas os níveis
a controlar determinantes, riscos e danos
IV – reestruturação à saúde de
dos processos de populações
trabalho com
deque
aten- ção, em especial na atenção primária
vivem em determinados territórios, garantindo-seà a autilização
integralidade da atenção, oe que
de dispositivos inclui tanto que
metodologias a
saúde. A partir
abordagem desta nova
individual comoproposta as problemas
coletiva dos equipes de saúde.çam a integração da vigilância, prevenção,
favore-
desenvolveram habi- lidades de programação, proteção, promoção e atenção à saúde, tais como
planejamento e execução de ações de saúde, linhas de cuidado, clinica ampliada, apoio matricial,
favorecendo o acesso da população aos serviços de projetos terapêuticos e protocolos, entre outros;
saúde.
V – educação permanente dos profissionais de
A integração entre a Vigilância em Saúde e a saúde, com abordagem integrada nos eixos da
Atenção Primária à Saúde é condição obrigatória clínica, vigi- lância, promoção e gestão (Brasil,
para a cons- trução da integralidade na atenção e 2010).
para o alcance dos resultados, com desenvolvimento
de um processo de trabalho condizente com a A vigilância da saúde tem no princípio de
realidade local, que preserve as especificidades dos territorialida- de sua principal premissa. O trabalho
setores e compartilhe suas tecnologias, tendo por em saúde deve estar imerso no contexto territorial.
diretrizes: Assim consegue-se definir problemas, e um conjunto
de prioridades, bem como obter os recursos para
I – compatibilização dos territórios de atuação das atender às necessidades de saúde da comunidade
equipes, com a gradativa inserção das ações de considerando cada situação específica. O indivíduo é
vigi- lância em saúde nas práticas das Equipes da o objetivo final da vigilância da saúde, mas deve ser
Saúde da Família; considerado parte da família, da comunidade, do
sistema social e do ambiente. Qualquer ação de
II – planejamento e programação integrados das saúde que se pretenda realizar deverá incidir sobre
ações este conjunto (Campos, 2003).
individuais e coletivas;
Segundo Campos (2003), o território é entendido como o espaço onde vivem grupos sociais, suas
relações e condições de subsistência, de trabalho, de renda, de habitação, de acesso à educação e o
seu saber preexistente, como parte do meio ambiente, possuidor de uma cultura, de concepções
sobre saúde e doença, de família, de sociedade, etc.
Segundo Teixeira, Paim e Vilasbôas (1998), adotar saúde local, implica tanto em avançar no processo
a concepção ampliada de vigilância em saúde, de descentralização da gestão da saúde nos
visando à transformação do modelo de atenção à territórios municipais, como investir na
articulação intra-
setorial, na reorganização da atenção básica e no sileira, mas sim de uma área que passou por
fortalecimento do controle social sobre a gestão grandes transformações ao longo dos anos. Todas
dos serviços de saúde do SUS. essas trans- formações estão contribuindo para a
reorientação das práticas de trabalho e para um
Assim, podemos concluir que a vigilância em saúde olhar diferenciado sobre os condicionantes e
não se trata de um termo novo na saúde pública determinantes em saúde na busca pela
bra- integralidade da atenção.
A integralidade trata-se de um princípio consagrado pela Constituição de 1988, que a definiu como: atendi-
mento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais
(Brasil, 1988). De acordo com Campos (2003) a integralidade é um dos pilares que sustentam a criação do
SUS, pois a esse conceito é atribuído um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de
complexidade do sistema. No nível primário são utilizadas intervenções com enfoque preventivo,
comunitário e coletivo, destinadas a atender aos problemas mais comuns da população, enquanto os
níveis secundário e terciário são mais específicos ou parcelados/especializados, e usam
Referências Bibliográficas
LEITURA COMPLEMENTAR
VIGILÂNCIA EM SAÚDE 4
Aspectos históricos
A expressão vigilância em saúde remete, O isolamento é uma das práticas mais antigas de
inicialmente, à palavra vigiar. Sua origem - do latim intervenção social relativa à saúde dos homens
vigilare - sig- nifica, de acordo com o Dicionário (Rosen, 1994; Scliar, 2002; Brasil, 2005). No final
Aurélio, observar atentamente, estar a atento a, da Idade Média, o modelo médico e político de
atentar em, estar de sentinela, procurar, campear, intervenção que surgia para a organização sanitá-
cuidar, precaverse, acautelar-se. ria das cidades deslocava-se do isolamento para a
quarentena. Três experiências iniciadas no século
No campo da saúde, a vigilância está XVIII, na Europa, irão constituir os elementos cen-
historicamente relacionada aos conceitos de saúde trais das atuais práticas da vigilância em saúde:
e doença pre- sentes em cada época e lugar, às a medicina de estado, na Alemanha; a medicina
práticas de atenção aos doentes e aos mecanismos urbana, na França; e a medicina social, na Inglaterra
adotados para tentar impedir a disseminação das (Foucault, 1982).
doenças.
4
Monken, M.; Batistella, C. Vigilância em Saúde. In: Pereira, I. B.; Lima, J. C. F. Dicionário da educação profissional em saúde. 2.ed. rev. ampl. - Rio de
Janeiro: EPSJV, 2008.
O SUS E A VIGILÂNCIA EM SAÚDE | 9
Curso técnico de Vigilância em Saúde
O desenvolvimento das investigações no campo das ser pensada e discutida, a partir da década de 1990,
doenças infecciosas e o advento da bacteriologia, especialmente com o advento do Projeto de Estru-
em meados do século XIX, resultaram no turação do Sistema Nacional de Vigilância em
aparecimento de novas e mais eficazes medidas de Saúde
controle, en- tre elas a vacinação, iniciando uma - VIGISUS (Brasil, 1998; EPSJV, 2002).
nova prática de controle das doenças, com
repercussões na forma de organização de serviços O Debate Atual
e ações em saúde coleti- va (Brasil, 2005). Surge,
então, em saúde pública, o conceito de vigilância, As discussões que se intensificaram a partir da
definido pela específica, mas limitada, função de década de 1990 em torno da reorganização do
observar contatos de pacientes atingidos pelas sistema de vigilância epidemiológica, tornando
denominadas doenças pestilenciais. (Waldman, possível conceber a proposta de ação baseada na
1998). vigilância da saúde, continham pelo menos três
elementos que deveriam estar integrados: 1) a
A partir da década de 1950, o conceito de vigilância vigilância de efeitos sobre a saú- de, como agravos e
é modificado, deixando de ser aplicado no sentido doenças, tarefa tradicionalmente realizada pela
da “observação sistemática de contatos de Doentes”, vigilância epidemiológica; 2) a vigilância de perigos,
para ter significado mais amplo, o de como agentes químicos, físicos e biológi- cos que
“acompanhamento sistemático de eventos possam ocasionar doenças e agravos, tarefa
adversos à saúde na comuni- dade”, com o tradicionalmente realizada pela vigilância sanitária;
propósito de aprimorar as medidas de controle 3) a vigilância de exposições, através do
(Waldman, 1998). monitoramento da exposição de indivíduos ou
grupos populacionais a um agente ambiental ou
Em 1963, Alexander Langmuir, conceituou seus efeitos clinicamente ainda não aparentes
vigilância em saúde como a “observação contínua (subclínicos ou pré-clínicos), este último se coloca
da distribui- ção e tendências da incidência de como o principal desafio para a es- truturação da
doenças median- te a coleta sistemática, vigilância ambiental (Freitas & Freitas, 2005; EPSJV,
consolidação e avaliação de informes de morbidade 2002).
e mortalidade, assim como de outros dados
relevantes, e a regular dissemina- ção dessas No Brasil, o processo de implantação dos distritos
informações a todos os que necessitam conhecê- sa- nitários buscava organizar os esforços para
la” (Brasil, 2005). redefinir as práticas de saúde, tentando articular a
epidemiologia, o planejamento e a organização dos
Esta noção de vigilância, ainda presente nos dias serviços (Teixei- ra, 2000). Naquele momento, a
atu- ais, baseada na produção, análise e preocupação incidia sobre a possibilidade de
disseminação de informações em saúde, restringe-se reorganizar a prestação dos serviços, buscando a
ao assessoramen- to das autoridades sanitárias integração das diferentes lógicas existentes: a
quanto à necessidade de medidas de controle, atenção à demanda espontânea, os pro- gramas
deixando a decisão e a ope- racionalização dessas especiais e a oferta organizada dos serviços, com
medidas a cargo das próprias autoridades sanitárias base na identificação das necessidades de saúde da
(Waldman, 1998). população.
Em 1964, Karel Raska, propõe o qualificativo “epi- A excessiva fragmentação observada na institucio-
demiológica” ao conceito de “vigilância” designa- nalização das ações de vigilância. (epidemiológica,
ção consagrada no ano seguinte com a criação da sanitária e ambiental) também é criticada no
Unidade de Vigilância Epidemiológica da Divisão de âmbito de sua construção conceitual.
Doenças Transmissíveis da Organização Mundial da
Saúde (OMS). Em 1968, a 21ª Assembléia Mundial Três vertentes apontam diferentes concepções em
da Saúde promove ampla discussão sobre a torno da noção de vigilância em saúde: uma
aplicação da vigilância no campo da saúde pública, primeira, que a entende como sinônimo de análise
que resulta em uma visão mais abrangente desse
instrumento, com recomendação de sua utilização de situações de saúde., embora amplie o objeto da
não só em doenças transmissíveis, mas também em vigilância epidemiológica, abarcando não só as
outros eventos ad- versos à saúde (Waldman, doen- ças transmissíveis, não incorpora as ações
1998). voltadas ao enfrentamento dos problemas. A
segunda vertente concebe a vigilância em saúde
Um dos principais fatores que propiciaram a disse- como integração insti- tucional entre a vigilância
minação da vigilância como instrumento em todo o epidemiológica e a vigilância sanitária, resultando
mundo foi a campanha de erradicação da varíola., em reformas administrativas e, em alguns casos, no
nas décadas de 1960 e 1970. Neste período, no fortalecimento das ações de vi- gilância sanitária e
Bra- sil, a organização do Sistema Nacional de na articulação com os centros de saúde. Por fim, a
Vigilância Epidemiológica (1975), se dá através da terceira noção concebe a vigilância em saúde como
instituição do Sistema de Notificação Compulsória uma proposta de redefinição das prá- ticas
de Doenças. Em 1976, é criada a Secretaria sanitárias, organizando processos de trabalho em
Nacional de Vigilância Sanitária. No caso da saúde sob a forma de operações para enfrentar
vigilância ambiental, começou a
10 O SUS E A VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Curso técnico de Vigilância em Saúde
integralidade.
problemas que requerem atenção e
acompanhamento contínuos. Estas operações
devem se dar em territó- rios delimitados, nos
diferentes períodos do processo saúde-doença,
requerendo a combinação de diferen- tes
tecnologias (Teixeira, Paim & Vilasboas, 1998).
Nesta última concepção são revistos os sujeitos, os
objetos, meios de trabalho e as formas de
organização dos processos de trabalho envolvidos.
ATIVIDADE 4
QUAIS SÃO AS ÁREAS OU COMPONENTES
DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE?
Objetivo
Materiais
• Nenhum.
5
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes Nacionais da Vigilância em
Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 108 p. : – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006; v. 13).
Disponível em < http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/volume13.pdf> Acesso em: 07/12/12.
A promoção da saúde objetiva a promover a qualidade de vida, empoderando a população para reduzir
a vulnerabilidade e os riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de
viver, condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura e acesso a bens e serviços
essenciais. As ações específicas são voltadas para: alimentação saudável, prática corporal/atividade
física, prevenção e controle do tabagismo, redução da morbimortalidade em decorrência do uso de
álcool e outras drogas, redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito, prevenção da violência
e estímulo à cultura da paz, além da promoção do desenvolvimento sustentável.
Fonte: Brasil (2010).
ATIVIDADE 5
TRABALHANDO AS ÁREAS DE
VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Objetivo
• Trabalhar as ações de cada área de vigilância em saúde e as formas de articulação entre uma área e outra.
Materiais
• Papel Kraft, pincel atômico e fita adesiva.
ATIVIDADE 6
A POLÍTICA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Objetivo
• Aprofundar os conhecimentos sobre os conceitos e elementos da Política de Vigilância em Saúde.
Materiais
• Computador e data show.
• Vídeo-aula sobre Política de Vigilância em Saúde (Minas Gerais, 2012).6
ATIVIDADE 7
ESTUDO DIRIGIDO
Tempo estimado: 1 hora e 30 minutos
Objetivo
• Promover por meio de exercícios, a reflexão sobre os conteúdos por hora apresentados nesta unidade.
Materiais
MINAS GERAIS. Escola de Saúde Pública. Secretaria de Vigilância e Proteção à Saúde SES-MG. Vídeo-aula do Curso de Atualização Profissional de
6
Vigilância
em Saúde: Caderno 1: políticas de saúde (Unidade 2: Vigilância em Saúde – Aspectos Históricos, Conceituais e Organizacionais). Belo Horizonte: ESP-MG, 2012.
Organizadora: Gracia Gondin.44min.
ATIVIDADE 8
AVANÇOS E DESAFIOS DO SISTEMA DE SAÚDE
BRASILEIRO
Tempo estimado: 1 hora e 30 minutos
Objetivo
Materiais
• Data show.
• Sugestão de leitura: O Sistema de Saúde brasileiro: história, avanços e desafios. 7
ATIVIDADE 9
ESTUDO DE CASOS: DIFERENTES REALIDADES
Objetivo
• Compreender a importância do planejamento e execução das ações de vigilância em saúde na esfera
municipal.
Materiais
O município de Araras possui uma população de, a cobertura dos PSF alcança 75% da população,
aproximadamente, 18 mil habitantes e está oferecendo os seguintes serviços básicos de saúde:
localizado na região Sul do Estado, há 222 km da consultas médicas, consultas de enfermagem,
capital de Minas Gerais. A cidade, que possui grupo operativo de hipertensos e diabéti cos,
economia, predominantemente agropecuária, vacinação e atendimento a gestante e ao recém-
distancia-se 40 km da cidade de Estância do Sul, nascido e puericultura. Uma das equipes de PSF
esta é considerada um pólo econômico para região encontra-se, temporariamente, sem enfermeiro
possui uma população residente de cerca de 200 mil e o médico não participa das ações de promoção
habitantes. devido ao grande número de atendimentos diários
e por trabalhar apenas 20 horas na unidade, já que
Araras possui um Hospital Municipal e 2 Unidades também atende em seu consultório.
de Básicas de Saúde com Programas de Saúde da
Família (PSF) recém reformadas e ampliadas com As ações de prevenção em saúde são realizadas
recurso do Estado. A Secretaria Municipal de Saúde pela equipe de zoonoses, composta por 8
(SMS) do município conta com um setor de profissionais de nível médio, que fazem visitas
controle de Zoonoses e um de Vigilância Sanitária domiciliares no intuito de combater os vetores de
(VISA). doenças infecciosas e, pela VISA, que conta com
apenas 1 fiscal sanitário de nível médio, que
O hospital de Araras possui 15 leitos e uma taxa percorre os estabelecimentos da área urbana da
de ocupação de 33%, sendo que a maior parte cidade, realizando inspeção sanitária e eliminando,
das internações decorre de condições sensíveis assim, diversos riscos na comercialização de produtos
à atenção ambulatorial. Em se tratando das UBS, à
7
PAIM J.; TRAVASSOS, C.; ALMEIDA, C.; BAHIA, L.; MACINKO, J.. O Sistema de Saúde brasileiro: história, avanços e desafios (Séries: Saúde no Brasil). The
Lancet, Londres, p. 11-31, maio, 2011. Disponível em: < http://download.thelancet.com/flatcontentassets/pdfs/brazil/brazilpor1.pdf>Acesso em: 14 dez 2012.
população. A coordenação desses serviços era do ocorrido e tratou de solicitar a compra de novos
realizada por uma enfermeira de uma UBS. medicamentos e ampliar o número de profissionais
no plantão do hospital. Controlado o surto, chegou-
Por falta, principalmente de veículos, os se ao seguinte balanço: 79 casos de intoxicação, 18
profissionais de Zoonoses e de VISA não conseguem internações, 2 mortes por gastroenterite e 42 mil
realizar suas ações na área rural. No período em reais em gastos com a assistência aos enfermos.
que não estão em campo, estes profissionais ainda
são aproveitados para realizarem a digitação de Passados alguns dias, o motivo do surto alimentar
dados nos programas de saúde (SISVAN, o PCFAD, o ainda encontra-se desconhecido, pois os técnicos
SIA-SUS, entre outros). Os mesmos ocupam uma da saúde relataram não conhecer os
sala na Secretaria de Saúde com apenas um procedimentos de investigação e não terem tempo
computador, o qual é utilizado para alimentar os para investigar. Além disso, muitos comentaram
sistemas de informação. Cabe mencionar que que não sabiam de quem era a responsabilidade
município ainda não implantou nenhuma ação de para fazer a investigação, pois nunca foram
saúde do trabalhador. orientados.
Localizado a 155 km da capital de Minas Gerais, o vigilância em saúde e assistência à saúde, definindo
município de Boa Esperança está entre os municí- prioridades, competências, prazos e aplicação de
pios da região Oeste do Estado com uma população re- cursos orçamentários.
inferior a 20 mil habitantes. A economia da cidade
é aquecida pelo comércio e pela agropecuária. O As equipes de saúde procuram seguir o cronograma
mu- nicípio de grande porte mais próximo é a de atividades proposto no planejamento, bem
cidade de Resplendor, que tem 180 mil habitantes como o atendimento as novas demandas. Para
e está a 60 km de Boa esperança. permitir o monitoramento e avaliação das ações, o
coordenador da atenção primária se reúne,
A estrutura da saúde do município de Boa quinzenalmente, com o coordenador de vigilância
esperança conta com um Centro de Saúde, 3 em saúde. Estes por sua vez, ficam responsáveis por
Unidades de Básicas de Saúde com Programas de discutir com as suas equipes a tomada de ação a
Saúde da Família (PSF) e Programa de Agente cada mês.
Comunitários de Saúde (PACS), todas bem
estruturadas e equipadas para o atendi- mento As ações de promoção e prevenção em saúde são
primário à população. O serviço de vigilância em realiza- das tanto pela atenção primária, quanto de
saúde possui referências nas seguintes áreas: vi- vigilância em saúde, ambas possuem um quadro de
gilância epidemiológica, vigilância sanitária, vigilância técnicos satisfató- rios, com profissionais de nível
em saúde do trabalhador, vigilância ambiental, vigi- médio, técnico e superior. Os serviços são bem
lância da situação de saúde, incluindo uma estruturados e os profissionais pos- suem os
referência para as ações de promoção à saúde. equipamentos de trabalho necessários.
A cobertura das equipes de PSF alcança 100% da Ao fazer um balanço dos gastos da prefeitura nos
po- pulação, oferecendo diversos serviços nos dois primeiros anos de mandato, o contador
campos da prevenção, promoção e recuperação da apresentou a aplicação do recurso da saúde no
saúde, tais como: atenção a saúde da gestante e do município, onde 30% foi gasto na folha de
recém-nasci- do, puericultura, tratamento pagamento dos funcioná- rios, 25% no consumido
odontológico, atendimen- to ginecológico, grupos nos gastos na atenção pri- mária, 22% aplicado no
operativos, exames preventivos do câncer de mama, atendimento ambulatorial, 8% do recurso foi
atividade física para idosos, hi- pertensos e utilizado em consultas e exames especializados e o
diabéticos, atendimento clínico, atividades educativas restante gasto com transporte de pacientes e
no controle do tabagismo, da prevenção da encargos administrativos. O plano que previa o uso
tuberculose e das doenças sexualmente do recurso foi devidamente aprovado pelo
transmissíveis, vacinação, entre outros programas e Conselho Municipal de Saúde, que se reúne or-
atividades. Todos os profissionais das Unidades, dinariamente a cada mês e está sempre atento ao
incluindo os agentes comunitários de saúde, são devido uso do recurso da saúde.
muito bem capacitados para atuar junto à
população, identificando riscos e informando a A relação da equipe de saúde de Boa esperança é
população sobre as formas de prevenção e controle tão estreita que sempre que ocorrem agravos em
das doenças. saúde, um setor comunica aos demais para agir de
prontidão. Exemplo disso foi o último surto de
Devido a pouca capacidade resolutiva do município H1N1 ocorrido no município na última festa do
para as ações de alta complexidade, o mesmo padroeiro da cidade há dois anos, quando 12
optou por referenciar os pacientes graves para o pessoas foram atendidas na Unidade Básica de
município de Resplendor que conta com uma Saúde com sintomas da gripe. Imediatamente, o
assistência hospita- lar e diagnóstica melhor para enfermeiro tratou dos doentes de acordo com o
atender aos municípios de menor porte, conforme procedimento preconizado e informou ao serviço
pactuado nas Comissão de Intergestores Regional de vigilância epidemiológica e a sanitária, que
(CIR). O transporte dos pacien- tes é realizado pelo fizeram a investigação imedia- ta, notificaram os
Consórcio Municipal de Saúde. O consórcio casos e concluíram que o surto teve como foco um
também oferece aos municípios apoio as ações de viajante que estava no even- to. A equipe
vigilância em saúde por meio de uma equipe divulgou o ocorrido e conseguiu fazer com que
multiprofissional recém contratada. grande parte dos sintomáticos procurasse
tratamento nas Unidades ou no Centro de saúde.
Há dois anos a equipe de vigilância em saúde vem As medidas preventivas também foram divulgadas
realizando a análise de situação de saúde e utiliza possibilitando o controle da transmissão em curto
deste instrumento para indicar ao gestor as prazo. Ao final o saldo revelou apenas 3 interna-
necessi- dades de intervenção na área de saúde. ções e nenhum óbitos, gerando poucos gastos na
Diante dessas informações e sendo conhecedor dos assistência. A partir deste fato, todos os meses que
recursos que a vigilância recebe das esferas Federal antecedem as principais festas da cidade a equipe
e Estadual, o gestor elabora o plano anual de distribui cartilhas e faz informes no rádio de como
saúde e realiza o planejamento junto às equipes de prevenir a gripe H1N1.
atenção primária,
16 O SUS E A VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Curso técnico de Vigilância em Saúde
LEITURA COMPLEMENTAR
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
E ADMINISTRAÇÃO
MUNICIPAL 8
8
SALDANHA, G. S.; PEIXOTO, F. B.; ESTRADA, R. J. S. Planejamento estratégico na gestão pública municipal. In: SLADE BRASIL/2006. Encontro Luso
Brasileiro de estratégia. Estratégia para o desenvolvimento sustentável das organizações. UNIVALI – Balneário Camboriú - SC, 03 e 04 de Nov. 2006.
Disponível em: < http://www.ead.fea.usp.br/eadonline/grupodepesquisa/publica%C3%A7%C3%B5es/rolando/46.htm>. Acesso em 27/12/2012.
O SUS E A VIGILÂNCIA EM SAÚDE | 17
Curso técnico de Vigilância em Saúde
ATIVIDADE 10
GESTÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Objetivo
Materiais
• Quadro, pincel e data show.
• Sugestão de leitura: Manual de gestão da vigilância em saúde 9
ATIVIDADE 11
NOVAS TENDÊNCIAS DO SISTEMA DE SAÚDE: AS
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
Objetivo
• Compreender os motivos que levaram a criação dos modelos integrados no sistema de saúde e o
funcionamento das redes de atenção à saúde no SUS.
Materiais
• Quadro, pincel e data show.
• Texto de Apoio: Sistema de atenção à saúde: a atenção fragmentada e as redes de atenção á saúde.
TEXTO DE APOIO
SISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE: A ATENÇÃO
FRAGMENTADA E AS REDES DE ATENÇÃO Á SAÚDE
9
Manual de gestão da vigilância em saúdeMinistério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Diretoria de Apoio à Gestão em Vigilância em Saúde.–
Bra- sília: Ministério da Saúde, 2009. 80 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/cartilha_de_ges-
tao_web.pdf> Acesso em: 28/12/2012.
10
Especialista em Políticas e Gestão da Saúde - Núcleo de Vigilância Sanitária/Superintendência Regional de Saúde de Diamantina/Secretaria de Estado da
Saúde de Minas Gerais – Mestre em Ciência dos Alimentos, Nutricionista.
de prestar uma atenção contínua à população. Em As condições agudas, em geral, são manifestações
geral, não há uma população adscrita de respon- que apresentam um curso curto, inferior a três
sabilização. Neles, a atenção primária à saúde não meses de duração, e tendem a se autolimitar. A
se comunica fluidamente com a atenção secun- título de exemplo temos as doenças transmissíveis
dária à saúde e, esses dois níveis, também não se tais como a dengue, a gripe e outras doenças
articulam com a atenção terciária à saúde, nem infecciosas. Já as condições crônicas, ao contrário
com os sistemas de apoio, nem com os sistemas das agudas, são manifestações com período de
logísticos. Diferentemente, os sistemas integrados duração mais o menos longo, e nos casos de
de atenção à saúde, são aqueles organizados por algumas doenças crônicas como diabetes, doenças
meio de um conjunto coordenado de pontos de cardiovasculares, câncer, doença respiratória
atenção à saúde para prestar uma assistência con- crônica, doença mental, doença respiratória
tínua e integral a uma população definida. Essas crônica, entre outras, tendem a apresentar-se de
duas maneiras de se analisarem os sistemas de forma definitiva e permanente (VON KORFF et. al.,
atenção à saúde não aparecem, na prática social, 1997). Ressalta-se que, muitas condições agudas
de forma independentemente; ao contrário, os podem evoluir para condições crônicas e muitas
sistemas fragmentados tendem a se voltar para a condições crônicas podem apresentar
atenção principal às condições agudas, enquanto períodos de agudizações, que são manifestações
os sistemas integrados tendem a atuar, equilibra- comuns a eventos agudos.
damente, sobre as condições agudas e condições
crônicas (Mendes, 2011). Na figura abaixo, são colocadas as principais diferenças
entre as condições agudas e crônicas:
Pelo fato dos atuais sistemas de saúde terem sido Para o Ministério da Saúde (2010) as RAS podem
desenvolvidos para tratar dos problemas agudos e ser definidas como “arranjos organizativos de
das necessidades prementes dos pacientes, eles ações e serviços de saúde de diferentes densidades
foram desenhados para funcionar em situações de tecnológicas, que integradas por meio de sistemas
pressão. Por exemplo, a realização de exames, o técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a
diagnóstico, a atenuação dos sintomas e a integralidade do cuidado”.
expectativa de cura são características do
tratamento dispensado atualmente. Além disso, Dessa definição, emergem algumas características
essas funções se ajustam às necessidades de básicas das RAS:
pacientes que apresentam problemas de saúde
agudos ou episódicos. No entanto, observa-se uma • apresentam objetivos comuns;
grande disparidade quando se adota o modelo de • operam de forma cooperativa e interdependente;
tratamento agudo para pacientes com problemas • intercambiam constantemente seus recursos;
crônicos. Quando os problemas de saúde são • organizam-se de forma poliárquica, ou seja,
crônicos, o modelo de tratamento agudo não são estabelecidas sem hierarquia entre os
funciona. De fato, os sistemas de saúde não pontos de atenção à saúde;
evoluíram, de forma perceptível, mais além do • implicam um contínuo de atenção nos níveis
enfoque usado para tratar e diagnosticar doenças primário, secundário e terciário;
agudas. O paradigma do tratamento agudo é • convocam uma atenção integral com
dominante e, no momento, prepondera entre os intervenções promocionais, preventivas,
tomadores de decisão, trabalhadores da saúde, curativas, cuidadoras, reabilitadoras e
administradores e pacientes. Para lidar com a paliativas;
ascensão das condições crônicas, é imprescindível • funcionam sob coordenação da Atenção
que os sistemas de saúde transponham esse modelo Primária à Saúde (APS);
predominante. O tratamento agudo será sempre • prestam atenção oportuna, em tempos e
necessário, pois até mesmo as condições crônicas lugares certos, de forma eficiente e
apresentam episódios agudos; contudo, os ofertando serviços seguros e efetivos, em
sistemas de saúde devem adotar o conceito de consonância com as evidências disponíveis;
tratamento de problemas de saúde de longo prazo • focam-se no ciclo completo de atenção a
(World Health Organization, 2003). uma condição de saúde;
• têm responsabilidades sanitárias e econômicas
Os sistemas fragmentados são voltados para a inequívocas por uma população;
atenção às condições agudas e para os eventos de • geram valor para a sua população (Mendes, 2011).
agudizações das condições crônicas. Assim, a razão
técnica para a crise dos sistemas de atenção à No anexo 1, podemos observar as principais
saúde consiste no enfrentamento das condições característi- cas que diferenciam os sistemas
crônicas na mesma lógica das condições agudas, ou fragmentados e as RAS.
seja, por meio de tecnologias destinadas a
responder aos momentos de agudização das O objetivo da RAS é promover a integração
condições crônicas – normalmente auto percebidos sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão
pelas pessoas – por meio da atenção à demanda de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável
espontânea, principalmente em unidades de pronto e humanizada, bem como incrementar o desempenho
atendimento ambulatorial ou hospitalar. E do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia
desconhecendo a necessidade imperiosa de clínica e sanitária; e eficiência econômica. Para
uma atenção contínua nos momentos silenciosos atingir esses objetivos, o sistema de saúde deve
das condições crônicas quando elas, insidiosa e demandar atenção nas três áreas de aplicação que
silenciosamente, evoluem (Mendes, 2011). são: cuidados primários, atenção especializada
(ambulatorial e hospitalar) e cuidados de urgência e
Além desse paradigma, outro fator negativo emergência (Ministério da Saúde, 2010).
observado é o pagamento por procedimentos na
área de saúde que vigora no SUS. Este termina por O enfrentamento das condições crônicas exige uma
estimular os prestadores e profissionais a mudança nos sistemas de atenção à saúde por
ofertarem insumos e serviços em quantidade e não meio de um plano estratégico com ações de curto,
na qualidade, ao tempo em que não os incentiva a médio e longo prazos, a saber:
realização de intervenções voltadas para a
promoção e prevenção em saúde. Por isso, há que 1. Em curto prazo: a criação de uma consciência
se restabelecer a coerência entre a situação de geral sobre os problemas das condições crônicas; o
saúde e o SUS, o que envolverá a implantação das desen- volvimento de políticas de saúde pública
redes de atenção à saúde (RAS), uma nova forma de que foquem os determinantes sociais da saúde
organizar o sistema de atenção à saúde em sistemas distais, intermedi- ários e proximais; a instituição
integrados que permitam responder, com de incentivos para a integração da atenção
efetividade, eficiência, segurança, qualidade e primária, secundária e terciária à saúde; o estímulo
equidade, às condições de saúde da população das ações de promoção da saúde e de prevenção
brasileira (Mendes, 2011). das doenças por meio de processos edu-
O SUS E A VIGILÂNCIA EM SAÚDE | 21
Curso técnico de Vigilância em Saúde
11
Ministério da Saúde. Portaria nº. 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS). Publicada no DOU de 31/12/2010, Seção I, Página 89.
ATIVIDADE 12
AVALIAÇÃO DO ALUNO
Tempo Estimado:1 hora e 30 minutos
Objetivo
Material
• Papel A4
ANEXO 1
Gestão por estruturas isoladas (gerência Governança sistêmica que integre a APS, os
Modelo de Gestão hospitalar, gerência de APS, gerência pontos de atenção à saúde, os sistemas de
dos ambulatórios especializados, etc) apoio e os sistemas logísticos da rede
12
Fernández, J. M. D Los sistemas integrados de salud: um modelo para avanzar trás completar lãs
tranferencias. In: Mendes, E. V. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da
Saúde, 2011. 549p. Mendes, E. V. Os grandes dilemas do SUS. Salvador, Casa da Qualidade, Tomo II,
2001.
ATIVIDADES DE DISPERSÃO
UNIDADE 2
1) No seu município, quais são as medidas tomadas visando humanizar os serviços de saúde prestados e
como você participa desse processo?
2) Entreviste dois usuários que são atendidos pelo SUS há mais de dez anos .
Entrevista 1
Profissão:
1) Você percebeu alguma diferença no atendimento do SUS antes de 2003 em comparação ao atual? Caso
positivo, quais seriam essas mudanças?
2) Você já ouviu falar em Política Nacional de Humanização? O que você sabe sobre ela? O que imagina que
seja?
Assinatura do entrevistado
Entrevista 2
Profissão:
1) Você percebeu alguma diferença no atendimento do SUS antes de 2003 em comparação ao atual? Caso
positivo, quais seriam essas mudanças?
2) Você já ouviu falar em Política Nacional de Humanização? O que você sabe sobre ela? O que imagina que seja?
Assinatura do entrevistado
2) Depois das entrevistas, o que você pôde perceber sobre o conhecimento dos usuários acerca da Política
Nacional de Humanização?
.
“Código de Ética é um documento de texto com diversas diretrizes que orientam as pessoas quanto às suas posturas e atitudes ideais,
moralmente aceitas ou toleradas pela sociedade com um todo, enquadrando os participantes a uma conduta politicamente correta e
em linha com a boa imagem que a entidade ou a profissão quer ocupar, inclusive incentivando à voluntariedade e à humanização
destas pessoas e que, em vista da criação de algumas atividades profissionais, é redigido, analisado e aprovado pela sua entidade de
classe, organização ou governo competente, de acordo com as atribuições da atividade desempenhada, de forma que ela venha a se
adequar aos interesses, lutas ou anseios da comunidade beneficiada pelos serviços que serão oferecidos pelo profissional sobre o qual
o código tem efeito.”
De acordo com os princípios da Bioética, descritos no guia curricular, construa um “código de ética” para
sua futura profissão, Técnico em Vigilância em Saúde, destacando condutas que devem ser seguidas
considerando a humanização do SUS, o respeito ao próximo, a ética e a moral no ambiente profissional e
na relação profis- sional da saúde e população atendida.
ATIVIDADES DE DISPERSÃO
UNIDADE 3
1) Quantos profissionais estão lotados nos serviços de vigilância em saúde da Secretaria Municipal de Saúde?
4) Faça uma distribuição por área e identifique quantos profissionais atuam em cada área de vigilância em
saúde? Verifique se há sobreposição de áreas.
5) Como essas áreas estão inseridas no organograma da Secretaria Municipal de Saúde? Esboce abaixo o
organograma da instituição para permitir uma melhor visualização.
6) Ao final redija um texto sobre como você avalia a organização da Vigilância em Saúde de seu Município
e apresente as informações para os colegas da turma. Se possível faça críticas e exponha suas sugestões.
1) Lembrando que na Unidade 1 você já pesquisou sobre as principais doenças são encontradas em seu
município, pesquise agora junto aos colegas de trabalho, quais são as ações de promoção e prevenção que
estão sendo realizadas para permitir o controle e/ou eliminação dessas doenças?
3) As ações levam como base o território de atuação das equipes de atenção primária Aproveite para descrever
como essas ações são programadas.
Com base na atividade de dispersão anterior, selecione uma doença ou agravo dentre os de maior
incidência em seu município e proponha uma atividade educativa para a população. Essa atividade pode
contemplar a elaboração de uma cartilha, a divulgação por diferentes mídias, encontros, palestras,
reuniões, atividades lúdicas, teatro, entre outras.
Planeje a atividade e execute. Feito isso, construa e aplique um formulário de avaliação da atividade para ser
preenchido pelo grupo alvo de sua ação.