Factores de Mobilidade Social
Factores de Mobilidade Social
Factores de Mobilidade Social
A mobilidade social é a mudança de posição dentro da estrutura hierárquica de uma sociedade. Esse
conceito sociológico bem como a sociologia enquanto ciência foram desenvolvidos no seio da sociedade
moderna industrial, complexificada numa expansão contínua de profissões e estratificada em classes
sociais.
Portanto, a mobilidade social é um fenômeno da sociedade moderna, hierarquizada em classes, por sua
vez definidas pela condição financeira e profissional. A mobilidade consiste na mudança de posição de
uma classe para outra.
A mobilidade ascendente tem como principal caminho a ampliação do tempo de estudo formal, que
permite a indivíduos oriundos de famílias pobres conseguirem profissões mais bem remuneradas que
seus antepassados. A mobilidade descendente tem como principal caminho a perda de renda, é um
processo típico de crises econômicas em que o empobrecimento leva famílias a migrarem para classes
sociais com piores posições na pirâmide social.
A mobilidade social pode ocorrer entre indivíduos de uma mesma geração (intrageracional) ou entre
indivíduos de gerações diferentes (intergeracional), pode ser ascendente, ou seja, ser uma mudança
positiva de posição na hierarquia, ou ser descendente, produzir perda de posição e status. A
possibilidade de mover-se na estrutura social reafirma os ideais da revolução burguesa: igualdade,
fraternidade e liberdade.
A estratificação social é estruturada com base em múltiplas variáveis. As principais são renda e
ocupação, mas, como apontou Max Weber, além do factor económico, o status (prestígio) e o poder
(capacidade de influência) também compõem esse arranjo e contribuem na hierarquização das
posições. Outros factores que incidem no rendimento afectam a mobilidade social, tais como gênero,
idade, etnia, escolaridade. A desigualdade é o grande empecilho para a mobilidade social. Conforme
pesquisa de Wilkinson e Pickett (2009), quanto maior for a desigualdade social em um país, menor será
a mobilidade social.
nobres
clero
povo
Cada grupo tinha direitos e deveres específicos, sendo que os três primeiros gozavam de privilégios
materiais e honrarias simbólicas de que o último não dispunha. Nessas sociedades, a mobilidade social
era extremamente reduzida, para não dizer nula, ou seja, quem nascia nobre morreria nobre, quem
nascia plebeu morreria plebeu.
A hierarquia social era considerada natural e fruto da vontade divina, portanto, imutável. Os reis
concediam terras aos nobres, que, por sua vez, ofereciam trabalho no campo aos camponeses em troca
de proteção e comida. O clero era a autoridade religiosa, o rei a autoridade política e a nobreza a
autoridade militar.
Na Baixa Idade Média, ocorreram mudanças que prepararam as bases para a construção de uma nova
estrutura de sociedade. O renascentismo, o humanismo, a descoberta de novas rotas marítimas, a
intensificação do comércio e a utilização da moeda como valor de troca provocaram mudanças de
mentalidade e comportamento, além de terem permitido o surgimento de um novo grupo social: a
burguesia.
Essa era formada por comerciantes bem como por ex-servos que deixaram a vida campesina e foram
para os burgos em busca de melhores condições de subsistência. Esse é o processo de mobilidade social
que, entre outros fatores, criou condições para a emergência das sociedades modernas.
As sociedades modernas, que se desenvolveram com o capitalismo industrial e a formação dos Estados
burocráticos, são estruturadas em estratos, isto é, classes sociais. Nelas a mudança de posição
socioeconômica é possível. A hierarquia social existe e é rígida, porém, não é imutável.
A mudança de status dentro dessa estrutura definida dá-se principalmente pela ampliação do tempo de
estudo, pela mudança profissional, pela modificação no padrão de renda. Essa mudança é possível,
principalmente, quando há políticas governamentais que promovam essas oportunidades aos cidadãos.
A mobilidade social é menor em países com maior desigualdade social.
Implica mudança de ocupação sem que haja mudança de classe social, é como mudar de emprego e
continuar na mesma faixa de renda. Também abrange a mudança de posição dentro de um grupo que
confere autoridade e prestígio no campo simbólico, mas não muda a condição econômica.
Um exemplo disso ocorre em uma comunidade eclesial, em que os membros mais dedicados tornam-se
auxiliares voluntários do líder religioso e, por isso, recebem uma honraria por meio de um título que os
diferencia dos demais, como os diáconos nas comunidades cristãs.
Por sua vez, implica mudança de posição socioeconômica, portanto, envolve não só a dimensão
simbólica e social, mas também o poder aquisitivo. Numa sociedade industrial moderna, estratificada
conforme as profissões e com classes sociais definidas conforme a renda, a mobilidade vertical ocorre
quando, por meio da ascensão profissional, o indivíduo consegue mover-se de uma faixa de renda para
outra.
Por exemplo, o indivíduo da classe C que ingressa no Ensino Superior forma-se, torna-se um profissional
liberal e migra para a classe B. O principal caminho para galgar mobilidade social vertical é a educação
formal.
O terceiro fator que influencia a mobilidade social é a educação formal. Quanto maior a escolaridade,
maior a chance de profissionalizar-se nas actividades de maior prestígio social e com melhores salários.