Estratificação Social

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Estratificação Social

Estratificação social é um conceito sociológico utilizado para classificar os indivíduos ou


grupos a partir da análise das condições socioeconômicas. A estratificação social serve
também como base para entender a configuração da sociedade em hierarquias e na
formação das desigualdades sociais.

Estratificação social é um conceito sociológico utilizado para classificar, analisar e


interpretar as diferenças entre indivíduos ou grupos a partir da análise das condições
socioeconômicas que tais agrupamentos tem em comum.

A definição mais simples de estratificação social é entendê-la como o conjunto


das inúmeras desigualdades que podem atingir as pessoas que vivem em sociedade.
É possível observar a forma como a estratificação separa grupos sociais dentro de uma
cidade ou de um espaço, por exemplo.
As camadas mais ricas viventes em uma determinada cidade, frequentam determinados
locais e bairros, nos quais, geralmente,
há melhores condições de segurança, iluminação e mais variedade de serviços, além
dos preços serem mais elevados.

As camadas menos abastadas, por sua vez, costumam viver em áreas mais afastadas da
região central, locais onde há menor disponibilidade de produtos e
serviços, menos atenção à segurança ou conservação dos espaços públicos.

Características da estratificação social


A estratificação teve algumas de suas características definidas, principalmente, no decorrer
dos séculos XIX e XX, por uma série de sociólogos, dentre eles, Karl Marx e Max
Weber. Merecem destaque as características a seguir:

 A estratificação é geral e variável;


 Está presente em todas as sociedades complexas;
 Há divisão de recursos materiais e culturais de maneira desigual;
 Ultrapassa as gerações;
 Deve ser encarada como uma particularidade das sociedades;
 Não deve ser encarada como reflexo das diferenças individuais existentes na
sociedade.
3 TIPOS DE ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
No decorrer dos séculos, as civilizações adotaram alguns modelos que impediam a
mobilidade social de determinados grupos e indivíduos, as três formas mais comuns de
estratificação são: o sistema de , o feudalismo e as mudanças ocorridas no contexto
da Revolução Industrial.

1. Castas

A sociedade indiana é um exemplo de sociedade que funcionou por muito tempo com o
sistema de castas, com mobilidade social quase inexistente. No sistema indiano, a casta à
qual o indivíduo pertence é determinada no nascimento e é hereditária, por isso, a dificuldade
de passar de uma casta a outra.

As castas tem sua origem ligada a religião hindu e a divisão faz uma analogia ao corpo
do deus Brahma.

Nas castas superiores estão os brâmanes, que são os líderes religiosos e representam a
cabeça do deus. Abaixo dos brâmanes estão os xáritas, que representam os braços do deus
e na sociedade são os governantes e guerreiros.

As pernas dos deuses são representadas pelos vaixás, os comerciantes. Nas castas mais
baixas, que formam os pés, estão os trabalhadores, chamados de shudras. Por fim, existem
ainda os sem castas, chamados de párias.

Na década de 1950, a constituição indiana foi reformada e a discriminação baseada em


castas foi proibida. No entanto, mesmo com a proibição, o sistema ainda tem força cultural e
segue funcionando em algumas partes do país.

Por conta da cultura, as castas ainda impedem que as classes mais baixas tenham acesso à
educação e ao sistema de saúde.

2. Feudalismo

Na França da Idade Média, a sociedade era dividida em ordens ou estamentos. Nas áreas
rurais, os feudos, a sociedade era formada por uma sociedade bem rígida e delimitada.

O clero exercia funções religiosas, os nobres, no geral, exerciam funções militares e por fim,
os servos trabalhavam e pagavam tributos. Por ter estruturas bem rígidas, era quase
impossível a possibilidade de ascensão social.
3. Pós Revolução Industrial

Por fim, após a Revolução Industrial ocorrida no século XVIII, a estrutura social baseou-se na
ideia de que, só os que realmente se esforçassem ou tivessem mérito, poderiam aumentar a
renda e consequentemente, ter melhores condições de vida.

No entanto, na realidade, os mais pobres continuam sem ter acesso a itens e serviços
básicos, enquanto que os mais ricos já possuem o acesso garantido e facilitado pelo dinheiro.

Em uma corrida meritocrática, os de maior renda sempre começam mais à frente daqueles
que tem condições menos favoráveis.

Estratificação social de acordo com Durkheim

Para o pai da sociologia Émile Durkheim, a estratificação de uma sociedade está ligada à
importância do trabalho exercido pelos indivíduos. É um critério moral e excludente que
divide a sociedade de acordo com suas profissões e seus ganhos. Profissões tidas
como importantes, são melhor remuneradas, enquanto as consideradas pela sociedade
como menos importantes, recebem remuneração menor.

A importância das profissões está também ligada as condições de acesso à educação, por
exemplo. Indivíduos com mais acesso a cultura e educação, ocuparão os cargos de maior
importância e assim, irão garantir a manutenção das desigualdades e da pouca mobilidade
social.

Estratificação social de acordo com Karl Marx


Para o sociólogo Karl Marx, a estratificação social está diretamente relacionada ao modelo
de produção e divisão social do trabalho da sociedade. A burguesia, dona dos meios de
produção, emprega a classe proletária, que tem apenas sua força de trabalho para vender
ao mercado, no caso.

A exploração das classes proletárias pela burguesia marca a desigualdade social e


acentua a estratificação. Marx também aponta que a estratificação e as desigualdades
produzidas pelo modelo capitalista de produção e influenciam diretamente na luta de classes.

A desigualdade nos meios de produção industrial se estabelece com o surgimento da mais-


valia, que na visão de Marx atua de maneira intensa na construção e manutenção de um
sistema pautado pela exploração.

Estratificação social de acordo com Max Weber

Para Max Weber, o processo de estratificação acontece a partir das relações de


produção, do status social, dos poderes político e econômico e
das oportunidades que os indivíduos ou grupos sociais têm para adquirirem bens.
Para ele, as oportunidades de ascensão social estão diretamente ligadas
às variações econômicas do mercado.

Na teoria weberiana, o uso do termo “status” torna-se mais importante que o


conceito de classes sociais, utilizado por Marx.

O reconhecimento dos grupos que ocupam o topo das pirâmides sociais se dá


através do reconhecimento do status, do padrão de vida, das oportunidades e dos
fatores econômicos. A renda, portanto, torna-se importante, mas não é essencial.

O status, na explicação weberiana da estratificação social, das distinções e da


mobilidade social, também sofre influência do gênero, condições de saúde, cor e idade.

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