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Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA


GOVERNADORIA

DECRETO Nº 13255, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2007.


DOE Nº 0878, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2007

Aprova o Regulamento Disciplinar da


Polícia Militar do Estado de Rondônia.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE RONDÔNIA, no uso das atribuições que lhe


confere o Art. 65, inciso V, da Constituição Estadual,

D E C R E T A:
-----------
Art. 1º Fica a aprovado o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado de
Rondônia – RDPM/RO, que acompanha o presente Decreto.

Art. 2º Fica revogado o Decreto nº 6929, de 5 de julho de 1995 e o Decreto nº 7517, de


16 de julho de 1996. (Errata: onde se lê: 1985, leia-se: 1995. Publicada no DOE nº 1115, de 04 de
novembro de 2008)

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio do Governo do Estado de Rondônia, em 12 de novembro de 2007, 119º da


República.

IVO NARCISO CASSOL


Governador
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 2

REGULAMENTO DISCIPLINAR DA POLÍCIA MILITAR DE


RONDÔNIA
Aprovado pelo Decreto nº 13255, de 12 de novembro de 2007
DOE Nº 0878 DE 13 DE NOVEMBRO DE 2007

CONSOLIDADO
ALTERAÇÕES:
DECRETO Nº 13444, DE 8/02/2008 – DOE Nº 0932, 11/02/2008
ERRATA: DOE Nº 1115, 04/11/2008.
DECRETO Nº 1406, DE 29/12/2008 – DOE Nº 1154, 31/12/2008
DECRETO Nº 14852, DE 13/01/2010 – DOE Nº 1407, 13/01/2010
DECRETO Nº 15753, DE 10/03/2011 – DOE Nº 1690, DE 11/03/2011

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar de Rondônia (RDPM/RO) é um


conjunto de normas que regula o exercício dos poderes hierárquico e disciplinar, a apuração
de transgressões disciplinares, a aplicação de punição, a concessão de benefícios e a
apreciação de recursos.
Art. 2º Para efeito deste regulamento adotar-se-ão, a princípio, as conceituações
previstas no Estatuto; não havendo, todavia, previsão, recorrer-se-á às demais leis peculiares,
regulamentos e instruções, nesta ordem.
Art. 3º Estão sujeitos a este regulamento os policiais militares da ativa, da
inatividade, e naquilo que couber, os admitidos temporariamente para freqüentar curso
de formação. (NR dada pelo Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010 , DOE de 13/01/2010 –
Efeitos da data da publicação).

(REDAÇÃO ANTERIOR) Art. 3º Estão sujeitos a este regulamento os policiais militares da ativa, da
reserva remunerada e, naquilo que couber, os admitidos temporariamente para freqüentar curso de formação.

§ 1º Aos policiais militares da inatividade serão aplicadas as disposições contidas neste


regulamento quando:

I – usadas em benefício do inativo;

II – o inativo cometer transgressão de natureza grave;

§ 2º O policial militar em curso ou estágio também está sujeito aos regulamentos,


normas e prescrições das OPM em que esteja matriculado.

§ 3º Para a aplicação deste regulamento, os policiais militares da reserva remunerada,


quando convocados, equiparam-se aos policiais militares em atividade.
Art. 4º Na aplicação deste regulamento a autoridade disciplinar obedecerá, dentre
outros, aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica e
da supremacia do interesse público.
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CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA

Art. 5º A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar,


crescendo a autoridade e a responsabilidade com a elevação do grau hierárquico.
§ 1º Hierarquia é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura
da Polícia Militar, por postos e graduações.

§ 2º Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral da legislação que


fundamenta o organismo policial militar e coordena seu funcionamento regular e harmônico,
traduzidos pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos
componentes.
Art. 6º A camaradagem torna-se indispensável à formação e ao convívio da família
policial militar, sendo imprescindível existir as melhores relações sociais entre os seus
integrantes.

§ 1º Incumbe aos policiais militares incentivar e manter a harmonia e a amizade entre


seus pares e subordinados.

§ 2º As demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração, obrigatórias entre os


policiais militares, devem ser dispensadas aos militares das Forças Armadas brasileiras, aos
integrantes das instituições policiais e de bombeiros das demais Unidades Federativas do
Brasil, e aos integrantes das Forças Armadas e forças policiais das nações amigas.
Art. 7º A civilidade é parte integrante da educação policial militar, devendo o
superior hierárquico tratar seus subordinados com urbanidade e justiça, interessando-se por
seus problemas. Em contrapartida, o subordinado obriga-se a todas as provas de respeito e
deferência para com seus superiores hierárquicos.
Art. 8º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as
circunstâncias pelos policiais militares da ativa, da inatividade e os que estiverem admitidos
temporariamente.
Art. 9º São manifestações essenciais da disciplina:

I – a correção de atitudes;

II – a pronta obediência às ordens dos superiores hierárquicos;

III – a dedicação ao serviço, prioritariamente;

IV – a colaboração espontânea à disciplina coletiva e à eficiência da Corporação;

V – a consciência das obrigações;

VI – a rigorosa observância das prescrições regulamentares.


Art. 10. As ordens devem ser prontamente cumpridas, desde que não sejam
manifestamente ilegais.

§ 1º Cabe ao policial militar a inteira responsabilidade pelas ordens que der e pelas
conseqüências delas decorrentes.
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§ 2º Cabe ao subordinado, ao receber uma ordem, solicitar os esclarecimentos


necessários ao seu total entendimento e compreensão.

§ 3º Cabe ao executante, que exorbitou no cumprimento de ordem recebida, a


responsabilidade pelos excessos e abusos que tenha cometido.
Art. 11. O sentimento do dever, o pundonor policial e o decoro da classe impõem a
cada um dos integrantes da Polícia Militar conduta moral e profissional irrepreensíveis,
observados os preceitos da ética policial militar.

TÍTULO II
DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO I
DA CONCEITUAÇÃO, DAS ESPECIFICAÇÕES E DA CLASSIFICAÇÃO

Art. 12. Transgressão disciplinar é qualquer ação ou omissão contrária à ética ou ao


dever policial militar, cominando-se as respectivas sanções previstas neste regulamento.

§ 1º Quando a ação ou omissão praticada constituir-se, ao mesmo tempo, infração


penal e disciplinar, prevalecerá o princípio da relativa independência das instâncias, que se
orientará da maneira seguinte:

I – quando a existência do fato ou quem seja seu autor acharem-se definidos por
sentença judicial transitada em julgado, será incabível a discussão do mérito na esfera
administrativa, sujeitando-se o policial militar à sanção disciplinar, sem prejuízo dos
dispositivos que regem sua aplicação;

II – quando estiverem presentes no processo administrativo disciplinar as provas do


cometimento de transgressão disciplinar, a autoridade disciplinar estará desobrigada de
aguardar o trânsito em julgado da decisão judicial;

III – quando a absolvição criminal negar a existência do fato ou da sua autoria ou,
ainda, isentar o seu autor do crime por meio de uma das excludentes, a responsabilidade
administrativa do servidor será afastada, se não houver falta residual a punir.
§ 2º Quando a ação ou omissão praticada constituir-se apenas infração penal, e esta
não contrariar os princípios da ética ou do dever policial militar, só será admissível a
imposição de sanção quando houver falta residual capitulada como transgressão.

Art. 13. São transgressões disciplinares:

I – todas as ações ou omissões contrárias à disciplina policial militar, especificadas nos


artigos 15, 16 e 17 deste Regulamento; e

II – todas as ações ou omissões contrárias à legislação vigente, desde que violem a ética
ou o dever policial militar.
CAPÍTULO II
DA NATUREZA DA TRANSGRESSÃO
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Art. 14. A natureza da transgressão disciplinar, segundo o grau de intensidade, pode


ser:

I – leve (L);
II – média (M);

III – grave (G).

Parágrafo único. Nos casos previstos no inciso II do Art. 13, a autoridade disciplinar
usará da analogia para classificar a transgressão, e buscará entre as previstas neste
regulamento uma que com ela guarde semelhança em grau de intensidade.
Art. 15. São transgressões de natureza leve:

I – portar-se inconvenientemente, desrespeitando as normas de boa educação, os


costumes ou as convenções sociais;

II – não portar seu documento de identidade, quando uniformizado, ou não exibi-lo


quando solicitado;
III – deixar de participar em tempo hábil, à autoridade competente, a impossibilidade de
comparecer à OPM ou a qualquer ato de serviço de que deva participar ou a que deva assistir;

IV – permutar serviço sem autorização da autoridade competente;

V – deixar de comunicar a alteração de dados de qualificação pessoal ou mudança de


endereço residencial;

VI – tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro os permitidos, em local sob a


administração policial militar ou em qualquer outro quando uniformizado;

VII – não comunicar ao superior a execução de ordem recebida, tão logo seja possível;

VIII – não transmitir ao seu sucessor as ordens em vigor, quando da passagem do


serviço;

IX – usar, quando uniformizado, barba, cabelo, bigode, costeleta ou adereço em


desacordo com as disposições a respeito;

X – usar a policial militar, quando uniformizada, penteado, maquilagem, unhas ou


adereços em desacordo com as disposições a respeito;

XI – representar a Corporação ou a OPM sem estar devidamente autorizado;

XII – assumir compromisso pela Corporação sem estar devidamente autorizado;

XIII – realizar transações comerciais ou pecuniárias dentro de unidade da Polícia


Militar, exceto quando devidamente autorizado;

XIV – entrar, permanecer ou sair de OPM em desacordo com as normas vigentes.


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XV – ausentar-se do local de trabalho, sem autorização da autoridade competente, para


tratar de assuntos estranhos ao serviço;

XVI – utilizar os animais da Corporação em desacordo com as normas ou castigá-los


inutilmente; e

XVII – transportar em viatura, aeronave ou embarcação que esteja sob seu comando ou
responsabilidade pessoas e/ou materiais sem autorização da autoridade competente.
Art. 16. São transgressões disciplinares de natureza média:

I – concorrer para a discórdia, desarmonia ou cultivar inimizade entre os policiais


militares ou entre estes e os de outra Corporação;

II – interferir na administração do serviço ou na execução de ordem ou missão sem ter a


devida competência para tal, exceto para salvaguardar o interesse da Corporação;

III – deixar de cumprir ou de fazer cumprir as normas, regulamentos ou instruções na


esfera de suas atribuições;

IV – omitir em boletim de ocorrência, relatório ou qualquer documento dados


indispensáveis ao esclarecimento dos fatos;

V – não comunicar ao superior imediato, ou na ausência deste a qualquer autoridade


superior, toda informação que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública ou grave
alteração no serviço, logo que tenha conhecimento;

VI – negar-se a receber documento ou processo que lhe for encaminhado por autoridade
competente, exceto nos casos de impedimento justificável, hipótese em que deverá
manifestar-se por escrito;

VII – não encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no prazo


legal, recurso ou documento que receber, desde que elaborado de acordo com os preceitos
regulamentares, se não for de sua alçada a solução;

VIII – apresentar parte, recurso disciplinar ou qualquer outro documento sem ter
seguido as normas e preceitos regulamentares; (NR dada pelo Decreto nº 14852, de 13 de
janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

(REDAÇÃO ANTERIOR) VIII – apresentar parte ou recurso disciplinar sem ter seguido as normas e preceitos
regulamentares, em termos desrespeitosos ou com argumentos falsos ou de má-fé;

IX – dificultar ao subordinado a apresentação de recurso;

X – retardar a execução de qualquer ordem recebida;

XI – faltar a qualquer ato de serviço em que deva tomar parte ou assistir, quando prévia
e nominalmente escalado;

XII – trabalhar mal em serviço, instrução ou missão;


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XIII – simular doença para esquivar-se ao cumprimento do dever;

XIV – afastar-se de qualquer lugar em que deva permanecer por força de disposição ou
ordem legal;

XV – utilizar inadequadamente, em desacordo com as normas técnicas, regulamentos ou


instruções veículo automotor, aeronave, embarcação, animais, armamento ou equipamentos
de qualquer natureza, pertencentes ao acervo da Polícia Militar;
XVI – ausentar-se do posto sem fazer a passagem do serviço ao seu sucessor, ou antes
do término do seu turno, sem autorização da autoridade competente;

XVII – disparar arma por imprudência, negligência, imperícia, ou sem necessidade;

XVIII – violar ou deixar de preservar local de crime;

XIX – não apresentar-se ao fim de afastamento temporário do serviço ou, ainda, logo
que souber que o mesmo foi interrompido;

XX – permanecer em dependência de outra OPM ou local de serviço sem


consentimento ou ordem da autoridade competente;

XXI – entrar ou sair com tropa da OPM, sem o prévio conhecimento da autoridade
competente ou sem sua ordem;
XXII – abrir qualquer dependência de OPM sem permissão da autoridade competente,
salvo nos casos de emergência;

XXIII – ter em seu poder ou introduzir em área sob administração policial militar
material que atente contra a disciplina ou a moral;

XXIV – utilizar subordinados para serviços não regulamentares;

XXV – prestar, deliberadamente, informação falsa, errônea ou incompleta a superior,


induzindo-o a erro;

XXVI – dirigir-se à autoridade superior sem respeitar a cadeia de comando, para tratar
de assuntos administrativos ou operacionais;

XXVII – utilizar veículos oficiais para fins particulares ou não previstos em normas,
regulamentos ou instruções;

XXVIII – deixar de comunicar o extravio de documento de identidade policial militar;

XXIX – deixar de apresentar a declaração de bens quando a norma assim o exigir;

XXX – reter o preso, a vítima, as testemunhas ou demais partes envolvidas por mais
tempo que o necessário para a solução de procedimento policial, administrativo ou penal;
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XXXI – permitir que pessoa não autorizada adentre a local interditado;

XXXII – dormir durante o turno de serviço, quando isto não for permitido;

XXXIII – desrespeitar regras de circulação de trânsito, de tráfego aéreo ou de


navegação marítima, lacustre ou fluvial;

XXXIV – autorizar, promover ou executar manobras perigosas com viaturas, aeronaves,


embarcações ou animais;

XXXV – recorrer a órgãos, pessoas ou instituições, exceto os previstos em lei, para


resolver assuntos de interesse pessoal relacionados com a Polícia Militar;

XXXVI – atrasar a entrega de processo administrativo, inquérito, sindicância ou outro


procedimento apuratório;

XXXVII – retirar de local sob administração policial militar material, viatura, aeronave,
embarcação ou animal, ou deles servir-se sem ordem do responsável ou proprietário;

XXXVIII – ingerir bebida alcoólica, quando uniformizado, em cafés, bares, restaurantes


ou similares, exceto quando estiver representando a Corporação em evento social e, neste
caso, sempre com moderação;

XXXIX – exercer qualquer atividade incompatível com os motivos do afastamento,


estando o policial militar dispensado ou licenciado para tratamento de saúde própria ou de
dependente;

XL – demonstrar promiscuidade com outro militar, por meio de atos, gestos ou


palavras;

XLI – ser indiscreto em relação a assuntos de caráter oficial, cuja divulgação seja
prejudicial à disciplina ou ao serviço. e

XLII – utilizar equipamento de informática da Corporação em desacordo com as


normas vigentes.

XLIII – chegar atrasado à atividade para a qual esteja escalado; e (Acrescido pelo
Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

XLIV – causar dano ao patrimônio público. (Acrescido pelo Decreto nº 14852, de 13 de


janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

Art. 17. São transgressões disciplinares de natureza grave:

I – faltar à verdade, espalhar boatos ou utilizar-se do anonimato;

II – filiar-se, quando na ativa, a partidos políticos, sindicatos, associações profissionais


com caráter de sindicato ou associações cujos estatutos não estejam de conformidade com a
lei;
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III – tomar parte, uniformizado, em manifestação de caráter político ou reivindicatório;

IV – discutir ou promover discussão, por meio de qualquer veículo de comunicação,


sobre assuntos estratégicos afetos à área da segurança pública;

V – tomar parte em qualquer manifestação coletiva, seja ela de caráter reivindicatório,


de crítica ou de apoio a atos de superior;

VI – não providenciar a tempo, na esfera de suas atribuições, medidas contra


irregularidade que tomar conhecimento;

VII – divulgar informações reservadas ou fazer publicamente comentários que


coloquem em descrédito o Governo ou a Corporação;
VIII – desrespeitar os órgãos dos poderes constituídos ou qualquer um de seus
membros, bem como criticar de maneira ofensiva, em público ou por meio dos canais de
comunicação, seus atos ou decisões;

IX – deixar de cumprir ordem recebida, embaraçar ou retardar a sua execução;

X – deixar de assumir a responsabilidade por seus atos ou pelos atos praticados por
subordinados quando decorrerem do cumprimento de sua ordem;

XI – empregar força ou medida desnecessária em ato de serviço, ainda que não resulte
dano;

XII – ofender, provocar ou desafiar outro militar com atos, gestos ou palavras;

XIII – deixar de assumir, orientar ou auxiliar no atendimento de ocorrência, quando


esta, por sua natureza ou amplitude, assim o exigir;

XIV – utilizar-se da condição de policial militar para obter facilidades pessoais de


qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;

XV – liberar preso ou dispensar pessoa envolvida em ocorrência sem competência legal


para isso;

XVI – na condição de testemunha, prestar declaração falsa ou calar-se em procedimento


administrativo no âmbito da Corporação;

XVII – fazer uso, estar de posse, sob ação ou induzir outrem ao uso de substância
proibida por lei, ou introduzi- la em local sujeito a administração policial militar;

XVIII – subtrair, extraviar, danificar ou inutilizar documentos de interesse da


administração pública ou de terceiros;

XIX – receber ou permitir que subordinado receba, a título de recompensa, em razão da


função pública, qualquer objeto ou valor, mesmo quando oferecido pelo proprietário;

XX – desrespeitar, desconsiderar ou ofender pessoa por meio de palavras, atos ou


gestos, no atendimento de ocorrência policial ou em outras situações decorrentes do serviço;
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XXI – promover ou participar de luta corporal com outro militar;

XXII – ausentar-se, sem prévia licença, por mais de 24 (vinte e quatro) horas, da
unidade em que serve ou do local em que deveria permanecer ou apresentar-se por força de
disposição ou ordem;

XXIII – deixar de observar rigorosamente as normas pertinentes ao serviço, colocando


em risco a segurança de pessoas ou instalações;

XXIV – dar, por escrito ou verbalmente, ordem manifestamente ilegal, ainda que não
chegue a ser cumprida;

XXV – portar arma pertencente à Corporação fora dos casos previstos em norma;

XXVI – esquivar-se de saldar dívidas ou de cumprir compromissos assumidos,


mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento;

XXVII – maltratar ou permitir que se maltrate preso sob sua guarda;

XXVIII – desrespeitar, intencionalmente, as garantias constitucionais da pessoa no ato


de sua prisão;

XXIX – empregar violência física ou psicológica para obter informações durante o


atendimento de ocorrência policial ou, ainda, no curso de investigação, ainda que esta não seja
de caráter oficial;

XXX – empregar arma ou equipamento em desacordo com a lei e os regulamentos,


desde que o faça intencionalmente, para deter ou neutralizar a ação de infrator, causando-lhe,
em razão do excesso, danos de qualquer natureza;

XXXI – envolver-se com pessoas ligadas à prática de crimes, ainda que não tenha
sido acusado ou não seja suspeito de praticá-los; (NR dada pelo Decreto nº 14852, de 13 de
janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

(REDAÇÃO ANTERIOR) XXXI – envolver-se com pessoas comprovadamente ligadas à prática de


crimes, ainda que não tenha sido acusado ou não seja suspeito de praticá -los;

XXXII – fazer ameaça a outro policial militar; (NR dada pelo Decreto nº 14852, de 13
de janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

(REDAÇÃO ANTERIOR) XXXII – fazer grave ameaça a outro militar;

XXXIII – disparar arma de fogo contra militar, ainda que não venha a produzir-lhe
lesões ou causar-lhe a morte;

XXXIV – causar danos ao patrimônio de outro militar;

XXXV – fazer publicamente declaração que ofenda, perante a sociedade ou parte dela,
o Estado, suas instituições ou os chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário ou
quem os represente;
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XXXVI – ingerir bebida alcoólica quando em serviço ou apresentar-se alcoolizado para


prestá-lo;

XXXVII – recusar-se a receber ou devolver insígnia, medalha ou diploma que lhe tenha
sido outorgado ou cassado; e

XXXVIII – exercer, o policial militar da ativa, atividade remunerada, exceto as


previstas em lei.

XXXIX – dirigir-se de maneira desrespeitosa ou desatenciosa a subordinado, par


ou superior hierárquico. (Acrescido pelo Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010, DOE de
13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).
Art. 18. Quem, de qualquer modo, concorre para a transgressão incide nas sanções a
ela cominadas.

CAPÍTULO III
DA PARTE DISCIPLINAR, DA APURAÇÃO E DA SOLUÇÃO
Seção I
Da Parte Disciplinar

Art. 19. Todo policial militar que tiver conhecimento de um fato contrário à
disciplina deverá participá-lo, por escrito, à autoridade disciplinar competente.

§ 1º A parte disciplinar deve ser impessoal, clara, concisa e precisa, contendo os dados
suficientes para a identificação das pessoas ou coisas envolvidas, o local, a data, a hora e as
circunstâncias da ocorrência, sem tecer opiniões pessoais ou comentários ofensivos, salvo,
neste caso, como transcrição, se indispensável à solução.

§ 2º A parte disciplinar é obrigatória para dar início ao processo apuratório disciplinar


sumário, quando a autoridade competente não tomar conhecimento do fato por outro meio
lícito, sendo o participante responsável pelas informações nela contidas.
Art. 20. A autoridade a quem a parte disciplinar é dirigida decidirá:

I – pela instauração de sindicância se o fato, autoria e circunstâncias não ficaram bem


esclarecidos ou, ainda, se a gravidade do fato ensejar a instauração de processo administrativo
disciplinar.

II – pela instauração de Processo Apuratório Disciplinar Sumário (PADS), se o fato não


constitui, em princípio, transgressão passível de exclusão do serviço ativo;

III – pelo arquivamento, quando não restarem presentes indícios de transgressão


disciplinar, depois de ouvido o acusado, informando-se ao participante a decisão;

IV – pela restituição à origem, para complementação de dados.

Art. 21. A apuração do fato de natureza grave através da sindicância regular é


indispensável para a instauração do processo administrativo disciplinar, salvo se o fato já foi
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apurado em inquérito, ou quando materialidade e autoria já estiverem esclarecidas por


documentos ou provas materiais.

Seção II
Do Processo Apuratório Disciplinar Sumário

Art. 22. O Processo Apuratório Disciplinar Sumário (PADS) é o devido processo legal
destinado à garantia do contraditório e ampla defesa quando a transgressão disciplinar não
exigir, em princípio, a instauração de processo administrativo disciplinar.

Art. 23. A autoridade será motivada para instauração do PADS com o recebimento do
documento que noticia o fato, desde que esteja identificado o seu autor, exceto nos casos em
que a infração se verificar na presença ou contra ela, ou chegar ao conhecimento dela por
qualquer veículo idôneo de comunicação social.

Art. 24. O processo se inicia com o memorando disciplinar, no qual a autoridade


disciplinar fará constar, com a clareza e concisão indispensáveis ao entendimento, a síntese do
fato e o dispositivo violado.
§ 1º São competentes privativamente para formular a acusação as autoridades
relacionadas no § 1º do Art. 50 deste regulamento. (Errata: onde se lê § 1º do Art. 51, leia-se §
1º do Art. 50. Errata publicada no DOE nº 1115, de 04 de novembro de 2008)

§ 2º A autoridade disciplinar poderá delegar a instrução do processo, por meio de


simples despacho, a oficial ou sargento, neste caso, desde que seja possuidor do curso de
aperfeiçoamento.

Art. 25. Recebido o memorando disciplinar, o acusado terá 2 (dois) dias para apresentar
a defesa prévia.

Art. 26. Apresentada a defesa prévia pelo acusado ou por quem o represente, o
encarregado do PADS analisará os eventuais requerimentos e, caso os julgue pertinentes,
atenderá imediatamente. Se o acusado tratar somente do mérito da questão e as diligências
forem dispensáveis, o feito será encaminhado, para julgamento, à autoridade disciplinar.

§ 1º O encarregado do PADS, ao indeferir requerimento da defesa, deverá fundamentar


a decisão e dar ciência ao acusado.

§ 2º O acusado poderá arrolar, no máximo, 3 (três) testemunhas.

Art. 27. Caso o acusado não apresente a defesa prévia ou requerimentos, o encarregado
do PADS passará imediatamente para a fase final de defesa, exceto se entender que é
indispensável juntar provas, ainda que não requeridas.

Art. 28. O acusado poderá deixar de apresentar alegações de defesa, contudo ao


encarregado do PADS caberá, na busca da verdade real e sempre que a situação exigir,
diligenciar para a obtenção de provas.

Art. 29. A confissão do acusado, desde que não contrarie a lógica dos fatos, permitirá
que a autoridade disciplinar proceda ao imediato julgamento.
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Art. 30. O acusado será notificado para as audiências de inquirição de testemunhas, mas
não estará obrigado a comparecer a elas.

Parágrafo único. O acusado presente às audiências poderá reperguntar à testemunha


por meio do encarregado do PADS.
Art. 31. Instruído o feito, o encarregado do PADS abrirá vistas ao acusado e
concederá prazo de 3 (três) dias para alegações finais de defesa.

Seção III
Da Solução

Art. 32. Esgotado o prazo para alegações finais, com ou sem a manifestação do
acusado, a autoridade disciplinar julgará o processo tão breve quanto possível, e
intimará o acusado da decisão. (NR dada pelo Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010, DOE
de 13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

(REDAÇÃO ANTERIOR) Art. 32. Esgotado o prazo para as alegações finais, com ou sem
manifestação do acusado, a autoridade disciplinar solucionará o caso, tão breve quanto possível, e mandará
publicar em Boletim Interno, por meio de nota, a decisão.

Parágrafo único. A publicação da nota de punição somente ocorrerá após a decisão


condenatória tornar-se irrecorrível. (Acrescido pelo Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010,
DOE de 13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

Art. 33. O julgamento conterá a descrição do fato e suas circunstâncias, os


fundamentos da decisão, o dispositivo infringido e a punição imposta, quando for o caso.
Art. 34. Se no procedimento apuratório houver elementos que indiquem a existência
de grave violação da ética sujeita a apuração por meio de processo administrativo disciplinar,
a autoridade disciplinar encaminhará os autos ao Corregedor Geral sem julgamento.
Art. 35. A autoridade disciplinar informará ao participante sobre a solução da parte
disciplinar.

CAPÍTULO IV
DO JULGAMENTO
Seção I
Dos Fatores a Observar

Art. 36. No julgamento da transgressão deverão ser considerados os seguintes fatores:

I – a personalidade do transgressor e seus antecedentes disciplinares;

II – os motivos determinantes;

III – a natureza dos fatos e/ou dos atos que a envolveram;

IV – maior ou menor extensão do dano ou perigo do dano;

V – as circunstâncias de tempo, lugar e os meios empregados;


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VI – a demonstração de arrependimento após o cometimento da transgressão; e

VII – as conseqüências da transgressão.

Seção II
Das Causas de Justificação

Art. 37. São causas que justificam e excluem a ocorrência de transgressão disciplinar,
desde que comprovadas em processo apuratório regular:

I – ter havido motivo de força maior;

II – a ignorância, desde que não atente contra os sentimentos normais de patriotismo,


humanidade e probidade; e

III – ter sido cometida a transgressão:

a) em obediência à ordem superior, desde que não manifestamente ilegal;

b) para compelir o subordinado a cumprir rigorosamente o seu dever, em caso de


perigo, necessidade urgente, calamidade pública e preservação da ordem e da disciplina; e

c) em legítima defesa, estado de necessidade ou estrito cumprimento do dever legal.

Seção III
Das Circunstâncias Atenuantes e Agravantes

Art. 38. São circunstâncias que atenuam a punição:

I – estar no comportamento ótimo ou excepcional;

II – possuir relevantes serviços prestados à Corporação;

III – ter confessado a autoria de transgressão ignorada ou imputada a outra pessoa;

IV – ter procurado diminuir as conseqüências da transgressão, reparando os danos antes


da solução da sindicância ou do procedimento apuratório disciplinar sumário;

V – comprovada falta de prática na atividade, desde que guarde esta relação com a
transgressão; e

VI – ter sido cometida a transgressão em defesa própria, de seus direitos ou de outra


pessoa, não se configurando causa de justificação.

Art. 39. São circunstâncias que agravam a punição:


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I – estar no comportamento insuficiente;

II – ter praticado, em conexão, duas ou mais transgressões;

III – a reincidência;

IV – conluio de duas ou mais pessoas;

V – ter abusado, o transgressor, de sua autoridade hierárquica ou funcional;

VI – ser a transgressão comprometedora da imagem da Corporação; e

VII – ter sido praticada a transgressão:

a) durante a execução de serviço;

b) em presença de pares e/ou subordinados;

c) em presença de tropa;

d) em presença de público externo; e

e) com premeditação.

Parágrafo único. Para efeito de reincidência não se considera a transgressão anterior, se


entre a data do término do cumprimento da punição e a transgressão posterior tiver decorrido
período de tempo superior a:

I – 1 (um) ano nas transgressões de natureza leve;

II – 2 (dois) anos nas transgressões de natureza média; e


III – 4 (quatro) anos nas transgressões de natureza grave.

TÍTULO III
DAS PUNIÇÕES DISCIPLINARES
CAPÍTULO I
DO OBJETIVO, DA GRADAÇÃO, DA CONCEITUAÇÃO E DA EXECUÇÃO
Seção I
Do Objetivo
Art. 40. A punição disciplinar objetivará a preservação da disciplina e terá em vista o
benefício educativo do punido e da coletividade a que pertence.

Seção II
Da Gradação, da Conceituação e da Execução

Art. 41. As punições disciplinares a que estão sujeitos os policiais militares são as
seguintes:
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I – repreensão;

II – detenção;

III – prisão;

IV – licenciamento a bem da disciplina;

V – exclusão a bem da disciplina; e

VI – demissão “ex-officio”.

§ 1º Além das punições disciplinares previstas neste artigo, poderão ser aplicadas,
independente ou cumulativamente com elas, além de outras estabelecidas em leis e
regulamentos, as seguintes medidas administrativas:

I – cancelamento de matrícula ou inscrição, e o conseqüente desligamento do curso,


estágio ou exame que estiver realizando;

II – destituição de cargo, função ou comissão; e

III – movimentação da unidade onde serve.

§ 2º Para efeito deste regulamento, são termos equivalentes licenciamento a bem da


disciplina, exclusão a bem da disciplina e demissão “ex-officio”.
Art. 42. Repreensão é a censura enérgica ao transgressor, feita por escrito e publicada
em boletim ou aditamento.
Art. 43. A detenção consiste no cerceamento da liberdade do punido, sem que tenha
de ficar, no entanto, confinado em compartimento fechado.

Parágrafo único. O detido comparecerá a todos os atos de serviço, internos e externos,


a critério da autoridade disciplinar, devendo qualquer restrição constar da nota de punição.
Art. 44. A prisão consiste no confinamento em alojamento de pares ou outro local
adequado, conforme dispuser a autoridade disciplinar.

§ 1º O preso ou detido que oferecer perigo à integridade física própria ou de outrem, ou


que se comportar inconvenientemente, será recolhido ao xadrez imediatamente, e somente
deixará essa condição depois de cessados os atos de indisciplina, a critério da autoridade que
o puniu.

§ 2º Os policiais militares de círculos hierárquicos diferentes não ficarão presos nas


mesmas dependências.

§ 3º Os presos disciplinares ficarão separados dos de justiça.

§ 4º Quando a OPM não dispuser de dependências adequadas ao cumprimento da


prisão ou detenção, a punição será cumprida em outra OPM, bastando para isso que a
autoridade que puniu solicite do comandante respectivo.
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§ 5º A prisão deve ser cumprida sem prejuízo do serviço, porém, se conveniente à


disciplina, a autoridade poderá restringir a atividade do punido aos serviços internos, fazendo
constar da nota de punição.

§ 6º A alimentação do preso ou detido é de sua inteira responsabilidade, e deve ser


adquirida com recursos provenientes da etapa de alimentação.
§ 7º Quando o preso ou detido for inativo, a autoridade disciplinar indicará o local do
cumprimento.
Art. 45. Em casos excepcionais, de ofício ou a requerimento, a autoridade disciplinar
poderá permitir o cumprimento da prisão ou detenção na residência do punido.

Parágrafo único. A permissão será revogada se o policial militar se ausentar de sua


residência sem autorização, independente da sanção disciplinar que a sua atitude poderá
acarretar.
Art. 46. O recolhimento do policial militar à prisão antes do processo disciplinar
somente poderá ocorrer para o restabelecimento da ordem administrativa e preservação dos
princípios da hierarquia e disciplina quando estes estiverem ameaçados, pelo prazo de até 72
(setenta e duas) horas.

§ 1º Se a prisão for efetuada por quem não tenha ascendência funcional sobre o
transgressor, o fato será imediatamente comunicado à autoridade disciplinar competente.

§ 2º Caso o transgressor seja mantido preso, a autoridade disciplinar deverá


fundamentar as razões da sua decisão e publicá-las, porém, em qualquer caso, determinará
imediatamente a instauração do procedimento apuratório cabível.

§ 3º O policial militar preso nessas circunstâncias terá direito a assistência da família


e/ou de advogado, caso deseje.

Art. 47. O licenciamento a bem da disciplina consiste na exclusão do serviço ativo da


praça sem estabilidade, mediante processo administrativo disciplinar, quando:

I – for a transgressão praticada de natureza grave, atentatória ao decoro da classe


policial militar, às instituições ou ao Estado;

II – tendo ingressado no comportamento insuficiente, continuar praticando atos


atentatórios à ética policial militar, sem demonstrar tendência à melhoria de comportamento; e

III – tiver sido condenado em sentença penal transitada em julgado, por crime de
qualquer natureza e qualquer que seja a pena, desde que o fato seja considerado, em princípio,
uma grave violação da ética policial militar.

Parágrafo único. A partir da vigência deste Regulamento, as praças sem estabilidade,


quando submetidas a processo administrativo disciplinar, ficam sujeitas ao rito processual
previsto no Decreto-lei nº 34, de 07 de dezembro de 1982.
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 18

Art. 48. A exclusão a bem da disciplina consiste na exclusão do serviço ativo


aplicada ao aspirante-a-oficial e à praça com estabilidade assegurada.

Art. 49. A demissão “ex-officio” consiste na exclusão do oficial PM do serviço ativo,


conforme prescrito da legislação peculiar.

CAPÍTULO II
DOS LIMITES E DA COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO

Art. 50. A competência para aplicar as punições disciplinares é conferida ao cargo e


não ao grau hierárquico.

§ 1º São competentes para aplicar punição disciplinar, nesta ordem:

I – o Governador do Estado, a todos aqueles que estiverem sujeitos a este Regulamento,


até demissão ex-offício (Errata: onde se lê: a bem da disciplina, leia-se: ex-offício.
Publicada no DOE nº 1115, de 04 de novembro de 2008);

II – o Secretário de Segurança do Estado, a todos aqueles que estiverem sujeitos a


este Regulamento, excetuando-se os que estiverem sob a subordinação direta do
Governador do Estado e do Chefe da Casa Militar, até 10(dez) dias de prisão; (NR para
acrescentar a competência ao Secretário de SSP, pelo Decreto nº 15753, de 10 de março de 2011 –
DOE de 11/03/2011 – Efeitos da data da publicação. Retificado para 10 dias pelo DOE nº 1705, de
01/04/2011)

III – o Comandante Geral, a todos os que estiverem sujeitos a este Regulamento,


excetuando-se os que estiverem sob a subordinação direta do Governador do Estado e
do Secretário de Segurança do Estado, até licenciamento ou exclusão a bem da
disciplina; (NR pelo Decreto nº 15753, de 10 de março de 2011 – DOE de 11/03/2011 – Efeitos da
data da publicação.)

IV – o Subcomandante da Polícia Militar, a todos os que estiverem sujeitos a este


Regulamento, excetuando-se os que estiverem sob subordinação direta do Governador
do Estado, Secretário de Segurança do Estado, do Comandante Geral e do Secretário
Chefe da Casa Militar, até 10 (dez) dias de prisão; (NR pelo Decreto nº 15753, de 10 de março
de 2011 – DOE de 11/03/2011 – Efeitos da data da publicação.)

V – o Corregedor Geral, aos que estiverem sujeitos a este regulamento,


excetuando-se os subordinados diretamente ao Governador do Estado, Secretário de
Segurança do Estado, Comandante e Subcomandante da Polícia Militar, o Secretário
Chefe da Casa Militar e demais ocupantes de cargos privativos de coronel PM, até 10
(dez) dias de prisão; (NR pelo Decreto nº 15753, de 10 de março de 2011 – DOE de 11/03/2011 –
Efeitos da data da publicação.)

VI – o Chefe do Estado-Maior Geral, Comandantes Regionais de Policiamento,


diretores e demais ocupantes de cargos privativos de Coronel PM, aos que lhes são
subordinados, até 10 (dez) dias de prisão; (NR pelo Decreto nº 15753, de 10 de março de 2011
– DOE de 11/03/2011 – Efeitos da data da publicação.)
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 19

VII – o Secretário Chefe da Casa Militar, aos que estiverem sob sua chefia, até 10
(dez) dias de prisão; (NR pelo Decreto nº 15753, de 10 de março de 2011 – DOE de 11/03/2011 –
Efeitos da data da publicação.)

VIII – Ajudante Geral, Comandante e Subcomandante de Unidades, Chefe de


Seção do Estado-Maior Geral, Serviços e Assessorias, aos que estiverem sob seu
comando, chefia ou direção, até 8 (oito) dias de prisão; (NR pelo Decreto nº 15753, de 10 de
março de 2011 – DOE de 11/03/2011 – Efeitos da data da publicação.)

IX – Comandante de subunidades, incorporadas ou destacadas, aos que s ervirem


sob seu comando, até 10 (dez) dias de detenção; e (NR pelo Decreto nº 15753, de 10 de março
de 2011 – DOE de 11/03/2011 – Efeitos da data da publicação.)

X – Comandantes de pelotões destacados, aos seus comandados, até 6 (seis) dias de


detenção. (Inciso acrescido por renumeração, pelo Decreto nº 15753, de 10 de março de 2011 –
DOE de 11/03/2011 – Efeitos da data da publicação.)
(REDAÇÃO ANTERIOR) II – o Comandante Geral, a todos os que estiverem sujeitos a este Regulamento,
excetuando-se os que estiverem sob a subordinação direta do Governador do Estado, até licenciamento ou exclusão a bem
da disciplina; (Errata: onde se lê: demissão a bem da disciplina, leia-se: exclusão a bem da disciplina. Publicada no
DOE nº 1115, de 04 de novembro de 2008);
III – o Subcomandante da Polícia Militar, a todos os que estiverem sujeitos a este Regulamento, excetuando-se os
que estiverem sob subordinação direta do Governador do Estado, do Comandante Geral e do Secretário Chefe da Casa
Militar, até 10 (dez) dias de prisão;
IV – o Corregedor Geral, aos que estiverem sujeitos a este regulamento, excetuando-se os subordinados diretamente
ao Governador do Estado, Comandante e Subcomandante da Polícia Militar, o Secretário Chefe da Casa Militar e demais
ocupantes de cargos privativos de coronel PM, até 10 (dez) dias de prisão;
V – o Chefe do Estado-Maior Geral, Comandantes Regionais de Policiamento, diretores e demais ocupantes de
cargos privativos de Coronel PM, aos que lhes são subordinados, até 10 (dez) dias de prisão;
VI – o Secretário Chefe da Casa Militar, aos que estiverem sob sua chefia, até 10 (dez) dias de prisão;
VII – Ajudante Geral, Comandante e Subcomandante de Batalhão, Chefe de Seção do Estado-Maior Geral,
Serviços e Assessorias, aos que estiverem sob seu comando, chefia ou direção, até 8 (oito) dias de prisão; (NR dada pelo
Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).
(REDAÇÃO ANTERIOR) VII – Ajudante Geral, Comandante e Subcomandante de Unidades, Chefe de Seção do
Estado-Maior Geral, Serviços e Assessorias, aos que estiverem sob seu comando, chefia ou direção, até 8 (oito) dias de
prisão;
VIII – Comandante de Companhia, incorporada ou destacada, aos que servirem sob seu comando, até 04 (quatro)
dias de prisão; (NR dada pelo Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010 – Efeitos da data da
publicação).
(REDAÇÃO ANTERIOR) VIII – Comandante de subunidades, incorporadas ou destacadas, aos que servirem sob seu
comando, até 10 (dez) dias de detenção; e
IX – Comandantes de pelotões destacados, aos seus comandados, até 6 (seis) dias de detenção.

§ 2º A aplicação de punições disciplinares a policiais militares da inatividade é de


competência exclusiva das autoridades mencionadas nos incisos I, II, III e IV do § 1º deste
artigo.
Art. 51. Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, ambas com ação
disciplinar sobre o transgressor, tomarem conhecimento da transgressão, à de nível mais
elevado competirá punir, salvo se entender que a punição esteja dentro dos limites de
competência da de menor nível. Neste caso, a autoridade de nível superior deverá comunicar
esse entendimento à de menor nível, devendo esta participar àquela a solução adotada.
Art. 52. Quando a autoridade disciplinar, ao julgar uma transgressão, concluir que a
punição a aplicar está além do limite máximo que lhe é autorizado, solicitará à autoridade
superior, com ação sobre o transgressor, a aplicação da punição devida.
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 20

Art. 53. No caso de ocorrência disciplinar envolvendo policiais militares de mais de


uma OPM, caberá a apuração à Corregedoria ou ao órgão que tiver ascendência funcional
sobre os comandantes das unidades.
Art. 54. No caso de ocorrência disciplinar envolvendo militares de outras
corporações, a autoridade policial militar competente adotará as medidas disciplinares
referentes aos que estiverem a ela subordinados, e informará ao escalão superior sobre a
ocorrência, as medidas adotadas e o que foi por ela apurado.

CAPÍTULO III
DAS NORMAS PARA A APLICAÇÃO E O CUMPRIMENTO
Seção I
Da Aplicação

Art. 55. A aplicação da punição consistirá de uma nota publicada em Boletim da


Polícia Militar ou da respectiva OPM, ou do extrato de uma sentença administrativa,
publicada no Diário Oficial do Estado, que conterão a descrição da transgressão e o
enquadramento do transgressor.

§ 1º A descrição da transgressão deverá conter, em termos precisos e sintéticos, os fatos


e as circunstâncias que o envolveram, não devendo ser emitidos comentários depreciativos,
ofensivos ou pessoais.

§ 2º O enquadramento é a tipificação da transgressão nos termos deste regulamento,


devendo ser mencionado ainda o seguinte:

I – no caso das transgressões a que se refere o inciso II do Art. 13, tanto quanto
possível, a referência aos artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens das leis, regulamentos,
normas ou ordens que foram contrariados ou contra os quais tenha havido omissão;

II – as alíneas, incisos e artigos das circunstâncias atenuantes ou agravantes ou causas


de justificação;

III – a classificação da transgressão;

IV – a punição imposta;

V – as condições para o cumprimento da punição, se for o caso;

VI – a classificação do comportamento.

§ 3º Quando a autoridade que aplicar a punição não dispuser de boletim, a sua


publicação será feita, mediante solicitação escrita, no da autoridade imediatamente superior a
que estiver subordinada.

§ 4º A nota de punição será transcrita no boletim ou aditamento das autoridades


subordinadas, até o daquela sob cuja subordinação direta se achar o transgressor.

§ 5º A publicação da punição disciplinar imposta a oficial ou aspirante -a-oficial, em


princípio, deve ser feita em boletim reservado, podendo ser em boletim ostensivo se as
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 21

circunstâncias ou a natureza da transgressão assim o recomendarem. ; (NR dada pelo


Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

(REDAÇÃO ANTERIOR) § 5ºA punição imposta será publicada em boletim reservado, mas poderá ser
em boletim ostensivo se as circunstâncias ou a natureza da transgressão assim o recomendarem.

Art. 56.Quando ocorrer causa de justificação, ela será mencionada no lugar da punição
imposta.
Art. 57. O registro de punições para fins de reincidência, controle e classificação de
comportamento é efetuado em ficha individual, e conterá os elementos dos §§ 1º e 2º do Art.
55. (Errata: onde se lê: §§ 1º e 2º do Art. 56, leia-se: §§ 1º e 2º do Art. 55. Publicada no DOE nº
1115, de 04 de novembro de 2008);

Art. 58. A aplicação da punição deverá obedecer aos seguintes preceitos:

I – ser feita com justiça, imparcialidade e serenidade, para que o punido fique
consciente e convicto de que a mesma se inspira no cumprimento exclusivo do dever;

II – a punição dever ser proporcional à gravidade da transgressão, dentro dos seguintes


limites:
a) transgressão leve – repreensão;

b) transgressão média – detenção até 10 (dez) dias;

c) transgressão grave – prisão, licenciamento, exclusão, demissão “ex-officio”.

III – quando ocorrerem circunstâncias atenuantes e agravantes a punição deverá ser


dosada conforme preponderem essas ou aquelas;

IV – por uma única transgressão não deverá ser aplicada mais de uma punição;

V – a punição disciplinar não exime o punido da responsabilidade civil e penal que lhe
couber; e

VI – se ocorrer de mais de uma transgressão sem conexão entre si, a cada uma deve ser
imposta a punição correspondente; caso contrário, a de menor gravidade será considerada
circunstância agravante.

§ 1º Haverá conexão quando uma transgressão for causa ou conseqüência da outra.

§ 2º A ação disciplinar prescreverá:

I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações de natureza grave;

II – em 2 (dois) anos, quanto às transgressões de natureza média; e

III – em 1 (um) ano, quanto às transgressões de natureza leve.

§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a


prescrição.
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 22

§ 4º Quando o fato for investigado também judicialmente ou em sede de inquérito


policial e, a juízo da autoridade disciplinar, for conveniente aguardar o desfecho da
investigação, a instauração de processo disciplinar suspende o curso do prazo prescricional.

§ 5º Afastamentos imperativos do acusado em processo disciplinar, ainda que


decorrentes de ordens médicas, quando superiores a 15 dias contínuos acarretarão a suspensão
do curso do prazo prescricional.

Seção II
Do Cumprimento
Art. 59. O cumprimento da punição disciplinar ocorrerá imediatamente depois de
esgotado em branco o prazo para apresentação do recurso cabível ou imediatamente após o
julgamento do recurso.

Parágrafo único. O tempo que o punido passou recolhido à prisão em virtude do que
dispõe o Art. 46 deste regulamento será abatido no momento do cumprimento da punição que
lhe for imposta.
Art. 60. O cumprimento da punição disciplinar restritiva de liberdade – prisão ou
detenção – por policial militar afastado totalmente do serviço, em caráter temporário, deve
ocorrerá depois de sua apresentação pronto na OPM.
Art. 61. A exclusão do serviço ativo de policial militar em licença para tratamento de
saúde própria, quando a enfermidade tenha relação de causa e efeito com o serviço,
comprovada em Documento Sanitário de Origem, será aplicada depois que ele for
considerado capaz para o serviço.

Parágrafo único. Não se confirmando a relação de causa e efeito entre a enfermidade


e o serviço policial militar, a exclusão será aplicada logo depois de esgotados os prazos
recursais.
Art. 62. O cumprimento da punição de prisão ou detenção somente se dará em
dependências de OPM cujo comandante tenha precedência hierárquica ou funcional sobre o
punido.
Art. 63. A Licença Especial (LE), a Licença para Tratar de Interesse Particular
(LTIP) e a Licença para Tratamento de Saúde de Dependente (LTSD) poderão ser suspensas
para cumprimento de punição disciplinar decorrente de transgressão de natureza grave
cometida durante o gozo da licença, após o devido processo legal.

§ 1º A suspensão ou adiamento de LE, LTIP ou LTSD para cumprimento de punição


disciplinar, somente ocorrerá por determinação das autoridades que tiverem concedido a
licença, cabendo a estas fixar as datas de seu início e término.

§ 2º Quando a punição disciplinar anteceder à licença e o seu cumprimento se estender


além da data prevista para o seu início, ficará esta adiada até o término do cumprimento.
Art. 64. A punição disciplinar, exceto a que exclui o policial militar do serviço ativo,
poderá ser suspensa nos casos de grave perturbação da ordem ou quando a situação exigir o
emprego do efetivo máximo.
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 23

Parágrafo único. O cumprimento será reiniciado tão logo cessem os motivos que
determinaram a sua suspensão, computado o período já cumprido.

CAPÍTULO IV
DA RELEVAÇÃO, DA ATENUAÇÃO E DO AGRAVAMENTO
Seção I
Da Disposição Geral

Art. 65. A punição pode ser relevada, atenuada ou agravada pela autoridade que a
aplicar ou por outra, superior e competente, quando tiver conhecimento de fatos que
recomendem tal procedimento, de acordo com as disposições deste capítulo.

Parágrafo único. A decisão que relevar, atenuar ou agravar a punição deverá ser
fundamentada e publicada em boletim da autoridade que praticar o ato.

Seção II
Da Relevação
Art. 66. A relevação consiste na suspensão do cumprimento da punição imposta e
poderá ser concedida:

I – quando a autoridade que aplicou a punição disciplinar verificar que o objetivo da


punição foi plenamente alcançado;

II – por ocasião de passagem de comando ou de festividades policiais militares; e

III – nas datas festivas consideradas de relevante importância no contexto nacional,


estadual ou municipal.

§ 1º A relevação da punição independe do tempo cumprido ou a cumprir.

§ 2º A aplicação dos incisos II e III é condicionada ao cumprimento do inciso I.

Seção III
Da Atenuação e do Agravamento

Art. 67. A atenuação consiste na reclassificação da punição para uma menos grave ou
na diminuição do período de cumprimento.

Art. 68. O agravamento consiste na reclassificação da punição para uma mais grave
ou no aumento do período de cumprimento.

TÍTULO IV
DO COMPORTAMENTO DISCIPLINAR

Art. 69. O comportamento disciplinar refere-se à conduta ética, civil e profissional da


praça, de conformidade com que estabelece este regulamento.

Parágrafo único. A classificação e mudança do comportamento disciplinar são de


competência das autoridades referidas no § 1º do Art. 50, obedecido ao disposto neste título. (
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 24

Errata: onde se lê: § 1º do Art. 51, leia-se § 1º do Art. 50. Publicada no DOE nº 1115, de 04 de
novembro de 2008).

Art. 70. O policial militar será classificado em um dos seguintes comportamentos:

I – excepcional – quando possuir mais de 40 pontos positivos;

II – ótimo – quando possuir entre 30 e 40 pontos positivos; e

III – bom – quando possuir entre 10 e 29 pontos positivos;

IV – insuficiente – quando possuir menos de 10 pontos positivos.

§ 1º Ao ser incluído na Corporação, o policial militar possuirá 20 (vinte) pontos


positivos e será classificado automaticamente no comportamento bom.

§ 2º Ingressará automaticamente no comportamento disciplinar insuficiente, e passará a


contar 9 (nove) pontos positivos, salvo se já houver ingressado por outro motivo, o policial
militar que, estando no comportamento bom, qualquer que seja a sua pontuação, cometer
duas transgressões graves em menos de 1 (um) ano.

§ 3º Estando no comportamento ótimo, incorrendo na situação do parágrafo anterior,


ingressará no comportamento bom e passará a contar 20 (vinte pontos).

§ 4º Estando o policial militar no comportamento excepcional, regridirá para o ótimo, e


contará 30 (trinta) pontos no ato de publicação da terceira transgressão grave.

§ 5º Para efeito deste Título, são estabelecidas as seguintes equivalências entre as


punições:

I – duas transgressões leves equiparam-se a uma média; e

II – duas transgressões médias equiparam-se a uma grave.

Art. 71. A mudança de comportamento é progressiva ou regressiva e será feita


automaticamente, somando-se ou subtraindo-se pontos na ficha individual do policial militar,
de acordo com os seguintes critérios:

I – para cada ano contínuo de efetivo serviço sem punição, serão somados 2 (dois)
pontos;

II – para cada prisão disciplinar serão subtraídos 4 (quatro) pontos;

III – para cada detenção disciplinar serão subtraídos 2 (dois) pontos; e (Errata: onde se
lê: (três ) pontos, leia-se: (dois)pontos. Publicada no DOE nº 1115, de 04 de novembro de 2008);

IV – para cada repreensão será subtraído 1 (um) ponto.


Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 25

Parágrafo único. O tempo em que o policial militar estiver afastado para gozo de
licença para tratar de interesse particular ou em função de natureza civil não será computado
para os fins do inciso I deste artigo.

Art. 72. A mudança de comportamento disciplinar será assinalada no enquadramento,


ou far-se-á por meio de nota para boletim.

TÍTULO V
DOS RECURSOS, DO CANCELAMENTO DE PUNIÇÃO E DAS RECOMPENSAS
CAPÍTULO I
DOS RECURSOS

Art. 73. Recurso administrativo disciplinar é o direito concedido ao policial militar de


requerer o reexame do julgamento da autoridade que aplicou a punição.
Art. 74. São recursos administrativos disciplinares:

I – o pedido de reconsideração de ato;

II – a queixa; e

III – a representação.

Art. 75. O pedido de reconsideração de ato é o recurso interposto perante a


autoridade que aplicou a punição, por meio do qual o recorrente solicita a anulação da
punição ou a sua atenuação.

Parágrafo único. O pedido de reconsideração de ato será interposto no prazo de até 10


(dez) dias, sob pena de preclusão.

Art. 76. A queixa é o recurso dirigido ao Corregedor Geral da Polícia Militar, pelo
policial militar que se sentiu prejudicado com o julgamento do seu pedido de reconsideração
de ato.

§ 1º A apresentação da queixa somente poderá ser feita depois de publicado o


julgamento do pedido de reconsideração de ato.

§ 2º O prazo para a interposição da queixa é de 5 (cinco) dias. (NR dada pelo


Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

(REDAÇÃO ANTERIOR) § 2º O prazo para a interposição da queixa é de 5 (cinco) dias, contados da


data de publicação do julgamento do pedido de reconsideração de ato.

§ 3º O querelante deverá informar à autoridade de quem vai se queixar do objeto do


seu recurso, juntando ao recurso, obrigatoriamente, cópia do documento com o qual a fez
ciente.
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 26

§ 4º O querelante, a critério do Corregedor Geral, poderá ser afastado da subordinação


direta da autoridade disciplinar querelada, até o julgamento do recurso.

§ 5º A queixa será dirigida ao Subcomandante Geral quando o ato a ser recorrido


for do Corregedor Geral. (Acrescido pelo Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010, DOE de
13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

§ 6º Do ato do Governador do Estado, do Comandante Geral ou do Secretário


Chefe da Casa Militar não será cabível queixa. (Acrescido pelo Decreto nº 14852, de 13 de
janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

Art. 77. A representação é o recurso interposto por autoridade disciplinar apenas


indiretamente atingida pelo ato reputado ilegal ou injusto de autoridade superior, que atinja
subordinado hierárquico ou serviço sob seu comando ou sua responsabilidade.
Art. 78. O recurso disciplinar é individual e não poderá tratar de assuntos estranhos ao
fato que o tenha motivado, nem versar sobre matéria capciosa, impertinente ou fútil.
Art. 79. A autoridade a quem é dirigido recurso disciplinar dará prioridade ao seu
julgamento.

§ 1º A tramitação de recurso disciplinar terá tratamento de urgência em todos os


escalões.

§ 2º REVOGADO (Revogado pelo Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010, DOE de


13/01/2010 – Efeitos da data da publicação).

(REDAÇÃO ANTERIOR) § 2º Do julgamento da queixa ou representação, quando feitos pelo


Comandante Geral ou Chefe da Casa Militar, cabe recurso ao Governador, em última instância.

§ 3º O cumprimento efetivo da pena disciplinar, bem como outros efeitos jurídicos de


sua aplicação, somente se verificarão após transitar em julgado, no âmbito administrativo,, a
sentença punitiva.
Art. 80. O recurso disciplinar que contrariar o prescrito neste capítulo não será
conhecido pela autoridade, que mandará arquivá-lo.

CAPÍTULO II
Do Cancelamento de Punição
Art. 81. O cancelamento de punições será concedido a requerimento do policial
militar, satisfeitas as seguintes condições:

I – possuir mais de 29 pontos positivos;


II – ter o requerente completado, sem perder pontos, se praça, ou sem sofrer
punição, se oficial: (NR dada pelo Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010
– Efeitos da data da publicação).

(REDAÇÃO ANTERIOR) II – ter o requerente completado, sem perder pontos:

a) 6 (seis) anos consecutivos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de


prisão;
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 27

b) 4 (quatro) anos consecutivos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de


detenção;

c) 2 (dois) anos consecutivos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for


repreensão.

§ 1º O cancelamento das punições não muda o comportamento disciplinar do policial


militar.

§ 2º As punições relativas às transgressões de caráter puramente escolar serão


automaticamente canceladas por ocasião do término do curso, e não produzirão efeito sobre o
comportamento disciplinar do policial militar.

§ 3º Serão observadas as condições deste artigo para os policiais militares da


inatividade, inclusive o critério temporal, exceto no que se refere ao efetivo serviço.
Art. 82. A solução de requerimento de cancelamento de punições é de competência
do Corregedor Geral da Polícia Militar, exceto para os oficiais do posto de coronel PM, cuja
competência é exclusiva do Comandante Geral e do Governador do Estado.
Art. 83. Todas as anotações em folhas de alterações, e as registradas no campo
MOTIVOS da Ficha Individual, que tenham relação com as punições canceladas devem ser
tingidas, de maneira que não seja possível a sua leitura.

§ 1º No verso da Ficha Individual, ao lado do histórico onde foi tingido o registro da


punição, serão tomadas as seguintes providências:

I – manter, nos itens DATA, BI, TIPO, DIAS e TÉRMINO as anotações referentes às
punições canceladas; inserir, logo abaixo destes, o número e a data do boletim que publicou o
cancelamento, e acrescentar a expressão “punição cancelada”; e

II – rubricar, o responsável pelas anotações, a Ficha Individual.

§ 2º Em todas as vias das folhas de alterações registrar-se-ão, na margem direita, o


número e a data do boletim que publicou o cancelamento.
Art. 84. A contagem do prazo estipulado para cancelamento de punições começa a
partir da data de publicação do ato.

CAPÍTULO III
DAS RECOMPENSAS
Art. 85. As recompensas constituem reconhecimento dos bons serviços prestados
pelos policiais militares.

Parágrafo único. São recompensas policiais militares, além de outras previstas em


leis ou regulamentos:
I – honra ao mérito;

II – condecorações por serviços prestados;

III – elogios;
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 28

IV – dispensas do serviço.

Art. 86. O prêmio de honra ao mérito e as condecorações por serviços prestados serão
concedidos de acordo com a regulamentação peculiar.
Art. 87. O elogio pode ser individual ou coletivo, e será concedido àquele que tenha
se destacado da coletividade no desempenho das funções.

§ 1º O elogio individual destacará as qualidades morais e técnicas do policial militar.

§ 2º A descrição do fato destacará, além dos atributos do policial militar elogiado, as


circunstâncias de sua atuação.

§ 3º Apenas os elogios obtidos no desempenho de atividades policiais militares ou


considerados como tal, consignados por autoridades competentes, serão registrados na Ficha
Individual.

§ 4º As autoridades competentes para conceder elogios são as especificadas no § 1º


do Art. 50, aos que lhes são subordinados. (Errata: onde se lê: § 1º do Art. 51, leia-se: § 1º do
Art. 50. Publicada no DOE nº 1115, de 04 de novembro de 2008) .

§ 5º Para conceder elogio a policial militar sobre o qual não tenha ascendência
funcional, a autoridade deverá requerer a publicação no boletim interno da OPM onde aquele
seja lotado.

Art. 88. A dispensa como recompensa é o afastamento total do serviço, em caráter


temporário, concedida pelas autoridades referidas no § 1º do Art. 50, de acordo com a
seguinte gradação: (Errata: onde se lê: § 1º do Art. 51, leia-se: § 1º do Art. 50. Publicada no DOE
nº 1115, de 04 de novembro de 2008) .

I – o Governador do Estado, o Secretário de Segurança, o Comandante Geral e o


Secretário Chefe da Casa Militar, até 20 (vinte) dias; (NR pelo Decreto nº 15753, de 10 de março
de 2011 – DOE de 11/03/2011 – Efeitos da data da publicação.)

(REDAÇÃO ANTERIOR) I – o Governador do Estado, o Comandante Geral e o Secretário Chefe da


Casa Militar, até 20 (vinte) dias;

II – os ocupantes dos demais cargos privativos de coronel PM, até 15 (quinze) dias;

III – Ajudante geral, Comandantes e Subcomandantes de Unidades, Chefe de Seção do


EMG, Serviço e Assessorias, até 8 (oito) dias;

IV – as demais autoridades, até 5 (cinco) dias.

§ 1º A dispensa do serviço como recompensa será concedida em dias consecutivos,


uma vez por ano civil e será gozada de uma só vez, vedada a acumulação com férias e
licença especial. (NR dada pelo Decreto nº 14006, de 29 de dezembro de 2008 – DOE de
31/12/2008 – Efeitos - da data da publicação)
Assessoria Legislativa da Polícia Militar do Estado de Rondônia 29

(REDAÇÃO ANTERIOR)§ 1º As dispensas poderão ser concedidas em dias consecutivos ou não,


no mesmo exercício .

§ 2º A dispensa do serviço como recompensa para ser gozada fora da sede, fica
subordinada às mesmas regras de concessão de férias. (NR dada pelo Decreto nº 14006, de 29
de dezembro de 2008 – DOE de 31/12/2008 – Efeitos - da data da publicação)

(REDAÇÃO ANTERIOR) § 2º As dispensas poderão ser gozadas juntamente com as férias do


policial militar.

§ 3º A concessão da dispensa do serviço como recompensa, deverá ser motivada


pela autoridade que a conceder, e não poderá ser concedida, a um só tempo, por duas
autoridades. (NR dada pelo Decreto nº 14006, de 29 de dezembro de 2008 – DOE de 31/12/2008 –
Efeitos - da data da publicação)

(REDAÇÃO ANTERIOR ) § 3º A dispensa do serviço para ser gozada fora da sede, fica
subordinada às mesmas regras de concessão de férias.

§ 4º REVOGADO (Revogado pelo Decreto nº 14006, de 29 de dezembro de 2008, DOE de


31/12/2008 – Efeitos da data da publicação)

(REDAÇÃO ANTERIOR) § 4º A dispensa do serviço não poderá ser concedida, a um só tempo, por
duas autoridades, exceto se o período total de afastamento não ultrapassar o limite da de maior precedência.

Art. 89. Quando a autoridade que conceder a recompensa não dispuser de boletim, a
publicação será feita, mediante solicitação escrita, no da autoridade a que estiver subordinada.
Art. 90. São competentes para anular, restringir ou ampliar as recompensas concedidas
por si ou por seus subordinados, as autoridades referidas no § 1º do Art. 51 deste
regulamento. (Errata: onde se lê: § 1º do Art. 51, leia-se: § 1º do Art. 50. Publicada no DOE nº
1115, de 04 de novembro de 2008) .

TÍTULO VI
DOS PRAZOS

Art. 91. Os prazos previstos neste regulamento somente começam a correr a partir do
primeiro dia útil após a ciência do interessado.

§ 1º Computar-se-ão os prazos excluindo o dia do começo e incluindo o do


vencimento.

§ 2º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em


feriado, dia em que não haja expediente administrativo ou dia em que este seja encerrado
antes do horário habitual.

Art. 92. Os interessados tomarão ciência das decisões por intermédio de


intimações. (NR dada pelo Decreto nº 14852, de 13 de janeiro de 2010, DOE de 13/01/2010 –
Efeitos da data da publicação).
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(REDAÇÃO ANTERIOR) Art. 92. O prazo para a interposição de recurso conta-se da data em que o
policial militar é intimado da decisão.

Parágrafo único. A contagem do prazo para a apresentação do recurso será suspensa


se o policial militar estiver executando serviço ou ordem que dificulte ou torne impossível
apresentá-lo em tempo hábil, e reiniciada logo após cessarem esses motivos.

TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 93. Para fim de comportamento disciplinar, a partir da vigência deste


regulamento aplicar-se-ão as seguintes regras: (NR dada pelo Decreto nº 13444, de 08 de
fevereiro de 2008 – DOE de 11 de fevereiro de 2008, efeitos a contar de 13 de novembro de 2007).

I – os que estiverem no comportamento excepcional contarão 41 (quarenta e um


pontos), mais os pontos correspondentes a cada ano contínuo de efetivo serviço sem
punição, contado a partir da data de ingresso neste comportamento; (Redação alterada pelo
Decreto nº 13444, de 08 de fevereiro de 2008 – DOE de 11 de fevereiro de 2008, efeitos a contar de 13
de novembro de 2007).

II – os que estiverem no comportamento ótimo terão 30 (trinta pontos) mais os


pontos correspondentes a cada ano contínuo de efetivo serviço sem punição, contado a
partir da data de ingresso neste comportamento; (Redação alterada pelo Decreto nº 13444, de
08 de fevereiro de 2008 – DOE de 11 de fevereiro de 2008, efeitos a contar de 13 de novembro de
2007).

III – os que estiverem no comportamento bom terão 20 (vinte pontos) mais os


pontos correspondentes a cada ano contínuo de efetivo serviço sem punição, contado a
partir da data de ingresso neste comportamento; (Redação alterada pelo Decreto nº 13444, de
08 de fevereiro de 2008 – DOE de 11 de fevereiro de 2008, efeitos a contar de 13 de novembro de
2007).

IV – os que estiverem no comportamento insuficiente ou mau terão 9 (nove)


pontos.

( REDAÇÃO ANTERIOR) I – os que estiverem no comportamento excepcional terão 41 (quarenta e um)


pontos;
II – os que estiverem no comportamento ótimo terão 30 (trinta) pontos;
III – os que estiverem no comportamento bom terão 20 (vinte) pontos; E
IV – os que estiverem no comportamento insuficiente ou mau terão 9 (nove) pontos.

Art. 94. Ficam definidas, ainda, as seguintes regras para aplicação a partir da vigência
deste Regulamento:

I – os efeitos das punições aplicadas anteriormente à sua vigência serão consideradas de


conformidade com a legislação específica;
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II – aplicar-se-ão aos procedimentos administrativos em andamento as disposições deste


Regulamento, sem prejuízo dos atos já realizados;

III – o comportamento das praças militares obedecerá ao disposto neste Regulamento a


partir de sua vigência.

Art. 95. O comportamento MAU, eventualmente referido em outras disposições


normativas, equivalerá ao comportamento INSUFICIENTE constante deste decreto.
Art. 96. Fica o Comandante Geral autorizado a baixar instruções complementares,
quando necessárias, visando a dirimir dúvidas de interpretação ou suprir omissões, desde que
não confrontem com os princípios que regem este Regulamento.

Quartel em Porto Velho (RO), 12 de novembro de 2007.

IVO NARCISO CASSOL


Governador

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