Direito Fiscal
Direito Fiscal
Direito Fiscal
Nampula
2022
UNIVERSIDADE DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
Nampula
2022
Índice
1.Introdução .................................................................................................................................... 5
2. Objectivos ................................................................................................................................... 5
3. Metodologia ................................................................................................................................ 5
6.1. Sujeitos..................................................................................................................................... 8
14. Conclusão................................................................................................................................ 17
O direito tributário, como os demais ramos da ciência jurídica, formou-se lentamente. Com o
aparecimento da sociedade humana o homem assumiu a necessidade de um fundo financeiro,
fruto da colaboração dos membros da coletividade, a fim de poder fazer frente as
necessidades coletivas, assim começam a aparecer as primeiras contribuições compulsórias,
que a época possuiu diferentes nomes e formas das concebidas para os dias actuais, ate
porque as instituições eram outras, assim como as autoridades e os processos da época.
Nos dias actuais, muito se fala sobre reforma tributaria e a esperança social é que ela venha
em breve sanar de modo mais efetivo as incongruências e ma formação desta lei em uso e
promover a reformulação necessária ao acompanhamento das mudanças sociais e nova
realidade.
2. Objectivos
A relação jurídica fiscal é uma relação complexa que compreende quer obrigações principais
quer obrigações acessórias.
O cerne da relação jurídica fiscal é constituído pela obrigação fiscal ou de imposto que,
apesar de ser uma obrigação ou direito de crédito tem características especiais que
diferenciam das demais.
Segundo Texeira (1995), constitui obrigação o vínculo que nasce entre o estado e o particular
através do imposto.
Para Betioli (1996), a relação jurídica estabelece um vínculo entre pessoas, do qual derivam
consequências obrigatórias por corresponder a uma hipótese normativa.
Para Campos (1995), refere que a relação jurídica como sendo, a relação da vida disciplinada
pelo direito, vinculado o titular do direito subjetivo e obrigado, e o obrigado, relativamente ao
objecto ou bem jurídico.
5. Obrigação Fiscal
A obrigação fiscal pode ser dita como o vinculo jurídico nascido de verificação de situação
ou das condições abstractamente previstas na lei tributaria e cujo objectivo e a prestação do
imposto.
Na óptica de Waty (2004), considera a obrigação fiscal como parte da relação jurídica, pós
esta é a mais vasta e complexa. Para ele, a obrigação fiscal inclui todas as relações de
diferente objecto e conteúdo que resultam daquela obrigação central, na qual os sujeitos
passivos são o contribuinte e outras pessoas estranhas a essa obrigação de imposto. A relação
jurídica é composta de um núcleo constituído pelo contribuintes e pelos terceiros que, de
algum modo, estão ligados aos pressupostos do facto de tributação, que podem ser
designados de obrigação ou deveres tributários acessórios.
A relação jurídica fiscal é desde modo uma relação obrigacional, embora de direito público.
Trata de uma particularidade do direito fiscal que possa interpretar-se como correspondendo à
aquela conhecida orientação que visa aproximar esse ramo jurídico do direito civil.
No plano objectivo, a relação jurídica é toda a relação social disciplinada pelo direito,
enquanto no plano subjectivo ela representa o vínculo entre dois ou mais indivíduos, dotados
de obrigatoriedade. Nessa perspetiva as situações subjectivas são momentos de uma relação
jurídica fracções temporárias de uma relação interpessoal regulada pelo direito.
Na perspetiva de Bem (2004), conceitua a relação jurídica como a ligação entre dois ou mais
sujeitos, em razão de um facto previsto no ordenamento jurídico, em que um dos sujeitos tem
o direito de exigir uma prestação e o outro, o dever de compri-lá. Assim vê-se que a
exigência de uma relação jurídica pressupõe o posicionamento de duas ou mais pessoas
adoptadas de poderes e resultantes das normas jurídicas, pois só interessam ao direito as
relações que estejam, de alguma forma previstas num modelo jurídico.
Segundo Fashin (2002, p.4), a relação jurídica se constitui o elemento unificador de código
civil, padecendo dos vices da abstracção e da generalidade que conduzem a uma exclusão
social. O autor afirma que há divisão entre as relações sociais abrangidas pelo manto jurídico
e aquelas que estão excluídas no âmbito de relação, os modelos de relações juridicamente
relevantes não poderiam se ater as vicissitudes das relações fácticas, o código civil é visto
como um sistema pre̵t a̶ porter, mais do que isso o direito se reduz a essas soluções prévias, se
reduz a modelos.
Portanto, a relação jurídica é um facto geral e abstracto, por ser próprio da ciência jurídica,
sendo impossível o legislador elaborar normas sem deixar de tutelar certos bens jurídicos,
uma vez que sua interacção maior é regular a vida das pessoas naquilo que elas tem de maior
ou mais do quotidiano, (Bem, 2004).
Para a melhor compreensão da relação jurídica fiscal é necessário ter a noção dos seus
pressupostos, que constituem o conjunto de condições de que a lei faz depender o nascimento
da relação jurídica fiscal.
Objectivos ou subjectivos;
Genéricos ou específicos.
Sujeitos;
Objectos;
Facto jurídico e;
Garantias.
6.1. Sujeitos
Na obrigação fiscal, existe a particularidade do sujeito activo ser sempre uma entidade do
direito público ou que exerce funções públicas, que tem o direito de exigir o cumprimento da
obrigação. Por sua vez, o sujeito passivo é a pessoa singular ou colectiva ou qualquer outra
entidade (património ou organização de facto de direito, diz a lei, que nos termos legais, esta
vinculada ao cumprimento da obrigação.
Devedor de imposto: é o sujeito passivo que deve satisfazer perante o credor fiscal a
obrigação de imposto.
Quanto a abstracção, não há duvida que a relação jurídica é um conceito geral e abstracto.
Mas isso é próprio de qualquer ciência, por mais concreta que se queira faze̵ lá, porque e pelo
pensamento, necessariamente abstracta, o homem aprende a realidade, sendo, portanto,
abstracta a própria ideia de homem concreto.
Portanto, algumas relações são reguladas pelo direito e outras não, o que cada vez menor, é
bom que ainda haja relações interpessoais imane a autoridade do estado, não havendo
nenhuma concretização da maldade nesses conceitos, mas dependência em relação a natureza
do pensamento humano.
A relação jurídica é a relação entre pessoas tuteladas pelo ordenamento jurídico (Bem, 2004,
pag.17).
É importante ressaltar que dois requisitos são essências para que se perceba a tutela pelo
direito, sendo um de ordem material a ligação intersubjectiva, e outro de certeza formal, a
hipótese normativa ou laco entre as partes, necessariamente previsto por normas. As relações
do direito privado são classificadas em quatro categorias:
Familiares;
Sucessórias;
Obrigacionais e
Essas, que representam uma semelhança em relação aos elementos externos que nelas estão
inseridos: sujeitos, objectos, factos jurídicos e garantias. Assim, toda a relação jurídica
corresponde a uma acção com intenção de assegurar a protecção de Estado aos litigantes,
como meio processual.
Sujeito de direito é aquele que participa na relação jurídica como sujeito activo, o titular do
direito ou passivo, o titular do dever. O objecto da relação é o bem, ou a prestação em que
incide o poder jurídico, com a intenção de favorecer sujeito activo.
O facto jurídico é todo e qualquer acontecimento que gera uma relação jurídica contribuindo
com criação, modificação ou extinção de direitos.
Para Diniz (2002), o facto jurídico é um acontecimento previsto em que a norma do direito,
em razão do qual nascem, se modifica, suscitem ou se extinguem as relações jurídicas.
8. Teoria dos fatos jurídicos
Todo direito nasce do facto, isso é, o facto pode ter consequências jurídicas justamente por
ter sido previsto pelo direito. Tais factos com consequências jurídicas dividem-se em factos
jurídicos em sentido estrito e em actos jurídicos.
Os actos jurídicos são os acontecimentos que geram efeitos legais e que são fruto da
consciência e da vontade humana, subdividindo-se em actos lícitos-conforme o direito-e actos
ilícitos em contraposição ao direito.
Para que um facto jurídico seja considerado valido, são necessários alguns elementos
determinados em lei, independente da vontade dos sujeitos de direito.
Na perspectiva de Amaral (1998), esses elementos são as entidades que compõem a estrutura
do negócio jurídico. Assim, são elementos primários indispensáveis para que um negócio
jurídico seja considerado valido: agente capaz, objecto lícito, possível determinado ou
indeterminável e forma prescrita ou não defesa da lei.
Para Prata (2009), define a relação jurídica, num sentido restrito, como a relação inter-privada
que o direito regula através da atribuição a um sujeito de um direito privado e a imposição de
outro de um dever ou sujeição. Por seu lado a obrigação fiscal, respeita somente aquela que e
a principal obrigação do sujeito passivo na relação jurídica fiscal, ou seja, a obrigação e pagar
o imposto.
Segundo Waty (2007, p.137), o objecto da relação jurídico fiscal é a prestação a que o
devedor de imposto está a distrito para com o sujeito activo. A prestação é, em regra
precedida de uma actividade para a sua concretização lançamento e determinada pela
aplicação de uma taxa a matéria coletável, liquidação.
O facto jurídico é a constituição da obrigação fiscal. Sendo a concorrência de elementos,
obtenção de rendimentos ou aquisição de bens, que hipoteticamente previstos na lei como
credores de relações jurídicas fiscais fazem nascer a obrigação de imposto.
A obrigação pode ser entendida de duas formas, a primeira pela relação jurídica entre credor
(sujeito activo), e o devedor (sujeito passivo), tendo o primeiro o direito ao recebimento de
determinada prestação.
O nascimento da obrigação não depende de nenhuma manifestação de vontade das partes, que
passam a ocupar os polos passivos e activos do vínculo jurídico. Basta a ocorrência de facto
previamente descrito na lei para que surja a obrigação. Sendo assim ocorrido o facto gerador
nasce a relação tributária compreendida entre o dever de alguém (sujeito passivo) e o direito
do Estado sujeito passivo.
Obrigação tributária é toda a obrigação que surge quando se consuma um facto impossível
previsto na legislação tributaria. É considerado como um vínculo que une o credor (activo) e
o devedor (passivo), para o pagamento de uma divida. Também pode ser considerada como
obrigação tributaria a própria prestação que o devedor tem que cumprir, sendo assim,
ocorrido o facto gerador, sempre decorrente de lei e assim nasce a obrigação tributaria.
A imposição de pagar o tributo surge do vínculo que se estabelece entre o particular sujeito
passivo contribuinte, quando há ocorrência de um facto gerador, a situação prevista em lei,
que faz com que surja o vínculo, entre o particular e o estado (a obrigação tributaria).
Caso contribuinte não cumpra a obrigação tributaria espontaneamente, poderá ser objecto de
lançamento de oficio de crédito inadinplido, sendo que o processo de determinação e
exigências de créditos tributários da união.
As obrigações principais e acessórias são autónomas, por tanto, diante de uma unidade esta só
atingira a principal diferentemente de direito civil não desobrigando o seu cumprimento. O
objecto da obrigação deve ser determinado ou ao menos determinável indeterminado
relativamente ou susceptível de determinação no momento da execução. Admite-se, pois a
venda da coisa incerta, indicada ao menos pelo género e pela quantidade, que será
determinada pela escolha, bem como a venda alternativa, cuja indeterminação cessa com a
concentração.
O objecto da obrigação deve ser economicamente apreciável. Obrigações jurídicas, mas sem
conteúdo patrimonial, como dever de fidelidade reciproca entre os conjugue e outros meios
do direito ou família, são excluídas do direito das obrigações.
Lei: acto que cria ou institui o tributo, determina o aumento de alíquotas, outorga
isenções, vedações, não incidência, define o fato gerador e tudo mais que for desta
obrigação e estrutura- se pela hipótese, o mandamento e a sanção.
Objecto: é o valor devido que pode ser definido como principal ou acessório
Esta obrigação de imposto, como as demais, resulta de um facto, uma realidade, um acto que
se subsume integral e precisamente a hipótese de uma norma. Contudo, o que se pretende
analisar é o momento em que a obrigação fiscal se constitui, quando o rendimento é
percebido pelo sujeito passivo ou pelo contrário, no final do ano fiscal.
Nesta primeira fase deve ocorrer a constituição de crédito tributário que pode ser lançado em
três formas, que são:
Por outro lado, o imposto pode ser realizado a pronto pagamento ou em prestações (Waty
2004). Para além do pagamento que é a forma ou norma de extinção de obrigação fiscal, a
outras formas dignas de menção pelas quais esta pode se distinguir.
Doação em comprimento, a lei pode admitir que no lugar da prestação pecuniária seja
entregue a outra de valor idêntico.
A prescrição conta-se do início do ano seguinte aquele em que tiver ocorrido o fato tributário
ou a partir da actuação do processo executivo. No entanto, a reclamação, a impugnação, o
recurso e a execução interrompe a prescrição.
Anulação do imposto só quando a lei prevê e é feita através de um titulo de anulação (Wary
2004). Se o contribuinte não efectuar o pagamento do imposto dentro do prazo legalmente
prescrito, pratica um acto ilícito, colocando se em situação de não comprimento.
Com este trabalho, concluiu-se que a relação jurídica pode ser conceituada no plano objectivo
ou subjectivo. Ela é composta de um núcleo constituído pelo contribuinte e pelos terceiros
que de algum modo estão ligados aos pressupostos do facto de tributação que podem ser
designados de obrigação ou deveres tributários acessórios.
A relação jurídica fiscal é uma relação obrigacional embora de direito público. Nesse caso,
trata de uma particularidade do direito fiscal que possa interpretar se como correspondendo à
aquela conhecida orientação que visa aproximar esse ramo jurídico do direito civil.
Entretanto, algumas relações são reguladas pelo direito e outras não, o que cada vez menor é
bom que ainda haja relações interpessoais imane a autoridade do estado, não havendo
nenhuma concretização da maldade nesses conceitos mas dependência em relação a natureza
do pensamento humano.
15. Referências bibliográficas
Bem, L. S. (2004). Teria da Relação jurídica: análise da parte geral do novo Código
Civil. Corimbo: JM.
Diniz, M. H. (1917). Curso de Direito Civil. 18a Ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves.
Golçalves, C. R. (2003). Responsabilidade Civil. São Paulo: Direito Civil. 10a Ed. São
Paulo: Saraiva.