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TCC Marquinha Rodrigues M - 2

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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO EM
CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES DO INSTITUTO MÉDIO DE SAÚDE GAB


DO SABER, SOBRE O TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA ANEMIA
FALCIFORME, NO Iº SEMESTRE DE 2021.

Autora: Marquinha Gabriel Rodrigues Muhongo


Orientador: Ana Patrícia Santos, MST

LUANDA, 2021
SUMÁRIO

Introdução

Referências Problema

Recomendações e
sugestões Justificativa

Conclusão Objectivos

Resultados e
discussão Metodologia
INTRODUÇÃO

A anemia falciforme (AF) é a doença sanguínea hereditária crónica, Oriunda de uma


mutação no gene da β-globina, que leva a modificação das hemácias para o formato
de foice devido à perda de oxigénio no seu estado natural (SILVA et al.,2018).

Esta doença tem um padrão de hereditariedade mendeliana autossómico recessivo;


sendo a proporção masculino-feminino de 1:1. A maioria das situações resulta do
cruzamento entre dois portadores (Hb AS) com a probabilidade de, em cada
gravidez, a descendência ser: 25% SS, 25% AA e 50% AS ( CISA, 2019).

Em indivíduos saudáveis encontram–se três tipos distintos de hemoglobinas,


SANTOS; CHIN, 2012):

HbA ( hemoglobina A)
HbA2 (hemoglobina A2)

HbF (hemoglobina fetal).


A medula óssea tem como função a produção de células sanguíneas, dentre
elas os eritrócitos.

Os eritrócitos são células anucleadas com formato de disco bicôncavo,


constituídos por uma substância denominada hemoglobina, a qual é
responsável pelo transporte de gases através dos tecidos.

A hemoglobina é um tetrâmero formado por dois pares de cadeias globínicas


sendo cada uma delas ligada a um grupo heme. Por sua vez, o grupo heme é
constituído por um anel porfirínico ligado a um átomo de ferro. (SANTOS; CHIN,
2012)
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

É cada vez mais notório a marginalização das pessoas portadoras da anemia


falciforme por parte da população no geral e de forma particular os familiares
destes. Inclusive estudantes do nível médio de saúde desconhecem as reais
causas da doença de células falciformes e por falta de conhecimento
relacionado a essa enfermidade que assola muitas famílias angolanas, estes
partem para actos discriminatórios.
Diante desta situação preocupante, que já se tornou um problema para a
saúde pública, decidimos desenvolver a nossa pesquisa partindo da seguinte
questão:
Que conhecimentos têm os estudantes do ensino médio do Instituto
médio de saúde GAB do Saber sobre tratamento farmacológico da
doença drepanocitose (anemia falciforme)?
A escolha deste tema foi motivada pelo facto de notar-se um certo
desconhecimento sobre essa patologia, por parte dos futuros profissionais
técnicos da área de saúde, sobre as manifestações e sobretudo o tratamento
farmacológico da drepanocitose.

Com esta pesquisa, esperamos contribuir e elucidar os estudantes do Instituto


Médio de Saúde GAB do Saber sobre as principais formas de lidar com os
doentes, os portadores e o tratamento farmacológico adequado.
 A Anemia Falciforme é caracterizada pela concentração de células vermelhas com
aparência anormal (forma de foice), que são retiradas da circulação e extinguidas

 . A adulteração de apoio nas células vermelhas apresenta uma hemoglobina anormal


que, quando perde oxigénio, torna-se relativamente insolúvel, constituindo
aglomerados que alteram o seu formato e impedem a sua absorção no interior dos
vasos (FIGUEIREDO, 2014).

 Nos primeiros seis meses de vida, os portadores de anemia falciforme são


assintomáticos, devido à presença de hemoglobina fetal (HbF), com agrupamentos
mais elevados que a dos adultos, que é de 1%- 2%. Após este tempo, a síntese das
cadeias gama, formadoras da HbF, passa a ser trocada pela das cadeias beta,
gerando um equilíbrio na produção de globinas. Com isso, a HbS passa a produzir
uma quantidade maior, e o indivíduo perde a propriedade protetora da HbF
(CORDEIRO, 2017).
 Em relação às características clínicas da AF, percebe-se que os pacientes
acometidos pela doença são mais susceptíveis a quadros infecciosos,
especialmente, por pneumococos.
 Os primeiros sintomas decorrentes da anemia falciforme podem se
manifestar a partir do terceiro ao sexto mês de vida de acordo com a
ocorrência de queda nos níveis de hemoglobina fetal das hemácias. No
entanto as manifestações são variadas e dependem da idade do paciente
(SILVA, 2013).
 1 Febre
 2 Crises Vaso-Oclusivas
 3 Crise Álgica
 4 Crise Aplásica
 5 Crise de Sequestro Esplénico
 6 Síndrome Torácica Aguda
 7 Crise Neurológica
 8 Priapismo
 1Teste do Pezinho
 2 Diagnósticos Laboratoriais
 O tratamento deve iniciar-se no domicílio, sendo recomendado o aumento
da ingestão de líquidos, analgesia, estimulação da micção, banhos de água
tépida. CISA- 2019.
 Se não houver melhoria em 2 horas, deve iniciar hidratação e analgesia
parentérica (em função da intensidade da dor), oxigénio suplementar se
saturação de O2 < 93%.
 1 - Prevenção das infecções
 a) Penicilina
 b) 2 - Imunização
 c) Profilaxia da Malária
 2 - Nutrição
 3 - Hidratação
 4 - Outras medidas
 Higiene bucal para a prevenção de cáries e abcessos dentários.
Trata se de um antineoplásico potente usado no tratamento de vários tipos
de câncer e na síndrome da imunodeficiência adquirida. É um inibidor
eficaz na síntese de DNA de células humanas e bacterianas, considerada
também como a droga principal administrada em pacientes com anemia
falciforme (FIGUEIREDO, 2014, ALVES, 2014).

 Quanto às suas características químicas, a HU é um derivado hidroxilado


da uréia utilizado em diversas confusões hematológicas, e seu papel
farmacológico na AF é muito importante, pois atua na fase do ciclo celular
com ação especifica na ribonucleotídeo redutase, interferindo, assim, na
conversão de ribonucleotídeos em desoxirribonucleotídeos, e impedindo a
divisão celular (STROUSE, 2012 citado por SOUZA, 2019).
 A utilização dessa droga está associada a uma menor incidência de crises
vaso-oclusivas, hospitalizações e mortalidade na AF.
OBJECTIVOS DO ESTUDO
OBJECTIVO GERAL
Avaliar o conhecimento dos estudantes do Instituto Médio de saúde GAB do Saber
sobre o tratamento farmacológico da doença de falciformação.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
Caracterizar o perfil Socio-demográfico dos estudantes do Instituto médio. idade,
género, estado civil, nível académico

Descrever o grau de conhecimento dos estudantes sobre a doença de células


falciformes.

Avaliar o nível de conhecimento dos estudantes sobre os tipos de tratamentos


farmacológicos existentes para os doentes portadores da falciformação.

Identificar os tipos de práticas que os estudantes têm tido ao lidar com portadores
dessa doença.
METODOLOGIA

Tipo de estudo

Procedimentos e Caracterização do
Análise de Local de estudo
Resultados
População e amostra
Procedimentos de População e
Recolha de dados Amostra

Critério de
Procedimentos Inclusão
Éticos

Variáveis em Critério de
Estudo Exclusão
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela nº 01: Distribuição dos
participantes quanto ao Género, 2021
Fr %

Masculino 36 44

Feminino 46 56

Total 82 100

Interpretação: Segundo as informações contidas na tabela, 56% da nossa


amostra recai para os participantes do estudo do género feminino, ao passo que
36 (44%) são indíviduos do género masculino. Nunes et al. (2007) citado por
Pessoas(2019) pesquisou sobre aderêrencia nos cursos de enfermagem de
nível médio no Paraná(Brasil) e constatou que o fenómeno é predominante nas
mulheres, corroborando com os achados do estudo.
Fr % Fr %

18-21 anos 67 81,7 Solteiros(as) 79 96,3

22-25 anos 13 15,8 Casados(as) 2 2,4

26-29 anos 2 2,4 Divorciados(as) 1 1,2

Total 82 100 Viuvos(as) - -

Total 82 100

Interpretação: Encontrados duas variáveis nesta tabela, relacionado a idade


dos particpantes e o estado cívil dos mesmos. Para idade, vimos que há
predominância dos participantes na faixa-étaria dos 18-21 anos de idade,
com uma representatividade de 81,7% e quanto ao estado cívil, 79% da
nossa amostra são solteiros.
Fr %

10ª Classe 03 3,6

11ª Classe 07 8,5

12ª Classe 41 50

13ª Classe 31 37,8

Total 82 100

Interpretação: As informações contidas na tabela indicam que 41(50%) dos


82 participantes estão a frequentar a 12ª Classe, ao passo que 3,6% destes
estão a frequentar a 10ª Classe que compreende o 1º ano lectivo do ensino
médio técnico. O ensino técnico é um nível de ensino enquadrado no nível
médio dos sistemas educativos, referindo-se normalmente a uma educação
realizadas em escolas secundárias ou outras instituições que conferem graus
académicos ou diplomas profissionais.
Fr %
Análises clínicas 31 37,8
Enfermagem 51 62,1
Fármacia - -
Fisioterapia - -
Nutrição - -
Outro - -
Total 82 100

Interpretação: Após a verificação das informações obtidas durante a colheita


de dados, vimos que 51(62,1%) dos inqueridos são estudantes a
frequentarem o curso de técnico médio em Enfermagem, ao passo que 37,8%
frequentam o curso de análises clínicas. Quanto aos outros cursos aqui
mencionados na tabela, não encontramos estudantes, mostrando que os
cursos mais procurados no ensino téncnico profissional de saúde são os
referidos acima. Segundo uma fonte da Angop(2021), direitor da Escola de
Formação de Saúde do Bengo referiu que a escola funciona desde 2001, em
Caxito, e ministra os cursos de Enfermagem, Análises Clínicas, Anatomia e
Farmácia. Podemos assim justificar os dados obtidos no nosso estudo.
Tabela nº 05: Distribuição dos participantes quanto a questão: Já ouviu falar da
doença de células falciforme/Anemia de células falciforme?, 2021.

Fr %

Sim 76 92,6

Não 06 7,3

Total 82 100

Interpretação: Dados obtidos no nosso inquérito mostra que os nossos participantes já


ouviram falar da doença durante a sua formação técnica correspondendo 92,2%, mostrando
que só ficaram a saber da doença durante a formação e apesar da formação técnica em
uma das áreas de saúde, 7,3% da nossa amostra afirmaram nunca ouvirem a falar da
doença. Segundo informações obtidos do Jornal de Angola(2021), uma das responsáveis
afirmou que os casos de falciformação tendem aumentar por falta de informação da
população, afetando cerca de 20% da população. Apesar de encontrarmos dados diferentes
no nosso estudo, ainda podemos afirmar que há uma relação se fazermos uma comparação
ou um estudo em pessoas que não estão a frequentar um curso de saúde.
Tabela nº 06: Distribuição dos participantes quanto a questão: Como é
transmitido a doença de células falciforme?. 2021.
Fr %
Contacto sexual 05 6,1
Através do uso de 01 1,2
drogas

Transmissão génetica 73 89
Outra 03 3,6
Total 82 100

Interpretação: Quanto as formas de se transmitir a doença, segundo as informações da


tabela 89% dos nossos inqueridos sabem que a única forma de se transmitir a doença é
através dos genes mutados, ao passo que 1,2% acredita que através do uso de drogas
também pode se transmitir a doença. As síndromes falciformes são,patologias de carácter
autossómico recessivo, isto significa que os progenitores de um indivíduo que apresente
uma condição deste tipo são, cada um deles, portadores de uma cópia do gene mutado não
se verificando, no entanto, a presença de sinais ou sintomas nestes (GERVÁSIO, 2019).
Muitos autores consultados, afirmam que a forma comum de se transmitir a doença é
através dos genes.
Tabela nº07: Distrição da amostra quanto a questão: Quais são as
caracteristicas da pessoa doente de células falciformes?, 2021.

Fr %
Magras 20 24,3
Pálidas 09 10,9
Têm excesso de peso - -
Desnutridas 16 19,5
Não consigo identificar 09 10,9
Outras 28 34,1
Total 82 100

Interpretação: Quanto as caracteristicas físicas da pessoa doente de anemia


falciforme, 34,1% dos nossos inqueridos referiram que existe outras caracteristicas
e não as mencionadas na tabela, ao passo que 10,9% referiram não conseguir
identificar pessoas com anemia falciforme baseando-se nas caracteristicas físicas.
Estas informações estão de acordo com a literatura consultada, durante a nossa
investigação, os autores mencionavam mais as manifestações clínicas e não as
físicas. Um dos sintomas que surgem com mais frequência é a febre, com índice
em 80% dos casos, acompanhado por tosse, dor, taquipneia, dor torácica e
dispneia. Ressalta se também que a tosse e a febre são os sintomas mais
aparentes em crianças, diferentes de adultos que sentem dor torácica, dispneia e
hemólise (GROSS et al., 2016).
Tabela nº08: Apresentação da amostra quanto a questão: A doença de células
falciformes é transmissivel?, 2021.
Fr %
Sim 31 37,8
Não 43 52,4
Não sei 08 9,7
Total 82 100

Interpretação: Segundo os dados achados e como mostra a tabela em questão,


52.4% dos nossos entrevistados responderam que a doença de células falciformes
não é transmissivel, ao passo que 9,7% desconhecem a informação se a doença é
ou não transmissível. As síndromes falciformes são, como foi referido anteriormente,
patologias de carácter autossómico recessivo, isto significa que os progenitores de
um indivíduo que apresente uma condição deste tipo são, cada um deles, portadores
de uma cópia do gene mutado não se verificando, no entanto, a presença de sinais
ou sintomas nestes (GERVÁSIO, 2019). Muitos autores consultados, afirmam que a
forma comum de se transmitir a doença é através dos genes.
Tabela nº09: Distribuição dos participantes quanto a questão: A doença de
células falciformes tem cura?, 2021.

Fr %
Tem cura 18 21,9
Não tem 50 60,9
Não sei 14 17
Total 82 100

Interpretação: Segundo as informações contidas na tabela acima, 60,9% das


pessoas inqueridas afirmaram não haver cura para a doernça, ao passo que 17%
destes não sabiam responder se há ou não cura para a falciformação, estes
dados mostram que uma parte dos nossos inqueridos conhecem ou estão
informado acerca da doença.
Tabela nº 10: Distribuição da amostra quanto a questão: Quais são as
principais formas de tratamento da doença de células falciformes?, 2021.

Fr %
Quimioterapia 07 8,5
Com antibioticos 11 13,4
Uso de paracetamol - -
Transfusão sanguínea 14 17
Transplante da medula 08 9,7

Não tem tratamento 13 15,8


específico
Nunca ouvi falar de 17 20,7
tratamento
Outro 12 14,6
Total
Interpretação: Para a questão82identificada na tabela,
10020,7% da nossa amostra

afirmaram nunca ouvirem falar do tratamento da doença de células falciformes,


ao passo que 8,5% destes referiram a Quimioterapia como sendo um método de
tratamento da falciformação.
Ainda não existe tratamento específico para a doença, porém alguns
procedimentos preventivos ou paliativos são adotados para diminuir seus efeitos,
tais como: fármacos como a 5-azicitidina, que utilizam-se de moléculas
covalentes (isocianatos e clofibrato), suplementação com arginina, fito
medicamentos, transfusões sanguíneas regulares, medicamentos quelantes de
ferro, introdução da hidroxiuréia.
Os pacientes acometidos pela anemia falciforme apresentam
susceptibilidade às infecções, sendo assim importante a vacinação desses
contra as principais patologias (ALMEIDA; BERETTA, 2017). Estudo realizado
por Gaston et al (1986) citado por Rosa(2015), usando a penicilina profilática via
oral, administrada duas vezes ao dia, em crianças HbSS de 3 a 6 meses de
idade, observou que a incidência de bacteremia por pneumococo diminuiu em
84%, com nenhum óbito por sepse.
Após a análise e compilações dos resultados, achamos as seguintes
conclusões:
- Os participantes já ouviram falar da doença de células falciformes durante
a sua formação técnica correspondendo 92,2%,
- Quanto as formas de se transmitir a doença,89% dos nossos inqueridos
sabem que a única forma de se transmitir a doença é através dos genes
mutados,
- Para as caracteristicas físicas da pessoa doente de anemia falciforme,
10,9% referiram não conseguir identificar pessoas com anemia falciforme
baseando-se nas caracteristicas físicas;
- 52.4% dos nossos entrevistados responderam que a doença de células
falciformes não é transmissivel, ao passo que 9,7% desconhecem a
informação se a doença é ou não transmissível;
Para a questão identificada na tabela nº10, 20,7% da nossa amostra
afirmaram nunca ouvirem falar do tratamento da doença de células falciformes,
ao passo que 8,5% destes referiram a Quimioterapia como sendo um método
de tratamento da falciformação.

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