Dip Teóricas
Dip Teóricas
Dip Teóricas
28/09
4 pontos do programa:
Avaliação:
Bibliografia:
Parte histórica sai sempre nas provas. Direito dos tratados também, normalmente é um caso
prático.
Ponto 5 do programa não vai dar nas teóricas, mas pode sair em avaliação.
30/09
DIP é uma expressão de uma ordem jurídica própria, com o próprio sistema de fontes,
imputação de direitos e deveres, próprios mecanismos de aplicação e garantias, não é um
ramo do direito. Não é comparável ao direito interno, que é uma realidade normativa distinta.
DIP tem uma identidade própria
Definição de DIP: conjunto de regras e princípios definidos no quadro da ordem jurídica global
que visam regular a existência e funcionamento da comunidade internacional. Esta definição
engloba elementos fundamentais:
Os diferentes agregados humanos e a forma como se relacionam entre si pode seguir dois
modelos- o societário ou o comunitário. Que tipo de relações os estados estavam dispostos a
usar entre si?
Ao olhar para a carta das nações unidas nº2, é estabelecido o principio da igualdade soberana
entre os estados.
O conselho de segurança tem 15 membros, logo nem todos fazem parte do conselho-
tem 10 não permanentes, que de 2 em 2 anos são renovados; e tem 5 permanentes-
EUA, Rússia, Reino Unido, França e China, que para alem de serem permanentes,
estatuto do qual nunca vão abdicar, tem nas suas mãos uma arma importante e eficaz
que se chama direito de veto- qualquer um destes membros permanentes tem o
direito de impedir deliberações- isto explica nunca ter sido aprovado uma resolução
sobre a Síria, pois a Rússia e china vetam; resolução condenatória de Israel vetada por
EUA, etc…
Logo DIP é baseado na cooperação, mas na parte dos conflitos internacionais, temos
um elemento comunitário. é um direito de origem societária, baseado na ideia de
cooperação, mas, com a evolução especialmente após a CNU, aponta no sentido da
prevalência de um modelo comunitário, de maior aprofundamento da integração nas
relações entre estados, que envolvem limitações de soberania e liberdade para definir
princípios fundamentais: PAZ E DIGNIDADE HUMANA
Não há alternativa ao multilateralismo- quem acha que é ineficaz, ainda há pior- o
unilateralismo, que é a afirmação de um ou dois estados sobre os demais.
“Enquanto que o forte faz o que quer, o fraco faz o que…” - relações de força e não do
dever ser.
DIP é a afirmação de uma normatividade de um conjunto de regras que se impõem a
todos, independentemente da sua força.
7/10
No DIP, há um conjunto de regras que são mais imperativas que as demais - ius cogens - na
medida em que a sua imperatividade se impõe aos estados, sobre obrigações erga omnes. A
existência de regras de ius cogens no panorama internacional não é consensual.
Estes são assinados pelos estados porque tinham essa vontade, e os acordos são para serem
cumpridos (pacta sunt servanda). Não é um principio novo! Com a força do costume
(expressão da vontade dos estados, reiterada e continuada), a partir da DUDH, vemos no DI a
afirmação de regras imperativas. Pacta sunt servanda: um estado só está sujeito a este princípio se o
tiver retificado.
Fonte de direitos e obrigações, objeto de retificação não são práticas reiteradas com convicção
de obrigação - por exemplo, a proibição da tortura. A França continua a não aceitar a ius
cogens. Para além de esse conceito não ser consensual, menos consensual é as regras que a
ele pertencem.
Identificar as regras que terão o atributo de ius cogens é muito controverso, mas há algumas
que geram pouca controvérsia. Exemplos de Ius cogens:
Proibição da tortura
Respeito da dignidade da vida humana
Respeito pelas fronteiras internacionalmente reconhecidas
Proibição do uso da força- quem recorre a este principio viola o DIP. E o que acontece
a quem o viola? Nada
Há normas jurídicas no DIP que não são passivas de aplicação retroativa. Por exemplo, no
domínio dos conflitos armados. Existe uma infração, mas não é possível aplicar uma sanção.
A carta das nações unidas prevê sanções militares, económicas…, mas raramente isso
acontece, por causa do funcionamento do conselho de segurança. Depende de uma decisão
exclusiva do conselho de segurança, que bloqueia as decisões. Se for um dos 5 membros, ou
um dos seus aliados, também é difícil que se aplique uma sanção. Ficam sempre impedidas
pelo veto- artigo 27º, h) CNU.
Elemento contratual: sem DIP não existia sociedade internacional. Onde há homem
sociedade, onde há sociedade há direito, onde há direito há sociedade. A alternativa a
uma sociedade internacional seria a anarquia.
o A vida em sociedade exige um custo. No caso dos estados, eles têm a pagar a
limitação da sua soberania, a sociedade internacional não é compatível com a
existência de soberanias absolutas. O direito traz-nos a segurança da
previsibilidade
o Quem vive em estado de natureza, é todos contra todos, e os poderosos
prevalecem sobre os demais.
o A existência da comunidade internacional depende da existência do direito.
Elemento racional
Elemento humanista: os dois grandes fundamentos axiológicos são a dignidade da
pessoa humana e a paz e segurança internacional
Pensadores disto partem de um equívoco, a comparação direta entre DIP e direito interno. E
do desconhecimento da evolução histórica do DIP.
Pensadores dizem que como pode ser direito se não legislador, polícia, juiz? Prof diz que não
se pode comparar realidades incomparáveis.
Há legislador, mas não é um legislador como no direito interno. No interno, está concentrado
no governo e parlamento. O direito internacional é de natureza descentralizada: existem
fóruns internacionais com a função de preparação de normas internacionais, há vários
legisladores.
Não há polícia. Do ponto de vista jurídico, essa função devia ser exercida pela ONU. Na prática
o policia são as potências mundiais- hoje em dia, serão vários países, dependendo da região,
EUA, Rússia, China, e são esses que acabam por ter função policial. Policia em termos de
conflitos internacionais, autoridade que exerce um poder contra os estados.
Juiz- tem juiz, tem tribunais, tribunal internacional da justiça, tribunais arbitrais, etc… - o
problema é que são de jurisdição facultativa, não obrigatória. EUA, China só aceitam a
jurisdição em determinadas situações.
Logo DIP tem legislador, polícia, e tem juiz, de acordo com as especificidades próprias do
Direito internacional
12/10
Inicia-se com a Paz de Vestefália, uma série de tratados que encerraram a Guerra dos Trinta
Anos e que também reconheceram oficialmente as Províncias Unidas e a Confederação Suíça.
Assinado em 24 de outubro de 1648, em Osnabruque, entre Fernando III (imperador romano-
germânico), os demais príncipes alemães, o Reino de França e a Suécia. Teve o intuito de por
fim ao conflito entre estas últimas potências e o Sacro Império Romano-Germânico. Portugal,
até 1640, estava do lado de Espanha por estar no domínio Filipino; após o fim deste domínio,
passa a estar no lado oposto e vencedor.
mecanismo de apoio a uma política internacional dos Estados europeus de respeito pelos
compromissos e pelos factos. Assim surge a expressão international law.
Congresso de Viena
Conferência entre embaixadores das grandes potências europeias entre setembro de 1814 e
junho de 1815. A sua intenção era de redesenhar o mapa político do continente europeu após
derrota da França de Napoleão na primavera anterior.
Deste congresso surge um novo quadro normativo baseado na ideia que ficou conhecida como
o conserto europeu - ideia de concertação dos estados europeus em torno do objetivo de
garantia de paz. Apesar de já existir na Paz de Vestefália, surgem novos mecanismos:
Apesar de não ter sido suficiente para por fim ao dogma da soberania dos estados e não ter
instituído mecanismos coercivos relativamente aos Estados, a criação da Sociedade das Nações
foi muito importante.
Com o fim dessa guerra, abre-se a oportunidade para os estados, não num contexto europeu
(apesar de ser um projeto maioritariamente europeu). As nações apercebem-se da
necessidade de celebração de um pacto eficaz que possa impedir a deflagração de uma nova
Guerra e a manutenção de paz. Sentem a necessidade de criar uma organização
institucionalizada que começa a ser pensada ainda no decorrer da guerra que, por iniciativa
anglo-americana, começa a ser pensada e, com a celebração da Carta em vigor em 1945,
entra-se no período seguinte.
Existe uma convicção utópica de que é possível instituir um governo mundial, devendo
a CNU servir como Carta Constitucional da nova comunidade internacional, iniciando-
se uma nova forma jurídica mundial, de que não se pode abrir a mão a dois valores
fundamentais, estruturantes e fundadores:
- paz: CNU
- Dignidade da pessoa humana: DUDH
Quando passamos do período moderno para o contemporâneo, constituímos uma rutura ética
e normativa, visto que passamos de um modelo de sociedade de estados para um modelo que
pretende ser de comunidade de estados. O modelo estabelecido em 1945, ainda que centrado
no Estado, acaba com a ideia de monopólio do Estado como sujeito internacional (subjetivação
internacional do indivíduo como condição necessária para a garantia dos direitos humanos).
14/10
Links: https://www.publico.pt/2021/10/13/mundo/analise/choque-soberanias-polonia-uniao-
europeia-1980810 https://www.publico.pt/2021/10/12/mundo/noticia/passa-polonia-uniao-
europeia-1980723 https://www.publico.pt/2021/10/11/opiniao/opiniao/populistas-nao-sao-
imbativeis-leste-algo-novo-1980557
Esta situação não é especifica da Polónia. Já se registou em vários locais, por exemplo: TC
espanhol, francês, alemão. No alemão, ocorrido no ano passado, foi declarado que a
constituição alemã deve prevalecer quando os tratados não deviam ser interpretado para dar
ao BCE determinados poderes.
Desta forma, percebemos que este acórdão é uma estratégia por parte do governo da Polónia
visto que a maioria dos juizes são afetos ao Governo conservador e nacionalista.
Este acórdão diz que os tratados não prevêem, expressamente, o princípio dos primados.
Assim, o TC se dispõe a interpretar o art 1 e 19 do TUE, num sentido que legitima a prevalência
da constituição da Polónia em determinadas matérias, nomeadamente a da organização
jurídica.
Segundo MLD, o TC até tem alguma razão porque as limitações à soberania dos
estados tem de estar contratualmente definidas.
Em 1927, o antigo Tribunal Internacional emitiu um parecer que afirma que as
limitações à soberania dos estados teriam de ser expressamente contratados - para
alguns, essa argumentação é ainda válida nos dias de hoje (positivismo jurídico).
O princípio do primado, ou seja, a ideia de que o DI prevalece sobre o DINT, mesmo sobre as
constituições, não se encontra nos tratados - é apenas declarado pelo TJ. É a ideia de aceitar,
desde que a regra não se encontre nos tratados. Este principio foi remetido para uma
declaração anexa, que não tem o valor juridico das regras que se destina a interpretar.
Nota: apesar do que a Polónia fez, também a UE viola o princípio, visto que prometeu cumpri-
la e defendê-la.
Suma: a UE está a tornar-se numa espécie de ‘’não compressor’’ (?) onde passa por cima da
soberania de todos, algo q não foi expressamente aceite, no sentido de criar uma espécie de
Estado Federal, como antes tentou fazer (em 2005). MLD acha inaceitável, já q a UE usa a seu
favor argumento económicos e não argumentos lógicos e sólidos, com base nos tratados. Acha
q o problema deve se resolver atraves de mecanismos jurídicos e não de ameaças jurídicas.
19/10
FONTE- formas relevantes de revelação de normas jurídicas. Podem ser escritas (lei) ou não
escritas (costume).
Tudo isto gera alguma incerteza. Dose de incerteza que acompanha o processo técnico jurídico
da descoberta da aplicação da norma ao caso.
Questão de saber se alguma prática pode ser considerada costume- trabalho da comissão de
direito internacional- órgão subsidiário formada por peritos cujo trabalho é codificar as normas
internacionais e assim contribuir para o aprofundamento do DIP. Tentam mitigar a incerteza
que existe no DIP.
O DIP começou por ser de base costumeira, até ao seculo XIX. A partir dos finais do seculo XIX,
inicia-se uma viragem no sentido da contratualização das relações internacionais- costume
substituído em grande medida pelos tratados. Aconteceu devido a uma banalização das
convenções internacionais, que proporcionam a realização dos tratados, e o dip evoluiu para
uma realidade mais multilateral e institucionalizada que necessitava de algo q tivesse uma
natureza mais clara e determinada, que foi conseguido pela substituição do costume pelos
tratados.
QUAIS SÃO AS FONTES- No DIP há normas escritas (tratados) e normas costumeiras (prática
geral comum aceite como tal). Mas há mais fontes- Artigo 38º do estatuto do tribunal
internacional de justiça. Artigo tem lacunas e anatomismos, mas nada que não se resolva
através de uma interpretação atualista, teleológica e sistemática:
Prof defende que no DIP não existe hierarquia de fontes, existe hierarquia de normas. O 38º
não nos permite retirar essa hierarquização.
3 classificações:
Tratado de … a tratado de lei: 1º estabelece regime geral, q as vezes ao geral que não é
diretamente aplicado; o 2º estabelece leis para o regime entre as partes.
Trtados bilaterais e trataods multilaterais: 1º tem 2 partes; 2º tem mais de 2 partes. Há
diferenças (depois vamos ver)
Acordos solenes e acordos sobre forma simplificada: 1º exigem retificação; 2º torna-se
vinculativos com a mera assinatura da pessoa que está a representar o estado
21/10
COSTUME
A doutrina também pode ser um instrumento auxiliar para fazer alguma luz para saber se há
ou não um costume.
Dto costumeiro… - Existirá a figura do costume bilateral? Só é utilizado por dois estados, q
criaram o costume (p.ex entre Portugal e Espanha?) O TIJ num caso entre Portugal e a União
Indiana aceitou a figura do costume bilateral, proposta por Galvão Telles- reconhece através
de uma resolução esta figura, apenas exclui a formação de um costume unilateral, tem de ser
mais de um estado.
Relação entre tratado e costume- regra da igualdade, PROF. Segue a regra de norma posterior
revoga norma anterior, nenhuma se sobrepõe à outra
Mas se o costume estive revestido de IUS COGENS, não pode ser alterado por uma
norma de tratado, apenas por uma nova norma costumeira revestida de ius cogens
26/10
Estes princípios gerais do direito não são meramente indicativos, são vinculativos, geradores
de direitos e obrigações
Doutrina e Jurisprudência
Doutrina não cria normas, mas podem ajudar na identificação das normas. EX- identificação
das normas de Ius cogens, se há muita doutrina a defender que determinada norma é de ius
cogens
Ingerência humanitária- conjunto de autores defende que há uma exceção ao principio do uso
da força, e é uma situação em que a doutrina pode influenciar
Jurisprudência
Efeitos erga omnes do caso julgado- invocar julgamentos anteriores em casos materialmente
idênticos
Quando tribunal está investido no poder de julgar segundo a equidade, o tribunal tem o poder
de procurar a solução mais justa e equilibrada, estando desobrigado de aplicar a norma
existente. Essa decisão esgota-se no caso concreto
Atos unilaterais
Aplicativos
Normativos- definem regras gerais e abstratas
Há dois patamares:
O soft law- jurista quando não esta seguro da existência da norma, diz q pelo menos há soft
law, quase direito. O direito indicativo.
É visível a importância no soft law das comunidades epistemológicas, o conjunto dos cientistas
das mais diversas áreas. São eles que elaboram estudos, produzem conhecimento,
conhecimento esse que vai apoiar o decisor politico no sentido de dar consistência e rigidez
jurídica às simples intenções de vontade
O hard law
Normas insuscetíveis de derrogação, as normas do ius cogens. Normas fundamentais, que não
poem ser dispensadas porque delas dependem a solidez básica do sistema.
28/10
Ponto 5, direito dos tratados- prof não vai dar nas aulas teóricas
Todas as constituições têm artigos dedicados às relações entre direito interno e internacional,
especialmente no que toca a como é q um estado se vincula a uma convenção internacional-
que só vinculam as partes contratantes; como é que um estado se torna uma parte
contratante? Resposta na convenção de Viena e resulta do que está previsto na constituição
dos estados- predominam qual é o processo, quem é competente para negociar, aprovar,
assinar ou ratificar, quem interpreta, quem fiscaliza a constituição dessas convenções, a partir
de qd produzem efeitos na ordem jurídica interna; todos são aspetos relevantes que devem
estar previstos na respetiva constituição.
*Existem constituições que são mais internacionalistas do que outras. Há uma pré compressão
q o poder constituinte acolhe.
No caso da CRP de 1976 foi tomada a opção, intencional, de ser uma constituição
internacionalista, humanista e mais tarde, com as revisões, europeísta.
Um estado, nos termos dos artigos 26 e 46 da CVDT, não pode invocar a sua constituição para
não respeitar uma convenção que o vincula. Nenhum estado não é obrigado a ratificar e a
aprovar; caso o ratifique e aprove, depois disso está vinculado, e não pode invocar o acima
descrito para não respeitar uma convenção à qual está vinculado (salvo se for uma violação
manifesta de uma disposição fundamental da sua constituição).
9/11
Estado e o indivíduo:
Estado soberano- estado que tem condições p ser independente perante os outros; mas
também tem dimensão interna- o estado tem de exercer o poder supremo em relações a
todos os outros poderes internos
Estado pode fazer tudo o que não é proibido no DIP; os indivíduos não
Individuo:
Titular de direitos-
Sujeito a deveres- estão impedidos de adotar comportamentos que possam ser enquadrados
como crimes internacionais
Mas não é o individuo que determina os direitos e deveres, são as convenções internacionais
Generalidade da doutrina admite que há uma pluralidade de sujeitos do DIP, mas a divergência
encontra-se na delimitação mais ou menos abrangente:
Estados
Organizações governamentais
Indivíduos
Atores
São entidades que tem influência e impacto no quadro internacional, mas não tem o estatuto
jurídico que tem os sujeitos. EX:
Uma mais dogmática, que defende um elemento mais restrito de DIP- estados, organizações
internacionais, individuo, e admite o estatuo especial de movimentos de independência
internacional
Uma doutrina anglo-saxónica, mais flexível e pragmática. É sujeito quem está em condições de
exercer direitos (por exemplo, que tem participação em grandes eventos internacionais, por
exemplo, a cop26- de acordo com esta doutrina, todas as instituições lá representados tem
personalidade jurídica emergente). Logo, as organizações não governamentais, empresas
internacionais e outras realidades intermédias são sujeitos de DIP
11/10
Na atualidade, mantém-se o ius legationis e o ius tratuum; o estado perdeu o ius belli- CNU
estabelece a proibição do uso da força (exceto em casos de legitima defesa)
Inclui o direito de recurso aos tribunais internacionais; direito de apresentar queixas aos
órgãos existentes no DIP (Multiplicação das entidades que não são tribunais, nomeadamente
comités- são expressão do multilateralismo, de dar espaço publico aos indivíduos, e da
vontade de compensar o facto de não existir um juiz internacional competente para julgar
determinadas matérias)
Por norma são entidades que pretendem a sua independência. E o seu estatuto de estado
depende do reconhecimento, e de quem faz esse reconhecimento. Não basta a proclamação
de independência.
EX da Palestina: reconhecida por mais de 130 países. Grande maioria que reconhece. Mas
porque é que então não é membro da ONU? Porque EUA vetam, conselho de segurança tem
de dar parecer favorável e qualquer um pode vetar.
Estes exemplos mostram o carater volúvel do reconhecimento. Pode ser definido como um ato
jurídico unilateral de natureza discricionária por via do qual um estado ou outro sujeito de
direito internacional reconhece a existência de uma determinada situação de facto, através do
qual reconhece a existência de um estado.
Artigo 3º, remete para o reconhecimento declarativo- a existência de um novo estado não
depende do reconhecimento de outro. Então o que é preciso para ser um Estado? Convenção
diz os elementos necessários:
ONU
CNU não tem referencia as forças de manutenção da paz nem aos capacetes azuis; foi um
exercício da teoria dos poderes implícitos
ONU
4º- processo de adesão, não é fácil pois prevê que seja a AG a aprovar o pedido de admissão;
mas tem de haver recomendação favorável do CS, o que é difícil, pois basta um dos 5 membros
permanentes vete para que esse estado não possa integrar as NU
Há vários requisitos, um deles é que os Estados tem de ser amantes da paz- proibição do uso
da força
Estatuo jurídico da ONU é a Carta- que pode ser considerada a constituição mundial
Do ponto de vista funcional, do seu conteúdo, a carta tem uma função equivalente à
da constituição
2 disposições que apontam p relevância constitucional q se impõem a vontade de
todos os estados, artigos extravagantes no contexo do tratado internacional
o 2/6º
o 103º- estas obrigações da CNU impõem-se a todas as demais; também se
aplica aos não membros, conjugando com o 2/6º
o Logo, temos uma autoridade constitucional
Daí que se diga que CNU pode ser considerada uma constituição mundial
Segurança coletiva
Proteção dos direitos humanos
Desenvolvimento humano- cabe quase tudo
Queda do muro de Berlim, complicou situação da ONU- capitulo pós-guerra, fria, perante
colapso da URSS, emerge uma única super potencia, teve de se adequar a esta nova realidade
Complicou-se ainda mais com o ataque às torres gémeas; começa o declínio da ONU no campo
dos conflitos armados
Depois entrou-se na fase dos unilateralismos multipolares- varias potencias a reivindicar uma
força própria, e atuar de forma crescentemente unilateral- EUA, China, India, Rússia, Paquistão
CNU prevê processo de revisão- nunca foi objeto de uma revisão profunda; Aspetos que são
apontados que devem ser objeto de revisão:
Para questões q não são de procedimento, exige-se voto favorável de 9 membros, incluindo os
votos de todos os membros permanentes
Artigo 27- é necessário voto favorável, positivo; qual é o valor da abstenção? Não é sinonimo
de veto, logo viabiliza as decisões
CS- órgão restrito, 15 membros- 10 não permanentes (alteram de acordo com critérios
definidos de equidade geográfica); 5 permanentes
23/11
Principio soberano dos estados- decide quem entra, quem permanece e quem pode ser
expulso dos estados
Grande passo dado com a convenção de genebra de 1951 sobre o estatuto dos refugiados
Criou figura universal do refugiado- quem pode ser refugiado, q requisitos tem de cumprir,
estados passam a ter restrições ao principio da soberania, de modo a receber estas pessoas,
que devem ser protegidas.
Convenção de Genebra
Refugiado é quem se encontre fora do seu país, por ter receio fundado de perseguição, por
motivos taxativos: a raça; religião; nacionalidade; opiniões politicas; pertencer a grupo social
especifico
1. Receio fundado- tem de provar o motivo pelo qual saiu do seu território
2. Perseguição- ação humana, intencional, disciriminatoria, atentoria de direitos
fundamentais, que vise aquela pessoa e que se direcione à mesma;
3. E essa perseguição tem de ser feita por um dos motivos taxativos
Pertença a grupo social próprio- conceito vago; grupo social é conjunto de pessoas
vista de maneira diferente pela sociedade
Quem cometeu atos contrários à carta das nações unidas, crimes graves, q não sejam políticos,
etc... apesar de ter recebido o estatuto de refugiado, pode não entrar no país
Com o passar do tempo, pretendeu-se alagar este conceito para abranger mais situações:
Tribunal europeu dos direitos humanos- pegou no artigo 33º da convenção e alargou o seu
âmbito, também não se pode enviar outras pessoas que não refugiados para o seu país de
origem, se essa pessoa sofrer tratamentos humanos degradantes nesse país- proíbe-se no
artigo 19º da carta dos direitos fundamentais da europa- Q pessoas são essas, que tem direito
a pedir sair do seu país, e pedir proteção:
migrantes de guerra;
Que vivem em regimes ditatoriais que impõe clima de terror e opressão
Ninguém pode ser devolvido se no seu país de origem forem alvo de tortura, mesmo que
sejam terroristas, de acoro com o tribunal europeu dos direitos humanos
25/11
O problema climático como uma situação necessariamente internacional- artigo 2/7º CNU
Subjetividade internacional
Há estados q deixarão de ter território, e qual vai ser a solução? Vai impedir a soberania do
Estado; e quais vão ser os deveres da comunidade internacional caso os Estados deixem de ter
território?
Estados darem parte do seu território; construção ilhas artificias… são algumas das soluções
que possivelmente podem funcionar