Dip Resumos
Dip Resumos
Dip Resumos
A lei, um ato que é composto de normas, de regras gerais e abstratas. Não identificam
ninguém, nem nada, sujeitam todos a esse dever jurídico.
Não há exatamente um poder executivo, mas cabe aos estados, com autotutela,
defender-se dentro de certos limites (os seus limites).
Os estados não se “esquecem”, no direito internacional, o principal instrumento de
sanção lícito é a represália. “Tu violaste o direito contra mim, eu violo-o contra ti”
FONTES DO DIREITO
Para o professor Jorge Miranda, não há uma hierarquia de fontes, mas sim uma
hierarquia de normas. As fontes de direito são uma forma de criação de normas. Os modos de
formação não são determinantes para que se faça uma hierarquia de fontes.
O professor tem uma posição diferente. Este, diz que sim há uma hierarquia de fontes
e que nela, o costume prevalece sobre o tratado. Considera que, esta hierarquia traduz-se no
facto de uma fonte conter o regime de formação da outra e por tanto uma norma que
estabeleça quais são as regras de formação, estão numa posição hierárquica estabelecia em
que o direito constitucional está acima das leis ordinárias. E quando é assim é a validade das
leis que depende da sua conformidade com a constituição. ART. 3 nº3 CP. A hierarquia
implica que se reconhece uma norma hierarquicamente superior porque, essa normas
corresponde ao seu fundamento de validade, ou seja, uma norma contraria á hierárquica
superior é invalida.
Transpondo este raciocínio para o DIP, a maior parte dos autores diz que não está
estabelecido uma hierarquia. O professor contradiz, dizendo que há uma hierarquia de fontes
porque o costume tem um valor extra jurídico. Já o fundamento dos tratados corresponde a
uma norma costumeira Pacta sunt servanda – Os tratados devem ser seguidos. Já a validade
do costume tem um fundamento extra jurídico, ou seja, considera que o costume é a fonte
prevalente e não encontra razão nas teorias voluntaristas Consuetudo est servanda –
consideram que é artificial a criação de uma norma acima de costume. O costume é
observado por uma norma hipotética sobre o costume. Os costumes têm uma base axiológica
positivada pelos estados.
O COSTUME
O que é o costume?
Assenta num principio logico e intuitivo. Ou seja, aquilo que todos fazem não pode
ser contrário ao direito, e se todos fazem, é porque é licito, não viola o direito. Isto é a base
do costume: se toda a gente faz, então eu também posso fazer.
O costume não é regulado pelas regras jurídicas, uma vez que se formam através de
regras psicológicas humanas. O costume é próprio de “animais sociais”, regras de hierarquia,
de prudência, etc. assim, a psicologia humana fomenta a obrigatoriedade do costume.
Fomentos do costume:
Tutela de expectativas
Tutela/proteção desta confiança legitima que se forma quando vemos todos a fazer
uma coisa, e assumimos legitimamente que isso é licito.
O direito visa criar expectativas de que o costume será respeitado, e este constitui um
fundamento essencial do DIREITO DE IGUALDADE: a ideia de que punir uma
pessoa por fazer algo que todos fazem, é ilegítimo. A igualdade também constitui um
fundamento essencial do direito.
Normas costumeiras: quando se forma um costume que não é contra a lei mas é conforme a
lei, desenvolve e cria deveres em relação ao estado que não estão concretizados em lei, isto
vem concretizar “coisas”, cria deveres para lá da lei, mas não são desconformes a esta.
A jurisprudência pacifica a forma costumeira “contra legem”, quando a jurisprudência
não respeita a lei, e cria jurisprudência que vai contra a lei. Em direito constitucional existem
varias flutuações de jurisprudência. Em função de maiorias politicas, a constituição é
interpretada de maneira diferente. Estas alterações por meio de costume contra legem ,
acabam por alterar a lei.
No direito internacional não existem normas escritas no que toca ao costume. Em dip
não há leis, mas há tratados. A única forma de alterar costumes é violando-o. Enquanto que a
lei pode ser alterada de modo formal. Ou seja, a lei posterior revoga a lei anterior. Em dip é
possível haver costume contra legem, quando um estado ou vários estados começam a violar
um tratado, e violam-no com o silencio dos restantes estados partes. Quando o direito não é
claro, a relação dos outros é decisiva, é relevante para o costume, e não para os Tratados em
si. Pode haver costume contra legem quando tratados vinculativos a este o começam a violar.
QUESTÃO: Quais são as regras que mesmo não sendo jurídicas se aplicam á formação do
direito costumeiro?
Elemento material
Elemento psicológico. Iuris cogens, convicção de obrigatoriedade
Elemento Material
Sempre que á pratica, há norma costumeira? Não, para ser considerada pratica tem de
respeitar requisitos: tem de ser uma pratica geral, reiterada e consistente
Geral
Remete para o numero e qualidade dos estados. Os estados não têm o mesmo peso.
Paar que uma norma costumeira se forme, não tem de ser apoiada por todos os
Estados no mundo, basta uma minoria importante e que os restantes fiquem em
silencio.
E se um estado poderoso se opuser? Regra do Objetor Persistente:
Quando um estado se objeta de forma persistente desde o surgimento da pratica que
apoia aquela norma, não fica vinculado por essa norma costumeira.
Esta regra do objetor persistente é aprovada nos termos de condicionar o direito
costumeira?
A maior parte da doutrina concorda que isto não se aplica ás normas que defendem
interesses coletivos – ius cogens – mas aplica-se sempre aquelas normas que não
sejam de ius cogens. A regra do objetor persistente aplica-se a normas que não sejam
de ius cogens, mas isto acaba por violar por um lado o principio da igualdade e, por
isso, o tribunal internacional de justiça aceita isto apenas em relação ao costume
regional, mas não em relação ao costume global.
A objeção tem relevância? Tem, mas depende do estado, se os estado for pequeno, o
estado fica vinculado, mas se se tratar de uma grande potencia, o direito costumeiro
não se forma ou é atrasado. No entanto, não é apoiado pela pratica que uns fiquem
vinculados e outros não.
Isto é polemico, não é claro, nem cientifico. Não há uma regra clara, e este é o
problemas do direito internacional publico: o direito costumeiro é incerto na sua essência. Só
é claro se afirmado pelo tribunal de justiça, a jurisprudência tem de verificar e dizer se
estamos mesmo perante um direito costumeira.
Reiterada
É a reiteração que permite a generalização da pratica, pu seja, é testar o grau de
adesão e consistência dos estados e a justeza da normas enquanto regra de conduta. A
apreciação dependerá dos valores em causa e da qualidade e quantidade da pratica e
das objeções que uma norma suscitar. O período mínimo de tempo que a pratica tem
de ocorrer para ser considerada uma pratica costumeira é no miminho 7 ou 8 anos.
Consistência
É necessário que os estados sejam coerentes e não quando lhes é conveniente. Se a
maioria dos estados fizer isso poe em causa o principio da generalidade.
Alguns autores referem que a pratica deve ser uniforme, mas o tribunal internacional
de justiça refere que o que importa é a consistência.
Difere-se da reiteração porque é necessário a reiteração testar a consistência, já que
pode haver reiteração sem consistência. É possível que sucessivos procedentes de
apoio por parte da generalidade dos estados sejam colocados em por em causa por
inconsistências, igualmente reiteradas. Ex: a separação dos poderes, embora seja
reiterada, não é consistente
Modificação de costume:
Por via de desenvolvimento
O estados adotam pratica no sentido de desenvolver o conteúdo ou âmbito da norma
costumeira. Trata-se de um processo de alargamento que respeita integralmente a
norma costumeira anterior.
Isto não significa que este alargamento não provoque conflitos com outra norma
internacional, a que reconhece a soberania dos estados. Para o alargamento dos
deveres dos estados implica sempre uma restrição da sua soberania na liberdade de
atuação.
Por via da adoção de atos coletivos contrários
O objetivo é diminuir ou revogar o conteúdo de uma norma costumeira, instituindo
uma norma contraria.
Se a norma costumeira tutelar interesses privados dos estados estar-se á perante uma
norma dispositiva. Portanto, normas que podem ser derrogadas por tratados entre
estados.
Se a norma se tratar de uma norma costumeira tutelar de um interesse publico
internacional – ius cogens – o tratado que tente derrogar será nulo. Contudo, embora a
norma não seja revogada por um tratado, o consenso dos estados pode colocar um
crise a vigência da norma costumeira. Mesmo que esta continue vigente depois de a
assinatura de um tratado multilateral, os estados que adotaram colocaram-se a si
próprios numa situação de estoppel coletaivo. Com a adoção de um tratado
multilateral geral autoinibiu-se de invocar a sua invalidade e a elucidado dos seus atos
de execução. Assim, antes mesmo de um tratado multilateral entrar em vigor, um
outro costume já terá entrado em vigor.
ESPÉSIES DE COSTUME
Normas que protegem o direito dos estado. Interesses individuais. Temos que vem no
código civil, contem normas que as pessoas por contrato podem arrastar. NORMAS
DISPOSITIVAS. Acontece quando as partes não entram em acordo. Dois estados
podem alterar através de tratados bilaterais (derrogação).
Normas “ius dispositivi” – interesses originários dos estados.
Obrigações “erga omnes” todos os estados do mundo têm direito a protestar e a adotar
represálias, mesmo sem nenhuma vinculação entre eles. É devida em relação a todos os
estados e não bilateralmente em relação a cada estado. Assim, um estado sujeito a uma destas
obrigações encontra-se vinculado a respeitá-la em relação a todos os outros estados sujeitos á
norma que impõe, independentemente de o seu desrespeito lhes acarretar qualquer dano.
As normas de ius cogens tem uma ligação com as obrigações erga omnes, uma vez
que impõem obrigações deste género, visto tutelam interesses comuns. Contuso, ao contrario
não acontece uma vez que existem normas que impõem obrigações erga omnes que não são
iuris cogentis, é o caso de todas aquelas que não têm origem costumeira.
Vinculam cada estado em relação a todos os outros. Muitas vezes as regras violadas,
podem ser bilaterais, como por exemplo, reras sobre a proibição de sobrevoação do
território aéreo, estas não são “ius cogens”, têm a ver com os interesses individuais de
cada um
Contudo, o professor nega a doutrina da comissão de que as normas ius cogens não
possam ser suspensas com ase na justificativa do Estado de Necessidade. O professor acredia,
com base no estado de necessidade, que as normas cogens, podem deixar de estar em vigor,
por motivos de força maior. Há regras que podem ser incumpridas porque valores mais altos
se alevantam. Situações de legitima defesa ou de estado necessidade. Ex: terramotos,
incêndios, etc.
As normas ius cogens tem de ser normas costumeiras coletivas, mas estas, podem
também ser coletivizadas.
Normas costumeiras coletivas – é um interesse comum que é composto pela soma dos
interesses privados de cada estado. Isto é, as normas que tutelam os interesses coletivos e que
garantem os espaços coletivos. Ex: alto mar, corpos celestes, etc
Normas costumeiras coletivizadas – não são compostos por interesses que digam respeito
ao estado. Trata-se de interesses que digam respeito a entidades não estaduais, mas que,
devido á sua importância e carater ético, são tornados comuns como meio de procurar a sua
salvaguarda. Ex: normas humanitárias, não eram uma norma coletiva, mas depois tornaram-
se numa norma coletiva, isto é, o interesse comum foi crescendo até esta matéria torna-se
numa norma ius cogens.
Esta distinção tem relevância no regime de normas iuris cogentis que tutelam cada
uma destas espécies de interesse públicos internacionais.
A maior parte das normas costumeiras têm um carater universal, vincula todos os
sujeitos de DIP, com capacidade para as cumprir ou violar. São estas que compõem o
chamado DIP geral ou comum.
Para quem aceita a regra do objetor as regras costumeiras não são universais, uma vez
que através desta regra é possível atrasar ou impedir a formação da norma. Aqueles que
contestam a regra do objetor, as regras costumeiras são universais. Mas há exceções com as
normas não obtêm uma pratica generalizada, reiterada e consistente a nível universal, mas a
nível regional a norma costumeira cumpre todos os requisitos.
Região – Normalmente tem haver com a geografia, mas também engloba a noção cultural
jurídica. Se um estado tiver metade do seu território numa região, terá de respeitar esse
direito costumeiro dessa região. Região, para efeitos costumeiros é uma noção cultural.
Aqueles estados eu a compõem determinam-se em função da sua cultura jurídica, mesmo que
se encontrem fora da região geográfica em que se encontram a maioria dos Estados
Regionais. Um estado ficará vinculado pela norma costumeira regional, mesmo que tenha
sido um objetor persistente contra essa norma.
O Direito Costumeiro Regional levanta alguns problemas no que diz respeito á sua
oponibilidade face a Estados terceiros, uma vez que o DIP regional a seu favor nas situações
que digam respeito a principio da territorialidade e regras ligadas á sujeição de soberania de
um Estado ou a utilização de certos espaços. Caso contrario, não pode ser invocado.
O professor acredita que um nº restrito de estados sem essa ligação cultural jurídica,
não se forma direito costumeiro regional, mas sim acordos tácitos, se houver essa ligação
cultural, poderá formar um Direito Costumeiro Regional Restrito. O facto de fazerem parte
de uma organização regional é um elemento fundamental – enquadramento politico,
ideológico e geográfico.
TRATADO
Estado
Organizações internacionais
Os indivíduos não conseguem configurar um tratado, uma vez que não têm
capacidade de os celebrar mesmo que tenham a vontade. Contudo, têm capacidade não
autónoma, isto porque, um estado pode reconhecer os indivíduos ou empresas para que estes
celebrem tratados com o governo que os reconhece. Para isto têm de estar presentes os
parâmetros do Tribunal Arbitral - há um Juiz escolhido pelas partes como alguém que vai
decidir o litigio. E é uma forma de escapar aos tribunais nacionais. Se estes termos forem
respeitados poderá haver um tratado entre uma multinacional e o governo.
Trata-se de acordos que têm sido analisados a propósito dos Estados, mas que podem
ser celebrados por todos os sujeitos de DIP com capacidade jurídica para celebrar tratados.
Contudo, não chegam a produzir alguns efeitos jurídicos ou se são uma figura puramente
extrajurídica.
Quando celebrados em nome das entidades coletivas em causa têm ainda uma
dimensão jurídica. Assim, a regra que se aplica é a de que qualquer acordo entre entidades
com capacidade autónoma para celebrar tratados é um tratado. Se as partes quiserem lhes
conferir o estatuto de acordo, tem de estar presente na letra do tratado.
Estes acordos sem juridicidade são ainda tratados. Serão tratados que os estados
utilizam para se derrogarem entre si o principio Pacta Sunt Servanda em relação ao acordo
em cujo instrumento se inserem.
Pacta sunt servanda – principio da força obrigatória que abrange os contratos entre duas ou
mais partes. Consiste na ideia de que aquilo que está estabelecido nos tratados e assinado
pelas partes deve ser cumprido.
Estes acordos políticos contém uma disposição formal com natureza internacional é
um tratado, mas meramente em questão formal, uma vez que, na parte material, este não tem
uma disposição de obrigatoriedade.
NOTA:
Nem sempre é simples distingui-los dos acordos jurídicos. Tal como em direito
interno, existem acordos com teor extrajurídico nas relações sujeitas ao DIP.
Não têm qualquer intenção de vincular estados, ou os seus sujeitos, porque realizam-
se em contexto pessoal e não institucional. A maioria destes acordos destituídos de efeitos
jurídicos, por falta de dignidade do objeto – De minimis non curat ius.
RESUMO:
De um lado: acordos extrajurídicos: não têm dignidade jurídica, por exemplo, acordos
num jantar entre diplomatas.
Do outro: os tratados que são qualquer acordo celebrado entre associações de estados
(entidades similares a organizações internacionais, mas têm população e território, que
também é uma configuração, menos no sentido de componente militar. A União Europeia não
é um estado, mas os tribunais não têm poderes coercivos nos territórios dos estados membros,
o poder de adotar atos que obriguem, pela violência ou ameaça da violência, como uma
polícia europeia, aqui sim, teríamos um estado federal. Um estado é uma organização armada
com monopólio do uso da força legitimo, num determinado território), organizações
internacionais, etc.
Uma ONG distingue-se de uma empresa, porque as empresas visam o lucro, estas
distinções existem em todos os ordenamentos, existem empresas que são sociedades, que se
distinguem das associações por perseguirem o lucro. As ONGS são associações de direito
interno, mas de atividade internacional. Uma ONG é sempre uma associação de estados, as
tais confederações.
onde se estabelece a exceção do não cumprimento dos tratados. Art 60º nº1, uma
violação substancial de um tratado bilateral, por umas das partes, autoriza a invocar
a violação como motivo para cessar a vigência do tratado ou para suspender a sua
aplicação, no todo ou em parte.
É necessário verificar que tipo de violação foi cometida. Art 60º nº2
ESPÉCIES DE TRATADO
As razões que levaram a que as convenções excluíssem esse tipo de acordos seriam as
suas particularidades em matérias como a simplicidade da sua conclusão e entrada em vigor,
bem como as suas dificuldades de interpretação. É mais vulgar existir clausulas orais em
tratados escritos. O tratado é fundamentalmente mais extenso.
A doutrina elaborou uma boa parte das suas construções teóricas com base neste
conceito relativas ao costume. Mesmo que estas construções tenham de ser afastadas será
difícil contestar que um estado pode pelo se comportamento de autovincular-se, mesmo que
este não declare expressamente.
O tratado, sendo um acordo de vontades, mesmo que tacito, tem de existir vontade
concordante e esta vontade não se presume, tem de ser claramente expressa. Podem contudo,
existir situações tão evidentes que o mero silencio seja prova bastante da vontade
concordante, mas estas serão a exceção.
Esta distinção é simples: bilateral só tem duas partes e o segundo tem muitas partes.
Logo, podemos dizer que é um multilateral tem muitos estados e um bilateral só tem
dois? Não é bem assim. Basta pensar nos tratados que puseram termo á 1GM, como
Versailles por exemplo, tínhamos um tratado essencialmente bilateral, onde uma das partes
tinha interesses comuns, e de outro lado, o estado vencido. Havia disposição do tratado
multilaterais, logo era um misto de obrigações multilaterais e bilaterais.
Distinção com importância nas reservas: são relevantes para efeito do direito dos
tratados, um tratado pode ter anexos, estar dividido entre 2 ou 3 textos, que lhes dão
relevância jurídica, que vai ser relevante para o artigo 60º.
CONCLUSÃO INTERNACIONAL
Contudo, a matéria de DIP costumeiro é ainda mais importante para regular a matéria
do que o DIP convencional. Este regime é confirmado pelo artigo 4 CVDT que estabelece
que as suas disposições que forem costumeiras vincularam mesmo não as partes, ao contrario
das inovadoras que apenas se aplicarão aos tratados celebrados entre as partes. Os estados ou
organizações internacionais partes das CVDT ficam vinculadas a estas nas suas relações
convencionais, mesmo que estes tratados tenham partes que não se encontram nas CVDT.
Artº 3 al. c).
Quando estabelece que as suas partes ficam obrigadas a as aplicar nos tratados em que
intervenham outras entidades que não Estados ou organizações internacionais. Assim, o
tratado pode ficar sujeito a dois regimes em função das partes serem ou não parte nas CVDT.
Contudo, pode não ser possível devido á natureza das obrigações. Os tratados multilaterais
que impõem obrigações bilaterais podem ficar sujeitas a dois regimes , visto que não podem
ficar sujeitas a dois regimes. Ao tratados que impõem obrigações erga omnes, não, nesse caso
terá de se aplicar somente o regime o costumeiro.
No caso dos acordos em forma simplificada: vinculação pela mera assinatura, ou seja,
a marcha do procedimento da celebração de tratados inicia-se pela negociação, e esta termina
com a adoção do texto.
Quando um estado fica isolado, no caso de ter sido expulso, ou não concordar, como
no exemplo acima, pode fazer uma reserva, ou seja, uma disposição com a qual não concorda
não se vai aplicar e ele, apesar deste se vincular ao tratado.
Artigo 9º é a adoção que dá o texto como definitivo. Apesar do texto ter sido já
negociado, não há vinculação. Contudo, há clausulas que produzem efeito imediato, artigo
24, nº4. As clausulas que dizem quando o tratado vai entrar em vigor e como.
Quem é que pode adotar um tratado em nome do estado? quem representa o estado:
artigo 7º: o chefe de estado, o chefe de governo e o ministro dos negócios estrangeiros
Quem representa o estado? Quem são os indivíduos cujos os atos são imputáveis ao
estado?
O Estado são pessoas coletivas, atribuiu-se direitos e deveres a entidades criadas por
indivíduos ou por outras pessoas coletivas. Isto é o que se passa com as ONGs, são pessoas
coletivas criadas por outras pessoas coletivas: os Estados.
Organizações armadas com capacidade para levar a cabo expedições amadas, têm
personalidade jurídica, atribuída pelos estados:
Da perspetiva do direito internacional são estes órgãos que têm competência para
vincular em estado. A competência para vincular o estado português em matéria de
celebração de tratados, é dividido entre presidente da republica, o governo e o parlamento. Há
uma dupla perspetiva, a do direito internacional e a do direito constitucional de cada estado
que pode diferenciar estas regras.
Tendo presente estes 3 órgãos, todos os outros são órgãos subalternos que com base, e
exceções previstas no art. 7º CVDT, dependem de um ato assinado por estes 3 órgãos, que se
chama “Lei dos poderes” e que os converte em plenos e potenciais, com legitimidade para
vincular o Estado.
A possibilidade de os estados aceitarem alguém que não recebeu plenos poderes, pode
dar azos a impostores, com o artigo 8º em caso de legitimidade do órgão que praticou o
ato. Este ato tem de ser ratificado pelo estado alegadamente representado. A ratificação tem
de ter especificidade retroativa.
O direito internacional presume competências a estes 3 órgãos, mas cada órgão está
abrigado pelo direito interno e a sua resposta depende daquilo que o direito interno decidir.
Ex: se o chefe de estado português celebrar um tratado, o direito internacional vai entender
que Portugal está vinculado por esses tratados. Contudo, internamente não tem competência
para celebrar tratados. Tem apenas competência para ratifica-los.
Autentificação do texto:
Este pode ser autentificado por uma rubrica, uma abreviatura de assinatura, um ato
pelo meio do qual se autentica o texto e certifica-se que aquele texto foi efetivamente
adotado. Os plenipotenciários vão rubricar o tratado. O efeito é certificar que aquele é o texto
negociado e adotado. Por acordo, podem-se atribuir outros efeitos outros efeitos á rubrica.
Efeitos de assinatura marca uma das datas, a data politica do tratado, sendo certo
que a data de adoção é a mais importante, para se saber qual tratado vai ser revogado (o
tratado posterior revoga o tratado anterior). A assinatura depois tem o efeito da autentificação
caso o tratado não tenha sido alvo da rubrica.
Tem também um efeito do artigo 18: vincula o estado ao fim e ao objeto do tratado,
ou seja, uma vez tendo assinado o tratado não se podem adotar outros que destruam a vontade
de ser do tratado.
Não se pode destruir o fim ao objeto contudo há zonas polémicas. Ex: EUA
assinaram o protocolo de Quioto com os termos do Clinton, mas este não conseguiu que o
senado norte americano se apoia a ratificação do tratado, e depois o bush junior, responsável
pela maior crise económica, foi responsável por duas guerras: Afeganistão e Iraque. O bush
veio recusar ratificar o protocolo de Quioto, entre o período entre o senado ratificou, e o bush
deixou claro que não a ratificar, passaram vários anos. Logo, ocorreram dirupções
controversas. Se um estado assina não pode adotar medidas que piorem a situação que existia
antes da assinatura.
Rubricar tem apenas o efeito de autenticar o texto. A assinatura também, se não tiver
existido a rubrica, juntamento com tudo o que foi dito.
Assinatura implica a data e local do tratado, bem como a aplicação do artigo 18º
Segundo o artigo 2 da CVDT, as reservas, são um ato jurídico unilateral por meio do
qual um Estado se furta de uma obrigação decorrente de um tratado. É possível, não obstante
de se vincular, ou seja, ele furta-se de alguns aspetos preceitos do tratado pelos quais
discorda, por diversos motivos, como o facto de ser contra a instituição.
Coloca-se a questão de saber se, não podendo criar uma nova disposição, a reserva
poderá modificar a disposição no sentido do seu alargamento.
O artigo 2, fala em excluir ou modificar uma obrigação. Esta questão é interpretável.
Ou seja, não é apenas restringir um pressuposto, mas também ampliar um pressuposto.
Contudo, a pratica não apoia as reservas de forma ampla. A reserva deve excluir a aplicação
de um artigo.
Por veze, os tratados proíbem reservas e, por esse efeito, os Estados apresentam
declarações interpretativas, ou seja interpretar o sentido da letra da lei. Se esta declaração for
restrita ao sentido normal do preceito (interpretação declarativa). Se esta declaração
interpretativa não for evidente pode ser considerado uma reserva. O que o estado chama a
declaração não interessa, o que importa é a realidade. O que importa saber é se vai restringir a
aplicação do tratado.
Questão: qual é o sentido de um estado estar vinculado a um tratado se este efetua uma
reserva a alíneas desse mesmo tratado? Mais vale ter um vinculado, exceto a um artigo, do
que um estado não estar vinculado a um tratado por causa de um artigo. Ex: Tratado dos
Direitos Humanos.
Consequências de reservas:
O artigo 19 – fazer uma reserva proibida significa que o estado não faz parte de um
tratado. se for feita uma reserva, a vinculação só produz efeito se esta for aceite. se um estado
se vincula com uma reserva, mesmo que tenha apresentado um instrumento no dia 1 de
janeiro, essa data não conta, o que conta é a data em que a reserva é aceite.
Principio de consentimento – se um estado faz uma reserva significa que não consentiu á
totalidade do tratado. Por isso, o estado não pode ser vinculado. É como se não produzisse
efeito.
As reservas não se destinam a criar novas disposições, apenas a alterar ou a limitar o que foi
adotado
Procedimentais ou forma
Art 23 nº1, em principio o tratado é efetuado de forma escrita. As reservas tem de ser
escritas sobre pena de ineficácia. Não significa que seja invalida, mas ineficácia
Materiais
A consequência de fazer uma reserva que não está dentro das matérias A) e B), o
consentimento do estado é ineficaz, ou seja, fica fora do tratado.
O que acontece se a reserva formulada é contra uma norma de ius cogens: a
reserva é nula e não produz efeitos. Art 53ª
Parece que se está a formar uma norma costumeira de formar reservas contra o
objetivo e fins do tratado em matéria de direitos humanos.
Exceção – a alínea c), reservas contrarias ao fim do objeto do estado também são
inadmissíveis. Isto, provoca complicações. Ninguém sabe se a reserva é contrario ao fim do
objeto do tratado. Se estiver em causa, de acordo com o tribunal dos direitos humanos, os
direitos humanos o estado fica vinculado e a reserva é considerada nula. Estas questões
dividem a doutrina.
As reservas proibidas por um estado, segundo o artigo 19, alínea a) e b), implicam que
um estado não se vincule a um tratado. As reservas contrarias á alínea c) são irrelevantes,
exceto no caso dos Direitos Humanos.
As reservas não se destinam a criar novas disposições, apenas a alterar ou a limitar o que foi
adotado
Segundo o artigo 20, nº4, uma reserva num tratado multilateral geral, todos os estados
têm de objetar para que o estado que fez a reserva não pertença a um tratado. Basta um
estado, aceitar, expressamente ou tacitamente, para que o estado pertença a um tratado.
Objeção simples – tem um sentido politico diferente, mas a jurisdição é diferente. Tem a
mesma consequência jurídica ma é a solução conforme o principio do aceitamento, que está
subjacente ao principio da reciprocidade.
Principio da reciprocidade – quando um estado faz uma reserva, os outros podem invocar a
reserva contra o mesmo
Existem tratados que impõem obrigações erga omnes, todos os estados se vinculam. O
principio da reciprocidade não se aplica aqui. Como elas vinculam cada estado a todos os
outros ao mesmo tempo. O estado que faz essa reserva, solta-se dessa obrigação, mas os
outros estados continuam vinculados ás mesmas.
Terminado este processo, o tratado entra em vigor. Este pode entrar antes,
provisoriamente, em casos de urgência. As partes estabelecem que o tratado vai entrar
provisoriamente. Ex: fronteiras marítimas.
Nº2. Forma de vinculação do estado português. Quando o estado português assina é sobre
reserva de ratificação ou de aprovação. Dois tipos de convenções internacionais. Sobre meio
de aprovação são os acordos sobre forma simplificada ou acordo. Sobre meio de retificação
estamos perante tratados.
A convenção internacional pode referir, mas se não o fizer entende-se que nas
matérias referida do artigo 162 aline i) da constituição. Ou seja matéria de tratado.
Portugal assina sobre reserva de retificação. Á luz da constituição são matérias solene
ou seja, um tratado.
Quando o tratado começa a produzir efeito. Neste fase, também está presente o registo
e o deposito dos tratados. Artigo 60 CVDT e artigo 102 CNU
DEPOSITÁRIO
A figura do depositário é própria dos tratados multilaterais, mas também existe nos
tratados bilaterais com partes complexas. Nos tratados entre dois estados, ou outros dois
sujeitos capazes, não é necessário estabelecer depositário, pois as duas entidades partes,
designadamente, trocam os instrumentos de vinculação e contactam entre si. Tem de ter a
versão oficial do tratado
APLICAÇÃO DE TRATADOS
Estipulado no artigo 26, esta norma impõe que os tratados devem ser respeitados e de
boa fé. Os estados não o podem violar sem pagar o preço.
Eficácia
Aplicação no tempo:
Aplicação no espaço:
Por território, deve-se entender qualquer espaço sujeito a poderes da mesma natureza
e amplitude aos de que o Estado goza em relação ao seu território: mar territorial, plataforma
continental e espaço aéreo subjacente.
Como acontece nos outros tipos de fontes, também os criados pelos tratados
necessitam de ser interpretados para obterem um significado jurídico. A norma jurídica surge
por via interpretativa, pois mesmo quando o sentido parece claro. Esta primeira impressão
depende de uma aplicação intuitiva da metodologia jurídica.
O consentimento:
Revisão
O tratado pode ser revisto com o acordo de todas as partes. Sendo um contrato, a sua
vigência fica dependente das vontades das partes, que lhe podem introduzir as alterações que
entenderem no respeito dos limites decorrentes do DIP.
Artigo 30 para o tratado ser alterado é preciso celebrar outro tratado entre as partes, sendo
que o segundo tratado revoga o primeiro (quando são as mesmas partes)
De acordo com o artigo 108 da Carta das Nações Unidas, as emendas da carta atuam
através de um ato jurídico unilateral, mas é necessário a aceitação de 2/3 dos membros das
nações unidas, inclusive de todos os membros do conselho de segurança.
Artigo 103 CNU – se um tratado for contraditório com a carta das nações Unidas,
prevalece a carta.
Artigo 30, nº4 e 5 ambos os tratados são válidos. Os estados vão ter, pelo menos, de
cumprir um dos tratados e compensar/indemnizar aqueles estados que decidem adotar o
primeiro tratado (quando as partes do segundo tratado são dif dos seguno
A revogação é uma forma de extinção que é mais abrangente. Uma revisão pode dar
origem a uma revogação – artigo 39, ou a uma derrogação quando se aplica apenas a alguns
estados.
Artigo 42, nº1 As partes são proibidas de invocar qualquer causa de invalidade as
causas que não estão previstas nas convenções de Viena. Em relação aqueles estados que não
são parte da convenção, aplica-se o costume.
Artigo 42, nº2 A extinção, não está dependente da convenção, uma vez que o
próprio costume e o tratado podem referir causas para a extinção de um tratado.
Atos é diferente de facto: os atos são decisões humanas, enquanto que os factos são
ocorrências naturais ou atos de animais. Em sentido amplo, podemos referir os atos humanos,
eventos naturais ou atos de animais, como factos.
Consequências praticas:
Em relação á extinção dos tratados, o tratado vai produzir efeitos até á entrada em
vigor do segundo tratado, sendo que esses efeitos, são transferidos para o segundo tratado
Nulidade
Se um tratado é nulo, todos os efeitos vão ser destruídos desde a sua assinatura.
Mesmo aqueles atos de boa fé, ou seja, o estado não sabia que estava a ocorrer um vicio da
vontade, devem ser destruídos. Esta ideia é importante devido ao Erro.
Artigo 43 o facto de um tratado ser nulo não implica o descumprimento das obrigações
que têm outra fontes jurídica, como o um outro tratado ou costume.
Um tratado, não vê todas as suas disposições afetadas. Nos termos que se estabelece é
possível que apenas uma ou algumas sejam atingidas. De facto, embora formalmente se
anuncie pela positiva o principio da unidade do tratado – artigo 44 nº2 – onde estão
concentradas as exceções para a nulidade de todo o tratado – Principio da separabilidade.
A regra geral, esta matéria é a de que para ser admitida deve respeitar
cumulativamente, 4 condições, como se estabelece no artigo 44 nº3.
1. A causa apenas atinja uma ou algumas disposições. Por exemplo, que o
consentimento em relação a um tratado tenha sido viciado por erro apenas em relação
a uma determinada disposição ou que apenas a execução desta se tenha tornado
impossível
2. A execução das restantes disposições do tratado seja independente da disposição ou
disposições atingidas – artigo 44 nº3, al. a)
3. A disposição não pode decorrer do tratado, ou que não tenha sido por outra forma
estabelecido, que a outra parte ou partes consideram a disposição ou disposições
afetadas como base essencial do seu consentimento em relação ao tratado no seu
conjunto – artigo 44 nº3, al. b)
4. A imposição do equilíbrio original entre direitos e obrigações do tratado não seja
alterado de forma desrazoável, por força da limitação dos efeitos da causa invocada
em relação apenas ás disposições atingidas – artigo 44 nº3, al. c)
O regime das CVDT estabelece depois regras particulares a algumas causas. Segundo
o artigo 44 nº5, nunca é aplicável o regime da separabilidade às invalidades decorrentes de
coação sobre o representante (artº 51), de coação sobre o Estado (artº 52) ou de derrogação
originária de uma norma iuris cogentis (artº 53). Ou seja, nestas questões, todo o tratado é
declarado como nulo.
As CVDT referem-se a invalidades e, por vezes, a nulidade, mas não fica claro se esta
diferente denominação implica uma distinta natureza. Tem sempre a mesma natureza?
Depende da análise completa do seu regime, esta somente poderá ser justificada depois de
terminada esta análise. Mas desde já se assume a defesa que, em todos os casos consagrados
na secção 2 da Parte V das CVDT está presente a nulidade.
Apenas a figura da nulidade absoluta é um desvalor jurídico que respeita os requisitos
que são imputados à nulidade.
São nulidades relativas os restantes casos de vicio do consentimento típico, bem como
o atípico referido, a incapacidade intelectual do representante. O seu caráter deriva do facto
de protegerem interesses diretos de cada estado.
A nulidade relativa apenas pode ser invocada pela parte prejudicada e pode sempre
ser confirmada. A possibilidade da separabilidade não é uma característica da nulidade
relativa, desde logo, também uma boa parte das causas de extinção ou suspensão a permitem,
bem como a nulidade absoluta derivada de derrogação do Ius Cogens.