Trabalho de Geografia de Mocambique I

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
Os Solos de Moçambique

Nome: Argentina Horácio Código: 708212486

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Geografia de Moçambique I
Ano de frequência: 2o ano

Pemba, Outubro de 2022

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dados
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teóricos práticos
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Aspectos
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gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referência
bibliografia s bibliográficas

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Índice

Introdução ................................................................................................................................... 3

1.Solos de Moçambique ............................................................................................................. 4

1.1.Tipos de Solos de Moçambique ........................................................................................... 5

1.2.Características e Distribuição dos Solos de Mozambique .................................................... 6

1.3.Classificação dos Grupos de Solos ....................................................................................... 6

Conclusão ................................................................................................................................. 14

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 15

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Introdução

O presente trabalho abordar sobre os solos de Moçambique, suas características e distribuição


espacial. Há que frisar que a constituição do solo de Moçambique é variável, na qual
encontramos na parte meridional solos arenosos, avermelhado ou branco, com excepção nos v
ales dos rios, onde se encontram terras de aluvião.

Não só, o território Moçambicano existe uma grande variedade de recursos pedológico que
resulta da combinação de diversos factores, tais como: condições geológicas, climáticas. Os
tipos de solos em Moçambique são solos argilosos vermerlhos e profundos, Solos franco –
argiloso – arenoso - avermelhados, Solos franco – argiloso – acastanhados, evoluídos e fértis,
Solos argilosos vermelhos, Solos arenosos de fertilidade de muito baixa, Solos arenosos
avermelhados, Solos arenosos brancos, Solos fluviais de alta fertilidade, Solos muito pesados,
Solos argilosos mal drenados, Solos fluviais e marinhos e Solos delgados e pouco profundos.

Objectivo geral:

 Conhecer os solos de Moçambique;

Objectivo especifico:

 Identificar os tipos de Solos de Moçambique;


 Descrever as características e Distribuição dos Solos de Mozambique;
 Explicar as classificação dos Grupos de Solos.

Para a realização deste trabalho só foi possível através do método der pesquisa Bibliográfica,
é a partir deste que tornou possível a realização deste trabalho, na qual baseou-se na consulta
de obras relacionados com o tema em estudo, cujo obras vem mencionados na referência
bibliográfica deste trabalho. Por conseguinte, o trabalho obedece a seguinte estruturação:
introdução, desenvolvimento, conclusão e a respectiva referência bibliográfica, que desde já
deseja-se uma boa leitura e esperançosos das observações e criticas para o seu
enriquecimento.

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1. Solos de Moçambique

Segundo OMBE et al., (2007, p. 87), “solo é um agregado de minerais não consolidados e de
partículas orgânicas produzido pela acção combinada do vento, água e dos processos de
desintegração orgânica”.

Por outro, o solo não é uma entidade discreta, isto é, não há um indivíduo solo na natureza,
mas um contínuo na paisagem, com progressiva gradação resultante da combinação dos
processos e factores pedogenéticos, (Duarte, Mandala & Chundo, 2009).

No entanto, o solo é resultante da interacção de factores e processos pedogenéticos que são


responsáveis pelas características físicas particulares de cada tipo de solo. Neste contexto
nota-se a constituição do solo de Moçambique é variável o que faz com que os solos não
sejam homogéneo. De acordo com a sua localização geográfica e astronómica, Moçambique
possui uma grande variedade de solos típicos das regiões tropicais e subtropicais.

De uma maneira geral na composição mineralógica dos solos Moçambicanos predominam


materiais ferruginosos e aluminosos, sendo por isso, considerados pedalfericos ou feraliticos.
Estas abundâncias de materiais ferruginosos e aluminusos, é fruto da resistência destes
elementos aos processos de desagregação das rochas-mãe em condições climáticas de regime
tropical, (Muchangos, 1999:70).

Neste contexto, na região mais a Norte e até à fronteira da Tanzânia, aparecem as areias
coradas de vermelho pelo óxido de ferro que contém. Moçambique apresenta uma grande
variedade de solos, sob influência marcada das condições geológicas e do tipo de climas
característicos do país. Na região Norte, caracterizada por rochas do Pré-câmbrico
altas precipitações, os solos predominantes são argilosos, variando entre franco argiloso -
avermelhados que ocupam a maior parte e os argilosos vermelho acastanhados profundos
com boa permeabilidade e drenagem. Os solos francos argilosos são bastante
vulneráveis à erosão enquanto os argilosos e os castanhos são menos susceptíveis,
(Muchangos, 1999).

Por um lado, na zona centro com terras escuras e argilosas, por vezes pantanosa. A região
de Tete, interior e bastante quente, tem bom solo e é também rica sob o ponto de vista
mineral, já que nela se encontram minas de carvão.

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No litoral da zona norte, por exemplo, a presença de rochas do Fanerozóico provoca uma
alteração dos solos, (Muchangos, 1999). Aqui predominam os arenosos de dunas costeiras e
fluviais, mas existem extensões de solos franco argilosos, arenosos acastanhados ao sul de
Tete, prolongando-se ao longo da bacia do Zambeze. No curso médio inferior deste rio os
solos fluviais com elevada fertilidade tomam lugar, misturando-se primeiro com os anteriores
e tornando-se mais dominantes na costa.

No sul do pais predominam solos arenosos de baixa fertilidade e baixo poder de retenção de
água sendo interrompidos de quando em vez por solos arenosos brancos fluviais e marinhos.
Ao longo dos vales dos rios encontram-se solos fluviais de alta fertilidade. Ao logo da
fronteira sul e associando-se a cadeia dos libombos existem solos delgados e pouco
profundos, pouco aptos para agricultura, (Muchangos, 1999).

1.1.Tipos de Solos de Moçambique

As várias classificações tomam em conta a composição mineralógica dos solos, a cor, a


origem, a idade e os processos morfológicos e biológicos recentes.

Na composição mineralógica dos solos Moçambicanos predominam matéria ferruginosa e


aluminosos, sendo por isso considerados pedalféricos ou ferraliticos, (Gouveia & Azevedo,
1949). Estas abundâncias de materiais ferruginosos e aluminusos, é fruto da resistência destes
elementos aos processos de desagregação das rochas-mãe em condições climáticas de regime
tropical. Sendo também designados latosolos pela frequência da sua ocorrência sob a forma
de endurecido conhecido por laterite.

Quanto ao critério a cor, os solos mais abundantes são cinzentos pardos-pardos e pardos-
avermelhados, mais também ocorrem com frequência solos cinzentos e amarelados.

Portanto, quanto ao critério textura do substrato da rocha-mãe condiciona as diferenciações


entre solos residuais pedregosos, solos litolicos, arenosos, argilosos e luminosos. Os solos
residuais são os que se desenvolvem a partir do cristalino granítico gnéissicoe de formação de
solos que de onde em onde, o interrompem. Trata-se, em geral de solos frraliticos ou
fersialiticos, (Gouveia & Azevedo, 1949).

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1.2.Características e Distribuição dos Solos de Mozambique

As características e distribuição dos solos de Moçambique é variável o que faz com que os
solos não sejam homogéneo. Para Muchango (1999), considera apenas a existência de cinco
grupos de solos ocorrendo em Moçambique, dos quais varias características dou a seguir:

 Solos vermelhos lateriticos: são solos com 25 a 90٪ de constituintes lateriticos (óxidos
mais ou menos hidratados de alumínio, ferro, titânio e manganés);
 Solos vermelhos: são solos contendo menos de 25٪ de constituintes lateriticos e
elevada percentagem de silicato de alumínio, encontrando-se a sílica tanto combinada
como sob a forma de quartzo e sendo raras as concreções ferruginosas;
 Terras negras: solos negros, de textura pesada e estrutura granulosa e com um
horizonte de acumulação de carbonates que se encontra por vezes muito próximo da
superfície;
 Solos claros: são grupo muito heterogéneo de solos de diversas cores e textura
variável, apresentando normalmente proporção apreciável de carbonate de calcário e
ocorrendo em geral em regiões de topografia mais acidentada que a das terras negras;
 Aluviões: são solos de origem de deposição sedimentar, formado em materiais em
geral grosseiro, mal rolados, e amais ou menos soltos, transportado por correntes de
água.

No entanto, distingue-se três grupos de solos pedalféricos: solos fracamente lavados sob
florestas e matos arbustivos xerófilos, solos vermelho-acastanhados em savana tropical das
regiões alternadamente húmidas e árida e solos vermelhos sob floresta tropical húmida, e
entre os solos pedocalicos, existe também a existência de três grupos principais: solos do
grupo das terras negras das pradarias, terras negras das savanas áridas e solos castanhos das
estepes áridas, (Muchango, 1999).

1.3.Classificação dos Grupos de Solos


I. Solos pedalféricos.
Solos vermelhos.

Solos vermelhos foram classificados como sendo solos de cor vermelha mais ou menos
intensa, sujeitos ao processo de laterizaçao Se bem que aceitemos a classificação proposta por
Botelho da Costa e Azevedo não me é possível, neste momento, por falta de dados analíticos,
fazer a distinção entre laterite e solo lateriuco, (Muchango, 1999). Sendo que no Esboço

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Pedológico não se fez contudo qualquer tentativa para diferenciar os tipos em que os solos
vermelhos se podem subdividir.

a) Solos vermelhos lateriticos.

Normalmente são solos profundos, de cor vermelha mais ou menos intensa em todo o perfil,
com excepção da primeira camada que frequentemente é cor de chocolate, em geral de textura
argilosa, friáveis, de pH baixo e diminuído com a profundidade, não se encontrando
concreções ferruginosas ou, se essas aparecem, são muito raras e de pequenas dimensões,
(Dijkshoorn, 1993).

No entanto, predominam nas regiões altas muito chuvosas (de pluviométrica média anual
superior a 1:000 mm) e temperatura relativamente baixa (temperatura média anual cerca de
20° C), formando-se a partir de material originário proveniente de rochas ígneas e
metamórficas ácidas, tendo já sido identificados em Metónia, Ile, Alto Molócuè, Guruè,
Milange e Tacuane, e supomos que os solos da Angónia, Baruè, Manica, Chimoio e
Gorongoza se devam incluir também neste grupo, (Muchango, 1999).

Não só, admite-se a hipótese de os solos da Namaacha serem solos vermelhos lateriticos, se
bem que o seu grau de laterização não seja muito avançado.

b) Solos cinzentos lateriticos ferruginosos.

São solos muito parecidos com os solos vermelhos lateriticos, mas de textura variável, e
apresentam concreções ferruginosas abundantes (as vezes mesmo nos horizontes superficiais),
cujo número e tamanho aumentam com a profundidade, a certa profundidade as concreções
desaparecem, sendo a transição brusca para uma camada de greda, que assenta muitas vezes
sobre zerzatz, (Dijkshoorn, 1993).

São muito frequentes estes tipos de solo nos planaltos médios do Niassa e Zambézia e mesmo
em zonas mais baixas destas duas províncias, e suponho que ocorram também nas zonas altas
de Manica e Sofala.

c) Outros solos vermelhos.

Diante desta designação, refiro-me reunir solos vermelhos, sujeitos ao processo de latinização
mas formados a partir de materiais originários provenientes de outras rochas que não são as

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ígneas e metamórficas ácidas. Estes solos encontram-se em geral em pequenas manchas
isoladas e só foram identificados ainda na província do Niassa.

Solos cor de laranja, alaranjados e amarelos.

Pode-se distinguir nestes solos, tal como no caso dos solos vermelhos, os seguintes
tipos: lateriticos, lateriticos ferruginosos e lateriticos com bancadas. Por conseguinte, os solos
cor de laranja, alaranjados e amarelos estão relacionados com os solos vermelhos, ocorrendo
normalmente em sucessão, formando catenas.

No entanto, os solos vermelhos ocupam os pontos de icota relativa mais elevada, seguindo-se-
lhe os solos cor de laranja, depois os alaranjados e finalmente os solos amarelos, que se
encontram em cotas mais baixas. Esta sucessão é provocada na maior parte dos casos pelas
condições de drenagem, correspondendo os solos vermelhos aos locais mais bem drenados e
os solos amarelos a locais de drenagem deficiente, (Dijkshoorn, 1993).

Na sua quase totalidade os solos até agora identificados formaram-se a partir de materiais
originários provenientes de granitos e gneisses. As observações feitas em trabalho de campo
levam a crer que a textura e a intensidade da cor são afectadas pela composição mineralógica
da rocha-mãe, (Dijkshoorn, 1993). Na província da Zambézia e principalmente na do Niassa,
já foram definidas catenas com características semelhantes a que atrás referem.

Solos cinzentos

Os solos cinzentos são solos sujeitos ao processo de laterização, mas devido ao facto de se
encontrarem geralmente em áreas baixas, de drenagem difícil, verifica-se uma gieysagao mais
ou menos intensa, e encontram-se associados aos solos vermelhos, cor de laranja, alaranjados
e amarelos, sendo normalmente raro dos últimos solos da sucessão catenária, (Boléo, 1950).

Os solos cinzentos até agora estudados podem subdividir-se em três tipos Fundamentals: solos
cinzentos com horizonte gley, solos cimentos lateriticos ferruginosos e solos cinzentos
lateriticos com bancadas.

a. Solos cinzentos com horizonte (gley).

A primeira camada destes solos é em geral de cor cinzenta mais ou menos escura, assentando
sobre uma outra parda, pardas-acinzetada ou parda-amarelada, compacta, as vezes com

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concreções ferruginosas pouco abundantes, (Boléo, 1950). A certa profundidade aparece um
horizonte gley típico onde acidentalmente se encontram também concreções ferruginosas.

Os solos cinzentos com horizontes gley ocorrem geralmente em áreas quase planas, de certa
extensão, que estabelecem a transição entre as encostas as baixas. Estes solos têm sido
encontrados principalmente na província do Niassa.

b. Solos cinzentos lateriticos ferruginosos.

Os solos cinzentos lateriticos ferruginosos têm a primeira camada de cor cinzenta escura, de
espessura variável, mas normalmente delgada, assentando sobre uma outra, em geral espessa,
de cor cinzenta clara ou mesmo esbranquiçada que Itransita gradualmente para um horizonte
livremente escuro, as vezes de tonalidade pardacenta, com concreções ferruginosas,
(Dijkshoorn, 1993). A textura e a compacidade variam imenso, desde solos arenosos, soltos
ou friáveis, a solos argilosos, compactos. Estes ocorrem em áreas de drenagem deficiente e
foram descritos nas províncias do Niassa e Zambézia.

c. Solos cinzentos lateriticos com bancadas

São solos muito parecidos com os solos cinzentos lateriticos ferruginosos, mas neste caso as
concreções estão soldadas formando bancada, por vezes a camada que esta imediatamente
acima das bancadas é de cor parda-amarelada, ou mesmo amarelada.

Solos do Planalto dos Macondes.

Encontra-se no extremo nordeste da província do Niassa uma grande mancha de solos que
foram designados, a falta de termo mais apropriado, por solos do Planalto dos Macondes,
tendo origem a partir de material originário proveniente de grés do Cretácico, sujeitos a uma
intensa lavagem (altura pluviométrica anual média superior a 1:000 mm), de cores claras (por
vezes cor de chocolate clara e solos vermelhos), textura ligeira (até franca, e argiloso-
arenoso), friáveis a firme, muito permeáveis, (Dijkshoorn, 1993). A marca mais importante
destes solos encontra-se no Planalto dos Macondes, aparecendo também solos idênticos a
estes na Serra Mapé (Macomia).

Solos de faixa arenosa costeira.

Os solos de faixa arenosa costeira estendem-se por uma faixa que vai de Ponta do Ouro a foz
do Rovuma, com soluções de continuidade de onde em onde, (Gouveia & Azevedo, 1949).

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Estes solos tem sido mais bem estudados no Sul do Save, onde a faixa arenosa. Costeira
atinge maior largura, e numa pequena área do Niassa, a península de Fernão Veloso (Nacala).

Estes solos podem ser subdivididos em:

a) Solos arenosos melanizados.


 Avermelhados arenosos a franco-arenosos.
 Castanho-avermelhados franco-arenosos.
 Acastanhados arenosos.
b) Solos arenosos daros.
 Cinzentos
 Amarelos.
 Alaranjados.

No entanto, os solos arenosos melanizados só foram identificados na província do Sul do


Save, pelo que não se faz referenda pormenorizada, (Gouveia & Azevedo, 1949). Dos solos
arenosos claros já foram descritos no Sul do Save solos cinzentos e amarelos e no Niassa
encontram-se também solos alaranjados.

Desta forma, os solos alaranjados, amarelos e cinzentos formam em geral, no Niassa,


complexos de carácter catenária, ocupando os solos alaranjados os pontos de cota relativa
mais elevada e os solos cinzentos os de menor cota.

II. Solos pedocalicos.


Terras negras e cinzentas pedocalicas.

Os solos nitidamente sujeitos ao processo de calcificação e cuja cor vai desde a cinzenta a
negra, foram classificados como terras negras e cinzentas pedocalicas, havendo no entanto
pequenas manias de solos pardo-acinzentados ou pardo-anegrados, porem é muito difícil
incluir estes solos num esquema geral de classificação, pois as terras negras tropicais estão
ainda estudadas, (Muchango, 1999). Também, neste Esboço não se faz qualquer tentativa para
distinguir os diversos tipos em que subdividimos as terras, negras e cinzentas pedocalicas.

a) Terras negras

São aquelas que apresentam em geral uma primeira camada delgada, argilosa, estrutura
granulosa (as vezes grosseira), compacta a muito compacta, nas camadas subjacentes são
argilosas fortes, compactas a muito compactas, fendilhadas, com concreções calcárias (que
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por vezes aparecem também na primeira camada), tendo formações calcárias do Cretácico ou
posteriores e em regiões de altura pluviométrica anual média inferior a 1:000 mm e de
temperatura anual média igual ou superior a 20o C, (Ombe et al., 2007).

Por conseguinte, as terras negras encontram-se de norte a sul do pais em manchas isoladas,
tendo sido já identificadas em Macomia, Quissanga, Porto Amélia, Memba, Nacala, Mossuril,
Mecanhelas, margens do Lago Ghirua, região de Megaza, Chemba, Maringué, Nova
Chupanga, Chibabava, Baixo Mossurize e Maputo, (Muchango, 1999).

b) Terras cinzentas

São solos muito parecidos com as terras negras, não se possuindo ainda elementos que
permitam propor qualquer hipótese para explicar a diferença na coloração. Exemplo: Solos
cinzentos do Guija, caracterizados na Carta Provisória dos solos do Sul do Save.

c) Solos castanhos

Caracteriza-se por ter uma camada superficial de cor castanha ou pardo-acinzentada, argilosa
forte, compacta a muito compacta, na qual as camadas inferiores são castanhas, as vezes
castanho-avermelhadas, argilosas, de estrutura prismática, compactas e com concreções
calcárias, tendo-se verificado, em Pemba e Memba, sobre calcários do Cretácico, onde a
altura pluviométrica anual média é cerca de 800 mm e a temperatura anual anda, a volta dos
26°, (Ombe et al., 2007). Os Solos pardos, pardo-acinzentados e pardo-avermelhados das
regiões áridas e semi-áridas foram ainda descritos numa extensa área do Sul do Save.

d) Solos halomórficos.

Encontram-se no nosso pais dois tipos de solos salgados: solos halomórficos


continentais identificados no Sul do Save, ignorando-se ainda a que grupo genético pertencem
(S.S.D) e solos salgados de origem marítima (ao longo da costa, no estuário e curso inferior
dos principal rios e nas margens de lagoas, litorais de água salgada).

Em Moma nota-se que, devido a uma transgressão, os lodos marítimos cobriram bancadas (de
antigos solos lateriticos), expostas pela erosão, vendo-se hoje mangais desenvolvendo-se
perfeitamente nestas condições.

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e) Solos hidromórficos

São muito variados os tipos de solos hidromórficos que se encontram em Moçambique, tendo
alguns deles chamados a atenção de vários autores. Os solos hidromórficos já estudados
foram subdivididos em quatro tipos principais.

 Machongos

De todos os solos hidromórficos, os machongos são os mais bem estudados, porque ocupam
áreas relativamente extensas no Sul do Save e têm excepcional interesse sob o ponto de vista
do fomento agrícola, também na Carta Provisória dos Solos do Sul do Save faz-se referencia
pormenorizada a estes solos, pois é nesta Província que os machongos são mais
característicos, (Muchango, 1999).

 Solos (vlei)

Os solos vlei têm a camada superficial geralmente espessa, parda anegrada, cinzenta escura ou
negra, argilosa, estrutura granulosa grosseira, com fendas verticais, compacta, em regra com
concreções ferruginosas e nódulos calcários, a segunda camada é normalmente parda, argilosa
forte, fendilhada, muito compacta e apresenta muitas concreções ferruginosas e nódulos
calcários, verificando-se em depressões ou em áreas baixas, mal drenadas, nas margens de
algumas linhas de água, (Ombe et al., 2007). Com frequência os solos vlei fazem parte de
catenas, associados a solos vermelhos, cor de laranja, alaranjados, amarelos e cinzentos.

 Solos dos dambos

Os solos dos dambos são solos de camada superficial, parda-acinzentada ou cinzenta, de


textura variável mas frequentemente argilosa, firme a compacto, as camadas inferiores são
amarelas ou amareladas, argilo-arenosas ou argilosas, com manchas cor de ferrugem e com
raras a algumas concreções ferruginosas a certa profundidade, encontram-se em depressões
características, conhecidas pelo nome de dambios, muito frequentes nas províncias da
Zambézia e do Niassa.

 Solos argilosos das baixas

Os solos argilosos das baixas têm a primeira camada cinzenta muito escura, por vezes negra,
fortemente argilosa, assentando sobre camadas de cor cinzenta, pardo-acinzentada ou pardo-
amarelada, argilosas fortes, muito compactas, fendilhando quando secas e apresentando

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manchas cor de ferrugem e concreções ferruginosas, (Ombe et al., 2007). São solos que
ocorrem em áreas baixas, mal drenadas, conhecidas em certas regiões por tandos.

f) Solos aluvionares

Por um lado, os solos aluvionares são solos pouco ou nada diferenciados pedogénicamente,
com características muito variadas que dependem das aluviões que lhes deram origem, por
exemplo as aluviões dos Rios Zambeze, Chire, Búzi, Save, Limpopo, Incomati, Umbeluzi e
Maputo, (Muchango, 1999).

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Conclusão

Das conclusões feitas a respeito do trabalho, a constituição do solo de Moçambique é variável


o que faz com que os solos não sejam homogéneo. De acordo com a sua localização
geográfica e astronómica, o nosso país possui uma grande variedade de solos típicos das
regiões tropicais e subtropicais. De uma maneira geral na composição mineralógica dos solos
Moçambicanos predominam materiais ferruginosos e aluminosos, sendo por isso,
considerados pedalfericos ou feraliticos.

No entanto, estas abundâncias de materiais ferruginosos e aluminusos, é fruto da resistência


destes elementos aos processos de desagregação das rochas-mãe em condições climáticas de
regime tropical. Moçambique possui uma grande variedade de solos típicos das regiões
tropicais e subtropicais. Portanto, quanto ao tipo, as várias classificações tomam em conta a
composição mineralógica dos solos, a cor, a origem, a idade e os processos morfológicos e
biológicos recentes.

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Referências bibliográficas

Boléo, J. de O. (1950). Geografia Física de Moçambique (Esboço geográfico). Lisboa:


Livraria Sá da Costa. 130 p

Dijkshoorn, J. A. (1993). Os solos das províncias de Maputo e Gaza: explicações dos mapas
de solos, escala 1: 50. 000 – Versão preliminar, comunicação n° 76. Maputo:
INIA/Departamento Terra e Água. 203 p.

Duarte, S. C. M.; Mandala, S. D. Chundo, D. M. I. (Org.). (2009). Tendências da pesquisa em


geografia: trabalhos de conclusão de curso na Universidade Pedagógica em Maputo, 1989 –
2007. Maputo: Educar – UP. 210 p.

Gouveia, G. D. H; e Azevedo, A. L. (1949). Características e Distribuição dos Solos de


Moçambique, Centro de Investigação Científica e Algodoeira da Moçambique, Lourenço
Marques.

Muchango, Aniceto Dos. (1999). Paisagem e Regiões Naturais de Moçambique; Maputo.

Ombe, Zacarias A. Zodorow, Kamil e Muchango, Anicetos dos. (2007). “Pequeno Dicionário
dos Principais Conceitos Pedogeográficos”, Porto editora, instituto superior Pedagógico,
Maputo, República Popular de Moçambique.

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