Relatorio Tratamento Termico

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IF SUDESTE MG CAMPUS SANTOS DUMONT

BACHARELADO EM ENGENHARIA FERROVIÁRIA


E
METROVIÁRIA

RAPHAEL EUSTÁQUIO MACEDO NUNES

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA DE CIENCIA DOS MATERIAIS


TRATAMENTO TÉRMICO

SANTOS DUMONT
2019
IF SUDESTE MG CAMPUS SANTOS DUMONT
BACHARELADO EM ENGENHARIA FERROVIÁRIA
E
METROVIÁRIA

RAPHAEL EUSTÁQUIO MACEDO NUNES

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA DE CIENCIA DOS MATERIAIS


TRATAMENTO TÉRMICO

Trabalho Acadêmico da disciplina de Ciência dos


Materiais apresentado ao Curso de Bacharelado em
Engenharia Ferroviária e Metroviária, do Instituto
Federal Sudeste de Minas Gerais, Campus Santos
Dumont como atividade avaliativa constante na
grade da disciplina apresentada ao prof. Philipe
Pacheco.

SANTOS DUMONT
2019
Sumário
1- INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4

2- OBJETIVO ................................................................................................................ 4

3- JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 4

4- MATERIAIS ............................................................................................................. 5

5- MÉTODOS................................................................................................................ 5

6- RESULTADOS e DISCUSSÕES ............................................................................. 7

7- CONCLUSÃO .......................................................................................................... 8

8- BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 8
1- INTRODUÇÃO

As ligas de ferro-carbono quando utilizadas na construção mecânica necessitam


passar por tratamento térmico, visando modificar as propriedades das ligas, sobretudo as
mecânicas, ou aliviar as tensões e restabelecer a estrutura cristalina normal. (Chiaverini,
2003)
Tratamento térmico é o conjunto de operações de aquecimento e resfriamento a que
são submetidos os aços, sob condições controladas de temperatura, tempo, atmosfera e
velocidade de resfriamento, com o objetivo de alterar as suas propriedades ou conferir –
lhes características determinadas.
Para (Chiaverini, 2003) as propriedades dos aços dependem, em princípio, da sua
estrutura. Os tratamentos térmicos modificam, em maior ou menor escala, a estrutura dos
aços, resultando, suas características próprias, que se transferem ao aço, conforme a
estrutura ou combinação de estrutura ou combinação de estruturas presentes.

2- OBJETIVO

O objetivo da têmpera está na obtenção de uma microestrutura que proporcione


ao aço propriedades elevadas de dureza e resistência mecânica. O processo consiste no
aquecimento até a temperatura de austenitização, ou seja, entre 815 °C e 870 °C,
dependendo do líquido a ser resfriado, no caso de água, entre 820°C a 850°C, e óleo, entre
840°C a 860°C, conforme explicado pelo professor durante a realização do tratamento
térmico nas peças de metal. O controle da temperatura durante o aquecimento, no forno,
foi realizado pelo painel digital localizado na parte lateral à esquerda do forno.

3- JUSTIFICATIVA

Colocar em prática os conteúdos ministrados em sala de aula, na disciplina de


Ciência dos Materiais, durante o segundo semestre de 2019, aos graduandos do curso de
engenharia ferroviária e metroviária no IF Sudeste, campus Santos Dumont, MG.

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4- MATERIAIS
Este trabalho experimental foi realizado com quatro barras de aço com dimensões
25mmx10mmx10mm, através de quatro amostras, numeradas de 1 a 4, não sendo
fornecido especificações quanto a natureza do aço.
Materiais e equipamentos utilizados:
 Forno Mufla Zezimac TC do Instituto Federal;
 Durometro portátil digital marca: INSIZE modelo: ISH-PHA, do Instituto
Federal, aferição não especificada;
 Termômetro digital infravermelho de mão marca: Politerm Brasil modelo: Pol-
07A, do Instituto federal, aferição não especificada;
 Tenaz;

 Recipientes sequenciados contendo:


1- Óleo, não especificado, em temperatura ambiente;
2- Água da torneira em temperatura ambiente;
3- Salmoura, com aproximadamente 2 litros de água e 400 g de sal grosso
iodado, sendo adicionado aproximadamente 1,5 kg de gelo há 5 minutos,
aproximadamente, antes do tratamento térmico.
 EPI (Equipamento de proteção individual):
 Luva térmica;
 Avental em raspa de couro;
 Perneira em raspa de couro;
 Óculos de proteção
 Equipamento de proteção contra incêndio - Extintor ABC;
 Bloco padrão, metálico, 775 HLD.

5- MÉTODOS

Local: Laboratório de Mecânica do IF Sudeste, campus Santos Dumont;


Data: 17 de junho de 2019
Horário: Início as 15:00 e término as 16:40 (horário de Brasília)
Temperatura ambiente: 24° C (aplicativo de celular Motorola MOTO G 7- Plus)

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No presente local, data, horário e temperatura descriminada, foi ministrado aula
prática realizada pelo professor Phillipe Pacheco iniciada com uma revisão geral do
conteúdo ministrado na disciplina de Ciência dos Materiais, com foco em tratamento
térmico em metais.
Durante a prática, foram utilizados os materiais e equipamentos já descriminados
e especificados no título materiais e equipamentos. Sendo iniciado o processo ligando o
forno e programação para aquecer até a temperatura de 850°C. Durante o período de
aquecimento foram efetuadas medições de dureza, utilizando o princípio de dureza de
Leeb, em três faces dos corpos de prova aleatoriamente, que encontravam se cada um
sobre etiquetas numeradas de 1 a 4, que chamaremos no decurso do procedimento de
corpo 1, corpo 2, corpo 3 e corpo 4, utilizando um durômetro sendo fornecidos os
seguintes dados, que definidos a partir da leitura direta no equipamento:
DESVIO
MEDIÇÃO 1 MEDIÇÃO 2 MEDIÇÃO 3 MEDIA PADRAO
CORPO 1 163 95 87 115,00 34,10
CORPO 2 121 170 120 137,00 23,34
CORPO 3 137 170 43 116,67 53,80
CORPO 4 151 106 114 123,67 19,60
BLOCO
PADRÃO 776 787 769 777,33 7,41
Tabela 1: Medição realizada durante aula prática realizada no laboratório de
mecânica utilizando durômetro INSIZE /ISH-PHA, haste a 90º, a 25º C, sobre
bancada de ferro sem amortecimento, nos corpos 1,2,3,4 e bloco padrão775 HLD.
Baseado no princípio de medição Leeb1. Fonte: Autor.

Ao atingir a temperatura programada, os corpos foram colocados sequencialmente


no interior do forno permanecendo por 24 minutos. Em seguida, os corpos de prova foram
retirados do forno e resfriados conforme figura 1:
Figura 1: Tipo de resfriamento utilizado óleo (sem
CORPO MEIO
especificação); agua (temperatura ambiente);
Corpo 1 óleo
salmoura (2 litros de água, 1,5 kg gelo e 400g de
Corpo 2 água
sal grosso iodado) e temperatura ambiente a 25ºC.
Corpo 3 salmoura
FONTE: Autor
Corpo 4 temperatura ambiente

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O princípio de dureza de Leeb baseia-se no método dinâmico (de rebote). Um corpo de impacto com uma ponta de
metal duro é impelido pela força de uma mola contra a superfície da peça em teste. A deformação da superfície ocorre
quando o corpo de impacto reage com a superfície de ensaio, o que resulta em perda de energia cinética. Esta perda de
energia é detectada através da comparação das velocidades vi e vr quando o corpo de impacto se encontrar numa
distância precisa da superfície para a fase de impacto e a fase de rebote, respectivamente. As velocidades são medidas
utilizando-se um ímã permanente no corpo de impacto que gera uma voltagem de indução na bobina do dispositivo de
impacto. A voltagem detectada é proporcional à velocidade do corpo de impacto. O processamento do sinal então
fornece a medição da dureza. Fonte: ttps://www.proceq.com/uploads/tx_proceqproductcms/import_data/files/Equotip%20550_
Sales%20Flyer_Portuguese_high.pdf

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Após resfriamento os corpos foram dispostos sucessivamente no mesmo local
etiquetado inicialmente e seguindo a mesma numeração, sendo realizado novo teste de
dureza, conforme tabela 2:

COEFICIENTE AUMENTO
MEDIÇÃO MEDIÇÃO MEDIÇÃO DESVIO DE DUREZA
1 2 3 MEDIA PADRAO VARIAÇÃO (%)
CORPO 1 139 179 100 139,33 32,25 0,23 1,21
CORPO 2 238 175 301 238,00 51,44 0,22 1,74
CORPO 3 435 425 317 392,33 53,42 0,14 3,36
CORPO 4 174 159 127 153,33 19,60 0,13 1,24
BLOCO
PADRÃO 774 776 783 777,67 3,86 0,00 1,00
Tabela 2: Medição realizada durante aula prática realizada no laboratório de mecânica utilizando durômetro
INSIZE /ISH-PHA, haste a 90º, a 25º C, sobre bancada de ferro sem amortecimento, nos corpos 1,2,3,4 e bloco
padrão775 HLD. Baseado no princípio de medição Leeb1. Fonte: Autor.

6- RESULTADOS e DISCUSSÕES

Os resultados obtidos após a realização do procedimento experimental, bem como


as análises do caminho da Têmpera serão apresentadas e discutidas neste tópico.
De acordo com os dados analisados verificamos que os valores encontrados nas
medições das faces dos corpos de prova variam muito conforme foi exposto na tabela 1,
e na tabela 2. Levando-se em conta que o material nos foi apresentado como sendo
composto de uma peça metálica que sofreu processo de corte para se chegar as medidas
apresentadas, supõe-se que a peça já pode ter passado por processo de enrijecimento
anteriormente, não podendo afirmar de qual tipo.
Durante o procedimento foram efetuados quatro tipos de resfriamento. Utilizando
uma escala de resfriamento, do mais severo ao mais brando temos a salmoura, água, óleo
e temperatura ambiente. Conforme previsto na literatura, era de se esperar que devido ao
tipo de resfriamento empregado, escalas diferentes de dureza seriam encontradas, o que
pode ser observado na tabela 2. O corpo 1 obteve um aumento da dureza em 21 %, o
corpo 2, o aumento foi de 74% de dureza, o corpo 3 obteve um aumento de 236% e o
corpo 4, um aumento de 24%.
Verificou-se desta forma que os materiais submetidos a uma mesma temperatura,
mas com tratamentos distintos adquirem características de dureza diferentes.
O desvio padrão obtido nas medições de cada corpo de prova apresentaram um
índice muito alto e para verificar qual tipo de tratamento foi mais eficiente, foi calculado

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o coeficiente de variação, efetuando a razão entre os desvios padrão e média do grau de
dureza encontrados, após o tratamento térmico, sendo verificado que à temperatura
ambiente foi mais eficiente, por atingir o menor índice. Entretanto, não devemos afirmar
que o tratamento à temperatura ambiente é o melhor pois tratamentos térmicos são
efetuados nos metais para atender a características específicas, ou seja, à finalidade a que
se destina.
Durante o procedimento foi citado que devido à escassez de tempo, não seria
realizado o processo de revenimento ou seja, reaquecimento das peças temperadas, a
temperaturas abaixo da linha inferior de transformação do aço, para corrigir a tenacidade
e a dureza excessiva, conseguindo o aumento da tenacidade dos aços; fato que certamente
teríamos resultados de dureza diferentes.
Na ficha técnica do aparelho de medição de dureza, consta que ele possui a
capacidade de leitura na unidade de HLD, e possibilidade de conversão para as escalas
Brinell (HB) e Vickers (HV). Conforme podemos observar nas tabelas 1 e 2, utilizando o
método de Leeb, nos foi fornecido somente a leitura em HLD, e este tipo de unidade não
possui parâmetro e nem índice de conversão para as demais escalas tradicionais. Fato que
dificultou a classificação final do tipo de aço empregado.

7- CONCLUSÃO

O presente relatório tem como objetivo descrever os procedimentos realizados


durante a aula pratica de Ciência dos Materiais. A partir dos dados expostos podemos
verificar que em todos os tipos de tratamento houve aumento no grau de dureza do corpo
de prova exposto ao tratamento térmico, conforme o esperado. Desta forma, a prática nos
possibilitou verificar a mudança in loco da composição do material, após os
procedimentos realizados, nos possibilitando fixar de forma mais eficaz o conhecimento
teórico adquirido durante a disciplina de ciência dos materiais.

8- BIBLIOGRAFIA

CHIAVERINI, V. Tratamentos Térmicos das Ligas Metálicas. São Paulo: Associação


Brasileira de Metais, 2003

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