Produção Textual
Produção Textual
Produção Textual
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 LÍNGUA (GEM), TEXTO E DISCURSO
Fonte: nossaciencia.com.br
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podem sentir, se expressar e se mover. Portanto, fica claro que o conceito de privilégio
da linguagem escrita deve ser repensado e transformado no campo educacional. Em
termos leigos, o texto é organizado pelo posicionamento e combinação organizada de
letras, acentos, parágrafos e frases. Em outras palavras, existe um conceito de que o
texto é cultivado através da escrita, nas expressões faciais, coreografia, esportes,
lutas, ginástica e os jogos, são todos feitos de gestos, portanto, é preciso entender
que esse tipo de performance física tem texto, porque há comunicação física por meio
de gestos.
Segundo Ehrenberg (2014),
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método amplamente difundido de aprendizagem infantil é o construtivismo, que se
baseia na construção do conhecimento por meio da interação do sujeito e do meio em
que a criança o afeta e ao mesmo tempo. Por isso, como intermediário entre o
conhecimento e os alunos, o professor deve proporcionar aos alunos uma situação
para a resolução de problemas, por meio desse método positivo, as crianças terão
que agir sobre o seu meio e a experiência resultante. A ação levará ao seu
desenvolvimento.
Para o desenvolvimento integral dos alunos, os professores desempenham um
papel de liderança neste processo. “Parte do trabalho dos educadores é refletir,
selecionar, organizar, planejar, mediar e supervisionar uma série de práticas e
interações para garantir que a diversidade promova o desenvolvimento geral das
crianças ” (BRASIL, 2017).
A escola tem muito a ver com a construção cognitiva das crianças, mas para
isso, deve proporcionar aos alunos o máximo de experiência possível e compreender
que cada aluno é uma existência cultural com subjetividade e construção social
próprias. “A criança é um sujeito histórico-social, inserida em uma determinada
sociedade e cultura em um determinado momento histórico, e faz parte de uma
organização familiar” (EHRENBERG, 2014).
Hoje em dia atribuímos grande importância à linguagem oral, que é a língua
mais utilizada nas escolas. Os professores muitas vezes ignoram as expressões
físicas e gestos que podem causar danos às crianças, visto que a incidência da
linguagem é maior nesta faixa etária e usa o corpo como ferramenta de comunicação.
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e que a criança consiga problematizar e iniciar o processo de pensamento abstrato, o
que irá acarretar no acréscimo do seu desenvolvimento integral (BRASIL, 2017).
Linguagem verbal e não verbal são duas expressões geralmente utilizadas para
lidar com diferentes tipos de linguagens. No entanto, essa visão estruturalista é
baseada na simplificação e dualidade da linguagem. A perspectiva pós-estruturalista
promove outra possibilidade para um estudo mais amplo do processo de construção
de sentido (GOMES; MACIEL & BARBOSA, 2020).
Para Rocha e Maciel (2019), a comunicação contemporânea está gravada na
história da sociedade de forma dinâmica e complexa, em que as relações sociais “se
constituem no tratamento médico de diversos sinais-linguagem, visão, som, sentidos”.
Nessa perspectiva, a multimodalidade, principalmente nas últimas duas décadas, vem
ganhando posição de destaque no meio acadêmico.
A partir da multimodalidade, principalmente sob a influência da orientação
etnográfica, os linguistas buscam compreender o processo de construção de
significados e abordar diferentes formas de representação e comunicação. Nesse
sentido, Adami (2017) apontou que, como fenômeno de comunicação, a
multimodalidade é definida como uma “combinação de diferentes recursos ou
modalidades de símbolos” (imagens estáticas ou em movimento, voz, escrita, layout,
gestos, etc.), texto e em atividades de comunicação.
Como campo de pesquisa, o autor chamou a atenção para o fato de que a
multimodalidade envolve o desenvolvimento de teorias, ferramentas analíticas e
descrições para a pesquisa de caracterização e comunicação, e a consideração da
modalidade como princípio organizacional. Embora a multimodalidade possa ser
estudada a partir de diferentes perspectivas teóricas, Adami (2017) enfatiza quatro
premissas comuns, a saber:
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4) As modalidades se integram, cada uma com um papel especializado para
a construção de sentidos. (ADAMI, 2017, p. 451)
Com base nesses quatro princípios, podemos dizer que a inter-relação entre os
modos é a chave para a compreensão de cada elemento da comunicação. A partir da
semiótica social, a equipe da Nova Londres procurou ilustrar como expressar
significados combinando cinco modos de representação: linguagem, visão, gesto,
espaço e som. Nesse sentido, o texto multimodal é composto por uma combinação de
duas ou mais modalidades.
Embora o autor Kress (2000, 2010) busque problematizar e estender o
processo de construção de sentido por meio de cinco modelos, Barbosa e Maciel
(2019) chamam a atenção para o fato de que se limita aos cinco modelos. Além disso,
outros modos de significação também podem ser agregados, como olfato, paladar,
tato e outros aspectos sensoriais, que também representam a forma de construção de
sentido, ampliando assim a compreensão do texto e da linguagem multimodal de
nosso conteúdo de design.
Portanto, a linguagem deve ser entendida como uma prática social baseada em
decisões materiais, ou seja, um estilo de vida baseado em pessoas e / ou grupos, e
por meio dela o ser humano representa a realidade. Essa representação da realidade
sempre opera por meio da capacidade dos humanos de expressar a realidade por
meio de símbolos e compreender esse símbolo como um representante da realidade.
Koch (2003) apontou em uma entrevista sobre linguística que a linguagem é a
habilidade do ser humano de se expressar por meio de um conjunto de símbolos e
qualquer conjunto de símbolos. A autora disse que acredita em uma linguagem de
imagem, uma linguagem sonora e uma linguagem falada. A linguagem é toda forma
como os seres humanos se expressam por meio de símbolos. A relação entre os
sujeitos do contexto cultural é fundamental para a construção da linguagem.
Salomão (2003) usa o mesmo roteiro de entrevista de Koch, afirmando:
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Não há dúvida de que essa capacidade de expressar a realidade por meio de
símbolos distingue os humanos de outros animais. É a capacidade do ser humano de
representar o mundo por meio de símbolos que o torna um animal cultural, de
linguagem e simbólico. Então, a linguagem é a habilidade de se comunicar por meio
de símbolos.
Portanto, pensar a linguagem significa considerá-la como um processo
interativo, que está em um determinado contexto sócio-histórico e cultural, e que tem
como base os símbolos. Devemos sempre proceder numa perspetiva holística, porque
se trata de um processo que permite o diálogo entre os indivíduos,
independentemente da sua natureza. É importante que não tratemos apenas a
linguagem como oral (oral ou escrita), mas também como não verbal, o que significa,
entre outras formas: música, arquitetura, gestos, artes plásticas, artes gráficas, artes
performativas, fotografia, cinema.
Discurso é fala, palavras, sons, símbolos escritos etc., mas é também, como
nos falam Orlandi (2015), Foucault (2014), Maingueneau (2015), Charaudeau (2015)
entre outros, uma condição de força/rede que une a todos nós, que participamos a
todo o tempo de um jogo de lutas ideológicas, onde alternamo-nos entre a oposição e
a concordância. Ou impomos ou cedemos. Jamais seremos neutros.
Nessa perspectiva, são exemplos de discurso: instruções sociais de que os
homens só devem ter uma relação de amor com as mulheres e vice-versa; certos
dogmas religiosos estipulam que as virgens devem ser casadas; placas de trânsito
com a palavra "pare" afixadas na rua, uma regra social de que não se deve andar nu
no meio de uma via pública. Enfim, existem alguns exemplos viáveis.
Sem a interpretação todos os discursos ficam incompletos. Isso ocorre porque
toda mensagem propagada pelo remetente é direcionada a um ou mais destinatários.
Não há nada sem motivo. Nessa perspectiva, como comentou Orlandi (2015), o
discurso incompleto (não interpretativo) torna o discurso sem começo e fim definidos,
ou seja, quando não é explicado, alguns discursos ficam nas mãos dos fortes e
tornam-se regra que precisa ser cumprido gramaticalmente e literalmente.
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Segundo Orlandi (2015), a palavra discurso vem do latim discursus, que
significa correr ou correr em todas as direções. Obviamente, as pessoas agora sabem
que além do poder / rede a que nos referimos, é também uma espécie de discurso,
um ato de fala solene, por meio do qual o locutor tece discursos sobre determinados
temas (geralmente em público). Porém, em nossa opinião, além disso, a fala está
realmente em toda parte. Quando falamos sobre algo, nossa fala geralmente é em
todas as direções. Falamos sobre o que é tal coisa, uma ideia, etc., sua importância,
quem a inventou, sob que pano de fundo ela foi construída, enfim, apenas
desamarramos tudo de que falamos. Em nossa opinião, essa é a diferença entre
humanos e outros animais: a ênfase e os detalhes da linguagem e seu uso. Nesse
sentido, discurso é "[...] palavras em movimento, prática de linguagem: através do
estudo do discurso, podemos ver que as pessoas estão falando" (ORLANDI, 2015, p.
13).
A análise do discurso considera a linguagem um intermediário necessário entre
o homem, a natureza e a realidade social. Esse tipo de intermediário, ou seja, o
discurso, possibilita a persistência e continuidade, o deslocamento e a transformação
das pessoas e da realidade em que vivem. O papel simbólico do discurso é o
fundamento da existência humana (ORLANDI, 2015, p. 13).
Nesse sentido, atualmente existe um campo de pesquisa voltado para o estudo
do papel mediador entre as pessoas e a linguagem, denominado análise do discurso.
Maingueneau (2015) afirmou que AD não é apenas uma extensão da
linguística, é na verdade um campo de pesquisa interdisciplinar, pós-disciplinar e
heterogêneo que é cruzado por vários outros campos de conhecimento / ver
relacionados às humanidades e à sociedade, como a psicologia, antropologia,
filosofia, sociologia, história, etc. Para este estudioso, AD é o estudo de várias técnicas
de processamento de símbolos, através das quais é possível observar com precisão
o poder da fala, seja ela oral ou escrita.
Maingueneau (2015) afirmou que, após a chamada mudança de linguagem,
passou a estudar o tipo de texto e a fala (gênero textual), ou seja, a relação entre
linguagem e sociedade. O objetivo é compreender a relação entre o texto e a
sociedade histórica e o contexto sócio-histórico que ele produz. Maingueneau (2015)
comentou que a pesquisa começou de uma forma muito diversa. Várias coisas estão
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sendo discutidas em diferentes lugares ao mesmo tempo. Existe uma espécie de caos
no ar. Então, em relação à origem do AD, devemos:
Maingueneau (2015) nos diz que a própria AD e sua pesquisa contêm três
dimensões, a saber: linguagem (mais amplamente, recursos simbólicos disponíveis
na sociedade), atividades de comunicação e conhecimento (diferentes tipos de
conhecimento, indivíduos e coletivos, mobilização em o significado da declaração está
sendo construída). Para o autor mencionado, o AD difere de outros campos de
pesquisa precisamente porque agrupa esses três pontos de vista em um grupo,
enquanto outras disciplinas preferem apenas um ponto de vista. Por exemplo, os
sociólogos enfatizam as atividades de comunicação, os linguistas enfatizam a
estrutura do texto e os psicólogos elogiam as condições do conhecimento.
Ao mesmo tempo, Maingueneau (2015) nos lembra que não podemos confundir
o campo da pesquisa do discurso com o campo da análise do discurso por ser mais
específico/restrito do que isso. AD tem visões específicas sobre o discurso,
especialmente baseadas em visões políticas, ideológicas, filosóficas e sociológicas.
Pesquisa do discurso é qualquer pesquisa relacionada a todos os campos do
discurso, envolvendo também gramática, sintaxe, etc., e DA é um grupo de pesquisa
do discurso que:
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linguagem especialmente porque analisa a função e a estrutura da linguagem na
comunicação oral.
Maingueneau (2015) afirmou que AD é a única área que visa estudar a conexão
entre texto e contexto de comunicação. Afinal, “a análise do discurso despertou o
desejo de saber quais são as condições de um discurso pessoal? Por que ele faz
certos discursos? ” (PAES, 2009, p. 32). Portanto, a produção do discurso é
consistente com suas condições de produção. Então, em outras palavras:
Outro aspecto relacionado que vale a pena mencionar é que achamos que a
AD é diferente da análise de conteúdo. Isso é porque:
Este é, aliás, um dos aspectos mais atrativos da AD: na verdade, ela não
“defende a imanência do sentido, isto é, o sentido primeiro, original, perfeito e fixo que
pode ser localizado dentro do significante” (CARNEIRO, 2008, p. 37), de modo que
sempre há vários pontos de vista na pesquisa de AD.
Afinal, é claro que:
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2.3 Discurso e efeitos de sentidos (meaning) e sentimentos (feeling)
3 PRODUÇÃO DA LEITURA
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e, como exemplo público de uso da linguagem, a missão das escolas é proporcionar
aos alunos condições favoráveis. Moldar-se como sujeito de cidadãos participantes.
Isso significa que a linguagem é considerada uma linguagem que transcende a forma
de interação, porque na verdade, é o processo de interação entre os sujeitos. Os
sujeitos usam várias linguagens para diferentes fins: "A comunicação, externalizando
ideias e informações, é o máximo, o importante é que ajam uns sobre os outros ".
Portanto, a linguagem é uma atividade histórica e social que ocorre entre sujeitos
“interagindo a partir de lugares sociais estabelecidos por sociedades relacionadas.
Isso não exclui a liberdade de cada sujeito, pois cada sujeito é diferente dos outros”
(PASSARELLI, 2012).
Fonte: fundacred.org.br
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significação, é construído pela ação do leitor na prática social, transcende a
decodificação de símbolos gráficos simples, por ser a etapa mais básica da leitura.
O processo de compreensão do texto - o processamento cognitivo da
informação - além de codificar novas informações, enfatiza o envolvimento de
recursos do texto neste processo, e também implica na relação entre essas
informações e o conhecimento existente do leitor, o que pode levar à modificação de
a estrutura de conhecimento anterior. Portanto, este processo construtivo e dinâmico
de compreensão de leitura origina-se das características do texto (conteúdo,
estrutura) e das características do leitor (conhecimento prévio, pontos de vista,
interesses, atitudes, finalidade da leitura, capacidade cognitiva, estratégias de
processamento e estilos).
Estratégias cognitivas
As estratégias cognitivas incluem os comportamentos automáticos do leitor,
que são comportamentos que ele usa inconscientemente porque se desenvolvem
desde muito jovem, quando começa a adquirir o processo de leitura. Essas estratégias
irão melhorar naturalmente com o tempo e a prática de leitura, orientando o leitor a
agir automaticamente na maior parte do conteúdo que lê.
Estratégias metacognitivas
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As estratégias metacognitivas têm como premissa comportamentos não
automatizados, pois o leitor está ciente do que está acontecendo durante a leitura, ou
seja, são comportamentos que o leitor utiliza de forma consciente, sabendo o que está
fazendo e porque está fazendo de uma forma ou de outra. Essas estratégias foram
aprimoradas e, quanto mais o leitor entende quais recursos pode usar para obter
melhores resultados, mais ele desenvolverá e mudará as estratégias durante a leitura.
Relacionado à metacognição está que os professores desempenham o papel de
intermediários mais especificamente, porque a metacognição precisa ser melhorada.
Antes de mergulhar no texto, o leitor deve verificar e examinar vários elementos do
paratexto, pois eles podem avançar o raciocínio.
Marcuschi (1983 apud PASSARELLI, 2017) os identificou como dois tipos de
fatores de contextualização, que em uma dada situação de comunicação ancoram o
texto: o próprio contextualizador: data, local de publicação, autoria, elementos
gráficos, timbre, etc. Isso ajuda a localizar o texto, estabelecendo coerência, pontos
de vista ou contextualizadores prospectivos: eles aumentam as expectativas sobre o
conteúdo e a forma do texto: título, autor, notas sobre o autor ou texto, início do texto.
Além disso, é importante considerar o suporte do texto (obter a posição do texto em
sua essência), pois é ele o principal responsável por detectar o público-alvo do texto.
Goodman (1987, apud PASSARELLI, 2017) enfatizou essas estratégias
metacognitivas:
Predição: a capacidade do leitor de predizer o texto e predizer sua continuação,
à medida que ganha compreensão, a predição do que será lido no texto pode ser
ancorada na foto, Título, layout, etc.
Seleção: os leitores podem selecionar apenas os aspectos relacionados à
compreensão (índice) de acordo com a finalidade da leitura;
Raciocínio: a capacidade dos leitores de completar as informações do texto
com base em seu conhecimento prévio, e a capacidade de ler conteúdo pouco claro;
Confirmação: os leitores têm a capacidade de verificar se suas previsões e
inferências estão corretas e usar o contexto para eliminar suposições impossíveis;
Correção: a capacidade do leitor de corrigir previsões e inferências não
comprovadas durante a leitura - o leitor retorna ao texto e às propostas outras
hipóteses e buscar outras pistas, tentando dar sentido suficiente ao que está lendo.
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3.2 Formação do Sujeito-leitor
Para Sanches Neto (2013), colaborar com a literatura deve ser uma
oportunidade de “agir sobre nós”, e “o papel da autoconstrução ou reconstrução”
permite transformar tarefas e “ampliar a visão do mundo dentro e fora ".
Na mesma visão, Morin (2000 apud MANGUSSI, 2021) mencionou que o
ensino de literatura é o principal eixo da formação humana:
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gradativamente o nível dos alunos e se expandir. Seu repertório e melhorar suas
habilidades linguísticas.
Moisés (2016) verificou os motivos do estudo da literatura e dialoga com Morin
sobre adquirir conhecimento, refletir sobre a complexidade humana, e seu foco em
expandir repertório e ampliar seus horizontes.
Para isso, ela garante:
No que se refere ao ensino literário, ainda vale ressaltar que Rouxel (2013)
apontou que “cultivar um leitor livre, responsável e crítico, que possa construir de
forma independente significados e demonstrar sua aceitação”. Para a autora, esse
tipo de ensino deve tomar o aluno como corpo principal do leitor, no qual parte do
acolhimento do aluno, ao mesmo tempo, convida-o a se arriscar para tentar inúmeras
explicações possíveis, deixá-lo correr riscos, e fortalecer suas habilidades em adquirir
conhecimento.
Para Rouxel (2013), o conhecimento dos alunos sobre os textos e a experiência
de leitura anterior devem ser considerados, o que os motivará a determinar alguns
conhecimentos tácitos e sobre si mesmos, nos quais os alunos expressam suas ideias
pessoais e julgam o gosto assumido. A autora destaca que à medida que os alunos
vão crescendo, essa prática deixa de existir, mas é preciso que eles inspirem
confiança, para que se atrevam a pensar a partir de sua própria perspectiva e apostar
na subjetividade.
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Ao selecionar as obras, é necessário considerar a diversidade de gêneros e a
diversidade geográfica das obras criadas. Isso permitirá julgamentos de gosto
refinados e acesso ao conhecimento cultural e local. Desta forma, os alunos obterão
ganhos morais e estéticos, que os ajudarão a “cultivar o gosto pela leitura na
construção e enriquecimento da personalidade” (ROUXEL, 2013), e contribuir para a
formação crítica dos leitores.
Rouxel (2013) enfatizou a importância dos professores como corpo principal do
ensino e da leitura de literatura. Para ela, o professor é sujeito da leitura, ele tem seu
próprio texto lendo, e não se exclui do cargo, compartilha a leitura, mas não impõe
aos outros. Por outro lado, é responsável por estabelecer um contexto de leitura
dominado pela confiança, respeito e escuta mútua, ajudando o aluno a estabelecer o
seu próprio leitor e a constituir a sua humanidade através da leitura sensível da
literatura.
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importante entender que as crianças não começam a ler no início da escola, mas a
partir do momento em que começam a descobrir o mundo ao seu redor. A escola é
uma das instituições que sistematiza o comportamento de leitura, mas não a cria. No
entanto, a falta de prática da leitura, comum nos ambientes escolares, é um dos
principais problemas na formação do leitor, como aponta Dering e Silva (2017).
Segundo Martins (2006, apud SOARES & FERREIRA, 2020), existem três tipos
de leitura:
Leitura sensorial inclui os sentidos, coisas interessantes e descobrir coisas que
são mais agradáveis aos sentidos.
Leitura emocional é a leitura que afeta emoções e sentimentos. Muitas leituras
despertam esses sentimentos, levam a imaginação para longe e trazem o processo
de identificação com a própria existência.
A leitura racional está relacionada ao processamento de informações. Como
outras leituras, depende da experiência pessoal, outras leituras e outras experiências.
Ler racionalmente torna o significado atribuível, não apenas limitado ao texto,
mas começa a decodificar e compreender outras dimensões e significados.
A leitura vai, portanto, além do texto (seja ele qual for) e começa antes do
contato com ele. O leitor assume um papel diferente, deixa de ser mero
decodificador ou receptor passivo. E o contexto geral em que ele atua, as
pessoas com quem convive passam a ter influência apreciável em seu
desempenho na leitura. Isso porque o dar sentido a um texto implica sempre
levar em conta a situação desse texto e de seu leitor. E a noção de texto aqui
também é ampliada, não mais fica restrita ao que está escrito, mas abre-se
para englobar diferentes linguagens (MARTINS, 2006, apud SOARES &
FERREIRA, 2020)
Com base em Maria Helena Martins (2012), o conceito de leitura pode ser
condensado em duas vertentes: a primeira, como uma decodificação mecânica de
signos linguísticos, envolvendo uma visão comportamentalista-Skinner baseada no
"estímulo-resposta"; a segunda, como uma compreensão abrangente,
correspondendo ao ponto de vista da sociologia cognitiva, em que o comportamento
de leitura envolve aspectos sensoriais, emocionais e intelectuais.
Para Martins (2012), esses dois conceitos são essenciais para a leitura:
decodificar sem entender não faz sentido e entender sem decodificar não faz sentido.
Ou seja, a decodificação é muito importante como ponto de partida, e o objetivo
principal do comportamento de leitura é a interpretação / produção a partir do sentido,
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como disse Martins (2012, p. 34): “A leitura ocorre no diálogo do leitor com o objeto
ser lido - não importa o que seja texto, som ou gesto, imagem, evento. ”
A partir desses conceitos, a leitura é realizada em nível hierárquico (MARTINS,
2012):
O primeiro, o nível sensorial, é caracterizado pela leitura através dos sentidos,
sono, cor, cheiro e todas as coisas que podem nos fazer sentir prazer ou rejeição terão
um papel nisso.
O segundo nível está relacionado à leitura emocional. O leitor começa a revelar
sua subjetividade, memória e sentimentos, assim como um personagem de história
que pode inspirar empatia nas crianças.
O terceiro nível, a racionalidade, levando em consideração o raciocínio e
explicando objetivamente os fatos e tópicos, é um dos níveis de leitura mais
importantes para as instituições de ensino que buscam o desempenho intelectual dos
alunos.
Segundo Martins (2012), nenhum nível de leitura se sobrepõe a outro nível
porque,
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livros, filmes e lugares que começou a compreender, bem como outras impressões
sobre o mundo.
Portanto, o comportamento de leitura tem vários processos inter-relacionados.
Este é um exercício que envolve diferentes origens e amplas interpretações. Isso
significa que cada leitor aprenderá com as experiências de vida, livros, filmes e lugares
que está começando a entender, bem como outras impressões do mundo”.
Segundo Antunes (2003, apud SILVA GOMES, 2018), o ensino da leitura ainda
enfrenta desafios e métodos, que não podem apoiar diretamente o surgimento de
alunos utilizando a linguagem como objetos interativos. Para o autor, os principais
obstáculos se concentram em:
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De maneira geral, esses métodos não estimulam os alunos a compreender as
múltiplas funções sociais do comportamento de leitura, assim como a escola
considera a leitura uma conquista isolada, distante de suas diferentes origens. A
consequência disso é que além de aspectos específicos do texto (título, autor da obra,
personagens principais, etc.), os alunos carecem de motivação e têm dificuldades de
leitura e interpretação.
Demo (2006, apud SILVA GOMES, 2018) destaca os principais desafios da
leitura. A primeira é que "ler é compreender", isto é, dar sentido ao conteúdo da leitura,
explicar e reconstruir diferentes textos em andamento. O segundo desafio diz respeito
a “ler é divergência”, aqui, especificamente, defende a necessidade do leitor de
problematizar informações, enfrentar / desconstruir conceitos estabelecidos e formar
suas próprias opiniões. O terceiro desafio é: “Ler é uma pergunta e uma explicação.”
De acordo com este ponto de vista, a leitura é uma obrigação, e a capacidade crítica
e argumentativa dos alunos deve ser mencionada em todos os momentos. O último
desafio é sobre "ler é aprender, saber", ou seja, "o apelo mais profundo da leitura [...]
é a anti-leitura, porque mostra o potencial subversivo do conhecimento e a turbulência
reestruturante do aprendizado".
Portanto, é recomendável que os professores escolham materiais que sejam
significativos para os alunos, de forma a cultivar o interesse dos alunos pela leitura de
diferentes textos no cotidiano. Em um contexto de textos diversos, é importante que
haja uma aula de prática de leitura agradável, para que os alunos escolham e
obtenham orientação durante o processo de leitura. Além da seleção dos materiais e
da seleção das obras, Picolli e Camini (2012) também publicaram outras orientações
para a leitura nas séries iniciais, incluindo:
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Caso contrário, a leitura preconiza a experiência única de aprendizagem
humana, por meio da qual podemos enriquecer o vocabulário, adquirir conhecimentos,
simplificar o raciocínio e a explicação. Portanto, a escola deve fazer da leitura um
exercício contínuo e orientar os alunos a entrarem em contato com diversas obras,
que os ajudarão a desempenhar em diversas atividades no futuro. O comportamento
de leitura precisa orientar as crianças a compreender o assunto que estão lendo, ao
invés de simplesmente repetir informações, a fim de construir o conhecimento de
forma crítica e produzir qualquer outro texto.
4 CONCEPÇÕES DE TEXTO
Fonte: googleusercontent.com
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(...) texto em sentido amplo, designando toda e qualquer manifestação da
capacidade textual do ser humano (uma música, um filme, uma escultura, um
poema etc.), e, em se tratando de linguagem verbal, temos o discurso,
atividade comunicativa de um sujeito, numa situação de comunicação dada,
englobando o conjunto de enunciados produzidos pelo locutor (ou pelo locutor
e interlocutor, no caso dos diálogos) e o evento de sua enunciação (FÁVERO;
KOCH, 1983, p. 25).
É importante refletir sobre a relação entre texto e discurso, “(...) O texto origina-
se do discurso, e o discurso é o processo que leva à sua construção. ” (HENRIQUES,
2018, p. 6). O texto é o espaço de especificidade do discurso, que se realiza em
determinado gênero textual, é uma forma de expressão individual a partir da seleção
e organização dos elementos da expressão. Por outro lado, o discurso é ideológico,
ou seja, é um espaço onde a ideologia se forma e se materializa, portanto, não é uma
manifestação individual.
A escolha de cada palavra que constitui um discurso representa uma ideologia,
um signo de cunho social, pois a construção de um discurso não é aleatória, ela é
composta por outros enunciados que circulam na sociedade. Essas declarações são
feitas na nova cadeia de declarações por meio de um processo de diálogo. Segundo
Bakhtin (1988, p. 31), “(...) Todas as coisas ideológicas são um símbolo. Sem um
símbolo, não há ideologia. ”
Tipos de textos
Os tipos de textos são classificados conforme com sua estrutura, objetivo e
intenção.
De acordo com a tipologia textual, eles são classificados em 5 tipos: texto
narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.
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Enredo: Representa a história narrada. De acordo com a forma como o gráfico
é contado, ele é dividido em dois tipos: gráfico linear (sequência de tempo) e gráfico
não linear (sem sequência de tempo).
Narrador: Também chamado de foco narrativo, que significa “a voz do texto”,
que motiva o contador de histórias. Os tipos de narradores são: narrador observador
(não faz parte da história, apenas um observador), narrador de papéis (parte da
história) e narrador onisciente (conhece todos os detalhes da narração).
Personagens: fazem parte da história e podem ser: o papel principal (o
protagonista e o vilão) ou o papel secundário (auxiliar ou suporte).
Tempo: Marque o tempo para o desenvolvimento da trama. É dividido em dois
tipos: ordem cronológica e tempo psicológico.
Espaço: Um (ou mais) locais onde se desenvolve uma história simulada,
podendo ser físico, psicológico ou social.
Conto
Romance
Novela
Crônica
27
Fábula
28
Tipos de textos descritivos
A descrição é classificada de 2 formatos:
Descrição objetiva: descrição realista ou denotativa sobre algo sem que haja
algum juízo de valor.
Diário
Biografia
Notícia
Cardápio
Relatos
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Assim, chamamos argumento a todo procedimento linguístico que visa a
persuadir, a fazer o receptor aceitar o que lhe foi comunicado, a levá-lo a crer
no que foi dito e a fazer o que foi proposto (SAVIOLI; FIORIN, 2006, p. 284 –
grifos do autor).
Introdução: Também apontado como tese, essa é uma pequena parte do texto
que apresenta a ideia, o tema ou assunto principal que será dissertado.
Desenvolvimento: Também apontado como antítese (ou anti tese), é a maior
parte do texto em que é apresentado os argumentos contra e a favor sobre o tema.
Conclusão: Também apontado como nova tese, essa parte sugere uma nova
ideia, que pode ser uma solução sobre o tema exposto.
Conferência
Ensaio
Tese
Artigo de fundo
Inciso
31
Texto explicativo é um tipo de estrutura dominado por uma atitude
comunicativa informativa, incluindo afirmações sobre o mundo, ou seja, referentes,
evidenciando a existência de racionalidade e objetividade. Além disso, segundo
Marcuschi (2005), “o texto explicativo apresenta a vantagem de uma sequência
analítica ou claramente explicativa”. Os principais signos linguísticos incluem o uso
de conjunções causais, explicativas, adicionais, alternativas, temporais,
proporcionais e finais, sendo melhor usar a terceira pessoa do que as outras duas
(HENRIQUES, 2018).
Deve-se notar que, no tipo de texto explicativo, a causalidade geralmente está
associada a uma visão geral e costuma ser usada para analisar o comportamento.
Portanto, a relação causal no sentido estrito, ou seja, a relação causal expressa pelas
conjunções causais e seus equivalentes semânticos, é uma categoria expositiva
típica. Portanto, as exposições geralmente dominam as entradas em enciclopédias,
livros didáticos e salas de aula. Isso leva a uma macroestrutura logicamente
conectada, geralmente organizada por métodos dedutivos e altos índices de coesão
de referência (OLIVEIRA, 2007).
Congressos
Exposições
Enciclopédia
Entrevistas
Verbete de vocabulário
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4.5 Texto injuntivo
Anúncio
33
5 A IMPORTÂNCIA DOS GÊNEROS TEXTUAIS
Fonte: partes.com.br
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A forma como o texto é construído ou organizado representa sua estrutura de
composição. Por exemplo, é necessário vincular o texto a um tempo e espaço
específicos para que a relação dialógica possa ser realizada de forma produtiva. Por
outro lado, o conteúdo do assunto é o campo de significação para o processamento
do gênero, mas não é um assunto específico do texto. O conteúdo do gênero precisa
estar relacionado ao tema em discussão para se comunicar de forma significativa e
se tornar compreensível, enquanto o estilo é sobre a escolha dos meios de linguagem
- vocabulário, frases e gramática. Por exemplo, pode ser um estilo de comunicação
formal, um estilo familiar ou um estilo objetivo e neutro. O gênero tem a função de
assumir a imagem do interlocutor e sua compreensão responsiva do discurso
(FIORIN, 2011), então Marcuschi (2008) cita:
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consideração os objetivos perseguidos, o status social e o papel dos participantes”
(KOCH, 2003).
Os gêneros podem ser divididos em primários e secundários. O gênero
principal é considerado simples e utilizado para situações de comunicação
espontânea e situações sociais cotidianas. O gênero secundário é complicado e é
utilizado em locais formais, culturais e públicos de interação social, principalmente
para escrever, absorver e transformar o gênero principal (BAKHTIN, 1997).
De acordo com Swales (1990), “gênero é facilmente utilizado para referir-se à
categoria única de qualquer tipo de discurso, seja oral ou escrito, com ou sem
aspirações literárias”. Nesse sentido, podemos refletir sobre o escrito e o oral. A
escolha de gênero que é específico para o acima. Por causa dos diferentes tipos de
conhecimento, não há necessidade de ficar de olho em todas as afirmações que
ocorrem ao nosso redor. Uma vez determinado um tipo, apenas alguns elementos que
o compõem podem ser considerados (MAINGUENEAU, 2004). "Em outras palavras,
estamos aprendendo todos os dias a‘ moldar ’a escrita (e nossos discursos) em uma
forma de gênero precisa" (KOCH; ELIAS, 2009).
Se os gêneros verbais não existem, se não os dominamos, se devemos criá-
los pela primeira vez no processo de fala, se devemos construir cada uma de nossas
palavras, a comunicação verbal seria quase impossível (BAKHTIN, 1997).
O gênero pode envolver conteúdos diversos, mas a forma de lidar com o
assunto deve seguir as regras das características do gênero estabelecidas para a
comunicação social. Isso torna a comunicação produtiva, pois os modelos de gênero
podem até ser usados como parâmetros para outros tipos de enunciados. Caso
contrário, a comunicação será cortada e os participantes não conseguirão se
entender. Portanto, “todo novo texto empírico, deve ser baseado em um modelo de
gênero, ou seja, pertence a um gênero. ” (BRONCKART, 1999). Em relação à forma
e ao conteúdo, enfatizamos que o mais importante sobre os gêneros não é nem a
substância nem a forma, mas o papel social que desempenham (MILLER, 1984).
De acordo com as preferências pessoais, um gênero de discurso pode ser
dividido em três grupos. A primeira envolve o campo de atividade, pois um mesmo
gênero de discurso pode estar relacionado a diferentes campos de atividade, como
romances que podem ser derivados do campo da literatura. Uma vez que não são um
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espaço homogêneo, as esferas podem ser entrelaçadas no centro e na periferia de
diferentes propriedades. O núcleo é composto pelos tipos de linguagem mais
próximos do campo específico de atividade. Por exemplo, o núcleo do discurso
literário é o gênero do discurso do escritor para o público (ficção, drama, poesia) e há
um grande número de outros gêneros periféricos (resenhas de jornais,
correspondência autor-leitor) (MAINGUENEAU, 2015).
O segundo modelo de agrupamento envolve o campo do discurso e se refere a
uma lógica de campo em que diferentes posições no campo de atividade (como o
discurso político ou religioso) se opõem. Em partidos ou doutrinas políticas, as
posições são entendidas como afirmações relacionadas à construção e preservação
de diversas identidades expressivas em constante competição entre si. Os campos
do discurso têm fronteiras mútuas, mas não têm estrutura estática, porque nunca são
espaços homogêneos. (MAINGUENEAU, 2015).
A terceira modalidade de agrupamento visa locais onde gêneros do discurso
são gerados e consumidos, como locais institucionais. Nas organizações, existem
tipos de discurso oficial para os indivíduos trabalharem juntos, como discursos de
negócios. Além disso, existem alguns gêneros que circulam dentro da organização,
mas são gerados em outro lugar, ligando a organização a indivíduos (como clientes)
que não trabalham dentro da organização (MAINGUENEAU, 2015).
Pode-se refletir que cada gênero constitui um agrupamento ou categoria
específica, representando um conjunto de textos com semelhanças formais muito
semelhantes. Portanto, cada gênero reconhece seus próprios subtipos, mostrando as
funções complexas e heterogêneas da linguagem como parte de muitas relações
sociais históricas diferentes (ANTUNES, 2009). O contexto de construção cultural em
que o texto é executado mostra que a tipicidade do gênero tem origem no gênero
anterior. Portanto, a maneira de desenvolver um determinado gênero pode ser
prevista com base nas leis do vocabulário, gramática, estrutura e conteúdo. No
entanto, o gênero é flexível, mudando ao longo do tempo de acordo com a trajetória
cultural dos diferentes grupos, apresentando novas formas, expressões e valores.
O gênero existe no tipo de texto, ou seja, o tipo é preenchido pelo gênero. Pode-
se dizer que gênero e tipo de discurso não existem isoladamente, eles se integram
para formar o texto em operação.
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5.1 O processo de escrever
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O texto não é apenas uma forma simples, não é apenas uma palavra ou grupo
de palavras, não apenas uma única frase ou frase combinada de uma maneira
específica. O texto é o lugar onde se dá a interação, portanto, só é produzido no
processo de interação, é produto da produção conjunta do interlocutor. Portanto,
escrever não é dominar a linguagem como forma, mas saber utilizá-la de maneira
correta e competente para ser compreendido. Trata-se de escrever textos, o que não
significa ignorar todos os aspectos da linguagem, mas usar esse conhecimento para
produzir tipos específicos de textos socialmente relevantes com objetivos claros e
leitores hipotéticos.
Além dos conhecimentos linguísticos (ortografia, gramática, dicionário da
língua), segundo Koch e Elias (2018), os escritores ativam outros tipos de
conhecimento ao escrever, como o conhecimento da enciclopédia (sobre coisas,
experiências e experiências no mundo) e o conhecimento de texto e conhecimento
interativo. O processo de produção de sentido ocorre quando o leitor interage com seu
conhecimento e conteúdo do texto, estabelecendo assim sua interpretação do que é
dito. Para melhor compreender o processo de escrita, recorremos novamente a
Antunes (2005). A autora explicou que da compreensão do significado da escrita, a
prática da escrita é derivada. Estratégias para produzir textos
Tornar textos relevantes adequados para diversos fins interativos é uma tarefa
totalmente possível, desde que quem queira ser mais proficiente na escrita tenha
empenho e dedicação e muita prática. Escrever bem significa desenvolver
habilidades, cada uma com seu próprio tempo e ritmo para produzir um texto que
atenda aos seus objetivos de comunicação. Antunes explicou que o sucesso na
preparação de um texto escrito envolve etapas do planejamento à redação e posterior
revisão e reescrita, interdependência e complementação mútua.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais também incluem as etapas da produção
textual.
- Etapas da produção textual
- Estabelecimento de tema
- Ideias e pesquisas de dados;
- Planejamento;
- Esboço, projeto;
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- Revisão;
- A versão final.
Quando escrevemos, tentamos ser claros, conectar pensamentos, conectar
palavras, parágrafos para manter o texto coerente sem perder nada. Procuramos um
fio condutor para expressar nossas ideias e nos fazer entender. Portanto, segundo
Antunes (2005), o texto é tecido em uma unidade interpretável. A normalidade dos
textos com os quais interagimos são aqueles que reconhecem uma certa continuidade
e clareza.
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práticas, a sensibilidade cultural e a formação de cidadãos protagonistas (MARCUSHI,
2010, Apud LÓPEZ M. S. 2018).
A compreensão da linguagem ocorre em relações interativas por meio de vários
gêneros que circulam na sociedade, o que nos impossibilita de aceitar que a produção
de texto seja apenas uma coisa mecânica, ou que a linguagem escrita seja apenas
um código para executar a fala. A perspectiva do interacionismo social nos orienta a
compreender que a produção de textos não é mais uma atividade mecânica, mas uma
prática social, pois a interação se expressa por meio de textos que circulam na
sociedade, não por meio de frases desconexas e isoladas.
Há muito tempo, a produção de textos em sala de aula visa colocar em prática
os conhecimentos gramaticais aprendidos pelos alunos. O processo de ensino foca
basicamente na forma do texto, e o resultado é uma espécie de escrita sem objetivo,
sem função social, interação de linguagem e perspectiva de discurso são muito boas.
Além das diretrizes dos PCNs (BRASIL, 1998), é necessário que os alunos se
tornem verdadeiros usuários da linguagem para atender às diferentes necessidades
sociais e responder à finalidade comunicativa definida por diferentes condições de
produção de textos. Portanto, a utilização do gênero textual em cursos de produção
textual tem se mostrado uma proposição, pois permite ao aluno compreender que a
escrita vai além das tarefas de sala de aula, e vai além da aquisição de códigos e
regras gramaticais. (ROSA, 2012).
A prática inerente ao processo de ensino, leitura e produção de textos em
ambiente escolar tem se tornado objeto de pesquisa de alguns pesquisadores. Afinal,
a escola é o primeiro local para os indivíduos aprenderem e praticarem essas práticas.
Na sala de aula, na maioria das vezes, as atividades de leitura e escrita
encontram forte resistência dos alunos que expressam seu desagrado pela leitura e /
ou escrita. Pesquisadores do ensino de línguas apontaram que o prazer de ler e
escrever não foi despertado pelos alunos, é necessário que os alunos vivam essas
práticas de forma natural e os conscientizem sobre o poder transformador da leitura e
da escrita.
Nesse sentido, discute-se muito sobre como lidar com os textos nas escolas e
não nos cursos de português, pois não existe escola sem leitura de textos escritos, e
essa atividade permeia todas as disciplinas. Portanto, ler e escrever estão
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intimamente relacionados e são habilidades básicas para o aprendizado em vários
campos.
Então, qual a melhor opção para tentar formar leitores e produtores de texto
competentes? Quais práticas são consolidadas em maestria? O que pode ser feito
para melhorar a prática de ensino? Pensar nessas questões significa encontrar formas
adequadas de utilizar os recursos técnicos em educação para atender às
necessidades de professores e alunos.
Na sociedade contemporânea, também conhecida como sociedade da
informação ou sociedade da comunicação, as tecnologias da informação e
comunicação (TIC) desempenham um papel preponderante em vários campos de
atividade. Os profissionais que pretendem utilizar as tecnologias educativas devem
repensar o quotidiano escolar e procurar a integração para a criatividade e inovação.
A tecnologia educacional deixa de ser apenas uma ferramenta para tornar mais
eficazes as práticas e processos já utilizados, podendo se tornar um elemento
estruturante de diferentes modalidades de ensino, desde que devidamente adaptadas
ao contexto educacional em que estão inseridas. Portanto, entendemos que os alunos
desta unidade curricular devem compreender o processo de ensino e aprendizagem
a fim de analisar e desenvolver alternativas no processo de ensino.
A leitura e a produção de textos devem ser objetos de pesquisa de todos os
níveis de escolaridade - escolas de ensino fundamental, médio e superior, e adotar
métodos adequados aos seus campos de pesquisa. O profissional que obteve
autorização de trabalho em tecnologia educacional deve refletir sobre como superar
os obstáculos impostos pelos alunos dos diversos níveis de ensino e contribuir para
que essas práticas se tornem efetivamente ferramentas de tolerância, cidadania e
mudança na sociedade em que vivemos.
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REFERÊNCIAS BOBLIOGRÁFICAS
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FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23ª
Ed. São Paulo: Cortez, 2011.
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ed. São Paulo: Ática, 2006.
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