Monopólio Natural

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UNIVERSIDADE MUSSA BIM BIQUE


Curso de Administração Pública

Faculdade de Ciências Sociais e Humanidade

Externalidades e Monopólio Natural

Licenciatura em Administração Pública

KKKKKKKKKKKK

Nampula
Agosto de 2019
1

UNIVERSIDADE MUSSA BIM BIQUE


Curso de Administração Pública

Faculdade de Ciências Sociais e Humanidade

Externalidades e Monopólio Natural

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue na Faculdade de Ciências
Sociais e Humanidade, Curso de
Administração Pública, recomendado
pelo docente da cadeira de Economia
Pública,

dr.:

Nampula
2

Agosto de 2019

Índice

Introdução..........................................................................................................................3
Objectivos..........................................................................................................................3
Geral..................................................................................................................................3
Específicos.........................................................................................................................3
Metodologia do Trabalho..................................................................................................3
1.Definição de Externalidade:...........................................................................................4
1.1.Externalidade Negativa de Produção – Definições.....................................................5
1.2.Externalidade Negativa de Consumo – Definições.....................................................5
1.3.Externalidade Positiva na Produção............................................................................5
1.4.Externalidade Positiva no Consumo............................................................................6
2.O Carácter Recíproco das Externalidades e os Direitos de Propriedade........................6
2.1.A importância dos direitos de propriedade..................................................................6
3.Determinação das Indemnizações a pagar com Negociações Privadas..........................7
3.1.Direito de Propriedade.................................................................................................7
3.1.1.Estabelecimento de Direitos de Propriedade............................................................7
3.1.2.Negociação e Eficiência Econômica........................................................................8
4.O Controlo Das Externalidades Negativas Via Regulamentação comparado com o uso
de impostos........................................................................................................................8
4.1.O problema da aplicação de quotas uniformes............................................................9
5.MONOPÓLIO NATURAL..........................................................................................10
5.1.Conceito Geral de Monopólio...................................................................................10
5.2.Monopólio Natural....................................................................................................10
5.3.Características do Monopólio Natural.......................................................................11
5.4.As distorções Geradas pelos Monopólios Naturais e Algumas estratégias de
Correção..........................................................................................................................12
5.4.1.Preço ao nível do custo marginal ou do custo médio.............................................12
5.4.2.Diferenciação de Preços.........................................................................................13
Conclusão........................................................................................................................14
Bibliografia......................................................................................................................15
3

Introdução
Em economia, a concorrência ou competição monopolística é um tipo de concorrência
imperfeita em que existem várias empresas, cada uma vendendo uma marca ou um
produto que difere em termos de qualidade, aparência ou reputação, e cada empresa é a
única produtora de sua própria marca. A competição monopolística é caracterizada
também por não haver barreiras à entrada. Existem muitos exemplos de setores
industriais com essa estrutura de mercado, como café empacotado, calçados e
refrigerantes.
Neste tipo de concorrência imperfeita, são produzidos produtos distintos, porém, com
substitutos próximos passíveis de concorrência, não exercendo um monopólio e não
vivendo a situação de concorrência perfeita. Por isso, esse tipo de estrutura de mercado
é considerada intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio. Neste trabalho
pretende-se falar sobre as externalidades e o monopólio natural.
Objectivos
Geral
 Compreender as externalidades e o monopólio natural
Específicos
 Descrever as externalidades e o monopólio natural;
 Explicar as distorções geradas pelos monopólios naturais e algumas estratégias
de correcção;
 Identificar as diferentes perspectivas das Externalidades.

Metodologia do Trabalho
Para o desenvolvimento do presente trabalho foi necessário o uso do método
bibliográfico que consistiu na leitura de diversas obras que versam sobre o assunto em
alusão.
4

1.Definição de Externalidade:
O problema das externalidades ocorre quando os agentes econômicos interagem no
mercado, gerando, sem intencionalidade, malefícios ou benefícios para indivíduos
alheios ao processo. Entre as inúmeras definições de externalidades, LONGO (1983,
p.67) oferece a seguinte: “uma externalidade é uma imposição de um efeito externo
causado a terceiros, gerada em uma relação de produção, consumo ou troca.”
Por outro lado, NORTH (1981, p.56) a externalidade é uma falha de mercado, sendo
aconselhável a intervenção governamental quando essa ocorre, de forma a evitar níveis
de produção e/ou consumo maior (ou menor) que o nível eficiente.
Neste sentido, trata-se de custos (ou benefícios) resultantes da produção ou consumo de
bens ou serviços que impactam pessoas (agentes do sistema econômico) não
diretamente envolvidos no processo de geração da oferta e/ou demanda pelo referido
bem ou serviço. Geralmente, no entanto, os referidos custos (ou benefícios) são de
difícil mensuração para fins de precificação, de forma que não se refletem nos preços de
mercado.
Dessa forma, quando ocorre uma externalidade, o preço de mercado (O&D) não
determina adequadamente o nível a ser produzido (ou consumido) do bem ou serviço,
NORTH (1981, p.56).
As externalidades podem ser:
 Positivas: quando a sua ocorrência introduz benefícios externos a terceiros. A
soma de benefícios externos e privados define o benefício social.
 Negativas: quando a sua ocorrência introduz custos externos a terceiros.
 Associadas tanto à produção como ao consumo.
Exemplos de externalidades negativas
• Produção de um bem que gera poluição atmosférica
• Consumo de detergente que provoca poluição das águas
• Poluição sonora
• Uso de automóveis (gasolina ou diesel) resulta em trânsito
congestionado/poluição atmosférica/sonora
• Aumento no prêmio de seguros para todos, devido ao consumo de álcool ou
tabaco por parte dos que se utilizam do seguro.
5

1.1.Externalidade Negativa de Produção – Definições


Segundo DEMSETZ (1967:267) podemos ter o seguinte:
a) Externalidade Negativa de Produção: Quando a produção de uma firma reduz
o bem-estar de outros agentes que não são compensados pela firma.
b) Custo Marginal (de Produção) Privado (CMgP): É aquele associado à
produção de uma unidade adicional de bem ou serviço. Quem incorre neste
custo está diretamente ligado à definição de sua oferta.
c) Dano marginal (DM): Qualquer custo adicional (devido a uma externalidade
negativa) associado à produção de uma unidade adicional do bem, que se impõe
a outros agentes, porém não é pago pelo produtor.
d) Custo Marginal Social (CMgS): É aquele incorrido por toda a sociedade,
inclusive aqueles não envolvidos na produção do bem ou serviço.
Na presença de uma externalidade negativa da produção o custo social é maior que o
custo privado, de forma que a oferta social fica à esquerda (eficiência) da oferta privada
(equilíbrio).
O resultado é que o nível de produção determinado pelo mercado é maior do que a
socialmente desejável.

1.2.Externalidade Negativa de Consumo – Definições


Segundo NORTH (1981:115) podemos ter o seguinte:
Quando consumo de indivíduos reduz o bem-estar de outros agentes que não são
compensados pela consumidor.
A. Benefício Marginal (de Consumo) Privado (BMgP): É aquele associado ao
consumo de uma unidade adicional de bem ou serviço. Este benefício marginal
privado define a demanda.
B. Dano marginal (DM): Qualquer custo adicional (devido a uma externalidade
negativa) associado ao consumo de uma unidade adicional do bem, que se impõe
a outros agentes, porém não é pago pelo consumidor.
C. Benefício Marginal Social (BMgS): É incorrido por toda a sociedade,
inclusive aqueles não envolvidos no consumo do bem ou serviço.
1.3.Externalidade Positiva na Produção
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Quando a produção de uma firma aumenta o bem estar de outros agentes, porém a firma
não é paga por esse aumento, (STEPHEN, 1993, p.6).
O resultado é que a produção do mercado é menor do que a socialmente desejável.
O custo privado é maior que o custo social, de forma que a quantidade de “oferta social”
(eficiente) fica à direita da quantidade de oferta privada (equilíbrio).

1.4.Externalidade Positiva no Consumo


Quando o consumo por um indivíduo aumenta o bem estar de outros agentes, porém o
consumidor não é compensado por esse aumento.O resultado é que o consumo de
mercado é menor do que o socialmente desejável, KRUGMAN (2009, p.50).
O benefício privado é menor que o benefício social, de forma que a quantidade de
“demanda social” (eficiente) fica à direita da quantidade de demanda privada
(equilíbrio).

Exemplos de externalidades positivas:


• Serviços de infra-estrutura que aumentam o valor de uma propriedade.
• Promoção de educação alimentar que reduz as despesas com tratamento médico.
• Educação
• Vacinação
• Um progresso científico
• Promoção de melhores hábitos na condução de automóveis, que reduzem o risco
de acidente
2.O Carácter Recíproco das Externalidades e os Direitos de Propriedade
2.1.A importância dos direitos de propriedade
Os direitos de propriedade especificam normas de comportamento com relação àquilo
que cada um precisa observar na interação com os outros ou o castigo por sua não-
observância. O sistema predominante dos direitos de propriedade é por conseguinte o
grupo das relações econômicas e sociais, definindo a posição de cada indivíduo no que
diz respeito à utilização dos recursos escassos (STEPHEN, 1993, p.11).
Com a definição de direitos de propriedade sobre a poluição por exemplo, a empresa
S deve, pagar o preço p para ter o direito de emitir x unidades de poluentes. Cada
empresa se deparará com seus custos marginais na decisão sobre a quantidade de
poluentes comprar ou vender. No equilíbrio eficiente, novamente o custo marginal da
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empresa S com relação à poluição deverá refletir o custo marginal externo gerado por
essa externalidade, o qual é igual ao preço da quantidade emitida de externalidade.
No entanto, Direitos de propriedade bem assegurados são importantes para a
resolução de problemas oriundos das externalidades, porque permitem internalizar
algumas delas. Isto decorre, pois no momento em que o agente avista o custo de
transação, observando o ônus que ele incorrerá, torna-se relevante conhecer os
limites do outro agente para dar início ao processo de barganha (DEMSETZ, 1967,
p.193).
COASE (1960) mostra que os direitos de propriedade são essenciais para uma barganha
frente às externalidades, pois a menor intervenção de terceiros somada ao fato dos
agentes deterem as informações relevantes acerca do problema, permite que tal
negociação traduza-se em maior eficiência. Além disso, a liberdade de negociação,
através de um baixo custo de transação, impediria que o bem-estar fosse comprometido.

3.Determinação das Indemnizações a pagar com Negociações Privadas


3.1.Direito de Propriedade
A definição de direitos de propriedade, segundo DEMSETZ, um dos primeiros autores a
tratá-la sobre uma perspectiva voltada a recursos ambientais é:
Os direitos de propriedade são um instrumento da sociedade e derivam
sua importância do fato de que eles ajudam um homem a formar
expectativas que ele pode razoavelmente manter em suas relações com
os outros. Estas expectativas encontram expressão nas leis, costumes e
maneiras de uma sociedade. (DEMSETZ, 1967, p.347).
Para NORTH (1981) a má definição dos direitos de propriedade incorre em atrasos que
podem gerar impactos no desenvolvimento socioeconômico de toda uma região, dado
que a clareza destes seriam a garantia para as barganhas e funcionamento de um sistema
mercantil ótimo.
Trata-se de um conjunto de regras legais que descrevem o que as pessoas ou empresas
podem fazer com aquilo que lhes pertence.
Por exemplo:
 Se os residentes às margens de um rio fossem proprietários do rio, eles
controlariam as emissões que ocorrem rio acima
3.1.1.Estabelecimento de Direitos de Propriedade
 Origem das ineficiências: falta um mercado para a externalidade;
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 Para a siderúrgica, a emissão de poluição tem preço zero -> mas deveria ter um
preço negativo (a sociedade está disposta a pagar pela redução da poluição).
 Solução: definição de direitos de propriedade para a externalidade (poluição).

3.1.2.Negociação e Eficiência Econômica


 A eficiência econômica pode ser alcançada sem a intervenção do governo
quando a externalidade envolve número relativamente pequeno de indivíduos e
os direitos de propriedade são bem especificados.
 Em geral, a quantidade da externalidade que será gerada na solução eficiente
dependerá da distribuição dos direitos de propriedade.
 Caso especial das preferências quase-lineares: resultado da externalidade
independe da distribuição dos direitos de propriedade.
Segundo DEMSETZ, (1967, p.347) quando as partes podem negociar sem custos e com
possibilidade de obter benefícios mútuos, o resultado das transações será eficiente,
independentemente de como estejam especificados os direitos de propriedade.
Preferências quase-lineares: o conjunto de alocações eficientes de Pareto será uma linha
horizontal de modo que tenha sempre a mesma quantidade de externalidade.
Caso especial em que a demanda do bem que gera externalidade independe da
distribuição de renda.

4.O Controlo Das Externalidades Negativas Via Regulamentação comparado com


o uso de impostos
Uma taxa pigouviana  (também conhecida por imposto pigouviano) é
um tributo aplicado a uma atividade de mercado que esteja gerando
negativas externalidades (custos a alguém que não seja a pessoa a quem o tributo é
imposto). A taxa destina-se a corrigir uma ineficiência outcome de mercado, e o faz ao
ser posta equalitária ao custo social das externalidades negativas. Na presença de
externalidades negativas, o custo social de uma atividade de mercado não é coberto pelo
custo privado da atividade. Nesse caso, o outcome de mercado eficiente e pode levar a
excesso de consumo do produto. Um exemplo frequentemente citado de tal
externalidade é a poluição ambiental.
9

Na perspectiva de ROCHA, (2004:203) Pigou (1920) propunha que a solução para as


externalidades negativas seria via intervenção do Estado ao atribuir um preço ao bem
usado. Logo, seria possível a correção das externalidades negativas por meio de
cobranças, estabelecidas com base na diferença entre o custo marginal privado e o custo
marginal social.
Pigou (1920) exemplifica a presença das externalidades negativas com o caso dos trens.
Neste exemplo, as fagulhas soltas durante a movimentação do veículo apresentavam
perigo à vegetação ao entorno dos trilhos, concluindo que seria necessário o Estado
aplicar uma tarifa a companhia de trens como meio de sanar os prejuízos. A justificativa
é que o dano ocasionado pelo agente A ao agente B deve ser restaurado via ação estatal,
por meio de indenização e outras medidas similares, recuperando o bem-estar da
população geral através de um custo social marginal sobre a externalidade, (ROCHA,
2004:203).

4.1.O problema da aplicação de quotas uniformes

 Definição da quantidade de externalidade que cada agente pode produzir;


 No exemplo da poluição: poderia ser imposta uma quota de emissão de
poluentes para cada empresa poluidora;
 Problema: necessidade de conhecer as informações sobre os custos de emissões
de cada empresa e o nível ótimo da externalidade.
 Possível solução: mercado de permissões de emissão -> cada empresa teria uma
quota de emissão de poluentes e, caso não utilizasse, venderia o excesso de
direito de poluição a outras empresas;
Exemplo: mercado de créditos de carbono.

Imposto de Pigou

 Origem das ineficiências: para a siderúrgica do exemplo anterior, a


poluição não possui custo. Ou seja, ela se depara com o preço errado para a
externalidade.
 Solução: correção via imposto (t) por unidade de produção de poluição
(Imposto de Pigou), (ROCHA, 2004:203).
Problema de maximização de lucro da empresa s:

Max. πs = Ps.s - Cs (s, x) – t.x


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dCs dCs
dπs
= Ps - =0 Ps =
ds ds
ds

dπs dCs - dCs


=- –t=0 =t
dx dx
dx
 Problema do Imposto de Pigou: é necessário conhecer o nível ótimo de
externalidade (no exemplo: poluição) para estabelecer o imposto.

5.MONOPÓLIO NATURAL
5.1.Conceito Geral de Monopólio
Um monopólio é uma firma que é o único vendedor em seu mercado. Ela enfrenta uma
curva de demanda negativamente inclinada para seu produto. Porém, a receita marginal
do monopolista é sempre menor que o preço de venda do bem, (MILTON, 1995, p.
208).

O monopólio ocorre quando há apenas uma pessoa ou empresa que fornece um


determinado bem ou serviço aos consumidores. Dessa forma, essa pessoa ou empresa
absolutamente controla a oferta do bem ou serviço específico, uma vez que não há
nenhum tipo de competição para a qual os compradores possam ir.
KRUGMAN (2009) acrescenta que, não se deve confundir o monopólio com
monopsônio, onde há apenas um comprador para um bem ou serviço específico; ou
com o oligopólio, quando há alguns vendedores para o mesmo bem ou serviço. O termo
monopólio apareceu pela primeira vez no trabalho Política de Aristóteles.

5.2.Monopólio Natural
Monopólio natural consiste em uma situação de mercado na qual os custos fixos são
muito elevados e os custos variáveis são muito próximos de zero. Os monopólios
naturais são caracterizados por serem referentes a bens exclusivos e com pouca ou
nenhuma rivalidade. Normalmente, os mercados que se caracterizam como monopólios
naturais são regulamentados pelos governos, possuindo prazos de retorno longos. Desta
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maneira, tais mercados funcionam melhor quando são bem protegidos, (MILTON,
1995, p. 210).
Portanto, um monopólio natural refere-se a uma estrutura de custos caracterizada por
altos custos fixos, custo marginal constante e extremamente baixo e CMe
monotonicamente decrescente, de forma que o volume necessário para viabilizar a
produção por uma única empresa pode diminuir a viabilidade da atuação de grande
número de empresas em determinada indústria. Por outro lado, KRUGMAN (2009)
adianta que considere-se uma das possíveis definições do conceito de Monopólio
Natural em que a existência de uma única empresa provê o mercado com um produto ou
serviço a um custo menor do que numa outra situação em que existisse mais de uma
empresa operando.
Neste sentido, podemos perceber que existe monopólio natural numa economia, para
um determinado bem, quando a estrutura dos custos de produção é tal que é mais barato
para a sociedade a situação de que apenas uma única firma opere neste mercado. É
importante salientar, que para este tipo de mercado, a definição de competição, que
exige várias firmas no mercado, entra em conflito com o seu principal objetivo, a
produção ao menor custo possível.
Porém, nem todos os monopólios são naturais. Como exemplo, o monopólio pode
resultar simplesmente do controle de uma única firma sobre os insumos adequados para
a produção do bem através de patentes ou com o direito exclusivo de vender num
determinado mercado. A característica essencial deste tipo de monopólio é que este é
baseado na incapacidade de outras empresas competir com os mesmos direitos. Este
tipo de monopólio é geralmente transitório. Pode ter sua função social para o país, na
medida em que permite desenvolver outras tecnologias. Esta forma de monopólio,
entretanto, não é monopólio natural, (SAMUELSON, 2003, p.30).
Assim, uma indústria é um monopólio natural quando uma só empresa consegue
ofertar um bem ou serviço a um mercado inteiro a um custo menor do que duas ou mais
empresas. Um monopólio natural surge quando há economias de escala para toda a
faixa relevante de produção.
Um outro exemplo de monopólio natural está na distribuição de água. Para levar água
aos moradores da cidade, uma empresa precisa construir uma rede de tubulações. Se
duas ou mais empresas competissem na prestação desse serviço, cada empresa teria que
pagar um custo fixo da construção da rede. Assim, o custo total médio da água é menor
se só uma empresa supre o mercado.
12

5.3.Características do Monopólio Natural


Em geral, os mercados com monopólio natural apresentam algumas características
comuns como por exemplo: a indústria deve ofertar um ou mais produtos ou serviços
essenciais para a sociedade, os produtos ofertados por esta indústria devem ser não
estocáveis fazendo com que a produção seja continuamente ajustada com a demanda e
que seja ainda suficiente para atender aos períodos de pico, a indústria deve possuir
elevadas economias de escala em relação a demanda de mercado, KRUGMAN (2009,
p.56).
Ao contrário de um simples monopólio, o monopólio natural não significa que apenas
uma firma está provendo um serviço ou bem particular.
Ao invés disso, trata-se de uma assertiva sobre uma indústria onde firmas múltiplas
provendo o bem ou serviço são menos eficientes (mais caro para a nação ou
economia) que se uma única firma provê o bem ou serviço. Essa indústria pode - ou não
– apresentar um único ofertante.

5.4.As distorções Geradas pelos Monopólios Naturais e Algumas estratégias de


Correção
A atividade regulatória é particularmente importante nos chamados monopólios
naturais, nos quais a tecnologia faz com que a maneira mais eficiente de produzir (isto
é, a de menor custo), seja por meio de uma única empresa. Os segmentos de infra-
estrutura possuem vários mercados em que ainda prevalece o monopólio natural como o
de saneamento básico ou de transmissão de energia elétrica, SAMUELSON (2003,
p.30).
Vários governos cederam à tentação de vender monopólios para auferir ganhos de
receita no curto prazo. No entanto, a concessão por vários anos de uma utilidade pública
sem o devido estímulo à competição pode acarretar preços elevados, desestímulo à
inversão e descaso pelo consumidor em proporções ainda maiores do que durante o
monopólio do Estado.

5.4.1.Preço ao nível do custo marginal ou do custo médio


Na visão de SAMUELSON (2003, p.54)A receita marginal é sempre menor do que o
preço. A relação entre receita marginal e o preço depende de duas coisas:
13

 Da quantidade de produto que a firma já está vendendo


 Da declividade da curva de demanda.

Ela nos diz quanto o monopolista deve diminuir seu preço para vender uma unidade a
mais de sua produção.

O Custo médio (CMe) é o custo total dividido pelo produto. Por sua vez, o Custo
marginal (CMg) é quanto custa para a firma a produção de uma unidade adicional.

Se C = F + cQ
CMe = F/Q + c
CMg = c

Quando os custos médios são uma função decrescente do produto, o custo marginal é
sempre menor do que o custo médio.

5.4.2.Diferenciação de Preços
Enquanto em mercados perfeitamente competitivos o preço é igual ao custo marginal,
em mercados monopolistas o preço está acima desse custo.
A diferenciação de preços é uma estratégia para maximizar lucros que consiste em
atribuir preços diferentes para o mesmo bem ou serviço em diferentes mercados,
(MELVIN, 2002, p.109).
Assim percebe-se que é uma prática de vender o mesmo bem a diferentes preços para
diferentes compradores, apesar dos custos de produção para os dois serem os mesmos.
Você pode reduzir a oferta e aumentar o preço em mercados menos elásticos, e
aumentar a oferta e reduzir o preço em mercados elásticos.
Porém, SAMUELSON (2003, p.68) adverte que a diferenciação de preço não é possível
quando um bem é vendido num mercado competitivo, pois existem muitas firmas
vendendo ao preço de mercado. Para discriminar preço, a firma deve ter algum poder de
mercado.
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Conclusão
Feito o trabalho, percebeu-se que os monopólios podem ocorrer por diferentes razões.
Alguns ocorrem naturalmente, outros por causa de sua localização geográfica, outros
por razões tecnológicas e outros têm essa forma por obrigação, como os governos.
Porém, um monopólio natural ocorre antes de uma série de fatores que tornam a
concorrência impossível. Por exemplo, algumas empresas de telefonia locais têm o
monopólio dos altos custos de infraestrutura necessários para que outra empresa se torne
uma competição.
Além disso, uma série de condições que a regulamentação não permitirá será necessária,
tornando-a também impossível. Normalmente, esses tipos de monopólios são regulados
pelo governo para assegurar uma operação justa e correta.
Por outro lado, podemos verificar que As externalidades são tradicionalmente
reconhecidas como causas importantes de falhas do mercado em alocar eficientemente
os recursos. Verifica-se que a degradação ambiental como poluição agropecuária e
desmatamento excessivo, podem ser explicados pela presença de externalidades. A
explicação mais sugestiva para o tema em pauta é daquela que decorre do uso comum
do recurso ou de relações inadequadas de propriedade. Cada indivíduo procura
maximizar seu próprio “benefício líquido”. Na propriedade comum, ele apropria-se dos
benefícios do aumento da exploração enquanto o aumento de custos, seja devido à
redução do estoque, seja devido à maior degradação ambiental, é socializado pelos
demais usuários ou pelo conjunto da sociedade. Em termos de externalidades
ambientais, as restrições são maiores do que as que ocorrem numa análise de bens de
produção privados. Assim como nas questões distributivas, a mensuração de
externalidades ambientais é apenas indicativa, visto que além do pouco conhecimento, a
recorrência a juízos de valor é praticamente inevitável. Outro fator complicador é a
inexistência de mercado para externalidades que torna imprecisa suas estimativas.
15

Bibliografia
MILTON Friedman "VIII: Monopólio e Responsabilidade Social dos Negócios e do
Trabalho". Capitalismo e Liberdade (brochura) (ed. 40 anos). A Universidade de
Chicago Press.1995.
KRUGMAN, Paul; Wells, Robin. Microeconomia (2a ed.) Vale a pena.2009.
BLINDER, Alan S; Baumol, William J; Gale, Colton L (junho de 2001). "11:
Monopólio". Microeconomia: Princípios e Política (paperback). Thomson South-
Western.
SAMUELSON, William F.; Marks, Stephen G. Economia Gerencial (4ª ed.). Wiley.
2003.
MELVIN, Michael; Boyes, William. Microeconomia (5ª ed.). Houghton Mifflin.2002.
DEMSETZ, H. Toward a theory of property rights. In: ANNUAL MEETING OF THE
AMERICAN ECONOMIC ASSOCIATION, 79., 1966, São Francisco. Papers and
Proceedings of… [Nashville]: American Economic Association, 1967.
PIGOU, A. C. The economics of welfare. London: Macmilan, 1920.
NORTH, D. Structure and change in Economic history. New York: Norton, 1981.
COASE, Ronald H. The problem of social cost. Publicado em: The Journal of
Law and Economics.

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