Aula 6
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A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA
A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA
De acordo com Piaget, “a criança é alguém que constrói sua própria visão
de mundo moral, que forma ideias sobre o certo e errado, justo e injusto, que não são o
produto direto do ensinamento dos adultos e que muitas vezes são mantidos para
responder aos desejos adultos” (GALLAGHER, 1978, p. 26). Piaget acreditava que as
crianças fazem julgamentos morais com base em suas próprias observações do
mundo.
A teoria de Piaget sobre a moral foi tão radical quando o seu livro, O juízo
moral da criança, publicado em 1932. Ele utilizou critérios filosóficos para definir a
moralidade (como critérios universais, generalizáveis e aplicáveis) e rejeitou a
equivalência das normas culturais com as normas morais. Piaget, com base na teoria
kantiana, propôs que a moralidade se desenvolveu a partir da interação entre pares e
que era autônoma de mandatos de autoridade. Em outras palavras, são pessoas que se
acreditam como iguais (pares), que criam as regras de convivência, que servem de
forma igual para eles e incluem todos aqueles que se entendem como pares uns dos
outros. Os pares, e não os pais, são a principal fonte de onde derivam os conceitos
morais como a igualdade, a reciprocidade e a justiça.
Piaget atribuiu diferentes tipos de processos psicossociais a diferentes
formas de relações sociais. Ele introduziu uma distinção fundamental entre os
diferentes tipos de relacionamentos: quando um dos participantes tem mais poder
do que o outro, ele cria restrições e a relação se torna assimétrica (desigual). ]
O que acontece é que o conhecimento que poderia ser adquirido por todos acaba
assumindo uma forma fixa e inflexível pelo participante dominado. Só permitem a
ele aprender determinadas coisas e alguns conceitos. Piaget refere-se a este processo
como o de transmissão social, ilustrando-o através da referência ao modo pelo qual
os mais velhos de uma tribo iniciam os membros mais jovens, com o intuito de fazê-
los respeitarem as crenças e as práticas do grupo.