Projecto Marcelina
Projecto Marcelina
Projecto Marcelina
Marcelina Castro
Universidade Rovuma
Nampula
2020
Marcelina Castro
ii
Universidade Rovuma
Nampula
2020
Índice
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Apresentação...............................................................................................................................4
1. Introdução...............................................................................................................................5
2. Problematização......................................................................................................................6
3. Objectivo Geral.......................................................................................................................6
4. Justificativa.............................................................................................................................7
5. Hipóteses.................................................................................................................................7
6. Delimitação do estudo.............................................................................................................7
7. Metodologia............................................................................................................................8
7.2.1. Observação........................................................................................................................8
7.2.2. A entrevista.......................................................................................................................9
8. População................................................................................................................................9
8.1. Amostra................................................................................................................................9
9. Revisão da Literatura............................................................................................................10
9.1. Contextualização................................................................................................................10
10. Cronograma.........................................................................................................................14
11. Orçamento...........................................................................................................................15
Bibliográficas............................................................................................................................17
iv
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Apresentação
Com a Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano, 1972, dispõe que “O homem tem
o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas,
em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-
estar e é portador solene de obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as
gerações presentes e futuras.”
O ambiente abandonou o papel secundário que, até àquela data, desempenhara no cenário
internacional, para se transformar no protagonista das preocupações mundiais. Em 2004,
reforça-se esta previsão com a aprovação do novo texto da Constituição da República de
Moçambique, que estipula, logo, como objectivo fundamental do Estado Moçambicano a
“qualidade de vida dos cidadãos” e, em contrapartida, como dever fundamental dos
indivíduos “defender e conservar o ambiente”. Para além disso, prevê expressamente no art.º
90.º, com a epígrafe “Direito ao Ambiente” que “Todo o cidadão tem o direito de viver num
ambiente equilibrado e o dever de o defender. O Estado e as autarquias locais com a
colaboração das associações na defesa do ambiente, adoptam políticas de defesa do ambiente
e velam pela utilização racional de todos os recursos naturais”. E, no art.º 117.º, com a
epígrafe “Ambiente e qualidade de vida” que “O Estado promove iniciativas para garantir o
equilíbrio ecológico e a conservação e preservação do ambiente visando a melhoria da
qualidade de vida dos cidadãos. Com o fim de garantir o direito ao ambiente no quadro de um
desenvolvimento sustentável, o Estado adopta políticas visando: a) prevenir e controlar a
poluição e a erosão; b) integrar os objectivos ambientais nas políticas sectoriais”.
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1. Introdução
É desejável que sejam instalados novos sistemas de tratamento de águas residuais, bem como
promover uma gestão adequada das lamas fecais no caso do saneamento a seco, no sentido de
promover um melhoramento do sistema de saneamento, tendo em atenção os sistemas
sanitários já existentes.
Em geral, o país utiliza o saneamento local, o que torna indispensável a gestão das lamas
fecais, contribuindo e prevenindo o risco das doenças e a protecção do meio ambiente.
No caso de Moçambique, em particular o município de Nampula a falta de saneamento é um
dos problemas graves que tem marcado o dia a dia. Nas cidades em franco crescimento e
pressionadas pela construção e ocupação desordenada de espaços, esta situação tem
contribuído para a disseminação de várias doenças relacionadas com a sua insuficiência ou a
não observância das regras básicas de gestão dos resíduos. A disponibilidade da água também
é fundamental para que haja uma boa gestão dos serviços de saneamento.
Os grandes desafios que se têm colocado em termos de gestão dos recursos hídricos resultam
da falta de educação das comunidades sobre a importância dos sistemas de saneamento e da
ausência do ordenamento territorial que salvaguarde as comunidades mais vulneráveis das
regiões peri. A ausência de gestão dos resíduos sólidos e saneamento estão relacionados, por
um lado, com falta da disponibilidade financeira do Estado e por outro com a falta de recursos
no caso das famílias mais carenciadas.
O aumento crescente do consumo da energia, da água, dos recursos não renováveis e outros
recursos naturais, conduz a desafios adicionais tendo em atenção a limitada capacidade em
termos de recursos humanos qualificados e a disponibilidade financeira do país.
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2. Problematização
3. Objectivo Geral
4. Justificativa
Nos últimos anos, Moçambique continuou a registar um valor muito elevado de mortalidade
infantil pelas mesmas razões. Esta situação resulta não só do constrangimento da falta de
financiamento para o saneamento do meio, mas ainda da falta de clareza na coordenação das
políticas e das instituições envolvidas. O município da Cidade de Nampula é resultado do
processo da descentralização democrática, tem-se a preocupação de saber como é que os
serviços estão sendo prestados.
Portanto elegeu-se o tema por duas razões: primeiro o interesse da autora em compreender
como é que os municípios gerem e tratam as águas residuais e lamas fecais, visto que são
entidades locais que foram criadas para responder as demandas das necessidades dos cidadãos
locais e pelas indagações que a autora tem constatada no quotidiano, no que diz respeito a
prestação de serviços concretamente saneamento do meio deseja-se ver o problema
solucionado e de certa forma encontrar uma maneira de ultrapassarmos esta situação, ainda o
Município da Cidade de Nampula por ser o local onde a autora mora.
Segundo pelo facto de ser preconizado pela Organização das Nações Unidades que assegura
que até 2030 todos tenham acesso ao abastecimento de águas e saneamento melhorado. Ainda
espera-se com este trabalho que os municípios estejam na melhor posição para decidirem
sobre as prioridades e os mecanismos de oferta de certos bens e serviços públicos tendo em
conta os interesses e as necessidades das respectivas populações.
5. Hipóteses
H1˸ Quanto maior for o nível de tratamento, gestão das águas residuais e lamas fecais , menor
será o nível de risco das doenças nos munícipes;
H2˸ A fraca promoção sistematizada da educação ambiental para os munícipes pode ocasionar
maiores risco as doenças
6. Delimitação do estudo
O presente estudo será efectuado cidade de Nampula que é a terceira cidade maior do país,
envolvendo os munícipes desta autarquia no período de 2020 e 2021. Administrativamente, a
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7. Metodologia
O presente estudo será uma pesquisa descritiva para alcance dos objectivos da pesquisa. E na
óptica de CERVO,(1983).“Pesquisa Descritiva busca conhecer as diversas situações e
relações que ocorrem na social (…) e demais aspectos do comportamento humano, tanto do
indivíduo tomado isoladamente como de grupo e comunidades mais complexas”. Entretanto
irá descreve a realidade e permitir o desenvolvimento de um nível de análise em que é
possível identificar as diferentes formas dos fenómenos, sua ordenação e classificação,
permite ainda, a explicação das relações de causa e efeito dos fenómenos.
Em termos de abordagem este estudo pode ser classificada como qualitativo pois vai buscar
medir a opinião dos munícipes em relação às acções avançadas pela autarquia no sentido de
preservar o meio ambiente. A opção da abordagem qualitativa, deve-se ainda pelo carácter
sócio-cultural da população-alvo da pesquisa. Salientar ainda que, faremos o uso deste
método qualitativo porque permitirá termos e captar uma dimensão mais essencial da
realidade, que tem a ver com os costumes e valores que norteiam as acções e praticas sociais.
Quando aos objectivos revelou-se exploratória pela busca de conhecimentos a fim de
responder as questões apresentadas e obter os resultados necessários.
As técnicas de colecta de dados são um conjunto de regras ou processos utilizados por uma
ciência, ou seja, corresponde à parte prática da colecta de dados LAKATOS & MARCONI,
(2001). O estudo privilegia a observação da realidade, durante a investigação, as entrevistas,
que a toma de fotografias, análise de documentos e anotações de campo para obter os dados.
7.2.1. Observação
A observação visa examinar o ambiente através de um esquema geral para nos orientar e que
o produto dessa observação é registado em notas de campo. E esta pode ser classificada em
função do grau de envolvimento do observador ou segundo o grau de sistematização. Para
SANTOS, (1994) quanto ao grau de envolvimento do observador, a observação pode ser
participante e não participante.
Para o presente estudo recoreu-se a observação participante pois é aquela cujo observador
participa da vida do grupo que está a estudar; o observador desempenha um papel bem
definido na organização social que observa e os dados recolhidos pelos investigadores estão
dependentes da forma como participam enquanto observadores, com efeito.
7.2.2. A entrevista
Neste estudo, opta-se pelas entrevistas semiestruturadas pois parecem mais adequadas neste
contexto e por permitirem maior segurança ao investigador. Como também pelas vantagens
defendidas por autores como QUIVY e CAMPENHOUDT,(1992), ao considerar facilitadora
da relação dialéctica, permitindo a riqueza objectiva da interacção humana, da liberdade de
expressão do narrador, restituindo profundidade aos elementos de informação. Para além
disso, possibilita ao investigador assumir-se como um facilitador do processo de
comunicação, obtendo informações importantes e compreendendo as perspectivas e
experiências dos entrevistados.
Consistirá na análise de literaturas e outras fontes escritas (documentos oficiais, não editados)
consideradas essenciais. Esta fase, permitira-nos trazer uma definição do argumento teórico
do conteúdo e, por um lado, para que revista de cientificidade.
8. População
8.1. Amostra
Em base a adesão voluntária dos munícipes, irá se levantar informações com o intuito de
compreender e avaliar os aspectos relativos ao meio ambiente, buscando assim, mecanismos
que auxiliem no tratamento e gestão de águas residuais e lamas fecais. Entretanto a mostra
será aleatória, obedecendo o critério de acessibilidade. Portanto o critério de acessibilidade
circunscreve-se na escolha dos munícipes que demonstrarem disponibilidade de responder os
questões no acto de recolha de dados que esses possam, de alguma forma, representar o
universo sem no entanto a descriminação de sexo, idade nem pela categoria profissional.
9. Revisão da Literatura
9.1. Contextualização
Ao longo da sua existência, a humanidade, pela sua natureza, mas suas relações sociais e
actividades sobre o meio, está exposta a riscos de tipo biológico que em certas circunstâncias
afectam a sua saúde. O ser humano também está exposto a riscos sociais que em certas
circunstâncias serviram de comportamento típico, noutras circunstâncias como reguladores de
acção na vida social.
Há necessidade de explicitar conceitos tais como: Ambiente é o meio em que o Homem e
outros seres vivem e interagem entre si e com o próprio meio, e inclui: o ar, a luz, a terra, a
água, os ecossistemas, a biodiversidade e as relações ecológicas, toda a matéria orgânica e
inorgânica e todas as condições socioculturais e económicas que afectam a vida das
comunidades. Para além disso, o art.º 4, al. d) da Lei do Ambiente, dispõe, relativamente ao
princípio da visão global e integral do ambiente, que este deve ser encarado como um
conjunto de ecossistemas interdependentes naturais e construídos. Do exposto, pode-se dizer
que o conceito de Ambiente adoptado pela Lei Moçambicana é um conceito amplo,
abrangendo não só os elementos naturais, ou também designados componentes ambientais,
mas também os artificiais (como a paisagem, a cultura, o saber das comunidades locais, entre
outros).
Outro conceito tem a ver com protecção ambiental. A protecção ao meio ambiente é assunto
que ganhou grande espaço ao final do século XX, e recentemente vem aparecendo quase que
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O tipo de saneamento utilizado na cidade, são as fossas sépticas e as latrinas. Os dois projetos
desenhados pela edilidade cobriram o sistema de águas residuais e o sistema de drenagem.
Este último, é que beneficiou de um financiamento do Millennium Challenge Account, cujas
obras já terminaram. O projeto consistiu na construção de uma rede de drenagem com cerca
de 10 km de tubagens, com sarjetas, 4500 metros de canais de betão, 4000 metros de canais
de gabiões (gabião é um tipo de estrutura armada, drenante e de grande durabilidade e
resistência). CODESRIA, (2008).
Segundo o relatório de pesquisa do consórcio de consultores HYDROCONSEIL e SCDS,
(2013), financiado pelo Millennium Challenge Account, na cidade, até 2013 existiam cerca de
22,5 km de canais abertas, 7,1 km galerias e 5400 fossas que precisavam de ser esvaziadas
periodicamente. O Conselho Municipal para fortalecer a qualidade, abrangência e eficácia dos
serviços de saneamento criou uma empresa municipal de saneamento EMUSANA com
autonomia financeira, patrimonial e administrativa (Saneamento da Cidade de Nampula).
Actualmente, não é realizado nenhum tratamento das águas residuais da Cidade de Nampula.
Após o esvaziamento das fossas, as lamas fecais são transportados por camiões-tanque,
pertencentes a uma pequena empresa local que tem operado este tipo de serviço, que os
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A gestão de lamas fecais tem sido preterida em relação às tecnologias de saneamento local.
Porém, os recursos financeiros são muita das vezes escassos para a sua completa
implementação (STRANDE, et al., 2014).
A Organização das Nações Unidas tem desempenhado um papel fundamental, com o objetivo
de reverter os problemas da degradação dos recursos naturais a nível mundial, como
consequência da explosão demográfica relacionado com o baixo nível de vida (miséria) e da
pobreza.
Os sistemas de saneamento convencionais, nem sempre eram adequados aos meios urbanos
dos países em desenvolvimento, devido aos elevados custos e necessidades de
manutenção, criando-se assim dificuldades acrescidas resultantes do baixo nível de riqueza
para sua possível implementação. HAZEL, (2015).
O “Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas”, propôs em 1989 a “ Abordagem de
Saneamento Estratégico” visando reforçar a necessidade de ser considerado todo o ciclo de
saneamento, incluindo os sistemas, o método de coleta, transporte e tratamento de lamas,
valorizando os serviços, a influência das comunidades e do governo, no sentido de encontrar
as soluções tecnológicas adequadas.
Para a tabulação dos dados, foi na base do recurso a Microsoft Excel na sua versão 2010 e os
resultados expressos em forma de tabelas e gráficos circulares. Mas antes porém será
realizando um curto discurso sobre os objectivos da pesquisa e a importância da colaboração
dos participantes e possíveis esclarecimentos.
10. Cronograma
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Actividades 2020-2021
Abr.
Fev.
Ago
Nov
Mar
Dev
Mai
Jan.
Out
Jun
Set
.
Apresentação do pré-projecto ao supervisor
Alinhamento do Projecto (final)
Elaboração de instrumentos de recolha de
dados (guião de entrevista) e grelha de
observação
Pré-testagem
Análise dos resultados da testagem
Realinhamento de instrumentos (guião de
entrevista e grelhas de observação)
Testagem (Aplicação dos instrumentos)
Levantamento da literatura
Tratamento de dados (Transcrição de
entrevistas)
Tratamento de dados (análise de dados)
Actividades 2020-2021
Ago
Nov
Mar
Mai
Dez
Abr
Fev
Out
Jan
Set
Jul
Defesa
11. Orçamento
16
50
12 Publicação da dissertação 50.000 50.000,00
exem.
Total 57866
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Bibliográficas
CERVO, Amado Luís & BERVIAN, Pedro Alcino , Metodologia científica, 3ª ed, McGraw-
Hill do Brasil, São Paulo, 1983.
DIOGO Freitas do Amaral, Lei de Bases do Ambiente e Lei das Associações de Defesa do
Ambiente, in Direito do Ambiente, INA 1994, p. 369
GIL, António Carlos,(2007). Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª edição. São Paulo:
Atlas.
STRANDE, L., Ronteltap, M. & Brdjanovic, D., (2014). Faecal Sludge Management -
Systems Approach for Implementation and Operation. London: IWA Publishing. Cap
1, 2 e 11.