Os Maias
Os Maias
Os Maias
De Eça de Queirós
TEMPO E ESPAÇO
Quanto ao tempo este capítulo decorre num domingo, pelas duas da tarde.
Em relação ao espaço a ação ocorre no hipódromo, ao fim do Largo de
Belém. O espaço é descrito com um misto de objetividade e subjetividade.
Certos termos insultuosos acentuam o ridículo mostrando o improviso e a
falta de elegância: «traves mal pregadas», «palanques de arraial».
Socialmente percebe se a falta de preparação para um evento que nada
tinha a ver com os hábitos e costumes da sociedade lisboeta.
Importância do episódio no contexto geral da obra
Vou passar então a destacar alguns dos aspetos de crítica social presentes
neste capítulo:
O hipódromo era um espaço caricato, com uma entrada que era uma
«abertura escalavrada num muro de quintarola», apresentava a relva
já um pouco queimada pelo sol, uma tribuna real forrada de baetão
vermelho, «traves mal pregadas, como palanques de arraial», fendas
nas tábuas mal pintadas e um bufete sujo e com aspeto de taberna.
Assim, o ambiente que devia ser requintado, mas, ao mesmo tempo, ligeiro
como compete a um evento desportivo, era deturpado, pela falta de gosto
pelo ridiculo da situação que se queria requintada sem o ser.
Mas houve uma exceção, pois D. Maria da Cunha que abandonou a tribuna
e foi se sentar perto dos homens.
Tradição estrangeira
O estilo queirosiano