Saúde Da Mulher - Aula 2

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 61

Políticas de

Saúde da
Mulher
Saúde da Mulher
Prof.ª Gleicy Moura
Conteúdos da Aula

o Programa de Atenção Integral à Saúde da


Mulher (PAISM)

o Política Nacional de Atenção Integral à Saúde


da Mulher (PNAISM);

o Rede Cegonha;

o Mulher e Enfoque de Gênero.


Objetivos da Aula

o Conhecer os princípios, diretrizes e objetivos da


PNAISM;

o Compreender alguns conceitos em saúde da


mulher, em relação à desigualdade de poder e
questão de gênero;

o Compreender alguns conceitos em saúde da


mulher, em relação à desigualdade de poder e
questão de gênero;
Programa de Atenção Integral à Saúde
da Mulher - PAISM

o Surgiu, em 1983, sendo anunciado como uma nova e diferenciada


abordagem da saúde da mulher;

o Implicou no rompimento com a visão tradicional que centralizava o


atendimento às mulheres nas questões relativas à reprodução;

o Primeira proposta, oficial e explícita que o Estado brasileiro,


efetivamente implantou de modo parcial;

o Inclui o planejamento familiar dentre suas ações, ou seja, um programa


que contemplava o controle da reprodução.
Programa de Atenção Integral à Saúde da
Mulher - PAISM

o Incorporou como princípios e diretrizes as propostas de descentralização,


hierarquização e regionalização dos serviços, bem como a integralidade e a
equidade da atenção;

o Divulgado oficialmente no ano de 1984;

o Atenção à mulher deveria ser integral, clínico-ginecológica e educativa, voltada


ao aperfeiçoamento do controle pré-natal, do parto e puerpério; à abordagem
dos problemas presentes desde a adolescência até a terceira idade; ao controle
das doenças transmitidas sexualmente, do câncer cérvico-uterino e mamário e
à assistência para concepção e contracepção.
Programa de Atenção Integral à Saúde
da Mulher - PAISM

o O Ministério constatou que o cuidado à saúde da mulher dado pelo


sistema de saúde era limitado ao ciclo gravídico-puerperal e de forma
deficiente;

o O conceito de assistência integral, aqui preconizado, envolve a oferta de


ações globalmente dirigidas ao atendimento de todas as necessidades
de saúde do grupo em questão, onde todo e qualquer contato que a
mulher venha a ter com os serviços de saúde seja utilizado em
benefício da prevenção, promoção, proteção e recuperação de sua
saúde" (MS, 1984:15);
Programa de Atenção Integral à Saúde
da Mulher - PAISM
o Ainda dentro das diretrizes gerais, o documento em questão dedicava
dois itens ao planejamento familiar:

o Primeiro - atividades voltadas à regulação da fecundidade como


complementares no elenco de ações de saúde materno-infantil, esclarecendo
que as motivações do Ministério da Saúde para agir nessa área baseavam-
se "... nos princípios de equidade - oportunidade de acesso às informações e
aos meios para a regulação da fertilidade por parte da população - e de
ordem médica, traduzidos no risco gravídico" (MS, 1984: 16);

o Segundo – enfatizava que as atividades de planejamento familiar estavam


desvinculadas "... de qualquer caráter coercitivo para as famílias que venham
a utilizá-las" (MS, 1984:16).
Programa de Atenção Integral à Saúde
da Mulher - PAISM

o De acordo com o PAISM, compete ao Estado proporcionar meios e


informações para que todos os brasileiros pudessem planejar suas
famílias (Osis, 1994);

o Descrevia os diversos procedimentos a serem aplicados na atenção


integral à saúde da mulher (AISM) e esboçava as estratégias para a
implantação do Programa, estabelecendo que todas as atividades
previstas deveriam ser adotadas em conjunto;

o Sua implantação deveria iniciar-se por uma reciclagem completa dos


profissionais envolvidos diretamente na prestação dos serviços quanto
dos responsáveis pela supervisão e coordenação programática.
Programa de Atenção Integral à Saúde
da Mulher - PAISM

o O PAISM surge em 1983, representando uma esperança de resposta ao


dramático quadro epidemiológico da população feminina. Os
movimentos sociais, particularmente o feminista empreendeu grande
esforço, visando à implantação daquela prática assistencial, convencidos
de que aquele modelo assistencial proposto pelo PAISM, é capaz de
atender às necessidades globais da saúde da mulher (Costa, 1992:1);

o O conceito de atenção integral à saúde da mulher redimensiona o


significado do corpo feminino no contexto social, a mulher deixa de ser
vista apenas como parideira, e o cuidado de sua saúde não deveria mais
restringir-se à atenção pré-natal, ao parto e puerpério.
Programa de Atenção Integral à Saúde
da Mulher - PAISM

o A implementação efetiva do PAISM em todo o território nacional não


aconteceu. Dados disponíveis apontam a morosidade, o descompasso
entre a discussão, o planejamento e as medidas práticas, o que traduz a
falta de compromisso político para com a implementação do programa;

o Em 2004 – a partir do avanços alcançados pelo PAISM na saúde da


mulher, é elaborada a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da
Mulher (PNAISM), a partir do diagnóstico epidemiológico da situação da
saúde da mulher no Brasil e do reconhecimento da importância de se
contar com diretrizes que orientassem as políticas de Saúde da Mulher.

10
PNAISM – Objetivos Gerais

o Promover a melhoria das condições de vida e de saúde das mulheres


brasileiras, mediante a garantia de direitos legalmente constituídos e
ampliação do acesso aos meios de serviços de promoção, prevenção,
assistência e recuperação da saúde em todos o território brasileiro;

o Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no


Brasil, especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e
nos diversos grupos populacionais, sem discriminação de qualquer
espécie;

o Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral á saúde da mulher no


Sistema Único de Saúde.
PNAISM - Objetivos Específicos

o Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica,


inclusive para as portadoras da infecção pelo HIV e
outras DST:

– fortalecer a atenção básica no cuidado com a


mulher;

– ampliar o acesso e qualificar a atenção clínico-


ginecológica na rede SUS.

12
PNAISM - Objetivos Específicos

o Estimular a implantação e implementação da assistência em


planejamento familiar, para homens e mulheres, adultos e
adolescentes, no âmbito da atenção integral à saúde:

– ampliar e qualificar a atenção ao planejamento familiar,


incluindo a assistência à infertilidade;
– garantir a oferta de métodos anticoncepcionais para a
população em idade reprodutiva;
– ampliar o acesso das mulheres às informações sobre as
opções de métodos anticoncepcionais;
– estimular a participação e inclusão de homens e
adolescentes nas ações de planejamento familiar.

13
PNAISM - Objetivos Específicos
o Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e
humanizada, incluindo a assistência ao abortamento em condições
inseguras, para mulheres e adolescentes:

– construir, em parceria com outros atores, um Pacto Nacional pela


Redução da Mortalidade Materna e Neonatal;
– qualificar a assistência obstétrica e neonatal nos estados e
municípios;
– organizar rede de serviços de atenção obstétrica e neonatal,
garantindo atendimento à gestante de alto risco e em situações de
urgência/emergência, incluindo mecanismos de referência e
contrarreferência;
– fortalecer o sistema de formação/capacitação de pessoal na área de
assistência obstétrica e neonatal.

14
PNAISM - Objetivos Específicos

– elaborar e/ou revisar, imprimir e distribuir


material técnico e educativo;
– qualificar e humanizar a atenção à mulher em
situação de abortamento;
– apoiar a expansão da rede laboratorial;
– garantir a oferta de ácido fólico e sulfato ferroso
para todas as gestantes;
– melhorar a informação sobre a magnitude e
tendência da mortalidade materna.

15
PNAISM - Objetivos Específicos

o Promover a atenção às mulheres e adolescentes em


situação de violência doméstica e sexual:

– organizar redes integradas de atenção às


mulheres em situação de violência sexual e
doméstica;
– articular a atenção à mulher em situação de
violência com ações de prevenção de DST/aids;
– promover ações preventivas em relação à
violência doméstica e sexual.

16
PNAISM - Objetivos Específicos

o Promover, conjuntamente com o PN-


DST/AIDS, a prevenção e o controle das
doenças sexualmente transmissíveis e da
infecção pelo HIV/aids na população feminina:

– prevenir as DST e a infecção pelo


HIV/aids entre mulheres;
– ampliar e qualificar a atenção à saúde
das mulheres vivendo com HIV e aids.

17
PNAISM - Objetivos Específicos

o Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina:

– organizar em municípios pólos de microrregiões redes


de referência e contrarreferência para o diagnóstico e o
tratamento de câncer de colo uterino e de mama;
– garantir o cumprimento da Lei Federal que prevê a
cirurgia de reconstrução mamária nas mulheres que
realizaram mastectomia;
– oferecer o teste anti-HIV e de sífilis para as mulheres
incluídas no Programa Viva Mulher, especialmente
aquelas com diagnóstico de DST, HPV e/ou lesões
intraepiteliais de alto grau/ câncer invasor.

18
PNAISM - Objetivos Específicos

o Implantar um modelo de atenção à saúde mental das


mulheres sob o enfoque de gênero:

– melhorar a informação sobre as mulheres


portadoras de transtornos mentais no SUS;
– qualificar a atenção à saúde mental das
mulheres;
– incluir o enfoque de gênero e de raça na atenção
às mulheres portadoras de transtornos mentais e
promover a integração com setores não-
governamentais, fomentando sua participação nas
definições da política de atenção às mulheres
portadoras de transtornos mentais.
19
PNAISM - Objetivos Específicos

o Implantar e implementar a atenção


à saúde da mulher no climatério:

– ampliar o acesso e qualificar


a atenção às mulheres no
climatério na rede SUS.

20
PNAISM - Objetivos Específicos

o Promover a atenção à saúde da mulher na


terceira idade:

– incluir a abordagem às especificidades


da atenção a saúde da mulher na Política
de Atenção à Saúde do Idoso no SUS;
– incentivar a incorporação do enfoque
de gênero na Atenção à Saúde do Idoso
no SUS.

21
PNAISM - Objetivos Específicos

o Promover a atenção à saúde da mulher negra:

– melhorar o registro e produção de dados;


– capacitar profissionais de saúde;
– implantar o Programa de Anemia Falciforme (PAF/MS),
dando ênfase às especificidades das mulheres em idade
fértil e no ciclo gravídico-puerperal;
– incluir e consolidar o recorte racial/étnico nas ações
de saúde da mulher, no âmbito do SUS;
– estimular e fortalecer a interlocução das áreas de
saúde da mulher das SES e SMS com os movimentos e
entidades relacionados à saúde da população negra.

22
PNAISM - Objetivos Específicos

o Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do


campo e da cidade:

– implementar ações de vigilância e atenção à


saúde da trabalhadora da cidade e do campo,
do setor formal e informal;
– introduzir nas políticas de saúde e nos
movimentos sociais a noção de direitos das
mulheres trabalhadoras relacionados à saúde.

23
PNAISM - Objetivos Específicos

o Fortalecer a participação e o controle social na


definição e implementação das políticas de atenção
integral à saúde das mulheres:

– promover a integração com o movimento


de mulheres feministas no aperfeiçoamento
da política de atenção integral à saúde da
mulher.

24
PNAISM - Diretrizes

o O Sistema Único de Saúde deve estar orientado e capacitado para a


atenção integral à saúde da mulher, contemplando a promoção da
saúde, as necessidades de saúde da população feminina, o controle
de patologias mais prevalentes nesse grupo e a garantia do direito à
saúde;

o A Política de Atenção à Saúde da Mulher deverá atingir as mulheres


em todos os ciclos de vida, resguardadas as especificidades das
diferentes faixas etárias e dos distintos grupos populacionais
(mulheres negras, indígenas, residentes em áreas urbanas e rurais,
residentes em locais de difícil acesso, em situação de risco,
presidiárias, de orientação homossexual, com deficiência, dentre
outras).

25
PNAISM - Diretrizes
o A elaboração, a execução e a avaliação das políticas de saúde da mulher
deverão nortear-se pela perspectiva de gênero, de raça e de etnia, e pela
ampliação do enfoque, rompendo-se as fronteiras da saúde sexual e da
saúde reprodutiva, para alcançar todos os aspectos da saúde da mulher.

o A gestão da Política de Atenção à Saúde deverá estabelecer uma dinâmica


inclusiva, para atender às demandas emergentes ou demandas antigas,
em todos os níveis assistenciais.

o As políticas de saúde da mulher deverão ser compreendidas em sua


dimensão mais ampla, objetivando a criação e ampliação das condições
necessárias ao exercício dos direitos da mulher, seja no âmbito do SUS,
seja na atuação em parceria do setor Saúde com outros setores
governamentais, com destaque para a segurança, a justiça, trabalho,
previdência social e educação.

26
PNAISM - Diretrizes
o A atenção integral à saúde da mulher refere-se ao conjunto de ações de
promoção, proteção, assistência e recuperação da saúde, executadas nos
diferentes níveis de atenção à saúde (da básica à alta complexidade);

o O SUS deverá garantir o acesso das mulheres a todos os níveis de atenção à


saúde, no contexto da descentralização, hierarquização e integração das
ações e serviços. Sendo responsabilidade dos três níveis gestores, de
acordo com as competências de cada um, garantir as condições para a
execução da PNAISM;

o A atenção integral à saúde da mulher compreende o atendimento à


mulher a partir de uma percepção ampliada de seu contexto de vida, do
momento em que apresenta determinada demanda, assim como de sua
singularidade e de suas condições enquanto sujeito capaz e responsável
por suas escolhas.

27
PNAISM - Diretrizes

o A atenção integral à saúde da mulher implica, para os


prestadores de serviço, no estabelecimento de relações com
pessoas singulares, seja por razões econômicas, culturais,
religiosas, raciais, de diferentes orientações sexuais, etc. O
atendimento deverá nortear-se pelo respeito a todas as
diferenças, sem discriminação de qualquer espécie e sem
imposição de valores e crenças pessoais. Esse enfoque deverá
ser incorporado aos processos de sensibilização e capacitação
para humanização das práticas em saúde.

28
PNAISM - Diretrizes

o As práticas em saúde deverão nortear-se pelo princípio da


humanização, aqui compreendido como atitudes e comportamentos
do profissional de saúde que contribuam para reforçar o caráter da
atenção à saúde como direito, que melhorem o grau de informação
das mulheres em relação ao seu corpo e suas condições de saúde,
ampliando sua capacidade de fazer escolhas adequadas ao seu
contexto e momento de vida; que promovam o acolhimento das
demandas conhecidas ou não pelas equipes de saúde; que busquem
o uso de tecnologia apropriada a cada caso e que demonstrem o
interesse em resolver problemas e diminuir o sofrimento associado
ao processo de adoecimento e morte da clientela e seus familiares.

29
PNAISM - Diretrizes

o No processo de elaboração, execução e avaliação das Política de


Atenção à Saúde da Mulher deverá ser estimulada e apoiada a
participação da sociedade civil organizada, em particular do
movimento de mulheres, pelo reconhecimento de sua contribuição
técnica e política no campo dos direitos e da saúde da mulher.

o Compreende-se que a participação da sociedade civil na


implementação das ações de saúde da mulher, no âmbito federal,
estadual e municipal requer – cabendo, portanto, às instâncias
gestoras – melhorar e qualificar os mecanismos de repasse de
informações sobre as políticas de saúde da mulher e sobre os
instrumentos de gestão e regulação do SUS.

30
PNAISM - Diretrizes

o No âmbito do setor Saúde, a execução de ações será pactuada


entre todos os níveis hierárquicos, visando a uma atuação mais
abrangente e horizontal, além de permitir o ajuste às diferentes
realidades regionais.

o As ações voltadas à melhoria das condições de vida e saúde das


mulheres deverão ser executadas de forma articulada com
setores governamentais e não-governamentais; condição básica
para a configuração de redes integradas de atenção à saúde e
para a obtenção dos resultados esperados

31
Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde da Mulher – PNAISM

o Aspectos essenciais na execução das ações:

o A humanização e qualidade do atendimento - atenção


humanizada e de boa qualidade com estabelecimento de relações
entre sujeitos, seres semelhantes, ainda que distintos conforme
suas condições sociais, raciais, étnicas, culturais e de gênero” e a
necessidade de considerar as especificidades locais para aplicação
da política; na resolução dos problemas identificados, na
satisfação das usuárias, no fortalecimento da capacidade das
mulheres frente à identificação de suas demandas, no
reconhecimento e reivindicação de seus direitos e na promoção
do autocuidado.
Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde da Mulher – PNAISM

o Atribuições:

o Planejar em conjunto com os centros de saúde e outras unidades


de saúde regionais as atividades do PAISM previstas para a
população alvo de cada abrangência;
o Supervisionar e avaliar as atividades do PAISM nestas unidades;
o Programar e supervisionar a distribuição de medicamentos
básicos e equipamentos de apoio das ações do PAISM;
o Organizar e promover o inter-relacionamento dos profissionais
executores das ações do PAISM;

33
Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde da Mulher – PNAISM

o Atribuições:

o Promover cursos teóricos e práticos de educação continuada, bem


como treinamento em serviço para os profissionais;
o Detectar o número de horas disponíveis e necessários de
profissionais para atingir a cobertura programada;
o Apresentar à coordenação central do PAISM relatório mensal do
programa em sua regional;
o Participar das reuniões do PAISM central para auxiliar na avaliação,
normatização e estabelecimento de diretrizes do programa.

34
Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde da Mulher – PNAISM

o Por fim, a Política Nacional


proposta considera a diversidade
dos 5.561 municípios, dos 26
estados e do Distrito Federal, que
apresentam diferentes níveis de
desenvolvimento e de organização
dos seus sistemas locais de saúde e
tipos de gestão.

35
Rede Cegonha

o É uma estratégia do Ministério da Saúde que visa


implementar uma rede de cuidados para assegurar às
mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério,
bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento
seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis;

o Finalidade - estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil


no País e com implantação gradativa em todo o território nacional,
respeitando o critério epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e
razão mortalidade materna e densidade populacional;

o Operacionalizada pelo SUS, fundamentada nos princípios da


humanização e assistência, onde mulheres, recém-nascidos e crianças
tem direito a:

36
37
Rede Cegonha - Objetivos
O maior objetivo da rede cegonha é reduzir a morbimortalidade
materna e infantil.

38
Rede Cegonha - Diretrizes

39
Rede Cegonha - Princípios
O respeito, a proteção e a realização dos direitos humanos;

O respeito à diversidade cultural, étnica e racial;

A promoção da equidade;

O enfoque de gênero;

A garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de


mulheres, homens, jovens e adolescentes;

A participação e a mobilização social; e

A compatibilização com as atividades das redes de atenção à


saúde materna e infantil em desenvolvimento nos Estados.

40
Rede Cegonha - Componentes

Parto
Pré-natal e
Dentro de cada
Nascimento
componente
desse existem Sistema logístico:
ações específicas. Puerpério e
Transporte
atenção integral à
sanitário e
saúde da criança
Regulação.

41
Pré-Natal
• Pré-natal na UBS, captação precoce da gestante;

• Acolher as intercorrências na gravidez e classificação de risco;

• Acesso ao alto risco em tempo oportuno;

• Realização de novos exames e acesso oportunamente aos mesmos;

• Vinculação da gestante do pré-natal ao local do parto;

• Prevenção e tratamento de DST /HIV e hepatites;

• Deslocamento das gestantes para o parto.

42
Pré-Natal

Dentre os novos
exames para as
gestantes
mediante a Rede
cegonha temos:

43
Pré-Natal

Dosagem de Dosagens de
Contagem de proteínas ureia,
plaquetas (urina 24 creatinina e
Para as horas) ácido úrico
gestantes de
alto risco
ainda serão
incluídos: Ultrassom
Cardiotocografi Eletrocardio-
obstétrico com a anteparto grama
Doppler

44
Parto e Nascimento
• Suficiência de leitos obstétricos e neonatais de acordo com as
necessidades regionais;
• RDC36/2008 – ambiência das maternidades (lugar limpo,
iluminado, bonito e acolhedor)

• Boas práticas ao parto baseada em evidências científicas;

• Garantia de acompanhante durante o acolhimento, trabalho de


parto, parto e pós-parto imediato;
• Realização de acolhimento com classificação de risco nos
serviços de atenção obstétrica e neonatal;
• Estímulo à implementação do Colegiado Gestor das
maternidades voltado para humanização.

45
Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança

46
Sistema Logístico: Transporte Sanitário e
Regulação
• Transporte seguro pelo SAMU cegonha, equipadas com incubadoras e
ventiladores neonatal;

• Vaga sempre- vinculação da gestante ao local do parto;

• Regulação de leitos obstétricos e neonatais.

Palavras chaves:

47
Vídeo

48
Mulher e Enfoque de Gênero

o O gênero se refere às características


socialmente construídas de mulheres e
homens - como normas, papéis e relações
existentes entre eles, que afetam os
resultados de saúde de pessoas com
identidades transexuais e intersexuais;

o As expectativas de gênero variam de uma


cultura para outra e podem mudar ao
longo do tempo;

o É importante reconhecer identidades que


não se encaixam nas categorias binárias de
sexo masculino ou feminino.
49
Mulher e Enfoque de Gênero

o Principais fatos:

o As normas, os papéis e as relações de gênero podem


influenciar os resultados de saúde e afetar a
obtenção da saúde, do bem-estar mental, físico e
social;

o A desigualdade de gênero limita o acesso aos


serviços de saúde de qualidade e contribui para
taxas de morbidade e mortalidade evitáveis em
mulheres e homens ao longo da vida;

50
Mulher e Enfoque de Gênero

o O desenvolvimento de programas de saúde sensíveis às questões de


gênero, apropriadamente implementados são benéficos para homens,
mulheres, meninos e meninas;

o É necessário desagregar dados e conduzir análises de gênero para


identificar diferenças sexuais e de gênero nos riscos e oportunidades de
saúde, além de projetar intervenções apropriadas;

o Abordar a desigualdade de gênero melhora o acesso e os benefícios dos


serviços de saúde.

51
Qual a Diferença entre Sexo e Gênero?

○ Enquanto a maioria das pessoas nascem


biologicamente homem ou mulher, a elas são
ensinados comportamentos apropriados para
homens e mulheres (normas de gênero) -
incluindo como eles devem interagir com outros
do mesmo sexo e do sexo oposto dentro de
famílias, comunidades e locais de trabalho
(relações de gênero), bem como as funções ou
responsabilidades que devem assumir na
sociedade (papéis de gênero).

52
Qual a Diferença entre Sexo e Gênero?

○ Renda, escolaridade, idade, etnia, orientação sexual e local de


residência são determinantes importantes para a saúde, que cruzados
com a desigualdade de gênero, podem agravar a experiência da
discriminação, dos riscos à saúde e da falta de acesso aos recursos
necessários para alcançar a saúde;

○ As diferenças entre mulheres e homens definidas socialmente não


constituem um problema, salvo quando limitam as oportunidades ou
os recursos necessários para resultados de saúde e, provocam
discriminação e desigualdades que podem ter consequências
negativas para a saúde.

53
Qual a Diferença entre Sexo e Gênero?

○ Quando os indivíduos não se encaixam nas normas, relações ou papéis


de gênero estabelecidos, frequentemente enfrentam estigma, práticas
discriminatórias ou exclusão social - todos com impactos negativos
para a saúde.

○ As normas de gênero influenciam o acesso e o controle sobre os


recursos necessários para atingir a saúde ideal, incluindo: Econômicos
(renda, crédito); Sociais (redes sociais); Políticos (liderança,
participação); Informação e educação (alfabetização em saúde,
acadêmica); Vinculados ao tempo (acesso aos serviços de saúde); De
caráter interno (autoconfiança/autoestima).

54
Qual a Diferença entre Sexo e Gênero?

○ As normas, papéis e relações de gênero resultam em diferenças entre


homens e mulheres em: Exposição a fatores de risco ou
vulnerabilidade; Investimento doméstico em nutrição, cuidados e
educação; Acesso e utilização dos serviços de saúde; Experiências em
contextos de cuidados de saúde; e Impactos sociais em problemas de
saúde;

○ A vulnerabilidade feminina, decorre principalmente dos fatores


relacionados aos papéis sociais de gênero, como a sobrecarga da
dupla jornada de trabalho; sobressaindo sobre as causas biológicas;
mesmo assim apresentam uma expectativa de vida mais alta;

55
Mulher e Enfoque de Gênero

o É possível comprovar que as doenças/causas de


mortes afetam mais as mulheres, não pela condição
biológica, mas pela discriminação que as tornam
vulneráveis;

o A igualdade de gênero na saúde significa que as


mulheres e os homens têm as mesmas condições e
oportunidades para realizar plenamente seus
direitos e potencial para serem saudáveis, além de
contribuírem para o desenvolvimento da saúde e se
beneficiarem de seus resultados. A consecução da
igualdade de gênero na saúde muitas vezes requer
medidas específicas para mitigar os obstáculos.

56
Mulher e Enfoque de Gênero

o Pressupõe então um olhar mais cuidadoso


para as questões afetivas, espirituais, políticas
e socioculturais que atravessam o sujeito, e
por conseguinte interferem em sua saúde,
escapando assim da lógica biologicista;

o As mulheres, além do autocuidado, portam o


papel de assegurar os cuidados à família;
portanto, possuem uma maior presença e
procura pelos serviços de saúde;

57
Mulher e Enfoque de Gênero

o Uma estratégia da OMS para integrar análises e ações de gênero no


ambiente de trabalho foi adotada pela 60ª Assembleia Mundial da
Saúde em maio de 2007 (WHA60.25).

o Em 2015, entrou em vigor o roteiro para a ação sobre gênero, equidade


e direitos humanos 2014-2019 da OMS: integração da equidade,
gênero, direitos humanos e determinantes sociais no trabalho.

o Trata-se de um plano quinquenal destinado a traçar um enfoque


integrado para que os distintos programas da Organização abordem as
questões de gênero e melhorem a igualdade de direitos.

58
Mulher e Enfoque de Gênero
o Todo o Secretariado da OMS são responsáveis pela implementação da
Estratégia de Gênero da OMS, que inclui:

o Assegurar capacidades para análise e planos de gênero;


o Incorporar questões de gênero nas funções institucionais, como
por exemplo, nas atividades de planejamento, orçamento,
monitoramento e avaliação da gestão baseada em resultados;
o Desagregação de dados e realização de análises de gênero;
o Estabelecimento da responsabilidade pela integração da
perspectiva de gênero.

59
Mulher e Enfoque de Gênero

o A OMS também desenvolveu ferramentas para garantir a consideração


sistemática de gênero na concepção, implementação e avaliação de
políticas e programas de saúde, que incluem:

o Matriz de Análise de Gênero e Perguntas Relativas à Análise de


Gênero;

o Escala de Avaliação Sensível às Questões de Gênero e Ferramenta de


Análise de Gênero;

o Lista de verificação dos planos e programas de saúde relacionados


às questões de gênero.

60
“Um ladrão rouba um tesouro, mas não
furta a inteligência. Uma crise destrói
um herança, mas não uma profissão.
Não importa se você não tem dinheiro,
você é uma pessoa rica, pois possui o
maior de todos os capitais: a sua
inteligência. Invista nela.”
Estude!
Augusto Cury

Você também pode gostar