Relatório de Estágio - Neves

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FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHA

CURSO TÉCNICO DE ELETRÔNICA

MURILO HENRIQUE NEVES

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

São Leopoldo
2021
MURILO HENRIQUE NEVES

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

Documento apresentado à Comissão


Avaliadora de Estágio (CAE) do Curso
Técnico de Eletrônica, a fim de
aprovação do estágio para a conclusão
do curso.

São Leopoldo, outubro de 2021.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................3
2. A EMPRESA....................................................................................................4
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS....................................................................5
3.1. Metodologias ágeis...........................................................................5
3.2. GitHub................................................................................................6
3.3. Processo de testes manuais e abertura de bugs............................8
3.4. Testes funcionais automatizados..................................................10
4. ANÁLISE DO AMBIENTE DE TRABALHO...................................................13
5. CONCLUSÃO............................................................................................... 14
6. BIBLIOGRAFIA............................................................................................. 15
1. INTRODUÇÃO

O documento a seguir tem como objetivo apresentar as experiências


vivenciadas durante o período de estágio na empresa GVdasa Inteligência
Educacional, localizada em São Leopoldo, no polo tecnológico da Unisinos, na
área de testes de software e análise de qualidade, supervisionada pelo head do
time do produto GVcentris Felipe Teixeira de Cidade Moura.
Ao longo deste trabalho serão apresentadas as informações sobre a
empresa, a descrição detalhada das atividades desenvolvidas e ferramentas
utilizadas, além de uma análise do ambiente local de trabalho e do convívio com
os colegas, os desafios enfrentados e o cotidiano vivenciado no estágio durante
esse período de 17 de maio até 20 de outubro.
No final do documento será possível encontrar as considerações finais
sobre o curso, a empresa e sobre as experiências e conhecimentos adquiridos
tanto no período do estágio quanto nos 4 anos em que passei estudando e
aprendendo no Curso Técnico de Eletrônica na Fundação Liberato Salzano
Vieira da Cunha.
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2. A EMPRESA

Sendo a melhor colocada no ranking de Melhores Empresas para


Trabalhar da Revista Amanhã, a GVdasa Inteligência Educacional atua na área
de TI, desenvolvendo produtos voltados ao aprimoramento do desempenho da
educação. Fundada em 1987, tendo completado 34 anos em 2021, a empresa
já conta com mais de 900 instituições de ensino de todo o Brasil como clientes,
incluindo o Centro Universitário La Salle, a Rede Marista, a Unidade Central de
Educação Faem Faculdade (UCEFF), além, claro, da Fundação Escola Técnica
Liberato Salzano Vieira da Cunha.
Seus produtos consistem em softwares, tanto para web quanto para
dispositivos mobile, que facilitam a gestão educacional, sendo um deles o
GVcentris, cujo foco são instituições de ensino superior. O back-end da aplicação
foi desenvolvido em C#, utilizando o framework .NET 5.0, enquanto o front-end,
utiliza o framework ExtJs na linguagem JavaScript. Além do GVcentris, a
empresa conta com vários outros produtos, como por exemplo o GVcollege,
focado nas instituições de ensino básico, o GVpay, que atua na parte financeira,
o GVmobile, a versão mobile dos softwares de gestão educacional, entre muitos
outros.
A GVdasa é formada por diversos times que compõem as equipes de
desenvolvimento dos produtos, além dos setores de suporte ao cliente,
marketing, DHO, entre outros. Como exemplo, a equipe do GVcentris, liderada
pelo head Felipe Teixeira de Cidade Moura, é composta pelos times ACD, que
cuida da parte acadêmica (matrículas, inscrições, cadastro de cursos e
disciplinas), o FIN, atuando na área financeira do produto, o TECH, cuidando da
infraestrutura da aplicação e o time responsável pela contabilidade, o CTB.
Atualmente a empresa está localizada no polo tecnológico da Unisinos, em São
Leopoldo, Rio Grande do Sul.
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3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante esses 5 meses e 3 dias em que realizei o estágio obrigatório para


concluir o curso, desempenhei a função de tester de software na equipe do
produto GVcentris, realizando testes manuais nas funcionalidades do sistema
em busca de bugs e falhas na aplicação, além de desenvolver testes funcionais
automatizados em C#, baseados em cenários escritos na linguagem Gherkin.
Inicialmente, recebi uma série de treinamentos a fim de compreender o processo
de testes e me integrar na rotina de trabalho do time, sendo instruído pelos
colegas do curso de eletrônica Luís Fernando da Silveira e Eduardo Lopes da
Rocha.

3.1. Metodologias ágeis

Na GVdasa é utilizado um conjunto de práticas eficazes destinadas a


melhorar a qualidade dos produtos e tornar suas entregas mais rápidas
conhecidas como metodologias ágeis. Diferente da metodologia tradicional, o
processo de desenvolvimento está sempre alinhado com todos os membros do
time, mantendo, também, um constante contato com o cliente a fim de atender
suas necessidades.
Uma dessas práticas, que é a mais utilizada, é a do quadro Kanban. Neste
quadro ficam à disposição todas as tarefas a serem realizadas, organizadas em
colunas, onde cada coluna é uma etapa do processo do desenvolvimento.
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Cada equipe possui seu próprio board, podendo nomear as colunas do


modo que preferir, mas sempre mantendo o padrão. O fluxo do quadro inicia do
lado esquerdo, na coluna de Análise, onde os Product Owners (PO) fazem uma
análise da tarefa a ser desenvolvida, documentando de uma maneira que seja
compreensível por todos do time os requisitos solicitados pelo cliente. Em
seguida é passada para a coluna de Refinamento, onde a equipe realiza uma
reunião para discutir sobre a demanda, obter as opiniões e ideias de todos e
pensar sobre os possíveis cenários de teste. Finalizada a reunião, o card é
passado para a coluna de Cenários de teste, onde os testadores irão escrever
os cenários de testes automatizados, tanto funcionais quanto de integração.
Feito isso, a tarefa chega nas mãos dos desenvolvedores, sendo
mantidas na coluna Desenvolvimento até serem finalizadas. Na coluna Aceite
os POs realizam testes prévios a fim de verificar se as necessidades do cliente
foram atendidas. Caso haja alguma discrepância, a demanda volta para o
desenvolvedor corrigir. Tendo sido aprovada na etapa de aceite, a tarefa é
passada para os testadores na coluna Teste, onde eles realizam testes manuais
mais aprofundados a procura de bugs e falhas. Estando tudo de acordo, os
testadores começam a desenvolver os testes automatizados baseados nos
cenários escritos anteriormente. Durante esse processo, a demanda fica na
coluna de Automação. Com tudo finalizado, a tarefa vai para a coluna de
Liberação, onde a branch na qual a tarefa foi desenvolvida será inserida no
código principal do produto.
Todos os dias, às 09:00, cada equipe se reúne com o seu time para a
Daily, uma reunião onde é feita uma leitura do board e cada membro fala sobre
o andamento da tarefa designada no seu nome.

3.2. GitHub

A fim de evitar erros desnecessários no software, a empresa utiliza o


sistema de versionamento do código fonte, o Git. Caso seja necessário realizar
alguma alteração, corrigir um bug ou desenvolver uma nova funcionalidade, é
criada uma ramificação (branch) do código principal (main ou master), para que,
após desenvolvida, ela seja testada separadamente, a modo de garantir que não
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haja problemas após realizar a fundição (merge) da branch contendo as


alterações feitas com o main.

O GitHub é a plataforma que utilizamos para gerar essas novas branches


e consultar as outras versões do código. Com isso, é possível verificar, quando
há algum erro no sistema, qual alteração foi feita, por quem e quando, mantendo
o processo de desenvolvimento organizado.
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3.3. Processo de testes manuais e abertura de bugs

A principal função de um testador de software é a execução de testes


manuais no sistema, cujo objetivo é reproduzir ações incomuns que o usuário
poderia realizar com o intuito de encontrar bugs e falhas. Muitas vezes esses
pontos passam despercebidos pelos desenvolvedores e, caso não fossem
tratados, poderiam chegar nas mãos do cliente. Por isso o papel do tester é tão
importante.
O processo começa quando a demanda chega à coluna de teste. Os
testes são baseados nas User Stories (US), uma documentação detalhada da
funcionalidade que será testada, contendo todas as regras de funcionamento.
Segue um exemplo de US para a rotina de “Disciplina mestre”:
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Um exemplo de teste a ser feito para a situação a cima é tentar cadastrar


uma nova disciplina mestre sem preencher o campo “Descrição” e verificar o
comportamento do sistema, uma vez que, segundo a US da funcionalidade, o
campo é considerado obrigatório para concluir o cadastro. Outra ferramenta
bastante utilizada é o SQL Server Management Studio, onde, através de
consultas em SQL nos bancos de dados, é possível verificar se os registros estão
sendo efetuados com sucesso.
Caso seja encontrado algum problema, é necessário reportar um bug.
Para isso é criado um card novo no board do time com os detalhes do problema
e o passo a passo para reproduzir o erro, tornando mais fácil e rápido de o
desenvolvedor que for realizar a correção encontrar onde está ocorrendo o
defeito.
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3.4. Testes funcionais automatizados

Além dos testes manuais, os testadores também são responsáveis por


desenvolver testes funcionais automatizados. Esses testes utilizam as
ferramentas de automação para navegadores Selenium WebDriver e SpecFlow,
capaz de simular a interação do usuário com o sistema.
O processo começa quando a demanda chega na coluna de cenários de
teste no board. Um testador realiza uma análise da documentação da
funcionalidade em busca dos possíveis casos de teste, registrando-os em uma
planilha. Feito isso é criada uma nova branch a partir do main, onde, nela, serão
escritos detalhadamente o passo a passo para reproduzir os cenários em um
arquivo .feature, utilizando a linguagem Gherkin, um dos principais elementos
quando se trata de Behavior-Driven Development (BDD) em automação de
testes. A IDE utilizada para isso é o Microsoft Visual Studio 2019.
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No topo do arquivo ficam os dados de identificação, como o nome do


arquivo, o local onde está armazenado e um breve resumo da funcionalidade
seguindo o padrão Sendo, Posso e Para.
Os cenários também possuem um padrão de escrita. Cada um deles deve
possuir um título, uma tag informando o time a qual a funcionalidade está
relacionada e uma tag informando a prioridade do teste. Essas tags servem para
filtrar os testes no servidor. Os cenários que possuem a tag “Diário” são de
prioridade alta e são executados todos os dias, enquanto os que possuem a tag
“FinalDeSemana”, que possuem prioridade menor, são executados apenas no
fim de semana. Essa prioridade é definida na reunião de refinamento.
A estrutura dos cenários de testes funciona como um roteiro, escrito
sempre no tempo verbal presente do indicativo, e utilizando o padrão Dado,
Quando e Então. Exemplo:

Dado que o usuário acessa o site da instituição


Quando preenche os campos de usuário e senha
E clica no botão confirmar
Então o usuário realiza o login no portal da instituição

Finalizada a escrita dos cenários, o testador cria um Pull Request (PR)


para que os seus cenários sejam avaliados pelos outros testadores, caso haja
algo que esteja fora dos padrões ou que possa ser melhorado, além de preparar
a massa de dados que será utilizada nos testes. Quando for aprovado, o testador
finaliza o PR, realiza o merge com o main e passa a tarefa para os
desenvolvedores.
Após a funcionalidade ser desenvolvida, aprovada na etapa de aceite e
testada manualmente, chega o momento onde o testador que escreveu os
cenários anteriormente irá implementar a automação dos testes, desenvolvendo
em linguagem C# os métodos que serão responsáveis por executar as funções
dos cenários. Cada linha distinta do cenário será um método, que poderão ser
utilizadas nos outros casos de teste também.
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Finalizada a automação, o testador configura o ambiente onde os testes


irão rodar e os executa para verificar se não há erros na implementação. Caso
todos os testes executem com sucesso, o tester cria novamente um Pull Request
para inserir esses cenários de testes automatizados no projeto principal, onde
eles serão executados e monitorados no servidor conforme as tags de prioridade.
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4. ANÁLISE DO AMBIENTE DE TRABALHO

O estágio obrigatório com certeza é algo que causa uma certa ansiedade
aos alunos que estão finalizando o quarto ano, pois ninguém sabe como vai ser,
onde vai ser, se será fácil de se adaptar e alinhar com a rotina de trabalho dos
demais, e por aí vai. Porém não foi isso que senti ao entrar na GVdasa
Inteligência Educacional.
Desde o primeiro dia na empresa nova, fui muito bem recebido por todos
os colegas, tanto da equipe em que iria trabalhar quanto dos outros times. É
possível perceber um forte espírito de equipe lá dentro, pois todos são muito
simpáticos, amigáveis e sempre dispostos a te ajudar quando há um problema
ou dúvida, por menor que seja, ou até mesmo para conversar sobre qualquer
assunto, incluindo os gestores, excluindo totalmente o estereótipo de chefe chato
e implicante. Todos esses aspectos tornam o ambiente de trabalho muito mais
confortável e melhoram o desempenho do funcionário.
Quanto ao ambiente local de trabalho, devido a pandemia da COVID-19,
a empresa optou por adotar o home office. Com o auxílio da plataforma Microsoft
Teams conseguimos manter uma comunicação rápida entre os colegas, marcar
reuniões e eventos e organizar nossas agendas, além dos serviços de VPN,
onde podemos estabelecer uma conexão remota com os computadores e
servidores presentes na sede da empresa.
Durante todo esse período, precisei comparecer apenas uma vez à
empresa física para retirar um documento e, naquele momento, estavam de
mudança. Porém, segundo alguns relatos de colegas e até mesmo o que foi
apresentado em eventos internos, a GVdasa aparenta ter um ambiente
totalmente organizado e aconchegante, com diversas salas, uma para cada time
e setor, contato com a natureza, refeitório e locais de descanso e foco, caso
alguém precise aliviar a tensão do dia-a-dia.
A preocupação com o funcionário, a garantia de segurança, transparência
e confiança, além de um ambiente de trabalho acolhedor, tudo isso, faz da
GVdasa uma empresa excelente e tão reconhecida nacionalmente.
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5. CONCLUSÃO

Durante todo o curso técnico, os alunos têm a oportunidade de


experimentar um pouco do que esperar em suas carreiras profissionais, devido
ao forte contato com a teoria e a grande quantidade de atividades práticas. Mas
é realmente no estágio em que essa experiência se torna algo grande. É
extremamente gratificante poder exercer uma função dentro da empresa
tranquilamente, utilizando os conhecimentos adquiridos ao longo desses 4 anos
e poder aprender ainda mais a cada dia.
Estas 720 horas, além de concluírem meu curso técnico e ensino médio,
serviram para amadurecer como pessoa e profissional, uma vez que foi
necessário aprender a trabalhar sob pressão, lidar com o stress do dia-a-dia,
melhorar a comunicação, algo que sempre tive uma certa dificuldade, além de
se adaptar a um ambiente completamente novo e pôr em prática o trabalho em
equipe, que tanto se fez presente ao longo do curso. O fato de ter a oportunidade
de trabalhar ao lado de ex-colegas de curso tornou a situação ainda mais
tranquila, sabendo que haveria pessoas conhecidas totalmente dispostas a
ajudar em qualquer dificuldade.
Com toda certeza, um dos melhores aspectos do estágio obrigatório são
as infinitas portas que se abrem, mostrando diversos caminhos a se seguir na
vida acadêmica e profissional, dando um norte do que cursar no ensino superior
e estabelecer metas para a carreira de trabalho. Tenho muito a agradecer a
todos os professores e auxiliares pela ótima qualidade de ensino e apoio
fornecidos no Curso Técnico de Eletrônica, além do carinho dos colegas e
amigos que trilharam essa jornada ao meu lado.
Concluindo, tenho orgulho em afirmar que meu estágio na empresa
GVdasa Inteligência Educacional foi de extrema importância para minha vida
profissional e pessoal, me proporcionando experiências e oportunidades que
levarei para a vida inteira e contribuindo para minha evolução como técnico em
eletrônica.
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6. BIBLIOGRAFIA

BELTRAME, Carmem Bica et al. Manual para elaboração de trabalhos


científicos. Novo Hamburgo: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano
Vieira da Cunha, 2015. Disponível em:
<http://www.liberato.com.br/sites/default/files/arquivos/SUPE/Alunos/manual_rel
atorios_cientificos_atualizado_em_05_03_2015_vf.pd> Acesso em out. 2021.

SUPERVISÃO DE ESTÁGIOS – SUPE. Manual do estagiário 2020. Novo


Hamburgo: Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, 2020.
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FOLHA DE ASSINATURAS

MURILO HENRIQUE NEVES

FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA SALZANO VIEIRA DA CUNHA


CURSO TÉCNICO DE ELETRÔNICA

São Leopoldo, novembro de 2021.

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Estagiário – Murilo Henrique Neves

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Felipe Teixeira de Cidade Moura
Supervisor de estágio

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