CONT GERAL I - Constituição - de - Empresas

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CONTABILIDADE

GERAL I
1. CONSTITUIÇÃO DE EMPRESA

1.1 – Constituição de empresa.


1.1.1 – Formalidades Legais para a constituição de uma empresa
1.1.2 – As Sociedades por Quotas e as Sociedades Anónimas
1.2 – Subscrição e Realização
1. 1 – CONSTITUIÇÃO DE EMPRESA.
A constituição de uma empresa obedece as seguintes fases:

a) Condições prévias. Deve ter:


• Uma ideia sólida do que quer fazer,
• Um bom conhecimento do mercado,
• Qualidades pessoais ajustadas às características dos pequenos negócios.
b) Desenvolvimento da ideia. Ter noção clara quanto:
• ao produto,
• ao mercado,
• à tecnologia e equipamentos,
• às instalações,
• ao pessoal,
• à forma jurídica: empresa individual ou sociedade?
• Ao dinheiro que é preciso e como obtê-lo.
1. 1 – CONSTITUIÇÃO DE EMPRESA.
c) Elaboração do projecto. O que é que dizem os números?
• O negócio é realmente viável?
• É lucrativo?
• Podem ser obtidos os financiamentos necessários? Em que condições?
• Existe capacidade para transpor eventuais dificuldades financeiras,
próprias da fase de arranque?

d) Constituição legal da empresa.


Para iniciar o seu negócio, o empresário terá de dar os passos necessários à
sua legalização. Esses passos são os seguintes:
• Escolher o tipo de sociedade a constituir;
• Identificar a firma;
• Elaborar os estatutos que a vão reger;
• Realizar um depósito bancário para efectivação das entradas mínimas
estabelecidas por lei;
1. 1 – CONSTITUIÇÃO DE EMPRESA.

• Formalizar por escritura pública a constituição da sociedade;


• Publicá-la no Diário da República e em, pelo menos, dois
jornais de grande tiragem;
• Declarar o Início de Actividade junto da Administração Geral Tributária (AGT);
• Obter o Número de Identificação Fiscal (NIF);
• Registar a Sociedade na Conservatória do Registo Civil;
• Inscrever-se na Direcção Nacional do Comércio, indicando o objectivo da
actividade e a identificação dos gestores;
• Inscrever-se no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS);
• Legalizar os livros obrigatórios.
1.1 – CONSTITUIÇÃO DE EMPRESA.
e) Implementação do projecto (empresa)/ início de actividade.

Já elaborou o projecto agora tem de arrancar com a


actividade. Nesta etapa deverão ser observados os
seguintes pressupostos:
• Obter os recursos financeiros necessários.
• Contratar pessoal adequado e dar-lhe formação.
• Alugar ou construir as instalações.
• Adquirir os equipamentos necessários.
• Definir claramente a estrutura organizacional, as funções e os níveis
de responsabilidade.
• Implementar acções de formação.
• Adquirir outros bens e serviços necessários ao inicio da activdade:
matérias- primas, ...
1.1.1 FORMALIDADES LEGAIS PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA
Como sabemos a empresa no momento da sua criação poderá revestir diferentes formas
jurídicas. Os proponentes da empresa a criar deverão optar pela forma jurídica que mais
se adequa ao negócio a desenvolver e aos interesses dos detentores do capital.
O Guiché Único da Empresa (GUE) é o órgão responsável pela criação da empresa em Angola
e segundo este órgão as formalidades legais para a constituição de uma empresa são:

Comerciante em Nome Individual.


• 4 cópias do Bilhete de Identidades;
• Cópia do Número de Contribuinte (NIF).
• Pagar o valor de Kz: 9.500,00 ao GUE.
• Pagar o valor de Kz: 21.380,00 à Conservatória do Registo Comercial
• Se o comerciante quiser publicar a sua constituição deverá pagar mais Kz: 6.600,00
para a Conservatória do Registo Comercial, e Kz: 14.875,00 para imprensa Nacional, e
total será de Kz: 42.855,00
Sócios pessoas individuais:
• Bilhete de identidade, passaporte com visto válido (para estrangeiros) ou passaporte e
autorização de residência (estrangeiros residentes) e 3 cópias dos mesmos.
• Cópia do Número de Identificação fiscal (NIF).
1.1.1 FORMALIDADES LEGAIS PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA.

Sócios pessoas colectivas


• Certidão de registo comercial actualizada (e 3 cópias).
• Cópia do NIF.
• Acta deliberativa ou decisão da gerência ou administração a autorizar a constituição
da sociedade (original e 1 cópia).

Sociedades por quotas (com um ou mais sócios).


• Pagar ao GUE o valor de kz: 11.000,00
• Pagar a Imprensa Nacional o valor de Kz: 1.000,00
• Sociedade Anónima (com um ou mais sócios)
• Pagar ao GUE o valor de kz: 41.000,00
• Pagar a Imprensa Nacional o valor de Kz: 1.000,00

Sociedade Anónima (com um ou mais sócios)


• Pagar ao GUE o valor de kz: 41.000,00
• Pagar a Imprensa Nacional o valor de Kz: 1.000,00
1.1.2 AS SOCIEDADES POR QUOTAS E AS SOCIEDADES ANÓNIMAS
Sociedades por Quotas.
O enquadramento das Sociedades por Quotas está previsto no artigo 217.º da LSC. Neste tipo de
sociedade, o capital está dividido em quotas e os sócios são solidariamente responsáveis por todas
as entradas convencionadas no contrato da sociedade. Pelas dívidas contraídas em nome da
sociedade responde apenas o património da sociedade, exceto nos casos previstos no contrato da
sociedade. É o tipo de sociedade que existe mais em Angola e está associado a empresas de
pequena e média dimensão, ou seja, as sociedades por quotas estão mais ligadas as pequenas e
médias empresas.
Parâmetro Sociedade por Quotas
Deve especificar: a) o valor de cada quota e a identificação do respectivo titular; b) o valor das entradas que
Contrato Social cada sócio realizou, etc.
Os sócios são solidariamente responsáveis pelas entradas convencionadas no contrato da sociedade. Pelas
Responsabilidade partes contraídas em nome da sociedade responde apenas o patrimonio social.
Composta, com ou sem sigla, pelo nome ou firma de todos, algum ou alguns sócios, ou por uma denominação
Firma particular ou ainda pela reunião desses dois elementos, concluindo, em qualquer caso, com a palavra
“Limitada” ou pela abreviatura “Lda”.
Não inferior ao valor correspondente, em moeda nacional, equivalente a 1.000,00 dólares americanos (USD),
Capital sempre actualizado de acordo com a flutaução da mesma, não podendo o capital serreduzido a importância
inferior. O valor nominal de cada quota não poderá ser inferior a 100,00 USD, salvo quando a lei permitir.
Obrigações Podem ser definidas no contrato da sociedade, impostas a algum ou alguns sócios, desde que sejam definidas
Acessórias e as suas condições, nomeadamente quanto à sua natureza gratuita ou onerosa. As prestações suplementares,
Prestações sempre de carácter limitado, têm por objecto uma quantia em dinheiro e não vencem juros.
Suplementares
Números de Sócios Não inferior a dois (artigo 8.º da LSC)
1.1.2 AS SOCIEDADES POR QUOTAS E AS SOCIEDADES
ANÓNIMAS
Seguem-se alguns aspectos práticos que são relevantes no âmbito da constituição e
funcionamento de uma sociedade por quotas:
• Obrigatória a constituição de uma reserva legal, nunca inferior a 30% do capital (artigo
240.º da LSC).
• A sociedade é administrada e representada por um ou mais gerentes, internos ou externos
à sociedade, devendo ser pessoas singulares com plena capacidade jurídica e de agir (artigo
281.º da LSC).
• As sociedades devem submeter à apreciação dos sócios, nos três meses seguintes ao
final de cada exercício, os documentos de prestação de contas (artigo 294.º da LSC)
• É premitida a existência de suprimentos nos termos do artigo 269.º da LSC.

Sociedades Unipessoal por Quotas (SU).


• Em Angola esta figura jurídica é prevista pela Lei n.º 10/12 de 11 de Junho, Lei das
Sociedades Unipessoais.
• Um dos objectivos fundamentais desta figura jurídica é a separação entre o património
comercial e património pessoal.
• Este tipo sociedade é caracterizada por:
• Ter um único sócio, pessoa singular ou colectiva, que é o titular da totalidade do capital social.
1.1.2 AS SOCIEDADES POR QUOTAS E AS SOCIEDADES
ANÓNIMAS
Resultar da concentração na titularidade de um único sócio das quotas de uma sociedade por
quotas, indepentemente da causa da concetração.
Parâmetro Sociedade por Quotas
Titularidade Ùnico sócio, pessoa singular, que é o titular da totalidade do capital social.
Unicidade Uma pessoa singular só pode ser sócia de uma única sociedade unipessoal por quotas. Uma sociedade por
quotas não pode ter como sócio único uma sociedade unipessoal por quotas.
Acto Constitutivo Deve o contrato da sociedade especificar: a) o valor de cada quota e a identificação do respectivo titular; b) o
valor das entradas que cada sócio realizou,; c) o titular é o subscritor do acto constitutivo da sociedade
Formada pela expressão “Sociedade Unipessoal” abreviadamente (SU) ou pela palavra “Unipessoal” antes da
Firma palavra “Limitada” ou abreviatura “Lda”.

Ex. KITOKO SEBA – Comércio Geral e Prestação de Serviços (SU), Lda.


Responsabilidade Só o património social responde para com os credores pelas dívidas da sociedade.

Administração O sócio único exerce as competências das assembleias gerais, podendo, designadamente, nomear gerentes.

Prestação de Contas Aquelas que estiverem previstas nos normativos contabilísticos, em particular no Sistema de Normalização
Contabilística (SNC).
Não inferior ao valor correspondente, em moeda nacional, equivalente a 1.000,00 dólares americanos (USD),
Capital sempre actualizado de acordo com a flutaução da mesma, não podendo o capital serreduzido a importância
inferior. O valor nominal de cada quota não poderá ser inferior a 100,00 USD, salvo quando a lei permitir.
1.1.2 AS SOCIEDADES POR QUOTAS E AS SOCIEDADES ANÓNIMAS
Sociedade Anónima
Numa Sociedade Anónima, o capital social encontra-se dividido em ações, sendo a responsabilidade
de cada acionista (sócio), limitada ao valor das ações que cada um subscreveu. Para efeitos da
constituição da sociedade, terá de estar realizado, pelo menos 30% do capital subscrito (artigo 306.º
da LSC), sendo de três anos o prazo fixado para a realização do remanescente (artigo 316.º da LSC).
Parâmetro Sociedade por Quotas
Deve especificar: a) o valor do capital social; b) o número de ações em que se divide o capital social e o seu
valor nominal; c) as percentagens do capital realizado e os prazos de realização do restante capital subscrito;
Contrato Social d) as categorias de ações criadas e dentro delas o número de ações de cada categoria e os
direitos que a elas correspondem; e) a forma de administração e de fiscalização da sociedade; etc.
Responsabilidade Limitada aos valores das ações subscritas.
Composta, com ou sem sigla, pelo nome de um ou alguns sócios, ou por uma denominação particular ou
Firma ainda pela reunião desses dois elementos. Mas qualquer caso concluirá pela expressão “sociedade
anónima” ou pela abreviatura “S.A.”
O montante mínimo do capital social, expresso em valor nominal em moeda nacional, equivalente ao
Capital contravalor de 20.000,00 USD. O valor nominal de cada ação não pode ser inferior a uma quantia, expressa
em moeda nacional, equivalente a 5,00 USD.
Obrigações Desde que previstas no contrato da sociedade, podem existir obrigações acessórias para todos ou alguns
Acessórias e acionistas desde que sejam especificados os elementos dessa obrigação, nomeadamente a sua natureza
Prestações gratuita ou onerosa.
Suplementares
Números de A Sociedade Anónima não pode ser constituída por um número de sócios inferior a 5 (cinco), salvo
Sócios quando a lei o dispense.
1.2 – SUBSCRIÇÃO E REALIZAÇÃO
A constituição das Sociedades e Empresas individuais dá lugar a movimentos
contabilísticos. Nas Sociedades é possível evidenciar 2 (duas) fases, nomeadamente:
1. A subscrição.
2. A realização.
Na subscrição os sócios/accionistas (subscritores) assume o compromisso de entregar à
sociedade determinados valores para a formação do capital social. Nesta fase existe
apenas a assunção da dívida por parte dos futuros títulares e, contabilisticamente
movimentam-se as seguintes contas:

Débito – 35.1.4.1 Entidades Paticipantes – C/subscrição


Crédito – 51.1 – Capital Social

Pelo pagamento do Capital Subscrito (entradas em dinheiro):

Débito – 43/45 – Banco.../Caixa


Crédito - 35.1.4.1 Entidades Paticipantes – C/subscrição
O eventual saldo devedor da conta 35.1.4.1 – Subscritores de capital, significa que os sócios
ainda não realizaram a totalidade do capital subscrito. A informação sobre a não realização
do capital subscrito deve constar do anexo ao Balanço e a Demonstração de Resultados.
1.2 – SUBSCRIÇÃO E REALIZAÇÃO

Os sócios que para além da entrada em dinheiro realizem a entrada em especie, far-se-á
o lançamento correspondente ao registo destes bens consoante a sua natureza, isto é,
debitando as contas relativa aos bens que constituem valores activos e creditando as que
representam valores passivos. Se, por ventura, um sócio, entregar a sociedade um valor
superior ao que subscreveu, a diferença corresponde a um empréstimo que tal sócio fez a
sociedade, denominado suprimento.
A constituição de uma sociedade implica sempre a ocorrência de despesas que pela sua
natureza e volume não devem ser consideradas como custos de um só período, mas sim
custos a serem repartidos por vários períodos. São os denominados “gastos de instalação
e exploração” e constituem valores imobilizados amortizáveis durante vários exercícios
económicos. A conta referida para o registo destas despesas é a conta 12.4 Despesas de
Constituição – esta rubrica destina-se a registar as despesas iniciais subsequentes
relacionadas com a sua expansão, designadamente as despesas com o aumentto de
capital, estudos e projectos.
O registo da sua ocorrência, será:
Débito – 12.4 - Despesas de Constituição
Crédito – 43/45/35.1.4.1

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