Direito Da Empresa Trabalho Individual - Alterado
Direito Da Empresa Trabalho Individual - Alterado
Direito Da Empresa Trabalho Individual - Alterado
ALBERTO DE SÁ E MELLO
Licenciatura: Gestão
UMA SOCIEDADE
POR QUOTAS
Direito da Empresa
Índice
Introdução ................................................................................. 2
Enquadramento Teórico............................................................... 3
Denominação social ................................................................. 3
Sede ...................................................................................... 3
Objeto .................................................................................... 3
Capital Social .......................................................................... 4
Quotas ou Ações ...................................................................... 4
Prestações Suplementares ........................................................ 5
Distribuição dos lucros ............................................................. 5
Gerência ................................................................................. 5
Órgãos sociais ......................................................................... 6
Assembleia Geral ou órgão deliberativo ............................... 6
Gerência ou órgão responsável pela administração e
representação ...................................................................... 6
Conselho Fiscal ou órgão de fiscalização .............................. 7
Vinculação da sociedade ........................................................... 8
Liquidação e dissolução da sociedade ......................................... 9
Enquadramento Prático ............................................................. 10
Conclusão ................................................................................ 22
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Introdução
Foi-nos pedido a elaboração de um trabalho no âmbito da cadeira
de Direito da Empresa, que tem como principal objetivo a apresentação
e a realização de um contrato de uma sociedade por quotas ou
anónima. Este trabalho terá como principais suportes, o Código da
Legislação Comercial E das Sociedades Comerciais e os decretos-lei
fornecidos pelo docente da cadeira.
O trabalho é composto por uma parte teórica, em que vão ser
referidos vários subtemas e por uma parte prática, onde será
apresentado um contrato de sociedade de uma empresa.
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Enquadramento Teórico
Denominação social
A firma (nome comercial) das sociedades por quotas dever ser
formada com ou sem sigla, pelo nome ou firma de todos ou alguns dos
sócios ou pelo nome fantasia acrescido pelo sufixo limitada ou Lda.
(artigo 200º - Código das Sociedades Comerciais). As sociedades
comerciais são pessoas jurídicas, isto é, têm direitos e obrigações como
qualquer outra pessoa, chamando-se assim, pessoas coletivas.
Sede
A sede de uma empresa constitui o seu domicílio e tem de ser um
local concretamente determinado, não sendo aceitáveis apartadas. A
falta de menção da sede pode originar a declaração de invalidade do
contrato da sociedade, a empresa só pode possuir uma sede, sem
prejuízo nos regulamentos, se for determinado no domicílio particular
para determinados negócios.
Objeto
O objeto social é a atividade económica que os contraentes
acordaram em acrescentar à sociedade e que se encontra regulado no
artigo 11º.
O objeto social é um elemento importante, na determinação da
validade da atuação exterior do órgão de representação e vinculação e
ainda nos resultados a nível interno que poderão originar a violação do
seu âmbito. A violação do objeto social poderá, em certos casos,
significar a dissolução judicial da sociedade (artigos 144º e 145º).
O objeto é a descrição da(s) atividade(s) que a sociedade vai
realizar. O mesmo deverá indicar com exatidão e clareza a(s)
atividade(s) a serem desenvolvidas pelo empresário, não podendo ser
utilizado termos estrangeiros, exceto quando não houver termo
correspondente em português.
O objeto social não poderá ser ilícito, irrealizável, indeterminado ou
indeterminável, ou oposto aos bons costumes, à ordem pública ou à
moral.
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Deste modo, não se pode utilizar na descrição do objeto os
seguintes termos:
• Atividades não especificadas anteriormente;
• Atividades em geral;
• Atividades correlatas;
• Outras atividades;
• Afins;
• Em geral.
Capital Social
O capital social é um número representativo da soma dos valores
nominais das participações sociais ou em espécie para o exercício da
atividade. O capital social inicial das sociedades por quotas deve estar
integralmente realizado em dinheiro ou outros bens.
Anteriormente, o capital social inicial de uma sociedade por quotas
não podia ser inferior a 5.000€, mas hoje em dia é livre, isto é, não
tem valor mínimo (artigo 201º).
Como foi referido anteriormente, o capital social de uma sociedade
por quotas é livre, mas aquele que for estipulado dever estar realizado
integralmente, o mais tardar até ao fim do primeiro exercício (artigo
202º, nº4).
O capital social divide-se em quotas, uma quota por cada sócio, no
instante da constituição sendo que o valor nominal das quotas pode
variar, mas nenhuma pode ter valor inferior a 1€ (um euro). A somas
das diferentes quotas com que os diversos sócios concorrem para a
sociedade, deve ser registada no momento da constituição da
sociedade ou noutro posterior que seja determinado (artigo 219º).
Quotas ou Ações
A transmissão ou cessão de quotas é livre quando é realizada entre
cônjuges, entre ascendentes e descendentes e quando realizada entre
sócios, mas só é eficaz para com a sociedade quando esta se consinta
(artigo 228º, nº2).
Na sociedade, a transmissão de quotas entre vivos deve ser
informada por escrito ou pela mesma identidade, expressa ou
implicitamente (artigo 228º, nº1).
No momento da constituição da sociedade a cada socio apenas fica
a pertencer uma quota, que corresponde à sua entrada (artigo 219º,
nº1)
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Prestações Suplementares
Gerência
A gerência das sociedades por quotas pode ser singular ou plural,
sempre de pessoas singulares, e é nomeada no pacto social ou por
deliberação dos sócios. A gerência é um órgão que administra e
representa a sociedade.
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Órgãos sociais
Um órgão de uma sociedade é um centro institucionalizado de
poderes funcionais a exercer por pessoas com o objetivo de formar e
expandir a vontade da sociedade.
Nas sociedades por quotas, os órgãos sociais são os seguintes
(artigos 248º, 249º, 250º, 251º, 252º e seguintes e artigo 262º,
nº2):
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4. A substituição ou aquisição de participações noutras
sociedades e a sua alienação em oneração.
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proceder à revisão legal de contas, desde que, sejam ultrapassados
dois dos três limites seguintes (artigo 262º, nº2):
Vinculação da sociedade
O órgão que detém os poderes de representação e vinculação é o
órgão de administração. Este órgão, nas sociedades por quotas,
denomina-se gerência (artigo 252º). De acordo com a redação da
norma 9º, nº 1, 1ª parte da Diretiva; “A sociedade é vinculada
relativamente a terceiros pelos atos realizados pelos seus órgãos,
mesmo se estes atos não respeitam ao objeto social dessa sociedade,
a menos que os ditos atos excedam os poderes que a lei atribui ou
permite atribuir a esses órgãos.”
Como disposições legais que regulam o regime jurídico de
vinculação da Sociedade por quotas temos o artigo 260º.
Segundo o disposto no artigo 260º, a sociedade vincula-se através
da atuação do órgão de administração, ou seja, a gerência. O artigo
260º, nº1 ainda acrescenta que “Os atos praticados pelos gerentes,
em nome da sociedade e dentro dos poderes que a lei lhes confere,
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vinculam-na para com terceiros, não obstante as limitações constantes
do contexto social ou resultante da deliberação dos sócios.”
Este preceito refere que a sociedade fica obrigada perante terceiros,
mediante a atuação dos gerentes. No entanto, se a sociedade
conseguir provar que o terceiro sabia ou não podia ignorar os motivos
em que o ato tenha sido executado, pode contrapor limitações de
poderes consequentes do seu objeto social, recorrendo que o ato
praticado não traduzia a real vontade da sociedade e que esta não o
adotou como um ato próprio por deliberação expressa ou tática dos
sócios (artigo 260º).
O artigo 260º dispõe que a sociedade se vincula por atos executados
pelos gerentes dentro dos poderes que a lei lhes concede. O artigo 9º
da Diretiva prevê que a sociedade fica vinculada pelos atos que se
encaixem nos poderes por lei conferidos aos gerentes ou que esta
admite atribuir.
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Enquadramento Prático
Artigo Primeiro
Denominação Social
Artigo Segundo
Duração
1. A sociedade iniciará a sua atividade a 1 de fevereiro de 2022 e
durará por tempo indeterminado.
Artigo Terceiro
Sede
1. A sociedade “GO UP, Lda.” tem a sua sede localizada no Campo
Grande, concelho de Lisboa.
2. O conselho de administração da sociedade pode mudar a sede da
sociedade para outro local do território nacional.
Artigo Quarto
Objeto
1. A sociedade tem como objeto a venda de bebidas energéticas com
produtos naturais típicos de vários países.
2. A sociedade tem, ainda, como objeto a prestação de serviços de
personal trainer para os clientes poderem vivenciar uma rotina de vida
mais saudável e com exercício.
Artigo Quinto
Capital social
1. A “GO UP, Lda.” tem um capital social integralmente subscrito e
realizado em numerário de 8.000€ (oito mil euros) divididos
pelos três sócios. 3.000€ (três mil euros) do Emanuel Costa,
sócio A, 3.000€ (três mil euros) da Joana Gomes, sócia B e
2.000€ (dois mil euros) do Afonso Silva, sócio C.
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2. O capital desta sociedade está totalmente subscrito e realizado
em numerário.
Artigo Sexto
Quotas ou ações
1. Mediante procuração a sociedade poderá constituir mandatários
para a representar em atos ou categoria de atos especificados
na procuração.
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a) No caso da alínea a), a importância ajustada entre as
partes;
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Artigo Sétimo
Prestações suplementares
1. Por deliberação dos sócios, podem ser exigidas prestações
suplementares até um montante global igual ao dobro do capital
social.
Artigo Oitavo
Obrigações
1. A sociedade poderá emitir obrigações, desde que estas tenham
sido deliberadas pela Assembleia Geral e que cumpram as
respetivas formalidades legais.
Artigo Nono
Distribuição dos lucros
1. Na “GO UP, Lda.” 65% do total de cada exercício destina-se à
repartição de dividendos proporcionais à entrada de cada sócio,
isto se essa importância não for necessária para revestir
prejuízos de resultados transitados ou constituir reservas legais.
2. Os restantes 35% estão reservados para o reinvestimento na
empresa.
Artigo Décimo
Órgãos sociais
1. Os órgãos sociais da sociedade “GO UP, Lda.” são:
a) Assembleia Geral;
b) Gerência;
c) Órgão Deliberativo;
d) Órgão de Fiscalização;
e) Conselho Fiscal.
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2. Salvo disposição diversa do contrato de sociedade, a presidência
de cada assembleia-geral pertence ao sócio nela presente que
possuir ou representar maior fração de capital, preferindo-se, em
igualdade de circunstâncias, o mais velho.
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10. Os acionistas que sejam pessoas coletivas serão
representados por uma pessoa para o efeito nomeada pelo órgão
que, nos termos dos respetivos contratos, detenha esse poder.
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Artigo Décimo Segundo
Gerência
1. A sociedade da “GO UP, Lda.” é gerida e representada pelo Sr.
Manuel Ribeiro, pessoa singular com capacidade jurídica,
designada no pacto social (artigo nº 252).
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Artigo Décimo Terceiro
Órgão deliberativo
1. As deliberações da Assembleia Geral serão sempre tomadas por
maioria simples dos votos dos sócios efetivos, no pleno gozo dos
seus direitos associativos, presentes ou representados, salvo o
disposto nos números seguintes.
4. Dentro dos primeiros seis meses de cada ano civil deverá ser
solicitada a Assembleia Geral Anual para necessariamente:
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será identicamente revisor oficial de contas ou sociedade de
revisores oficiais de contas.
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exercer o direito de voto.
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2. A indicação da qualidade de gerente pode ser expressa ou tácita;
sendo tácita quando se deduz de factos que com toda a
probabilidade a revelem.
Artigo Vigésimo
Liquidação e dissolução da sociedade
1. As deliberações de dissolução da sociedade, exigirão a
aprovação por maioria de 3/4 dos votos correspondentes ao
capital social.
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Artigo Vigésimo Primeiro
Alteração da escritura
1. A alteração e a afetação a qualquer destino da estrutura do
edifício onde funciona o estabelecimento comercial dependa a
sempre de deliberação da assembleia geral.
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Conclusão
Com este trabalho, consegue entender-se em que consiste uma
sociedade comercial por quotas bem como todas as legalidades que
a complementam tais como, a firma, o capital social, entre outras.
Uma sociedade por quotas deve ser, então, constituída por um
número mínimo de dois sócios.
Os sócios das sociedades por quotas têm responsabilidade limitada
ao valor da quota assinada, mas os sócios podem ser solidariamente
responsáveis por todas as entradas ajustadas no contrato social no
caso de o capital não estar completamente realizado.
Todos os sócios têm a obrigação de entrada (na sociedade, com
bens suscetíveis de penhora como o dinheiro) e de comparticipar
nas perdas (em caso de perda a mesma terá de ser partilhada), não
sendo admitidas bens de indústria.
As sociedades por quotas eram obrigadas a apresentar um capital
social superior a 5.000€, mas deixou de haver um limite mínimo
para o capital social, contudo não podem ser inferiores a 1€.
É também possível com a realização deste trabalho perceber como
se elabora um contrato de constituição de sociedade por quotas,
sendo que este deve conter as diversas normas e artigos específicos
do contrato em estudo.
Todos os artigos utilizados neste trabalho, fazem parte do Código
das Sociedades Comerciais.
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