Pediatria 04 Shonishin
Pediatria 04 Shonishin
Pediatria 04 Shonishin
Medicina Chinesa em
Pediatria
儿科
ér kē
Acupuntura Pediátrica
Japonesa
Material elaborado pelo corpo docente da FACULDADE BRAMEC
Direção Geral: Dr. Reginaldo de Carvalho Silva Filho
http://www.ebramec.edu.br
Faculdade EBRAMEC
EBRAMEC – Escola Brasileira de Medicina Chinesa
巴西中医学院
O termo “shonishin” (小兒鍼) é uma tradução japonesa que tem sua origem no antigo termo chinês
“erzhen” (儿针 ér zhēn).
Literalmente também poderia ser traduzido como:
- Agulha infantil;
- Acupuntura infantil.
A acupuntura tem sido usada por muito tempo em adultos e crianças, por isso encontramos o termo
儿针 ér zhēn na literatura chinesa antiga.
No entanto, hoje, o termo japonês Shonishin se refere a uma tradição que data do século XVII.
Embora haja especulação sobre suas origens precisas e seu desenvolvimento, seu uso mais difundido
parece ter começado no final do século 20 no Japão.
A disseminação da Shonishin aumentou em 1930, quando Fujii Shuji obteve um diploma de PhD em
medicina por sua pesquisa em acupuntura pediátrica “Shōnishin-no-kenkyū” (小児鍼の研究).
Em 1926, Yamamoto Shingo, Diretor da Escola de Acupuntura e Moxabustão de Kansai publicou
“Shōnishin-no-shiyō-oyobi-ōyōten” (小児鍼のの使用及応用点) sobre o uso e os pontos aplicáveis de
Shonishin.
Após a Segunda Guerra Mundial, Shonishin foi promovida por meio de relatórios na Sociedade
Japonesa de Acupuntura e Moxabustão e da publicação de livros de diferentes importantes nomes como
Yoneyama Hirohisa, Mori Hidetaro e Tanioka Kentoku. Em 2007, a Sociedade Japonesa de Acupuntura
Pediátrica foi fundada.
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Sensei Inoue Etsuko atual presidente da Sociedade de Shonihari do Japão descreve que Shonihari foi
desenvolvida como uma forma de acupuntura especificamente para crianças. Com o tempo, ela se estabeleceu
de maneira única como uma técnica de acupuntura especializada no Japão.
Segundo Inoue Etsuko a principal característica da Shonihari é que, em vez de inserir agulhas,
ferramentas semelhantes a agulhas são usadas na pele, por causa disso, a Shonihari pode ser descrita como um
método seguro e confortável de acupuntura.
Sensei Inoue Etsuko menciona que esta forma de de acupuntura com estimulação muito leve é
reconfortante para bebês e crianças e os tratamentos podem ser continuados sem a necessidade de forçar a
criança.
Nos últimos anos, muitos relatórios surgiram destacando os efeitos da estimulação da pele, incluindo
a liberação de substâncias neuroquímicas e o equilíbrio do sistema nervoso autônomo - portanto, a eficácia da
Shonihari está sendo validada cientificamente.
Em um artigo publicado em 2017 na North American Journal of Oriental Medicine, Sensei Inoue
Etsuko descreve que não está claro exatamente quando Shonihari foi praticada pela primeira vez.
Da última parte do Período Edo (meados de 1700 ao início de 1800), entretanto, muitos
acupunturistas no oeste do Japão, principalmente na região de Kansai, começaram a se especializar em
pediatria ou Shonihari.
Na pintura Setsu-shu Hirano Dai-ezu (1763), de 250 anos, encontra-se a inscrição “Nakanomura
acupunturista pediátrica”, e ainda hoje existe uma estação ferroviária chamada Hari Nakano, que permanece
desse período.
De acordo com Yukuhito Sugawara, Diretor da Faculdade Goto de Tokyo, a Shonishin (ou Shonihari)
é uma forma de tratamento por acupuntura, bastante comum na região de Osaka, iniciada no século XVII,
sendo altamente efetiva para o tratamento de doenças da infância.
Ainda de acordo com Yukuhito Sugawara, a prática da Shonishin é especialmente recomendada para
crianças menores de 5 anos, principalmente.
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Nas palavras do Sensei Koei Kuwahara, Shonihari é um estilo único e especializado de acupuntura
para bebês e crianças pequenas que se tornou conhecido em 1700 na região japonesa de Osaka.
É um tratamento seguro e suave que usa agulhas pediátricas especiais acariciando levemente os
pontos de acupuntura e Canais. Os instrumentos não são inseridos na pele.
É um tratamento médico preventivo japonês altamente considerado para eles. Além disso, o
tratamento geral ajuda a fortalecer a relação pai-filho e a melhorar o desenvolvimento e crescimento espiritual
e emocional da criança.
Até hoje, os pais japoneses trazem regularmente filhos para o tratamento Shonihari, e a abordagem
Shonihari está aumentando em popularidade em todo o mundo.
Ainda segundo o Sensei Koei Kuwahara, para a prática da Shonihari, uma criança é definida como
tendo desde a idade de uma semana até a idade do ensino fundamental.
Esta é a faixa etária para a qual Shonihari é mais apropriada.
Para crianças mais velhas, do ensino fundamental, que têm corpos grandes e estão familiarizados
com o tratamento com acupuntura, o mesmo tratamento que os adultos são apropriados.
Segundo o professor Antonio Augusto Cunha, com um dos grandes nomes brasileiros dedicados à
diferentes estilos do que se costuma chamar genericamente de Acupuntura Japonesa, Shonishin é um estilo de
tratamento através de instrumentos metálicos de toque que foi criado e desenvolvido no Japão durante a era
Edo (século XVII ao século XIX), muito utilizado até o período final da era Taisho (século XIX ao início do
século XX) sendo aceito e popularizado como terapia eficiente durante a era Showa (meados do século XX
ao início do século XXI).
Ainda de acordo com o professor Antonio Augusto Cunha, dentre as diversas características da
Shonishin destacam-se:
- Estímulo leve através de contato/pressão (comum a todos os estilos);
- Possui 300 anos de experiência;
- Iniciou-se em Osaka no Japão;
- Trata desde 1º mês de vida até 14 anos de idade;
- Haviam estilos variados de Shonishin no Japão (no passado);
- Estão unidos em menos estilos (na atualidade).
Por fim, o professor Antonio Augusto Cunha apresenta importantes informações clínicas
relacionadas com a prática da Shonishin:
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Shonishin é uma forma pragmática e flexível de tratar uma criança que pode ser adaptada, não apenas
às necessidades da criança que está sendo tratada, mas também às preferências do profissional que ministra o
tratamento.
Mais importante, entretanto, a Shonishin pode ser uma opção de tratamento muito poderosa. É um
método de tratamento leve e não invasivo que pode causar mudanças profundas no bebê ou na criança.
Pelo fato de muitas crianças não gostarem de serem agulhadas, no conceito tradicional de agulhas, a
Shonishin desenvolveu técnicas especializadas de tratamento, a grande maioria não invasivas, de modo não
ser desconfortável ou assustadora para as crianças.
Instrumentos especializados também foram desenvolvidos ou adaptados para que o tratamento fosse
o mais adequado possível para as crianças.
O sistema interno da criança não está completamente formado e, estando em sua fase mais Yang de
toda a vida, seu Qi move-se extremamente rápido e também de modo mais superficial.
Consequentemente, o sistema da criança pode ser facilmente estimulado de maneira excessiva
(errada), e problemas podem evoluir rapidamente.
A Shonishin foca em estímulos superficiais, atuando sobre este aspecto mais Yang, como objetivo
de repercutir no interior, através de técnicas extremamente suaves.
De acordo com Tanioka Noriko, filha do Sensei Masanori Tanioka, a Shonishin pode ter grandes
efeitos em um curto período de tempo.
Mediante a aplicação correta por profissional capacitado, esta prática utiliza poucos instrumentos e
que podem durar praticamente toda a vida, sendo também uma forma econômica de tratamento para os
profissionais.
Shonishin é eficaz não apenas para doenças e sintomas, mas também para indivíduos saudáveis para
aumentar a imunidade geral, força e resistência.
De acordo com Inoue Etsuko, na atualidade, há diversas tentativas que estão sendo feitas para aplicar
essa técnica não apenas em crianças, mas também a adultos idosos com diferentes queixas, como por exemplo
demência - assim, o potencial da Shonihari em termos de faixa etária e condições tratadas está se expandindo.
É importante que na aplicação clínica o profissional tenha uma visão geral do todo que é a Shonihari,
como uma das técnicas de acupuntura que distingue os estilos japoneses de acupuntura.
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A Shonishin é bastante prática e versátil, possibilitando uma fácil integração com diferentes técnicas
das chamadas práticas orientais.
O profissional que já atua com alguma técnica, estilo ou recurso da Medicina Chinesa, por exemplo,
que é normalmente a grande entrada para a maioria dos profissionais nas terapias orientais, pode facilmente
integrar seus conhecimentos com a prática da Shonishin.
O aprendizado da Shonishin não requer qualquer exclusão em relação a conhecimentos prévios. Ao
contrário, esta prática permite uma soma de conhecimentos.
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Pressão
A técnica de pressão é bastante versátil e permite o estímulo de praticamente todas as áreas do corpo,
sendo bastante utilizada para o estímulo em pontos específicos, como pontos de acupuntura para auxiliar no
tratamento geral ou ainda para atuar em queixas específicas apresentadas pelos pacientes.
O estímulo por pressão em pontos de acupuntura é bastante difundido entre os profissionais de
diferentes linhagens da Shonishin.
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Percussão
A técnica de percussão é amplamente utilizada e combina aspectos importantes para o estímulo dos
pontos, áreas e Canais, com grande destaque para a utilização de uma pressão rápida e controlada em um
determinado local com a pronta retirada e repetição do estímulo, de modo rítmico.
O movimento para a boa execução desta técnica vem diretamente do punho que deve manter-se
flexível, enquanto que os dedos mantêm a firmeza no posicionamento adequado do instrumento.
Uma das características das agulhas ou instrumentos utilizados para a percussão é que estes devem
possuir ao menos uma extremidade que seja pontiaguda em maior ou menor grau para que o estímulo seja
aplicado.
Por conta desta característica de ponta no instrumento, este deve ser muito bem segurado e mantido
pelo profissional, para que ao exercer os movimentos rítmicos não cause desconforto, dor ou mesmo lesões
desnecessárias.
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Vibração
A técnica de vibração é utilizada em algumas linhagens de Shonishin, como por exemplo na prática
do estilo ensinado pelo Sensei Masanori Tanioka que emprega a agulha desenvolvida e difundida pela sua
família, 大師流小児鍼 Agulha Pediátrica Estilo Daishi, para diferentes tipos de estímulos como a vibração
com uma das extremidades do instrumento.
A aplicação da técnica de vibração permite que o profissional ofereça um estímulo que evolui da
superfície para a profundidade. A combinação da pressão com a vibração faz com que o estímulo penetre e
atinja regiões relativamente mais profundas, impulsionando ainda mais o Qi.
Segundo alguns especialistas a aplicação da vibração nos pontos Fonte (Yuan) são de grande
importância para estimular o desenvolvimento do corpo.
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Deslizamento
A técnica de deslizamento, também descrita por alguns como técnica de raspagem, implica em
movimentos similares a carinhos, carícias, mais longos e contínuos, em uma única direção.
Esta técnica pode ser aplicada em diferentes áreas do corpo, com grande destaque para os membros
superiores e inferiores, possibilitando importantes estímulos ao longo dos Canais.
Esta técnica de tratamento se diferencia da fricção, de modo simples e direto em relação ao sentido
dos movimentos empregados. Enquanto que a fricção implica em movimentos em dois sentidos, para frente e
para trás na superfície da pele, o deslizamento implica em um movimento em um único sentido ou direção.
Essa é uma distinção importante, pois permite que se possa atuar, quando necessário, com um melhor
direcionamento do Qi que ocorre, via de regra em crianças de modo centrífugo e em direção caudal.
A forma como o profissional segura o instrumento, assim como qual o instrumento é selecionado
para a aplicação da raspagem, pode influenciar diretamente na intensidade e dosagem do estímulo a ser
aplicado em uma determinada região.
Via de regra, recomenda-se que o profissional segure o instrumento de modo que a criança não tenha
uma visão direta do mesmo, ou seja, o instrumento é mantido na palma da mão de modo que os dedos desta
mesma mão recubram o instrumento e impeçam a visão direta da criança.
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Fricção
A técnica de fricção é uma forma importante de estímulos, mais localizados, similares a um coçar ou
mesmo esfregar, porém com uma dose maior em relação à intensidade do estímulo.
Como essa técnica gera um estímulo mais potente é importante que antes de iniciar a aplicação tenha-
se certeza que a condição apresentada pela criança requer este tipo de estímulo.
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De acordo com um dos grandes nomes brasileiros dedicados à Acupuntura Japonesa, com destaque
para a prática da Shonishin, Prof. Antonio Augusto Cunha o treinamento para a prática com as diferentes
agulhas ou instrumentos da Shonishin deveria ser feito utilizando uma luva de procedimento inflada de ar ou
água.
Para a prática do treinamento, a agulha jamais deverá perfurar a superfície da luva e esvaziar o seu
conteúdo.
O mesmo tipo de treinamento, ainda segundo o Prof. Antonio Augusto Cunha, poderia e deveria ser
repetido com os outros equipamentos utilizados na prática da Shonishin.
É importante que o profissional esteja sempre atento ao grau de deformação da luva durante o
treinamento com as pressões e percussões. Isto irá demonstrar a exata ideia do grau de estímulo aplicado sem
prejudicar a delicada pele do bebê.
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O treinamento deve ser realizado sem pressa, de modo gradual para que os resultados possam ser
sempre melhorados.
O grau de maestria na aplicação clínica deste estilo de tratamento, a Shonishin, está diretamente
ligado ao tipo e qualidade de estímulo oferecido pela mão constantemente treinada do profissional.
Uma etapa crucial para o treinamento, antes da aplicação nos pacientes, é a prática em si próprio.
Neste caso o profissional deve sentar-se confortavelmente, eleger o instrumento a ser utilizado no
treinamento e então aplicar as diferentes técnicas no membro do lado oposto, destacadamente no antebraço ou
dorso da mão, uma área bastante sensível e que permitirá um treinamento importante para a leveza das técnicas.
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Como regra geral, para a boa prática da Shonishin, a pressão exercida na pele deve ser muito leve.
Se for pesado, os bebês e as crianças não gostam e podem até mesmo evitar o tratamento e a dose de
estimulação também será excessiva.
Se o profissional está acostumado ou somente tem experiência no tratamento de adultos, deve ter
claro em sua mente que o estímulo deve ser leve.
De acordo com o Sensei Tanioka, por exemplo, o peso da pressão ideal para aplicação dos estímulos
é mais adequado quando mantido entre 2 e 150 gramas.
Para adquirir tal grau de maestria e controle na pressão a ser exercida, aqui falando em relação ao
toque na pele, o profissional deve treinar muito e pode até mesmo lançar mão do uso de uma balança digital
para realizar as técnicas e verificar a intensidade que está sendo aplicada durante o treinamento.
Para bebês, a pressão deve ser leve e, à medida o tempo vai passando e os bebês vão envelhecendo,
o profissional pode aumentar a pressão gradualmente.
Quanto mais velho for o paciente, dentro da faixa etária própria para a Acupuntura Pediátrica,
gradativamente mais forte poderá ser o estímulo, mas sempre mantendo uma máxima que é repetida dentro da
Acupuntura Japonesa de modo geral e na Shonishin com ainda mais intensidade: “Menos é mais”.
Sensei Tanioka costuma descrever a técnica de deslizamento empregada em seu estilo próprio de
Shonishin como o “passar de uma pena”.
A superdosagem pode levar a manifestação de agravamento dos sintomas, onde a natureza básica de
sua doença se apresenta de modo mais forte. Se ocorrer com a doença de natureza moderada, é provavelmente
devido à dose excessiva.
Em caso de superdosagem, além do agravamento dos sintomas, muitas vezes a criança pode ter
diarreia ou elevação da temperatura.
Nesses casos, como descreve Sensei Tanioka, é possível reduzir a dose de estimulação para 1/5 a
1/10 da dose anterior.
Atenção, no entanto, pois é possível que os pais passem a suspeitar da eficácia de uma dose tão
pequena de tratamento.
Para que a dosagem adequada seja empregada possa ser alcançada com qualquer agulha ou
instrumento da Shonishin é essencial que o profissional se recorde de alguns aspectos:
- Conhecer bem a agulha ou instrumento;
- Praticar muito com cada agulha ou instrumento;
- Treinar a aplicação em diferentes ângulos;
- Experimentar a aplicação em si mesmo.
O profissional deve estar sempre muito atento às reações dos bebês e crianças em relação aos
estímulos, pois essas reações são importantes indicativos da dosagem do tratamento que está sendo aplicado.
Atentar para os mais diferentes aspectos que permitam uma checagem da evolução dos estímulos é essencial
para o bom desempenho prático do profissional.
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Na prática clínica da Acupuntura Pediátrica Japonesa, Shonishin, para bebês e crianças muito
pequenas, via de regra, não se utiliza com frequência agulhas filiformes amplamente empregadas na
acupuntura sistêmica, mas em vez disso, este sistema emprega uma grande variedade de instrumentos
adaptados ou especialmente idealizados para estimular a superfície do corpo de modo bastante suave, como
uma espécie de abordagem de tratamento não invasivo.
Em um treinamento no Japão, Sensei Taguchi Reina apresentou o que é considerado por alguns como
uma inspiração inicial para o estímulo de crianças, a pata de um animal, especificamente a pata de uma
toupeira.
A Sensei Inoue Etsuko, atual presidente da Sociedade de Shonihari do Japão, descreve que muitas
ferramentas foram desenvolvidas exclusivamente para Shonishin por praticantes do passado e do presente, e
existem técnicas adequadas para cada tipo de ferramenta.
Portanto, as técnicas de contato e fricção devem ser selecionadas de acordo com a doença e o sintoma,
a idade da criança e o estado de sua pele, e o instrumento adequado deve ser utilizado.
Sensei Inoue Etsuko reforça que é melhor usar instrumentos que sejam fáceis de manusear e forneçam
um tratamento adequado para as crianças.
Especialistas, como o Prof. Stephen Birch destacam alguns possíveis aspectos que fazem com que
hajam diferentes instrumentos para a prática da Shonishin:
Um instrumento específico foi desenvolvido por um indivíduo e passou a ser uma marca registrada
da abordagem dessa pessoa. Esta ferramenta única então se fundiu à tendência geral da prática da Shonishin,
possivelmente inspirando outros mais tarde a desenvolver ferramentas funcionais ou de aparência semelhante.
Algumas pessoas criativas desenvolveram muitas ferramentas diferentes, de modo que da Shonishin
integrou esse elemento criativo em sua prática geral.
Os profissionais acharam útil ter mais de um instrumento em cada categoria, pois isso pode reduzir a
reação emocional em crianças específicas.
Mediante a vivência e experiência de cada profissional, diferentes instrumentos podem ser utilizados
para estimular as crianças.
Dentre as possibilidades, o profissional pode eleger aquele instrumento que possa ser aplicado para
o maior número de técnicas dentre as cinco possíveis, mas também o profissional pode eleger um determinado
instrumento que seja mais específico.
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O profissional que adentra o mundo da Shonishin vai se deparar com uma grande quantidade de
agulhas/instrumentos, que permitem uma grande variedade de possibilidades de atuação.
Não se faz necessário que o profissional, destacadamente iniciante, adquira prontamente um kit
completo. O ideal é que o profissional conheça os instrumentos diferentes e possa, pouco a pouco, construir
seu próprio kit, combinando diferentes agulhas/instrumentos que possam ajudar em sua prática clínica, nas
mais diversas condições.
Na atualidade, para os que desejarem, há também kits prontos que são vendidos em conjuntos para
facilitar a aquisição e o transporte.
Diferentes profissionais acabam tendo seus próprios kits ou ainda coletânea de agulhas/instrumentos
para a boa prática da Shonishin, ou mesmo para demonstrar a grande variedade de possibilidades.
Esta imagem é da coleção pessoal do Sensei Shudo Denmei e fica na entrada de sua clínica no local
de espera.
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Coleção de diferentes instrumentos e agulhas da Shonishin do Sensei Hidetaro Mori que fica exposta
no museu de Acupuntura e Moxabustão da Universidade Morinomiya.
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Go Shin 毫針
Sensei Yukuhito Sugawara ensina um método interessante de Sanshin (agulhamento disperso), da
linhagem de Keiri Inoue, que pode ser empregado em crianças, desde que a forma correta de segura a agulha
seja executada.
Neste método a agulha deve ser segura com o polegar e o dedo indicador, mantendo o dedo médio
apoiado junto à ponta da agulha, de modo que se possa manter o estímulo extremamente superficial, com
movimentos rápidos, flexíveis e suaves somente tocando a pele.
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Esta agulha, além de ser empregada para o deslizamento superficial, pode ser também aplicada para
estímulo de áreas mais precisas, através da pressão ou ainda percussão com a sua parte mais aguda.
Sua outra extremidade, mais arredondada, também pode ser empregada para pressão, com excelentes
resultados, com destaque para a região da linha posterior do cabelo.
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A aplicação desta agulha implica na realização de movimentos rápidos e repetidos sobre um mesmo
ponto ou sobre uma área pré-determinada, até que os efeitos desejados sejam alcançados, muitas vezes
evidenciados por uma ligeira hiperemia.
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Cada uma das faces do instrumento permite diferentes tipos de estímulos, fazendo com que esse
instrumento possa ser aplicado nas mais diferentes condições de um modo bastante versátil.
O instrumento apresenta como características:
- Extremidade com uma ponta;
- Extremidade com cinco pontas;
- Borda lisa;
- Borda indentada.
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A característica principal para os efeitos na aplicação da Teishin é a forma de sua ponta, o que permite
que o profissional aplique duas técnicas de base:
- Pressão;
- Deslizamento.
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Diferentes especialistas adotam este instrumento como um dos principais por ter duas extremidades
com características de estímulos diferentes, além da mola em seu interior que permite um estímulo mais
controlado.
Cabe ao profissional estar atento à resistência da mola para que o estímulo seja na intensidade
desejada e confortável ao paciente.
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Uma importantíssima característica deste instrumento é que ele é vendido com um conjunto de cinco
molas intercambiáveis, cada qual com diferentes resistências, possibilitando uma ação ainda mais específica:
- 100 gm = verde;
- 150 gm = amarelo;
- 200 gm = branco;
- 250 gm = roxo;
- 300 gm = vermelho.
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En Shin 円針
No Japão esta agulha, que é a agulha de número 2 dentre as Nove Agulhas Clássicas registradas no
Clássico Interno do Imperador Amarelo, é conhecida por Enshin, é bastante popular, tanto dentre os praticantes
da chamada acupuntura pediátrica, Shonishin, como dentre os praticantes de outras linhagens de acupuntura.
Este tipo de agulha estimula superficialmente os locais previamente selecionados, podendo ser
confeccionada com diferentes materiais, com destaque para o aço inoxidável, no entanto também podem ser
encontradas agulhas em ouro, prata, cobre ou zinco.
Segundo a prática japonesa as agulhas Enshin são na maioria das vezes confeccionadas
em aço inoxidável com a cabeça simplesmente bem arredondada ou ainda com a cabeça
arredondada e com uma pequena ponta romba, sendo principalmente indicadas para a promoção
de Qi e de Sangue (Xue) através de métodos de deslizamento.
O profissional também pode utilizar esta agulha para a aplicação de técnicas de pressão
ou ainda de vibração.
Uma forma simples, porém, bastante eficaz de oferecer um estímulo de tonificação para
os pacientes através da Enshin é por meio de movimentos de deslizamento longos, sem uma pressão
forte, no sentido crânio caudal ao longo do Canal Principal (Jing Mai) da Bexiga (Pang Guang).
Após cada deslizamento com a agulha, o praticante deve realizar um outro deslizamento com a
palma da mão esquerda.
Estes movimentos devem ser realizados por volta de cinco vezes para cada um dos lados.
Este método de uso da Enshin ao longo do Canal Principal (Jing Mai) da Bexiga (Pang Guang)
melhora o fluxo de Qi e o tônus da pele e das camadas musculares subjacentes.
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As Inrishin, também encontradas como Enrishin, podem ser confeccionadas em diferentes materiais,
como característica de diferentes linhagens dentro do todo que é a Acupuntura Japonesa.
Esta agulha é indicada para a aplicação da técnica de pressão, mediante o uso da pequena ponta
presente, como uma saliência, da esfera.
Outra possibilidade é o uso desta agulha para a aplicação da técnica de deslizamento, utilizando a
esfera de modo a evitar a saliência.
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Em uma tradução livre o nome desta agulha poderia recordar as rebarbas (Bari) da
concha de uma ostra (Kaki).
Esta agulha tem um formato bastante lúdico e é muito fácil de ser aceita pelas
crianças.
Seu uso tem por base principalmente a aplicação de técnicas de Fricção, mas também
pode ser aplicado para Deslizamentos.
Os estímulos gerados são relativamente mais intensos, devendo ser aplicados em
pacientes que realmente necessitam dos estímulos, mediante uma intensidade a ser controlada
pelo profissional.
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A aplicação desta agulha, assim como ocorre com outras como a Yuko Shin implica na realização de
movimentos rápidos e repetidos sobre um mesmo ponto ou sobre uma área pré-determinada, até que os efeitos
desejados sejam alcançados, muitas vezes evidenciados por uma ligeira hiperemia.
Esta percussão tem a vantagem de ser reforçada e suavizada por conta da mola que faz parte do
instrumento.
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