Projeto - Ketchup
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Projeto - Ketchup
ESCOLA DE AGRONOMIA
ENGENHARIA DE ALIMENTOS
GOIÂNIA
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE AGRONOMIA
ENGENHARIA DE ALIMENTOS
GOIÂNIA
2022
SUMÁRIO
2
1. INTRODUÇÃO 4
2. REFERENCIAL TEÓRICO 6
3. PROJETO 8
3.1. Planta 8
3.2. Fluxograma e descrição do processo de fabricação 9
3.2.1. Cozinha e Preparação 9
3.2.2. Área de Envase, Rotulagem e Encaixotamento. 11
3.3. Dimensionamento dos Equipamentos 12
3.3.1. Caldeira 12
3.3.2. Bomba Centrifuga 14
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 19
5. ANEXOS 21
1. INTRODUÇÃO
O ketchup é feito com concentrado de tomate, mas não de qualquer tipo: nas
fábricas, é utilizado o “tomate industrial”. Nunca ouviu falar nele? A aparência é a
mesma do fruto convencional com uma pequena diferença no tamanho, que é
menor. A diferença está no seu interior.
Os tomates industriais são mais viscosos que os normais – quanto menos
água eles tiverem, melhor para as fábricas de concentrado, que vão gastar menos
energia para transformá-los. Além disso, seu crescimento é controlado e os pés,
mais baixos, para facilitar a colheita (DAVIDSON, 2006).
Outra diferença importante: ele é mais rígido que um tomate normal. “O
industrial tem que aguentar os impactos da colheitadeira e do empilhamento para
transporte”, explica Leonardo Boiteux, líder do programa de melhoramento genético
de tomateiro da Embrapa. Em resumo: você até pode colocá-lo na salada, mas não
vai ser a mesma coisa (DAVIDSON, 2006).
Hoje, quem mais exporta tomate é a China – num curioso retorno do kê-tsiap
ao Sudeste Asiático. Ela planta tomates industriais para produzir 991 mil toneladas
de concentrado – 32% do comércio mundial. O país asiático só não é o maior
produtor porque a Califórnia, primeiro lugar nesse quesito, destina boa parte dos
seus tomates para abastecer o (imenso) mercado interno dos EUA (BATTAGLIA,
2020).
As plantações se concentram na região oeste da China, bem menos
desenvolvida que o Leste, onde ficam as maiores cidades. Sob péssimas condições
de trabalho, milhões de camponeses colhem diariamente toneladas de tomate
industrial, que são transformados em concentrados no próprio país e enviados para
o resto do mundo (BATTAGLIA, 2020).
Segundo a legislação, o catchup ou ketchup é um molho elaborado à base de
polpa de tomate adicionado de especiarias, sal e açúcar podendo conter outros
condimentos. Deve ter no mínimo 35% de resíduo seco (BRASIL, 2001).
O condimento vegetal deve ser constituído de especiarias genuínas e puras,
sãs e limpas, que devem corresponder às suas características botânicas normais e
estar isento de substâncias estranhas, elementos vegetais estranhos à espécie de
partes da planta de origem, que não possuam as características de condimento
vegetal (BRASIL, 2001)
Os condimentos preparados devem ser obtidos de especiarias genuínas.
Podem ser adicionados de óleos comestíveis, ovos, sal, açúcar, limão, vinagre e de
outras substâncias alimentícias aprovadas. Todos os ingredientes empregados
devem estar em perfeito estado de conservação. É permitida a adição de amido na
quantidade máxima de 10%, nos casos previstos. Os molhos podem apresentar-se
sob a forma líquida ou cremosa, podendo conter elementos constitutivos em
suspensão. É permitido aos condimentos líquidos, a coloração com caramelo.
Legislação específica para Ketchup: Coliformes a 45°C: limite máximo de 10 UFC/g
(BRASIL, 2001).
3. PROJETO
3.1. Planta
Figura 1 - Planta baixa com layout da fábrica de processamento de ketchup e relação de tamanho de
equipamentos
Preparação;
Filtração em Malha;
O concentrado armazenado passa por uma filtragem magnética, para evitar a
passagem de qualquer partícula.
Aquecimento;
Desaeração;
Homogenização;
Tratamento Térmico;
Resfriamento;
Na etapa de resfriamento o produto passa por um permutador térmico, para
que sua temperatura diminua até próximos de 40° C.
Mistura Estática;
Aqui o produto irá fazer uma mistura final para garantir que a
homogeneização esta correta para diferentes líquidos presentes.
Armazenamento em Tolvas;
Envase;
Nessa etapa o produto passou por uma sopradora de frascos onde todas as
partículas físicas foram removidas do frasco, por um vento forte de ar, e após isso
foi feito o enchimento do produto de acordo com o peso. E em seguida foi feito o
rosqueamento da tampa e selado por uma máquina de indução.
Rotulagem;
Encaixotamento;
Paletização;
3.3.1. Caldeira
A caldeira produz vapor de água através de troca térmica. É um equipamento
com custo elevado e sua operação e manutenção são padronizados e fiscalizados
por uma série de normas. Dentre elas a NR-13, onde regulamenta todas as
operações envolvendo caldeiras (TROVATI, 2016).
Segundo Neto et al (2018) para uma indústria de Ketchup com produção em
média de dez toneladas por batelada serão necessárias uma vazão de produção de
vapor de 8000 kg por hora com água entrando em temperatura ambiente. O modelo
escolhido é da empresa Alfa Laval AALBORG Industries. Caldeiras FAM – modelo
FAM8 (Anexo). É uma caldeira ambitubular, com corpo superior flamotubular e
fornalha lateral aquatubular; Fornalha totalmente envolta com tubos de parede
d´água e tiragem dos gases balanceada (AALBORG, 2021).
Contudo a tubulação para o transporte de vapor deve ser dimensionada com
um diâmetro que esteja de acordo com certa vazão. E quanto mais longa a
tubulação, menor será a pressão disponível no ponto de consumo.
O material da tubulação usado será de aço carbono A-20. As velocidades de
escoamentos escolhidas é 15m/s nas linhas principais e ramais secundários e linhas
curtas.
Para o processo de aquecimento e pasteurização será consideradas uma
temperatura de entrada do produto de 25 °C e temperatura de saída de 95°C com vazão
de 37500kg/h, densidade de 1130kg/m3, Cp de 0,96Kcal/kg ºC e pressão de vapor
absoluta considerada de 10kgf/cm². Já a água terá temperatura de entrada de 25°C e
temperatura de saída de 105°C, densidade de 997kg/m3, Cp de 1Kcal/kg ºC.
Como é um aquecimento indireto considera primeira a vazão de água necessária
para o aquecimento.
Cpf ∗ (d ∗ Q) ∗ (Tsf − Tef)
𝑞𝑚𝑛 =
Cpa ∗ (Tsa − Tea)
0,96 ∗ (37,5 ∗ 1130) ∗ (95 − 25)
𝑞𝑚𝑛 = = 35595kg/h
1 ∗ (105 − 25)
Após calculamos a vazão de vapor para os processos de aquecimento:
Cpf ∗ qmn ∗ (Tsf − Tef)
𝑞𝑚𝑣 =
hfg ∗ X
Onde, Cpf é o calor específico do produto a ser aquecido, Q é a vazão do produto, d
é a densidade, Tsf é a temperatura de aquecimento final, Tef a temperatura de entrada do
produto a ser aquecido, hfg é o calor latente do vapor, X é o título de vapor (supõe-se que o
título do vapor seja 1, ou seja, não há condensado no meio do vapor) qmv, ou Q é a
descarga-peso de vapor.
1 ∗ 35595 ∗ (105 − 25)
𝑞𝑚𝑣 = = 5910kgf/h
1 ∗ 481,8
Assim, a descarga de vapor total será 5942,4kgf/h
E dimensionamento da tubulação, calculando o diâmetro da tubulação será
feito pela expressão:
(𝛾 × 𝑄)
𝐷=√
0,283 ∗ 𝑣
𝑫 = 15,8 𝒄𝒎
Onde:
Q = 5910 kgf/h
v = 15 m/s
𝑄×𝛾
𝑉𝑟𝑒𝑎𝑙 = 2,78 × ( ) = 9,41𝑚/s
𝜋𝐷²
4
Onde:
Q = 5910kgf/h
γ = 0,18 m³/kgf
D = 20 cm
Perda de Carga a cada 100 metros de tubulação linear foi determinada como:
𝑄 1,95 ×𝛾×0,95
𝐽 = 0,029 × ( )
𝐷 5,1
𝑱 = 𝟎, 𝟎𝟖𝟓𝟔 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎²
Onde:
Q = 5910kgf/h
γ = 0,18 m³/kgf
D = 15,8 cm
𝒎𝟑
𝑸 = 𝟎, 𝟎𝟏𝟎
𝒔
Onde:
v = velocidade;
Q = vazão volumétrica;
D= diâmetro
𝜌×𝑣×𝐷
𝑅𝑒 =
𝜇
𝐾𝑔 𝑚
1130 3 × 1,27 𝑠 × 0,1𝑚
𝑅𝑒𝑟 = 𝑚 = 143
𝑘𝑔
1 𝑚×𝑠
𝐾𝑔 𝑚
1130 × 0,81 𝑠 × 0,125𝑚
𝑅𝑒𝑠 = 𝑚³ = 114,4
𝑘𝑔
1 𝑚×𝑠
Onde:
Re = número de Reynolds,
ρ = densidade;
v = velocidade;
µ = viscosidade dinâmica do ketchup é 1000Cp ou 1 kg⁄m*s
Como o valor de Reynolds indica um regime laminar, foi encontrado o fator
de atrito da tubulação a partir da equação de Hagen-Pousiville:
64
𝑓 = 𝑅𝑒
𝒇 = 𝟎, 𝟒𝟒 + 𝟎, 𝟓𝟔 = 𝟏
𝑚 2
20 𝑚 (1,27 𝑠 )
𝐻𝑟 = 0,44 × × = 7,23
0,1 𝑚 2 × 9,81 𝑚
𝑠²
𝑯𝒕 = 𝟏𝟎, 𝟐𝟑 𝒎𝒄𝒂
Onde:
Hl = perda de carga;
f = fator de atrito;
Ltubo = comprimento da tubulação;
D = diâmetro;
v = velocidade;
g = gravidade.
Para a perda de carga localizada é feito o somatório do comprimento
equivalente, que é tabelado e foi considerado:
𝐻 = 12,42 𝑚 + 20 𝑚
𝐻 = 𝟑𝟐, 𝟒𝟐 𝒎
𝑄 ∗ 𝐻𝑚𝑎𝑛 ∗ 𝛾
𝑁=
75 ∗ 0,65
Onde:
𝛾 = peso especifico do fluido, considerar da água.
Q = vazão;
Hman= altura manométrica.
Alfa Laval Aalborg Ind. e Com. Ltda. Caldeira FAM. Disponível em:
http://www.aalborg-industries.com.br/general.php?ix=96. Acesso em: 05 nov. 2021.