1) O documento é uma coleção de poemas do autor português Antero de Quental que exploram temas como sonhos, idealismo, desengano e a busca por beleza e significado.
2) Os poemas descrevem sonhos de realeza, amores não correspondidos e a decepção ao se deparar com a realidade ao invés do ideal sonhado.
3) Um dos poemas finalmente acha paz ao entregar seu coração "na mão de Deus".
1) O documento é uma coleção de poemas do autor português Antero de Quental que exploram temas como sonhos, idealismo, desengano e a busca por beleza e significado.
2) Os poemas descrevem sonhos de realeza, amores não correspondidos e a decepção ao se deparar com a realidade ao invés do ideal sonhado.
3) Um dos poemas finalmente acha paz ao entregar seu coração "na mão de Deus".
1) O documento é uma coleção de poemas do autor português Antero de Quental que exploram temas como sonhos, idealismo, desengano e a busca por beleza e significado.
2) Os poemas descrevem sonhos de realeza, amores não correspondidos e a decepção ao se deparar com a realidade ao invés do ideal sonhado.
3) Um dos poemas finalmente acha paz ao entregar seu coração "na mão de Deus".
1) O documento é uma coleção de poemas do autor português Antero de Quental que exploram temas como sonhos, idealismo, desengano e a busca por beleza e significado.
2) Os poemas descrevem sonhos de realeza, amores não correspondidos e a decepção ao se deparar com a realidade ao invés do ideal sonhado.
3) Um dos poemas finalmente acha paz ao entregar seu coração "na mão de Deus".
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Sonho Oriental O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...
Sonho-me ás vezes rei, n'alguma ilha, Ideal Muito longe, nos mares do Oriente, Onde a noite é balsamica e fulgente Aquela que eu adoro não é feita E a lua cheia sobre as aguas brilha... de lírios nem de rosas purpurinas, não tem as formas lânguidas, divinas, O aroma da magnolia e da baunilha da antiga Vênus de cintura estreita. Paira no ar diaphano e dormente... Lambe a orla dos bosques, vagamente, Não é a Circe, cuja mão suspeita O mar com finas ondas de escumilha... compõe filtros mortais entre ruínas, nem a Amazona, que se agarra às crinas E emquanto eu na varanda de marfim dum corcel e combate satisfeita. Me encosto, absorto n'um scismar sem fim, A mim mesmo pergunto, e não atino Tu, meu amor, divagas ao luar, com o nome que dê a essa visão que ora amostra ora esconde o meu Do profundo jardim pelas clareiras, destino. Ou descanças debaixo das palmeiras, Tendo aos pés um leão familiar. É como uma miragem que entrevejo Ideal, que nasceu na solidão, Nuvem, sonho impalpável do Desejo... Oceano Nox
Junto do mar, que erguia gravemente
O Palácio da Ventura A trágica voz rouca, enquanto o vento Passava como o vôo do pensamento Sonho que sou um cavaleiro andante. Que busca e hesita, inquieto e Por desertos, por sóis, por noite escura, intermitente, Paladino do amor, busco anelante O palácio encantado da Ventura! Junto do mar sentei-me tristemente, Olhando o céu pesado e nevoento, Mas já desmaio, exausto e vacilante, E interroguei, cismando, esse lamento Quebrada a espada já, rota a armadura... Que saía das coisas, vagamente... E eis que súbito o avisto, fulgurante Na sua pompa e aérea formosura! Que inquieto desejo vos tortura, Seres elementares, força obscura? Com grandes golpes bato à porta e Em volta de que idéia gravitais? brado: Eu sou o Vagabundo, o Deserdado... Mas na imensa extensão, onde se Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais! esconde Abrem-se as portas d'ouro com fragor... Mas dentro encontro só, cheio de dor, Silêncio e escuridão - e nada mais! Na Mão de Deus
Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal meu coração. Ad Amicos Do palácio encantado da Ilusão Desci a passo e passo a escada estreita. Em vão lutamos. Como névoa baça A incerteza das coisas nos envolve. Como as flores mortais, com que se Nossa alma em quanto cria, em quanto enfeita volve, A ignorância infantil, despojo vão, Nas suas próprias redes se embaraça. Depois do Ideal e da Paixão A forma transitória e imperfeita. O pensamento, que mil planos traça, É vapor que se esvai e se dissolve; Como criança, em lôbrega jornada, E a vontade ambiciosa, que resolve, Que a mãe leva ao colo agasalhada Como onda entre rochedos se espedaça. E atravessa, sorrindo vagamente, Filhos do amor, nossa alma é como um Selvas, mares, areias do deserto... hino Dorme o teu sono, coração liberto, À luz, à liberdade, ao bem fecundo, Prece e clamor d`um pressentir divino; Dorme na mão de Deus eternamente!
Mas num deserto só, árido e fundo,
Ecoam nossas vozes, que o Destino A um poeta Paira mudo e impassível sobre o mundo. Tu, que dormes, espírito sereno, Posto à sombra dos cedros seculares, Tormento do ideal Como um levita à sombra dos altares, Longe da luta e do fragor terreno, Conheci a Beleza que não morre E fiquei triste. Como quem da serra Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno, Mais alta que haja, olhando aos pés a Afuguentou as larvas tumulares... terra Para surgir do seio desses mares, E o mar, vê tudo, a maior nau ou torre, Um mundo novo espera só um aceno...
Minguar, fundir-se, sob a luz que jorre;
Escuta! é a grande voz das multidões! Assim eu vi o mundo e o que ele encerra São teus irmãos, que se erguem! são Perder a cor, bem como a nuvem que erra canções... Ao pôr-do-sol e sobre o mar discorre. Mas de guerra... e são vozes de rebate!
Pedindo à forma, em vão, a ideia pura,
Ergue-te pois, soldado do Futuro, Tropeço, em sombras, na matéria dura, E dos raios de luz do sonho puro, E encontro a imperfeição de quanto Sonhador, faze espada de combate! existe.
Recebi o batismo dos poetas,
E assentado entre as formas incompletas Para sempre fiquei pálido e triste.