Livro Psicologia e Ideologia MHSPatto Agenciaaguia OK
Livro Psicologia e Ideologia MHSPatto Agenciaaguia OK
Livro Psicologia e Ideologia MHSPatto Agenciaaguia OK
DOI: 10.11606/9786587596341
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO REITOR:
Carlos Gilberto Carlotti Junior
VICE-REITORA: Maria Arminda do Nascimento Arruda
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
DIRETORA: Ana Maria Loffredo
VICE-DIRETOR: Gustavo Martineli Massola
A publicação desta obra em formato Open Access somente foi possível graças ao apoio
do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano
(Instituto de Psicologia – USP) que, sensível à necessidade de apoiar a divulgação de
pesquisas científicas de seu corpo docente e colaboradores, destinou a esta publicação
recursos provenientes da verba PROAP, concedida aos Programas de Pós-graduação
brasileiros pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior – Brasil
(CAPES), à qual também sou grato.
Imagem da capa
arte de Alex Frechette
Catalogação na publicação
Serviço de Biblioteca e Documentação
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
315 p.
1ª Edição – T. A. Queiroz Editor, 1984 (Físico)
2ª Edição – Instituto de Psicologia - USP, 2022 (Digital)
Livro eletrônico.
ISBN: 978-65-87596-34-1
DOI: 10.11606/9786587596341
LB1051
Ficha elaborada por: Elaine Cristina Domingues CRB5984/08.
DEDICATÓRIA..................................................................................3
A PSICOLOGIA ENTRE FOGOS CRUZADOS.................................. 7
PREFÁCIO....................................................................................... 12
INTRODUÇÃO.................................................................................17
1. O Laboratório de Pedagogia Experimental da
Escola Normal Secundária de São Paulo ...............................22
2. As clínicas de orientação infantil da Secretaria da Educação
do Estado de São Paulo e as clínicas psicológicas da
Secretaria de Educação do Município de São Paulo .............24
CAPÍTULO I...................................................................32
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE...............................32
1. Sociedade e educação em Durkheim: um esboço ..................34
2. Liberalismo e ensino ..............................................................42
2.1 Democracia e educação: o pensamento de John Dewey....... 44
2.2 Mannheim e o papel da educação numa sociedade
democrática planificada .....................................................50
3. Sociedade e educação em Althusser: a escola como aparelho
ideológico do Estado .............................................................. 55
3.1 Establet e a análise da escola capitalista na França ......... 67
3.2 Pierre Bourdieu: o papel da escola na economia das
trocas simbólicas ................................................................ 72
CAPÍTULO II................................................................. 86
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL...... 86
1. O Estado Novo e o ensino .......................................................87
2. Desenvolvimentismo, imperialismo e ensino ........................92
2.1 A fase de 1945 a 1964 ........................................................92
2.2 A fase de 1964 a 1977 ...................................................... 102
3. Convergências: história do Brasil e história
da psicologia no Brasil ..........................................................113
CAPÍTULO III...............................................................117
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA.....................117
1. Ciência e ideologia: uma distinção fundamental ..................119
2. Um pouco de história ........................................................... 130
3. Um exemplo concreto: a psicologia escolar.......................... 142
3.1 A tecnologia do comportamento na escola:
a opressão cientifizada ..................................................... 150
3.2 A abordagem centrada na pessoa: anotações
sobre o mito da igualdade .................................................161
CAPÍTULO V ..............................................................................230
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS......................230
1. Uma pesquisa ........................................................................230
2. Duas propostas alternativas: a extensão do
atendimento psicanalítico e a psicologia institucional .......268
2.1 A psicanálise vai à favela .................................................272
2.2 Psicanálise e transformação social:
um debate em andamento ................................................ 277
3. Um passo além: a consciência da exclusão...........................285
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................. 300
ΑΝΕΧΟ.......................................................................................... 312
A PSICOLOGIA ENTRE FOGOS CRUZADOS
Ecléa Bosi
A
ntes de mais nada, e para lembrar o tempo todo: Maria
Helena Souza Patto é uma valente trabalhadora intelectual
que acredita na Undécima Tese de Marx sobre Feuerbach:
“Os filósofos até agora se limitaram a interpretar o mundo; cabe-nos
transformá-lo”. Dessa proposição nascem inúmeras perguntas, das
quais a mais honesta e incontornável é esta: o que fazer?
Desta vez é a psicologia e, com maior ênfase, a psicologia esco-
lar, que se empenham no grande desafio: como voltar as costas,
estrategicamente, para as teorias cinzentas do velho funcionalismo
e para as hipóteses sombrias da “carência cultural”? E como atacar
de frente os contextos vivos onde se dá (ou não se dá) historica-
mente o processo de aprendizado de valores antigos e novos?
A questão ético-política, que é urgente em Maria Helena Souza
Patto, sobredetermina cada uma de suas opções de pesquisa e de
leitura teórica. A práxis move não só o primeiro passo do estudioso
que vai sondar no campo os substratos geológicos do cotidiano
pobre, como também o gesto da reflexão sobre o sentido histórico
da própria ciência.
A práxis leva pelas suas mãos duras e generosas tanto a pes-
quisadora quanto a ensaísta que nasceu com ela, pois ambas se
sabem penetradas das mesmas angústias e das mesmas precárias
esperanças.
***
| 7
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
8 |
A PSICOLOGIA ENTRE FOGOS CRUZADOS
| 9
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
***
10 |
A PSICOLOGIA ENTRE FOGOS CRUZADOS
| 11
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
PREFÁCIO
12 |
PREFÁCIO
| 13
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
14 |
PREFÁCIO
Saviani, Sylvia Leser de Mello e Ana Maria de Almeida, aos quais sou imensamente
grata.
| 15
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
16 |
INTRODUÇÃO
| 17
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
18 |
INTRODUÇÃO
| 19
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
20 |
INTRODUÇÃO
| 21
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
22 |
INTRODUÇÃO
| 23
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
24 |
INTRODUÇÃO
| 25
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
26 |
INTRODUÇÃO
| 27
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
28 |
INTRODUÇÃO
| 29
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
3
No centro da sociologia rural, Martins vai encontrar a noção de comunidade, uma
categoria sociológica relevante para a explicação do mundo pré-capitalista, mas não
para dar conta dos processos no mundo capitalista. Portanto, instalada no cerne de
sua teoria encontra-se um conceito pré-capitalista, mas devidamente secularizado e
racionalizado, de modo a satisfazer a uma necessidade de uma nova ordem social
se autoexplicar de forma a se preservar e perpetuar. O conceito de anomia, por
exemplo, base de uma sociologia na qual “as incongruências e as tensões, como as
falências e as greves, traduzem-se no nível teórico como anomalias” (Martins, 1978,
p. 56), é derivado deste conceito ambíguo de comunidade. Henri Lefebvre (1970, cf.
Martins, 1978, p. 47) caracteriza este processo como resultado da necessidade que a
sociedade capitalista tem de definir e redefinir categorias, através das quais procura
autointerpretar-se e nas quais busca fundamentos para um programa político de
ordenação social e de neutralização das tensões sociais. A estas redefinições Lefèbvre
dá o nome de “raptos ideológicos”, que seriam “a tradução de uma noção segundo
significações que são estranhas à sua extração original” (1970, cf. Martins, op. cit., p.
59). Que raptos ideológicos a psicologia perpetrou? Que repercussões tiveram eles na
psicologia aplicada à escola?
30 |
INTRODUÇÃO
| 31
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
CAPÍTULO I
A
decisão de iniciar um trabalho de psicologia com a temá-
tica de uma área da sociologia – a sociologia da educação
– decorre da impossibilidade de se discutir criticamente a
psicologia escolar e o papel social do psicólogo fora do marco de
uma concepção, igualmente crítica, das relações que se estabelecem
entre a educação escolar e a estrutura da sociedade na qual se insere
a prática educativa.
A maneira de conceber as relações entre o processo educa-
cional formal e a sociedade de classes não é coesa no pensamento
sociológico. Gouveia (1976), revendo a literatura recente a res-
peito do papel social da escola nas sociedades industriais capita-
listas, localizou basicamente duas concepções opostas: segundo a
primeira destas versões, os resultados do processo educacional,
especialmente os cognitivos (valores e atitudes), são humanamente
positivos e politicamente neutros e, portanto, desejáveis enquanto
produtos do ensino. Assim, a escola é considerada uma instituição
voltada para a socialização dos imaturos, entendendo-se por esse
termo ora um processo que expõe o indivíduo ao pensamento cien-
tífico, enriquece-lhe o acervo de informações e o leva assim, a uma
visão mais moderna, mais racional do mundo”, ora como um pro-
cesso de preparação “para a difícil transição do círculo protegido da
família para a esfera efetivamente mais neutra do trabalho e da pro-
fissão” (p. 16). Implícita nesta concepção do papel da escola encon-
32 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 33
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
34 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 35
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
36 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 37
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
38 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 39
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
40 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 41
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
2. Liberalismo e ensino
O liberalismo, enquanto doutrina econômica dos que defen-
dem o livre desenvolvimento dos interesses individuais, sem limita-
ção estatal, como sistema para atingir o bem-estar social e privado,
tem como corolário o individualismo, uma das características dis-
tintivas do novo estilo de vida que se desenvolve no berço do capi-
talismo, as comunidades urbanas europeias – os burgos – e que,
por isso, passou a ser designado como gênero de vida burguês. Nas
palavras de Cox (1974, p. 263), “provavelmente a característica cru-
cial de um sistema de classes sociais é o individualismo”.
As crenças por ele abrangidas são de que é possível criar uma
sociedade de classes na qual os indivíduos escolham voluntaria-
mente o caminho que os leve a uma determinada posição na vida;
nela, as diferentes capacidades individuais podem desenvolver-se
ao máximo de suas possibilidades e as pessoas são todas igualmente
livres para atingir uma posição social de prestígio. Para isto, a com-
petição e a ambição são valorizadas como formas lícitas para atingir
o êxito que, neste contexto, significa ascender ao máximo na escala
social. Nesta ascensão, a insatisfação com o já conseguido é a mola
propulsora que impele o indivíduo a uma busca incessante de novas
conquistas econômicas e sociais. No ideário liberal, o conceito de
liberdade traduz-se, a nível político, no conceito de democracia.
Contra o hermetismo do estamento dominante, na ordem
social anterior, contra o monopólio de determinadas tarefas sociais
42 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 43
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
1
Nestes breves resumos da filosofia educacional de alguns pensadores funcionalistas,
será impossível fazer justiça à complexidade e a importância de sua obra; apenas
resumiremos alguns de seus aspectos mais diretamente relacionados com a escola.
44 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 45
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
46 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 47
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
48 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 49
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
50 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 51
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
52 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 53
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
54 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 55
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
56 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 57
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
58 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 59
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
60 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 61
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
62 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 63
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
64 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 65
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
AIE atuais; avançando sua tese, ele afirma que o AIE dominante
nas formações capitalistas é o AI escolar (p. 60). Nestas, o duo
Igreja-Família é substituído pelo par Escola-Família.
A escola configura-se como um instrumento de especial impor-
tância na orquestra dos AIE que interpretam uma mesma partitura:
a da ideologia da classe dominante. Sua importância advém do
fato de ela atuar diariamente sobre os indivíduos, numa idade em
que estão mais “vulneráveis” às influências formadoras externas. A
escola, ao mesmo tempo em que ensina técnicas e conhecimentos
(savoir faire), a partir da ótica da ideologia dominante (comunica-
ção e expressão, aritmética, história, ciências etc.), ensina também
as regras dos bons costumes ou, nas palavras de Althusser, trans-
mite a ideologia dominante em estado puro (moral, civismo etc.).
Além de cumprir o papel de qualificar a mão-de-obra, na medida
das necessidades do sistema – e neste papel distribui os cidadãos
pelos vários tipos de atividades produtivas existentes na sociedade,
através de mecanismos, como veremos mais tarde, nada neutros ou
liberais – a escola prepara, do ponto de vista de atitudes, crenças e
valores, os agentes para respeitar a divisão social-técnica do trabalho
e as regras da ordem estabelecida pela dominação de classe. Todos
os que passam pela escola são recheados da ideologia que convém
ao papel que vão desempenhar na sociedade de classes: modés-
tia, resignação, submissão, consciência profissional, moral, cívica,
nacional e apolítica altamente desenvolvida, no caso dos explorados,
que são os que deixam a escola mais cedo; saber mandar e falar aos
operários, no caso dos agentes da exploração; saber mandar e ser
obedecido sem discussão, manejar retórica e demagogicamente, no
caso dos agentes da repressão; tratar as consciências com “respeito”
(na verdade, com desprezo, demagogia e chantagem), através das
sutilezas da moral, da virtude, da nação etc., no caso dos “profissio-
66 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 67
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
68 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 69
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
70 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 71
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
72 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 73
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
74 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 75
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
76 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 77
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
78 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
de bens simbólicos etc., não porque adote o materialismo reducionista que se baseia
na dicotomia entre o econômico e o não-econômico, reduzindo o segundo ao primeiro,
mas porque, pelo contrário, quer pôr em destaque a existência de uma ciência geral
da economia das práticas, muito mais geral do que a ciência das práticas econômicas
que, de seu ponto de vista, não passa de um caso particular da ciência da economia das
práticas (cf. Miceli, op. cit., p. XXXVII-XXXIX).
| 79
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
80 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 81
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
82 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 83
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
84 |
RAÍZES: A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
| 85
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
CAPÍTULO II
E
mbora a psicologia já estivesse presente junto à rede oficial
de ensino em algumas regiões do país nas últimas décadas,
é na vigência da década de 1970 que as autoridades educa-
cionais passam a solicitar a participação mais efetiva do psicólogo
no processo de educação escolar. A compreensão das causas desta
demanda requer que analisemos as relações que se estabelecem
entre a escola e os rumos da sociedade brasileira nos últimos anos.
Freitag (1978) oferece um roteiro a esta análise; baseando-se nos
três modelos vigentes na história da economia brasileira, segundo
Tavares (1979), esta autora divide a história da educação no país
em três períodos: o que corresponde ao período colonial, ao Impé-
rio e à Primeira República, nos quais predomina o modelo agroex-
portador; o que ocorre entre 1930 e o início dos anos 1960, quando
o modelo econômico prevalecente é o de substituição das impor-
tações e comporta uma divisão em dois subperíodos: de 1930 a
1945 e de 1945 a 1964; finalmente, o que, a partir de 1965, cor-
responde ao modelo de internacionalização do mercado interno.
Freitag tem como meta o exame crítico do papel desempenhado
pelo sistema escolar no contexto do desenvolvimento de um país
industrial capitalista dependente. Esta análise é que vai nos dar os
pontos de referência necessários à compreensão da constituição
histórica de um novo campo de trabalho que se abre ao psicólogo:
o da psicologia escolar.
86 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 87
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
88 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 89
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
90 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 91
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
92 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 93
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
94 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 95
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
96 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
Tal seletividade pode ser provada a partir de três tipos de dados: a) a seletividade
1
| 97
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
98 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 99
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
deste fim, o fato de ser mais que uma simples técnica mecânica de
ensino da leitura e da escrita mas visar a conscientização do edu-
cando quanto à realidade sociocultural em que vive – tornaram-
-no especialmente adequado aos objetivos que organizações estu-
dantis e governamentais se propunham, na época, em termos de
alfabetização de adultos e mobilização popular. Tanto que a União
Nacional dos Estudantes, a partir de 1961, inicia uma Campanha de
Alfabetização de Adultos que acaba por adotar como texto básico a
cartilha do MCP do Recife. Simultaneamente, os governos de vários
estados e o próprio governo federal interessaram-se pelo método e
encarregaram-se de criar as condições para que fosse implantado e
expandido no país: João Pessoa, na Paraíba, e Natal, no Rio Grande
do Norte, são as primeiras cidades nas quais o método é aplicado,
após a experiência bem-sucedida no Recife. Em 1962, fica famosa a
experiência de Angicos, no interior agreste do Rio Grande do Norte,
logo ampliada para o bairro das Quintas, na capital desse mesmo
Estado. A partir de 1963, o professor Paulo Freire é contratado pelo
MEC para coordenar as atividades na área da cultura popular e da
alfabetização de adultos, através da presidência de uma Comissão
de Cultura Popular, que coordenava o trabalho desenvolvido em
comissões regionais, integradas por representantes do Ministério,
de órgãos de cultura locais e de entidades universitárias (cf. Beisie-
gel, 1974, p. 164-172).
No âmbito da política dos grupos que dominam o executivo,
predomina a realização de uma meta desenvolvimentista de caráter
nacionalista. Havia passado a euforia do início do modelo de subs-
tituição das importações; emergia a consciência dos danos trazidos
pelo investimento maciço de capital estrangeiro na dinamização da
economia do país. Era crescente a insatisfação popular diante da
frustração da esperança de que o desenvolvimento traria necessa-
100 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 101
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
102 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 103
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
104 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 105
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
106 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 107
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
108 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 109
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
110 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 111
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
112 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 113
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
114 |
ESCOLA, SOCIEDADE E PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
| 115
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
116 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
CAPÍTULO III
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA
CIENTÍFICA
O
ano de 1979 foi marcado pela comemoração do centená-
rio da aquisição, pela psicologia, de seu status científico.
De fato, na segunda metade do século XIX a psicologia, até
então um ramo da filosofia, declara-se ciência autônoma, apoian-
do-se em técnicas de laboratório tomadas por empréstimo a outras
ciências. O laboratório de psicologia, fundado por Wilhelm Wundt,
na Universidade de Leipzig, em 1879, é tido como o marco histórico
desta transformação, e os trabalhos desenvolvidos por Fechner, na
Alemanha, e Ribot, na França, são considerados os mais represen-
tativos da ciência nascente. No decorrer destes cem anos a psicolo-
gia vem constituindo um corpo discursivo composto por inúmeras
escolas e orientações que lhe dão a aparência de um corpo despe-
daçado, sem unidade. Se esta falta de unidade é verdadeira sob um
determinado ângulo de análise – o da identidade teórico-metodoló-
gica –, ela talvez não o seja sob um outro aspecto; sob essa hetero-
geneidade é possível que se oculte uma homogeneidade mais defi-
nidora de sua natureza e de seu papel social.
A psicologia tem crescido através da condução de milhares
de “pesquisas normais”1 que buscam o aperfeiçoamento de “para-
Segundo Kuhn (1978), a “pesquisa normal”, ou baseada em paradigma, não tem por
1
| 117
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
2
O conhecido debate entre Skinner e Rogers (1956) é bastante ilustrativo neste sentido.
118 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 119
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
120 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 121
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
122 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 123
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
124 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 125
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
126 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 127
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
128 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 129
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
2. Um pouco de história
Se na história das ciências físicas e biológicas fica patente que
o status científico só é conquistado graças a “uma ruptura ideoló-
gica que denuncia como ‘obstáculos epistemológicos’ os conceitos
130 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 131
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
132 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 133
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
134 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
cia na psicologia se faz sentir até hoje; entre eles destacamos Cattell
e Dewey, pelo papel que desempenharam na psicologia educacional.
Da mensuração do elemento fundamental do psiquismo – a
sensação – através dos recursos instrumentais fornecidos pela
psicofísica, a psicologia evoluiu rapidamente para a mensuração
das faculdades mentais, valendo-se para isso dos testes psicoló-
gicos de inteligência, de aptidão e, pouco mais tarde, de persona-
lidade, aplicados sobretudo em processos de seleção e orientação
escolar e profissional.
É certo que a psicologia contemporânea tem uma outra
origem: além dos sistemas teóricos de inspiração biológica e fisi-
calista que, de uma forma ou de outra, imprimiram à psicologia o
rumo da ciência positivista, sua história registra uma outra tendên-
cia, praticamente soterrada pela avalancha da psicologia empirista
e seus descaminhos conceituais: a psicologia como “ciência do sen-
tido íntimo”, nascida com Maine de Biran, entre os séculos XVIII
e XIX. Também ele coloca a consciência no centro da psicologia;
não, porém, a consciência em estreita relação com a fisiologia, que
os psicólogos experimentais fariam, mais tarde, em pedaços, e sim
a consciência enquanto reflexão sobre o próprio processo de existir,
o que o situa como precursor do existencialismo.9 Embora a psico-
A vida interior, à qual a consciência tem acesso, é considerada por Biran como
9
constitutiva do verdadeiro eu, ao contrário do corpo das sensações, pois “o ser que
somente as experimenta vive ou é movido sem conhecer sua vida própria” (Journal
intime, p. 279, cf. Foulquié, p. 9). Biran opõe-se ao idealismo kantiano, critica o
racionalismo cartesiano e rejeita o mecanicismo de Condillac, criticando, em suma,
a “coisificação do psíquico”. Ao contrário de Descartes, que dizia ter encontrado o
mundo natural “animizado”, Biran se depara com o mundo psíquico “fiscalizado”,
como resultado da submissão à razão lógico-matemática que caracterizou os pós-
kantianos e de suas reiteradas tentativas de aplicá-la aos processos psíquicos. Gouhier,
filósofo dedicado à obra biraniana, consagrou-lhe um estudo a que deu o nome de Les
conversions de Maine de Biran, publicado em 1948; neste ensaio, ele assim resume
as posições de Biran frente ao objeto da psicologia: contra a aplicação da ciência dos
objetos ao estudo dos fatos da consciência, pois considera que esta ciência “educa
| 135
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
136 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 137
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
138 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
11
No entanto, é preciso atentar para o fato de estarmos diante da tarefa de averiguar se
não haveria traços mais adaptativos do que dialéticos nessas teorias, sem esquecer o
foco de resistência humanista que algumas delas portam.
12
Lembremos que o plano traçado por Taylor abrange três pontos, assim resumidos por
Deleule: “em primeiro lugar, trata-se de empregar ‘somente aos homens bons’, isto é,
aos que possuem aptidões necessárias ao emprego que se lhes deseja confiar, garantindo-
se com tais aptidões a eficácia de seu trabalho e evitando, assim, o desperdício de
energia; isto requer, sem dúvida, uma rigorosa seleção dos sujeitos. Em segundo lugar,
é necessário instruir convenientemente aos trabalhadores eleitos, a fim de evitar o
gesto inútil e a perda de tempo, que se traduzem, para a empresa, numa diminuição
dos benefícios. Por último, é necessário estimular ao máximo aos trabalhadores, com o
incentivo de um aumento de salários. Seleção, aprendizagem, motivação, estas são as
três noções fundamentais para uma atuação lúcida na empresa” (p. 85-86). O operário
deve ser tratado exatamente como outra peça qualquer da aparelhagem mecânica.
Também Simone Weil registrou, em 1937, sua preocupação frente ao taylorismo e
suas consequências desumanizadoras sobre o trabalho e o trabalhador. Weil põe em
dúvida a própria designação que Taylor dá a seu sistema – “Organização Científica do
Trabalho” – e conclui: “impossível chamar de científico um sistema desses, a não ser
que se parta do princípio de que os homens não são homens e que se dê à ciência o
papel degradante de instrumento de pressão” (in Ecléa Bosi, 1979b, p. 126).
| 139
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
140 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 141
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
142 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 143
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
144 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 145
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
146 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 147
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
148 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 149
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
150 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 151
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
152 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 153
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
154 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 155
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
156 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 157
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
158 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 159
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
160 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 161
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
16
O conceito rogeriano de pessoa crescida, que se autorrealiza, pode ser encontrado
num artigo de sua autoria, “A pessoa que está surgindo: uma nova revolução”, em C.
Rogers e R. L. Rosenberg (1977, p. 211-228).
162 |
A CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
| 163
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
164 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
CAPÍTULO IV
| 165
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
166 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 167
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
168 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 169
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
170 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 171
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
172 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 173
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
174 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 175
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
176 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 177
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
178 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 179
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
180 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 181
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
2
A respeito do confronto entre a cultura de massa e a cultura popular, dos problemas
conceituais de sua demarcação, do caráter dialético da cultura popular e sua capacidade
vital de absorção e reelaboração dos elementos da indústria cultural, da relação direta
entre trabalho alienado e atitude passiva de consumo dos produtos da indústria cultural
como única forma de lazer – em especial livros, revistas e jornais –, veja-se Ecléa Bosi
(1972).
182 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 183
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
184 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 185
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
186 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 187
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
188 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 189
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
190 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 191
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
192 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
problemática, uma vez que, para ela, o uso obstinado de termos ina-
dequados como carência cultural, marginalização cultural, privação
cultural e desprivilégio cultural “decorre apenas ... de problema de
economia na comunicação” (p. 384), pois “apesar de todos incon-
venientes as expressões uma vez cunhadas por serem econômi-
cas tendem a persistir” (p. 383, grifo nosso). E explicitando ainda
mais: “talvez seja um problema de redação que leva os autores a
recorrer a estes rótulos verbais, uma vez que se torna impraticável
a cada momento, fazer referência a um tipo de sujeito ao longo de
uma redação sem usar formas econômicas”. (p. 382, grifo nosso).
Alegando este motivo, Witter também recorrerá a estes termos no
decorrer de seu texto. O papel que cumprem estes rótulos num
contexto da dominação de uma classe sobre outra não é mencio-
nado, em consonância com outros aspectos de seu discurso que não
difere basicamente do discurso norte-americano sobre a questão,
especialmente na maneira de conceber a estrutura do sistema social
no qual emerge o fenômeno da “privação cultural”. A existência de
termos igualmente econômicos como “classes oprimidas” ou “clas-
ses subalternas” é ignorada e sua omissão na literatura psicológica
e educacional não chega a ser objeto de sua atenção.
Witter faz o levantamento de algumas pesquisas conduzidas
com o objetivo de proceder à caracterização psicológica do carente
cultural e conclui: “o fato que ressalta de muitos estudos é que
quando são registradas diferenças de comportamento elas em geral
são menos favoráveis às crianças desprivilegiadas e a área verbal é a
mais frequentemente destacada pelos vários autores” (p. 389). Esta
constatação coincide com a que fizemos no contato com os textos da
“psicologia do desprivilegiado”; porém, faz-se necessário escavá-la,
à procura das causas instrumentais e metodológicas deste estado
de coisas: por que a desvantagem está sempre com ele, como se a
| 193
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
194 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 195
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
5. Mordaças sonoras
Em 1961, prefaciando Os condenados da terra, impressio-
nante denúncia do psiquiatra negro Frantz Fanon sobre a barbá-
rie colonialista francesa na Argélia, Jean-Paul Sartre, além de fazer
referências indignadas às técnicas de opressão física comuns nas
colônias europeias na África, resume, com extrema felicidade, os
processos de coerção psicológica, de ideologização do colonizado,
de tentativa de silenciamento de sua consciência, nos seguintes
termos: “Não faz muito tempo a terra tinha dois bilhões de habitan-
tes, isto é, quinhentos milhões de homens e um bilhão e quinhentos
milhões de indígenas. Os primeiros dispunham do Verbo, os outros
pediam-no emprestado. Entre aqueles e estes, régulos vendidos,
feudatários e uma falsa burguesia pré-fabricada serviam de inter-
mediários. ... A elite europeia tentou engendrar um indigenato de
elite; selecionava adolescentes, gravava-lhes na testa, com ferro em
brasa, os princípios da cultura ocidental, metia-lhes na boca morda-
ças sonoras, expressões bombásticas e pastosas que grudavam nos
dentes; depois de breve estada na metrópole, recambiava-os, adul-
196 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 197
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
198 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 199
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
200 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 201
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
202 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 203
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
204 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 205
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
206 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 207
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
208 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 209
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
210 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 211
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
212 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 213
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
214 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 215
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
verbais” cometidas pelo povo são vistas, à luz dos conceitos mais
atuais da linguística, como transformações inevitáveis pelas quais
uma língua passa em sua história; afinal, ponderam os linguistas
menos orientados em termos éticos de “certo” e “errado”, quem faz
a língua é o povo.
Estas considerações remetem-nos a uma outra questão, qual
seja, a da relação entre formas de linguagem e formas de pensa-
mento. Como vimos, a suposição que permeia o discurso dos teóri-
cos e a prática dos profissionais voltados para a “privação cultural”
é que a linguagem popular não permite certas formas de raciocí-
nio e de conhecimento necessárias à compreensão do mundo. Em
primeiro lugar, poder-se-ia questionar a suposição de que a única
forma válida que o conhecimento pode assumir seja proporcionada
pelas operações lógicas abstratas; sem obedecer a estes critérios,
determinadas manifestações artísticas, por exemplo, não deixam de
ser uma forma de conhecimento que revela aspectos encobertos da
realidade. De outro lado, a própria afirmação de que o oprimido não
possui bem desenvolvidas as capacidades de raciocínio e abstração
carece, como vimos, de fundamento linguístico.
216 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 217
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
218 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 219
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
220 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
Para Arakcy, o apego às mensagens da religião tem um significado que excede a uma
11
| 221
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
222 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 223
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
224 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 225
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
226 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 227
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
228 |
PSICOLOGIA E CLASSES SUBALTERNAS
| 229
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
CAPÍTULO V
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO:
CAMINHOS
1. Uma pesquisa
Conhecer a maneira como os psicólogos representam a rea-
lidade social e escolar e se desempenham profissionalmente nas
escolas pode ser uma fonte de informações relevante para a tarefa
de caracterizar esta área de aplicação da psicologia. Por isso, reali-
zamos uma pesquisa junto a uma amostra de psicólogos escolares
que atuam na rede pública municipal e estadual de ensino da cidade
de São Paulo, com o objetivo de, em última instância, apreender o
sistema de representações sobre a sociedade, a escola e a psicologia
escolar que norteia sua ação profissional, esta também objeto de
investigação. Em outros termos, através da análise de seu discurso,
procuramos verificar: a) a concepção da realidade social presente
em suas representações e em sua prática; b) o modo como carac-
terizam a relação entre a escola e a sociedade; c) a visão que têm
dos problemas de aprendizagem e de ajustamento escolar presentes
entre as crianças que frequentam as escolas públicas dos bairros
periféricos; d) a ação que efetivam ou preconizam visando à solução
desses problemas.
A escolha do questionário, preenchido pelo próprio infor-
mante, como instrumento eliciador do discurso, deu-se em função
da necessidade de colher o material de forma rápida, padronizada
230 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 231
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
M– –
Sexo
F = 20 100%
Grupo 1 N = 10 50%
Grupo 2 N = 10 50%
232 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 233
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
* Porcentagem sobre o total de sujeitos (cada sujeito emitiu uma ou mais respostas).
| 235
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
236 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 237
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
238 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 239
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
240 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 241
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
242 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 243
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
244 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 245
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
246 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
Portador de capacidades de
80* 40 60
habilidades negativas
Sem resposta – 20 10
| 247
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
248 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 249
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
250 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 251
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
Orientação da tia 17 12 15
Orientação da professora, para que ela apoie
6 24 15
a criança
Dar à criança um lugar de destaque na
12 – 6
preparação da festa
Trabalhar a situação com a criança
(elaboração da perda, clarear sentimentos, – 35 18
optar entre vir ou não, com a tia ou não)
Outras 6 6 6
252 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
escutar a palavra ‘mamãe’ do sobrinho que estava agora sob seus cuida-
dos e que seria por ela adotado. O menino abraçou-a demoradamente e
pudemos ouvi-lo falar: Obrigado e desculpe-me, mamãe” (Barreto, 1975,
p. 101). Embora não tenham chegado a criar uma situação tão caricatu-
resca, houve menção, por parte de algumas psicólogas, de medidas tão
forçadas e prejudiciais à criança como as seguintes:
“Simularia uma situação em que a escola seria a família,
nesse caso os colegas da classe seriam irmãos e eu seria a mãe
a ser prestigiada nessa data. Estimularia todos os alunos a faze-
rem um trabalho para me oferecer e eu estaria também envolvida
nessa situação de dar muito mais carinho a todos e a cada um
nessa ocasião ou sugeriria ao professor que levasse esta proposta
a efeito. A festa seria na classe. A professora seria a mãe. Dessa
forma talvez pudesse ser compensada a situação familiar ou pelo
menos despistada.” (grifo nosso)
“Orientaria a criança no sentido de ver a tia como mãe.”
“Esclarecendo (a professora) da necessidade de valorizar que
mãe é aquela que o ajuda, que está junto, que gosta e que a mãe
também pode ser uma tia, uma avó.”
“Procuraria dar um apoio à criança, procurando explicar-
-lhe que sua tia substituirá sua mãe, dando-lhe amor, carinho,
como sua mãe verdadeira.”
Portanto, em relação a esta questão, bem como às referentes às
características dos alunos e às causas das dificuldades de aprendiza-
gem, vale para uma parcela significativa de nossos sujeitos a conclu-
são a que Barreto chega sobre o professor: “seu preparo profissional
não lhe forneceu os elementos necessários à crítica das expectati-
vas (tornadas inconscientes porque cristalizadas em hábitos) que
| 253
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
7. Sem resposta – 20 10
254 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 255
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
256 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 257
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
258 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 259
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
260 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 261
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
262 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 263
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
264 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 265
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
266 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 267
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
268 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
O que Sastre coloca em relação aos cursos de psicologia argentinos vale inteiramente
2
| 269
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
270 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 271
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
272 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 273
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
274 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 275
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
276 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 277
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
278 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
por León Ostrov e Ricardo Malfé. Segundo Ostrov (cf. Sastre, p. 171), o sistema
axiológico do analista é um aspecto da contratransferência e sua incidência na relação
terapêutica é inevitável. Partindo desta afirmação, Malfé propõe que a ideologia
burguesa, que habitualmente impregna a prática analítica, seja substituída por outra,
desmistificadora do real. A esta argumentação reagem alguns discípulos de Freud,
através de contra-argumentos que têm como fulcro duas reivindicações: em primeiro
lugar, que se verifique se não é mais correto procurar a incidência de fatores ideológicos
na decomposição sofrida pela teoria e técnica freudiana nas mãos da moral pequeno-
burguesa, e não em sua formulação original; em segundo lugar, se é verdade que a
prática analítica está impregnada de mensagens ideológicas emitidas pelo terapeuta,
a solução não se encontra na substituição de uma ideologia por outra, mas numa
investigação que busque os recursos teóricos e técnicos necessários à elevação da
cientificidade desta prática ao máximo, e a redução, ao mínimo, da incidência dos
fatores ideológicos, transformando-os de uma presença impossível de manejar num
objeto de conhecimento. Sastre sugere como saída para esta questão a produção de
“uma teoria da contratransferência e de uma teoria da leitura do material significante
em seu nível ideológico de significação. Isto permitirá controlar cientificamente a
ideologia do analista enquanto operador e demonstrar cientificamente a ideologia do
paciente enquanto objeto de conhecimento” (p. 171); tal proposição, no entanto, não
encontra unanimidade na comunidade psicanalítica, onde não existe acordo quanto
à afirmação de que a relação terapeuta-paciente é uma relação entre um operador e
um objeto de conhecimento. Contribuindo para o debate e o esclarecimento deste
tema, alguns trabalhos têm sido publicados recentemente, entre os quais destacamos o
ensaio de Vera Stela Telles (1979), que resgata a proposta de conhecimento introduzida
pela psicanálise das tentativas de fazê-la corresponder aos requisitos constitutivos da
verdade na ciência positivista. Tudo indica que a proposição de Bion, segundo a qual
“o analista não tem memória nem desejo”, vem de encontro a esse debate e se pretende
uma contribuição à teoria da contratransferência.
| 279
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
280 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 281
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
282 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 283
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
284 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 285
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
286 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 287
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
288 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 289
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
290 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 291
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
292 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 293
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
294 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 295
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
296 |
DA ADESÃO À TRANSFORMAÇÃO: CAMINHOS
| 297
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
298 |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
| 299
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
300 |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
| 301
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
302 |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
| 303
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
304 |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
| 305
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
306 |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Nidelcoff, Maria Tereza, Uma escola para o povo. São Paulo, Bra-
siliense, 1978.
| 307
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
308 |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
| 309
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
310 |
ΑΝΕΧΟ
INSTRUÇÕES
Prezado(a) Colega:
O questionário que você está recebendo faz parte de um projeto
de pesquisa que se propõe a colher dados sobre o psicólogo escolar,
numa tentativa de contribuir para o esclarecimento e a definição de
seu papel junto ao sistema escolar brasileiro.
Sua colaboração – enquanto representante de uma minoria de
psicólogos que se dedicam a esta área da psicologia aplicada – é
imprescindível à execução do plano que temos em vista. Por isso,
pedimos que você responda às questões que constam das páginas
seguintes, da forma a mais pessoal, natural e verdadeira possível;
para facilitar esta postura, suas respostas serão anônimas.
Evite teorizar e dar respostas que considere as mais corretas ou
esperadas pelo aplicador. O que precisamos é que você seja sincero e
espontâneo em suas colocações, fornecendo-nos uma noção bastante
aproximada do que você realmente pensa e faz enquanto psicólogo
escolar e de como se sente em relação à sua atuação profissional.
Caso necessite, use o verso de cada folha para completar suas
respostas. É importante ressaltar que qualquer consulta bibliográ-
fica ou troca de ideias que você fizer, prejudicará em muito o nosso
trabalho.
Desde já, os nossos agradecimentos.
| 311
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
312 |
ANEXO
| 313
PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR
314 |
ANEXO
DATA:
| 315