Apostila - Liderança Multiplicadora

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O QUE É O DISCIPULADO

Em primeiro lugar, vamos ver algumas definições que podem nos ajudar a compreender
o que o discipulado. Em seu livro “A Formação de um Discípulo”, Keith Phillips diz que:

“O discipulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno baseado no modelo de


Cristo e seus discípulos, no qual o mestre reproduz tão bem no aluno a plenitude da vida
que tem em Cristo que o aluno é capaz de treinar outros para que ensinem outros” .

Abe Huber e Ivanildo Gomes, definem discipulado de um modo bem parecido:

“Discipular é transmitir a vida de Jesus. É reproduzir essa vida em outras pessoas,


ensinando-os a guardar tudo o que Jesus ordenou.”

A definição usada por David Kornfield ensina que:

“O discipulado é uma relação comprometida e pessoal, onde um discípulo mais maduro


ajuda outros discípulos de Jesus Cristo a aproximarem-se mais dEle e assim
reproduzirem”.

Todas essas definições nos ajudam bastante a entender o que é importante dentro do
discipulado. Percebemos que o discipulado não se trata de um programa, uma serie de
módulos, um livro, um encontro semanal, nem é um novo sistema de culto nos lares.

O Discipulado é um relacionamento entranhável e profundo entre duas pessoas que


caminham em transparência, cumplicidade e amor genuíno. Juntas elas buscam o estilo
de vida de Jesus - uma vida de serviço, honra, cuidado e amor de um para com o outro.
Neste relacionamento o discipulador busca transferir a vida de Cristo para seu discípulo,
guiando-o num caminho de constante crescimento e obediência à Palavra de Deus,
alcançando também outras pessoas.
RESUMINDO: O discipulado é um relacionamento profundo entre duas pessoas que
buscam viver o estilo de vida de Jesus, e caminham juntas em constante crescimento e
obediência à Palavra de Deus, alcançando também outras pessoas.
O PROPÓSITO DE OURO DO DISCIPULADO
Precisamos entender que a razão última do discipulado é a mesma razão de todas as
outras coisas que fazemos nesta vida: que Deus seja glorificado. Lembre-se do que diz 1a
Coríntios 10.31: “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa,
façam tudo para a glória de Deus”. Guarde isso profundamente no seu coração - A
finalidade principal do discipulado é que Deus seja glorificado. Nós discipulamos por
causa dele, em obediência a ele, para que Ele seja conhecido.

“Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu
entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento” (Mateus 22.37,38). O amor por
Deus sempre deve preceder o nosso amor pelas pessoas, afinal, ELE é a fonte de todo
amor verdadeiro. Amando a Deus em primeiro lugar vamos conseguir colocar o restante
do texto em prática: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mateus 22.39).

Se a sua preocupação maior for a participação em uma estratégia de discipulado, a


vontade de ser acompanhado ou mesmo o desejo de amar as pessoas, pare um pouco e
reconsidere suas motivações. Estas coisas ainda que sejam excelentes não são o
principal. A estratégia pode se tornar pesada, o relacionamento humano pode passar por
desentendimentos e as pessoas que você tanto ama podem lhe virar as costas e não
corresponderem às suas expectativas. Por isso faça tudo para a glória de Deus, porque
isso sim é imutável. Ame ao Senhor e nenhuma estratégia roubará o foco do seu
coração. Aprenda a busca-lo incessantemente e Ele irá curar os relacionamentos feridos.
Ame a glória de Deus, e você amará as pessoas como Ele as ama.

Na caminhada de discipulado, o primeiro compromisso que deve ser feito é com o


Senhor. Devemos dizer: “Senhor, é por tua causa que desejo discipular e ser discipulado,
para que eu ame a Tua glória a cada dia mais e cresça em obediência ao Senhor, e para
ajudar outros a te conhecerem e também alcançarem este mesmo propósito.”

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Jamais perca de foco que tudo o que fazemos deve ser feito com o coração totalmente
voltado para Deus e para o louvor de Sua glória (Efésios 1.6, 12, 14), afinal de contas, foi
para isso que ele nos criou (Isaías 43.7).
A IMPORTÂNCIA DO DISCIPULADO
Há pelo menos cinco razões para que nós nos comprometamos a ver o discipulado como
o principal trabalho de nossas vidas.

1 – O AMOR DE DEUS É EXPRESSO EM RELACIONAMENTOS.


O amor de Deus e seus propósitos para nós só podem ser comunicados por meio de uma
relação pessoal e comprometida (João 1.14). O ministério de Jesus mostra isso
claramente. A bíblia diz que o amor é conhecido quando entregamos a nossa vida pelos
nossos irmãos, como Cristo fez conosco (1a João 3.16).

2 – FAZER DISCÍPULOS FOI UM MANDAMENTO DADO POR JESUS. Se você


conhece a Grande Comissão que está Mateus 28.18-20, você sabe que o mandamento
de Jesus não foi apenas espalhar uma mensagem, mas com as mesmas prioridades de
Jesus, fazer discípulos dEle. Não foi qualquer pessoa que inventou a importância do
discipulado, mas o próprio Mestre. Portanto, fazer discípulos é uma questão de
obediência.

3 – JESUS ESCOLHEU O DISCIPULADO COMO SUA ESTRATÉGIA PRINCIPAL. Para


cumprir sua missão na terra Jesus não construiu um templo, não foi para um seminário,
não fundou uma denominação, nem se identificou com nenhum movimento religioso da
época como a única forma de servir a Deus. Ele escolheu o fazer discípulos., investiu
tempo, energia e amor para ver pessoas transformadas. Se essa foi a melhor opção para
o Senhor dos Senhores, por quê não seria também para nós?

4 – O DISCIPULADO GERA MUITA QUALIDADE


Fazendo discípulos não precisamos optar por quantidade ou qualidade, podemos
alcançar as duas coisas. Muitas igrejas só pensam em fazer convertidos, uma multidão
de bebês espirituais que apenas vão à igreja aos domingos mas ninguém sabe
realmente como eles estão. Quando o discipulado verdadeiro acontece, vemos uma
multidão de pessoas em

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crescimento constante, vivendo os valores do Reino de Deus e buscando viver como
Jesus.

5 – O DISCIPULADO GERA MUITOS RESULTADOS.


Qualquer discípulo verdadeiro de Jesus deseja profundamente que o maior número de
pessoas venha a conhecê-lo. É por isso que pregamos o evangelho, para que o perdido
seja alcançado. O discipulado é extremamente eficaz para o crescimento do reino de
Deus, pois se trata de multiplicação de geração em geração. Keith Phillips mostra uma
tabela comparando os resultados do evangelismo e o discipulado ao longo dos anos:

DIFERENÇA ENTRE EVANGELIZAÇÃO E DISCIPULADO

Anos Evangelista Discipulador

1 365 2
2 730 4
3 1.095 8
4 1.460 16
5 1.825 32
6 2.190 64
7 2.555 128
8 2.920 256
9 3.285 512
10 3.650 1.024
11 4.015 2.048
12 4.380 4.096
13 4.745 8.192
14 5.110 16.384
15 5.475 32.768
16 5.480 65.536
17 6.205 131.072
18 6.570 262.144

Obviamente esta tabela não leva em conta os possíveis frutos de cada pessoa alcançada
pelo “evangelista”, mas o faz o com o “discipulador”. Esta tabela não é “prova” ou uma

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“garantia”, é apenas um exemplo de como o discipulado intencional pode garantir, no
longo prazo, uma grande colheita de vidas para Jesus. É um trabalho que parece
“menor”, mas com resultados mais tangíveis. Por outro lado, simplesmente evangelizar
sem discipular infelizmente não oferece a oportunidade de levar as pessoas a um
crescimento constante. Contudo, deixamos claro que não queremos desqualificar o
trabalho de um evangelista dedicado, apenas mostrar que o discipulado um a um pode
garantir resultados abundantes e “frutos que permaneçam” (João 15.16).

A ESSÊNCIA DO DISCIPULADO UM A UM
Como já vimos anteriormente o discipulado não é um programa, nem deve ser
confundido com uma série de estudo de lições bíblicas, muito menos uma estratégia de
controle da vida das pessoas. Ser discípulo é muito mais do que ser um mero aprendiz
temporário. A essência do discipulado é um relacionamento profundo e transparente com
outras pessoas cujo objetivo é nos fazer mais parecidos com Jesus (Romanos 8.29).

Nesta caminhada você jamais deve se esquecer que no discipulado deve haver uma
caminhada diária, uma amizade, um relacionamento profundo. Se isso se perder, o que
deveria ser gostoso, prazeroso e eficaz se tornará pesado e infrutífero.

QUEM É O DISCÍPULO?
Entendemos que todo aquele que nasceu de novo é um discípulo de Jesus, ou melhor,
deve ser. É comum hoje em dia vermos multidões presentes nas igrejas e grandes
ajuntamentos, mas que não se comprometem com o estilo de vida de Jesus. Elas só
querem as bênçãos de Deus mas não se preocupam com o Reino de Deus. Pedem
bênçãos mas não se tornam bênçãos. O estilo de vida de Jesus é o auto-sacrifício em
prol do outro. É a prática de 1a João 3.16 – dar a vida pelos nossos irmãos. Todos os que
receberam a salvação são chamados a serem imitadores de Cristo e viverem como ele
viveu.

Vamos ver algumas características que Jesus nos dá sobre um discípulo:  O

discípulo vive para agradar ao Mestre Jesus. Ele vive o estilo de vida da cruz.
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“Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus
irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu
discípulo. E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu
discípulo” Lucas 14.26- 27

 O discípulo permanece firme na Palavra de Jesus.


“Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: "Se vocês permanecerem firmes na
minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a
verdade os libertará". João 8.31-32

 O discípulo ama o próximo com o mesmo amor do Mestre.


“Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês
devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus
discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”. João 13.34-35

 O discípulo tem uma vida de frutificação espiritual.


“Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus
discípulos.” João 15.8

QUEM É O DISCIPULADOR?
Ser “discipulador” não é uma vocação superior para super-crentes. Este nome damos a
alguém que está investindo intencionalmente na transformação de alguém. Entendemos
que toda pessoa que nasceu de novo também foi chamada para fazer discípulos, uma
vez que a Grande Comissão é para todos os crentes. Perceba que ninguém precisa de
um dom ou chamado específico para fazer discípulos, apenas a disposição de abençoar
outra pessoa com a sua amizade e cuidado. O Espírito Santo se encarregará do resto.

O discipulador não é simplesmente um professor. Ele é alguém que além de informar


também coopera na formação espiritual do seu discípulo, tornando-se MODELO para ele.
John Sittema afirma que o processo de discipulado “requer o desenvolvimento de um
relacionamento de confiança, de exemplo, de revelação do nosso coração e da nossa fé
ao discípulo que, por sua vez deve imitar o padrão de fé do seu mestre.”
Mas devemos sempre lembrar que nenhum discipulador é modelo de perfeição, mas sim,

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um modelo de transformação, mostrando que ele também está num processo, que a
cada dia subirá um degrau em direção ao caráter de Cristo. Foi isso que Paulo quis
demonstrar em Filipenses 3.12 quando disse “Não que já a tenha alcançado, ou que seja
perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo
Jesus.”

FAZENDO DISCÍPULOS PARA JESUS


John Sittema acredita que discipular é “reproduzir a si mesmo e sua fé na vida de outros.”
Mas precisamos notar algo essencial: o Senhor Jesus exige que façamos discípulos
dEle, e não nossos. Isso é de extrema importância!

Um grande exemplo que temos nas Escrituras é João Batista. Quando Ele foi
questionado pelos sacerdotes judeus se ele era o Messias, respondeu: “Eu não sou o
Cristo” (João 1.20). Mais tarde, quando Jesus apareceu, João apontou para Ele dizendo:
Este sim é o Cordeiro! Ele é o Salvador do mundo! E dois dos seus discípulos, ouvindo
isso, o deixaram e seguiram a Jesus (João 1.35-37).

Que grande exemplo! Devemos levar os nossos discípulos a seguirem e dependerem


cada vez mais do próprio Jesus. O discipulador maduro deve deixar muito claro que ele
mesmo não é o “salvador” do seu discípulo, só Jesus o é. A dependência emocional
doentia não deve ter lugar no discipulado. Como discipulador, não caia no engano de que
você deverá resolver os problemas de seu discípulo. Apenas busquem juntos a Deus por
uma resposta, que com certeza virá.

MODELOS BÍBLICOS DE DISCIPULADO


O discipulado não era uma ideia nova no período do novo testamento, mas foi um
conceito bem estabelecido no mundo grego vários séculos antes de Cristo e no ambiente
judaico também. No Antigo Testamento vemos vários exemplos benéficos (e outros nem
tanto) deste tipo de relacionamento:

 Moisés e Josué – Êxodo 17.8-10


 Elias e Eliseu – 1a Reis 19.19
 Jeremias e seus discípulos – Jeremias 36.6-8

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Já no Novo Testamento temos:
 Jesus e os doze – Marcos 3.13-15
 Discipulado de Barnabé com Saulo e João Marcos – Atos 9.26-30

 Discipulado de Paulo com Timóteo – 2a Timóteo 2.15 


Discipulado de Timóteo com outros – 2a Timóteo 2.2
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A RELAÇÃO ENTRE DISCÍPULO E
DISCIPULADOR

Como aprendemos anteriormente, o discipulado não se trata de uma agenda de


encontros, ou um aconselhamento cristão (embora possua estes dois elementos). O
discipulado é um relacionamento profundo e transparente entre discípulo e discipulador
enquanto ambos estão “coram Deo”, perante Deus. Essa é a essência do discipulado.
Mas este relacionamento não é uma amizade comum apenas para passar o tempo, mas
há um propósito específico – nos fazer mais parecidos com Jesus.

Keith Phillips fala que as maiores marcas do discípulo são MORTE e MULTIPLICAÇÃO
porque esse é o estilo de vida de cruz, ensinado por Jesus. Ele diz em Lucas 9.23 “Se
alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e
siga me”. O discípulo deve estar pronto a morrer para si mesmo e suas vontades para
viver um outro estilo de vida, que prioriza o Senhor, o Seu Reino e a Sua vontade,
alcançando outras pessoas em amor e multiplicando este propósito.

Por isso vamos aprender alguns princípios importantes que nos ajudarão a viver
relacionamentos saudáveis, frutíferos, que glorifiquem a Deus e abençoem o corpo de
Cristo e o mundo que nos cerca.

O FIM DO INDIVIDUALISMO
Muitas pessoas, mesmo depois de convertidas, continuam a viver em solidão. Entram e
saem dos cultos no templo, semana após semana sem que ninguém saiba o que
realmente está acontecendo em sua vida. Até mesmo participam de uma célula, mas
continuam isoladas sem que ninguém as conheça de fato. Infelizmente isso ainda é a
realidade em muitas comunidades de fé. Pela falta de relacionamentos o crescimento
espiritual dessas pessoas é lento, a comunhão com Deus inconstante, e a vitória sobre o
pecado é rara.

Por isso a primeira atitude que se espera dentro do discipulado é o fim do individualismo,
a decisão de não caminhar só em circunstância alguma. É por isso que temos a visão do
discipulado, para que ninguém precise caminhar sozinho. Isso é muito mais do que um
modelo ou estratégia. São relacionamentos que nascem do amor e se mantém pelo
amor, para a glória de Deus e para o cumprimento dos seus propósitos.

Atenção: o fim do individualismo não significa o fim da individualidade. Queremos que as


pessoas não precisem caminhar sozinhos, mas preservem a sua identidade, seus gostos
pessoais, dons, sonhos, etc. Veremos mais à frente que o discípulo não deve se tornar
uma cópia do discipulador. O desafio é entender quem somos diante de Deus e vivermos
os valores do Reino, cada um do jeitinho que Deus o fez.

ATITUDES DE UM DISCIPULADOR EXCELENTE Para aprendermos


as atitudes de um Discipulador Excelente vamos olhar a vida de Barnabé, o homem que
discipulou e investiu na vida de dois homens que vieram a ser importantíssimos dentro
do cristianismo: o apóstolo Paulo, e o evangelista João Marcos

1. SEJA UM ENCORAJADOR.
Uma das principais características de um discipulador é a capacidade de encorajar. Em
Atos 4.36-37 Barnabé aparece pela primeira vez na Bíblia: “Então José, chamado pelos
apóstolos Barnabé (que quer dizer, filho de consolação), levita, natural de Chipre,
possuindo um campo, vendeu-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos”.

É interessante notar que nome verdadeiro de Barnabé era “José”. O termo “Barnabé” é
um apelido que significa “Filho da Consolação” (ou “do encorajamento”). Provavelmente
eram tantos “Josés” naquela época, que Barnabé se destacou pelo seu comportamento
encorajador, e ficou conhecido por isso. Se você recebesse um apelido baseado no seu
comportamento, qual seria? Talvez “O Chato”, “O Incrédulo”, ou “O Reclamão”? Por que
não: O Encorajador?

2. ACREDITE NAS PESSOAS.


Veja o que diz Atos 9.26-28: “Tendo Saulo chegado a Jerusalém, procurava juntar-se aos
discípulos; mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo. Então Barnabé,
tomando-o consigo, o levou aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira o
Senhor e que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousadamente em nome de
Jesus.”
Imagine a conversão de um terrorista conhecido, que milagre! No entanto, algumas

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pessoas desconfiavam que a conversão de Paulo fosse falsa, e ele mesmo, um espião.
Barnabé acreditou em Paulo quando ninguém o fazia e “pôs a mão no fogo” pelo seu
amigo dando respaldo a ele diante da liderança da igreja em Jerusalém. Assim como
Barnabé precisamos acreditar nas pessoas, e muito mais, em Deus que pode transformar
o ser humano milagrosamente.
3. INVISTA NOS REJEITADOS
Depois de sua conversão, Paulo passou cerca de 14 anos distante, quase em anonimato.
Mas Atos 9.26-28 nos mostra que Barnabé foi atrás de Paulo para envolvê-lo novamente
no ministério. O texto diz: “Partiu, pois, Barnabé para Tarso, em busca de Saulo; e tendo
o achado, o levou para Antioquia. E durante um ano inteiro reuniram-se naquela igreja e
instruíram muita gente; e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados
cristãos”. Mais tarde em Atos 15.36 notamos que Barnabé deixa Paulo para investir em
outra pessoa que estava sendo rejeitada, seu sobrinho João Marcos.

Vivemos em um mundo utilitarista, onde as pessoas só têm valor se elas têm algo a
oferecer. Os “inúteis” aos olhos humanos são menosprezados. A igreja de Jesus jamais
deve ser assim. O valor que as pessoas possuem não vem do que elas podem fazer, mas
do que Jesus fez por elas. Cada pessoa tem um valor eterno para Deus! Por isso invista
nos rejeitados

4. COMPARTILHE O MINISTÉRIO COM SEU DISCÍPULO


O discipulador não pode ter medo de compartilhar seu ministério e ver seu discípulo
crescer. Barnabé realmente aprendeu o que era “projetar” o seu discípulo Paulo. Ele o
deixou assumir a posição de liderança dentro da equipe missionária e não se sentiu
ameaçado, mas ficou feliz ao ver o crescimento do seu discípulo amado. Veja abaixo
como o próprio texto de Atos mostra Paulo saindo do lugar de coadjuvante para se tornar
o líder da equipe:

 Barnabé e Saulo – Atos 11.30; 12.25; 13.2; 13.7;


 Paulo e Barnabé – Atos 13.43; 13.46; 13.50; 15.35

Como discipuladores precisamos discipular pessoas para assumirem nosso lugar. Temos
aprendido que o discipulado é uma questão de paternidade espiritual. Nenhum pai quer

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que seu filho seja um fracasso ou que não prospere na vida. Pelo contrário, sempre
desejamos que nossos filhos nos superem e vão muito além de nós em todas as áreas.
No discipulado acontece da mesma forma. O verdadeiro discipulador não fica com medo
de ver seu discípulo crescer, antes dá todo o auxílio para que ele avance e prospere cada
vez mais em sua caminhada com Deus.

5. PROTEJA O SEU DISCÍPULO


Em Atos 15.36-40 vemos que Paulo e Barnabé tiveram um grande desentendimento. O
jovem João Marcos havia os abandonado no meio da primeira viagem missionária. Mais
tarde, ele quis se juntar novamente à equipe missionária, e Paulo e Barnabé pensavam
diferente sobre o que deveriam fazer. Paulo não queria Marcos na equipe, mas Barnabé
queria levá-lo. Mais uma vez vemos o coração de Barnabé voltado para os rejeitados, ele
quis proteger o seu jovem discípulo. É verdade, João Marcos realmente havia errado,
mas o seu discipulador não iria abandoná-lo sem investir em sua restauração. Por causa
disso, barnabé e Paulo se separaram e nasceu a segunda equipe missionária, Paulo e
Silas foram para Síria, enquanto Barnabé e João Marcos seguiram para Chipre.

É muito importante para o discipulador entender que deve proteger a pessoa mas não o
seu erro. Quando o discípulo erra, o discipulador deve com muito amor e carinho investir
para que ele entenda e repare o seu erro, à luz da Palavra de Deus, sem desprezá-lo.
Todos nós erramos e precisamos de ajuda. Não se esqueça – a melhor maneira de
proteger seu discípulo é em oração e intercessão, contra as investidas do inimigo. Esteja
sempre em oração.

6. JAMAIS IMPONHA SUA OPINIÃO.


Neste episódio de Atos 15.36-40 vimos que Paulo e Barnabé tinham uma opinião
diferente sobre como proceder com João Marcos. Um queria deixá-lo, o outro queria
abraçá-lo. O que fazer? Barnabé não impediu Paulo de colocar sua opinião, nem o
obrigou a fazer o que ele mesmo achava correto. Barnabé preferiu ensinar a Paulo
através do seu exemplo, e parece que deu certo. Tempos depois, Paulo escreve a
Timóteo: “Só Lucas está comigo. Traga Marcos com você, porque ele me é útil para o
ministério.”

Nunca devemos impor a nossa opinião sobre os amados discípulos que o Senhor Jesus
nos confiou. Podemos aconselhar, ensinar, mas sempre caberá ao discípulo escolher o

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que fazer. Se ele errar, estaremos prontos a ajudar e jamais dizer “EU TE FALEI!”. Nunca
imponha sua opinião, mas ensine pelo exemplo.
CONSELHOS PRÁTICOS PARA DISCIPULADORES Todos
desejamos ser crentes maduros e com um comportamento aprovado pelo Mestre. Se
você quer ensinar, então deve ser exemplo. Paulo fez a ousada declaração aos crentes
da igreja de Corinto “sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1a Coríntios
11.1). Escrevendo aos Filipenses o apóstolo exige que “o que também aprendestes, e
recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai;” (Filipenses 4.9). Temos algumas
sugestões, que você como servo do Senhor, pode aplicar para influenciar positivamente
a vida do novo discípulo:
 Obedeça sempre a Palavra de Deus;
 Cuide bem da sua família. Quando necessário busque auxílio pastoral para
aconselhamento;
 Não perca a ternura. A amargura mata o vigor espiritual e nos torna indiferentes
com a santidade;
 Nunca seja orgulhoso. A soberba é essencialmente competitiva e ofensiva;  Não
seja uma oposição rebelde à liderança da igreja, pelo contrário, contribua com
opiniões construtivas;
 Exercite uma vida de oração contínua. A intimidade com Deus é o exercício do
relacionamento que Ele exige;
 Cultive uma vida de santificação pessoal;
 Anseie ardorosamente andar dentro da vontade de Deus;
 Humilhe-se diante de Deus naqueles momentos de crise e desespero;
 Chore lágrimas de quebrantamento e não de amargura;
 Não desista do seu compromisso com o Senhor, pois Ele é fiel à Sua Aliança
contigo;
 Permita-se ser pastoreado.
 Com temor aceite a repreensão dos seus pecados, buscando o arrependimento
sincero.
 Seja humilde em pedir perdão e disposto em perdoar.
 Busque ser frutífero em seu ministério e célula, para que não caia na futilidade e
não perca o seu propósito de glorificar a Deus.

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 Acima de tudo, faça tudo exclusivamente para a glória de Deus!
ATITUDES DE UM DISCÍPULO EXCELENTE
Assim como todo relacionamento é uma via de mão dupla, o discipulado não é diferente.
De uma certa forma, o sucesso do discipulado dependerá muito mais do coração
ensinável e humilde do discípulo do que das qualidades do discipulador. Vejamos abaixo
alguns princípios importantes que nortearão a sua caminhada.

TRANSPARÊNCIA – “Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns
pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz.” Tiago 5.16
O discipulado deve ser um lugar seguro para abrirmos o nosso coração. Todos
precisamos de cura e vitória sobre pecados em alguma área de nossa vida, e muitos se
sentem derrotados como se nunca fossem caminhar em vitória. Tiago ensina que
quando abrimos o nosso coração e nos expomos, com a ajuda dos nossos irmãos nós
somos curados. Nós confessamos os nossos pecados a Deus para sermos perdoados
(1aJoão 1.19), mas quando deixamos que o outro nos veja por completo, somos curados
do isolamento, curados da vida de aparências, do perfeccionismo, da derrota interna e
passamos a ter alguém que luta conosco as nossas batalhas.

ATENÇÃO: A decisão de abrir o coração é inteiramente voluntária. Jamais deve existir


pressão para que o outro exponha situações que ele ainda não se sente à vontade para
expor. Como irmãos em Cristo, estamos aqui para servir. Nossa palavra deve ser: “Meu
irmão querido, existe um princípio espiritual de cura quando abrimos o nosso coração e
eu me coloco aqui para ouvi-lo e ajuda-lo no que for preciso, em absoluto sigilo. Se você
desejar se abrir, com certeza Deus lhe dará vitórias. Mas você não é obrigado a nada.
Você só deve abrir o coração quando se sentir confortável para isso. Eu estarei sempre
aqui para ajudá-lo.”

COMPANHEIRISMO – Mas você tem seguido de perto o meu ensino, a minha conduta, o
meu propósito, a minha fé, a minha paciência, o meu amor, a minha perseverança, as
perseguições e os sofrimentos que enfrentei” 2 Timóteo 3.10-11. Enquanto só podemos
conhecer a vida do apóstolo Paulo através de suas cartas, Timóteo viu tudo de perto, ao
vivo e a cores. A proximidade é essencial. Na vida cristã, quanto mais próximos estamos,
mais crescemos e aprendemos. O discipulado não acontece em
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um horário fixo na semana. Ele acontece na vida, na viagem, no mercado, no churrasco,
na visita, no cinema, no lazer, no almoço, etc. Busquem ser companheiros de caminhada,
façam coisas juntos, esteja presente em todos os momentos, como grandes amigos.

SERVIR JUNTOS NO MINISTÉRIO – Mas vocês sabem que Timóteo foi aprovado,
porque serviu comigo no trabalho do evangelho como um filho ao lado de seu pai.
Filipenses 2.22 É muito bom para o discípulo se envolver beneficamente no serviço
cristão. Isso não quer dizer que o discípulo deve abandonar seus dons, talentos e
chamado e se tornar uma cópia daquela pessoa que o acompanha, de modo algum! O
importante aqui é os dois se envolverem nas coisas do Reino de Deus juntos. Assim
como você será ajudado no seu trabalho no Reino, busque ajudar também aquela
pessoa que tem se dedicado a você, com certeza ambos crescerão bastante. Nós
podemos aprender muito trabalhando ombro a ombro com cristãos mais experientes, e
com certeza eles serão grandemente animados pela companhia dos amigos mais
próximos.

EXEMPLO: Se o seu discipulador é um líder de célula, busque ajuda-lo no que ele


necessita e você aprenderá lições valiosas. Se seu líder é um líder de missões, faça o
mesmo, e assim por diante.

ANDAR EM ALIANÇA E FIDELIDADE – Não insistas comigo que te deixe e não mais a
acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu
Deus será o meu Deus! Rute 1.15-17
Creio que isso é necessário em qualquer relacionamento, afinal de contas, ninguém
gosta de “amigos da onça”. Andar em aliança e fidelidade significa que não importa o
erro da outra pessoa, meu compromisso e amor para com ela sempre será o mesmo.
Este compromisso deve ser feito tanto pelo discípulo como pelo discipulador:
 Falar sempre a verdade;
 Não criticar pelas costas, mas resolver as questões pessoalmente;
 Não desistir da pessoa quando ela errar com você;
 Buscar estar disponível nas horas boas ou ruins;
 Ser sincero e pedir perdão quando estiver errado;
 Amar a pessoa a qualquer custo;
Isso sim é um relacionamento cristão maduro! Cremos que é a vontade de Deus que
vivamos este tipo de relacionamento no corpo de Cristo e também com os de fora.

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Humanamente isso é impossível, mas nós temos o Espírito Santo que nos ajuda e
intercede por nós. João disse: “Se andarmos na luz (se estivermos em Cristo) temos
comunhão uns com os outros (o amor fraternal é uma consequência) – 1ª João 1.7.

SERVIÇO – “Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos
outros mais do que a si próprios.” Romanos 12.10
Esta é outra atitude que vale tanto para discípulos como discipuladores. Na verdade, o
serviço é um princípio para qualquer cristão, e dentro do discipulado isso é ainda mais
prático. Porém, vale dizer que nunca ninguém será obrigado a fazer coisas para o seu
discípulo/discipulador (falaremos mais sobre isso adiante), a não ser que queira fazer
voluntariamente e de coração alegre. O serviço cristão que deve haver no discipulado é a
atitude de estar presente, participando da vida um do outro e ajudando mutuamente da
melhor maneira possível. Finalizando, todos nós, crentes em Jesus devemos estar estar
prontos para servir os outros.

SUBMISSÃO – “disse-lhe Elias: "Fique aqui, pois o Senhor me enviou a Betel". Eliseu,
porém, disse: "Juro pelo nome do Senhor e por tua vida, que não te deixarei ir só". Então
foram a Betel.” 2 Reis 2.2
Este é um ponto crítico porque muitas pessoas entendem errado o sentido da verdadeira
submissão bíblica:
 Submissão NÃO é ser escravo do outro;
 Submissão NÃO é obediência cega a qualquer ordem;
 Submissão NÃO é a falta de opinião própria;
 Submissão NÃO é ser “vaquinha de presépio”.

O texto utilizado acima é um modelo muito bonito da verdadeira submissão de Eliseu ao


profeta Elias. Note que Eliseu aparentemente não obedece “cegamente” a ordem de seu
líder, mas seu coração está verdadeiramente submisso, pois submissão significa estar
aliançado, juntos, sob a mesma missão. Eliseu disse: “Se é para lá que você vai eu
também quero ir, pois eu quero estar junto com você.” Submissão é parceria, é caminhar
junto e respeitar a pessoa que Deus lhe deu por líder.

Biblicamente a submissão não é para alguns. Não é ferramenta de opressão a liderados,


escravos ou mulheres. A sujeição é de UNS AOS OUTROS (Efésios 5.21), independente

8
da posição de liderança, gênero, papel social, etc. Ainda assim, reconhecemos que Deus
estabelece líderes segundo o Seu coração e devemos respeitá-los. Em Hebreus 13.17
lemos: “Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de
vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja
uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês.”

Então a submissão bíblica não tem por objetivo anular as pessoas ou torna-las reféns
dos seus líderes. Queremos respeitar a autoridade espiritual daqueles que Deus nos deu
como líderes para apascentar o Seu rebanho. Se a Palavra de Deus já nos diz a nos
“sujeitarmos uns aos outros”, quanto mais devemos ser assim com nossos líderes.
Queremos praticar a verdadeira submissão que significa parceria, respeito, comunhão e
sujeição à mesma missão que Deus deu aos nossos pastores e discipuladores: cuidar do
rebanho de Deus.

OS TRÊS NÍVEIS DE SUBMISSÃO NO DISCIPULADO

 À Palavra de Deus: Qualquer discípulo de Jesus deve estar completamente


submisso aos princípios da Palavra de Deus. Submissão total.

 Aos conselhos do discipulador: O discípulo deve ser ensinável para ouvir


conselhos edificantes, mas a submissão aqui é relativa.

 Às opiniões do discipulador: Não é necessário nenhum tipo de submissão às


opiniões e gostos pessoais do discipulador. Cada um deve cultivar em Deus sua
própria individualidade sadia e única.
9
O QUE É UM PGM

As Escrituras ordenam desenvolver relacionamentos de edificação mútua. Congregar não


se resume apenas a louvor e pregação, mas também oração e ministração uns aos outros
(Hebreus 10.24-25). Cada membro do corpo de Cristo é um sacerdote e deve servir a seus
irmãos no Senhor, e o PGM é o melhor lugar para praticar este princípio.

UMA DEFINIÇÃO DE PGM

Um PGM é um grupo constituído de seis (06) a dezesseis (16) pessoas,


reunindo-se semanalmente para aprender como tornar-se uma família,
adorar o Senhor, edificar a vida espiritual uns dos outros,
orar uns pelos outros e levar pessoas ao Evangelho.

Cada PGM deve ter no mínimo seis pessoas e não é ideal que ela ultrapasse o limite de
dezesseis. Os grupos de Moisés eram constituídos de 10 (Êxodo 18.21) e Jesus liderou
doze. Dez ou doze pessoas são o número ideal de membros um PGM. Quando atingir o
limite de quatorze ou quinze pessoas, o PGM deve estar preparado para se multiplicar.
A PGM é muito maior que a sua reunião. Se o PGM só existe no dia da reunião, então
não é um PGM, mas apenas um culto caseiro. A PGM acontece a semana toda: no
supermercado, no shopping, na caminhada, no lazer, nas casas, na escola. Sempre que
os irmãos se encontram, o PGM acontece. A primeira característica do PGM é ser uma
comunidade que vai além da reunião formal.

O QUE NÃO É UM PGM


 Grupo de oração: Normalmente esse tipo de grupo é composto de muitas
pessoas que têm a seguinte atitude: “O que esse grupo pode fazer por mim?”

8
 Grupo de estudo bíblico: O problema deste tipo de grupo é que ele não estimula
o compartilhar de necessidade e nem a verdadeira comunhão; pelo contrário,
tende a se tornar um grupo restrito e fechado, onde o não crente não se sente
bem-vindo.

 Grupo de discipulado: Este tipo de grupo procura um crescimento espiritual num


ambiente fechado com pessoas que participam de uma determinada “rede” de
discípulos.

 Grupo de cura interior: É um tipo de grupo que usa técnicas da psicologia para
buscar cura para os seus traumas emocionais. Muitos deles são estéreis,
melancólicos e introspectivos. O foco principal destes grupos geralmente não é
trazer pessoas a Jesus.

 Grupo de apoio: Grupos assim são semelhantes a alcoólicos anônimos: as


pessoas se reúnem para falar de seus problemas, vez após vez, semana após
semana.

 Ponto de pregação: Grupos assim têm como deficiência básica o fato de não
compartilharem a realidade da vida do corpo. O grupo é apenas um
ajuntamento, mas sem comunhão.

 Qualquer grupo com as seguintes características:


 Grupo fechado, criado só para as pessoas de um departamento da igreja;
 Qualquer grupo que não tenha a multiplicação como objetivo;
 Qualquer grupo que não se submeta à liderança geral da igreja;
 Qualquer grupo que seja apenas uma reunião social.
 Cuidado! Não se engane! Esses grupos acima não são PGMs!

ONDE O PGM SE REÚNE?


A maioria dos PGMs se reúnem em residências. Parece que a casa, o lar, a habitação da
família, tem mais afinidade com a ideia de igreja no lar do Novo Testamento.

9
Apesar de preferirmos residências, um PGM pode se reunir também em empresas (na
hora do almoço), em escolas, praças, parques, em salões de festas (de condomínios) e
em qualquer lugar onde haja um mínimo de silêncio e privacidade. Só não
recomendamos reuniões em bares ou lugares semelhantes.

SUPERIORIDADE DO MODELO DA IGREJA NAS CASAS


SOBRE OS MODELOS HISTÓRICOS

TEMA IGREJA CONVENCIONAL IGREJA NAS CASAS PERSPECTIVA E

FOCO O ponto focal é congregação. O ponto focal é a PGM.

ATIVIDADES Cultos litúrgicos semanais. Diariamente de uns para com os outros:


comunhão e serviço
festas ocasionais e muitas
visitas. Equipar cada crente para
que
DEVER PASTORAL Modelar a vida de outros
Pregar bons sermões, fazer crentes para que eles
casamentos e enterros, ministrem.
TAREFA DOS LÍDERES Dirigir os ele faça o trabalho do ministério.
programas da igreja.
trabalhar em programas. sacerdócio).
EXPECTATIVA DOS Ministrar aos outros;
MEMBROS desprendimento para servir e
Frequência; contribuição; ajudar (exercer o
Para promover o crescimento do reino de
Deus. Unidade, vida no corpo de Cristo.
COMPROMETIMENTO Para aumentar a
instituição; uniformidade.

TAMANHO DOS GRUPOS Grandes, genéricos e impessoais. "Comunidade Cristã Básica".


SISTEMA DE Tem um problema? Os membros e líderes
SUPORTE Procure o Pastor. Ele edificam uns aos outros.
resolve tudo.

10
15% dos membros fazem dos membros estão
PARTICIPAÇÃO DOS
todo o trabalho. 25% são ministrando. 100% são
MEMBROS
dizimistas. dizimistas fiéis.
Pesquisas mostram que 10 a
Pesquisas revelam que 95%
Íntima, ajudando uns aos outros. Discipulado
funcionando na prática, como estilo de vida.
RELACIONAMENTOS Possibilidade remota.
Pouca transparência. Individualismo. "Venha e cresça conosco". “Então vá e faça
discípulos”.

PALAVRAS CHAVE "Vá e pregue o Da boca para o ouvido, de


evangelho". “Traga pessoas”.

Classes, anotações. Pouca


EVANGELISMO compartilhados. Informações.
DISCIPULADO

Evangelismo pessoal.
Cruzadas evangelísticas.
modelagem, valores não Busca pelo
"reavivamento". 5%, ou modelagem, valores pessoaismuitos peixes. "Com certeza
menos, dos membros são compartilhados. Deus está entre vocês"!
envolvidos. Malha fina.
coração para coração, O PGM é a rede de pescar Avivamento constante!
igreja, às vezes longe e pouco acessível.
Centrada nas casas, próximo do membro,
em local de fácil acessibilidade.
LOCALIZAÇÃO Reuniões no edifício da

MULTIPLICAÇÃO Lenta, e às vezes Rápida e equilibrada,


inexistente; quando certeira, consistente.
acontece, é com pouca Líderes treinados na
maturidade e consistência. prática: “mão na massa”.

A IGREJA PRIMITIVA E OS PEQUENOS GRUPOS

 Atos 2.46-47: “E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o


pão de casa em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a
Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor
os que iam sendo salvos”.

11
 Atos 5.42: “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de
ensinar, e de anunciar a Jesus, o Cristo”.

 Romanos 16.3-5: “Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Cristo


Jesus, os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças; o que não só eu
lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios. Saudai também a
igreja que está na casa deles.”

 Romanos 16.1-2: “Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo à


igreja de Cencréia, para que a recebais no Senhor como convém aos santos e a
ajudeis em tudo que de vós vier a precisar; porque tem sido protetora de muitos
e de mim inclusive”.

 Romanos 16.3-5: “Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus,


os quais pela minha vida arriscaram a sua própria cabeça; e isto lhes agradeço,
não somente eu, mas também todas as igrejas dos gentios; saudai igualmente a
igreja que se reúne na casa deles”.

 Romanos 16.10: “Saudai Apeles, aprovado em Cristo. Saudai os da casa de


Aristóbulo”.

 Romanos 16.11: “Saudai meu parente Herodião. Saudai os da casa de Narciso,


que estão no Senhor.

 Romanos 16.14: “Saudai Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas e os


irmãos que se reúnem com eles. Saudai Filólogo, Júlia, Nereu e sua irmã,
Olimpas e todos os santos que se reúnem com eles”.

 Romanos 16.16: “Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todas as igrejas
de Cristo vos saúdam”.

 1a Coríntios 16.19: “As igrejas da Ásia vos saúdam. No Senhor, muito vos
saúdam Áquila e Priscila e, bem assim, a igreja que está na casa deles”.

 Colossenses 4.15: “Saudai os irmãos de Laodicéia, e Ninfa, e à igreja que ela


hospeda em sua casa”.

12
 Filemom 2: “Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus, e o irmão Timóteo, ao amado
Filemom, também nosso colaborador, e à irmã Afia, e a Arquipo, nosso
companheiro de lutas, e à igreja que está em tua casa...”

Os pequenos
grupos são a força
motriz da Igreja do
Novo Testamento.

MINISTRANDO UNS AOS OUTROS


Ninguém possui todos os dons, por isso precisamos uns dos outros! Não é possível que
todos os membros da igreja ministrem com seus dons durante o culto semanal no prédio
da igreja, mas nos PGMs isso pode acontecer naturalmente.

 1a Coríntios 12.4: “Porque também o corpo não é um membro, mas muitos”.

 1a Coríntios 12.7: “A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o


proveito comum”.

 1a Coríntios 12.12: “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros,
e todos os membros do corpo, embora muitos formam um só corpo, assim
também é Cristo”.

 1a Coríntios 12.27: “Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus


membros”.

 1a Coríntios 14.26: “Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem
doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para
edificação”.

 Hebreus 10.24-25: “e consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos


ao amor e às boas obras, não abandonando a nossa congregação, como é

13
costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais,
quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”.

QUALIDADES DO PGM

 Informalidade – Ajuda a combater a religiosidade. É fácil cultivar uma vida cristã


de aparência, mas aqueles que crescem num ambiente cristão de informalidade
assimilam pelo exemplo a importância da transparência. Num ambiente informal
as pessoas estão mais abertas ao mover do Espírito e à comunhão.
 Amizade e Comunhão - Quando a igreja cresce, as pessoas correm o risco de
se tornarem números e não mais receberem atenção, passando a sentir solidão
no meio da multidão. Os PGMs, contudo, proporcionam um ambiente de
intimidade onde a amizade é desenvolvida. Ninguém vive sozinho a vida cristã;
criar vínculos é imprescindível para quem quer desenvolver uma fé sadia.

 Evangelismo - Muitas pessoas jamais entrarão numa igreja evangélica por puro
preconceito, tradição familiar ou pela generalização da mídia para com os
evangélicos. Mas a igreja não foi chamada para ser sal e luz dentro do templo, e
sim lá fora onde os pecadores estão. As estatísticas indicam que a grande
maioria das pessoas se converte mediante contato com amigos ou familiares.

 Crescimento ilimitado - Em todo o mundo, as igrejas nas casas transcendem o


limite físico que seus templos comportam, pois não estão limitadas às
acomodações de um prédio, mas espalhadas pelas casas; além de que são
facilmente adaptáveis.

 Oportunidade ministerial - No templo, poucas pessoas chegam a ter


oportunidade de exercer seu ministério, pois eles se restringem a pregação,
louvor, ensino infantil e recepção. No PGM cada membro pode exercitar seus
dons e ministérios. Sem este tipo de reunião será impossível cada um funcionar
em seu lugar no corpo de Cristo.

14
 Pastoreio – A Igreja que se reúnem nas casas são um tremendo meio de
acomodação e pastoreio do rebanho. Cada líder cuida bem de seu PGM, pois o
número de pessoas é pequeno; por sua vez os líderes também recebem cuidado
pastoral de seus supervisores, que também recebem acompanhamento de seus
pastores, etc. Isso possibilita aliviar os líderes da sobrecarga.

OS PROPÓSITOS DO PGM
1. Crescer em relacionamento com Deus: Os PGMs providenciam um lugar eficaz
para conhecer sobre Deus e crescer em relacionamento com Ele. Buscar a
Jesus em um PGM também nos dá a oportunidade de aprender uns com os
outros.

2. Desenvolver relacionamento uns com os outros: É cada vez mais difícil em


nossa sociedade as pessoas exercerem confiança uns para com os outros. Os
PGMs oferecem uma oportunidade segura de formar amizades seguras e
duradouras. São também ambientes ideais para que se formem as relações de
discipulado um a um.

3. Equipar e treinar: Todo crente é chamado como um ministro de Cristo e recebe o


privilégio e a responsabilidade de ministrar nos dons do Espírito (1a Co 12).

4. Providenciar apoio e cura: Todo mundo precisa de apoio e cura em algum


momento de sua vida. Todos enfrentam emergências, doenças e crises
pessoais. O PGM é o melhor espaço para percebermos aqueles que estão em
necessidade, carentes de amor, de apoio e de oração, e ali podemos ajudá-los
como um grupo de amigos.

5. Providenciar cuidado pastoral adequado: É impossível para um só pastor cuidar


adequadamente de mais do que 85 pessoas! Os PGMs são um lugar onde
podemos conhecer outros e ao mesmo tempo ser conhecidos e reconhecidos.
1a Pedro 5 encoraja os líderes a "pastorear o rebanho de Deus". No PGM isto
pode ser feito muito bem por meio da oração, ensino bíblico, comunhão e
aconselhamento.

15
6. Desenvolver novos líderes: O PGM é um ambiente altamente propício para o
treinamento de novos líderes. Por meio dele as pessoas são discipuladas,
amadurecidas e conduzidas a um papel de liderança na comunidade.

7. Ministrar aos de fora: Um foco significativo dos PGMs é alcançar outros com o
evangelho e o amor de Jesus. O PGM pode visitar orfanatos, presídios,
hospitais, abrigos de idosos, etc. Precisamos estar mais centrados nos outros
do que em nós mesmos.
8. Trazer pessoas a Jesus: O PGM é a ferramenta primária para o evangelismo. É
um lugar pouco ameaçador para uma pessoa que está buscando resposta para
suas questões pessoais, a qual poderá abrir-se à vontade e ser ajudada. Todos
os membros são altamente encorajados a trazer pessoas para as reuniões do
PGM e demais eventos de comunhão.

BENEFÍCIOS DE SE PERTENCER A UM PGM

 O PGM agrega valor às pessoas. Assim elas deixam de ser meros espectadores,
mais um na multidão, e passam a ser pessoas que têm nome, endereço, data
de aniversário, necessidades pessoais compartilhadas, vínculos de amizade,
etc.

 O PGM aproxima as pessoas umas das outras. Tornando-as importantes e


levando-as a ter relacionamentos fortes e significativos dentro da igreja,
experimentando o sentido uma verdadeira igreja família.

 O PGM facilita o atendimento às diversas necessidades espirituais e materiais de


cada pessoa do grupo, pois através do líder e dos auxiliares de PGM, o grupo
pode facilmente cuidar bem de cada um.

 Os PGMs ajudam a descobrir e identificar os dons das pessoas. Dão


oportunidades para cada pessoa participar significativamente na vida da igreja.

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Nem todos serão pastores ou professores na Escola do Discípulo, mas nos
PGMs há oportunidade para que todos participem em alguma atividade
importante.

 Os PGMs viabilizam a concretização do amor fraternal. Isso produz segurança


para os membros, pois cada pessoa torna-se parte da família, produzindo assim
um ambiente de proteção onde cada um cuida do outro.
 NO PGM não há lugar para liturgia e formalismo religioso, pois tudo é feito num
ambiente espontâneo e informal. Não há espaço para shows de qualquer
espécie, pois no PGM o centro das atenções é somente Jesus.

 Os PGMs facilitam o processo de ensino-aprendizagem. Ali todos têm a


oportunidade de falar e participar durante o estudo. Diferente dos cultos de
celebração, onde a participação é limitada a alguns poucos.

 Os PGMs viabilizam o crescimento numérico da igreja. As pessoas estão sempre


motivadas a ganhar outros para Jesus. Fazem isso convidando novas pessoas,
visitando e evangelizando amigos, vizinhos, parentes, colegas do trabalho,
colegas de escola, etc. Nossas PGMs são “redes espirituais”.

 Os PGMs integram os novos decididos com maior eficácia. Ele é o melhor


ambiente para cuidar dos novos convertidos, proporcionando acompanhamento
e alimento necessário para o seu crescimento espiritual. Assim, chamamos os
PGMs de “berçário” para os novos bebês e “celeiro“ para pôr o trigo.

 Os PGMs estendem os limites de crescimento da igreja. A estratégia da igreja


nas casas nos liberta da ideia de que a nossa “missão” acaba quando o prédio
se enche, pois com os PGMs o nosso crescimento é ilimitado. O nosso lugar de
reunião é a casa dos irmãos, e os cultos de celebração podem ser feitos em dias
e horários diferentes no mesmo prédio.

 Os PGMs ampliam as possibilidades de engajamento de todos os membros da


igreja no ministério cristão. O PGM nos liberta também da ideia errada de

17
que a obra de Deus só deve ser feita por pessoas de tempo integral que são
financiadas pela igreja. Com os pequenos grupos a maior parte do trabalho de
aconselhamento, pastoreio, visitas, é feito por voluntários, uma vez que todos
somos um reino de sacerdotes.

 O PGM é um dos melhores instrumentos de formação de novos líderes, com


respaldo ministerial e capacidade reconhecida pelo povo. Assim, nossos líderes
não são colocados nessa posição por meio de eleição, ou por ter concluído um
curso de seminário ou instituto bíblico, mas por experiência e evidência do seu
chamado.

 Os PGMs ajudam a fechar a porta de trás da igreja. Qual é o pastor que um dia
já não perguntou a si mesmo, e a outros, o seguinte: “O que fazer para evitar a
evasão de membros da minha Igreja?” Se uma pessoa falta ao culto de
domingo, é capaz que ninguém perceba a sua ausência. Mas se ela faltar a
reunião de PGM, todo o grupo vai sentir a falta daquela pessoa e rapidamente
tentará ministrar a ela. Assim, cumprimos a vontade do Senhor que é “que
nenhum se perca” (João 6.39).

 Os PGMs são ágeis instrumentos de mobilização do rebanho. Para mobilizar


toda a igreja, basta dar cinco telefonemas para os líderes certos.

 Os PGMs levam a presença da igreja em todas as direções geográficas da


cidade. Onde há um PGM, a igreja está presente. Assim, nós podemos alcançar
todos os bairros e todas as ruas da cidade com “igrejas” nas casas, aumentando
a expansão do evangelho.

 NO PGM as pessoas passam a ser conhecidas como elas realmente são: As


máscaras caem. Numa igreja grande as pessoas podem ser apenas mais um
multidão, mas numa igreja em grupos pequenos mais cedo ou mais tarde todos
vão entrar no sistema do discipulado um a um e começar receber ajudar no nível
pessoal.

18
ELEMENTOS QUE COMPÕE UM PGM
Membros: Todos aqueles que se reúnem regularmente, no grupo pequeno, com a
intenção de exercer as funções e princípios já estudados nesta lição, de acordo com o
modelo adotado e praticado por esta igreja. Pode ser um convertido a Jesus, membro da
igreja ou mesmo ainda não cristão. Membros são todos aqueles que fazem parte
regularmente do corpo daquela PGM, mas ainda não são líderes.

Núcleo do PGM: É o grupo de pessoas que ajudam o Líder a conduzir o PGM. Os


membros no núcleo devem ser as pessoas com mais maturidade, compromisso, fiéis à
sua liderança, com o coração quebrantado e disposição para servir. Esses irmãos devem
ajudar na condução da reunião, recepção das pessoas, podem ministrar sobre os outros
nos momentos de oração, além de ajudar o líder a tomar as decisões sobre o cuidado
das pessoas, estratégias evangelísticas e também sobre a multiplicação do grupo.

Líder de Missões: É uma pessoa do grupo que conduz o momento da missão no PGM,
e a responsável por manter o PGM informado sobre o missionário daquele grupo. O líder
de missões deve ser criativo, manter contato com o ministério de missões da igreja e com
o próprio missionário (se possível), e liderar o momento de oração (ou designar outro)
para conduzir o momento da missão a cada reunião.

Líder do PGM: É um membro que amadureceu, entendeu a visão e o propósito do


Reino de Deus e da igreja local, e está disposto a exercer o sacerdócio em benefício dos
outros irmãos. Ele doa seu tempo, dons e talentos para ver a Grande Comissão de Jesus
se cumprir na sua vida, sua família, sua igreja e no mundo.

O líder de PGM é alguém que cumpriu com todos os requisitos para assumir tal função.
Ele está avançando no Trilho de Liderança da igreja, o que significa dizer que ele tem
discipulador e está aberto a discipular outros. Ele frequenta o Culto de Celebração, é
dizimista fiel, busca ter uma família exemplar, entre outros requisitos. Mais detalhes serão
abordados a fundo no decorrer deste treinamento.

Supervisores, Coordenadores e Pastores de Rede: São aqueles líderes que já


multiplicaram seus PGMs várias vezes e agora funcionam na posição de “bispos”,
19
ajudando a garantir o bom andamento dos grupos através do cuidado a assistência a
esses grupos. Os supervisores geralmente cuidam de quatro ou mais PGMs, mas nunca
deve passar de sete PGMs, quando a supervisão deve ser multiplicada. Os
Coordenadores e Pastores de Rede se dedicam especialmente a cuidar dos líderes e
supervisores.
Pastor Presidente: É o pastor titular da igreja, o nosso líder maior dentro da igreja
local. A visão e a responsabilidade final dos PGMs são dele, não podendo ser
transferidas ou delegadas, apenas compartilhadas com todos os demais níveis acima.
Se não for assim a igreja sofrerá, e não refletirá os anseios do Espírito Santo para o
cuidado eficiente do rebanho.

20
O LÍDER DE PGM
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje falaremos sobre a grande importância dos PGMs para a formação de
novos líderes no Reino de Deus. Cremos que através de Jesus, o sacerdócio dos crentes
é universal, ou seja, não cabe só aos pastores presidentes da igreja a tarefa de fazer
discípulos, mas sim uma tarefa de todos os crentes. Em cristo, fomos todos chamados para
proclamar o evangelho e fazer discípulos. E os PGMs são uma poderosa ferramenta para o
treinamento e formação de novos líderes.

A liderança, tanto no PGM como na igreja, tem uma importância fundamental. Sem uma
boa liderança um PGM sempre vai sofrer e adoecer. Um bom líder ajuda o grupo a
clarear seu propósito e a alcançá-lo. Porém infelizmente muitas pessoas resistem a ideia
de liderar um PGM. Essa ausência de liderança em muitas igrejas tem algumas razões
identificadas:

 Problemas de passividade na igreja, por falta de uma compreensão clara da


Grande Comissão de Cristo e da missão da igreja sobre a Terra;
 Más experiências anteriores, onde a pessoa foi “queimada” na tentativa de
ajudar e ser útil;
 Outros compromissos e interesses que não a obra de Deus;
 Falta de sabedoria e tato naqueles que lhes pediram algo ou tentaram lhes
delegar responsabilidades;
 Falta de discipulado e cuidado pastoral adequados;
 Falta de capacitação adequada;
 Abandono daqueles que estão no processo de crescer e ser úteis.

JESUS, NOSSO MODELO DE LIDERANÇA


Liderança é algo necessário em qualquer sociedade ou instituição. Nada funciona sem um
líder. Quando estamos em grupo em um local informal, como um restaurante, alguém
sempre assume espontaneamente e lidera na escolha do cardápio, ainda que com
participação de todos. Isso é liderança.

Se os PGMs são relevantes hoje, isso aconteceu porque Deus levantou homens e
mulheres fiéis para a nobre tarefa de liderá-las. É exatamente por isso que a Bíblia fala
tanto sobre
líderes, dons, funções e responsabilidades. Dons têm a ver com ministério, que tem a ver
com serviço. O referencial inigualável para todo servo que lidera no reino de Deus é Jesus
Cristo. O alvo de todo o cristão é ser, pensar e sentir o que Ele. Jesus é o nosso modelo
de liderança.
Cada líder precisa assumir sua posição em Cristo, usar seus dons com intensidade e
provar a mais sublime das oportunidades, que é servir por meio do amor.

 Em Marcos 10.32-45, temos um exemplo muito claro do ensino de Jesus sobre


liderança, que diverge totalmente da concepção de liderança dos discípulos:

“Ele estavam a caminho, subindo para Jerusalém, e Jesus ia adiante deles. E, espantados, seguiam-no
com medo. De novo, Jesus tomou consigo os Doze e começou a falar-lhes das coisas que deveriam lhe
acontecer. Estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos principais
sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios; irão zombar dele e
cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo. Depois de três dias, ele ressuscitará. Nisso aproximaram-se dele Tiago
e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos faças o que te pedirmos. E ele lhes
perguntou: Que quereis que eu vos faça? Eles lhe responderam: Concede-nos que na tua glória nos
sentemos, um à tua direita e outro à tua esquerda. Mas Jesus lhes disse:

Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que eu bebo, ou ser batizados com o batismo com que
sou batizado? Eles responderam: Podemos. Mas Jesus lhes disse: Bebereis o cálice que eu bebo e
sereis batizados com o batismo com que sou batizado; mas o sentar-se à minha direita, ou à minha
esquerda, não cabe a mim concedê-lo; isso é para aqueles a quem está reservado. Ouvindo isso, os dez
começaram a indignar-se contra Tiago e João. Então Jesus chamou-os para junto de si e lhes disse:
Sabeis que os que são reconhecidos como governantes dos gentios têm domínio sobre eles, e os seus
poderosos exercem autoridade sobre eles. Mas entre vós não será assim. Antes, quem entre vós quiser
tornar-se grande, será esse o que vos servirá; e quem entre vós quiser ser o primeiro, será servo de
todos. Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a vida em
resgate de muitos.”

 enquanto Jesus exercia autoridade para servir, os discípulos ambicionavam poder para
dominar. Houve uma crise entre os discípulos por questão de poder! Manifestou-se
outra vez a tendência de discutir quem entre eles era o maior, como já havia ocorrido
no capítulo anterior (9.33-35). Não fosse a intervenção de Jesus, teria acontecido uma
divisão com base em interesses pessoais.
 Para Jesus, o maior e o mais importante é aquele que serve. Jesus ensinou isso com o
Seu exemplo. A Sua autoridade se manifestava na Sua disposição para servir. A
liderança cristã, segundo o modelo de Jesus, adota o princípio da submissão ao
superior e serviço ao subordinado, uma grande quebra de

2
paradigma para os discípulos e uma concepção totalmente contrária ao pensamento
da sociedade atual.
 Na igreja, o modelo é Cristo e o alvo é servir como Ele. Se Jesus não almejou o poder,
a vaidade, o prestígio, a fama, por que alguns líderes buscam tanto essas coisas?

CARACTERÍSTICAS DE UM BOM LÍDER DE PGM


Vamos, agora, verificar quais são as características de um bom líder de PGM. Todas as a
seguir mencionadas são aplicáveis à liderança bíblica em geral, sobretudo no PGM. Todo
líder que deseja fazer a obra de Deus deverá buscar essas qualidades em oração até que
cada uma delas seja gerada pelo Espírito Santo no seu interior. O Espírito Santo trará uma
profunda crise até que isso aconteça na vida de todo aquele que ardentemente desejar

essas qualidades impressas em seu caráter.

Com a lista a seguir, não estamos afirmando que apenas um crente experiente pode se tornar
um líder de PGM. Não importa o tempo de convertido de uma pessoa. O que importa é a
intensidade de sua busca por ser o exemplo de cristão e de líder que todos esperam. Esses
aspectos certamente farão a diferença para que você colha bênçãos de Deus como líder:

1 - Testemunho cristão Exemplar

Um conceito muito difundido na Bíblia é o de ser irrepreensível, ter uma vida cristã
saudável. Ser uma referência de cristão é muito importante para alcançar vitórias que
engrandeçam o precioso nome de Jesus. Para ser um líder de PGM, é necessário em
primeiro lugar ter uma vida cristã exemplar, compromisso e a compreensão de que ser
líder é um privilégio e não um sacrifício.

O maior desafio de um líder é ser um exemplo para todos, vivendo um estilo de vida
bíblico. O apóstolo Paulo, na carta que escreveu aos Coríntios, disse para a igreja: “Sede
meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Coríntios 11.1). Os membros devem
olhar para o líder do PGM e enxergar um servo de Deus que luta contra sua carnalidade
para honrar e glorificar a Deus.

2 - Direção do Espírito Santo

O contrário de ser cheio do Espírito Santo é ser cheio de si mesmo, de ideias e conceitos
próprios. A igreja precisa de líderes que exerçam liderança por meio do poder do Espírito

3
Santo. Todos os discípulos de Jesus que exercem funções de liderança na igreja são
chamados, confirmados, enviados pela igreja e usados por Deus no poder do Espírito
Santo! Viver dirigido pelo Espírito Santo faz de um líder um servo aprovado. “Entrega tuas
obras ao SENHOR, e teus planos serão bem-sucedidos” (Provérbios 16.3).

3 - Consciência de Missão

Ser líder de PGM é uma questão de entendermos a missão para a qual todos nós fomos
chamados. Em Romanos 1.1 temos uma interessante descrição de Paulo sobre si mesmo:
“Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de
Deus”. Paulo sempre se apresenta de forma desafiadora para mim e para você. Ele sabia
exatamente quem era e qual era a sua missão. Cada discípulo precisa compreender isso e
aplicar no seu estilo de vida a vocação que recebeu de Cristo.

 O líder consciente de sua missão será motivado, disposto e ousado. Como é bom
termos líderes motivados na igreja, e como é bom estar ao lado deles! Eles nos
impulsionam a seguir em frente e vencer. Na verdade, um líder motivado tem o
crescimento desobstruído. Facilmente, esse líder envolve outros a prosseguir ao seu
lado.
 Em segundo lugar, o líder consciente de sua missão será disposto. Não há nada mais
complicado do que lidar com pessoas indispostas. Elas geralmente não produzem
nada, e com sua indisposição ainda têm a capacidade de influenciar outros
negativamente. Disposição é uma qualidade importante para uma pessoa que está
exercendo a liderança.
 Por fim, a consciência de missão traz ousadia. Uma pequena direção dada por Deus, no
nosso Espírito, nos fará avançar e prosperar naquilo para que fomos dirigidos, sem
qualquer dúvida, questionamento ou sentimento de incapacidade. O líder que
desenvolve esta qualidade avança, prospera e supera suas próprias limitações.

4 - Vida Devocional consistente

É fundamental que o líder de PGM seja disciplinado e tenha comunhão diária com Deus,
vivendo em temor e de acordo com os ensinos de Jesus. Investir tempo com Deus é a
garantia de que sua liderança resultará em vidas transformadas e frutíferas, glorificando a
Deus.
4
Ter uma vida devocional consistente é uma questão de priorizar o reino de Deus. Dia a dia
somos inundados por compromissos e muitas vezes não temos claro quais são nossas
prioridades. Quando lideramos um grupo de pessoas, precisamos dedicar tempo de
qualidade para que haja um crescimento significativo.

5 - Submissão à liderança da igreja e sua visão

O Líder deve ser submisso a sua liderança e ter uma visão que se integre à missão global
da igreja. Uma das estratégias de Satanás na vida do líder é fazê-lo rebelde e insubmisso.
Submissão não é prisão, é liberdade. Submissão é um dos segredos de uma vida longa,
próspera e cheia de frutos. Pessoas submissas às autoridades são prevalecentes.

Uma das expressões da insubmissão é a arrogância. Pessoas arrogantes geralmente


apresentam resistência a mudanças e aprendizagem de algo novo. É difícil conviver com
alguém duro, resistente e cheio de razão. Pessoas intratáveis nunca erram, sempre estão
com a razão ou se justificando e, finalmente, nunca terão o caráter transformado. Se existe
algo que nós devemos aprender nestes dias, é a capacidade de sermos ensináveis e
tratáveis. Disponibilidade para inclinar os ouvidos e o coração para ser ensinado é algo
necessário e urgente. Somente aqueles que têm o coração amolecido por Deus e se
deixam ensinar e tratar podem se tornar grandes líderes na igreja de Cristo.

Somente aqueles que têm o coração amolecido por Deus e se deixam ensinar e tratar
podem se tornar grandes líderes na igreja de cristo.

O LÍDER COMO PASTOR DO PGM


O líder de PGM será usado por Deus para pastorear as pessoas do seu PGM. O
princípio do pastoreio envolve cinco princípios fundamentais:

1. Cuidar das ovelhas (Atos 20.28-29): O líder visita, aconselha e ora pelo rebanho
doente, é responsável por cuidar do PGM, como um pastor cuida do seu
rebanho.

2. Conhecer as ovelhas (João 10.14-15): O líder procura conhecer cada pessoa


que entra no grupo e tenta encontrar-se particularmente com ela para conhecê
la melhor.

5
3. Procurar as ovelhas (Lucas 15.4): Vai atrás da ovelha que deixou de frequentar o
PGM.

4. Alimentar as ovelhas (Salmo 23.1-3): O encontro do PGM não é um estudo


bíblico, mas a palavra de Deus sempre tem um lugar central. As reuniões são
baseadas nas pregações do pastor que é feita nos finais de semana.

5. Proteger as ovelhas (João 10.10; Efésios 6.12; 1a Pedro 5.8-9): Na igreja em


PGMs, cada 10 membros em média estão sob os cuidados e orientação de um
líder (pastor do PGM) e um auxiliar, que são responsáveis pela proteção do seu
rebanho (Atos 20.28-31). Proteger envolve muita oração por cada pessoa,
buscar levantar um discipulador para cada um no PGM, e agir rápido para tratar
situações críticas.

RESPONSABILIDADES DO LÍDER DE PGM

 Orar diariamente pelos membros de seu PGM;


 Garantir que cada membro do PGM está sendo bem discipulado por alguém de
dentro do próprio PGM;
 Pastorear os membros do PGM e ajudá-los a viver uma vida cristã vitoriosa; 
Garantir que cada semana o relatório do PGM seja fielmente preenchido e
entregue à liderança.
 Guiar e motivar os membros de seu PGM a envolver-se na vida do PGM de
todas as formas possíveis (participando, opinando, trazendo pessoas novas); 
Buscar garantir um clima de companheirismo, alegria e comunhão entre os
membros;
 Distribuir tarefas e responsabilidades entre os membros, e formar novos líderes,
treinando-os de acordo com os mesmos valores e princípios;
 Preparar a multiplicação, de maneira que um novo PGM seja gerado de forma
natural e saudável.
O LÍDER DE PGM TEM SOB SEUS CUIDADOS O QUE A IGREJA TEM
DE MAIS VALIOSO: AS PESSOAS

6
OS MOMENTOS DO PGM

Cada PGM é um grupo distinto dos demais com suas características próprias. Alguns
PGMs serão formados por solteiros, outros por casais, existem PGMs de adolescentes,
etc. Existem ainda PGMs mais extrovertidos, aquelas que têm mais facilidade em
evangelizar, ou aquelas que amam um bom estudo bíblico. Essas características formarão
a identidade de cada um dos PGMs.

Da mesma forma que acontece no corpo humano, existem PGMs de aparência e tamanho
diferentes, mas todos possuem o mesmo DNA. Nesta lição vamos falar sobre como devem
acontecer as reuniões de PGM em nossa igreja.

A NECESSIDADE DE UM MODELO
Se o PGM é uma expressão do corpo de Cristo, é necessário que ela viva as suas
“funções de corpo” em sua totalidade. A bíblia nos diz que os primeiros cristãos comiam
juntos, adoravam a Deus juntos, meditavam na Palavra juntos, estimulavam uns aos
outros, cuidavam das necessidades uns dos outros, pregavam o evangelho e assim por
diante. Era uma experiência completa!

Um grupo pode correr o risco de se dedicar muito a um aspecto da vida do PGM e se


esquecer de outro, por exemplo, um PGM pode gostar muito de louvar e acabar cantando
cinco músicas durante a reunião, mas por outro lado se esquecendo do momento da
missão. Outro PGM pode se dedicar bastante à oração, e deixar a comunhão em segundo
plano.

Por isso nossa igreja estabeleceu um modelo de reunião para os PGMs. Um modelo
completo que garanta que os PGMs vivam todas as “funções do Corpo” sem esquecer
nenhum aspecto importante.
EM NOSSA IGREJA, TEMOS DEZ MOMENTOS INDISPENSÁVEIS NA
REUNIÃO DE PGM:
1 BOAS VINDAS
2 LOUVOR E ADORAÇÃO
3 TESTEMUNHOS DA SEMANA
4 PASSAR A VISÃO
5 MOMENTO DA MISSÃO
6 COMPARTILHAMENTO DA PALAVRA (ESTUDO)
7 ORAÇÃO PELOS PEDIDOS
8 AVISOS DA IGREJA
9 COMUNHÃO (COMES E BEBES)
10 MOMENTO DO RELATÓRIO

1 – BOAS VINDAS
O bom PGM começa com uma boa recepção. Quando as pessoas se sentem bem-vindas
em algum lugar elas se tornam mais abertas à interação com os outros e se sentem muito
à vontade para retornar mais vezes. Por isso, dê muita atenção às boas vindas!
 Peça a algum membro do PGM que fica na porta, recebendo as pessoas com um
sorriso, um abraço e uma Palavra de amor;
 Aqueles que já estão sentados, devem levantar-se para cumprimentar os que vão
chegando;
 Alguns PGMs confeccionam lembrancinhas para entregar aos convidados da
semana. Pode ser um marcador de livros cristão, um pequeno cartão do PGM com
uma mensagem, etc.
 Promova um ambiente bem descontraído de bate-papo antes de começar a
reunião, para que as pessoas possam se abrir mais.

2 – LOUVOR E ADORAÇÃO
Deve ser alegre, animado, empolgante. De preferência usamos músicas mais conhecidas
e usadas no momento pela igreja. Pode-se usar mídias digitais ou também podem ser
usados instrumentos. Algumas dicas rápidas
 Comece a reunião com uma música bem alegre e conhecida de todos;  Não
é necessário mais do que três músicas na reunião do PGM;  Uma pessoa
deverá ser designada pelo líder para preparar as músicas para o PGM, seja com
instrumento ou através mídia digital;

2
 Escolha sempre músicas fáceis de cantar, com uma melodia simples que
geralmente são cantadas na igreja;
 Não é necessário explicar ou “ministrar” antes de cada música, mas abra
espaço para uma oração poderosa e cheia de unção entre as músicas.  Se o
PGM possuir muitos novos convertidos, peça o responsável pelo louvor naquela
semana trazer a letra impressa para todos acompanharem.

3 – TESTEMUNHOS DA SEMANA
Costumamos ensinar que nós vamos à igreja para ouvir, vamos ao TADEL para ouvir e na
Escola no Discípulo para ouvir, mas no PGM nós vamos para FALAR! Neste momento as
pessoas são convidadas a contar rapidamente como foi a sua semana, se teve algum
testemunho de bênção, lutas ou vitórias. O ideal é que seja um momento simples para
contar para o PGM sobre os últimos dias da sua vida

 Pode ser um texto bíblico que Deus falou com você durante a semana.  Pode ser
testemunho de cura, de bênção financeira ou alguma intervenção sobrenatural de
Deus na sua vida ou de sua família.
 Pode ser testemunho de conversão.

4 – PASSAR A VISÃO
Passar a visão significa mostrar para o PGM o PORQUÊ DE ESTARMOS ALI. É muito
comum que os PGMs percam o foco após algum tempo e nem se lembrem do que estão
fazendo ali. Por isso, o responsável por este momento deve explicar para os presentes
porque é tão importante estarmos juntos a cada semana.
 Fale da visão de comunhão, de evangelismo, de discipulado, de crescimento. Além
de outros aspectos da visão, deve-se enfatizar sempre a multiplicação, ressaltando
a sua data. Exemplo:

“Amigos, estamos juntos mais uma vez aqui e quero agradecer a Deus pela vida de
cada um, pois cada um de vocês é amado por Deus. Eu tenho aprendido a amar esse
PGM. Nós estamos aqui por causa de Jesus, para orar juntos, termos comunhão, rirmos
3
juntos, chorarmos juntos, orarmos juntos e ganharmos novas pessoas para Jesus.
Enfim, vivermos juntos o evangelho.
Cada um de vocês tem o seu lugar cativo no PGM, isso é muito bom. Mas existem
muitos outros lá fora que também precisam dessa comunhão. Por isso vamos orar pela
nossa multiplicação que acontecerá no próximo mês. Vamos multiplicar para podermos
receber bem essas novas pessoas que virão a Cristo.”

 Passar a visão é muito breve. Não é um estudo, é um testemunho rápido (2


minutos) dos propósitos da existência do PGM.

 Lembre-se de ser muito natural, não deve ser nada decorado. Você pode
enfatizar um propósito diferente do PGM a cada semana.

5 – MOMENTO DA MISSÃO
No momento da multiplicação cada PGM deve receber informações de um dos
missionários de nossa igreja. Nossa visão é que todo PGM deve adotar efetivamente um
missionário e cuidar dele em oração e frequentes contatos.

 Uma pessoa deverá ser designada pelo líder do PGM para lembrar e orar por este
missionário a cada reunião, sendo um representante de missões no PGM.  O líder
de missões deve estar em contato com o ministério de missões da igreja por e-mail
ou nas reuniões semanais às terças-feiras 18:30h na igreja.  O PGM pode entrar
em contato com o missionário, orar por ele, mandar lembranças, presentes, vídeos,
etc. Deve ser bem criativo!
 O momento da missão não deve demorar mais do que 5 minutos
normalmente. É o tempo do líder de missões passar as notícias do
missionário, informar os pedidos de oração e levantarem um clamor por ele.

6 – COMPARTILHAMENTO DA PALAVRA (ESTUDO) A cada semana


os PGMs recebem o estudo de PGMs, que é disponibilizado na igreja, pela internet ou por
e-mail para os líderes. Este estudo é baseado no último sermão dos cultos
4
de celebração da igreja. Todo PGM deve usar este estudo na reunião. O objetivo deste
momento não é ter um estudo bíblico profundo ou pregar novamente o que o pastor disse,
mas é APLICAR as verdades em nossa vida, refletindo o que precisamos mudar na
prática para viver essas verdades.

 Seja criativo! Não simplesmente leia sozinho o estudo diretamente da folha. 


O momento do estudo não deve demorar mais do que 30 minutos  O LÍDER
NÃO DEVE “PREGAR” (falar demais), mas fazer boas perguntas
para envolver a todos no tema em discussão afim de que TODOS falem.  O
bom líder é aquele que torna a conversa agradável e aberta onde todos se sentem
à vontade para falar. O segredo é fazer boas perguntas!
 Faça perguntas abertas, pedindo a opinião dos membros sobre coisas simples.
 O líder pode pedir para que uma ou duas pessoas o ajudem, cada um falando
rapidamente sobre um dos tópicos da lição, envolvendo e ensinando os demais a
cuidarem deste momento no PGM.

ORIENTAÇÕES PRÁTICAS PARA O COMPARTILHAMENTO DA


PALAVRA

 Não pressione ninguém a orar, falar ou compartilhar. Estimule as pessoas, mas


não as pressione. Isso pode afastá-las do grupo.

 Não deixe que os irmãos aproveitem a oportunidade para falar de assuntos


irrelevantes. Cada um deve compartilhar somente o que Deus falou consigo
através da Palavra ministrada no dia ou sobre algo que ele está enfrentando em
sua vida prática.

 Estimule o compartilhamento de problemas e lutas pessoais com o PGM. Onde


há honestidade, os vínculos são firmados. Tenha o bom senso de perceber os
limites de detalhes das confidências compartilhadas. Corte amorosamente se
você perceber que a pessoa está “indo muito longe” ou comprometendo
terceiros que não estão presentes.

5
 Todo testemunho deve ser para edificar e motivar o PGM. Desestimule toda
palavra negativa e pessimista.

 Nunca permita discussões doutrinárias. O momento não é para debater


doutrina, mas para estudar a Palavra e relatar vivências pessoais.

 Não deixe que uma pessoa monopolize esse tempo falando excessivamente.
Administre esta parte com amor e cuidado, não sendo rude com ninguém, mas
também não deixando uma ou duas pessoas darem um show particular.

 Não permita que um irmão exponha a falha de outro. Cada um deve falar
somente dos seus próprios pecados, se quiser; suas próprias lutas e fracassos.

 A regra geral para o líder é: busque sempre estar alegre e bem humorado nas
reuniões. Isto libera a tensão, relaxa o corpo e descansa o nosso espírito. Todo
o PGM se ressente de um líder constantemente melancólico.

 Lembre-se sempre de deixar o Espírito dirigir a reunião. Deus pode usar alguém
nesse momento de compartilhamento e dar uma virada na reunião.

FAÇA BOAS PERGUNTAS AOS MEMBROS

 As pessoas estão mais interessadas no que elas têm a dizer do que no que
elas têm de ouvir. Por isso, a melhor forma de estimular o compartilhamento
no PGM é fazendo perguntas. No final de cada Palavra, escreva algumas
perguntas para facilitar o compartilhamento do grupo.

 Perguntas envolvem o grupo. É impossível envolver pessoas sem fazer-lhes


perguntas! O líder precisa trabalhar para que cada membro do PGM
compartilhe algo significativo com o grupo a cada semana.

6
 Perguntas edificam relacionamentos. Boas perguntas ajudam o grupo a se
conhecer e aprofundar os vínculos. Quando respondemos perguntas falamos
de nós mesmos e nos damos a conhecer. Quando somos conhecidos e
conhecemos os outros, os medos e constrangimentos desaparecem.

COMO ELABORAR BOAS PERGUNTAS


Todo líder de PGM precisa ser um especialista na arte de formular perguntas. Não
podemos deixar nenhuma pessoa excluída do compartilhamento, e as perguntas são a
melhor forma de envolvê-las.

 Boas perguntas são amplas. Nunca faça uma pergunta cuja resposta seja
simplesmente “sim” ou “não”. Uma boa pergunta deve estimular o
compartilhamento e não bloqueá-lo.

 Boas perguntas são abertas, possibilitando várias respostas, sem que


nenhuma delas esteja necessariamente errada. Por exemplo: “Em sua
opinião, nossos filhos precisam conhecer a Palavra de Deus?” “Se você
estivesse no barco, quando Jesus andou sobre as águas, o que você faria?”

 Boas perguntas não inibem a resposta. Um líder resolve perguntar para


alguém: "você crê em milagres, não crê?" Esta é uma pergunta repressora que
já traz a resposta que esperamos que a pessoa nos dê.

 Boas perguntas estimulam a honestidade. É melhor perguntar: "O quê?",


"Qual?", ou "Como?", do que perguntar "por quê?". É melhor perguntar, por
exemplo, "Como você se sentiu?", do que "Por que você sentiu?" Respostas
aos por quês são difíceis de dar, e quase sempre são polêmicas. Mas, quando
perguntamos: "O quê?", "Qual?" ou "Como?", a resposta é quase sempre
pessoal e prática; será um estímulo à honestidade.

 Boas perguntas produzem novas perguntas. Perguntas amplas estimulam as


opiniões e as experiências, além de favorecerem o pensamento e
aprendizagem. Se depois de perguntar algo a alguém o compartilhamento

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acaba, então a nossa pergunta não foi feliz. Podemos refazer a pergunta com
mais clareza.

A HONESTIDADE NO COMPARTILHAMENTO DO PGM


Um dos objetivos do compartilhamento é que as pessoas possam também abrir eventuais
dificuldades pessoais e buscar ajuda no grupo. Somos perdoados quando confessamos
nossos pecados a Deus; mas somos curados quando também confessamos aos nossos
irmãos (Tiago 5.16).

Lembrem-se quem nem tudo pode ser compartilhado no PGM. As questões mais
profundas da vida pessoal de alguém devem ser abordadas no discipulado pessoal um a
um, não diante de todo o grupo.

Sua tarefa como líder de PGM é criar um ambiente onde as pessoas possam ser honestas
e encontrar ajuda para sua dificuldade. Procure eliminar toda barreira à honestidade em
seu PGM. Veja como você pode estimular a honestidade no PGM.

 Estimule um ambiente adequado. Se os membros do PGM estiverem mais


interessados em discutir teologia do que se envolver com vidas carentes do
amor de Deus, ou se estiverem mais interessados na festividade do que nas
pessoas, crie, então, um ambiente que valorize as pessoas e suas
necessidades.
 Ensine as pessoas a serem sensíveis. Uma das maiores barreiras à
honestidade surge quando pensamos que somos os únicos com problemas.
Quando estamos numa batalha e ninguém se solidariza conosco, a tendência
é nos sentirmos os piores e mais fracos da igreja. Sempre que alguém estiver
em dificuldade, solidarize-se com ele, compartilhando algo pessoal seu
também.

 Não permita inconfidências. Uma das maiores barreiras à honestidade é o


medo das fofocas. Se as pessoas perceberem que algum membro do PGM
não é confiável, elas jamais se abrirão ali honestamente.

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Não permita, no PGM, a presença dos "amigos de Jó". De vez em quando alguns irmãos
bem intencionados são muito rápidos em oferecer diagnósticos. E assim, ao invés de
ajudar-nos, acusam-nos, dizendo: "Você não tem orado o suficiente” ou "O diabo está lhe
oprimindo”. Tais comentários até podem ser verdadeiros, mas precisam ser expostos de
forma a não produzir fardo e acusação.

Há pessoas que não expõem suas dificuldades financeiras, por temor de serem acusadas
de infidelidade nos dízimos e nas ofertas. Outras carregam enfermidades sozinhas, com
receio de alguém afirmar que aquela doença é castigo de Deus, por algum pecado oculto
e não confessado. Por mais que ensinemos, sempre há em nosso meio os "amigos de Jó"
prontos a dizer: "Se não houvesse pecado na sua vida, você não estaria assim".

7 – PEDIDOS DE ORAÇÃO
Este momento é muito importante, pois todos têm pedidos de oração. É uma maneira das
pessoas da PGM conhecerem mais profundamente as necessidades dos irmãos, podendo
orar não só na reunião de PGM, mas principalmente fora dela. Além disso, os convidados
mais reservados geralmente costumam falar nessa hora.
 De maneira dinâmica e criativa, alguém designado pelo líder do PGM pode
ministrar esse momento.
 Alguns PGMs usam uma caixinha fechada, onde as pessoas escrevem e
colocam os pedidos, e todos oram de maneira genérica. Outras vezes
podemos coletar os pedidos escritos e lê-los para todos, e todos oram.
 Podemos também ouvir todos os pedidos e distribuí-los entre os presentes:
“esse ora por esse”, “aquele ora por esse”, “você ora por ela”, “vocês dois
eram por isso”, etc.;
 Dependendo do pedido, podemos fazer um “clamorzão”, todos orando ao
mesmo tempo;
 Podemos dividir o PGM em dois grupos, homens e mulheres, para haver mais
liberdade de compartilhar os pedidos e orarem uns pelos outros.

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IMPORTANTE:
Este momento precisa ser feito com muita fé e ousadia no Espírito. Muitas vezes são
pedidos de oração tristes, sobre enfermidades e lutas e, sem perceber, vem uma
atmosfera de derrota e incredulidade sobre o PGM. O líder deve estar atento e exercer
muita fé nessa hora, apontando para o Deus do impossível e declarando que em Cristo
somos mais que vencedores!

APELO AOS NÃO CRENTES


Além dos fatores acima, podemos e devemos fazer um apelo evangelístico, sempre que
houver pessoas não crentes no PGM e sempre que o Espírito Santo assim dirigir. Não
insista muito, não force ninguém, não fale da religião dos outros. Lembre-se que você quer
que eles voltem, e assim haverá outras oportunidades, se eles não se converterem logo
de primeira.

8 – AVISOS DA IGREJA
Os PGMs fazem parte da igreja-mãe e têm nela uma grande aliada ao desenvolvimento do
PGM. A igreja sempre se esforçar para apoiar o líder oferecendo muitas oportunidades que
vão facilitar o seu trabalho como líder.

Os avisos são importantes e devem ser feitos não como simples repasse de informações
ou anúncio, mas com alegria, motivação contagiante. Não leia diretamente da folha de
estudo como algo mecânico, mas compartilhe com vibração e graça. Tenha o hábito de
fazer os avisos semanalmente sobre os seguintes tópicos:

 Sobre o Culto de Celebração na igreja (sábado ou domingo);


 TADEL
 Cursos da Escola do Discípulo
 Outros eventos importantes (Seminário Veredas Antigas, retiros, Conferência
Missionária, curso de capacitação do Mini, etc)

10
9 – COMUNHÃO (comes e bebes)
Alguém deve cuidar para que sempre haja comes e bebes ao final do PGM, ainda que seja
algo simples e barato, como pipoca ou cafezinho com biscoitos. As pessoas não devem
sair correndo quando a reunião termina. Deve-se dar bastante atenção para os visitantes.
Esse momento deve ser encorajado e praticado com toda a atenção, pois ele gera
comunhão e solidifica vínculos e compromisso.

 O ideal é ter a comunhão no mesmo local onde houve a reunião do PGM; 


Evite lanchonetes, restaurantes ou pizzarias, pois muitos não podem participar por
problemas financeiros. Antes de marcar algo assim, avise com muita antecedência
e tenha certeza de que todos podem. Se uma pessoa não puder por razão
financeira, é melhor que ninguém vá;
 Além disso, fazendo a comunhão do PGM fora do local de reunião, você pode
perder pessoas nessa transferência, e normalmente aqueles que se afastam
nesses momentos são aqueles mais difíceis de ser integrados.

REVENDO ALGUNS DETALHES DE UM FORMATO SIMPLES DE REUNIÃO


 Coloque as cadeiras em forma de círculo, para ajudar na interatividade; 
Apresente os visitantes, quando houver, sem constrangê-los;  Compartilhe
a "visão do PGM" e da igreja, como já mostrado;
 Testemunhe alguns motivos de louvor, como orações respondidas;  Ministre
a Palavra para aquela reunião, na dependência do Espírito Santo;  Estimule a
conversa no compartilhamento, com a participação de todos;  Ore pelas
pessoas necessitadas, de dentro e de fora do PGM;
 Faça um apelo para salvação, quando houver pessoas não salvas;
 Termine com um lanche e bastante comunhão.

10 – MOMENTO DO RELATÓRIO
O relatório ajuda o seu supervisor e pastor de rede a te apoiarem e melhorarem a saúde
do seu PGM. Além disso, estamos pastoreando o rebanho de Deus e devemos prestar
contas aos nossos pastores sobre as vidas preciosas que estão sob o nosso cuidado.

11
O ideal é que você faça o relatório o mais rápido possível para evitar esquecimento. Se
demorarmos muito, nossa memória pode falhar em alguns detalhes importantes.
12
AULA 3 – ELEMENTOS IMPORTANTES PARA O
PG
M

Para que todo PGM se torne saudável, é importante que o líder fique atento a alguns
elementos essenciais para a vida de um PGM. Nesta aula falaremos de alguns elementos
essenciais para que o PGM aconteça. Claro que estes não são os únicos elementos que
garantem o sucesso do PGM, mas consideramos importante falar de alguns deles.

PRIMEIRO ELEMENTO – UM BOM LOCAL


Pode parecer que não, mas o bom preparo do local onde acontecerá o encontro do
PGM também é fundamental para que todos fiquem à vontade, bem acomodados. Um
lugar bem cuidado e aconchegante também ajuda os membros e convidados a
sentirem que estão num lugar especialmente preparado para recebê-lo.

1. QUANTO À ESCOLHA DO LUGAR DE REALIZAÇÃO DO PGM

• Muitos PGMs escolhem se reunir cada semana na casa de um dos membros.


Por muito tempo essa foi a nossa prática, mas temos percebido que muitas
vezes isso limita o crescimento do PGM, a permanência dos convidados e a
visita do supervisor de PGM.

• A orientação da nossa liderança é que os PGMs sejam FIXOS, ou seja,


tenham apenas um endereço onde se encontram todas as semanas.

• O ideal é que o PGM aconteça na casa de um membro do PGM, e não do


líder. Fazendo assim, envolvemos o máximo de pessoas na realização do
PGM sem sobrecarregar o líder.

• O PGM fixo ajuda a criar uma identidade do PGM, além de ser mais fácil para
o PGM alcançar a vizinhança. Quando um PGM é fixo, é mais simples
encaminhar um novo convertido que mora naquele determinado bairro.
• O lugar fixo também impede que as pessoas cheguem sempre atrasadas ou
se percam no caminho para um novo endereço. Os convidados podem
sempre ir direto para o mesmo endereço sem ter que se preocupar onde será
o PGM naquela semana.
• Caso o anfitrião não possa receber o PGM em uma determinada razão
(viagem, trabalho, etc), o PGM deve se encontrar em outro local sem
desmarcar a reunião. Por isso é bom sempre ter uma casa “reserva” de outro
membro do PGM que concorde em receber as reuniões quando houver
necessidade.

2. QUANTO AO ASPECTO FÍSICO DO LOCAL

• O local de reuniões normalmente é uma casa, o lar de irmãos da igreja. Um


ambiente institucional pode não ser muito propício para uma boa comunhão,
a não ser que tenha uma atmosfera agradável.

• As casas são associadas com famílias e amigos, e os lares são o ambiente


mais apropriado para a comunhão depois da reunião, mas não há problema
em fazer em outros lugares uma vez ou outra.

• Evite fazer a reunião em locais de comércio, de muita circulação de pessoas


passando pelo local.

• Dentro das possibilidades, o lugar das reuniões deve ser bem arejado, com
uma temperatura agradável e circulação de ar. Muito calor deixa as pessoas
tontas e sonolentas. Se possível, use ventiladores discretos, pouco
barulhentos.

• O local deve ter uma boa iluminação, nem fraca nem excessiva.

3. QUANTO À DISTRIBUIÇÃO DOS ASSENTOS

• Se a casa for muito grande e tiver uma grande mesa, e o grupo não for muito
grande (entre 6 e 12 pessoas), pense na possibilidade de fazer a reunião

2
ao redor de uma mesa. Este tipo de reunião produz o máximo de
concentração, além de apoio para as Bíblias e outros materiais que a pessoa
queira usar, até mesmo para escrever.
• Caso prefiram o método das mesas, pode ser necessário conseguir ou
construir uma mesa grande, ou juntar várias mesas antes da reunião.

• A reunião pode ser feita com as pessoas sentando em sofás e poltronas. O


ideal é que eles não fiquem muito longe uns dos outros, nem num formato
muito quadrado ou irregular.

• Evite cadeiras de balanços ou espreguiçadeiras, pois elas podem produzir


muito ruído ou fazer com que as pessoas durmam.

• As pessoas precisam estar olhando uma para as outras. O formato de


igrejinha, com as pessoas olhando umas para a nuca das outras, não é
recomendado. Por isso, use as cadeiras ou bancos em forma de círculo,
quando o ambiente permite. Isto permite que todos possam se ver.

• Antes da chegada das pessoas, coloque os sofás e cadeiras em forma de


círculo. Se necessário, traga as cadeiras da sala de jantar, para que haja
suficientes assentos para todo mundo.

• Deixe o círculo largo o bastante para que ninguém se sente fora dele. Caso
algumas pessoas faltem, vocês podem estreitar o círculo depois.

• Evite cadeiras desconfortáveis, com as pernas moles, quebradas ou rangendo.


Evite também colocar pessoas “bem nutridas” em cadeiras plásticas de
capacidade duvidosa.

DICAS ÚTEIS PARA O BOM ANDAMENTO DA REUNIÃO

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• O crescimento do PGM não é um problema, pois ela logo vai se multiplicar, mas
evite, a todo custo, que ela se pareça com um culto de celebração ou uma
reunião de sócios de um clube.

• É importante, se possível, ter uma mesinha pequena (ou outro móvel parecido)
no centro ou ao lado do círculo, tipo mesinha de café.

• Evitem distrações como televisão ou rádio ligados, pessoas transitando pelo


meio da reunião ou eventos paralelos na casa.

• Desde o início da reunião, já tenha um pacote de guardanapos de papel na


mesinha, pois normalmente algumas pessoas precisam, para chorar ou tossir.

• O banheiro deve estar limpo, com papel higiênico, toalha e sabonete para as
mãos bem à vista.

• Desligue ou desconecte as extensões de telefone que ficarem no local onde será


a reunião, assim como mantenha seu próprio telefone celular no modo
silencioso ou desligado.

• Dependendo do caso e idade dos membros, mantenha uma jarra com água ao
lado do círculo desde o início. Se todos gostarem, tenha café e copinhos à
disposição também. O café age como estimulante e para pessoas que tiveram
um dia puxado de trabalho, ele servirá para mantê-las acordadas e atentas.

• O anfitrião ou o líder não precisam providenciar o lanche toda semana; peçam


aos outros membros para trazer o lanche, observando uma escala de rodízio
entre os membros que podem fazê-lo.

SEGUNDO ELEMENTO – UMA BOA ATMOSFERA

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A atmosfera de um PGM é um dos aspectos mais importantes para um bom encontro de
PGM. É a atmosfera do PGM que fará dela um lugar gostoso, receptivo e espiritual, onde
todas as pessoas se sentirão animadas e felizes. Muitas vezes uma má atmosfera impede
o PGM de ter uma reunião agradável.

A boa atmosfera do PGM deve ser claramente perceptível pelos dos de fora, de maneira
que possam ser atraídos para Deus, mas para nós também. Membros e visitantes devem
sentir-se em casa. Essa atmosfera deve ser gerada pela fé, em oração, mas deve ser
expressa por obras de atenção, cuidado, serviço e amor.

O líder precisa fazer o possível para que todas as reuniões e atividades do PGM, seja a
reunião no lar ou qualquer comunhão fora, possua “três atmosferas”: ❖ A atmosfera de
alegria vai contagiar todos os presentes e os novos, pelo clima de descontração e
presença de Deus, produzindo encorajamento e bem-estar. O PGM deve ser muito alegre!

❖ A atmosfera de fé atrai o sobrenatural, move a mão de Deus em favor do PGM;


gera-se uma expectativa de milagres, de cura, de manifestação de Deus, a
ponto da vizinhança inteira ser afetada pela presença de Deus na vida daquele
PGM. O PGM deve ser cheio de fé!

❖ A atmosfera de amor vai unir cada vez mais os membros do PGM, aponto
desse amor transbordar para os de fora, que saberão que somos
verdadeiramente discípulos de Jesus, e vão querer sê-lo também. O PGM de
transbordar de amor pelas pessoas!

PREPARANDO A ATMOSFERA :
Os donos da casa, anfitriões, devem ser bons acolhedores, amigáveis, ter bom
relacionamento com a vizinhança, e ser os primeiros a dar as boas-vindas aos visitantes,
deixando-os bem à vontade.

❖ Antes que qualquer pessoa chegue, o líder e o anfitrião devem separar cinco
minutos para eles mesmos, sentar-se no círculo e orar pela reunião, para que a

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bênção de Deus venha sobre todos. Se desejar, convide o núcleo do PGM
para chegar 30 minutos antes para interceder pela reunião, orando por
cada momento e indivíduo do PGM.

❖ De novo, cheque a atmosfera física e espiritual de sua casa. Veja se não está
muito calor, se é preciso abrir ou fechar janelas, ligar ventilador, coisas desse
tipo. A iluminação deve ser adequada.

❖ Gatos, cachorros e outros animais domésticos devem ser postos em outro


cômodo da casa durante a reunião. Alguém pode ter medo, não gostar de
animais, ter alergia ou qualquer outro sentimento, e por mais que amemos
nossos bichinhos, Jesus ama muito mais as pessoas, e nós devemos seguir os
Seus passos. Todos os membros da casa devem cooperar com a reunião!

❖ Se possível, que a reunião seja num lugar que as pessoas possam conversar e
ter comunhão depois da reunião.

TERCEIRO ELEMENTO – COMUNHÃO INTENSA Em João capítulo 17,


temos uma passagem conhecida como “A oração sacerdotal de Jesus”. Ali o Mestre
intercede junto a Deus pela vida dos seus discípulos. Esse texto é um exemplo de como
um pastor ou líder de PGM deve orar.

Nessa oração o Senhor ora por proteção e santificação, mas a Sua maior insistência é
pela unidade, comunhão entre os discípulos. O próprio Jesus disse que se houver
intensa unidade entre os crentes, o mundo saberá que Ele é o Filho de Deus. Este é o
poder da unidade!

O PGM não deve ser apenas um encontro semanal, ela deve ir muito além disso.
Costumamos dizer em nossa igreja que uma boa reunião de PGM semanal representa
apenas 40 a 50% da vida de um PGM naquela semana. Os outros 60 a 50% da vida do
PGM está no partir do pão durante a semana, nas ligações, nas visitas, na amizade dos
membros, na oração e jejum uns pelos outros, etc.

A VISÃO DO PURÊ DE BATATAS

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Um grande exemplo que temos para exemplificar a verdadeira unidade é a comparação
ilustrativa a de um purê, onde as batatas são cozidas, descascadas, amassadas,
misturadas com sal, óleo e leite, e transformadas numa deliciosa massa cremosa e
homogênea. Um PGM pode ser:

❖ Um saco de batatas – onde as pessoas estão juntas no mesmo lugar, mas não
estão em unidade. O saco de batatas não alimenta, é pesado e difícil de carregar.

❖ Um purê de batatas – onde as pessoas estão muito unidas e caminham juntas


sempre. O purê de batatas é uma delícia, alimenta e traz muito prazer e alegria.

A visão do Purê de Batatas nos ensina quatro princípios para ter uma comunhão intensa
no PGM:

1. LAVAR AS BATATAS – As batatas precisam ser lavadas em primeiro lugar. Essa


água representa a palavra de Deus. Para cozinhar a “batata” (ganhar uma pessoa
para Jesus), ela tem que ser amolecida na água da Palavra. Não podemos achar
que conseguiremos ganhar as pessoas com nossos argumentos, afinal quem faz o
milagre é a Palavra de Deus (Isaías 55.11).

2. FERVER AS BATATAS – Para cozinhar a batata, precisamos de fogo também. E o


fogo é a intercessão e guerra espiritual que travamos em favor da pessoa em
oração. Se a batata tivesse olhos, ela não veria o fogo porque está dentro da
panela, mas mesmo sem vê-lo ela sente seus efeitos. Da mesma forma, as
pessoas do PGM
devem sentir o efeito de nossa intercessão em suas vidas quando oramos uns
pelos outros.

3. DESCASCAR AS BATATAS – Uma vez que a batata está cozida, precisamos


descascar. E a casca é o que usamos para parecermos mais espirituais aos olhos
das pessoas (máscaras). Devemos tirar as máscaras no discipulado e ser sinceros.
Se todos forem discipulados um a um será mais fácil retirar as cascas.

4. AMASSAR AS BATATAS – Estando descascada, o próximo passo é amassar, ou


seja, aproximar uma batata da outra, até que elas percam sua essência de batata e
não seja possível separá-las mais. O PGM deve ter muita comunhão, como era na
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igreja primitiva. Partir o pão constantemente, falar uns com os outros durante a
semana, ter tempo de lazer juntos, etc. Assim elas serão cada vez mais unidas
umas às outras.

O PURÊ DE BATATAS NO LIVRO DE ATOS


Os crentes da igreja primitiva praticavam este princípio. Eles tomavam suas refeições
juntos com alegria e simplicidade de coração; Eles tinham muita alegria compartilhada,
pela construção de relacionamentos fortes.

❖ Como resultado do purê de batatas, havia grande perseverança entre os irmãos


da Igreja Primitiva (Atos 2.46);

❖ Como resultado do purê de batatas, os crentes primitivos experimentavam muita


alegria (Atos 2.46);

❖ Como resultado do purê de batatas, a comunidade dos crentes primitivos vivia a


simplicidade que caracteriza a toda a mensagem do evangelho (Atos 2.46); ❖
Havia constante ajuda aos necessitados, que eram atendidos em suas
necessidades mais básicas (Atos 2.44-45);

❖ Por conta de serem assim, “muitas maravilhas e sinais se faziam pelos


apóstolos” (Atos 2.43) – o mesmo precisa acontecer hoje;

❖ Eles atraíam novas pessoas para Jesus (Atos 2.46-47);

❖ Quando nos tornamos semelhantes a eles, trazemos abundante graça sobre


os cristãos, sobre o PGM (Atos 4.32);

❖ Quando nos tornamos semelhantes a eles, promovemos o crescimento


autêntico da igreja de Jesus (Atos 5.14).

Este tema está largamente estudado no livro “O Purê de Batatas”, lançado pela MDA
Publicações (Editora Premius). Você também pode assistir esta ministração no Youtube,
buscando por “A visão do Purê de Batatas – Pr. Abe Huber”.

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QUARTO ELEMENTO – UM BOM NÚCLEO DE PGM Chamamos de
núcleo aquele grupo de pessoas do PGM que ajudam o líder a liderar o PGM. O bom líder
jamais lidera sozinho, mas mobiliza aquelas pessoas mais “fortes” e comprometidas para
liderar o grupo juntamente com ele.

EXEMPLOS BÍBLICOS DE UM NÚCLEO DE LIDERANÇA O núcleo do


“PGM” de Moisés (Êxodo 18.13-26). Jetro, orientou seu genro Moisés a recrutar homens
tementes a Deus e maduros para ajuda-lo a liderar a nação de Israel. O núcleo do “PGM”
de Moisés era composto por “homens capazes, tementes a Deus, dignos de confiança e
não avarentos” (v. 21) que o ajudaram a cuidar de todo o povo de Israel, algo que ele
jamais conseguiria fazer sozinho. Assim, no PGM, uma das funções do núcleo é ajudar o
líder a cuidar dos membros do PGM.

O núcleo do “PGM” de Jesus (Mateus 26.37-38). Jesus escolheu 3 discípulos (Pedro,


Tiago e João) para caminhar mais próximo dele. Por várias vezes o Mestre os separou
para estarem a sós com ele (Mc 5.37; Mc 9.2; Mc 13.3; Mc 14.33), e mais tarde, Paulo se
referiu a Eles como as “colunas” da igreja cristã (Gl 2.9). Este era o núcleo do “PGM” de
Jesus. Eles estavam preparados para ver e ouvir coisas que os outros ainda não
estavam, inclusive oraram por Jesus no seu momento de maior necessidade. O núcleo vai
ser mais íntimo do líder, ajudando-o e orando juntamente com ele nos momentos cruciais.

A IMPORTÂNCIA DE TER UM NÚCLEO DE PGM

• O NÚCLEO AJUDA A CUIDAR DOS MEMBROS DO PGM .


O líder deve delegar para as pessoas do núcleo o cuidado dos membros do
PGM. Cada membro do núcleo vai ficar responsável por ligar ou visitar
pessoalmente uma ou duas pessoas do PGM naquela semana, orar com ela
por telefone, e depois prestar contas ao líder sobre como ela está, como um
pré
discipulado. Assim, todos serão cuidados! No futuro, isso ajudará o líder a
estabelecer o discipulado definitivo
• O NÚCLEO AJUDA A ORAR PELOS PROPÓSITOS DE DEUS
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O líder deve compartilhar os sonhos de Deus com os membros do núcleo, afim
de orarem com o mesmo coração e fé por cada propósito para aquele PGM.
Pedro, Tiago e João foram chamados a orarem junto com Jesus num ambiente
privado, longe dos outros discípulos em um momento muito crucial (Mateus
26.37-38). Assim também o líder deve, em um ambiente separado do PGM,
reservado somente para os mais próximos, comunicar claramente os propósitos
de Deus para o PGM, como a sua multiplicação, batismos e discipulado. As
pessoas poderão ajudar o líder a orar diariamente pela multiplicação do PGM,
pelo crescimento de cada pessoa, nome por nome, pelos batismos, pela
salvação dos perdidos, etc.

• O NÚCLEO AJUDA A CONDUZIR A REUNIÃO DO PGM


O líder deve envolver o núcleo também na reunião do PGM, repartindo
atividades e delegando funções para que todos liderem com ele. Enquanto um
membro do núcleo fica responsável pelas boas-vindas na porta da casa, outro
é o responsável por iniciar o PGM com uma oração cheia de fé, o outro vai orar
impondo as mãos sobre as pessoas. É importante que as funções sejam
alternadas de um encontro para outro, de modo que todos sejam
experimentados em todas as áreas. Todos têm dons espirituais! Deus deseja
usar a todos!

• O NÚCLEO AJUDA O PGM A ALCANÇAR SEUS ALVOS


Os membros do núcleo não vão somente orar pelos alvos do PGM, mas
também se envolver ativamente no trabalho. Se o PGM deseja começar grupos
de evangelismo, os membros do núcleo poderão liderá-los. Eles darão ideias
úteis para realizar eventos importantes, organizar momentos de comunhão fora
da reunião do PGM (como um cinema, churrasco, etc), preparar as pessoas
para o batismo, discipular os membros do PGM. As boas ideias do núcleo são
sempre bem-vindas, mas o líder do PGM é quem dará a palavra final.

UM NÚCLEO FORTE E CRESCENTE É A CHAVE PARA A


MULTIPLICAÇÃO
Na biologia, a primeira estrutura a se multiplicar em um PGM são os componentes do
núcleo. Sem um núcleo, o PGM ficaria desorganizada e deficiente. Por isso, o líder deve
sempre convidar pessoalmente mais pessoas para fazer parte do núcleo, afim de que ele

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cresça. Quando o núcleo estiver com muitas pessoas fortes e bem treinadas, a
multiplicação acontecerá rapidamente e com muito sucesso. O núcleo se multiplicará em
dois, e as dois PGMs começarão a nova vida com lideranças bem formadas.

NOVOS CONVERTIDOS TAMBÉM DEVEM PARTICIPAR DO NÚCLEO


Pessoas recém-chegadas ao PGM também podem ser parte do núcleo, desde que já
tenham entregado a vida a Jesus. Em Lucas 9, Jesus enviou seus doze discípulos a
pregarem o evangelho do Reino e curar os enfermos. Eles só poderiam fazer isso por
causa da autoridade delegada de Jesus.

Pouco depois, em Lucas 10, Jesus enviou não doze, mas setenta discípulos! De onde
esses cinquenta e oito novos discípulos vieram? Os estudiosos confirmam que estes são
novos convertidos, frutos da primeira viagem dos discípulos em Lucas 9. Eles haviam
recebido o evangelho e deixaram tudo para seguir a Jesus. Assim que eles chegaram ao
grupo dos discípulos, Jesus os enviou para o trabalho e compartilhou com eles a mesma
autoridade delegada aos doze.
Não espere os novos convertidos “esfriarem” no primeiro amor para envolvê-los no
trabalho. Se eles estão demonstrando compromisso, dê a eles responsabilidades
menores e eles se sairão muito bem. A única coisa que eles precisam é da autoridade
delegada de Jesus, e do seu convite para ajudar.

QUEM PODE PARTICIPAR DO NÚCLEO?


Convide para participar do encontro do núcleo, membros do PGM
que: • São fiéis em participar da reunião do PGM;
• Entenderam o propósito do PGM e do Reino de Deus;
• Demonstram responsabilidade e compromisso nas pequenas coisas; •
Demonstram algum nível de crescimento espiritual, mesmo que sejam novos
convertidos (muitas vezes os novos convertidos demonstram mais amor e
compromisso do que cristãos antigos).
COMO CHAMAR ALGUÉM PARA PARTICIPAR DO NÚCLEO? • Chame
a pessoa para uma rápida conversa particular depois da reunião (ou por telefone
durante a semana);

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• Honre muito a pessoa pela sua fidelidade e compromisso. Demonstre muita
gratidão!
• Abra o coração sobre os propósitos maravilhosos de Deus para o PGM. • Diga a
ela que você gostaria muito de contar com as suas ideias e dons para ajudar a
fazer desse PGM, o melhor PGM do mundo.
• Fale sobre o encontro do núcleo.
• Esteja sempre atento a novas pessoas para participar do núcleo. Sempre
que identificar alguém que tem crescido em compromisso no PGM, que
está se “soltando” mais, não perca tempo e chame-a para ajudar.

TOQUE O CORAÇÃO
No livro “As 21 Leis Irrefutáveis da Liderança”, John Maxwell ensina que um líder deve
tocar o coração antes de pedir ajuda. Isso significa que você precisa explicar não só “o
que fazemos”, mas principalmente “o porquê fazemos”. Antes de pedir que alguém
faça uma visita a outra pessoa, explique o porquê uma visita é tão importante. Conte uma
experiência de alguma visita que você fez ou recebeu, e como isso foi abençoador.
Quando pedir para alguém discipular outro, conte um testemunho de como isso é
maravilhoso, e o quanto isso tem agregado à sua vida. Resumindo, mostre o seu
coração aos seus liderados. Não fale só de tarefas humanas, mas de propósitos
espirituais. Não fale só sobre o que vai acontecer na próxima semana, mas como essas
ações mudarão a eternidade.

PROMOVA UM ENCONTRO DO NÚCLEO DO PGM


É muito importante fazer um encontro com o núcleo do PGM. Ele deve ser curto, objetivo,
cheio de unção e amor. Pode ser uma hora antes de começar o PGM, um almoço de
domingo, um café da manhã no sábado, o que você achar melhor. Tome cuidado para não
querer falar tudo em apenas um encontro. Às vezes uma grande quantidade de assuntos
atrapalha a compreensão das pessoas, então, seja bem objetivo. Neste encontro você vai:
• AGRADECER MUITO
Seja sempre grato! Jamais comece qualquer reunião sem agradecer (e MUITO!)
a presença e a vida das pessoas, uma por uma. Elas são mais importantes do
que o trabalho que desempenham. Busque essa marca de ser sempre muito
amável, muito agradecido, muito humilde.
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• PASSAR A VISÃO
Tudo o que fazemos não é para a Primeira Igreja Batista, nem para o Pr. Gilson,
mas para JESUS! Lembre as pessoas que a visão da igreja é ser uma igreja
apaixonada por Deus e por pessoas, que desejamos ver muitos perdidos sendo
salvos para a glória de Deus. Vale muito a pena trabalhar pra Jesus!

• AVALIAR A REUNIÃO DO PGM


Peça a opinião deles sobre o que vocês podem melhorar na reunião. Fale sobre
ter uma reunião curta (1 hora e 15 minutos no máximo) para ter mais tempo
para a comunhão. Procure ser bem objetivo neste ponto para não gastar muito
tempo.

• ENSINAR A CONDUZIR OS MOMENTOS DO PGM


Ensine como cada momento do PGM deve ser realizado (por exemplo, quem
compartilhar a palavra deve fazer boas perguntas para fazer todos
participarem). Em seguida, divida as tarefas das próximas reuniões. Informe
quem ficará responsável pelos boas-vindas, oração inicial, louvor, momento de
testemunhos, passar a visão, ministração da Palavra, oração pelos pedidos e
avisos. Depois da reunião, agradeça a cada um e dê um “feedback” sobre seu
desempenho e no que ele pode melhorar.

• MULTIPLICAR O “PASTOREIO”
Faça uma lista de todos os membros do PGM, em seguida, coloque cada um do
núcleo como responsável por cuidar pessoalmente de um ou dois nomes da
lista. O cuidado deve ter: no mínimo duas ligações por semana, oração diária
por aquela pessoa e se possível uma breve visita durante a semana. Esta é a
maneira que vamos garantir que cada um será bem cuidado e que não iremos
perder ninguém!
• ORAR PELOS ALVOS DO PGM
Mostre às pessoas do núcleo os alvos do PGM, depois de mostrar os alvos,
avaliem se vocês estão alcançando ou não. Não se esqueça de ter um tempo
de oração precioso por cada alvo, pedindo a Deus poder do Espírito Santo e
estratégias espirituais para alcançá-los.

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DICAS IMPORTANTES:
❖ Para que o PGM se multiplique com qualidade, precisamos preparar bem os
auxiliares, deixando-os bem maduros, aptos, capazes, conhecendo
profundamente o funcionamento do PGM e como executar todos os demais
elementos do seu DNA – código genético;

❖ É importante levar os auxiliares e membros para o TADEL, onde devem


receber instrução e encorajamento;

❖ A multiplicação deve ser feita colocando liderança de qualidade nos dois PGMs
e desmembrando o povo sabiamente, para que ambas continuem mantendo o
mesmo padrão de qualidade que produzirá quantidade;

❖ O líder mais antigo deve continuar dando apoio e atenção ao mais novo, pois os
sucessos do novo PGM e do novo líder são resultado do seu trabalho;

❖ Cada líder deve ter em mente que todos os membros de seu PGM são auxiliares
e líderes em potencial.
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PREPARANDO-SE PARA A MULTIPLICAÇÃO
Todos querem multiplicar a seu PGM, afinal esse é um dos maiores indicadores de que a
vida do PGM está acontecendo de acordo com os processos naturais, pois um PGM
saudável sempre se multiplica.

Joel Comiskey conta que quando John Wesley morreu em 1791, ele deixou uma igreja
com 10.000 PGMs e 100.000 membros. Ele diz: “Os PGMs foram tão importantes para a
Igreja Metodista, que uma pessoa não podia participar do culto de celebração se não
mostrasse um bilhete comprovando que esteve no PGM durante a semana. Deus
transformou pessoas por meio da estrutura de PGMs de Wesley. Muitos acreditam que
Deus usou o movimento metodista para salvar a Inglaterra da destruição espiritual e
moral.

No entanto, a ênfase no PGM e celebração se extinguiu 100 anos após a morte de


Wesley. Por quê? Alunos de doutorado exploraram essa questão e chegaram à conclusão
de que o principal motivo da extinção da estrutura de PGMs metodista foi permitir que os
PGMs ficassem muito grandes. Em vez de manter o tamanho que permitisse intimidade,
de aproximadamente dez pessoas, os PGMs cresceram para 30, 40 pessoas ou mais e
acabaram se tornando igrejas metodistas. A estratégia de PGM/celebração desapareceu
porque os PGMs cresceram demais.

A transformação acontece numa atmosfera de grupo pequeno. Mesmo pessoas tímidas


podem compartilhar num grupo de 3 a 15 pessoas. Quando os grupos ficam maiores,
somente os extrovertidos são seguros o suficiente para se expressarem. Ao mesmo tempo,
os PGMs devem evangelizar e alcançar incrédulos e pessoas que não pertencem a uma
igreja. Como então um PGM pode crescer mantendo ao mesmo tempo a intimidade? A
única maneira é por meio da multiplicação”.

Os PGMs devem se multiplicar para se manterem fiéis à missão de intimidade e


crescimento por meio do evangelismo.

POR QUE MULTIPLICAR O PGM?


 As necessidades dos crentes e incrédulos são mais completamente supridas
num ambiente de grupo pequeno – um grupo muito grande descaracteriza;

 A multiplicação dá aos membros do PGM maior oportunidade para ministrar


aos de fora, pois, novas portas são abertas e novas possibilidades são criadas;

 Em um grupo menor todos são importantes, ninguém é negligenciado. Todos


são conhecidos pelo nome e têm a sua ausência notada.

 Mais líderes podem ser preparados e por sua vez vão ministrar a mais gente;

 A multiplicação ajuda a resolver o problema físico de espaço, do


abarrotamento;

 Se o PGM é muito grande não há muitas linhas de comunicação, e perde-se o


senso de comunidade, de família. Poucos compartilham.

 Fica difícil trazer novas pessoas fazê-las sentir-se à vontade, integrá-las bem
na vida do grupo se o grupo for numeroso.
QUANDO O PGM NÃO SE MULTIPLICA

 Pode sofrer uma séria estagnação: O PGM empaca, não vai para frente nem
para trás. Aos poucos o grupo vai ficando frio, monótono e vai perdendo as
pessoas.

 Pode sofrer uma mutação: Ele começa a se transformar numa outra coisa:
clube social, lanchonete, cassino, banca de estudos, “consultório profético”,
etc.

 Pode sofrer uma mortificação: Quando não consegue mais se manter vivo, ela
entra em óbito. Algumas vezes acaba-se totalmente, e outras vezes é
acometida por uma “morte cerebral”: o corpo ainda está lá, mas em estado
vegetativo.

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QUANDO COMEÇA A PREPARAÇÃO PARA A MULTIPLICAÇÃO?
Desde a sua primeira reunião o PGM deve falar e orar sobre a multiplicação. Às vezes, o
líder acha que isso não é importante e se esquece de preparar o PGM para cumprir o seu
propósito. O resultado dessa demora é resistência à multiplicação.

Por isso é tão importante o momento de passar a visão. Quando falamos a cada reunião
sobre a visão de alcançar as pessoas e cuidar bem de cada uma delas, quando oramos e
choramos constantemente pelo avanço do Reino de Deus, o Espírito Santo vai tocando e
movendo os corações. Então, as pessoas entendem que elas não estão ali para
entretenimento, mas num projeto missionário.

Fazendo isso, não só os membros se envolverão no trabalho, mas quando chegar o


momento da multiplicação não haverá resistência, pois todos já estarão conscientes da
importância de multiplicar o PGM.

Tenha o hábito de orar pela multiplicação do PGM a cada reunião, declarando em fé que
esse PGM dará frutos para a glória de Deus. Isso ajudará as pessoas a estarem sempre
conscientes que o PGM não é um fim em si mesmo, para as pessoas se sentirem à
vontade, mas um lugar de salvação para os perdidos.

O PRIMEIRO PASSO: FIXAR UMA DATA


Alguém já disse que se você estiver mirando em nada, certamente acertará em cheio!
Alvos não são sonhos mirabolantes, calcados numa fé otimista-humana sem base na
Palavra de Deus. Alvos são possibilidades reais de conquistas ainda não acontecidas com um
mapa ousado e seguro de como chegar lá.

 Todo PGM precisa ter uma data pré-definida na qual ele se multiplicará. O
momento para a definição desta data não é quando o PGM cresce e se torna
maduro, mas desde o início;

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 Líderes que conhecem o seu alvo multiplicam de uma forma regular e com
maior frequência do que os que não conhecem;

 Fixar a data de multiplicação nos estágios iniciais do PGM ajudará a combater


o isolacionismo: quando o PGM não quer se multiplicar nem receber pessoas
novas, ficando somente “nós e nós mesmos, unidos, nos amando até Jesus
voltar!”.

 Fixar alvos e datas aumenta a probabilidade de multiplicação de um PGM para


75%. Existem PGMs extraordinários onde essa probabilidade ultrapassa os
100%;

 Cada supervisor deve checar se o líder está lançando os alvos com clareza e
se os membros estão compreendendo. Todos precisam saber “na ponta da
língua e no coração” a data da multiplicação do PGM;

MULTIPLICANDO A LIDERANÇA
Um bom líder se esforça na função de desenvolver outros bons líderes. Para que você se
esmere nisso, apresentamos alguns aspectos importantes:
 Ore e busque a orientação de Deus: Separe tempo para orar pedindo a Deus que
mostre futuros líderes. Procure ser direcionado por Deus na formação de líderes para
que a multiplicação aconteça de forma abençoadora. A intimidade com Deus nos
aproxima muito de seu coração e, com isso, fica muito mais fácil ouvir a sua voz e ser
direcionado a cumprir a sua vontade.
 Analise cada um como um possível líder: Podemos ter uma percepção errada acerca
de um membro e muitas vezes somos surpreendidos com uma liderança excepcional.
Por isso, vale ressaltar a importância da orientação de Deus nesse processo. Quem em
seu grupo demonstra amor pelas pessoas, um espírito ensinável e é assíduo às
reuniões? O ideal seria que todos os membros fossem assim, mas aqueles que
primeiro atingirem esse estágio devem ser preparados para assumirem um PGM
futuramente.
 Não seja precipitado: Envolva os membros do PGM constantemente no ministério.
Distribua tarefas, compartilhe as responsabilidades da liderança e observe a
capacidade de cada um. Nunca devemos sinalizar nosso desejo de preparar uma
pessoa para a
4
liderança sem que ela tenha sido testada nas tarefas práticas de um líder. Isso evitará
que pessoas que ainda não estão maduras para assumir tal responsabilidade sejam
expostas a uma experiência negativa. Líderes em potencial, antes de serem
submetidos à função, devem ser alvo de relacionamentos discipuladores fora dos
encontros do grupo, através dos quais o líder lhes ofereça intercessão e ministração
de verdade e vida.
 Seja transparente: Converse com pessoas sobre uma possível liderança. É importante
que as pessoas que estão sendo indicadas para a liderança tenham um tempo para
orar e refletir sobre o assunto. Ore com os possíveis líderes buscando a confirmação
de Deus.
 Considere o coração: Nunca force alguém a assumir um PGM mesmo que seja muito
capaz. A convicção da indicação é algo que vem de Deus e que não pode ser ignorada.
O amor pelo grupo por parte do candidato a líder é o principal ingrediente para que ele
seja usado por Deus.
 Envie pessoas para o treinamento de líderes: Participar do treinamento oferecido pelo
pastor ou líder designado não torna necessariamente nenhum membro de PGM em um
líder, mas fortalece o grupo no desempenho de sua missão. Como obteremos novos
líderes no ministério se os líderes não enviarem pessoas para os treinamentos?
O maior desafio do líder de PGM não é multiplicar o grupo, mas formar um novo líder, pois
só assim poderá experimentar a verdadeira liderança discipuladora.

LEVANTAR UM LÍDER EM TREINAMENTO


Um dos grandes segredos para uma multiplicação bem-sucedida é um bom líder de PGM
sendo formado. Como todas as formas de vida natural se reproduzem de acordo com a
sua espécie, assim também é em termos espirituais. Bons líderes de PGM vão se
reproduzir de acordo com a espécie da qual provêm, e assim a cadeia de cuidado e
crescimento continua avançando.

Mas como podemos determinar que alguém tem o potencial de se tornar um poderoso
líder de PGM? Pelas características de um poderoso líder de PGM, podemos seguir um
simples acróstico chamado FACES:

 Fiel – Ele é fiel a Jesus, à igreja ao PGM?

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 Abnegado – Ele dedica tempo sacrificial às pessoas da seu PGM? 
Comprometido – Ele tem o alvo claro e definido de buscar em primeiro lugar o
Reino de Deus acima de qualquer projeto pessoal?
 Ensinável – Ele está aberto a ouvir feedback/sugestão de outros?
 Servo – Ele coloca os outros em primeiro lugar?

Não devemos procurar características prontas, habilidades já testadas e aprovadas. Cada


novo crente, cada auxiliar, cada líder que surge é uma planta nova, frutificando pela
primeira vez nesta visão, mas com garantias de um crescimento certo, com promessas
preciosas de um futuro ministerial aprovado por Deus. E tudo por quê? Porque estão
cuidando de vidas, valorizando o bem mais precioso que Jesus tem sobre a Terra: Suas
ovelhas!

COMO PREPARAR UM NOVO LÍDER EM TREINAMENTO Se você


percebe que há no seu PGM algumas pessoas prontas para serem os novos líderes,
pergunte ao seu discipulador, supervisor ou pastor o que ele pensa. Se concordarem com
a ideia, comece a investir na pessoa para ser um dos próximos líderes. Se a pessoa não
abraçar a ideia de primeira, não force a barra, vá com calma. Deixe Deus fazer a parte
Dele. Se a pessoa demonstrar muito interesse e corresponder ao investimento, comece
então o seu treinamento prático. Isto pode ser feito sistematicamente, de várias maneiras.

 Encoraje seu auxiliar a orar pelos outros membros todos os dias


(considerando-se que o próprio líder já faz isto todos os dias). Garanta que ele
esteja em constante contato com seus próprios discípulos e outros membros
do PGM, para ajudá-los em seu andar cristão, família, trabalho, etc.

 Estimule-o a discipular alguém. Ensine-o a acompanhar algumas pessoas do


PGM, fazendo contato durante a semana, orando, visitando, etc.

 Convide-o a participar regularmente do TADEL. Lá ele vai poder se preparar


melhor e absorver a visão dos líderes da igreja sobre os PGMs.

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 Oriente-o a se preparar fazendo o Seminário Veredas Antigas e os cursos de
Liderança da Escola do Discípulo. Este curso é um pré-requisito importante
para alguém se tornar um novo líder.

 Se possível, encontre-se com ele, discuta seus planos para a próxima reunião
do PGM, e mostre-lhe o que você pensa fazer. Pergunte a opinião dela para
ver o que ela poderia fazer diferente e explique suas estratégias e alvos para
as reuniões.

 Pergunte sobre a última reunião, para ouvir a opinião dela sobre o que ela
gostou muito e o que poderia ter sido feito diferente. Deixe que ele o ajude a
planejar a próxima reunião e as atividades do PGM para as próximas
semanas.

 Durante as reuniões do PGM, experimente de vez em quando separar o grupo


em dois, e deixe que o auxiliar ministre para metade do grupo a mesma coisa
que você fará com a outra parte. É claro que ele deve saber desta manobra
com antecedência. Mais tarde, na mesma reunião, quando você ajuntar todo o
grupo de volta, peça um feedback informal de como foi a experiência ali “do
outro lado”. Pelas respostas você poderá ter uma ideia de como ele se saiu.

 Um dos próximos passos seria deixar o auxiliar planejar toda a reunião do


PGM e liderar com você presente. Ajude-o, se for necessário, mas deixe que
ele seja o líder e os outros saibam disso. Depois, converse com ele sobre o
seu desempenho, e dê-lhe conselhos sobre como melhorar, elogiando-o nas
coisas que ele foi bem e motivando-o com palavras animadoras.

PLANEJANDO A MULTIPLICAÇÃO
Temos aprendido que para colher um grão de trigo não é necessário muito esforço, mas se
você quiser uma grande plantação terá que se planejar e trabalhar duro. Com a
multiplicação do seu PGM acontece da mesma forma. Aqui estão alguns passos para você
preparar o seu PGM para gerar outro:

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FAÇA UM CHECK LIST
 O PGM já possui uma data de multiplicação? Os membros do PGM sabem
dessa data ou apenas os líderes?
 Há um número satisfatório de membros regulares (entre 12 e 16)?  Os
membros do PGM estão amadurecendo espiritualmente e nos relacionamentos
uns com os outros (sentimento de família)?
 O PGM possui um núcleo forte para apoiar os líderes do PGM mãe e do PGM
filho?
 O PGM já “comprou” a ideia da multiplicação, ou ainda há resistência?  O
PGM já possui um líder em treinamento frutífero e animado para assumir a novo
PGM? Ele já cumpriu os requisitos da igreja para liderar?

REÚNA-SE COM SEU SUPERVISOR


Marque um encontro a três, entre você (líder do PGM), o líder em treinamento e o seu
supervisor de PGM. Nesse encontro vocês poderão orar juntos, conversar e organizarem a
multiplicação.
 O novo PGM já possui um endereço fixo para a reunião semanal? 
Qual será o dia e o horário da reunião do PGM filho?
 Olhando os relacionamentos existentes e a frutificação natural, quem ficará no
PGM mãe e quem irá com o PGM filho? Pais e filhos espirituais geralmente
ficam juntos, assim como discípulos e discipuladores. Considerar localização,
faixa etária, relacionamentos, estado civil, gênero, etc).

ORGANIZEM JUNTOS OS DETALHES DA FESTA DE MULTIPLICAÇÃO Se


todas as coisas estiverem bem ajustadas, confirme a data com seu supervisor e pastor de
rede para que eles providenciem uma certidão de nascimento para o PGM filho.

Façam uma grande festa de multiplicação, tenham muita comida, muita música e alegria, e
despeçam os irmãos do novo PGM com oração.
 Combine os detalhes com seus supervisores e pastores;
 Organize um grande jantar de festa, para celebrar a multiplicação; 
Convide seus supervisores e pastores para a festa da multiplicação;

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 Depois, é só monitorar o crescimento do novo PGM, e tudo se inicia
novamente, com muita alegria e mais uma porta aberta para anunciar o amor
de Jesus!
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AULA 8 – ATITUDES FUNCIONAIS PARA
LÍDERES VENCEDORES

O renomado autor americano John Maxwell ensina que liderança não é uma posição, mas
uma atitude. Existem pessoas que estão em posição de liderança, mas não tem atitudes
de liderança. Por outro lado, existem aquelas pessoas que se destacam e se tornam uma
referência para outros muito antes de serem colocadas em posições elevadas.

Por isso ATITUDES corretas e estratégicas são muito importantes para os líderes de
PGM. Com certeza você tem boas intenções para seu PGM, porém boas atitudes sempre
contam mais do que boas intenções.

Apesar de o PGM ser dinâmico e natural, o líder não pode simplesmente largar as rédeas
pra ver “onde isso vai dar”. De modo algum! Líderes expectadores assistem de camarote o
próprio fracasso. O bom líder de PGM age conscientemente para fazer do seu PGM o
melhor PGM do mundo.

Então, aqui estão algumas atitudes de líderes de PGM vencedores. Tome coragem, seja
ousado e lidere com energia e vontade. Deus o abençoará!

PROMOVA UM AMBIENTE DE MUITA ORAÇÃO

❖ Orar diariamente pelos membros do seu PGM transforma o seu


relacionamento com eles. Eles o reconhecerão e seguirão sua liderança
espontaneamente.

❖ Se você orar diariamente pelos membros do seu PGM, você sentirá o seu
próprio coração cheio de amor e paciência por eles.

❖ Todo líder de PGM precisa ser cheio do Espírito Santo! Busque poder e
ousadia! Todos querem estar perto de quem está perto de Deus!
❖ Tempo gasto "afiando o machado" para decepar as árvores não é tempo
perdido. Uma hora gasta em oração fará com que uma hora de trabalho renda
mais que uma centena delas sem oração. Desenvolva uma disciplina de
oração!

❖ Ore por todos os eventos do PGM – seja uma festa de aniversário, um


evento de evangelismo, um jantar, um churrasco. Esteja pronto para
testemunhar em qualquer circunstância!

❖ Faça um livro de oração no seu PGM! Registre nele os pedidos e as


respostas de oração. Ore com ele em toda reunião do grupo. Pode ser um
cartaz, uma agenda, um caderno, enfim, um material fácil de utilizar. Para os
mais modernos, pode ser até uma planilha no computador, tipo Excel.

❖ Experimente fazer uma lista de alvos de oração do seu PGM. Entregue


uma cópia para cada membro, e ore em toda reunião por cada pedido da lista.

❖ Crie um relógio de oração no seu PGM. Distribua os discípulos do PGM de


forma que haja oração pelos alvos do PGM diariamente. (pode ter mais de um
intercessor por dia, ou um intercessor ter mais de um dia de oração).

❖ Muitos se sentem mais motivados a orar em vigílias. Todas as sextas-feiras


fazemos vigílias de oração em nossa igreja. Convide o PGM todo para as
vigílias que acontecem na igreja. Façam caminhadas de oração ao redor do
quarteirão ou se ofereçam para orar pelos vizinhos.

NÃO SEJA CENTRALIZADOR

❖ Delegue funções e responsabilidades para cada membro do PGM, mesmo que


seja algo bem simples. Isto produz compromisso e seriedade em todos. Dê várias
oportunidades às pessoas do seu grupo.

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❖ Acredite nas pessoas! Delegue responsabilidades para cada membro de seu PGM!
Quando nos sentimos úteis, nos comprometemos mais. As pessoas aprendem
fazendo, por isso envolva todos os membros do PGM nas atividades grupais.

❖ O líder deve ser um facilitador: alguém que faz o PGM acontecer com a
participação de todos, não um chefe controlador que sufoca o PGM e faz tudo
sozinho.

CUIDE BEM DAS REUNIÕES DO PGM


❖ Faça um cartão-convite personalizado de seu PGM. Dê uma quantidade
para cada membro e peça-lhes que os distribuam entre seus próprios amigos.

❖ Procure criar um ambiente descontraído e alegre no seu PGM. Grupos


onde há descontração e alegria multiplicam mais facilmente do que grupos
formais.

❖ Prepare com cuidado e antecedência a reunião do PGM. Lembre-se que


pessoas vêm de longe para ouvir a palavra e precisam ser alimentadas. Se for
somente para ouvir alguém lendo a folha de estudos, ele poderá pegá-la na
igreja ou baixá-la da internet e estudá-la sozinho.

❖ No período do louvor escolha cânticos conhecidos e fáceis. É mais fácil


focalizar a atenção em Deus, quando não temos que lutar com letras e ritmos.
Providencie folhas com a letra dos cânticos para ajudar aqueles que não
sabem as letras de cor. No caso de haver visitante, isto se torna fundamental
para que não se sintam excluídos.

❖ Ao compartilhar no PGM, sempre fale de coisas práticas que podem ser


úteis no dia-a-dia. Fuja das doutrinas estéreis e de teologias mortas! Não
precisa ficar discutindo quem será a besta do Apocalipse, quem foi a mulher
de Caim, se Adão tinha umbigo, e coisas do gênero.

3
❖ Você nunca poderá levar os outros a níveis que você mesmo não atingiu!
Antes de ministrar ao grupo, seja ministrado por Deus!

❖ Quando as pessoas ouvem, elas podem estar ou não interessadas, mas


quando elas falam, elas se interessam. Use perguntas para envolver a
todos! Não aceite ninguém calado no PGM!

❖ Tudo o que Deus faz, Ele o faz pela Palavra e pelo Espírito. Isto é tudo o
que você precisa no PGM: uma palavra viva e apaixonada e a unção fresca do
Espírito.
❖ Permita que o fogo de Deus incendeie a sua vida! Deixe o seu coração
queimar e as pessoas virão para lhe ver pegando fogo! Seja um incendiário no
seu PGM!

PASTOREIE O SEU PGM

❖ Líderes de PGM eficazes procuram conhecer cada pessoa que entra no


PGM. Ele dá atenção a todos, indistintamente, e não se limita só aos de seu
relacionamento.

❖ O bom líder de PGM visita, aconselha e ora pelo rebanho doente. O líder
que se vê como um pastor terá muitas ovelhas que se multiplicam.

❖ Se você for fiel em cuidar bem das ovelhas que Deus lhe deu, Ele, com
certeza, confiará muitas outras em suas mãos.

❖ A sua função principal como líder de PGM não é só dirigir uma reunião,
mas motivar pessoas, edificar vidas e aperfeiçoar os santos. Relacionamento é
tudo!

❖ Reconheça os membros do seu PGM, elogie-os e mostre-lhes o quanto


são importantes para a igreja como um todo! Fazendo isso, você os estará
motivando para o avanço do PGM.

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NÃO SE INTIMIDE DIANTE DO FRACASSO

❖ Líderes bem sucedidos aprendem com as suas próprias falhas e se tornam, em


consequência, muito mais fortes. Desafie seu PGM a crescer. Para um servo
de Deus o fracasso é momentâneo e a vitória é definitiva!

❖ Para o líder bem sucedido, o fracasso é o começo – é o trampolim da


esperança. Aprenda com seus próprios erros, e nunca desista. Se você não
atingiu o alvo, tente novamente – e novamente, e novamente.

❖ O sucesso somente pode ser obtido por meio de fracassos repetidos e


avaliados. Ele é resultado de muitas tentativas fracassadas.

❖ Admita fracassos diante do grupo. Não oculte os seus erros e desculpe-se


sinceramente. As pessoas irão amá-lo por isso, e se sentirão livres e seguras
para serem honestas a respeito de si mesmas.

❖ Um dos maiores temas da Bíblia é que o fracasso nunca é final. Em Deus,


podemos nos levantar e tentar de novo. Se o seu PGM não se multiplicou este
ano, ainda dá tempo. Se não, tente no próximo ano novamente.

NADA DE INDEPENDÊNCIA – PRESTE CONTAS

❖ Deixa sempre o seu supervisor e pastor de rede informados sobre a


saúde do seu PGM. Se há algum testemunho, compartilhe! Se há alguma
luta, compartilhe! Não espere que o supervisor venha até você todas as
vezes, seja participativo.

❖ Tenha o hábito de avisar seu supervisor dobre o dia e o local de reunião do


seu PGM. Assim ele pode fazer visitas à seu PGM e encaminhar novos
convertidos com mais facilidade.

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❖ Ao planejar algo maior no seu PGM, como um retiro, mudança de local da
reunião ou a multiplicação propriamente dita, comunique com antecedência e
decida junto com seus supervisores.

INVISTA EM RELACIONAMENTOS

❖ Uma pesquisa feita com crentes que estão fora da igreja mostrou que 70% deles
saíram da igreja porque sentiam que ninguém se importava com eles. O amor é a
chave para ganhar, consolidar e edificar!

❖ Conhecer-se mutuamente e compartilhar as necessidades têm que ser alvos


primordiais dos PGMs. Nessa atmosfera de aconchego e amor, os visitantes são
impactados.

❖ Estimule os membros a se convidarem mutuamente para almoços, jantares e


lanches nas casas uns dos outros, sem excluir ninguém. Isto aumenta e estreita
os vínculos entre o grupo.

❖ Estabeleça um discipulador para cada novo convertido no seu PGM, ou seja, um irmão
– ou irmã – mais velho para cuidar dele e acompanhá-lo continuamente.

❖ Valorize o momento do lanche no seu PGM. Ele pode ser a chave para consolidar o
visitante. Estimule o PGM a ficar em função do visitante nesse momento.

❖ Oficialmente, o PGM se reúne uma vez por semana. Mas o PGM, em si, é um estilo
de vida. Os vínculos devem acontecer a semana toda.

❖ Não é interessante ter grupos grandes sem vidas transformadas! A qualidade deve
preceder a quantidade. Boa qualidade sempre dá lugar à multiplicação.

NUNCA DESISTA DE NINGUÉM

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❖ A salvação que Deus opera em nós é, ao mesmo tempo, um ato imediato e um
processo. Alguns podem experimentar uma mudança radical e rápida, mas a maioria
das pessoas passa por um processo mais gradual. Não desista se alguém parece
retroceder. Crie um ambiente de liberdade e aceitação, e a pessoa acabará se
firmando.

❖ Cada discípulo é um projeto em construção, não um modelo acabado. Por isso é


normal termos irmãos que ficam desanimados entre nós. Conforte-os e seja sensível
às suas dificuldades. Eles logo passarão de desanimados a animadores!

❖ Tenha sempre uma palavra de ânimo. Não permita que eles percam a esperança.
Creia com eles, transmita empatia, exale coragem revigorante.

❖ Os irmãos mais fracos devem ser carregados pelos mais fortes. Os membros
devem dar-lhes a mão, passo a passo, amá-los e conduzi-los até que se fortaleçam no
Senhor.

❖ Não permita membros ociosos no seu PGM. Se há alguém assim, desafie-o a


mudar. Incentive seus irmãos a serem cooperadores e abertos a Deus e às
pessoas.

❖ Jesus disse que o bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Caro líder, você é um
pastor no seu PGM. Ame os seus discípulos a ponto de se doar por eles, como fez
Jesus.

RESOLUÇÃO DE CONFLITOS NO PGM


É inevitável que surjam conflitos. Contudo, o líder deve saber como enfrentá-los,
exterminá los do PGM e ao mesmo tempo proteger as pessoas, mantê-las unidas, coesas,
curadas das “doenças” que deram origem ao conflito.

Existe uma diferença entre um conflito sadio e um conflito destrutivo num PGM. É um
conflito sadio discordar honestamente de alguma coisa que esteja sendo discutida no
grupo. O conflito destrutivo é afronta, oposição aberta, desejo de anular o que outros estão
fazendo.

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NO CONFLITO SADIO A PESSOA BUSCA:
❖ Ser ouvida pelo grupo ou pela liderança;
❖ Expressar um ponto de vista;
❖ Expandir e clarear o entendimento do grupo;
❖ Promover (cura) pessoal e para o grupo;
❖ Receber respostas pessoais e ajuda;
❖ Concluir em unidade, paz e consenso para encorajar o líder.
NO CONFLITO DESTRUTIVO A PESSOA BUSCA:
❖ Atenção e admiração egoístas para si e para suas ideias;
❖ Provocar separação entre as pessoas, muitas vezes com a intenção de criar seu
próprio “reinozinho”;
❖ Provocar a desestabilização do grupo
❖ Seu interesse próprio, que se não for suprido vai fazê-lo continuar a gerar conflitos;
❖ Provocar conflito em vez de paz;
❖ Controlar e manipular os outros, para transformá-los em seus aliados;
❖ Mudar os outros, atraí-los para suas ideias ou pretensões;
❖ Ganhar sempre a discussão, pelo simples prazer de ver os outros perderem ou
serem humilhados, e muitas vezes o líder do PGM é seu alvo principal – o
“antagonista” quase sempre tem problema com a autoridade;
❖ Ser sempre o lado certo da questão e solucionar os problemas;
❖ Tenta enfraquecer a liderança e a autoridade dos líderes que estão responsáveis.

COMO CONFRONTAR COM COMPAIXÃO


Muitos líderes são sentimentais, dependentes de aprovação, o que significa que os
sentimentos, a dignidade e a aprovação das pessoas tendem a pesar muito em seu
processo de tomada de decisões.

Quando temos essa natureza “sentimental”, nem sempre é fácil repreender alguém.
Alguns até preferem ser repreendidos a repreender. Por quê? Alguns ficam por um longo
tempo se perguntando se por acaso aquela pessoa não está certa, temendo cometer o
erro de julgar erroneamente, ou tentando enxergar mais de um lado na mesma história.

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Outros temem a quebra de relacionamentos. Um bom pastor não gosta de ferir as
pessoas. Contudo, deixá-las errar sem ser repreendidas não é amor, é tolerância; é
“passar a mão por cima”, como se diz popularmente.

Paulo, instruindo seu discípulo Timóteo, mostra como confrontar corretamente, segundo
este princípio: “Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim
deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com
mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o
arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à
sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo...” (2a Timóteo 2.24-26).

O PRINCÍPIO DO CONFRONTO BÍBLICO – MATEUS 18.15-17 Um


dos maiores problemas no meio da igreja são conflitos não resolvidos. Outro são
problemas resolvidos de maneira errada. Pior ainda são as tentativas falhas de resolver
atritos que, ao invés de resolver uma situação, terminam criando outras.

Temos aprendido nesse treinamento sobre a importância da comunhão na vida da Igreja.


Essa comunhão é ameaçada quando surgem fofocas, disputas, desentendimentos,
choques de personalidade e de interesses.

O que devemos fazer quando alguém peca, provocando tristeza no nosso coração? O que
fazer quando há mal entendidos no meio do grupo? De acordo com Mateus 18.15-17, a
restauração do relacionamento deve ser um processo constante e equilibrado, gradual,
dando tempo e oportunidade para que o ofensor caia em si e se arrependa.

❖ Somos todos santos e filhos de Deus, mas não somos blindados. Estamos
vulneráveis aos ataques do inimigo, razão por que não podemos nos separar
de Cristo nem dos nossos irmãos.

❖ O fato de sermos “irmãos” (v. 15), não nos isenta da possibilidade de


enfrentarmos divergências nos relacionamentos da família da fé, pois o corpo
não elimina a nossa individualidade.

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