Fármacos Que Atuam No Sistema Cardiovascular
Fármacos Que Atuam No Sistema Cardiovascular
Fármacos Que Atuam No Sistema Cardiovascular
PROPÓSITO
Compreender o conceito da fisiopatologia da insuficiência cardíaca, da hipertensão
arterial e do
sistema de coagulação e os mecanismos de ação dos fármacos empregados para
o seu
tratamento é fundamental para se obter um resultado terapêutico desejado.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
A insuficiência cardíaca (IC) é uma patologia de prognóstico grave, que
afeta no mundo
mais
de 23 milhões de pessoas. A mortalidade após 5 anos do diagnóstico aproxima-se de
50%. O
Brasil apresenta uma das mais elevadas taxas no mundo ocidental. Por trás da IC,
estão
entidades comuns na população, como: hipertensão arterial, diabetes, doenças
ateroscleróticas
e disfunções valvares e infecções.
A persistência de doenças negligenciadas está entre causas
frequentes da IC. Esta
síndrome não tem cura, mas pode ter diagnóstico precoce e levar a
mudança de hábitos
alimentares e de atividade física.
MÓDULO 1
Descrever a importância clínica dos principais fármacos
FISIOPATOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA
O coração é um órgão muscular, encarregado de bombear o sangue. A mecânica cardíaca é
dependente da função dos ventrículos e em menor grau, dos átrios. Toda bomba hidráulica
precisa se encher de líquido para depois ejetá-lo, gerando assim um fluxo. Assim, é o
coração
(Figura 1).
SÍSTOLE
DIÁSTOLE
FUNÇÃO SISTÓLICA
A função sistólica é a capacidade que o ventrículo possui de
ejetar o sangue
nas grandes
artérias. Pode ser estimada calculando-se a fração de ejeção
(FE), definida como percentual
do volume diastólico final (VDF) que é
ejetado, ou seja:
FUNÇÃO DIASTÓLICA
A função diastólica é a capacidade que o ventrículo possui
de se encher com o
sangue que
chega das veias, sem aumentar muito a pressão no interior da
cavidade ventricular. Como a
medida da pressão de enchimento requer métodos
invasivos, na prática ambulatorial, podemos
aferir a função diastólica de
forma indireta pelo eletrocardiograma, ao medir a velocidade do
fluxo que
passa pela válvula mitral.
ATENÇÃO
PRÉ-CARGA
A pré-carga representa o grau de enchimento do ventrículo
esquerdo (VE)
durante a diástole
que irá determinar o volume sistólico ejetado. No coração
normal, a relação entre a pré-carga e
o volume sistólico é a Lei de
Frank-Starling, que define que “quanto maior o volume diastólico
final,
maior será o débito sistólico e a fração de ejeção”. Em resumo, podemos
entender que o
volume diastólico aumentando, aumenta o comprimento da fibra
miocárdica. No coração com
IC, a pré-carga em geral está aumentada em razão
do aumento no volume sanguíneo e no
retorno venoso.
PÓS-CARGA
A pós-carga representa a impedância à ejeção ventricular
esquerda. Em outras
palavras, para
ejetar sangue do ventrículo, o coração deve gerar força para
deslocar o sangue para a aorta,
empurrando-o ainda mais adiante. A carga
combinada do sangue no ventrículo e da resistência
durante a contração
ventricular é chamada de pós-carga. À medida que ela aumenta, o volume
sistólico do ventrículo cai. Esta resistência contra qual o coração deve
bombear o sangue se dá
pela impedância
aórtica e pela resistência
vascular sistêmica (RVS). Na IC, com o
ventrículo em falência, à medida que o DC
diminui, há o aumento reflexo na RVS,
principalmente, pela ativação do
sistema nervoso simpático e do sistema renina-angiotensina-
aldosterona.
CONTRABILIDADE
A contratilidade: A capacidade de contração da fibra
cardíaca ou inotropismo
é modulada pelo
sistema adrenérgico através da ação da noradrenalina e
adrenalina principalmente sobre os
receptores β1 cardíacos. Na
IC, o baixo
débito estimula os barorreceptores arteriais, ativando o
sistema nervoso
simpático que, agindo sobre esses receptores, promove o aumento da
contratilidade dos miócitos que ainda não foram lesados gravemente. Esses
podem compensar
na fase inicial da doença a perda de outros miócitos,
mantendo assim o débito sistólico.
FREQUÊNCIA CARDÍACA
A frequência cardíaca FC: Se tivermos em mente que o DC é o
produto da FC pelo volume
sistólico, podemos concluir que na IC, se o volume
sistólico for reduzido, a FC poderá
aumentar para compensar e manter o
débito constante. Nesse caso, o sistema adrenérgico se
encarrega de aumentar
o cronotropismo cardíaco (aumento da FC), agindo sobre os
receptores
β1 e α1 no nodo sinusal. Este é o primeiro
mecanismo compensatório
que entra
IMPEDÂNCIA AÓRTICA
TIPOS DE INSUFICIÊNCIA
CARDÍACA
Agora que já entendemos quais são os fatores que
determinam o bom funcionamento cardíaco
e as
condições que o afetam, podemos conhecer quais os
tipos de insuficiência cardíaca que
acometem os
pacientes:
RELEMBRANDO
O mecanismo de Frank Starling significa que, quanto maior o comprimento da fibra muscular
quando ela começa a contrair, maior a força de contração. A lei de Frank-Starling do
coração
diz que um aumento no volume diastólico final (VDF) resulta em um maior volume
sistólico,
aumenta em resposta ao aumento da pré-carga.
Quando esse mecanismo não consegue compensar esse estresse hemodinâmico, então,
sistemas
de sinalização dão início a alterações estruturais em nível celular, um processo
conhecido como remodelamento do miocárdio.
No entanto, embora
possa parecer um fenômeno eficaz para compensar a redução do
DC, a
hipertrofia ventricular esquerda traz sérios problemas
arritmogênicos e piora da função
diastólica, além de ser um
fator de risco independente para eventos cardiovasculares.
ATIVAÇÃO NEURO-HUMORAL
Com a incapacidade do coração de produzir um DC adequado, a pressão arterial
diminui. Esta
alteração hemodinâmica ativa o reflexo barorrecepto,
estimulando a liberação de
catecolaminas que produzem taquicardia via
ativação de receptores β1 e vaso constrição via
ativação de
receptores α1
periféricos (essa ativação causa um efeito miocardiotóxico, em que o
miócito
evolui para a apoptose).
desses
receptores.
Se entendermos que o
sistema cardiovascular tem como principal objetivo garantir
a perfusão
sanguínea para todos os tecidos e que na IC o
débito cardíaco está comprometido, será fácil
imaginar que
todos os mecanismos existentes para aumentar a volemia e a
pressão arterial
são ativados nessa doença.
ESTIMULAÇÃO ADRENÉRGICA
A estimulação adrenérgica dos receptores β1 nas células
justaglomerulares
renais promove a
IC.
TAQUICARDIA
Uma frequência mais rápida que a normal é chamada de taquicardia, e mais baixa que a
normal é chamada de bradicardia.
VOLEMIA
Autor: Tashatuvango.
Fonte: Shutterstock.
DIURÉTICOS
Os diuréticos têm sido há muito tempo a base do tratamento farmacológico de pacientes com
suficiência ventricular esquerda e continuam integrando o tratamento de pacientes com os
sintomas congestivos. Apesar da eficácia, não há evidência de benefício sobre a
mortalidade
no tratamento com diuréticos de alça ou tiazídicos.
DIURÉTICOS DE ALÇA
Os diuréticos de alça são os agentes diuréticos mais
utilizados como a
furosemida e
bumetanida. O mecanismo de ação desses fármacos consiste na
inibição do cotransportador
de Na+-K+-2Cl-
(NKCC2) no ramo ascendente da
alça de Henle nos néfrons, resultando em
aumento da excreção de sódio,
potássio e água. Os efeitos desse fármaco são a redução da
volemia e,
portanto, o retorno venoso, reduzindo a distensão venosa e a formação de
edema
em membros inferiores.
DIURÉTICOS TIAZÍDICOS
Os diuréticos tiazídicos, como a hidroclorotiazida,
clortalidona e indapamida
também são
utilizados para tratamento dos sintomas congestivos,
particularmente, em pacientes
hipertensos e com disfunção sistólica do VE.
No entanto, como são menos potentes que os
diuréticos de alça, com
frequência, essas duas classes de fármacos são coadministradas a
pacientes
com IC, nos quais os diuréticos de alça não produzem a diurese esperada. O
Espironolactona e
eplerenona devem ser consideradas em todos os pacientes
com
IC
moderada ou grave, pois parecem reduzir a morbidade e
mortalidade dos pacientes.
HIPOPOTASSEMIA
O uso dos diuréticos está indicado sempre que houver síndrome congestiva, ou seja, quando
há excesso de volume para o trabalho cardíaco. Com o seu uso, a volemia deve ser
reduzida
para níveis normais. Para isso, não se deve fazer doses excessivas de
diurético, de modo a
baixar muito a volemia, pois, nesse caso, o DC se reduzirá
significativamente, levando a uma
síndrome de baixo débito.
ATENÇÃO
VENODILATADORES
ATENÇÃO
Fonte: Wikipedia.
Figura
9:
Estrutura química da issorbida: 2,5-dinitrato de 1,4:3,6-dianidro-D-glucitol
(dinitrato).
Os iECA apresentam
impacto significativo na sobrevida de pacientes com IC.
O principal efeito
adverso dos iECA é a tosse seca, presente
em 5% dos casos. Esse efeito é dependente do
aumento da
bradicinina. A hipercalemia pode ocorrer, especialmente,
quando essas drogas
estão associadas a diuréticos poupadores
de potássio.
a
mortalidade em
pacientes com IC sistólica grave (FE < 40%) incapazes de tomar iECA. Em
paciente já em uso de iECA, o acréscimo de bloqueadores de AT1
diminui a
quantidade de
A principal vantagem
sobre os iECA é a ausência da tosse como efeito adverso, uma
vez que
este efeito é dependente da elevação da bradicinina
pelos iECA.
seletivos bloqueiam
apenas os
receptores β1 adrenérgicos, presentes em maior parte no
coração,
no sistema
nervoso e nos rins e, portanto, sem os efeitos de bloqueio dos receptores
β2
periféricos presentes nos pulmões, causando contração da musculatura lisa
brônquica e
Fonte: O autor.
Tabela 1: Diferenças
das drogas betabloqueadoras, quanto à seletividade pelos
receptores
beta-adrenérgicos.
AGENTES INOTRÓPICOS: GLICOSÍDEOS CARDÍACOS
OU
DIGITÁLICOS
Os digitálicos ou glicosídeos cardíacos são substâncias que derivam de
plantas da família da
dedaleira (Digitalis sp.). Classe de fármacos
como a
digoxina tem efeito inotrópico positivo, ou
seja, aumenta a força de
contração do coração insuficiente. Este efeito se dá pela inibição da
Na+-
K+ ATPase do sarcolema dos miócitos cardíacos. Quando essa Na+- K+ ATPase é
inibida,
AMINAS SIMPATOMIMÉTICAS
A dobutamina é uma amina simpaticomimética parenteral
geralmente utilizada no
tratamento
dá IC sistólica descompensada, com congestão pulmonar acompanhada
de redução do DC
anterógrado. Esta droga é
um congênere sintético da
epinefrina que estimula os receptores
β1 e em menor grau os
β2. A
estimulação dos receptores β1 predomina, com taxas de infusão
terapêuticas
ocasionando aumento da contratilidade dos miócitos cardíacos. A ação nos
receptores β2 vasculares provoca vasodilatação arterial e redução
da
pós-carga. Ambos
efeitos, de aumento da contratilidade e diminuição da
pós-carga, produzem melhora no
desempenho cardíaco global. A dobutamina é
usada em situações agudas na UTI com início
imediato e curta duração.
INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE
Essa classe de fármacos como a milrinona inibe a degradação de AMPc nos
miócitos
Efeito inotrópico negativo significa que reduz a força de contração, diminuindo o débito
cardíaco.
DC ANTERÓGRADO
CONGÊNERE SINTÉTICO
Os fármacos que vimos neste módulo mostram algumas abordagens para a farmacoterapia da
IC. Alguns agentes como os iECA e antagonistas dos receptores β-adrenérgicos
demonstraram
um benefício significativo sobre mortalidade e são considerados como a base
da terapia da IC.
Outros fármacos como a digoxina e diuréticos têm sido a base do tratamento para o alívio
sintomático apesar da ausência de benefício da mortalidade. O uso de terapia de
combinação
deve ser conduzido com cautela em pacientes com IC, a fim de evitar efeitos
adversos como
hipotensão, arritmias, desequilíbrio eletrolítico e insuficiência renal.
Todavia, esses pacientes,
normalmente, necessitam de esquemas com múltiplos fármacos
para otimizar seu estado
funcional.
V) Vasodilatadores;
D) Diuréticos;
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UM FÁRMACO, FREQUENTEMENTE, É UTILIZADO EM PACIENTES QUE
TÊM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA, POR AUMENTAR A
FORÇA DE CONTRAÇÃO CARDÍACA. ASSINALE A ALTERNATIVA
CORRETA QUE INFORME QUAL PODE SER ESSE FÁRMACO E SEU
MECANISMO DE AÇÃO CORRETO:
GABARITO
A dobutamina é a droga com efeito inotrópico positivo, ou seja, aumenta a força de contração
cardíaca por ativar os receptores beta-adrenérgicos. A opção digoxina poderia ser uma
escolha, no entanto o mecanismo de ação proposto está errado, pois os digitálicos inibem a
Na+- K+ ATPase.
2. Em relação ao tratamento da insuficiência cardíaca congestiva ICC, considerando a
melhora dos sintomas da IC, é correto afirmar que:
A furosemida é um diurético de alça que tem como principal efeito a redução da volemia e,
portanto, redução do retorno venoso e da pré-carga, melhorando os sintomas congestivos e
edema de membros inferiores.
MÓDULO 2
Entender a aplicabilidade
clínica dos fármacos anti-hipertensivos, diuréticos
e antitrombóticos
Por trás da insuficiência cardíaca que vimos no módulo anterior, está uma doença
extremamente comum na população, a hipertensão arterial sistêmica
(HAS). A hipertensão
arterial é uma doença multifatorial, constituindo um
importante fator de risco para eventos
cardiovasculares adversos, como acidente vascular
encefálico, doença arterial coronariana,
doença vascular periférica, insuficiência
cardíaca e doença renal crônica.
Ao tratar um paciente hipertenso, deve-se ter sempre em mente o objetivo primordial, que
não
é simplesmente baixar os níveis pressóricos, mas, sim, reduzir os riscos de
morbidade e
mortalidade cardiovascular no paciente.
A hipertensão é definida por uma elevação sustentada da pressão arterial de 140/90 mmHg
ou
mais, critério que caracteriza um grupo de pacientes cujo risco de doença
cardiovascular é alta.
No entanto, existe uma classificação do estadiamento da
hipertensão de acordo com os
valores pressóricos.
Fonte: Eviart/Shutterstock
PA = DC X RVS
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem
horizontal
O sistema
renina-angiotensina-aldosterona representa o controle da pressão arterial a
longo
prazo.
Esse controle se dá, principalmente, pela função renal. A renina é uma enzima liberada
pelo
aparelho justaglomerular das arteríolas aferentes renais em resposta a diversos
estímulos,
entre eles a redução da pressão arterial e da atividade simpática. Sua função
é converter o
angiotensinogênio em AngI no plasma. Esta, por sua vez, será convertida em
AngII pela ECA
presente no plasma e em vários tecidos, incluindo os pulmões, a parede
vascular e sistema
nervoso central. A AngII tem uma série de efeitos como estímulo da
produção de aldosterona
pelo córtex da glândula suprarrenal, aumentando da
retenção de sódio e água, vasoconstrição
arterial e venosa, aumentando a RVS, além de
efeito trófico sobre os cardiomiócitos e músculo
liso vascular, contribuindo para o
remodelamento ventricular e vascular (Figura 12).
Fonte: Wikimedia
Figura 12: Sistema
renina-angiotensina-aldosterona.
No paciente hipertenso, esse sistema também está desregulado, onde tanto a função
vascular
quanto a renal estão comprometidas. Os vasos estão mais responsivos à
estimulação
simpática, a fatores reguladores do tônus vascular. Isso pode ser mediado,
em parte, pela
disfunção endotelial, onde há um desequilíbrio entre os fatores
vasodilatadores e
vasoconstritores endoteliais, como óxido nítrico e endotelina,
respectivamente, contribuindo
então para o aumento da RVS e a elevação da pressão
arterial.
Anormalidades na função renal, como doença parenquimatosa renal e estenose das artérias
renais (Figura 13) por exemplo, também contribuem para o desenvolvimento da hipertensão
arterial, onde a retenção excessiva de sódio e água pelos rins é responsável pelo
aumento do
volume intravascular. Além disso, a vasopressina, um neuropeptídio produzido
pelas neuro-
hipófise, com ação antidiurética, parece ter seus níveis aumentados nos
pacientes hipertensos,
contribuindo para o aumento da pressão arterial.
centrais).
(Tabela 3).
BLOQUEADORES
DO SISTEMA
DIURÉTICOS SIMPATICOLÍTICOS VASODILATADORES
RENINA-
ANGIOTENSINA
Bloqueadores de
Diuréticos Bloqueadores dos
efluxo simpático do Inibidores da ECA
tiazídicos canais de cálcio
SNC
Diuréticos de Bloqueadores
Minoxidil Antagonistas AT1
alça ganglionares
de K+ nervosas
adrenérgicas
pós-
ganglionres
adrenérgicos sódio
Antagonistas β1-
adrenérgicos
Antagonistas α-
adrenérgicos/β-
adrenérgicos mistos
DIURÉTICOS TIAZÍDICOS
DIURÉTICOS DE ALÇA
DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO
Os tiazídicos exercem o efeito diurético através da inibição da reabsorção de NaCl no
túbulo
contorcido distal, responsável pela reabsorção de 5 a 8% do NaCl filtrado.
COMENTÁRIO
Isso parece paradoxal?
Todos os tiazídicos são bem absorvidos por via oral, mas apresentam algumas diferenças no
seu metabolismo. A clorotiazida não é muito lipossolúvel e necessita de doses mais
altas, e a
única tiazida disponível para administração parenteral. A hidroclorotiazida é
mais potente que
as demais. A clortalidona apresenta absorção mais lenta e ação mais
prolongada. Todos os
tiazídicos são secretados pelo sistema secretor de ácidos orgânicos
no túbulo proximal, e
completem com a secreção de ácido úrico para esse sistema. Logo, o
uso de tiazídicos pode
reduzir a secreção de ácido úrico e elevar seus níveis séricos.
DIURÉTICOS TIAZÍDICOS
Os principais efeitos adversos dos diuréticos tiazídicos são doses
dependentes, ocorrendo de
forma mais comum com doses elevadas. São
categorizados nos “famosos 4 HIPO e 3 HIPER”
como na tabela 4. De todos
esses efeitos, a hipocalemia é o mais comum, ocorrendo em 5 a
10% dos casos,
especialmente, com a clortalidona. A hipocalemia pode desencadear
taquicardia atriais ou
ventriculares e a hipomagnesemia pode contribuir
para este evento.
Apesar dos possíveis efeitos metabólicos deletérios, os
tiazídicos são drogas bastante seguras
em diabéticos e dislipidêmicos. As
contraindicações dos tiazídicos são em pacientes com
hiperuricemia com histórico de
gota, com nefrolitíase por hipercalciúria idiopática (esse efeito
pode
beneficiar pacientes com osteoporose, reduzindo a chance de fraturas).
TAQUICARDIA ATRIAIS
HIPERURICEMIA
A hiperuricemia é a presença de
níveis altos de ácido úrico no
sangue.
DIURÉTICOS DE ALÇA
Os diuréticos de alça, como a furosemida, bumetanina, não são indicados para
tratamento de
hipertensão arterial crônica, exceto em três situações: na
crise hipertensiva, por agirem mais
rápido, já que são muito potentes e têm
meia vida curta; na insuficiência cardíaca
descompensada (como vimos no
módulo anterior); na insuficiência renal com creatinina maior
que 2,5 mL/dL,
quando os tiazídicos não têm efeito. Os efeitos adversos desses diuréticos
são
semelhantes aos citados pelos tiazídicos, exceto o efeito sobre o
cálcio, além de aumentar os
riscos de trombose, já que a furosemida causa
depleção grave de fluidos, conforme citado no
módulo anterior (Figura 7).
HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO
O aldosteronismo primário é o aldosteronismo causado pela
produção autônoma de
aldosterona pelo córtex adrenal
(decorrente de hiperplasia, adenoma e carcinoma). Os
sinais
e sintomas incluem: fraqueza episódica, elevação da pressão
arterial e
hipopotassemia.
Os betabloqueadores, como o
propranolol, metoprolol, atenolol, nebivolol, exercem seu efeito
anti-hipertensivo
basicamente pela redução do DC, consequente à inibição do inotropismo e do
cronotropismo
cardíacos, como já estudamos no módulo 1.
SELETIVIDADE
Esses fármacos podem apresentar seletividade pelos receptores
beta-adrenérgicos: a
seletividade pelos receptores β1 cardíacos
garantem o
efeito anti-hipertensivo, enquanto os
BRONCOESPASMO
CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE
LIPOSSOLUBILIDADE
Os betabloqueadores também podem apresentar diferenças quanto à
lipossolubilidade.
Aqueles que são mais lipossolúveis apresentam maior
metabolismo hepático, tendo meia vida
mais curta, além de passarem a
barreira hematoencefálica, levando a efeitos adversos no
SNC, como: insônia,
pesadelos e depressão.
SÍNDROME HIPERCINÉTICA
TAQUIARRITMIA
TREMOR ESSENCIAL
Distúrbio do sistema nervoso que causa agitação rítmica.
Fonte: O autor
Figura 14: Tipos de
betabloqueadores.
BETABLOQUEADORES
O principal efeito adverso dos betabloqueadores é o broncoespasmo, mas a bradicardia,
bloqueio atrioventricular,
redução da capacidade física e impotência também devem ser
considerados. As
contraindicações clássicas são para pacientes com claudicação intermitente,
insuficiência cardíaca sistólica descompensada, glaucoma e resistência à
insulina.
BRADICARDIA
BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR
Antagonistas α1-adrenérgicos
Os antagonistas α1-adrenérgicos como a
prasozina,
terazosina e doxazosina são exemplos de
Essa classe de fármacos não é recomendada como monoterapia para pacientes hipertensos e,
normalmente, são utilizados em associação a diuréticos betabloqueadores ou outros
agentes
anti-hipertensivos. Os α1-bloqueadores são reservados apenas para
pacientes com
sintomas
Efeitos adversos:
ANTAGONISTAS Α1-ADRENÉRGICOS
A hipotensão postural é o efeito
mais comum, principalmente, com o prazosin, devido ao seu
efeito mais rápido
e em pacientes hipovolêmicos, ou em associação com diuréticos. Outro
efeito
adverso descrito é incontinência urinária em mulheres.
HIPOTENSÃO POSTURAL
(rilmenidina e
moxonidina)
centrais, reduzindo a atividade simpática eferente do SNC, tendo
como consequência a
redução da RVS e do DC.
Esses fármacos foram muito utilizados no passado, mas deram lugar a novas drogas e uso de
múltiplos agentes que possibilitam o uso de doses submáximas, com poucos efeitos
adversos.
Outros fármacos simpaticolíticos, como a reserpina, induzem a depleção de
noradrenalina,
causando queda importante da pressão arterial já foram também utilizados
no passado, mas
por seus efeitos adversos significativos, como: depressão grave,
hipotensão postural e
disfunção sexual, foram descontinuados. Contudo, a rilmenidina e a
moxonidina, apesar de
pouco prescritas atualmente, apresentam fraco efeito α2
-adrenérgico e são mais bem
Efeitos adversos:
Fonte: Shidlovski/Shutterstock
FÁRMACOS QUE AGEM NA MODULAÇÃO
DO TÔNUS DO MÚSCULO LISO
VASCULAR:
BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CA2+ E
INIBIDORES DO SISTEMA
RENINA-
ANGIOTENSINA
Fonte: Wikimedia
Figura 15: Nifedipina.
Fonte: Wikimedia
Figura 16: Amlodipina.
Os adversos e contraindicações:
DIIDROPIRIDINAS
As diidropiridinas possuem curta (nifedipina) ou longa ação (amlodipina). A
nifedipina tem a
desvantagem de provocar rápida vasodilatação arterial,
desencadeando taquicardia reflexa. A
formulação prolongada da nifedipina
(retard) pode ser útil para prevenir tal efeito adverso. São
contraindicadas na angina, no IAM e no acidente vascular encefálico.
NÃO DIIDROPIRIDINAS
A nifedipina tem a desvantagem de provocar rápida vasodilatação arterial,
desencadeando
taquicardia reflexa. A formulação prolongada da nifedipina
(retard) pode ser útil para prevenir
tal efeito adverso. São contraindicadas
na angina, no IAM e no acidente vascular encefático.
Este efeito se dá pela redução significativa dos níveis de AngII do plasma e seus efeitos
sobre
a parede vascular. Com menos concentração de AngII, menos formação de aldosterona,
justificando seu efeito diurético leve. A resposta adrenérgica reflexa à vasodilatação é
inibida,
não acarretando a taquicardia reflexa.
Uma das principais vantagens do uso de iECA é a prevenção dos efeitos tróficos da AngII
sobre o remodelamento cardíaco e vascular, melhorando ainda a função endotelial. Além
disso,
o iECA tem efeito nefroprotetor, pela redução da hiperfiltração glomerular devido
à
vasodilatação preferencial das arteríolas eferentes renais (Figura 13).
Efeitos adversos e
contraindicações:
IECA
Os principais efeitos adversos são hipotensão de primeira dose (pacientes
hipovolêmicos),
tosse seca, hipercalemia. O captopril pode levar ao
agioedema, anaflaxia, rash cutâneo. Os
iECA são contraindicados são
hipercalemia, estenosa da artéria renal, broncoespasmo e
gravidez.
e
olmesartana são agentes anti-hipertensivos orais que antagonizam os
efeitos da AngII sobre
os receptores AT1 presentes na musculatura vascular
periférica,
causando vasodilatação
FISIOLOGIA DA VASOPRESSINA:
AGONISTA E ANTAGONISTAS DA
VASOPRESSINA
A vasopressina (arginina, vasopressina) é o
hormônio antidiurético (ADH) liberado pela neuro-
hipófise em resposta à tonicidade
crescente do plasma ou a queda de pressão arterial. Esse
hormônio tem importante função
sobre controle a longo prazo da pressão arterial, já que é
responsável pela reabsorção
de água nos rins, além de ter efeito vasoconstritor. Patologias
como a insuficiência
cardíaca aguda e hiponatremia, frequentemente, estão associadas a
concentrações elevadas
de vasopressina. Por outro lado, a deficiência desse hormônio causa o
diabetes insípido.
DESMOPRESSINA
Agonistas dos receptores da vasopressina, como a desmopressina, são seletivos
para os
receptores V2, são indicados para o tratamento do diabetes insipido
hipofisário, enurese
noturna primária pediátrica, hemofilia A e doença de
Willebrand. São administradas por via
oral, intravenosa, subcutânea ou
intranasal.
CONIVAPTANA E TOLVAPTANA
Antagonistas dos receptores da vasopressina, como a conivaptana e tolvaptana
agem nos
receptores V1 e V2, causam redução da excreção renal de água em
condições associadas a
um aumento da vasopressina. São indicados para
tratamento intravenoso da hiponatremia em
pacientes hospitalizados. Os
efeitos adversos são as reações no local da injeção.
Fonte: Adike/Shutterstock
FARMACOLOGIA DA HEMOSTASIA E DA
TROMBOSE
Função das plaquetas, coagulação sanguínea e fibrinólise
Para uma boa nutrição tecidual e fluxo sanguíneo vascular adequado, existe um sistema bem
regulado de hemostasia para manter o sangue fluido e livre de coágulos nos vasos. Por
outro
lado, esse mesmo sistema está pronto para formar um tampão, caso algum vaso seja
lesionado. Quando ocorre uma ativação inapropriada desse sistema, temos um estado
patológico chamado de trombose. O coágulo patológico é denominado trombo. Três fatores
principais predispõem à formação de um trombo — lesão endotelial, fluxo sanguíneo
anormal e
hipercoagulabilidade. Esses três fatores, que se influenciam mutuamente, são
conhecidos, em
seu conjunto, como tríade de Virchow.
a. Vasoconstrição
ADESÃO PLAQUETÁRIA
As plaquetas possuem em suas membranas a glicoproteína GPIb, que se liga ao
fator von
Willebrand (FvW), uma proteína multimérica que é secretada, tanto
pelas plaquetas ativadas
quanto pelo endotélio lesionado, que medeia a
adesão das plaquetas ao colágeno
subendotelial exposto (Figura 17).
ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA
As plaquetas, quando ativadas, secretam grânulos alfa e grânulos densos.
Esses últimos
AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA
Existe outra glicoproteína, a GPIIb/IIIa que se localiza no interior da
plaqueta, mas que é
exposta à membrana celular quando esta é ativada. Ela
tem um importante papel nesse
processo, pois é esta que possibilita a
agregação de plaquetas com outras plaquetas, através
da de ligações cruzadas
com fibrinogênio (Figura 18).
Após a agregação plaquetária que vimos acima, existem dois caminhos para ocorrer a
formação da malha de fibrina: as vias intrínseca e extrínseca. Essas vias convergem no
ponto
de ativação do fator X (Figura 7).
VIA EXTRÍNSECA
VIA INTRÍNSECA
A via extrínseca inicia-se com a ativação do fator VII pelo fator tecidual III, que é
liberado pelo
endotélio e camadas musculares do vaso, quando há lesão vascular.
Juntos, o fator VII e o
fator III ativam o fator X. Esse fator, por sua vez, ativa o
fator V, conferindo atividade
protrombinase, clivando proteoliticamente a
protrombina em trombina (fator IIa). A trombina
atua fortemente
nessa cascata de coagulação, através da conversão do fibrinogênio em fibrina;
ativa
fator XIII que forma ligações cruzadas entre as fibrinas; amplifica a cascata por
catalisar
outros fatores pro-coagulantes e ativa plaquetas provocando a liberação de
seus grânulos.
Essas vias têm cinéticas distintas. Alguns fatores da via extrínseca, que é mais rápida,
auxiliam
na formação da via intrínseca, como o fator X que induz à amplificação do fator
IX da via
intrínseca, além da trombina da que induz a ativação dos fatores V. VIII, X,
XI da via intrínseca
(Figura 19).
ATENÇÃO
A importância da vitamina K e do
Cálcio
e. Fatores anticoagulantes
Para que não haja coagulação exacerbada, em situação normal, mecanismos anticoagulantes
estão continuamente ativados. Vamos compreender esses mecanismos, pois diversos
fármacos
utilizam dessas vias para ter o seu efeito farmacológico.
PROSTACICLINA (PGI2)
Produzida pelo endotélio vascular intacto, se liga a receptores de
prostaciclinas e aumenta a
ativação da proteína Gs, que aumenta os níveis de
AMPc que inibe a ativação plaquetária e a
liberação do conteúdo dos seus
grânulos.
ANTITROMBINA III
Esta molécula tem como função formar um complexo com a heparina
liberada pelas células
endoteliais intactas e sofrer uma mudança
conformacional que lhe confere capacidade de
ligação com fatores de
coagulação, formando o complexo heparina-antitrombina III + fator de
coagulação. Dessa forma, a Antitrombina III retira de circulação alguns
fatores de coagulação,
impedindo que a coagulação aconteça. A heparina livre
é inativa, ela precisa estar formando
este complexo para ser ativada.
PROTEÍNA C
Outro fator anticoagulante que se liga em seu receptor específico e, em
seguida, recruta
importantes fatores de coagulação, como os fatores V e
fator VIII, impedindo a coagulação.
Após todo esse processo de coagulação, quando o tecido vascular já estiver regenerado, a
fibrinólise encarrega-se de normalizar a homeostase, degradando enDiversas doenças
cardiovasculares, como infarto do miocárdio, trombose venosa profunda e acidente
vascular
encefálico, podem ser causadas ou acompanhadas de processos trombóticos, logo
existem
agentes farmacológicos que podem ser utilizados para impedir ou reverter esse
quadro.
A. INIBIDORES DA COX
Esses fármacos inibem a cicloxiogenase (COX), enzima que converte o ácido
araquidônico em
prostaglandina H2 e, posteriormente, em TXA2. Este mediador
é essencial para a ativação
plaquetária, evento fundamental para a agregação
das plaquetas. O TXA2 liberado pelas
plaquetas ativadas age em um receptor
acoplado à proteína Gq nas membranas das
plaquetas, essa proteína Gq, ativa
a fosfolipase C (PLC), enzima que age sobre alguns
fosfolipídios de membrana
que tem como efeito final a ativação da PLA2 e da GPIIb-IIIa que é
fundamental para o evento de agregação plaquetária que foi citado
anteriormente. A COX-1 é a
isoforma predominante das plaquetas, enquanto as
células endoteliais parecem expressar
tanto a COX-1 quanto a COX-2 em
condições fisiológicas.
Os fármacos dessa classe são todos os anti-inflamatórios não estereoidais (AINES) e o
representante desta classe é o ácido acetilsalicílico (AAS), a
aspirina. Esta droga difere dos
demais AINES, pois inibe de forma irreversível a COX
plaquetária. O efeito do AAS é
duradouro, já que as plaquetas carecem da capacidade de
sintetizar novas moléculas de
enzima.
Como o AAS age tanto na COX-1 quanto na COX-2, de modo não seletivo, essa droga atua
como
agente não plaquetário efetivo. Por outro lado, os inibidores seletivos da COX-2 não
podem ser usados como agentes antiplaquetários.
O AAS em baixas doses é utilizado para a profilaxia e manejo de doença coronariana aguda,
acidente vascular encefálico e infarto agudo do miocárdio.
Efeitos adversos:
O tratamento a longo prazo com AAS pode levar a distúrbios gástricos pela eliminação da
citoproteção na mucosa gástrica, que seria conferida por eicosanoides (prostaglandinas)
produzidos pela COX-1. São eles: dispepsia, lesão e ulceração da mucosa gástrica.
B. INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE
São fármacos que impedem a degradação do AMPc através da inibição da enzima
que o
degrada, a fosfodiesterase. Logo, ocorre o aumento das concentrações
de AMPc dentro da
plaqueta que reduz a ativação plaquetária. O dipiridamol
exerce esses efeitos, porém tem
efeito fraco quando administrado sozinho.
Por isso, usa-se dipiridamol associado com
varfarina, a fim de reduzir a
formação de trombos em próteses valvares cardíacas, enquanto a
associação do
dipiridamol com ácido acetilsalicílico é indicada para reduzir a
probabilidade de
trombose em pacientes.
Efeitos adversos
Efeitos adversos
D. ANTAGONISTAS DO GPIIB/IIIA
Essa classe de antiplaquetários inibe a ligação das plaquetas umas com as
outras pelo
receptor GPIIb/IIIa através da ponte formada pelo fibrinogênio
(como descrito acima). Existem
estratégias farmacológicas para inibir esse
receptor. Uma delas é o uso de anticorpo
monoclonal humano dirigidos ao
receptor, como o abciximab. Causa a inibição de 50% dos
receptores e causam
inibição significativa da coagulação.
Efeitos adversos
A. VARFARINA
SÉ um anticoagulante oral, um composto derivado da 4-hidroxicumarina que tem
como
mecanismos de ação o antagonismo da vitamina K. Esta vitamina é de
extrema importância
para a formação de fatores de coagulação sanguínea, como
o fator II, VII, IX e X, além de
cofatores, como a proteína C e S. A
vitamina K é determinante para que ocorra a carboxilação
de resíduos de
glutamato nos fatores de coagulação descritos acima. Sendo assim, a
varfarina
causa a formação de moléculas incompletas e biologicamente
inativas na cascata de
coagulação.
Efeitos adversos
A. ESTREPTOQUINASE
É uma proteína derivada de estreptococos β-hemolíticos como um componente do
mecanismo
de destruição tecidual desses microrganismos. Esse fármaco deve
ser utilizado por via IV. Liga-
se ao plasminogênio, formando um complexo 1:1
não covalente e estável com o
plasminogênio, facilitando a conversão do
plasminogênio a plasmina. Esta última, por sua vez
degrada os polímeros de
fibrina, desfazendo a malha de fibrina formada durante a coagulação.
Efeitos adversos
Muito antigênica, por ser derivada dos estreptococos. O uso prévio é uma
contraindicação, pois
pode causar anafilaxia.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS FÁRMACOS QUE ATUAM NOS EVENTOS DA COAGULAÇÃO
SANGUÍNEA POSSUEM MECANISMOS DE AÇÃO MUITO DIFERENTES,
MAS TODOS MODIFICAM O EQUILÍBRIO ENTRE AS REAÇÕES PRÓ-
COAGULANTES E ANTICOAGULANTES. MARQUE A ALTERNATIVA
ERRADA:
C) A ticlopidina interfere nos efeitos do fator de Von Willebrand ao receptor GP Ib, levando a
um efeito fibrinolítico.
GABARITO
1. Os fármacos que atuam nos eventos da coagulação sanguínea possuem mecanismos
de ação muito diferentes, mas todos modificam o equilíbrio entre as reações pró-
coagulantes e anticoagulantes. Marque a alternativa ERRADA:
A ticlopidina inibe de forma irreversível da ligação do receptor do ADP, impedindo uma das vias
responsáveis pela ativação plaquetária; a inibição do fibrinogênio ao complexo GP IIb/IIIa. Não
é fibrinolítico, é um antiplaquetário.
2.Uma paciente, com 28 anos de idade, tabagista, que apresentou quadro de trombose
venosa profunda após três meses de uso de anticoncepcional oral, atualmente, está́ em
tratamento com varfarina sódica. O mecanismo de ação deste fármaco consiste:
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos neste tema as descrições dos fármacos utilizados para o tratamento da insuficiência
cárdica e da pressão arterial. É importante ressaltar que essas duas doenças estão
relacionadas. A maioria dos casos de insuficiência cardíaca tem relação direta ou
indireta com
o descontrole da pressão arterial. Logo, é fundamental incentivar a
prevenção desta doença,
principalmente, com ações relativas à educação do paciente com
hipertensão para que ele faça
o controle continuado da pressão. Afinal, como diz o
ditado: “prevenir é melhor que remediar”.
Vimos também que a hemostasia é um processo altamente regulado por diversos fatores que
devem estar em plena funcionalidade para manter o sangue fluido e a circulação adequada.
Fármacos efetivos nesse sistema são amplamente usados em diversas doenças
cardiovasculares e devem ser administrados com cautela e acompanhamento médico.
REFERÊNCIAS
GOLAN, D. E. Princípios de Farmacologia - A base fisiopatológica da
Farmacologia. 3 ed.
Rio de Janeiro: Guanabara, 2016.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, leia:
CURRÍCULO LATTES