Clínica Médica - Insuficiência Cardíaca Sanarbook
Clínica Médica - Insuficiência Cardíaca Sanarbook
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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
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importância/prevalência
u Diagnóstico: lembre-se dos critérios de Framingham, eles costumam ser cobrados em provas.
u Saber as classificações segundo os sintomas (Classe Funcional da NYHA), progressão da doença (estágios
da ACC/AHA), fração de ejeção e determinar a etiologia (isquêmica, hipertensiva, Chagas, entre outros).
u Tratamento: saber quais drogas permitem a redução da mortalidade e quais reduzem apenas os sintomas,
além das indicações, contraindicações e efeitos colaterais mais comuns dessas medicações.
u IC descompensada: saber a classificação do perfil clínico-hemodinâmico e manejo para cada perfil. Nunca
se esqueça de buscar e tratar a causa da descompensação.
1. DEFINIÇÃO 2. EPIDEMIOLOGIA
A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clí- Estima-se que mais de 23 milhões de pessoas no
nica caracterizada pela incapacidade do coração mundo sejam portadores de IC, e a prevalência da
de fornecer débito cardíaco (DC) suficiente para doença aumenta com idade (em maiores de 70 anos
atender à demanda metabólica dos tecidos ou pode chegar a 10%).
pela capacidade de fazê-lo à custa de elevação das
Dados do estudo BREATHE (Brazilian Registry of
pressões de enchimento.
Acute Heart Failure)1 revelam que, dos pacientes
Como toda síndrome, a IC é diagnosticada por internados por IC descompensada, a idade mediana
um conjunto de sinais e sintomas presentes em foi de 64 anos, sendo 40% do sexo masculino.
pacientes com fatores de risco, associado a exames A mortalidade intra-hospitalar no Brasil é bastante
complementares sugestivos da patologia. Portanto, elevada (12,6%).
não há nenhum exame que, isoladamente, defina
Pacientes com diagnóstico de IC têm, reconhecida-
o diagnóstico.
mente, mortalidade aumentada em relação à popu-
Os sintomas apresentados por pacientes com IC são lação geral; as estimativas são de que a sobrevida
geralmente precedidos por alterações estruturais de pacientes com essa doença seja de 50% em 5
no miocárdio que causam disfunção sistólica e/ou anos e de 10% em 10 anos.
diastólica. Além do miocárdio, outras estruturas
Em relação à etiologia, a IC com fração de ejeção
cardíacas podem estar acometidas, como valvas,
reduzida (ICFEr) é mais comum em homens com
pericárdio, endocárdio e o sistema de condução
antecedente de isquemia coronária, enquanto a IC
elétrico (que leva a taqui ou bradiarritmias).
com fração de ejeção preservada (ICFEp) é mais
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
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Insuficiência cardíaca Cap. 9
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
+ + +
SRAA (sistema renina-angiotensina-aldosterona), SNS (sistema nervoso simpático), ADH (hormônio antidiurético)
Fonte: Acervo do autor.
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Insuficiência cardíaca Cap. 9
Disposição dos
Geometria do VE Tipo de sobrecarga Exemplo de etiologia
miócitos
Normal — — —
Estenose aórtica
Concêntrico Pressão Em paralelo
HAS
Insuficiência aórtica
Excêntrico Volume Em série
Insuficiência mitral
Exercite esse conhecimento na questão 1 no final do ca- No entanto, em pacientes crônicos, a presença de
pítulo.
sinais clínicos de congestão pode estar reduzida ou
ausente, por processos adaptativos e pela grande
capacidade do sistema linfático em lidar com a con-
gestão. Por esse motivo, a ausência de crepitações
5. QUADRO CLÍNICO na ausculta cardíaca, em pacientes crônicos, não
afasta o diagnóstico de IC.
Os sinais e sintomas estão relacionados ao baixo
débito cardíaco e à congestão pulmonar ou sistê- DICA
mica (Tabela 2), aos esforços e ao repouso (em Quando há líquido no interstício pul-
monar, podem ocorrer sibilos, fenômeno
casos mais graves). Existem sinais (B3, estase
conhecido como asma cardíaca.
jugular, refluxo hepatojugular) e sintomas (ortop-
neia e dispneia paroxística noturna – DPN) mais
específicos.
A respiração de Cheyne-Stokes é descrita como
em “crescendo e decrescendo”. São movimentos
DICA
cíclicos de apneia seguida por aumento progressivo
A ausculta de B4 está relacionada na frequência respiratória e no volume corrente
a déficit de relaxamento do VE (disfunção
e logo após nova redução gradual e apneia. Tem
diastólica). Já a presença de terceira bulha
cardíaca é sinal de disfunção sistólica de relação com baixo fluxo sanguíneo que ocorre na
ventrículo esquerdo. IC e a demora no tempo do fluxo sanguíneo dos
pulmões para o cérebro.
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
Fadiga/cansaço
300
Insuficiência cardíaca Cap. 9
Num esforço para garantir uma definição em e corroboradas por pelo menos um dos seguin-
comum, diversas sociedades de cardiologia uni- tes achados:
ram-se para criar a primeira definição universal W Valores elevados de peptídeos natriuréticos;
de IC 4: W Evidência objetiva de congestão pulmonar
u A IC é uma síndrome clínica determinada por ou sistêmica por exames de imagem (Raio-X,
sinais e sintomas (Tabela 3) causados por anor- Ecocardiograma) ou medidas hemodinâmicas
malidades cardíacas estruturais ou funcionais (como o cateter de artéria pulmonar) em re-
pouso ou com esforço.
Refluxo hepatojugular
Para diagnóstico: dois critérios maiores ou um maior e dois menores que não possam ser atribuídos a outra patologia
Fonte: Zipes et al2.
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
Tabela 5. Classificação pela gravidade dos sintomas, segundo a New York Heart Association (NYHA).
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Insuficiência cardíaca Cap. 9
A Sob risco de IC Fator de risco para IC, sem doença estrutural nem sintomas
Tabela 7. Definição de insuficiência cardíaca de acordo com a fração de ejeção de ventrículo esquerdo.
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
Pacientes na emergência
Pacientes ambulatoriais
BNP < 35 ≥ 35
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
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Insuficiência cardíaca Cap. 9
10.2.3. Antagonistas dos receptores Inibidores de SGLT2 são drogas que causam natriu-
de aldosterona rese e glicosúria, usados inicialmente para o trata-
mento do diabetes.
As medicações dessa classe são espironolactona
Dois grandes estudos randomizados(DAPA-HF e
e eplerenona (que não está disponível no Brasil).
EMPEROR-Reduced) mostraram redução de desfe-
Estão indicados em pacientes com ICFEr e sinto- chos cardiovasculares e progressão da disfunção
máticos (estágio C e classe funcional II a IV) para renal em pacientes com ICFEr, mesmo em pacientes
redução de mortalidade e internações, associado ao não diabéticos.
tratamento padrão (IECA ou BRA e betabloqueador).
Por isso, em pacientes com ICFEr sintomáticos
Esses fármacos, assim como os IECA e BRA, estão diabéticos ou não já com dose máxima otimizada
contraindicados em caso de insuficiência renal (RFG tolerada de betabloqueador, antagonista da aldoste-
< 20 mL/min/1.73 m2) e hipercalemia (potássio rona, iECA/BRA ou INRA, os iSGLT2 (dapagliflozina
> 6.0 mmol/L). ou empagliflozina) estão indicados.
A espironolactona pode causar ginecomastia e, Os efeitos colaterais mais comuns são infecções
nesse caso, a dose deve ser reduzida ou a medica- urinárias e hipotensão.
ção suspensa.
10.2.6. Nitrato e hidralazina
10.2.4. Inibidores da neprilisina e dos
receptores da angiotensina (INRA) A associação de hidralazina e nitrato está indicada
para ICFEr sintomática em classe funcional II-IV
O sacubitril/valsartana inibe simultaneamente o (NYHA) com contraindicação à IECA ou BRA (por
SRAA e a neprilisina (enzima responsável pela degra- insuficiência renal e/ou hipercalemia).
dação dos peptídeos natriuréticos).
Essa associação também pode ser utilizada em
O estudo PARADIGM-HF avaliou os efeitos desse associação com IECA ou BRA em pacientes que
fármaco em comparação com o enalapril (IECA) estejam em terapia otimizada, com melhor grau de
em pacientes com ICFEr sintomáticos e houve evidência para pacientes autodeclarados negros.
benefícios de mortalidade e redução de internações.
O uso dessa associação é limitado devido à poso-
As diretrizes atuais4 recomendam seu uso em subs- logia inconveniente (3 vezes ao dia) e por efeitos
tituição do IECA ou BRA, para disfunção de VE sin- colaterais frequentes, como hipotensão e cefaleia.
tomática, já em uso de terapêutica otimizada com
terapia tripla para reduzir morbidade e mortalidade. 10.2.7. Ivabradina
O IECA deve ser suspenso pelo menos 36 horas A ivabradina inibe seletivamente a corrente If no
antes de iniciar o sacubitril/valsartana (pelo risco de tecido do nó sinoatrial, reduzindo a frequência car-
angioedema), e o tratamento combinado com IECA díaca (FC). Está indicada para ICFEr sintomática, em
ou BRA e sacubitril/valsartana está contraindicado. paciente com terapêutica otimizada (isto é, maior
O efeito colateral mais comum dessa classe é a dose de betabloqueador tolerada), em ritmo sinusal
hipotensão, devem ser usados com cautela em e FC ≥ 70 bpm, para redução de hospitalização,
pacientes com PAS < 100 mmHg. morte cardiovascular e morte por IC.
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
• Cessar tabagismo
• Reduzir ou cessar o
Tratamento não • Medidas do es- • Medidas do estágio A
consumo de álcool • Medidas do estágio C
farmacológico tágio A • Restrição hidrossalina
• Estimular atividade
física
• Antagonista da aldosterona
• Considerar substituir IECA
ou BRA por sacubitril/val-
• Controle/Tratamento • IECA/ BRA saratana • Tratamento clínico
Tratamento • iSGLT2
dos fatores de risco: • Otimização como descri-
farmacológico • Betabloqueador • Hidralazina + nitrato
HAS, DM, DLP to para o estágio C
• Digoxina
• Ivabradina
• Diuréticos
Prevenção de
— — • CDI* • CDI*
morte súbita
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Insuficiência cardíaca Cap. 9
iECA/BRA Antagonista
Betabloqueador
Mineralocor�coide
INRA*
Diuré�cos para controle da congestão
NYHA ≥ II
INRA** iSGLT2
Reavaliação em 3 a 6 meses
Encaminhar
Manter para centro
Assintomá�co NYHA ≥ II NYHA III/IV
tratamento especializado
Sim (IC avançada)
Terapia adicional
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
10.3.4. Dispositivos de assistência ventricular Nos pacientes com fração de ejeção preservada, o trata-
mento consiste no controle de fatores de risco, além de
Pacientes com IC em estágio D (refratários ao tra- sintomáticos, como diureticoterapia.
tamento clínico) podem necessitar de dispositivos
de assistência ao VE para aumentar o débito car-
díaco. Existem dispositivos de curta duração para Exercite esse conhecimento na questão 9 no final do ca-
pacientes internados com IC descompensada, como pítulo.
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Insuficiência cardíaca Cap. 9
A B Diuré�cos
Não
(Quente e seco) (Quente e úmido) Vasodilatadores
Má perfusão/
Baixo débito
Sim L C
(Frio e seco) (Frio e úmido)
Diuré�cos
Volume (SF ou RL 250 ml)
Inotrópicos
Infecções Anemia
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
11.1. PERFIL A (QUENTE E SECO) seu uso durante a descompensação em perfil B deve
seguir os seguintes princípios:
Pacientes em perfil A (sem sinais de congestão nem u Em pacientes que já utilizam: devem ser mantidos
de baixo débito) não estão descompensados. Em ou a dose reduzida pela metade, mas não devem
geral, procuram o pronto-socorro por queixas não ser suspensos, pois são benéficos e a suspensão
relacionadas à IC. Devem ser estimulados a manter pode causar efeito rebote (taquicardia).
o uso das medicações com impacto na mortalidade u Em pacientes que não estão em uso: só devem
e seguimento ambulatorial. ser introduzidos após a compensação, quando
não houver mais sinais de congestão, preferen-
cialmente antes da alta hospitalar.
DICA
Perfil A de Arabia: quente e seco, é
o perfil de Alta, perfil Ambulatorial.
DICA
Perfil B de Brasil: quente e úmido.
Tratar com diuréticos e vasodilatadores.
11.2. PERFIL B (QUENTE E ÚMIDO)
Pacientes em perfil B estão congestos, com crepta- 11.3. PERFIL C (FRIO E ÚMIDO)
ções pulmonares, refluxo hepatojugular e estase de
jugular a 45ºC, contudo sem sinais de baixo débito. Aqueles em perfil C estão congestos e com baixo
Esse é o perfil mais comum de descompensação débito, o que confere o pior prognóstico entre os
e, felizmente, com melhor prognóstico. perfis de descompensação.
O tratamento é baseado no uso de diuréticos de alça O tratamento deve incluir o uso de furosemida
endovenosos como a furosemida, já que a absorção endovenosa e medicações com efeito inotrópico
oral das medicações pode estar prejudicada pelo positivo, em que se destacam três categorias:
edema de alças intestinais. u Agonistas beta-adrenérgicos: dobutamina, do-
Em casos refratários a doses elevadas de furose- pamina;
mida, podem-se associar diuréticos tiazídicos e u Inibidores da fosfodiesterase: milrinona;
poupadores de potássio (espironolactona). Nesses u Sensibilizadores de cálcio: levosimendana.
pacientes, a função renal e os eletrólitos devem ser
monitorizados (risco de distúrbios hidroeletrolíticos), Dentre os inotrópicos, a dobutamina é a droga mais
assim como o débito urinário e o peso diário, para utilizada, pois não é contraindicada em pacientes
guiar o tratamento nos pacientes que necessitam hipotensos como as demais.
de internação.
Em pacientes com baixo débito, os betabloqueadores
Além disso, vasodilatadores devem ser utilizados devem ter a dose reduzida pela metade naqueles
para redução da resistência vascular periférica e que já utilizam e nunca podem ser introduzidos nos
da pós-carga. Podem ser utilizados desde vasodi- virgens de tratamento. Nos pacientes em choque
latadores orais (nitratos, IECA ou BRA), para casos cardiogênico franco (baixo débito com insuficiência
com congestão menos intensa, até vasodilatadores de múltiplos órgãos), o betabloqueador deve ser
endovenosos (nitroglicerina e nitroprussiato), para suspenso.
os casos mais graves.
Pacientes com congestão importante, hipoxemia e
taquipneia se beneficiam do uso de ventilação com DICA
Perfil C de Curitiba: frio e úmido.
pressão positiva (CPAP ou BiPAP). Tratar com diuréticos e inotrópicos.
Como os betabloqueadores são medicações com
efeito inotrópico negativo (reduzem a contratilidade),
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Insuficiência cardíaca Cap. 9
DICA
Perfil L de Las Vegas: frio e seco. Fa-
zer prova volêmica em pequenas alíquotas.
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
IC
FEVE Perfil B:
ICFEr / ICFElr / diurético e
ICFEp / ICFEm vasodilatador
Etiologia Perfil C:
Isquêmica / HAS / Chagas diurético e inotrópico
Tratamento
Perfil L:
volume
BB (Carvedilol,
Digoxina
metoprolol, bisoprolol)
Espironolactona
Sacubitril/
Valsartana
iSGLT2
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Insuficiência cardíaca Cap. 9
REFERÊNCIAS
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
QUESTÕES COMENTADAS
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⮪ provável cardiomiopatia chagásica, classe fun- (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, SP – 2019) São in-
cional II e estágio D. tervenções farmacológicas associadas a aumento
da sobrevida dos pacientes, considerando o tra-
tamento da insuficiência cardíaca com fração de
Questão 5 ejeção reduzida:
(SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PIRACICABA, SP – 2017) ⮦ carvedilol, enalapril e espironolactona.
Os exames laboratoriais específicos ajudam na
confirmação da insuficiência cardíaca, e a avalia- ⮧ atenolol, losartana e furosemida.
ção dos níveis do peptídeo natriurético tipo B (BNP) ⮨ bisoprolol, enalapril e digoxina.
é um desses exames. Acerca dos fatores a serem
⮩ metoprolol, digoxina e furosemida.
considerados na interpretação dos níveis desse
exame, leia as proposições abaixo: ⮪ atenolol, enalapril e espironolactona.
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
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Insuficiência cardíaca Cap. 9
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
GABARITO E COMENTÁRIOS
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Insuficiência cardíaca Cardiologia
é indicado para aqueles com classificação de Fra- broncodilatadores. Além disso, o formoterol (B2-a-
mingham II a IV (“sintomáticos em terapia padrão”) gonista) pode causar taquicardia e piorar o quadro
e não devemos utilizar se K+ > 5,5 ou insuficiência clínico do paciente.
renal. Hidralazina + nitrato, os quais fazem a dimi- ✔ resposta: ⮩
nuição da pré-carga e pós-carga e são indicados
como alternativa à IECA e ao BRA II. BRA II (inibe
a ação da angiotensina II) que são indicados para Questão 9 dificuldade:
pacientes com intolerância à IECA (tosse ou angioe-
dema), lembrando que pode ter aumento da tosse Comentário: A terapia de ressincronização cardía-
pelo aumento de bradicinina, além de ser uma po- ca (TRC) está indicada em pacientes sintomáticos
tente substância vasodilatadora e não devemos usar com terapia medicamentosa otimizada e com ritmo
se K+ > 5,5, Insuficiência Renal, estenose bilateral sinusal e BRE com QRS > 150 ms.
da artéria renal. Ivabradina, a qual possui ação de Alternativa A: INCORRETA. Ivabradina está indicada
inibidor seletivo da corrente IF do nó sinoatrial, in- quando ritmo sinusal + FC > 70 bpm, a despeito de
dicada para sintomáticos em terapia padrão com dose máxima tolerada de BB.
FC maior ou igual a 70bpm. E por fim, a valsartan Alternativa B: INCORRETA. Sacubitril/valsartana está
(sacubitril), indicada para substituir o IECA nas clas- indicado em pacientes sintomáticos (CF ≥ 2) a des-
ses II e III com aumento de BNP. peito do uso de terapia otimizada.
✔ resposta: ⮦ Alternativa C: INCORRETA. A TRC estaria indicada
neste caso.
Questão 8 dificuldade: Alternativa D: CORRETA. O CDI também é indicado em
paciente com ICFER de etiologia isquêmica, FEVE
Comentário: Em pacientes obesos, os níveis de BNP < 30%, para prevenção de morte súbita.
podem se apresentar abaixo do esperado.
Alternativa E: INCORRETA. Não há essa contraindica-
Alternativa A: INCORRETA. O paciente em questão ção à TRC e ao CDI.
tem quadro clínico compatível com IC com fração
de ejeção preservada (ICFEP): FEVE > 50% com ✔ resposta: ⮩
sinais de disfunção diastólica (PSAP elevada + AE
aumentado), presença de FA e obesidade. A PA e dificuldade:
Questão 10
FC estão controladas, não há indicação de aumen-
tar o atenolol. Comentário: Temos um paciente com HAS, DM e
Alternativa B: INCORRETA. Nos pacientes com FA, IAM há três anos, com quadro clínico de franca
a estratégia de controle de ritmo não é superior insuficiência cardíaca bastante descompensado.
ao controle de FC. Como o paciente está com FC Alternativa A: CORRETA. Nosso paciente possui uma
controlada, não há benefício em substituir o BB síndrome edemigênica, francamente anasarcado,
por amiodarona (que podem reverter o ritmo para com edema de membros, ascite, congestão pul-
sinusal). Além disso, a amiodarona é uma droga de monar e sistêmica.
depósito com diversos efeitos colaterais.
Alternativa B: CORRETA. Nosso paciente possui uma
Alternativa C: INCORRETA. Os nitratos estariam indi- ICC com indicação clara de uso de diuréticos, por
cados no caso de angina, porém paciente tem teste conta da congestão importante, além, é claro, do
ergométrico submáximo sem sinais de isquemia. uso de IECA e betabloqueadores no manejo crôni-
Alternativa D: CORRETA. Como paciente tem quadro co da doença.
clínico com ICFEP, o diurético de alça pode aliviar Alternativa C: CORRETA. O quadro de IC pode de fato
a dispneia. ser precipitado por pioras de função renal, compon-
Alternativa E: INCORRETA. Na espirometria não há do um espectro da chamada síndrome cardiorrenal,
distúrbio obstrutivo que justifique a prescrição de e que neste caso pode ser atribuída ao uso de AAS
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Fixe seus conhecimentos!
Use esse espaço para construir mapas mentais e fixar seu conhecimento!
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