Câncer de Mama

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Câncer de Mama

BI-RADS
Métodos de imagem em mastologia
 Mamografia;
 USG de mamas;
 RM de mamas.
Para padronizar esses laudos e essas classificações, surgiu o BI-RADS (breast imaging reporting and data
system). É um sistema para padronização de exames radiológicos de mama, proposta pelo American College of
Radiology.

Classificação
O BI-RADS vai de 0 até 6, sendo necessário saber interpretar cada valor e saber a conduta que deve ser
tomada diante de cada resultado.
BI-RADS INTERPRETAÇÃO CONDUTA
Complementar com outro
0 Inconclusivo
exame/incidência/magnificação
Seguir recomendação conforme a
1 Nenhuma alteração
OMS orienta
2 Lesão benigna Seguir recomendação
Provavelmente benigna (baixo risco
3 Repetir em 6 meses (até 2 a 3 anos)
de malignidade)
4 Lesão suspeita de malignidade Biópsia
Lesão altamente suspeita de
5 Biópsia
malignidade
6 Câncer já comprovado em histologia

BI-RADS 2
• USG de mama BI-RADS 2: característico de cisto simples. É uma alteração que pode vir BI-RADS 2. É uma
lesão oval, bem circunscrita, regular, bem delimitada, com conteúdo anicogênico e com reforço acústico posterior.
Lesão benigna.
• Mamografia de mama: uma calcificação grosseira. Podemos ter a calcificação em casca de ovo e até
mesmo em pipoca. Apesar de chamar atenção, é benigno.
• Paciente com prótese mamária pode vir com BI-RADS 2. Tem uma alteração que é a prótese, mas é uma
alteração benigna. Tem uma manobra que pode ser realizada na mamografia, em paciente com próteses, para
conseguir avaliar melhor a mama, chamada de manobra de Eklund.
BI-RADS 3
• USG de mama: fibroadenoma. É uma lesão sólida, o nódulo benigno mais comum das pacientes em idade
reprodutiva. Também é uma lesão oval, bem delimitada, circunscrita e hipoecogênica. O eixo, paralelo a pele,
costuma ser maior do que o de profundidade.
BI-RADS 4 e 5
• Presença de um nódulo espiculado. Em uma mamografia, é possível ver o nódulo com uma boda toda
espiculada. Isso vai para biópsia pois é altamente suspeito de malignidade.
• Calcificações agrupadas e pleumórficas. São calcificações de várias formas diferentes (pleo – várias,
mórficas – formas). Isso também é muito suspeito de malignidade, sendo necessário biopsiar e mandar para estudo
histológico.

Câncer de mama
Epidemiologia
É o câncer com maior incidência entre as mulheres – o primeiro câncer entre as mulheres, exceto pelo de
pele.

Fatores de risco
 Mulheres;  Menacme longo (menarca precoce e
 Branca; menopausa tardia);
 Idade > 40 anos;  Etilismo;
 História familiar de primeiro grau (mãe, irmã,  Mutação do gene BRCA;
filha);  Terapia de reposição hormonal combinada
 Obesidade; (estrogênio + progesterona);
 Nuliparidade;  CDIS (carcinoma ductal in situ) – lesão
precursora.

Rastreamento
OBS: A mamografia é, basicamente, o exame que vamos utilizar. Entretanto, existe uma divergência entre o
Ministério da Saúde e os demais órgãos (SBM, Febrasgo, CBR) pois cada um desses tem uma conduta diferente.
O Ministério da Saúde recomenda o rastreamento com a mamografia dos 50 aos 69 anos com intervalo de 2
anos entre cada. Já os outros órgãos de saúde recomendam o rastreamento a partir dos 40 anos de idade, com
intervalo anual.
Entretanto, o rastreamento pode mudar dependendo do risco da paciente. Os maiores riscos são:
 História familiar de 1º grau com câncer de mama com < 50 anos;
 História familiar de 1º grau com câncer bilateral;
 Antecedente familiar de câncer de mama em homem;
 Antecedente familiar de câncer de ovário;
 Mutações genéticas em alguém da família, como BRCA, PTEN ou p53.
Nessas pacientes, além da mamografia, é possível associar a ressonância. O rastreio é feito anualmente, a
partir dos 30 anos ou até 10 anos antes do caso índice (idade que o familiar de 1º grau desenvolveu o CA).
OBS: Lembrar que a mamografia não é muito preconizada antes dos 30 anos, pois a mama é muito densa (muita
glândula), fazendo com que a mamografia não penetre bem. A mamografia é melhor quando a mama está mais
liposubstituída, ou seja, quando tem mais gordura.

Diagnóstico
Para o diagnóstico do câncer de mama é necessário ter uma amostra histológica, ou seja, é preciso realizar
uma biópsia com agulha grossa. Dos subtipos histológicos:
 Carcinoma ductal invasivo (80%);  Carcinoma lobular invasivo.

Estadiamento
É feito pelo TNM:
 Tamanho do tumor;  Status linfonodal;  Metástase a distância.

OBS: Nos casos de tumores iniciais, a pesquisa de metástase à distância (um exame de estadiamento sistêmico) só
vai ser feita na presença de sintomas. Agora, nos localmente avançados, vamos solicitar alguns exames como a
tomografia de tórax e abdome e a cintilografia óssea.

Tratamento
Estágios iniciais – T1 ou T2 (< 5cm), N0 (nenhum linfonodo axilar suspeito de lesão) M0 (sem evidência de
metástase à distância)
 Iniciar por: cirurgia.
Localmente avançados – T3 ou T4 (> 5cm), com invasão de pele, músculos ou até um carcinoma inflamatório
(eritema, edema, pele em casa de laranja), ocupa mais de um terço da mama; ou quando já tem linfonodos
comprometidos na axila, infra ou supraclavicular, mas M0.
 Iniciar por: cirurgia ou quimioterapia neo + cirurgia
Metastáticos – locais mais comuns de metástase: osso, pulmão e fígado.
 Iniciar por: tratamento sistêmico.
 Se já tem metástase à distância, não adianta ir direto para cirurgia, é preciso tratar a paciente
sistemicamente antes da abordagem cirúrgica.

Tipos de cirurgia
Mastectomia
 Simples: retirada apenas da mama;
 Radical: retirada da mama com esvaziamento axilar.
Conservadora
 Quadrantectomia/Setorectomia: retira apenas um quadrante ou um setor da mama.
 Associada a radioterapia.
OBS: Para saber se é possível realizar uma cirurgia conservadora, é preciso analisar a relação do volume tumoral com
o volume da mama. É preciso verificar se vai permitir uma ressecção da mama com margens livres e com um
resultado estético satisfatório.

Avaliação de linfonodos axilares


Pesquisa de linfonodo sentinela (primeiro linfonodo da drenagem)
 Axila clinicamente negativa
 Injeta-se um radiofármaco ou um corante patente a região periaureolar, verificando se esse primeiro
linfonodo da drenagem está comprometido ou não.
Esvaziamento axilar
 Axila clinicamente comprometida
 Linfonodo sentinela positivo
 Carcinoma inflamatório

Quimioterapia
Pensar em pacientes com alto risco de recorrência:
 Mais ou 4 linfonodos axilares positivos;
 Tumor > 5cm;
 Invasão vascular peritumoral;
 Diminuição de expressão de receptor hormonal e maior proliferação celular (grau histológico 3).
Classicamente, não se realiza em pacientes com baixo risco de recorrência:
 Sem comprometimento axilar;
 Tumor < 2cm;
 Sem invasão vascular;
 Aumento de expressão de receptor hormonal e menor proliferação celular (grau histológico 1)
A quimioterapia neoadjuvante é realizada antes do tratamento cirúrgico e pode ser realizada em uma
doença localmente avançada.

Pacientes metastáticos
 Tratamento sistêmico: quimioterapia ou hormonioterapia.

Radioterapia adjuvante
Realizada em pacientes que foram submetidas a cirurgias conservadoras. Outra indicação, depois da cirurgia,
é em pacientes com lesões muito grandes, maiores do que 5cm, ou 3 linfonodos axilares positivos.

Hormonioterapia
É um tratamento sistêmico. Primeiro é necessário avaliar se há receptores hormonais positivos, para
estrogênio e progesterona.
 Tamoxifeno – modulador seletivo do receptor de estrogênio (SERM): promove um antagonismo
competitivo dos receptores de estrogênio com o tecido mamário, não deixando o estrogênio se ligar na
mama. Como é seletivo, em alguns outros tecidos ele pode ter uma ação contrária, como sendo um
agonista do estrogênio no endométrio, aumentando o risco de CA de endométrio. É indicado em
mulheres na pré-menopausa e sem supressão ovariana.

Terapia anti-HER2
 Trastuzumab – anticorpo monoclonal: terapia alvo-dirigida (não é considerado como quimioterapia).
Atua sobre receptores que podem estar tanto na membrana como no citoplasma, que vão ser expressos
em quantidades maiores em algumas células tumorais, minimizando os efeitos deletérios sobre as
células normais. É preciso pesquisar se a paciente tem um aumento do receptor HER2. Um efeito
colateral que pode aparecer é a cardiotoxicicidade.

Mastologia Benigna

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