CCINTER - Norma Técnica
CCINTER - Norma Técnica
CCINTER - Norma Técnica
CARACTERIZAÇÃO
É uma forma de intervenção social planejada, que cria situações desafiadoras, estimula e
orienta os usuários na construção e reconstrução de suas histórias e vivências individuais e
coletivas, na família e no território de modo a ampliar trocas culturais e de vivência, desenvolver
o sentimento de pertença e de identidade, fortalecer vínculos familiares e incentivar a
socialização e a convivência comunitária.
O serviço destina-se a:
* Em situação de acolhimento;
* Em situação de rua;
Busca instituir vínculos entre as famílias e usuários por meio da escuta qualificada das
necessidades e demandas, com ofertas de informações de serviços, programas, projetos e
benefícios da rede socioassistencial e fortalecer a função protetiva da família e prevenir a ruptura
de seus vínculos;
Forma de acesso
A forma de acesso se dará pela demanda encaminhada e/ou validada pelo CRAS de
abrangência. As organizações sociais conveniadas poderão fazer a inclusão de 40% dos usuários
preferencialmente do seu território, desde que sejam validados pelo técnico de referência do
CRAS, supervisor do serviço, e deverão destinar 60% de sua capacidade de atendimento aos
encaminhamentos realizados pelo CRAS de abrangência, conforme Resolução CIT nº 07/2009.
A demanda que acessar diretamente o serviço através de: procura espontânea, pelo
encaminhamento da rede socioassistencial e demais políticas públicas, por meio dos órgãos do
sistema de garantia de direitos, poderá fazer sua matrícula no serviço e, em seguida, será
encaminhada ao CRAS de abrangência para a inclusão do usuário no Cadúnico e obtenção do
Número de Identificação Social – NIS, para aqueles que ainda não o possuem.
Período de funcionamento
O SCFV nesta modalidade deve buscar atender as necessidades das famílias do território
onde está inserido, a fim de efetivar a interação e integração familiar e comunitária.
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É desejável que os dias e horários de atendimento sejam definidos em conjunto com
seus usuários e a comunidade, de modo a garantir que os turnos de funcionamento tenham 4
horas diárias de atendimento. O horário de entrada e saída dos usuários deverá ser definido de
acordo com a demanda, a fim de favorecer a frequência na escola, no trabalho, em outras
Políticas Públicas e no serviço.
Uma vez por mês o funcionamento das atividades será interrompido para uma reunião
geral com o grupo de funcionários do serviço.
Férias Coletivas
A Declaração de Férias Coletivas deverá ser elaborada anualmente pela organização
conveniada e entregue ao técnico supervisor até 1º de dezembro. O período de 30 dias deverá
obrigatoriamente situar-se entre 15 de dezembro e 31 de janeiro do ano subsequente, conforme
Portaria nº 45/SMADS/2008.
Demanda
O registro da demanda que busca espontaneamente o serviço deve ser realizado por
meio do preenchimento da Ficha de Inscrição/Matrícula/Desligamento que possibilitará a
identificação da necessidade de proteção social aos usuários em situação de vulnerabilidade e
risco e as necessidades de fortalecimento da função protetiva das famílias.
As informações constantes nesta ficha deverão orientar o gestor do serviço quanto à
seleção dos usuários para matrícula. É importante observar no preenchimento desta ficha se a
família já possuiu o Número de Identificação Social – NIS. Caso contrário deverá ser orientado a
comparecer ao CRAS de sua abrangência para inserção no Cadúnico para obter o NIS – Número
de Identificação Social, caso ainda não possua.
Se existirem famílias que não puderam ser atendidas por falta de vagas, o serviço
deverá consultá-las se ainda existe interesse na vaga, quando a vaga estiver disponível.
Matrícula
No momento da matrícula ou rematrícula, o usuário e/ou seu responsável deverá
comparecer ao serviço portando no mínimo documento pessoal com foto e comprovante de
endereço atualizado.
No caso de pessoa que pretenda realizar matricula, mas não possua documentação
mínima, o técnico do serviço junto com o técnico do CRAS deverá analisar o pedido.
As informações aferidas na ocasião da inscrição deverão ser atualizadas na Ficha de
Inscrição/Matrícula/Desligamento.
Desligamento
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A informação referente ao desligamento do usuário deverá ser registrada na Ficha de
Inscrição/Matrícula/Desligamento, no campo referente ao motivo.
Após três faltas consecutivas sem que haja comunicação dos motivos das faltas, o
serviço deverá entrar em contato a fim de avaliar em conjunto a situação. Após 10 faltas
consecutivas do usuário no serviço, caso não seja possível estabelecer o contato, deverá ser
programada uma visita domiciliar e, esgotadas as possibilidades de contato com a família,
procede-se ao desligamento. Essa informação deve ser acrescida ao Controle de Frequência
Diária do grupo frequentado pelo usuário.
Existem causas atreladas às vulnerabilidades sociais da família que podem afetar a
frequência do usuário. Nestes casos, a equipe de profissionais do serviço deverá entrar em
contato com o Técnico de Referência do CRAS responsável pela supervisão do serviço com vistas
à inserção no PAIF.
O prontuário do usuário desligado deverá ser separado dos demais, compondo outro
arquivo, durante o período de cinco anos.
Recursos humanos
Gerente de Serviço II
Perfil:
Escolaridade de nível superior, com desejável pós-graduação e experiência de atuação
e/ou gestão em programas, projetos ou serviços socioassistenciais de grande capacidade de
atendimento, com prioridade no âmbito da Política da Assistência Social.
Atribuições:
Elaborar o planejamento mensal e semestral em conjunto com a equipe técnica levando em
conta a legislação vigente e as necessidades dos usuários do serviço e de suas famílias;
Promover articulações e parcerias com as redes sociais do território;
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Responsabilizar-se pela gestão administrativa, que compreende os instrumentais de controles
técnicos e financeiros;
Realizar e/ou supervisionar a aquisição e administrar a distribuição dos materiais necessários
ao desenvolvimento das atividades do serviço;
Realizar o processo seletivo dos funcionários que atendam aos requisitos da proposta do
serviço e à demanda dos usuários, com o acompanhamento do técnico do CRAS, responsável pela
supervisão supervisor do serviço;
Emitir relatórios quando solicitado;
Requisitar da Organização Social, quando necessário, a possibilidade de aquisição de
equipamento necessário para o desenvolvimento do trabalho;
Promover reuniões de avaliação de atividades em conjunto com a equipe técnica para a
manutenção ou redirecionamento delas;
Avaliar o desempenho dos funcionários;
Coordenar a avaliação das atividades junto à equipe técnica, bem como, com os usuários;
Apresentar mensalmente para a UPC da SAS : os comprovantes fiscais de prestação de contas,
a Planilha de Descrição Mensal de Despesa – DESP, Declaração de Movimentação
Financeira Mensal - DEMOFIM, anualmente, e anualmente apresentar a DEGREF -
Declaração de Gerenciamento dos Recursos Financeiros - DEGREF ANUAL, em acordo
com a legislação vigente.
Técnico
Perfil:
Escolaridade de nível superior, preferencialmente, com experiência técnica na área de
formação para atuação no âmbito socioassistencial.
Atribuições:
Participar da elaboração do planejamento mensal e semestral levando em conta a legislação
vigente e as necessidades dos usuários do serviço;
Realizar visita domiciliar, quando necessário, produzindo relatórios pertinentes a sua área de
atuação;
Fazer entrevista de inclusão do usuário no serviço e, após matrícula efetuada, encaminhá-lo ao
CRAS para inclusão no CADÚNICO;
Elaborar relatório, quando houver abandono ou o afastamento do usuário e efetuar os
devidos encaminhamentos ao CRAS, rede socioassistencial e demais serviços públicos conforme
situação apresentada;
Elaborar relatórios, quando necessário, relativos ao atendimento e encaminhamento realizado
com o usuário e sua família;
Proceder a orientação e encaminhamento dos usuários e suas famílias aos CRAS/CREAS, rede
socioassistencial e demais serviços públicos;
Informar e discutir com os educadores os direitos socioassistenciais e suas respectivas
normativas, sensibilizando-os para a identificação de situações de risco, suspeita de violência,
abandono, maus-tratos, negligência e abuso sexual;
Orientar os usuários, familiares e/ou responsáveis sobre os programas de transferência de
renda e documentos necessários;
Orientar, encaminhar e auxiliar na obtenção de documentos quando necessário;
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Acolher, identificar, elaborar e encaminhar relatório para o CRAS/CREAS sobre situações de
risco suspeita de violência, abandono, maus-tratos, negligência, abuso sexual contra o usuário,
consumo de drogas e gravidez;
Discutir em reuniões da equipe técnica, bem como, com o técnico supervisor do CRAS os casos
que necessitem de providências;
Organizar e executar ações com os usuários e sua família, de modo individual ou em grupo,
favorecendo o exercício da autonomia, do protagonismo, da convivência e do fortalecimento de
vínculos;
Pesquisar e visitar os recursos socioassistenciais e, também, os serviços das demais políticas
públicas do território;
Receber e encaminhar sugestões dos usuários e suas famílias sobre as atividades do serviço;
Elaborar e acompanhar o preenchimento dos instrumentais necessários para o
desenvolvimento e controle das atividades do serviço;
Responsabilizar-se pela referência e contra-referência no atendimento dos usuários;
Participar de reuniões de avaliação das atividades (para sua manutenção ou
redirecionamento);
Fazer a convocação do responsável familiar, quando houver necessidade;
Articular ações em rede para a potencialização da inclusão no mundo do trabalho;
Assessorar o gerente na supervisão das atividades administrativas, pedagógicas, sociais e/ou
tecnológicas;
Substituir o gerente do serviço quando por ele designado ou na sua ausência.
Técnico Especializado I
Perfil:
Escolaridade de nível médio ou superior, com conhecimento e experiência na área de
atuação técnica.
Atribuições:
Realizar atividade socioeducativa voltada aos interesses e necessidades dos usuários, de
acordo com as normativas técnicas previstas na Política Pública de Assistência Social;
Planejar, organizar, executar e avaliar as atividades com responsabilidade, ética e postura
profissional adequada.
Orientar e acompanhar os usuários de acordo com a programação e orientação técnica
estabelecida, observando as possíveis dificuldades dos usuários e propondo em conjunto com a
equipe técnica do Serviço atividades para superação das mesmas;
Participar do planejamento, implantação e execução das atividades do serviço;
Zelar pela limpeza e organização dos ambientes, materiais e equipamentos utilizados nas
atividades;
Controlar a frequência e o desenvolvimento dos usuários na execução das atividades internas
e externas, comunicando à equipe técnica eventuais problemas;
Informar e discutir com os usuários os direitos socioassistenciais e suas respectivas
normativas, em acordo com as respectivas faixas etárias;
Informar ao técnico e gerente sobre situações que indiquem alteração no comportamento dos
usuários como: suspeita de risco, consumo de drogas, violência, abandono, negligência, abuso
sexual, maus-tratos e gravidez;
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Receber e encaminhar ao gerente sugestões dos usuários sobre as atividades do serviço.
Auxiliar Administrativo
Perfil:
Escolaridade de nível médio, com experiência comprovada nas rotinas administrativas e
domínio sobre ferramentas de automação de escritório. Imprescindível conhecimento de
informática: Word, Excel, Windows e Internet.
Atribuições:
Participar das reuniões com o gerente e a equipe técnica a fim de garantir o fluxo de
informações;
Elaborar e Organizar os documentos que compõem o processo de prestação de contas do
serviço;
Realizar os processos administrativos de compras, estoques e organização do serviço, sob a
supervisão do gerente;
Realizar serviços externos quando designado;
Realizar o controle e distribuição do material de escritório e do material pedagógico, sob a
supervisão do gerente;
Auxiliar na alimentação do banco de dados disponibilizado pela SMADS;
Realizar o preenchimento dos instrumentais, a partir de dados fornecidos pelo gerente e
equipe técnica, de controles técnico-financeiros.
Cozinheiro
Perfil:
Escolaridade de nível fundamental, com experiência comprovada na área.
Atribuições:
Organizar e controlar todas as ações pertinentes à elaboração das refeições;
Distribuir as tarefas referentes ao pré-preparo e ao preparo das refeições entre seus
auxiliares;
Realizar a preparação das refeições segundo o cardápio planejado a partir do esquema
alimentar proposto pela SMADS;
Conhecer os métodos de cozimento e padrões de qualidade dos alimentos e suas preparações;
Trabalhar adequadamente com os materiais e os equipamentos mantendo-os sempre em boas
condições de uso;
Manter a organização, controle, higiene e limpeza da cozinha e dependências em geral;
Afixar o cardápio semanal em local visível;
Controlar estoque de alimentos.
Agente Operacional
Perfil: Alfabetizado
Atribuições na cozinha:
Auxiliar o cozinheiro na elaboração do cardápio do dia;
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Executar as tarefas de pré-preparo e de preparo de refeições a ele designadas;
Realizar e manter a higiene, limpeza e arrumação dos ambientes relacionados à cozinha, tais
como refeitório e despensa, entre outros;
Trabalhar adequadamente com os materiais e os equipamentos, mantendo-os sempre em
boas condições de uso.
A dimensão Trabalho Social com Famílias tem o objetivo de orientar as ações e ofertas
pertinentes à segurança de convívio, as quais têm como eixos estruturantes a matricialidade
sociofamiliar e a territorialização. Assim, consoante a Política de Assistência Social a
Matricialidade Familiar, significa colocar a família na centralidade, como núcleo social
fundamental para a efetividade de todas as ações e serviços da política de assistência social. A
família, segundo a Política Nacional de Assistência Social - PNAS é o conjunto de pessoas unidas
por laços consanguíneos, afetivos e ou de solidariedade, cuja sobrevivência e reprodução social
pressupõem obrigações recíprocas e o compartilhamento de renda e ou dependência econômica.
(BRASIL, MDS, 2009, p. 12).
O trabalho social com as famílias usuárias dos SCFV pode ser entendido como:
“Conjunto de procedimentos efetuados com a finalidade de contribuir para a convivência, para o
reconhecimento de direitos e possibilidades de intervenção na vida social de um conjunto de
pessoas, unidas por laços consanguíneos, afetivos e/ ou de solidariedade – que se constitui em
um espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias, com o objetivo de
proteger seus direitos, apoiá-las no desempenho da sua função de proteção e socialização de
seus membros, bem como assegurar o convívio familiar e comunitário, a partir do seu
reconhecimento como sujeito de direitos”.
Toda e qualquer atividade a ser desenvolvida deverá considerar a realidade das famílias
atendidas, a especificidade dos sujeitos, necessidades, expectativas, sonho de futuro, cultura e
particularidades de cada território, consoante às diretrizes na PNAS de forma a fazer o
enfretamento das desigualdades, bem como promover a garantia dos mínimos sociais, as famílias
e indivíduos, em situação de vulnerabilidade social.
O conceito de vulnerabilidade social aqui tratado envolve os diversos fatores que
colocam as famílias e indivíduos em situação de fragilidade e de risco social, que estão para além
da questão da renda, e envolvem a escolaridade, a saúde, os arranjos familiares, as possibilidades
de inclusão no mundo do trabalho de trabalho, bem como a dificuldade de acesso a bens e
serviços públicos.
O quadro a seguir, apresenta à definição da dimensão material e relacional da
vulnerabilidade social, encontrada na Concepção de Convivência publicada pelo Ministério do
Desenvolvimento Social - MDS e baseada nos estudos do sociólogo francês, Serge Paugam.1
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LAURISBEL. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV: pensando na construção da
proposta pedagógica com o olhar nos indicadores de resultados. Disponível em 15.08.15
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DIMENSÕES DA VULNERABILIDADE SOCIAL
EVIDÊNCIAS
DIMENSÃO MATERIAL Famílias vulneráveis em decorrências das situações de
Está relacionada com pobreza que necessitem de:
a situação socioeconômica e Programas de Transferência de Renda – PTRs;
a dificuldade de acesso aos Benefícios eventuais;
bens e serviços públicos Atendimentos de serviços de outras políticas setoriais,
como educação, saúde, habitação.
A dimensão relacional é composta por 4 tipos de vínculos,
interligados e complementares que compõem o tecido social:
1. Filiação/Parentesco/ou a relação pai-filho, sejam eles
DIMENSÃO RELACIONAL biológicos ou adotados.
2. Filiação de natureza eletiva: envolve a rede de
Envolve a rede de relacionamento no território, como grupo de amigos,
convívio considerando a comunidades, grupos religiosos, esportivos, culturais.
dinâmica interna das famílias 3. Filiação orgânica relacionada a possibilidade de acessar o
e as relações destas com o trabalho ou atividades produtivas que possibilite atingir a
território de pertença. proteção social e resgatar o sonho de futuro, por meio do
trabalho.
4. Vínculo de cidadania expressa o sentimento cívico e de
pertencimento.
Atividades Individualizadas
Este eixo norteador deverá apresentar as atividades realizadas individualmente
com cada família, visando à superação das vulnerabilidades identificadas e o fortalecimento de
sua função protetiva e o desenvolvimento de sua autonomia. A organização da grade das
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atividades com as famílias deve prever: acolhida e escuta; visita domiciliar; orientação e
encaminhamento ao CRAS e a outras políticas públicas; elaboração do Plano de Desenvolvimento
do Usuário (PDU); elaboração de relatórios; manutenção de prontuários e registro de
informações de gestão, definidos pela SMADS.
Reuniões socioeducativas com as famílias dos usuários
Neste eixo, devem ser descritas as atividades de trabalho social coletivas,
realizadas com as famílias usuárias. O objetivo central é o fortalecimento de vínculos afetivos e
solidários, por meio da discussão de temas de interesse das famílias, apresentação e avaliação do
trabalho realizado com as crianças e os adolescentes.
Metas
Sistematizar, com dias e horários, o atendimento de escuta, orientações e encaminhamento,
para as famílias do serviço;
Sistematizar reunião trimestral com as famílias dos usuários;
Sistematizar acompanhamento familiar em conjunto com o CRAS/CREAS para as famílias em
situação prioritária.
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saber mais. A educação e a formação permanente se fundam aí
(FREIRE, 2006, p. 20).
Nesse sentido, o profissional que atua no SCFV, deve estar disponível para o
aprendizado constante, a fim de:
- conhecer quais são os objetivos do SCFV onde trabalha, bem como suas atribuições e
dos demais profissionais para que possa cumprir com aquilo que é esperado dele;
- estar preparado para lidar com situações diferenciadas para as quais, necessariamente,
não tem respostas prontas;
- saber escutar e dialogar, o que supõe o respeito pelo saber do outro e reconhecer sua
identidade cultural;
- ter capacidade de estabelecer vínculos;
Nas palavras de Freire, isso só será possível se houver um diálogo constante, que leve a
construção e a reconstrução do conhecimento. Ele também destaca que a aprendizagem ela
pode estar em múltiplos ambientes. Não a aprendizagem formal, responsabilidade da Política de
Educação, mas como diria Mário Sérgio Cortella em seu artigo “Aprendendo na Escola e na ONG”,
Portanto, não importa se não estamos na escola, nossos usuários sejam eles crianças,
adultos ou idosos estão aptos a aprender. Nas condições da verdadeira aprendizagem, os
usuários vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber
ensinado, ao lado de todo profissional que atua no SCFV, igualmente sujeito do processo, onde
quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE, 2006, p. 29).
Entendemos também que deve se respeitar o princípio da equidade na formação e no
planejamento das ações. Todos os profissionais participam e opinam. É importante frisar que o
gestor do SCFV é responsável por propor ações de formação para sua equipe de profissionais,
para além daquelas previstas pela SMADS.
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Realização de atividades sistemáticas de capacitação e aperfeiçoamento
profissional, tendo-se em vista a PNAS, o SUAS e a legislação vigente.
Metas:
Realizar reunião mensal com todos os funcionários para subsidiar as ações à luz das
normativas pertinentes (SUAS – Orientações Técnicas sobre o Serviço de Convivência e
Fortalecimento/MDS e Normativas da SMADS);
Realizar uma atividade de capacitação no quadrimestre sobre as competências
necessárias para o exercício das diversas categorias profissionais que atuam nos SCFV, se
possível, de forma categorizada.
Participar das Supervisões Coletivas organizadas pelo CRAS e
Participar dos processos de capacitação propostos pela SMADS no Plano Municipal de
Educação Permanente, aprovado pelo COMAS.
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http://cenpec.org.br/biblioteca/acao-comunitaria/producoescenpec/parametros-das-acoes-
socioeducativas-o-trabalho-socioeducativo-com-criancas-e-adolescentes
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potência. Em todos os acontecimentos, a vida pulsando, em constante movimento, um convite à
transformação e a autoconstrução.
A investigação cartográfica quer justamente, captar este movimento, a vida onde ela
está acontecendo, nas pessoas e nos grupos com os quais trabalhamos, nos seus territórios, onde
elas e eles circulam, vivem, aprendem, vibram, se relacionam, produzem. Aplicada à pedagogia
social, torna-se um poderoso instrumento para investigação do universo dos usuários: seus
interesses, sentimentos, relacionamentos, para localizar o que pode ser vitalizador, aumentar ou
diminuir a potência das aprendizagens, de mudanças significativas nesse universo.
Metas
Estabelecer interlocução com os demais serviços através da divulgação do serviço por meio da
participação em fóruns, redes etc.
Realizar no mínimo uma atividade anual, envolvendo os usuários, suas famílias e a
comunidade, que possibilite identificar os desafios e potencialidades do território para a
execução do serviço;
Publicizar a grade de horários para atendimento das demandas encaminhadas pela rede
socioassistencial e intersetorial.
Convivência
Este eixo trata dos aspectos ligados aos espaços de convivência e seu potencial de
viabilização da superação das vulnerabilidades sociais mediante o processo de construção e
fortalecimento dos vínculos relacionais e de pertencimento que promovem a proteção e a
garantia de direitos. Trata também dos aspectos relacionados às contradições e aos conflitos que
permeiam as relações de convivência familiar e comunitária, e como estes interferem na
construção e no fortalecimento de vínculos. Entende-se que os vínculos devem ser de
solidariedade, acolhimento, construção de valores coletivos e da possibilidade de
reconhecimento e respeito às diversidades de condições individuais. Além disso, esse eixo tem
como referência os processos de integração e autonomia do sujeito enquanto ser social, com
foco especial no fortalecimento da capacidade protetiva da família, em suas relações, na
convivência comunitária e nos vínculos sociais.
As atividades socioeducativas devem permitir que os usuários reconheçam-se como
indivíduos, independentemente da diferença etária existente entre eles e ainda propiciar o
entrosamento, a solidariedade e a afetividade entre as diferentes faixas etárias, tendo presentes
às necessidades particulares dos mais idosos e dos mais jovens.
Participação Cidadã
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liberdade de expressão: os participantes comprometem-se a expressar-se com liberdade e
tranquilidade, respeitando o espaço de expressão de todos;
direito de ser escutado: os participantes comprometem-se a escutar os demais;
compromisso com o diálogo: os participantes comprometem-se a falar de suas
dificuldades e conflitos e de suas vivências com relação a estes, inclusive de superação;
voluntariedade: esclarecer que a participação na construção do Pacto é um processo
voluntário e que visa democratizar o estabelecimento de regras e princípios para melhor
convivência entre todos;
pontualidade: explicitar que a pontualidade é forma de garantia da participação de todos
de forma respeitosa e indispensável para o êxito da atividade.
Além disto, é importante sistematizar uma rotina de trabalho, que observe a realização
das seguintes etapas:
Etapa 01 – organização do tempo e do espaço;
Etapa 02 – reunião dos participantes;
Etapa 03 – definição dos compromissos preliminares;
Etapa 04 – proposição dos compromissos do Pacto;
Etapa 05 – mediação;
Etapa 06 – redação e aprovação da proposta final do Pacto.
2. Tipos de atividades
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Em síntese o conjunto destas atividades compõe a rotina de atendimento do SCFV. Esta
rotina de atendimento deve ser publicizada aos usuários e suas famílias, por meio do Quadro:
Rotina de Atendimento do SCFV e integrar a GRAS.
Metas:
Elaboração do Quadro de Rotina Diária do Serviço;
Elaboração da grade semanal de atividades contínuas e intermitentes;
Elaboração de grade de atividades destinadas a um determinado ciclo de vida.
Elaboração de grade de atividades intergeracionais;
Organizar e publicizar junto às famílias usuárias a grade de atividades semanal.
Elaboração de Grade que demonstre o número de oficinas dia, com a respectiva proporção
profissional x usuário, a fim de demonstrar o atendimento da capacidade conveniada.
Cabe ainda ao gestor do serviço e/ou técnico a articulação com a rede de serviços
socioassistenciais do seu território para o acesso prioritário destas famílias, a fim de que o acesso
aos serviços socioassistenciais não se restrinja à política de assistência social, mas seja ampliado
para as demais políticas sociais, como preconiza o SUAS.
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Fluxos e procedimentos
Referências Bibliográficas:
20
http://www.projovem.gov.br/userfiles/file/SET%202008_%20PPI%20FINAL.pdf
Orientações Técnicas sobre o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para
Crianças e Adolescentes de 6 a 15 anos (prioridade para crianças e adolescentes
integrantes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil)
Disponível em www.mds.gov.br
LAURISBEL. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV: pensando na
construção da proposta pedagógica com o olhar nos indicadores de resultados. Disponível
em 15.08.15
http://portalsocial.sedsdh.pe.gov.br/sigas/suasrh/arquivos/2013/modulo08/recife/SCFV(
4).pdf
Cadernos CENPEC, No. 1 (2005). São Paulo, 2005.
CENPEC/Fundação Itaú-Social/UNICEF - Muitos Lugares Para Aprender. São
Paulo, 2003.
Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda no
âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS disponível em 15/02/2016 em:
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/Protocol
o_gestao_Suas.pdf
Elaborado por:
Rede de Serviços
SAS
SAS Itaquera
SAS Cidade Ademar
SAS M”Boi Mirim
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