Tao Te King
Tao Te King
Leitura Comentada
O livro do sentido e da vida, o sentido como uma abstração, uma ideia, é como se fosse um
livro das ideias e de suas aplicações no mundo, das ideias e da manifestação das ideias, ou seja, a
origem e a sua reprodução no mundo manifestado. É um livro que comunica o mundo das essências
com o mundo das aparências e tende a comunicar os dois e explicar o sentido desses dois mundos,
este é o objetivo do Tao- te king.
Taoísmo
Capítulo 1
A ideia de que o Ser criador não cabe em um único nome, pois todo nome é uma limitação,
qualquer coisa que eu fale de Deus, eu O estou limitando, como se estivesse gerando um “não-
Deus” e Ele fica 2, Ele fica limitado pelo próprio nome. Quando começamos dar nome as coisas
começamos a excluir, tudo que está fora desse nome, gerando multiplicidade, dualidade e
violência. É interessante percebermos essa nomenclatura Tao, da tradição chinesa mostra que o
Tao como se fosse um ser misterioso sem nenhuma substância, nem espiritual nem material, que de
dentro dele saísse um ser criador, um demiurgo, e desse demiurgo saísse a dualidade primordial
que é o espirito e a matéria. (céu e terra)
O Tao associado ao zero, que não representa apenas um número, o zero representa uma ideia
de um ser que precede toda a manifestação, e este ser de dentro dele quando ele resolve manifestar
o universo, é como se ele estivesse respirando, ele respira e inspira; quando ele expira ele manifesta
o universo, quando ele inspira ele absorve tudo de novo dentro de si, ele é o primeiro ser, é o vazio.
Uma sala, as quatro paredes dela dão o limite, mas o vazio dentro dela é que lhe dá utilidade,
o vazio dentro de todas as coisas, é justamente o que dá a utilidade de todas as coisas e o vazio é o
mais verdadeiro, mas o homem teme ao vazio.
Glossário: vazio = zero, aquele que precede a manifestação.
Este Criador resolve manifestar e se divide em 1 e 2, o espirito e a matéria, gerando a
multiplicidade. Então este é o primeiro conceito a se firmar, o que é o Tao? O Tao é o vazio é o
zero, onde todas as coisas se diluem, onde tudo se encontrará, para onde todas as coisas voltam e de
onde tudo saiu, as coisas saem do zero e no final voltam para ele, seria a manifestação total do
universo, um ciclo completo de manifestação.
E se não contemplamos isso, nos tornamos materialistas, porque se você acredita que a
substancia é real, você vai querer possuí-la, ficando cheio de desejos e tornando-se assim egoísta. E
a substancia não é apenas material, mas também espiritual. As presunções que a gente faz da vida,
determinam muitos dos nossos atos e nossas motivações.
O princípio do céu e da terra, o zero, chama de “não-ser”, a mãe de todos os seres que é o um
eu chamo de “ser”. Quando o universo manifesta, o um é o espelho do zero, é como se fosse a
contraparte do zero no mundo manifestado, então, é mais provável que o um seja una e seja
feminino, é a grande mãe de cujo útero vai sair espirito e matéria. Esta seria a raiz do “ser”: que é
espirito e matéria. E o “não-ser” é um mistério não é nada. Toda vez que excluímos uma das
vertentes, geramos desequilíbrio e fanatismo e violência. Negou-se a matéria somos só espirito:
idade média, negou-se o espírito somos apenas matéria, fanatismo e guerras mundiais, fome,
violência, desigualdade, assassinatos, injustiça.
O zero, o vazio, o um ou una o grande demiurgo (a) e o dois seria espirito e matéria, a
dualidade primordial, e tudo parte dessa.
Essência e existência: o zero, o um e o dois.
Espirito e matéria (céu e terra)
Raiz da individualização
Não ser: zero,
Mulher primordial: um
O que é céu e terra: 2 espirito e matéria
E a partir do espirito e da matéria começam os serres limitados, que são a grande ilusão. A
separatividade é uma grande ilusão, acharmos que somos diferentes todos somos iguais, enquanto
não percebermos isso, não haverá fraternidade. Par Lao-Tzu, esta percepção deve estar no final de
todas as nossas buscas, mesmo que não a entendamos muito bem. (Heresia da
separatividade/Tradição tibetana)
Portal por onde entram todas as formas que virão a existir (forma x limitação) e se
apresentar à consciência como “maravilhosa”.
Capitulo 2
Princípio da polaridade
A consciência se dá por contraste, o silencio e o barulho, as duas cores de uma caneta.
Todos os conceitos que imaginamos conseguimos pensar em seu oposto, e para entendermos
acabamos excluindo a outra polaridade. Nossa compreensão está sempre excluindo coisas, tira, tira
e o que sobrou entendi.
Então quando concebemos uma coisa limitada, estamos concebendo o seu oposto, e quando
negamos o seu oposto estamos optando por um polo. Automaticamente estamos rotulando uma
dualidade ao dar um adjetivo para aquela coisa. E, muitas vezes, nem precisamos rotular, o
fazemos por comodismo. E pensamos sou assim e não vou mais me esforçar para nada pois sou
assim, tal como ‘Gabriela cravo e canela’, eu nasci assim eu vivi assim.
Princípio da polaridade, do Caibalion: na existência, tudo tem seu oposto. Na essência,
tudo é uno.
O reconhecimento do Bem é o início do Mal (Gênesis). Começa a dividir e excluir.
O Bem, para o Tao, é o que te leva para Ele, sem se deter no comando.
Para a visão taoísta não existe bem e mal, existe o necessário, e o necessário é o que
precisamos para crescer. Te fez crescer? Então é bom. E tudo no universo te dá uma oportunidade
de crescer, que você pode aproveitar ou não. A lei da necessidade é uma só, aquilo que está te
puxando para cima. O bem para o Tao é aquilo que te leva na direção Dele, então não tem nada
mal. Tudo é uma possibilidade de crescimento, através das provas podemos alçar um novo degrau.
E se não alçamos? Estamos exercendo nosso livre-arbítrio e teremos que sofrer a dor das
consequências de não crescer, mas não por falta de oportunidade, e se sempre há oportunidade há
unidade, a dualidade criamos nós, daquilo que é agradável ou desagradável. Aquilo que nos
permite crescer é bom e tudo nos permite crescer.
O sábio está em um eterno estado de servir. Lembremos do conceito de amor platônico
quando eu ‘não penso mais em como isso me serve, mas sim como posso servir a isso’. Ele sabe
que veio ao mundo para acrescentar algo de bom, para transmitir daquilo que ele é, ele não deixa de
ser o que é, e sendo o que é ele vai até o limite de suas possibilidades para somar ao mundo.
O sábio como não possui nada, egoisticamente falando, ele não perde nada, o que ele tem
não pode ser tirado dele, o que ele tem é a sua essência, isso não pode ser tirado dele. (nada que é
realmente teu pode ser tirado de ti frase das confissões de Santo Agostinho), o que ele tem não
pode ser tirado dele, e as coisas que vem e vão nunca foram dele, portanto, ele não se sente
perdedor em nenhum momento.
A reta ação por dever, é a ação que eu faço sem pensar em recompensas ou no que vou
ganhar ou perder (para inglês ver), isso é secundário no momento eu quero ser! Me realizo sendo.
Quando saímos da ação por dever, estamos no karma, a ação por desejo, o imperativo hipotético. A
ação por dever é aquela que se satisfaz em ser humano, e não com o que você vai ganhar ou perder
com isso, isso é secundário, agora eu só quero uma coisa: ser e me realizo nisso.
CAPITULO III
Ninguém pode obrigar um ser humano a evoluir, por causa do livre-arbítrio, mas posso criar
condições ideais para que as pessoas se sintam convidadas a isso. E as condições ideais consistem
em não atiçar os desejos dos olhos, fazer com que suas necessidades básicas sejam atendidas e que
ele seja convidado a evoluir. As necessidades básicas, as naturais, e não focar nas artificiais,
materiais, pois as mesmas suscitam o desejo e a cobiça.
O estado ideal que o taoísmo propõe, para comandar coletivamente e também a nós mesmos,
não fica atiçando desejos, pois começa-se a alimentar desejos emocionais, mentais e espirituais e
estes são mais difíceis de se libertar do que dos desejos físicos.
O Estado ideal não obriga as pessoas a crescerem, mas cria as condições ideais para que as
mesmas cresçam, não atiçando o animal dentro delas e criando as condições para que o humano
prevaleça. Agora se há ou não algo de humano dentro dela, isso é com ela, mas fiz todo o possível,
desobstruí todos os caminhos, fica a critério dela fazer essa jornada ou não.
Atendo todas as necessidades naturais do ser humano, mas não invento necessidades
artificiais. A partir daí eu crio o espaço para ele procurar aquilo que falta em sua vida, que não é
mais uma coisa, mas sim ele mesmo. (olhar para dentro, vida interior).
Esvazia os corações...Coração para o taoísmo, é lá embaixo, é a sede dos desejos, é um
coração emocional, então ele diz que esvazie o homem de desejos, com as necessidades naturais
atendidas, mas sem criar necessidades artificiais, que de fato, não precisamos.
Precisamos ter um pouco mais de avaliação para sabermos o que realmente precisamos para
sermos felizes, isso em todos os planos. Ele faz com que o povo fique sem o conhecimento que não
necessita ter, um conhecimento extenso, mas não profundo. Conhecimento é diferente de sabedoria,
conhecimento como extensão e sabedoria como verticalidade. ‘E não deixa que os doutros ajam’,
ou seja, não deixa aqueles que tem alguma habilidade, que as usem para inflar o seu eu-pessoal,
para gerar inveja nos outros. Hitler com sua oralidade excepcional, deveria ter sido impedido de
agir.
‘Não-ação’, ou seja, não correr atrás de sombras, traz ao mundo a ordem, a paz e a sabedoria.
Machado de Assis e a ‘Natureza-Pandora’. Não correr atrás de coisas ilusórias, não desperdiçar a
sua energia. Mas sublimá-la para coisas reais.
Capitulo 4
O tao que é esse vazio esse sumamente divino que existe dentro de todos os seres vivos, se
ele se manifesta sem interesses, sem egoísmo, você estará na justa medida, não vai se exceder nem
escassear. Será como um rio que não seca nem transborda, você terá uma ação tão justa, tão
perfeita, que vai encaixar com todas as ações da natureza, vai entrar em harmonia, em fluxo . Pois a
natureza não se excede nem falta em seu papel, ela faz o que deve.
Então o Tao, que é o zero, o vazio, o misterioso, quando ele se manifesta, ele nem transborda
nem seca, ele corre pelo curso da natureza perfeitamente. (fluindo)
Conceito de abismo: é um dos sinônimos para vazio. Quando mais você olha procurando o
fundo, você não o encontra, o tao é um enorme vazio. O tao é o ancestral de todas as coisas, o vazio
primordial que dá origem a todas as outras substâncias.
Ele fala de uma maneira muito sintética, de como o homem deveria agir. A vida está em
fluxo, os rios correndo, a vida expandindo, tudo nasce e morre tudo segue seu curso. E se você
rompe essa ordem da vida, é porque tem algo de errado dentro de você, você não está deixando a
vida se realizar como ser humano. As vezes um rancor, um medo, um trauma, uma dureza fazem
com que as coisas deixem de fluir. Desatar os nós, se eu seguro uma corda e nela tem um nó eu não
consigo mais passa-la pela minha mão por causa do nó, abranda teu brilho, abranda tua vaidade!
Abranda a necessidade de fazer brilhar a personalidade.
E o que é o pó? São todos os elementos materiais que se agregaram como um veículo para
chegarmos ao nosso objetivo. Nosso corpo é nosso veículo e não nossa essência. Justo meio. Ou
seja, reconhece o teu pó, respeite-o e o use, mas não fique se identificando com ele a vida inteira,
pois isso é um desperdício de energia, nós temos um propósito. Nós viemos ao mundo para trazer
um pouco dessa luz do tao ao mundo e esse pedacinho, esse raio de luz é intransferível, só pode ser
através de você, então temos o dever com para com o tao e com o mundo.
Evitar obstrução da vida, do darma
Capitulo 5
Cães de palha na China, que durante a cerimônia, são muito cuidadosos com eles, mas ao
final são deixados no chão para serem pisados, do pó vieste e ao pó voltará. Sacrifício, ou seja,
sacro ofício, ofício sagrado, dar sua mensagem no mundo e tchau esse corpo vai acabar como os
cães de palha.
Se você encontra um sábio e procura crescer o sábio não irá mimá-lo, não irar mimar sua
personalidade. Ele vai ser duro como alguém que está lapidando um diamante e não tem pena das
imperfeições.
O espaço entre o céu e a terra como uma flauta que precise ser soprada para que possa
produzir música, ou seja, precisamos nos esforçar para que possamos soprar, deixar sair o ar e tocar
a flauta, precisamos dar nosso recado. Ele não está dizendo para não falar, mas sim que é preciso
respeitar a palavra e não usá-la em demasia, porque você tira dela a credibilidade, o uso insensato
das palavras é ruim. É preciso saber o ponto exato, nem uma palavra a mais e nem uma palavra a
menos do que cada um pode e deve ouvir.
Bondade verdadeira ≠ alimentar interesses pessoais.
Alma prisioneira e carcereiro.
Cães de palha: ornados e depois abandonados.
Espaço entre céu e terra: flauta ou fole (palco da vida).
Justiça nas palavras.
Capitulo 6
Vale: duas montanhas e um vale no meio. O vale não é só um abismo, um vazio, o vale
precisa que tenha 2 montanhas e ele no meio, então o vale é uma combinação muito harmoniosa do
cheio e do vazio. É uma harmonia das dualidades do mundo. Então vale, não é a mesma coisa que
abismo, vale dentro da nomenclatura taoísta é a harmonia das dualidades. Quando harmonizo, por
exemplo, silencio e som, palavras duras com as doces, quando eu sei usar as coisas do mundo dual,
colocando cada coisa em seu lugar. Isso é um belo vale, a quantidade certa de vazio e a quantidade
certa de montanha.
A mulher misteriosa é o uno, de onde vem a dualidade espírito e matéria, a porta do mundo a
porta das maravilhas. E os cria (espírito e matéria) para que caminhem harmoniosamente lado a
lado. Ela é a fonte do céu e da terra, a grande mãe. A porta da mulher misteriosa é a raiz do Céu e
da Terra.
Ela age sem esforço, pois ela não força nada, nada age com força, ela não obriga nada, ela
abre as portas e convida os seres a evoluírem, ela não obriga ninguém a evoluir. Ela inspira, ela é
pura harmonia, mas ela não empurra. A natureza nos ensina a harmonia o tempo todo.
Capítulo 7
Céu e terra (espírito e matéria) o céu (espírito) é eterno, a terra (matéria) é duradoura. Eles
dão uma lição, o sábio também é duradouro, por que o sábio não se apega a forma, e vai servir a
outra necessidade do universo talvez não dos homens, mas da natureza, mas alguma necessidade
ela vai servir, ele sabe fluir pelas formas, sabe passar pelas formas sem se apegar a nenhuma,
usando cada forma, mas sem se apegar a nenhuma.
Nós nos apegamos muito à uma forma e não nos permitimos sermos diferentes. Mas o sábio
não está apegado à forma que é passageira, a forma que eu tenho aos 20 anos não terei aos 40, seja
física ou personalidade. O sábio está apegado à essência, que não morre, é o que ele chama de
eternidade.
Então o sábio tem essa característica de não se apegar ao pequeno eu, mas ele não maltrata
sua personalidade, ele simplesmente não coloca todo o seu foco em cima disso. Ele sabe que é uma
forma que ele está usando agora, e quando tiver de devolver a natureza ele vai fazê-lo sem
problema algum, ele não menospreza, ele respeita, mas não se identifica, e é a melhor coisa que ele
pode fazer pelo pequeno eu.
...por não querer nada para si...
Quem mais se apega a personalidade é quem mais a joga no lixo por que a mima tanto que
não deixa que ela sirva a nada de real. Então a personalidade que mais útil ao universo é aquela que
serve e não aquela que é mimada, é a personalidade que me proporciona dar mais um passo em
direção ao eu ideal, que me permite evoluir como ser humano.
Perdura aquilo que é fiel ao darma (à lei do universo)
Capítulo 8
A água, se abrimos um fosso e ela tem que descer às entranhas da terra, ela vai sem
dificuldade alguma, se ela tem que tomar uma forma x, y, z, ela preenche esse oco, esse vazio, ela
preenche aquilo que a lei da necessidade pede dela, ela não se deforma por questões pessoais,
ela vai aonde a lei da natureza exige dela, ela ocupa os lugares, mais baixos e impenetráveis e vai
ocupando e dando vida onde ela passa, por que ela não trabalha para outra coisa que não seja o ser.
Ele diz que a água é um símbolo do tao, o Tao preenche e toma todas as formas, então deve haver
uma essência divina dentro de uma formiga, dentro de um grão de areia, dentro de um ninho de
galáxias. Assim como a água ele entra, ele vitaliza, independente da forma, ele não exige e ele não
exclui, ele entra onde o darma exige, ele vai penetrando e vitalizando todas as coisas, do mais baixo
ao mais elevado, onde a lei da necessidade dita, onde houver um mandamento do darma a ser
cumprido, ele penetra ele vitaliza, a água é um bom exemplo prático do Tao.
Buscar o bem de todas as coisas, estar na sua natureza mais intima, o bem para uma planta?
Fazer fotossíntese, o bem para um animal? Procriar, exercer seus instintos, o bem de uma pedra? A
inércia, resistência. Cada coisa tem um bem e se realiza ao cumprir sua essência. O bem do
homem? Seria virtudes, valores e sabedoria, que ele se realizaria aí; qualquer outra coisa é
distração, o homem só é realmente feliz na condição plena humana.
O bem de cada coisa= cumprir seu papel no mundo.
No trabalho o bem se manifesta na competência= fazer as coisas da melhor maneira possível,
dar o seu melhor.
Para a moradia, o bem se manifesta no lugar= estar no meu melhor lugar como pessoa.
Para o pensamento, o bem se manifesta na profundidade= conhecer a si mesmo.
Esse tipo de destaque egoísta, nunca vai permitir a verdadeira fraternidade, nunca vai
permitir um verdadeiro amor (exemplo corrida primeiro lugar alguém tem que viver uma derrota
para a minha vitória ter valor).
Quando cada ser faz aquilo que lhe corresponde no universo, todos são vitoriosos, tudo
se harmoniza tudo entra em curso. Ofusque o seu brilho, desate os nós e se satisfaça em ser
aquilo que te corresponde no universo: humano.
Capítulo 9
Quando a gente interfere no curso natural das coisas e faz com que elas percam o seu destino
não vale a pena. Nós não deveríamos interferir no curso de nada, a não ser que seja para ajudá-lo a
ficar cada vez mais no darma, a seguir cada vez mais a lei. Devemos ter responsabilidade nas
coisas em que interferimos.
O orgulho quando passa para o plano psíquico ele pode ir até ao plano espiritual.
Capítulo 10
Consciente, presente, atento a vida, identificado com o todo mas sem perder a atenção ao
particular. Nas pequenas coisas tem a consciência do grande. Canalizar a força divina na medida
em que ela é necessária, como o rio que não transborda e nem seca, na medida da necessidade, sem
força desmensurada. Desobstruir o caminho para que a luz chegue ao mundo como um cano de
bambu, tirar a poeira para trazer luz ao mundo, pois como nos diz a tradição Cristã tudo mais nos
será dado por acréscimo.
Conhecimento vs. Sabedoria no Tao
Conhecimento significa quando você tem um acúmulo de informações que não geram
nenhum impacto na sua vida. Não geram nenhum ganho de valor humano, é informação.
Sabedoria hoje eu sei isso, amanhã estou vivendo isso. Quando um ser humano, é realmente
humano, ele é vertical, e a cabeça dele tem a estatura para alcançar os céus, mas ainda com os pés
na terra. Ele é um pontífice. Pois as verdadeiras ideias, estão nos planos das ideias, nesse plano
sutil, metafísico, o homem não cria nada se ele só vê o mundo material, ele fica só recombinando
as coisas que já haviam. A verdadeira criação parte do mundo das ideias e construção se dá no
mundo material à imagem e semelhança do que você viu no mundo espiritual. Quando se abrem as
portas do céu ele faz uma criação, então ele é capaz de abrir as portas e fazer uma criação como a
fêmea de um passado que recebe o ovo, o choca e dá a vida.
Quando as portas do céu se abrem desce uma luz.
São as características de ação de um sábio. Produzir as ideias não só para você, mas
para mudar o mundo, ajudar as pessoas. Produzir e não possuir, ou seja, sem desejo sem
orgulho, a vida secreta, a vida interior, a vida cuja qual o homem transita. Como diz Khalil
Gibran, ser um posto de enriquecimento dos dons da vida, eu dou um corpo uma embalagem
e entrego a vida, sem desejos sem querer guardar apenas para mim. Da fonte de onde veio eu
devolvo.
Não ação, ação por dever e não por desejo, ou inclinação pessoal.
Capítulo 11
Imagine uma roda, 30 raios convergindo para aquele centro, o centro é vazio, mas é onde
está o eixo e é onde vai dar a utilidade a roda que vai poder girar, o vazio dá a utilidade das
coisas. A utilidade do vaso é o vazio, o barro só dá o limite, é o nada que dá a utilidade. No quarto
nós vamos ocupar o vazio, não é na parede, o vazio é que dá substancia. Será que não tem um
vazio, um silencio, uma serenidade dentro de nós que nos dá utilidade também? Mas nós achamos
que nosso corpo, nossa matéria orgânica é que nos dá sentido! Nosso corpo só são nossas paredes,
lá dentro tem a nossa essência e ela é que nos dá utilidade. Por isso o que existe: as coisas
materiais, podem ser possuídas e o que não existe: para ser útil. Aquilo que não tem substancia
é que faz obras no mundo. Não ocupa lugar, esse vazio, essa substancia que é invisível aos olhos,
ela processa toda a experiencia.
Existente= ilusão da posse.
Nada que é realmente teu pode ser tirado de ti.
“nada”: útil e real.
Nada ou silencio dentro de nós pode ser muito real.
O grande apelo da humanidade é serenidade, um momento de paz, um silencio, compreender
quem somos, o que estamos fazendo e qual é o nosso próximo passo. O que é a vida quem sou eu?
Um instante de paz, eu estou no lugar certo, fazendo a coisa certa?
Capítulo 12
O 5 é o símbolo de tudo que existe para o Taoísmo. Símbolo de tudo que existe de apelo no
mundo material. 5 cores, 5 paladares. Significa que você esgotou todos os prazeres sensoriais,
significa que chegou até o limite dos seus prazeres, e não tem energia vital para fazer mais nada, só
o ter o desfrutar, e o ser? Não tem energia para isso!
Então ele fala que corremos atras dos sabores, dos sons, de bens, de casas e no final ficamos
viciados em mais. E, as vezes, precisamos inventar coisas artificiais para nos satisfazer, porque o
normal não o satisfaz mais. Por isso o sábio trabalha para atender as necessidades naturais do
corpo, aquilo que a natureza criou e não inventar coisas, não criar um apetite infindável por coisas
ilusórias e gastar nossa energia nisso.
Quem tem uma visão ampliada, não se deixa capturar por desejos materiais pois sabe que
isso é uma prisão.
Capítulo 13
A misericórdia é tao vergonhosa...
A palavra misericórdia tem sua raiz no latim da mesma palavra miserável, miséria.
Palavra misericórdia vem do latim miser (miserável, infeliz) + cor (cordis – coração)
Sufixo la: capacidade de sentir a desgraça dos demais.
Isso pode ser bom para quem sente, perceber a desgraça dos demais. Mas provocar nos
outros a impressão que somos um desgraçado fere profundamente a nossa dignidade. E, muitas
vezes, se faz propositalmente para manipular a compaixão alheia. Não deveria ser natural no
homem querer despertar o sentimento de piedade por ele, mas sim sempre mostrar-se digno.
A pena fere a dignidade... uma coisa é dignidade outra coisa é orgulho.
A honra associada a orgulho é negativa, mas não a honra relacionada a dignidade. Pois nós
temos 2 acepções de honra hoje em dia, o honrado orgulhoso e o honrado digno.
Se temos uma personalidade forte, é porque temos uma essência fraca, pois a personalidade
não deve prevalecer, mas sim a essência.
O que ele quer dizer não é tanto eu tenho uma personalidade, mas sim que a personalidade o
tem. A personalidade não nos tem, mas sim nós temos a ela.
Ela é um veículo
Se eu estou identificado com uma essência imortal o que pode ser ameaçado ser tirado de
nós? O que você pode dar para mim, se eu já sou tudo? Nada que é realmente teu, pode ser tirado
de ti. Nós já temos tudo que pode ser possuído, que é a participação no Tao. Então já não somos
mais joguete na mão do destino, do medo e do desejo. Não temos mais pelo que sofrer nem pelo
que ansiar temos plenitude.
Não dependemos mais das circunstâncias, não estamos presos na personalidade.
Personalidade vem de persona, é como se fosse uma máscara e em determinado momento
dominasse o ator e não o deixasse mais atuar livremente. A máscara domina o ator.
O mundo se manifesta através de mim, eu sou um canal, um dígito de Deus. Pode colocar o
mundo na mão dele pois ele atua em nome do mundo, não faz nada somente por si. Isso seria um
verdadeiro governante.
Uma pessoa que tem esse nível de desidentificação com o egoísmo, seria uma pessoa ideal
para se entregar o mundo. A nossa essência imortal pertence ao Darma, nós temos uma missão que
ainda não chegamos a cumpri-la.
Capítulo 14
Reforça a ideia de que o Tao, o vazio, essa essência que passa por dentro de todos nós não
tem nenhum tipo de substância, então é preciso que a gente depure a nossa consciência para
reconhecer um outro tipo de natureza em nós, o que não é tão difícil.
Helena Blavasky dizia que uma única gota d’água prova a existência do oceano, assim como
um único ser humano justo, com virtudes prova a existência de Deus, de que valores são possíveis
de serem aplicados.
Esse uno essa essência que existe dentro de todas as coisas, não é dual, você não o vê de
frente e de costas, ele não tem dualidade. Ele é absolutamente neutro de qualidades materiais e isso
exige de nós uma outra percepção que não seja a mental, pois a mente só trabalha com dualidade
(isso é quadrado, não é redondo, isso é macio não é resistente...). Então com algo que não tem
nenhum dos atributos da matéria, a gente tem que ter vida interior, pois ela tem um outro tipo de
sensibilidade, um outro sentido.
Que percebe que existem coisas sólidas dentro de nós, mais sólidas do que essa parede, essa
cadeira. Essas coisas não tem atributos materiais, mas são passíveis de serem percebidas e nós
podemos dizer que vamos evoluindo quando mantemos contato com nosso eu interior
desenvolvendo a sensibilidade de reconhece-lo, de tal maneira, que se alguém lhe disser que a
justiça não existe você diga existe! Não é material eu não consigo mostrá-la, mas eu tenho contato
com ela, essa certeza essa convicção profunda, já caracteriza a identidade.
Sri ram em busca da sabedoria, fala que precisamos construir nossa barca, para que nossa
consciência não naufrague na escuridão das trevas, precisamos construir nossa barca.
Essa essência interna não tem dualidade, tudo no mundo material é dual, então só quando
superamos o apego aos aspectos manifestados, é que chegamos ao que é absoluto e que nem a
morte pode nos tirar, começamos a ter segurança pois percebemos que temos um chão firme
embaixo dos nossos pés, enquanto isso ficamos na corda banda, à mercê de todos os males do
mundo, sem um chão debaixo dos nossos pés, com medo do que será tirado de nós.
Antigo caminho -Tradição, para resolver o presente e o futuro, recorrer ao passado, dos
homens que realmente souberam, que realmente viveram. Quando nós descobrirmos a nossa
essência, descobriremos que ela não é somente nossa, mas é um fio contínuo que passa por dentro
de todos os seres vivos.
Capítulo 15
Secretamente unidos... ou seja, não falavam para ninguém, não se importavam com fama,
não alegavam grandeza, não necessitavam disso e nem acreditavam nisso. Não faziam questão
nenhuma de publicidade em cima da sua personalidade, pois já haviam descoberto que sua
personalidade era um dígito de Deus então nós mal sabemos que eles existiram.
Hesitantes como quem cruza um rio de inverno... cuidadosos da mesma maneira que ao
andar sob um rio congelado para não quebrar o gelo e afundar, atravessar o mundo de uma maneira
cuidadosa.
Cautelosos/ vizinhos... não rotulam o mundo, mas sabem que ele é dual e que qualquer das
suas faces pode se apresentar a qualquer momento e não vai surpreende-los. Sem rotular o mundo
pelo que ele tem de pior ou melhor, mas atento às possibilidades do mundo de tal maneira que nada
os surpreende.
Uma essência tão profunda que não se vê a flor da pele, você precisa ser profundo para
entender o que é profundo. O superficial só entende o superficial. Frase de Tolstoi “há quem passe
por uma floresta e só veja lenha para sua fogueira”, o olhar superficial só vê aquilo que é
superficial, o olhar profundo vê toda a vida que pulsa em uma floresta.
Eles eram como hóspedes muito cerimoniosos ,de uma hospedeira que era a natureza, a
natureza nos emprestou um quarto da sua casa, que é nosso corpo físico (material), e estamos
hospedados nela. Observe como a natureza trata a sua casa, seus animais, suas plantas, seus astros.
Nosso corpo físico é uma casa, precisamos tratar com dignidade, não é meu, é algo emprestado e
teremos que devolver. Sempre passível de mudar sua forma, uma madeira bruta, um gelo
derretendo, ou seja, não está congelado na sua forma que você vê no espelho. O que serei eu
amanhã? O que eu consegui dominar da minha aparência e o que consegui aprender da minha
essência, a combinação disso é o que eu serei amanhã.
Conceito de diplomacia: saber introduzir a sua vontade no mundo com mínimo dano,
mas introduzi-la, saber fazer aqui que é necessário, mas fluindo como um rio no seu leito,
como a água que se infiltra por todos os poros por todos os orifícios. Fluindo com o mínimo
dano.
Os mestres só se sentem quando faltam, de tão leves e “maleáveis”: seguidores do
Darma, atentos, humildes, hóspedes conscientes.
Quem pode silenciosamente, dentro de si, lutar contra as trevas? Quem tem um pouco de luz,
que é iluminado. Quem pode ter serenidade, quem sabe que não há o que perder de verdade, pois
tudo que é realmente teu não pode ser tirado de ti. Quando focamos na abundancia no ter,
perdemos o foco do nosso principal objetivo na terra que é a construção de nós mesmos, gastamos
toda a nossa energia aqui em baixo e não temos mais para nos elevar, e com a vontade de ter bens
materiais, vem os desejos e com ele vem os vícios.
Todos procuram a serenidade, um momento de tranquilidade,
Sermos como um rio, nem enchente e nem vazante, cumprir com o seu curso, cumprir a
natureza humana, dizer a que veio.
Capítulo 16
A primeira atitude vai ser retirar aquilo que está em mim, mas não é humano, ou seja,
purificação obra em branco, desci aos infernos (a obra em negro), ver o que não é humano em mim
(purificação, tirar aquilo que está pesando em mim e que não me pertence que não tem nada haver
com a natureza humana e depois a obra em vermelho a ascensão). É um processo que parece que é
quase um retrocesso: me despir, tirar de nós tudo que não é humano.
Uma frase de Helena Blavasky que diz: uma única gota de água prova a existência do
oceano, assim como um único ser humano prova a existência de Deus. Mas e uma gota de água
toda lamacenta, é parecida com o oceano? Ela está lamacenta pois dentro dela tem um monte de
coisa que não é água, se retirarmos tudo que não é água, ela vai ficar parecida com o oceano, do
mesmo modo é o ser humano, se retirarmos tudo que não é humano, ficará parecido com Deus.
Quem não conhece a eternidade...Quem acredita no particular e investe energia nele, está
investindo em uma ilusão, isso necessariamente é confusão e pecado, pois peca contra as leis da
natureza. Mas quem conhece a eternidade torna-se tolerante..Ele entende a dualidade, portanto,
sabe quando alguém está perdendo, quando as trevas estão ganhando da luz em alguém, ele
compreende e ao invés de criticar, ele alia-se aquela pessoa para lutar contra as trevas dela, alia-se
com a luz de cada um, ele sabe o quanto é duro e entende que todo mundo está vivendo uma guerra
interna entre luz e trevas, e ao invés de criticar ele se alia e luta junto com a pessoa, ele não tem
pena mas tem foco e sabe o que deve fazer por cada um, por qualquer ser que cruze o seu caminho.
Todo ser vivo tem algo de eterno dentro de si, quanto mais se conhece, mais ele intui que
essa essência não vai ser engolida pelo tempo, durante toda a vida não se corre perigo e se não se
corre perigo não se tem medo não se tem ansiedade não se tem violência, e entramos em um estado
onde todas as coisas se harmonizam, as plantas são plantas, os animais são animais e o ser humano
é humano, cada coisa exercendo exatamente o seu propósito, tudo entra em fluxo, tudo se
harmoniza.
O conhecimento da eternidade esvazia o coração, quando eu sei que tenho uma essência
imortal/eterna e que sou parte de uma unidade e esvazio meu coração das ilusões materiais, no meu
coração cabe tudo e todos.
Capítulo 17
Ou seja, nem veem que alguém governou, não sentem a mão de ninguém governando sobre
eles, quando um governante é realmente bom você só sabe que ele existiu. (tem uma passagem em
que Cícero fala sobre isso: o mal orador as pessoas saem falando sobre ele e pensando sobre ele, o
bom orador as pessoas saem pensando em si mesmas). Um bom governante ninguém sabe nem que
existe, e tudo corre bem e as pessoas acham que são livres e que foram eles que fizeram.
Toda vez que vemos uma negação no taoísmo ele não está negando aquele conceito, a não-
ação, não significa não agir, mas sim, não agir pelo egoísmo, pelas razões pessoais; a não-palavra,
não significa não dizer nada mas sim não dizer nada vão. No taoísmo há um objetivo que é vencer
o grande inimigo, que é o egoísmo e chegar a Deus, e qualquer coisa no caminho que te faça perder
uma gota de egoísmo, isso é uma coisa benéfica. Quando gastamos energia para ressaltar o que
necessariamente vamos perder (corpo físico), é não-ação, não-palavra, é uma perda de tempo, de
espaço nesse palco reduzido que é a vida, perdemos uma oportunidade de usar este veículo,
interpretarmos o nosso papel, dar o nosso recado no mundo. Trazer um pouco de luz ao mundo.
Capítulo 18
Platão costumava dizer: quando uma sociedade tem muitos médicos, é porque tem muitos
doentes, quando tem muitas leis é porque tem muitos infratores. A sabedoria seria despertar em nós
a condição humana sem que ninguém precisasse nos coagir para isso, eu cumpro as leis, mas se
elas não estão lá eu faria o que é certo? Agir de maneira justa, fazer o que é certo sem pensar em
leis, mas sim porque era o justo a ser feito e não há outra opção para nós como humano, isso é
sabedoria, ocupar o nosso lugar no universo.
Capítulo 19
Você não tem que ter desejos de nada que seja excessivo, mas não porque você esteja se
privando porque alguém está olhando, porque isso é coerção, é adestramento. Ele diz não basta a
aparência, não queira ser santo, não queira parecer ter conhecimentos excessivos, não queira
parecer ser moral demais, seja simplesmente humano e não de aparência. (para inglês ver e se não
tem ninguém vendo eu vou ser assim?), você é aquilo que você faz quando a última porta se
fecha atrás de você. (Sócrates) não tem nenhuma opressão eu faço por mim, pela minha
dignidade, quando não tem nenhuma possibilidade disso resultar em algum reconhecimento. Eu
faço por mim porque tenho a necessidade de agir assim, pois sou assim.
Não basta parecer, tem que ser!!
A base da prática de ensino romana era, todo ensinamento se dá pelo exemplo. Atitudes
justas e humanas são também didáticas. Os jovens necessitam de um referencial, de alguém em
quem confiar.
A partir do momento que você tem excessos, a partir desse excesso você vai gerar desejos de
excesso, pois a reputação das pessoas na sociedade se dá em torno do ter e não do ser. Então as
pessoas acham que para ter algum valor dentro da sociedade precisa possuir excessos.
Muitos degraus, mas a meta é uma só, vencer o egoísmo e se aproximar de Deus. Precisamos
de confiança é algo que não pode ser perdido.
Capítulo 20
Para o taoísmo, as dualidades na verdade são a mesma coisa, se você mantem ainda 1% de
sombra, significa que ainda necessita da experiencia, e se necessita, a vida vai te levar lá.
Aqui ele usa honra como sinônimo de dignidade, sacralidade. Aquilo que o homem honra
aquilo que ele eleva acima da banalidade, é o que de mais precioso a humanidade possui.
Pois foi o momento em que o ser humano colocou o metafísico acima do físico, o espiritual
acima do material.
A verdadeira solidão é estar desacompanhado de si mesmo.
Estou desajustado, mas sou o único que estou perguntando a mim mesmo quem sou. Preciso
voltar à mão, à natureza e às suas leis, compreender a lógica de tudo isso.
E quando começamos a fazer questionamentos profundos, a vida se propõe a nos revelar as
respostas, Yung chamava isso de sincronicidade, você faz perguntas e a vida te traz respostas que
somam numa mesma direção. Quando a sua curiosidade é verdadeira.
Capítulo 21
O Tao o vazio o zero, gera as coisas de uma maneira que a razão não identifica, porque
precisa dividir para compreender, a razão é uma ferramenta para se viver na multiplicidade, no
vazio não há divisão, então ela não funciona e parece que tudo é caótico e obscuro. (exemplo da
cadeira que é quadrada, mas também é redonda, é grande, mas também é pequena)
Existe um pedacinho de Deus dentro de cada um de nós, isto significa dizer ver a Deus
em todas as coisas, uma raiz, uma semente, o propósito que se expandiu e deu origem as
coisas no mundo.
Capítulo 22
O eterno retorno, todos nós temos 2 polos dentro de nós e a necessidade do polo é oscilar de
um lugar para outro. A fama segue o anonimato, a disposição segue ao desânimo. Enquanto o ser
humano não encontra um princípio de neutralidade, algo que não está baseado em nenhuma forma
de egoísmo, ele tem algo para perder, e é um drama. As pessoas enquanto tem alguma coisa que é
valorizada pela sociedade não estão preparadas para perde-la. Ou seja, a dualidade necessariamente
chama o seu oposto, mas nós optamos por um polo e achamos que ele será eterno. Quando alguém
opta apenas por um polo, necessariamente a vida o levará para o outro lado, para que ele aprenda
que a vida não é isso nem aquilo mas um ponto elevado no centro, inexorável. A vida é um eterno
retorno, mas o sábio aprende a encontrar um ponto mais elevado no meio, aí encontra a serenidade,
e olha os polos lá em baixo e os usa mas sem estar dependente deles para sobreviver.
O sábio não tem apegos, a tradição das artes marciais orientais dizia: a brecha da insegurança
é onde corta o fio da espada. Aquele ponto onde você está inseguro atrai o fio da espada. Mas se
não estou identificado com nada, apegado a nada, não fico inseguro, e não deixo brecha para o
inimigo me machucar. Não estou querendo defender nenhuma posição pessoal, como eu seria
pega? Agora se possuo uma rigidez, a pessoa vai em cima disso.
O que está desintegrado por causa de interesses pessoais, egoístas, precisa encontrar
novamente a integridade, ou seja, precisamos superar as intenções pessoais, precisamos
retornar a unidade, senão vamos nos prejudicar, não porque isso seja algo cruel, mas porque
a vida quer nos ensinar uma lição que precisa ser aprendida. Em determinado momento
precisamos estar fluidos, a serviço da lei, do Darma.
Capítulo 23
Professor Michel Echenique: imagine um pequeno rio, um dia ele transbordou e saiu
arrancando todas as árvores que haviam na margem, a geografia terrestre é assim, tem vazantes e
enchentes, tem cumes e tem vales e nós temos algo em nós que é parte da geografia terrestre, mas
também temos algo como o sol que fica lá em cima olhando as oscilações da terra mas que não
oscila junto com a terra e se a nossa consciência alcança algo desse solar, as oscilações terrestre se
suavizam e não nos machucam tanto, a gente não fica subindo e descendo nos cumes e vales e
atingimos uma unidade que esteja acima da geografia terrestre e dentro da nossa consciência existe
essa possibilidade.
Poupem, não evitem as palavras, dizer aquilo que deve ser dito, saber respeitar a palavra
porque ela movimenta um monte de coisas no mundo. Palavra é vibração e a vibração se estende
como uma pedra jogada num lago e formam aqueles círculos que não sabemos dizer onde vão
parar.
Se os estragos que o céu e a terra fazem são passageiros, que dirá uma personalidade
humana! Por mais que alguém tenha te ferido ou te injustiçado, isso passa. Se o céu e a terra não
são capazes de trazer prejuízos permanentes, porque uma personalidade humana traria? A menos
que você se acomode para justificar as suas perdas, se vitimizando. Então a personalidade humana
não produz algo nem tão grande nem tão destrutivo, há algo dentro do ser humano que é capaz de ir
acima do passageiro, pois temos uma essência que é eterna e é capaz de produzir coisas eternas,
mas a personalidade produz coisas tão duradouras quanto ela, o que não é grande coisa.
Se você não é uma mera personalidade material, se você é um com Deus, um do com o
darma, um com o Tao, com a vontade divina, você é capaz de coisas que dobram a história ao
meio, que mudam a história, que realmente fazem a diferença, mas se você resolve se isolar apenas
como uma personalidade não produz nada de grande nem para o bem e nem para o mal. É uma
questão de onde nos identificamos.
Os pobres, ou seja, aqueles que são despojados de qualquer coisa ilusória e para os critérios
do mundo são considerados pobres. Aqui você se unifica aos despojados, aqueles que se
ressignificam com aquilo que são e não meras propriedades materiais, nada que é realmente teu
pode ser tirado de ti, se você vai perder é porque nunca foi seu, então você não vai ficar
empobrecido, você vai ficar mais próximo da realidade. Porque aquilo que não é seu em algum
momento vai embora e nem mesmo nosso corpo é nosso.
Devemos saber que como seres unos com o Tao como essências, vamos ir e voltar e seremos
eternos, agora as vicissitudes do mundo seguem um ciclo e devemos estar preparados para elas.
De alguma maneira quem está desperto se aproxima, como se estivesse subindo para o cume
da pirâmide.
Frase de Heráclito, pré-Socrático grego
Juntos no Dharma, juntos em quaisquer circunstancias;
“Os despertos possuem um mundo em comum, mas os que dormem voltam, cada um, ao seu
mundo privado”. (Ilusão os isola) Heráclito.
Aqueles que estão adormecidos dentro das suas ilusões vivem dentro de uma bolha, que é
absolutamente egoísta e isolada, eles não estão com ninguém, estão com suas fantasias. Olham para
tudo e pensam: o que eu posso ganhar com isso? Em que isso me beneficia? Ou seja, tudo do ponto
de vista de um privilégio de uma personalidade passageira, e vemos todo o mundo distorcido em
função dessa pequena personalidade. Pense naquela frase de Tolstoi : “Há quem passe por uma
floresta e só veja lenha para sua fogueira.” Isso nos isola porque ninguém está vendo do mesmo
ponto de vista que você. Mas a medida que você desperta se aproxima de um mundo comum, de
pessoas que veem o mundo de um ângulo comum cada vez mais próximo da lei, próximo do
Dharma, cada vez mais isento de particularidades pessoais, de personalidade egoístas. Os que estão
despertos se aproximam.
Fé não é uma coisa que se possa ter pela metade, fé é como confiança como visão, como
intuição. Se você acredita que existe lógica na vida, que existe um sentido para o mundo que existe
justiça que existe bondade verdadeira, é uma evidência e em algum momento você tocou essa
evidência, ninguém vai te convencer que não existe porque não pode roubar isso de você. Isso se
torna algo inexorável, uma pedra de toque dentro do coração do homem. E quem já teve essa
experiencia vívida de algum atributo espiritual, ninguém pode tirar isso de ti. Isso é a nossa pedra
de toque, a pedra em cima da qual se construirá nossa visão de essência, de ser. de Deus, isso não é
uma coisa que se impõe. Fé ou você tem ou não tem, e se não tem está meramente seguindo aquilo
que alguém viu.
Qual o recado que eu queria deixar ao mundo? Qual foi a síntese da minha vida? Qual o
sentido dela?
Se não temos fé, isso é meramente conceito, e conceito é flutuante porque você não tem raiz
e qualquer vento pode levar embora, e precisamos ter raízes porque vai ventar! Temos que estar
preparados.
Capítulo 24
Qualquer um que force a sua natureza para querer parecer maior do que é, nós vivemos meio
inflados, vivemos com aquilo que Yung chamava de inflação do ego; sempre temos uma visão um
pouco distorcida de nós mesmos, porque ao acharmos que já temos nos poupamos da batalha para
conquistar, e criamos fantasias como se já tivéssemos coisas que são só um horizonte de
possibilidades. Então queremos parecer maior e ocupar um espaço maior do que por justiça nos
cabe.
O que o Taoísmo prega sempre é que existe um senso de justiça inato em todo ser humano,
que se sente ferido quando um ser quer ocupar um espaço ao qual não tem direito por justiça; você
se torna pontiagudo, está cheio de arestas pontiagudas que incomodam os demais. Pois o fato de
você ser inflado e não grande faz com que você ocupe um espaço que pertenceria à outra pessoa
por direito. E isto é algo medíocre, é energia perdida, então toda vez que ao invés de sermos
grandes nos tornamos inflados, invadimos o espaço que pertenceria a outra pessoa.
Encontrar nossa harmonia ocupando o espaço que nos corresponde segundo o darma. (darma
não é um conceito taoísta, mas sim indiano) ocupar o seu espaço de maneira justa e plena, sem
invadir o espaço do outro e sem deixar espaços vazios, prestar as suas contas ao mundo, dizer a que
veio.
Capítulo 25
Existe o vazio o zero, que origina o um o demiurgo (una) que ele chama de mãe de todas as
coisas, o céu e a terra são dois aspectos dela, e ela cria isso como um palco para que todos os seres
venham a existência e percebam a si mesmos, ela cria isso como um espelho para que a consciência
se veja projetada nela e ela tem essa lógica do tao, do yin e yang ela está sempre girando, é o eterno
retorno, sempre retornando ao ponto de partida (manha, tarde, noite, madrugada...primavera, verão,
outono, inverno) esse eterno retorno faz parte da lógica da natureza manifestada na sua
polaridade espírito e matéria. Esteja preparado para a dualidade no mundo, colocando-se acima
dela.
Alquimia medieval: os alquimistas medievais buscavam o ouro filosofal: a sabedoria.
Quando Platão falava do homem de ouro, não se referia ao metal em si, mas sim do ouro como um
metal que não se altera nem em contato com a pele humana, ou seja, um ser cuja essência habita
em um corpo mortal e que não se altera com o contato com a carne, assim como o ouro, essa pessoa
seria fiel a si mesma e as suas características, quando usamos joias de outros materiais elas ficam
pretas, mas o ouro se mantém inexorável. Essa fidelidade a si mesmo é o que te coloca acima das
dualidades. Pois aí se encontra o mérito, pois o mundo sempre será dual,
Ex.: se o mundo fosse honesto, eu seria honesto. Então o mérito seria do mundo e não seu.
Se eu mergulho uma esponja em um balde com água azul e a esponja fica azul é mérito da esponja
ou do balde? Se esperarmos as dualidades acabarem, seremos meras esponjas dentro de um balde,
absorvendo o que o ambiente nos condiciona.
Então no meio da dualidade temos que ser unos, disso se trata o mérito humano, ser produto
de si mesmo!!
Não conheço seu nome... da mãe do mundo, ela é um espelho do Tao
Ela vai e volta, é o movimento circular da manifestação vai e volta, e segundo essa tradição
morte e vida também seriam assim (reencarnação) lógica circular das leis do universo
manifestado.
Isso representa a ideia do tao do yin e do yang, do círculo da manifestação.
Homem com “h” maiúsculo, quando o homem atinge a plenitude da condição humana, ele é
uno, acima das dualidades, o homem é uma das grandes potencias do universo quando ele é pleno,
um ser humano pleno está acima das dualidades e tem a possiblidade de estar acima das
alternâncias do mundo. É sol, não está mais na geografia terrestre, isso faz dele uma das grandezas
do universo manifestado, um sábio é como o Tao, como o céu, como a terra.
Ou seja tudo sendo puxado para cima, pela lei universal, alinhado com o TAO,
Homem= rei, sábio, homem perfeito. Alinha-se com o coração do Universo e o representa.
O universo teria uma lógica, sístoles e diástoles, manifesta e recolhe, então ele é parente do
nosso coração, fala a mesma língua. Como um centro de inteligência, de virtudes e de valores que
alinharia o homem com aquilo que o universo tem de melhor. Quando o homem encontra sua
essência, não esse coração físico, mas sua verdadeira essência, sua identidade, ele se alinha com
todos esses corações do universo.
Capítulo 26
Imagine que a nossa essência não tem corpo, para ela manifestar no mundo ela precisa de um
corpo, de uma âncora, que a traga para o mundo, então a leveza e o peso se equilibram, porque a
essência precisa da existência para estar no mundo. Então as dualidades são necessárias, sem a
existência para nos revestir no mundo não teríamos como viver essa experiência, essa dádiva da
vida, que é algo incrível. Nós temos uma essência e a existência que está fazendo essa interface, e
essa dualidade nós temos que equilibrar, respeitarmos a existência, mas reconhecermos o lugar dela
e o que ela representa na nossa vida.
A inquietação é a geografia terrestre e a calma é a senhora dela, o sol é a consciência
espiritual, a calma toma as rédeas da inquietação, suaviza a geografia terrestre. Você consegue se
manifestar no mundo com serenidade, consegue avançar não fica só andando em círculos.
Não consegue se separar da bagagem... Wilhelm diz que isto é ao mesmo tempo, uma
referência simbólica e histórica. Ele está falando da sua essência imortal carregando uma
personalidade pelo mundo e que pesa muito. Pensemos por um estante na sua casa, através do
pensamento estamos lá em segundo, mas transportar o corpo físico até lá é muito mais complicado.
Transportar nosso corpo físico é pesado, mas ao carregá-lo eu desenvolvo vontade, eu desenvolvo
iniciativa, eu quebro a inércia da matéria e isso me ajuda a crescer, então, o sábio arrasta esse peso
pela vida e faz tudo o que tem que fazer com esse peso e valoriza esse peso, agora ele diz que é
uma referência antiga porque na China Antiga, as pousadas não tinha nada para dormir era só um
espaço. A pessoa tinha que carregar tudo, desde uma espécie de cama até um lençol para se cobrir.
Então era natural que os viajantes, os andarilhos andassem com uma bagagem para que se
tornassem autossuficientes, para não dependerem de lugar nenhum. Ele usa isso como uma
metáfora para que o homem tenha a capacidade de ser autossuficiente para que não dependa
do meio, de tal maneira, que ele possa virar o jogo e que o meio comece a depender dele e que
ele comece a escrever a história.
Então, ande pelo mundo autônomo, não precisando que os outros te bajulem, ou que te
critiquem ou que te tratem bem ou mal, com uma certa autonomia que te permita fazer interface
com qualquer pousada. Conduzindo essa bagagem material que nos foi dada, que é boa, nos
permite deitar nas pousadas do mundo e acordar e continuar caminhando, saber lidar com essa
dualidade espírito e matéria, respeitando ambos. Porque os dois se fundem no Tao, os dois são
sagrados. Toda vez que negamos um dos dois temos decadências históricas, idade média, negaram
a matéria: fanatismo. Idade contemporânea nega o espírito: fanatismo. Negar qualquer um dos dois
vai te derrubar em algum tipo de fanatismo. Derruba o frontão grego, pois uma das colunas não
está lá. Não sustenta
Ele está consigo mesmo, pode estar com todo mundo e tem presença diante das pessoas,
pode dar as pessoas presença, se doar. Porque a maioria de nós por mais que queira estar com os
outros não consegue, é uma solidão diante da outra, estamos isolados. Então ele está sempre
consigo mesmo, portanto, pode estar perfeitamente com os demais de corpo e de alma.
O senhor que ele está falando, o senhor do reino, ou seja, a sua essência imortal que tem que
se preocupar em fazer o que te corresponde como ser humano. Não tem que ficar dando palpite
nem na vida dos outros, nem nas leis do universo.
Capítulo 27
Quando um ser humano faz o que lhe corresponde, nesse momento a justiça me manda
amarrar esse nó, ele vai amarrar de tal maneira que ninguém poderá desatar, a menos que seja em
nome da justiça! Ele sabe lidar com a matéria, quando o faz em nome da justiça, da beleza, e sabe
lidar com a matéria com uma eficiência que é fora do comum. Ele faz o melhor que se pode esperar
de um ser humano, e é suave, não tem excessos, não destrói as coisas, é como se fosse uma pétala
caindo sobre a água, ele toca a matéria, mas dá o seu recado e faz o que lhe corresponde, o excesso
significa uma pessoa insegura, você olha lá e tem 50 nos, esse cidadão não estava muito confiante
de que ele sabia dá nó. Ele não estava muito confiante de que ele ia deixar rastros no mundo. Ou
seja, um ser humano que é autoconfiante e que sabe que age segundo a lei, ele toca suavemente a
matéria, não provoca excesso nem escassez, mas faz com perfeita eficiência aquilo que lhe
corresponde, portanto, você poderia reconhecer um ser humano pelo seu rastro, você olha e vê por
aqui passou um ser humano. Um toque, suavidade, sem causar dano, sem destruir, um mínimo dano
possível, deixar a sua marca no mundo. Essa suavidade que o taoismo esperava de um homem em
sua plenitude.
Não menos bons porque sejam inferiores, mas porque não chegaram ainda aos níveis de
consciência dele, e ele pode se tem lucidez, lançar luz, lucidez vem de luz, é ajudar a içar todos
àqueles ao ponto onde ele está distribuir a luz que ele recebeu generosamente, ele não julga, ele
ajuda, ele considera que nada é abjeto nenhuma coisa, nenhum ser humano, nenhum ser vivo, toda
coisa cumpre um papel tão importante quanto o dele, e todas as coisas que surgem, diante dele e
que lhe corresponde atuar, ele atua com o máximo carinho, com o máximo de atenção, com a
máxima delicadeza, e lança o máximo de luz que pode sobre as coisas.
Ele sabe que a vida é um mistério e que não pode ser julgada. O contexto da nossa vida é o
melhor contexto para que demos o próximo passo na escada humana. Nosso pais, nossa
família ,nossa posição social, nada disso caiu de paraquedas, sempre há um propósito, existem
muitas coisas disponíveis ali para nos ensinar, alguns seres humanos passaram na nossa vida para
nos ensinar, amar essa oportunidade que a vida nos deu, como a melhor oportunidade que
poderíamos ter.
A vida não é cega, ela não joga arbitrariamente, ele não joga dados, ela te coloca no melhor
contexto para que você possa alcançar o próximo degrau. Coloca na sua vida as melhores pessoas
que possam te estimular a subir o próximo degrau, valorize a vida, reconheça que a vida é mais
inteligente do que você. E não existe caos, existe cosmos.
Capítulo 28
Aquele que sabe se colocar no vazio acima das dualidades, mas as reconhece e as sabe usar
quando necessário. Imagine que nos identificamos com uma coisa permanente, uma essência
imortal, aí olhamos as dualidades no mundo e que tem dentro de nós. Isso é fraqueza ou força?,
depende da circunstância. Se eu for consertar as asas de um passarinho, eu tenho que ser frágil,
delicado, não posso colocar muita potência na asa de um passarinho. Então eu vou na caixa de
ferramentas da vida e pego a fraqueza, a fragilidade, a delicadeza. Mas agora eu tenho que
empurrar um carro pra fora do buraco, agora vou pegar a força, a potência, a virilidade. Agora eu
tenho que brigar com meu filho porque ele está colocando o dedo na tomada, deixa eu pegar a
dureza. E depois eu tenho que pegar a doçura porque eu tenho que explicar como funcionam as
coisas para que ele aprenda. Mas aá eu sou o que? A doçura, a fragilidade, a dureza? Eu sou o que
for necessário para que a lei do universo venha ao mundo. Esses são simplesmente atributos da
minha caixa de ferramentas, não me identificar com formas, as formas me servem não eu a
elas. Senão eu me congelo. São interfaces que usamos, mas não estou rotulada por nenhuma delas,
são recursos. O ser humano é senhor das formas e não se limita a elas.
Ele não está identificado com as formas, as formas morrem e ele não. Ele está
identificado com algo que está acima das formas. Aquele que se identifica com as formas terá o seu
mesmo destino. Aquele que se identifica com o espírito, terá o seu mesmo destino. Então está
acima das formas, maneja as formas como se fosse uma receita de bolo na mão de uma boa
confeiteira, maneja as formas. E como não está preso em nenhuma forma, quando as formas se
destroem ele não vai junto porque sua consciência não está atrelada a elas. Vai cada vez mais se
aproximando com aquilo que está acima do tempo e do espaço mas interpreta perfeitamente o seu
papel. É a mesma história de um bom ator.
Vale: harmoniza montanha com o vazio, sabe lidar com as dualidades.
Sem adornos, volta a essência.
Quem são os subalternos para o taoismo? Aqueles que são úteis para alguma finalidade
social, o verdadeiro homem usa as coisas do mundo, faz das coisas úteis, mas não é usado por
elas. Ele não é um joguete nas mãos das circunstâncias. Ele pode usar as suas forças mas ele não é
usado. Portanto para fazer uma grande obra, não precisamos de excessos, ir além dos passos
naturais de ser humano.
Capítulo 29
Precisamos ter delicadeza, tenhamos controle sobre cada aspecto da nossa vida. Isso seria um
homem com consciência da dualidade dentro dele.
Capítulo 30
A suavidade, a interface, e saber que o dano nunca é fim em si.
Eu faço o que é necessário.
Justiça exige amor e fraternidade.
“nunca o sofrimento alheio seja teu motivo de alegria”. (Karma da crueldade)
Porém, vontade e justiça não devem se omitir quando são invocadas.
Nunca tua alegria, tua paz e felicidade dependa do sofrimento alheio.
Capítulo 31
O nobre na sua vida habitual não gosta das armas, nobre que tem uma origem muito
interessante, que é conhecer ou ser conhecido, ou seja, englobado com o máximo de consciência
possível como um ser humano e ser conhecido como ser humano, é uma nobreza interna é um
sangue azul porque se espelha no céu. Então esse nobre que tem essa nobreza de alma, ele
considera as armas de uma maneira muito simples; para o Taoísmo uma arma, a melhor
possibilidade que ela pode ter é ser inútil, nunca ser utilizada e gerar uma disciplina por medo.
Por exemplo: eu tenho uma arma, uma pessoa não me assalta por medo de levar um tiro,
então ela nunca é utilizada, esta é a melhor possibilidade para uma arma. Mas ele diz que isso não é
grande coisa, pois você não disciplina o homem pelo medo, você o disciplina por valores, então ele
vai ficar a vida toda sem te assaltar porque você tem uma arma? Não! Ele não deve te assaltar para
se tornar um ser humano melhor. Precisamos ter valores e não ficarmos nos adestrando feitos
animais de circo!
Então ele diz que a inutilidade e a coerção são o melhor destino de uma arma, o pior destino
é a destruição, e quando fosse necessária que a use, pois seria estúpido deixar que a injustiça
prevalecesse, sem nenhum tipo de esboço de reação. Mas não a considerar como um tipo de
solução para absolutamente nada. Num estado onde as pessoas estão se deslocando num nível de
consciência, a coerção é cada vez menos necessária.
A violência não é praticada porque as pessoas tem um certo tipo de nobreza e consideram-se
como humanos e não como bichos, e, portanto, sabem que se atirar sobre os outros para tirar-lhe
aquilo que não lhes pertence seria indigno, e começam a se comportar por dignidade e não por
medo, isso seria o natural. Então a melhor das possibilidades de uma arma é muito ruim, ela pode
ser provisoriamente necessária, mas se alguém considera isso como bom, já tem alguma coisa
errada neste Estado.
Um nobre nunca a consideraria como boa, isso está até a raiz do taoismo, ninguém pode
admitir dentro do Estado que as pessoas façam coisas boas por medo de serem punidas, as pessoas
tem que se comportar de maneira humana porque são humanos; reconhecendo sua natureza humana
ocupando assim o seu lugar no espaço, num elevado estado de consciência, se isso não acontece,
isso não é estado humano, não está humanizando, não é cultura, não está cultivando o que o homem
tem de melhor, isso é uma estupidez, uma selvageria levemente organizada, as vezes nem isso.
A esquerda e a direita têm haver com o nascer e o pôr do sol, e a posição do coração. O Tao
considera que as duas posições são boas, são necessárias, mas cada uma tem que ser usada no seu
momento.
O tao, o yin e o yang a harmoniza da dualidade eles consideram que o homem equilibrado, o
sábio ele tem que agir no mundo espiritual, para dentro ter vida interior e agir no mundo material
em coerência com essas leis que ele viu. Tem que fazer uma ponte, que nem Plutino dizia
contemplação e organização, são as duas operações da alma, sobe lá olha as leis do universo desce
aqui e organiza o mundo.
Então, a direita seria o local da organização, e a esquerda o lugar da elevação, é o ímpar, é o
interior, o coração é a elevação, contemplação dos arquétipos, das ideias. E a direita a plasmação
disso no mundo, a concretização disso no mundo. Quando temos um príncipe no conselho de
Estado, quando o Estado está em guerra, ele se senta do lado direito e o conselheiro principal dele
na esquerda; quando o Estado está em paz o príncipe se senta do lado esquerdo, significa que nesse
momento ele está elevando todos num estado de reflexão, numa vida interior máxima que as
pessoas podem ter, ele está num estado metafísico. Quando as coisas se complicam e ele tem que
entrar com a força ele vai para o lado direito, mas dos dois lados é o mesmo príncipe. A etimologia
de príncipe, primus, aquele que ia a frente, dava a sua imagem como exemplo sacrificava tudo de
pessoal para dar um exemplo humano à sociedade.
As tradições oriental e indiana falam que, quando um único ser humano cai, parte de mim foi
para o buraco com ele, quando um único elemento se eleva parte de mim foi para os céus junto com
ele. Ou seja, eu me entristeço quando um único ser humano cai e eu sei que para eu melhorar eu
tenho que dá um jeito de descer e buscar ele, não posso deixa-lo para trás, me entristece quando um
único ser humano cai.
No Oriente, a esquerda é mais divina e mística (coração), representa o Céu e o princípio
Yang, enquanto que a direita é o símbolo da Terra, dos assuntos profanos, das colheitas e associada
ao Yin.
Entre os gregos, o lado direito era o lado do braço que ergue a lança. Os presságios
favoráveis aparecem à direita, que simboliza a força, a destreza, o sucesso. A palavra sinistre
(esquerda [o]) deu em português sinistro (a).
Feng Shui: lado esquerdo é espiritualidade (azul).
Capítulo 32
O tao esse ser espiritual que penetra todas as coisas como um sopro, provocando o mínimo
de dano ou nenhum dano, beneficiando todas as coisas como a água, ele compara o tao à água que
passa alimentando tudo, abrindo espaço onde é possível. Se um dirigente fosse capaz de fazer isso
por uma nação, ela certamente se inspiraria e se tornaria melhor, se ele não pesasse, fosse leve, se
ao invés de querer tomar, ele se doasse por inteiro como referencial, se sacrificasse todas as arestas
para ser o melhor possível para dar esperança as pessoas e se respeitasse as esperanças das pessoas.
Se os dirigentes fossem como o tao, as pessoas cresceriam.
As sementes de grandeza no homem precisam de uma imagem para crescer e germinar,
isso é Epíteto, um estoico romano, ninguém diria que só existem desejos pessoais se existisse
uma pessoa a vista de todos que tivesse sido capaz de trabalhar por altruísmo, todos teriam
esperança
Céu e Terra, ou seja, espírito e matéria. O povo encontraria equilíbrio porque seguiria o seu
referencial. A relação do tao com as coisas é elevá-las para a unidade, que nem os rios que
procuram sempre o mar, conduzir as coisas para uma visão do todo cada vez maior, trabalhar para
o todo, vencer o egoísmo, o taoísmo é muito simples nisso, o teu inimigo é o egoísmo, a tua meta é
a unidade, o resto é o resto.
O ultimo parágrafo o Wilhelm chama isso de retificação das denominações, imaginem que
você tem uma necessidade, e essa necessidade é real, tal como a sede, necessariamente se essa
necessidade é real, vai existir algo que a atenda na natureza, que é a água. Eu tenho uma
necessidade real, fome, vai existir algo que atenda essa necessidade na natureza que é o alimento.
Agora se eu tenho uma necessidade que eu inventei, não vai existir na natureza uma coisa para
atender à minha fantasia. Eu tenho uma necessidade que todo mundo reconheça a minha
personalidade, não tem nada na natureza que corresponda à esta necessidade, isso é uma bolha oca,
é uma denominação sem conteúdo, uma coisa que não existe, e acabamos jogando nossa energia,
para bolhas de sabão, de repente estoura tudo, e você percebe que gastou sua energia com coisas
absolutamente que não existiam, isso é um problema muito grande da linguagem, porque a gente
começa a colocar nomes em bolhas de sabão e quando você coloca nomes você começa a deseja-
las, como se elas fossem reais, aí você faz uma lista das 10 metas da sua vida, nenhuma existe!
Nenhuma delas corresponde a uma necessidade real tua, se a gente não tivesse isso ficaríamos
melhor. Posição social, querer que gostem de você, se não tiver essas coisas você vai mudar? Vai
ser diferente?
Essas ‘necessidades’ não correspondem a nenhuma necessidade, ela é uma bolha de sabão e
desejar bolhas de sabão vai gerar aquilo que Platão chamava de timocracia, gostar de títulos,
fantasias, gastar tua energia vital inteira em coisas que não existem sendo que você tem tantas
necessidades, nós temos tanto ainda para construir em nós para ficar correndo atrás de bolhas de
sabão. Estamos todos em construção e precisamos voltar nossa energia para a nossa obra, que
somos nós mesmos!
Ele diz que as palavras tem um efeito terrível, porque elas criam realidades artificiais na vida
das pessoas, ele diz que temos que saber a hora de parar de dar nomes às coisas, começa a
denominar fantasias e gera dependência, gera vício. Toda vez que você depende de alguma coisa
que é excessiva isso vai virar um vício. Toda vez que você projeta energia em uma necessidade
artificial isso vai gerar vício, porque você vai necessitar dessa projeção, porque como ele não te
responde com nenhuma compensação porque ele não existe, você vai precisar estar jogando esta
energia lá para se satisfazer, no campo da fantasia e isso gera vício, todo excesso gera vício!
Nomes como bolhas de sabão: muitas, desviam o homem do Dharma;
Rei: latim ‘rex’, derivada do Indo-europeu ‘reg’: ‘mover-se em linha reta’, daí ‘dirigir,
guiar, comandar’
Nobre: vem do latim nobilis, ‘conhecido, famoso, renomado’, inicialmente GNOBILIS, de
GNOSCERE, ‘vir a saber’.
Metais e gases nobres: resistentes, pouca capacidade de corrosão.
A origem da realeza e de rei não era porque era filho de alguém, com sobrenome especifico
da dinastia tal, mas sim porque era capaz de mover-se em linha reta, ou seja, possuía retidão.
E nobre vem de vir a saber, ou seja, você saber quem é, as pessoas virem a saber quem você
é, isto é, desempenhar o teu papel como ser humano e ser reconhecido como tal.
Confúcio costumava dizer: “não se preocupe das pessoas não te reconhecerem como ser
humano, mas preocupe-se de ser digno de ser reconhecido!” (se as pessoas não veem, lamento, mas
eu sou digno).
Porque chamamos certos metais de nobres? Porque são mais resistentes a corrosão, mais
difíceis de serem corrompidos, isto era ser nobre, a palavra significava algo completamente
diferente da nossa concepção moderna de nobreza como um mero título, originalmente esta era a
ideia.
Capítulo 33
Quem sabe lidar com os inimigos internos, porque assim os externos vão ser fáceis, porque
se se enxerga dentro que dirá fora. Dentro é esquivo é obscuro, você não sabe quem é você e quem
é o inimigo, se você conseguiu ver dentro, fora tudo será dado por acréscimo, é muito mais fácil.
Então verdadeiramente corajoso é aquele que vê internamente e sabe definir as coisas, sabe
encontrar o lugar certo das coisas dentro, porque fora fica muito mais claro, mais evidente, quase
que transparece.
Sun tzu diz a brecha da inconsciência é onde corta o fio da espada. (a arte da guerra),
Capítulo 34
Ou seja, a lei divina, vai pro mundo espiritual vai pro material, penetra onde for necessária,
obedece a lei da necessidade, e não rejeita o mundo material, ele não é inferior, é sagrado, céu e
terra ambos são duas expressões da grande mãe, ambos são expressão do divino.
Penetra na mais fina matéria, sobe até o espiritual mais elevado, mais abstrato, está presente
em tudo.
Quanto mais espiritual o ser, menos ele tem a necessidade de estabelecer posse sobre alguma
coisa, porque a partir do momento que ele considera que as coisas e ele são uma coisa só, como eu
vou possuir alguma coisa? É a mesma coisa da minha mão querer possuir o meu pé, não dá os dois
são partes de um corpo só, como eu posso possuir a outra coisa se eu percebo que a outra coisa é
uma parte de mim? Quanto mais eu percebo a unidade, menos eu tenho esse ímpeto de querer
traçar uma reta e colocar as coisas aqui dentro e dizer: são minhas! Isto significa dizer que
ainda haveria um lado de fora, então ainda estaria na dualidade. Quando vamos superando o
sentimento da dualidade, não tem uma linha de dentro e de fora, todas as coisas são parte dele, ele
serve as coisas e trabalha em conjunto com as coisas como a minha mão e o meu pé, nenhum dos
dois pode se sentir dono um do outro, e isso faz com que os seres que são comandados não se
sintam agredidos, não se sintam manipulados por desejos, se existe uma gota de desejo ou de
interesse próprio isso vai ferir.
Ele é pequeno porque não se faz perceber, mas é grande porque tudo que se move a ele se
atribui, algo dentro de nós é assim também, o tao está dentro de nós, é a nossa essência, quem é
você? Você é aquilo que dentro de você é parecido com o tao, este é o verdadeiro você, o resto é
agregado, são arestas a serem aparadas. E isto é intelegere, escolher dentre as coisas que não
somos, aquilo que somos.
A vida é exatamente um palco para que nós procuremos isso, se não estamos procurando isso
ou caminhando para isso, nem entramos no palco da vida, estamos na arquibancada, entrar na vida
é justamente isso, correr atrás, encontrar alguns aspectos, mas não já possuir logo de cara.
Capítulo 35
Existe uma lei que diz que semelhante atrai semelhante. Não há nenhuma formiga nesse
ambiente, mas se eu colocar um monte de açúcar no chão, logo aparecerão várias. Açúcar atrai
formiga, e sabedoria atrai seres humanos de verdade, se você tem um pouquinho e se compromete
em busca-la daqui a pouco tem umas pessoas que se juntam a você, é a lei do universo, aqueles que
necessitam da condição humana estarão batendo na sua porta, é uma atração natural dos seres.
Essa serenidade de alma que ele considera como sinônimo da felicidade humana, o
resto é meramente prazer transitório que não é mal, mas não é suficiente, a verdadeira
felicidade humana, lembra serenidade de coincidirmos com nós mesmos, acharmos o nosso
lugar no mundo!
Não tem nenhum problema em termos prazer, não somos medievais, mas o problema é o
prazer ter a nós, é você abrir mão de tudo para correr atrás do prazer. Chega um determinado
momento que cria tantas necessidades artificiais que troca o teu sentido de vida por elas. E já não
tem mais eixo, já não sabe quem é e começa a ter aquela angústia, aquela amargura, falta do sono
dos justos que tantas vezes nos acomete. Prazer não é pecado, mas ser escravo de necessidades
artificiais sim.
O Tao é algo que não tem fim, ele não é perceptível pelos sentidos físicos, ele é perceptível
pelos sentidos da alma.
O Tao não seduz os desejos físicos, ele induz um desejo de dignidade que é próprio da
consciência humana.
Não seduz os sentidos, flui através da vida.
Estética verdadeira é trampolim para os sentidos da alma: paz, imperturbabilidade.
Essa noção de estética do Tao, é a mesma que Platão falava. Ele dizia que quando olhamos
para uma coisa bela, realmente bela, nós não temos desejo de possuí-la, você não vê a coisa,
você vê através dela e o sentimento que temos é de nostalgia, de saudade de casa, eu já morei
em um lugar onde todas as coisas eram assim, eu pertenço a esse mundo. Imaginem você olhar
para uma paisagem maravilhosa e dizer: eu quero pra mim, vou ver quem é dono destas terras, vou
comprar! Você não sente isso, se você se comove diante do pôr do sol, você não fala vou comprar o
sol! Não tem isso, você sente nostalgia, existe um lugar que é tao harmonioso quanto isto, e eu
pertenço a este lugar e quero voltar para lá, ele diz que a verdadeira beleza você vê através dela e
ela te desperta sentidos internos: de coincidir, de harmonizar, de encontrar seu lugar no mundo.
A estética clássica é um sentido interno e não meramente um sentido físico.
Capítulo 36
Um conto budista
Conta-se que havia um senhor vivia numa casa com vários filhos, e de repente houve um
incêndio dentro do casarão e com todas as crianças pequenas lá dentro. Aí ele pensou se eu for
correr atrás das crianças para leva-las para fora eles não vão entender, eles nunca viram um
incêndio não sabem o que é e o que significa. Eu vou correr atras de um vou perder o outro, eles
vão achar que eu estou brincando de pique-pega, daqui a pouco vou perder todos. Aí ele foi lá pra
fora e começa a gritar: crianças está tendo uma festa aqui fora e estão distribuindo doces! E todos
saem rapidamente e se salvam todos, depois que estão todos lá fora ele explica pra eles o que é
incêndio.
Exemplo dada mãe que aconselha a filha sobre o rapaz!
No Ramayana, que é uma tradição hinduísta diz que a grande arte do rei é saber não dizer
nenhuma palavra a mais, nenhuma palavra a menos do que cada um necessita ouvir para crescer.
As pessoas se arrastam mutuamente, é aquilo que a tradição indiana vai chamar de karma ou
darma coletivo. O fato deu estar subindo com muito entusiasmo vai arrastar gente comigo
(diagonal ascendente), o fato deu estar descendo igualmente entusiasmada vai arrastar gente
comigo(diagonal descendente). As pessoas se unem pelos seus defeitos ou virtudes