O Instituto Da Alienacao Parental
O Instituto Da Alienacao Parental
O Instituto Da Alienacao Parental
CURITIBA
2016
HENRIETTE REGINA HOELLER
CURITIBA
2016
TERMO DE APROVAÇÃO
A Deus em primeiro lugar, que me deu força e saúde para superar obstáculos ao
longo desse curso.
A minha mãe que acompanhou minha luta diária para estudar e trabalhar.
A minha filha Sabrina e meu genro Leandro que sempre me incentivaram quando eu
desanimava e aos filhos Camila e Luan.
E...
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 6
4 A ALIENAÇÃO PARENTAL................................................................... 17
5 CONCLUSÃO........................................................................................ 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 34
6
1 INTRODUÇÃO
Nessa formação familiar também é preciso estar atento para que não ocorra
o estabelecimento da Síndrome de Alienação Parental, tendo em vista que
como ocorre à união de indivíduos que podem adquirir papéis de pai ou
mãe na vida da criança, esse novo núcleo familiar pode predispor que o real
genitor da criança passe a ser "esquecido". Assim, é necessário que se
11
o
§ 1 Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores
o
ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5 ) e, por guarda compartilhada a
responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da
mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos
filhos comuns.
4 A ALIENAÇÃO PARENTAL
o
Art. 2 Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a
sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause
prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
mesmo.
Caroline de Cássia Francisco Buosi (2012) ressalta que nos casos em que a
vítima sofre o abuso sexual, a mesma tem vergonha de narrar tal situação, ao passo
que nas hipóteses em que se coaduna a falsa acusação de abuso sexual, a criança
fica repetindo reiteradamente os fatos articulados, destruindo, definitivamente, os
vínculos com o genitor alienado.
O cônjuge alienador anula (“mata”) a figura dos filhos para que o cônjuge
alienado sofra o vazio da distância e do isolamento (embora os mesmos
estejam vivos). Duplo sacrifício. Mudam os meios empregados de morte,
mas o resultado do luto desejado é sempre igual.
Os mesmos ingredientes que se visualizam na alienação parental atual. O
cônjuge alienador precisa se vingar do cônjuge que passa a ser alienado,
de forma que ele não possa mais encontrar um só instante de paz sobre a
terra. E para isso usa os filhos como instrumento de sua vingança.
Por sua vez, Maria Berenice Dias (2009, p. 418) menciona que a alienação
parental acarreta uma "[...] contradição de sentimentos e destruição do vínculo entre
o genitor e o filho. Restando órfão do genitor alienado, acaba se identificando com o
genitor patológico, passando a aceitar como verdadeiro tudo que lhe é informado".
Além do mais, não se deve olvidar que a prática da alienação parental
prejudica a convivência familiar saudável, constituindo abuso moral em face da
criança. O artigo 3.º, da Lei n.º 12.318, de 26 de agosto de 2010, dispõe acerca da
matéria:
o
Art. 3 A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da
criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a
realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar,
constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento
dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou
guarda.
Rolf Madaleno (2013, p. 467) dispõe que "[...] nos casos severos de
alienação parental, os menores encontram-se extremamente perturbados e as
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visitas são muito difíceis ou sequer ocorrem e o vínculo é totalmente cortado entre o
filho e o genitor alienado [...]".
Por fim, oportuno demonstrar os ensinamentos insertos na obra de Roberto
Palermo (2012), que, dentre outras circunstâncias ali elencadas, ressalta que a
prática reiterada da alienação parental ceifa o direito fundamental da criança em
conviver em um ambiente familiar saudável, na medida em que prejudica a relação
afetiva entre os seus genitores, constituindo, inclusive, abuso moral em face da
criança.
o
Art. 4 Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de
ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou
incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará,
com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias
necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do
adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou
viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso.
Parágrafo único. Assegurar-se-á à criança ou adolescente e ao genitor
garantia mínima de visitação assistida, ressalvados os casos em que há
iminente risco de prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou
do adolescente, atestado por profissional eventualmente designado pelo juiz
para acompanhamento das visitas.
o
Art. 5 Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação
autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia
psicológica ou biopsicossocial.
o
§ 1 O laudo pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou
biopsicossocial, conforme o caso, compreendendo, inclusive, entrevista
pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, histórico do
relacionamento do casal e da separação, cronologia de incidentes,
avaliação da personalidade dos envolvidos e exame da forma como a
criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra
genitor.
o
§ 2 A perícia será realizada por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados, exigido, em qualquer caso, aptidão comprovada por histórico
profissional ou acadêmico para diagnosticar atos de alienação parental.
o
§ 3 O perito ou equipe multidisciplinar designada para verificar a ocorrência
de alienação parental terá prazo de 90 (noventa) dias para apresentação do
laudo, prorrogável exclusivamente por autorização judicial baseada em
justificativa circunstanciada.
deslinde do feito, a qual será feita pela equipe multidisciplinar, mediante entrevistas
e exames documentais, por exemplo, no prazo de noventa dias, sendo possível a
prorrogação do aludido prazo pelo magistrado.
Essa notícia, levada ao Poder Judiciário, gera situação das mais delicadas.
[...]
Mas como o juiz tem a obrigação de assegurar proteção integral, reverte a
guarda ou suspende as visitas e determina a realização de estudos sociais
e psicológicos. Como esses procedimentos são demorados - aliás, fruto da
responsabilidade dos profissionais envolvidos -, durante todo este período
cessa a convivência entre ambos.
Além do mais, o artigo 6.º, da Lei n.º 12.318, de 26 de agosto de 2010, traz
em seu bojo um rol de medidas que visam atenuar ou até mesmo inibir a prática da
alienação parental, como, por exemplo, a advertência, a ampliação do regime de
convivência familiar, a aplicação de multa, a alteração da guarda e, ainda, a
suspensão da autoridade parental, senão vejamos:
o
Art. 6 Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer
conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor,
em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não,
sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla
utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus
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Assim, o genitor que detém a guarda do menor, mas que promova atos de
alienação parental para com o outro genitor, ou qualquer parente, não
demonstra ter a melhor aptidão para o exercício da guarda do menor,
podendo, assim, ser destituído da guarda, ou nem sequer chegar a exercê-
la, quando perceptível o processo de alienação quando da própria fixação
da guarda, ou mesmo posteriormente à sua fixação, possibilitando a
qualquer momento, enquanto a menoridade do filho perdurar, a modificação
da guarda.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA JÚNIOR, Jesualdo. Comentários à lei da alienação parental: lei n.º 12.318,
de 26 de agosto de 2010. Revista síntese de direito de família, vol. 12, n.º 62,
out/nov 2010.
_____. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasileiro de 2002).
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm>.
Acesso em: 31 jul. 2016.
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 5. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2009.
FIUZA, César. Direito civil: curso completo. 13. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2009.
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LÔBO, Paulo. Direito civil: famílias. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
LUZ, Valdemar da. Manual de direito de família. São Paulo: Manole, 2009.
MADALENO, Rolf. Curso de direito de família. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013.
PALERMO, Roberto. Ex-marido, pai presente: dicas para não cair na armadilha da
alienação parental. São Paulo: Mescla, 2012.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil: direito de família. 21. ed.
Rio de Janeiro: Forense, 20163.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: direito de família. 13. ed. São Paulo: Atlas,
2013.