Direito Penal Vol2 5ed
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SUMÁRIO
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BIBLIOGRAFIA 104
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CONCEITO DE PENA
Com a prática do delito surge a pretensão punitiva estatal materializada na sanção penal, a pena
e a medida de segurança são suas espécies.
● Pena: culpabilidade
● Medida de Segurança: periculosidade.
De acordo com Guilherme de Souza Nucci, a pena é a sanção imposta pelo Estado, por meio de
ação penal, ao criminoso como retribuição ao delito perpetrado e prevenção a novos crimes.
Possui duas finalidades, quais sejam:
a) Preventiva: visa evitar a prática de novas infrações penais.
● Prevenção Geral - destina-se a todos integrantes da sociedade
● Prevenção Especial - destina-se ao indivíduo infrator, visa que o mesmo não cometa
novas infrações penais.
b) Repressiva: visa a punição do autor do delito.
a) Princípio da pessoalidade da pena - Art. 5º, XLV, da CRFB/88 - nenhuma pena passará da
pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
b) Princípio da individualização da pena - todo indivíduo tem o direito de ter a pena a ele
aplicada individualmente, consideradas todas as características e condições pessoais,
além de se valorar o que efetivamente fez.
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interno, tendo em vista os crimes domésticos, não cabendo restrições aos legisladores
do Direito Internacional
● de caráter perpétuo;
● de trabalhos forçados;
● de banimento;e
● cruéis;
d) Princípio da inderrogabilidade - a pena não pode deixar de ser aplicada sob nenhum
fundamento.
ESPÉCIES DE PENA
Pena Privativa de Liberdade: são as penas de reclusão, detenção e prisão simples. É a mais
grave, pressupõe a restrição da liberdade do condenado.
Pena Restritiva de Direito: pressupõe a restrição de determinados direitos do condenado.
Multa: é uma pena pecuniária.
Conceito
Nas palavras de Ricardo Andreucci, nas penas privativas de liberdade há diminuição do direito à
liberdade do criminoso, fazendo com que seja ele recolhido a estabelecimento prisional
adequado, de acordo com a espécie e a quantidade de pena fixada. Se subdivide em:
a) Pena de Reclusão (regime fechado, semiaberto ou aberto)
b) Pena de Detenção (somente nos regimes semiaberto e aberto)
c) Pena de Prisão Simples (no caso das contravenções penais)
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Regime Fechado
Regime Semiaberto
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Regime Aberto
Regime Especial
DIREITOS DO PRESO
É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral (Art. 5.º, XLIX, da CF), bem como
o preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as
autoridades o respeito à sua integridade física e moral (Art. 38 do CP).
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TRABALHO DO PRESO
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trabalho.
❖ O preso impossibilitado, por acidente, de
prosseguir no trabalho ou nos estudos
continuará a beneficiar-se com a remição.
Quais as consequências da Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um
prática de falta grave na terço) do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da
remição? data da infração disciplinar.
PROGRESSÃO DE REGIME
● Tempo Máximo da PPL - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não
pode ser superior a 30 (trinta) anos.
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Conceito
São penas alternativas às privativas de liberdade, expressamente previstas em lei, tendo por fim
evitar o encarceramento de determinados criminosos, autores de infrações penais consideradas
mais leves, promovendo-lhes a recuperação através de restrições a certos direitos (Guilherme
Nucci).
ESPÉCIES
Prestação Pecuniária
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Substitutiva: São substitutivas porque derivam da permuta que se faz após a aplicação, na
sentença condenatória, da pena privativa de liberdade. Não há tipos penais prevendo, no preceito
secundário, pena restritiva de direito. Portanto, quando juiz aplicar uma pena privativa de
liberdade, pode substituí-la por uma restritiva, pelo mesmo prazo da primeira (Nucci).
Autonomia: São autônomas porque subsistem por si mesmas após a substituição.
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DA PENA DE MULTA
Conceito
O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário
mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária.
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Do pagamento da Multa
Prazo de Pagamento: A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em
julgado a sentença.
Pagamento em Parcela: A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode
permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.
Desconto do Salário: A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou
salário do condenado quando:
a) aplicada isoladamente;
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
c) concedida a suspensão condicional da pena.
Critério de Fixação: Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação
econômica do réu. A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude
da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
Multa Substitutiva (Vicariante): A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis)
meses, pode ser substituída pela de multa.
DA APLICAÇÃO DA PENA
Considerações Gerais
O Código Penal adotou o sistema trifásico de aplicação da pena, isto é, são três fases utilizadas
para se chegar ao quantum de pena aplicada ao condenado, são elas:
a) 1ª Fase - Circunstâncias Judiciais (Art. 59 do CP)
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Observações Importantes
São 08 (oito) circunstâncias judiciais, são elas, culpabilidade, antecedentes, conduta social,
personalidade do agente, motivos do crime, circunstâncias do crime, consequências do crime,
bem como o comportamento da vítima.
Para cada circunstância judicial seja utilizada a fração de 1/8, pois são oito circunstâncias no art.
59 do CP.
A fração de 1/8 deve ser calculada sobre o resultado da subtração entre a pena máxima e a
mínima do crime julgado. No delito de furto simples (art. 155, caput, do CP), em que a pena
mínima é de um ano e a máxima é de quatro anos (4 - 1 = 3 anos), para cada circunstância
judicial prejudicial, recrudesce-se em 1/8 de 3 anos. E esse quantum incidirá sobre a pena
mínima para obter-se a pena-base.
Circunstâncias Judiciais
urso
(Quadro esquematizado desenvolvido a partir das lições do professor Marcelo Misaka - C
de Sentença Criminal)
3) Conduta Social: Por Conduta Social deve-se entender o comportamento do réu na sua
comunidade (na família, no emprego, no bairro etc.). Deve ter elementos presentes no autos
que atestem tal conduta.
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5) Motivo do Crime: Os motivos do crime são as influências internas e externas que levaram o
sujeito a cometer o delito. Podem ser ou não mais reprováveis.
Considerações Gerais
Nas palavras de Marcelo Misaka, estabelecida a chamada pena-base, na fase seguinte serão
perquiridas as circunstâncias agravantes e atenuantes. No Código Penal há um rol de agravantes
(arts. 61 e 62) e atenuantes (arts. 65 e 66). Doutrina e jurisprudência predominante sustentam
que, tal qual na fase anterior, o juiz está adstrito aos limites mínimos e máximos da pena.
● SÚMULA 231 do STJ - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à
redução da pena abaixo do mínimo legal.
Exasperação da Pena
A jurisprudência tem entendido razoável a fração de 1/6 para cada agravante ou atenuante,
limitados ao mínimo e máximo do preceito secundário.
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Conceito
De acordo com Guilherme Nucci, trata-se de um instituto de política criminal, tendo por fim a
suspensão da execução da pena privativa de liberdade, evitando o recolhimento ao cárcere do
condenado não reincidente, cuja pena não é superior a dois anos (ou quatro, se septuagenário ou
enfermo), sob determinadas condições, fixadas pelo juiz, bem como dentro de um período de
prova predefinido.
Cabimento
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Período de Prova
● Condenado em pena de até 02 (dois) anos (regra geral) - o período de prova será 2 (dois)
a 4 (quatro) anos.
● Condenado em pena não superior a 04 (quatro) anos (condenado maior de setenta anos
de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão) - o período de prova será de 4
(quatro) a 6 (seis) anos.
Forma de Cumprimento
Revogação Obrigatória
Revogação Facultativa
A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta
ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de
liberdade ou restritiva de direitos.
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Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de
liberdade.
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Conceito
Natureza Jurídica
Cabimento
O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual
ou superior a 2 (dois) anos
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Extinção
Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de
liberdade.
Havendo prática de crime durante o livramento condicional, o juiz não poderá declarar extinta a
pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por
crime cometido na vigência do livramento.
EFEITOS DA CONDENAÇÃO
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poder ou violação de dever para com a Administração Pública ou quando for aplicada pena
privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.
b) incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes
dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo
poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado.
c) a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime
doloso.
DA REABILITAÇÃO
Conceito
Reabilitação é a declaração judicial de que estão cumpridas ou extintas as penas impostas ao
sentenciado, que assegura o sigilo dos registros sobre o processo e atinge os efeitos da
condenação (Ricardo Andreucci).
Cabimento
A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de
qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da
suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação.
a) domicílio no País
b) demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado;
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Revogação da Reabilitação
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
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qualquer arranhão, ou porque a ameaça deixa de ser considerada delito que o roubo será afetado
(Nucci).
PRESCRIÇÃO
Conceito
Nas palavras de Ricardo Andreucci, prescrição é a perda do direito de punir do Estado pelo
decurso do tempo. Esse instituto tem sua justificativa no desaparecimento do interesse estatal na
repressão ao crime, em razão do tempo decorrido, já não havendo mais sentido na punição
tardia.
Espécies
Conceito
Ainda nas lições de Ricardo Andreucci, nesse tipo de prescrição, o decurso do tempo faz com
que o Estado perca o jus puniendi (direito de punir), consubstanciado no direito de invocar o
Poder Judiciário para aplicar a sanção ao autor do crime pelo fato cometido.
Prazos
A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, regula-se pelo máximo da pena
privativa de liberdade cominada ao crime.
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São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
Nos termos do Art.111 do CP, a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,
começa a correr:
a) do dia em que o crime se consumou
b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa
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Interromper a prescrição significa recomeçar, por inteiro, o prazo prescricional. Ex.: se após o
decurso de 2 anos do lapso prescricional, de um total de 4, houver a ocorrência de uma causa
interruptiva, o prazo recomeça a correr integralmente (Guilherme Nucci). O rol de causas que
interrompem a prescrição é taxativo, são elas:
a) recebimento da denúncia ou da queixa
b) decisão de pronúncia (tribunal do júri)
c) decisão confirmatória da pronúncia (hipótese de o tribunal pronunciar o réu, anteriormente
impronunciado ou absolvido sumariamente pelo juiz)
d) publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis
e) início ou continuação do cumprimento da pena
f) reincidência
Observações Importantes
● a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime,
exceto nos casos de início ou continuação do cumprimento da pena ou reincidência.
● nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a
interrupção relativa a qualquer deles (ex.: Homicídio e Porte Ilegal de Arma de Fogo, com a
decisão de pronúncia do réu, a interrupção da prescrição atinge o crime principal,
homicídio, bem como o crime conexo, Porte Ilegal de Arma de Fogo)
● Com a interrupção da prescrição, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da
interrupção, exceto no caso de início ou continuação do cumprimento da pena.
Conceito
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Na prescrição da pretensão executória, o decurso do tempo sem o exercício do jus puniendi faz
com que o Estado perca o direito de executar a sanção imposta pela sentença condenatória.
ocorre após o trânsito em julgado da sentença condenatória (Ricardo Andreucci).
Prazos
A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada
e verifica-se nos prazos fixados para a prescrição da pretensão punitiva, os quais se aumentam
de um terço, se o condenado é reincidente.
Assim sendo:
Se Mévio (não reincidente) é condenado a 4 (quatro) anos pela prática de roubo simples o prazo
prescricional será determinado pela pena imposta na sentença condenatória, atingindo o seu
reconhecimento apenas o efeito principal da condenação (sanção) e não os efeitos secundários,
nesse caso, o prazo prescricional será de 08 (oito) anos para executar a sentença condenatória.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
É a prescrição da pretensão punitiva, com base na pena aplicada, com trânsito em julgado para a
acusação ou desde que improvido seu recurso, que ocorre entre a sentença condenatória e o
trânsito em julgado desta (Guilherme Nucci).
PRESCRIÇÃO RETROATIVA
Para a verificação da prescrição retroativa, deve-se tomar a pena em concreto aplicada ao réu e,
em seguida, adequá-la a um dos prazos estabelecidos nos incisos do art. 109. Encontrado o
valor, deve-se tentar colocá-lo entre a data do recebimento da denúncia ou queixa e a data da
publicação da sentença condenatória (Ricardo Andreucci).
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Executória
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Constituição Federal de 1988: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]
Pacto de San José da Costa Rica: Art. 4º Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua
vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção.
Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948: Artigo 3º Todo o homem tem direito à vida,
à liberdade e à segurança pessoal.
Pessoa Humana (Vida Extrauterina): é toda pessoa que possui personalidade jurídica de acordo
com a lei civil, nesse sentido, personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida (Art.
2º, 1ª parte, do Código Civil).
● Crimes Aplicáveis
➔ Homicídio (Doloso e Culposo)
➔ Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio.
➔ Infanticídio.
Nascituro (Vida Intrauterina): é todo aquele que ainda não nasceu com vida, mas que está em
desenvolvimento no útero materno, por conseguinte, a lei põe a salvo, desde a concepção, os
direitos do nascituro (Art. 2º, 1ª parte, do Código Civil).
● Crimes Aplicáveis
➔ Aborto
Conceito: De acordo com Celso Delmanto, o homicídio é a eliminação da vida de uma pessoa
praticada por outra. Consiste no simples fato de matar (núcleo do tipo) alguém (objeto material).
Modalidades:
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Homicídio
Privilegiado (Art. Ocorre quando o agente comete o crime impelido (dominado) por:
o CP)
121, § 1º, d
a) motivo de relevante valor social ou moral
● Valor Moral: diz respeito aos interesses pessoais do
agente (ex.: o pai mata o agente que estuprou sua
filha).
● Valor Social: diz respeito ao motivo nobre ligado a
questões de interesse coletivo (ex.: matar alguém que
tenha traído a pátria).
b) sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima.
● Fórmula = injusta provocação + emoção violenta +
reação em seguida
● Violenta emoção: quando o sujeito está dominado
pela excitação dos seus sentimentos (ódio, desejo de
vingança, amor exacerbado, ciúme intenso) e foi
injustamente provocado pela vítima, momentos antes
de tirar-lhe a vida (Nucci).
Efeito:
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Feminicídio (Art. Também qualifica o homicídio quando praticado contra a mulher por
121, § 2°, VI, do razões da condição de sexo feminino.
CP)
Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando
o crime envolve:
Majorantes
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Face de Agentes autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
da Segurança Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Pública e Forças Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela,
Armadas (Art. ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
121, § 2°, VII, do terceiro grau, em razão dessa condição.
CP)
Forças Armadas: Constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica (Art. 142 da CF/88).
Tipo Objetivo: Pode ser praticado mediante ação (modalidade comissiva) ou omissão
(modalidade omissiva), nos casos em que há o dever jurídico de agir.
Majorantes: a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor
de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
Perdão Judicial: Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as
conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal
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se torne desnecessária.
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Conceito: Consiste em induzir ou instigar (núcleo do tipo) alguém (objeto material) a suicidar-se
ou prestar-lhe auxílio para que o faça. Nas reflexões de Celso Delmanto, embora o suicídio não
seja ilícito penal, a lei pune o comportamento de quem induz, instiga ou auxilia outrem a
suicidar-se.
Das Penas:
● Se o suicídio se consuma - pena de reclusão de dois a seis anos (não admite sursis
processual)
● Se resulta em lesão corporal de natureza grave - pena de reclusão de um a três anos
(admite sursis processual)
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa (desde que tenha discernimento, senão o crime poderá ser
homicídio).
Núcleos do Tipo:
● Induzir - é o mesmo que incitar.
● Instigar - consiste em estimular ideia já existente.
● Auxiliar - consiste em ajudar materialmente.
Consumação: Com a morte da vítima ou ocorrência de lesão corporal grave (crime material).
Conceito: consiste em matar (núcleo do tipo), sob a influência do estado puerperal (elemento
fisiopsicológico), o próprio filho (Objeto Material), durante o parto ou logo após (elemento
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normativo temporal).
Delmanto define como um crime semelhante ao homicídio, que recebe, porém, especial
diminuição de pena por motivos fisiopsicológicos (influência do estado puerperal).
a) a parturiente e o terceiro executam a conduta núcleo do tipo do art. 123, ou seja, ambos
praticam comportamentos no sentido de causar a morte do recém-nascido
b) somente a parturiente executa a conduta de matar o próprio filho, com a participação do
terceiro
c) somente o terceiro executa a conduta de matar o filho da parturiente, contando com o
auxílio desta
Conceito: Aborto, para efeitos penais, é a interrupção intencional do processo de gravidez, com
a morte do feto (Celso Delmanto).
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Do começo da tutela penal da vida humana intrauterina: Entende-se pelo início da gravidez, por
conseguinte, a proteção penal ocorre desde a fase em que as células germinais se fundem,
com a resultante constituição do ovo, até aquela em que se inicia o processo de parto (Damásio
de Jesus).
Modalidades:
a) Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento (Art. 124 do CP)
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Sujeito Ativo:
a) Gestante: No autoaborto (art. 124, primeira parte), ou no aborto consentido (art. 124,
segunda parte).
b) Terceiro: Nos crimes dos arts. 125 e 126 do CP.
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CONSIDERAÇÕES GERAIS
De acordo com Guilherme de Souza Nucci, as lesões corporais se constituem uma ofensa física
voltada à integridade ou à saúde do corpo humano. Não se enquadra neste tipo penal qualquer
ofensa moral. Para a configuração do tipo é preciso que a vítima sofra algum dano ao seu corpo,
alterando-se interna ou externamente, podendo, ainda, abranger qualquer modificação prejudicial
à sua saúde, transfigurando-se qualquer função orgânica ou causando-lhe abalos psíquicos
comprometedores.
Núcleo do Tipo
Consiste em ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem (Art. 129 do CP). A ofensa é
deve ser dirigida da outra pessoa, não se pune a autolesão no direito penal, salvo quando o
agente, pretendendo obter indenização ou valor de seguro, fere o próprio corpo, mutilando-se
(crime de estelionato).
MODALIDADES
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APOSTILA
Hipóteses:
a) Incapacidade permanente para o trabalho;
● Trata-se da inaptidão duradoura para exercer qualquer atividade laborativa lícita
(Nucci)
● O conceito é econômico e a expressão “trabalho” costuma ser entendida em sentido
genérico (Celso Delmanto)
b) Enfermidade incurável;
● De acordo com Celso Delmanto, é a doença (física ou mental) cuja curabilidade não
é alcançada pela Medicina, em seus recursos e conhecimentos atuais.
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APOSTILA
● Uma vez condenado o autor da agressão por lesão gravíssima, consistente em ter
gerado ao ofendido uma enfermidade incurável, não cabe revisão criminal caso a
medicina evolua, permitindo a reversão da doença (Nucci).
c) Perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
● De acordo com Guilherme Nucci, a perda implica destruição ou privação de algum
membro (ex.: corte de um braço), sentido (ex.: aniquilamento dos olhos) ou função
(ex.: ablação da bolsa escrotal, impedindo a função reprodutora);
● Inutilização quer dizer falta de utilidade.
d) Deformidade permanente;
● A lei requer que ela seja permanente, isto é, indelével e irrecuperável pela atuação
do tempo ou da Medicina (Celso Delmanto).
● É posição majoritária a exigência de ser a lesão visível, causadora de
constrangimento ou vexame à vítima, e irreparável. Citam-se como exemplos as
cicatrizes de larga extensão em regiões visíveis do corpo humano, que possam
provocar reações de desagrado ou piedade (tais como as causadas pela
vitriolagem, isto é, o lançamento de ácido no ofendido), ou a perda de orelhas,
mutilação grave do nariz, entre outros (Guilherme Nucci - embora o autor discorde
de tal posição majoritária em sua obra).
e) Aborto:
● É necessário que o resultado qualificador (aborto) ocorra na forma culposa (já que o
dolo é de lesionar)
º , do CP)
Lesão corporal seguida de morte (Art. 129, § 3
● Ocorre quando a lesão resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis
o resultado (dolo direto), nem assumiu o risco de produzí-lo (dolo eventual).
● O legislador deixou nítida a exigência de dolo no antecedente (lesão corporal) e somente a
forma culposa no evento subsequente (morte da vítima).
Lesão corporal seguida de privilegiada (Art. 129, § § 4° e 5° , do CP)
● Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob
o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode
reduzir a pena de um sexto a um terço. A pena, não havendo lesões graves, poderá ser
substituída por multa.
● A pena será substituída por multa, se as lesões são recíprocas, ausente a gravidade das
mesmas.
Admite a modalidade Culposa: Tratando-se de lesão corporal culposa, não há forma grave nem
gravíssima.
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APOSTILA
● O crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de
segurança, ou por grupo de extermínio.
Lesão Corporal praticada em contexto de Violência Doméstica (Art. 129, § 7º, do CP)
● Súmula 542 do STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.
● Súmula 588 do STJ: “A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com
violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena
privativa de liberdade por restritiva de direitos”.
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APOSTILA
● A pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de
deficiência.
● A lesão corporal grave, gravíssima ou seguida de morte, praticada no contexto de violência
doméstica, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
É aquela praticada contra autoridade ou agente membros das forças armadas, da segurança
pública e integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício
da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo
até terceiro grau, em razão dessa condição,
Sujeito Ativo
Pode ser qualquer pessoa (crime comum)
Sujeito Passivo
Também qualquer pessoa, salvo nas figuras dolosas qualificadas do § 1º, IV, e do § 2º, V, em que
deve ser mulher grávida, e nas figuras dos §§ 9º e 10, em que deve ser ascendente,
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou quem conviva ou tenha convivido com o
agente, ou, ainda, pessoa em relação à qual o agente haja se prevalecido de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade (Celso Delmanto).
Consumação e Tentativa
O crime de lesão corporal se consuma com a ofensa à integridade corporal ou à saúde física ou
mental da vítima. É possível a tentativa
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APOSTILA
Conceito
Furto é a subtração de coisa alheia móvel com o fim de apoderar-se dela, de modo definitivo
(Celso Delmanto). No mesmo sentido, Guilherme Nucci entende que furtar significa apoderar-se
ou assenhorear-se de coisa pertencente a outrem, ou seja, tornar-se senhor ou dono daquilo que,
juridicamente, não lhe pertence.
MODALIDADES DE FURTO
Casuística
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APOSTILA
a) Furto de cadáver
● Se estiverem sendo utilizados em pesquisas ou tiverem
caráter econômico (Crime de Furto).
● Nas demais hipóteses, ausente o caráter econômico
(crime contra o respeito aos mortos).
b) Furto de coisas abandonadas (res derelicta) não pertencentes a
ninguém (res nullius) ou perdidas (res deperdita)
● Não se configurará no delito de furto a subtração, assim
sendo, Além de móvel, ou seja, passível de remoção, a
coisa, obrigatoriamente, deverá ser considerada alheia,
isto é, pertencente a alguém que não aquele que a
subtrai (Greco)
c) Furto de Uso
● Não se trata de crime de furto, é necessário o ânimo de
assenhoreamento. Guilherme Nucci explica se o agente
retirar a coisa da posse da vítima apenas para usar por
pouco tempo, devolvendo-a intacta, é de se considerar
não ter havido crime. É indispensável, entretanto, para a
caracterização do furto de uso, a devolução da coisa no
estado original, sem perda ou destruição do todo ou de
parte.
d) Furto sob vigilância
● É possível a consumação do delito de furto, ainda que
haja vigilância por meios eletrônicos no local dos fatos.
Vale dizer, a existência de sistema de segurança não
torna, por si só, o crime impossível (AgRg no REsp
1413041-MG, 6.ª T., rel. Rogerio Schietti Cruz,
24.03.2015, v.u.)
e) Furto Famélico
● De acordo com Nucci, é a hipótese de se subtrair
alimento para saciar a fome. Pode, em tese, constituir
estado de necessidade.
f) Furto de Imagem
● Não configura o crime de Furto. Diz Nucci que a coisa,
objeto do delito, deve ser palpável, não podendo tratar-se
de uma imagem, como a captada por meio de uma foto
ou filme.
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Justificativa da majorante
Critério Psicossociológico
Furto Privilegiado
(Art. 155, § 2º, do CP) Conceito
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APOSTILA
É possível quando:
● O criminoso é primário (não seja reincidente)
● A coisa furtada é de pequeno valor (A doutrina e a
jurisprudência convencionaram que, por pequeno valor deve ser
entendido aquele que gira em torno de um salário mínimo)
Consequência Jurídica
O Juiz poderá:
● substituir a pena de reclusão pela de detenção
● diminuí-la de um a dois terços
● aplicar somente a pena de multa.
Furto Qualificado
(Art. 155, § 4º, do CP) Hipóteses
a) Destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa
● Conceito de Obstáculo - De acordo com Rogério Greco,
considera-se obstáculo tudo aquilo que tenha a finalidade
precípua de proteger a coisa e que também não seja a
ela naturalmente inerente.
● Necessidade de Prova Pericial - tratando-se de furto
qualificado pelo rompimento de obstáculo, de delito que
deixa vestígio, torna-se indispensável a realização de
perícia para a sua comprovação, a qual somente pode
ser suprida por prova testemunhal quando
desaparecerem os vestígios de seu cometimento ou
esses não puderem ser constatados pelos peritos
(Informativo nº 481 - STJ).
● Modalidades - Destruir (agente destrói o obstáculo, ou
seja, usa de violência contra a coisa, destruindo,
eliminando ou fazendo desaparecer aquilo que o impedia
de levar a efeito a subtração) e Romper (De acordo com
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Considerações Gerais
Perigo Comum
Furto de veículo
automotor (Art. 155, Conceito
§ 5º, do CP) Ocorre quando a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior. Guilherme Nucci
ressalta que há de ter um motor de propulsão, circulando por seus
próprios meios. Pode ser um automóvel, um barco, uma moto, entre
outros.
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Furto de semovente
domesticável de Conceito
produção (Art. 155, § Ocorre quando a subtração for de semovente domesticável de
5º, do CP)
produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração (Abigeato).
Sujeitos Crime
Objeto Material
Deve ser coisa móvel, a energia elétrica ou outras de valor econômico, v.g., energia solar, a
térmica, a sonora, a atômica, a mecânica, e a genética são equiparadas a coisa móvel (CP, art.
155, § 3º)
Consumação e Tentativa
De acordo com o STF e o STJ, a consumação do crime de furto ocorre com a mera inversão da
posse, não se exigindo que ela seja mansa e pacífica (Teoria da Amotio).
De acordo com as lições de Rogério Greco, quatro são as teorias que buscam explicar o
momento consumativo do crime de furto, quais sejam:
a) Teoria da contrectatio: entendia como consumado o furto quando o agente simplesmente
tocava na coisa com a finalidade de subtraí la, mesmo que não conseguisse removê-la do
local em que se encontrava.
b) Teoria da illactio: a consumação do furto exigia, para a sua configuração, o fato de
conseguir o agente levar o objeto ao lugar que era destinado.
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Conceito
De acordo com Guilherme de Souza Nucci, o roubo nada mais é do que um furto associado a
outras figuras típicas, como as originárias do emprego de violência ou de grave ameaça (Crime
Complexo).
Sujeito ativo
Sujeito passivo
Pode ser:
a) O proprietário da coisa (aquele que tem os poderes de disposição, uso, gozo e
reivindicação da coisa)
b) O possuidor da coisa (todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos
poderes inerentes à propriedade)
c) O detentor (aquele que possui a coisa de forma precária)
d) A pessoa atingida pela violência ou grave ameaça, mesmo que não seja titular do direito
patrimonial protegido.
Princípio da Insignificância
Elemento subjetivo
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APOSTILA
a) Roubo próprio (art. 157, caput): A conduta incriminada é subtrair, que significa assenhorear
se da coisa retirando a de quem a possua. A subtração, utilizando as ideias do professor
Ricardo Andreucci, deve ser:
● com o emprego de violência (emprego de força física — lesão corporal ou vias de fato)
● grave ameaça (intimidação, prenúncio de um mal, que deve ser injusto e grave)
● qualquer outro meio capaz de reduzir a vítima à impossibilidade de resistência
(embriaguez, intoxicação por drogas, soníferos, anestésicos, hipnose etc.).
b) Roubo impróprio (art. 157, § 1º): O agente, logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro.
Conceito: São circunstâncias trazidas pelo legislador que majoram a pena base, não estabelecem
novos limites mínimo e máximo de pena, apenas um acréscimo ao quantum de pena estabelecido
na pena base.
Acréscimos Legais:
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APOSTILA
Tipos
a) Roubo Qualificado em face de Lesão Corporal de Natureza Grave: a pena é de reclusão de
7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
b) Roubo Qualificado em face da morte (Latrocínio): a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30
(trinta) anos, e multa.
QUADRO ESQUEMATIZADO
ROUBO (ART. 157 do CP) CONCEITOS IMPORTANTES
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● a impunidade do crime
● a detenção da coisa subtraída.
Tipos de Aumento:
1/3 da pena
2/3 da pena
● se há destruição ou rompimento de
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ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO Previsão Legal: Art. 157, § 3º, do CP
Hipóteses:
Observações Importantes
● O Latrocínio é considerado crime hediondo, vide Art. 1º, III, da Lei de Crimes Hediondos.
● As causas especiais de aumento de pena previstas para os crimes de roubo, inscritas no §
2º e §2º-A do art. 157 do CP, não são aplicáveis em nenhuma das hipóteses contidas no §
3º.
● A consumação do crime de roubo se perfaz no momento em que o agente se torna
possuidor da res furtiva, subtraída mediante violência ou grave ameaça,
independentemente de sua posse mansa e pacífica ( BITENCOURT, 2019, p. 140).
➔ Súmula 582 do STJ - “Consuma-se o crime de roubo com a inversão
da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça,
ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao
agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse
mansa e pacífica ou desvigiada.
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EXTORSÃO
Conceito
Consiste em constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de
fazer alguma coisa.
Para Nucci (2019, p. 984), constranger significa tolher a liberdade, forçando alguém a fazer
alguma coisa. É justamente a diferença do roubo, cujo núcleo é subtrair, demonstrando que o
agente prescinde da colaboração da vítima, pois tem o bem ao seu alcance.
Trata-se de crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. Sujeito passivo será a
vítima da violência física ou grave ameaça e o que sofrer prejuízo.
Elemento subjetivo
Consumação e tentativa
A consumação, sendo a extorsão crime formal, ocorre com o comportamento positivo ou negativo
da vítima, fazendo, deixando de fazer ou tolerando que se faça alguma coisa. Não é necessária à
consumação a obtenção de indevida vantagem econômica pelo agente (Ricardo Andreucci).
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APOSTILA
Sequestro relâmpago
Nas palavras de Celso Delmanto, a intenção do legislador, com a presente qualificadora, foi de
punir severamente os casos de “sequestro relâmpago”, em que a vítima é constrangida a entregar
dinheiro ou valores, mediante restrição da sua liberdade (geralmente praticada no próprio
automóvel da vítima).
Conceito
Consiste em sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
como condição ou preço do resgate.
É hediondo o crime de extorsão mediante sequestro, tanto em sua forma simples (caput) quanto
nas qualificadas (§§ 1º a 3º).
Trata-se de crime comum, assim sendo, os sujeitos ativo e passivo podem ser qualquer pessoa.
Elemento subjetivo
A extorsão mediante sequestro é crime doloso. Exige-se para a sua configuração o ato de
sequestrar acrescido da finalidade especial de obtenção de vantagem patrimonial.
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Não havendo a intenção (dolo) do agente em obter vantagem patrimonial, a conduta criminosa
constitui crime autônomo (art. 148, CP), quando a finalidade do agente é, realmente, insular a
vítima (Nucci).
Extorsão mediante sequestro = Sequestrar (tirar a liberdade, isolar, reter a pessoa) + Finalidade
Específica (Obtenção de vantagem patrimonial).
Consumação e tentativa
Consuma-se com o sequestro da vítima, ou seja, com a privação da liberdade do ofendido por
espaço de tempo que tenha alguma relevância jurídica (do contrário, o crime será de extorsão
qualificada - art. 158, §3º, do CP);
Qualificadoras
Qualificadoras
É uma modalidade de extorsão no qual o sujeito ativo do crime exige ou recebe como garantia de
dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal
contra a vítima ou contra terceiro.
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APOSTILA
CRIME DE DANO
Conceito
E aquele que desaparece a coisa alheia? Não comete o crime de dano (ausência de
destruição, inutilização ou deterioração), também não responde pelo delito de furto por ausência
da finalidade específica, qual seja, “subtrair para si”. A solução seria a responsabilidade civil do
agente, no raciocínio de Nucci.
Objeto Material
Sujeitos do Crime
Elemento Subjetivo
A doutrina e a jurisprudência vem entendendo que deve haver por parte do agente a finalidade
específica de causar prejuízo patrimonial à vítima, por conseguinte, o delito de dano ao
patrimônio público, quando praticado por preso para facilitar a fuga da prisão, exige o dolo
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APOSTILA
específico (animus nocendi) de causar prejuízo ou dano ao bem público (STJ, HC 162.662/MG,
Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª T., DJe 03/08/2015).
Exame Pericial
O crime de Dano, que consiste em destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia é crime material
que sempre deixa vestígios, sendo indispensável o exame de corpo de delito p ara comprovar a
materialidade delitiva (STJ, HC 274431/SE, Relª Minª Laurita Vaz, 5ª T., DJe 1º/7/2014).
Consumação e Tentativa
Consuma-se como efeito danoso, isto é, com a destruição, inutilização ou deterioração de coisa
alheia. Admite-se a tentativa.
Modalidades Qualificadas
Qualificadoras
A violência à pessoa ou a grave ameaça deve ser empregada com o fim de destruir, inutilizar
ou deteriorar coisa alheia, se a violência à pessoa ou a grave ameaça for empregada depois da
consumação do delito de dano, não poderá ser aplicada a qualificadora (Rogério Greco)
Com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais
grave
De acordo com Celso Delmanto, deve ser meio para o cometimento do delito de dano; esta
qualificadora é expressamente subsidiária - “se o fato não constitui crime mais grave”
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APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Conceito
Elementos Importantes
Proprietário - O proprietário é aquele que tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Possuidor - Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de
algum dos poderes inerentes à propriedade (Art. 1.196 do CC).
Detentor - Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com
outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas (Art.
1.198 do CC).
Convalidação da Posse
A apropriação indébita constitui-se posse precária, não passível de convalidação, assim sendo,
não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância (POSSE PRECÁRIA) assim como
não autorizam a sua aquisição os atos violentos (POSSE VIOLENTA), ou clandestinos (POSSE
CLANDESTINA), senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade (Art. 1.208 do CC).
O Código Civil só faz uma ressalva em relação a violência e a clandestinidade, assim sendo:
● Posse Violenta - ROUBO --- pode ser convalidada
● Posse Clandestina - FURTO --- pode ser convalidada
● Posse Precária - APROPRIAÇÃO INDÉBITA --- não pode ser convalidada
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O sujeito ativo é a pessoa que tem a posse ou a detenção de coisa alheia; o sujeito passivo é o
senhor da coisa dada ao sujeito ativo (Guilherme Nucci).
Elemento subjetivo
É o dolo. Não existe a forma culposa, por conseguinte, o agente que por imprudência ou
negligência desaparece com coisa alheia da qual tinha a posse ou a detenção não responderá
por crime algum, cabendo, in casu, somente a responsabilização civil do mesmo. Nesse sentido,
posicionamento interessante do STJ colacionado abaixo:
No caso, pode-se afirmar que o paciente foi displicente, negligente mesmo com a coisa que lhe
foi emprestada, pois em vez de embriagar-se a ponto de esquecer onde deixara a bicicleta que
não era dele, deveria ter feito suas compras e prontamente devolvido o veículo ao proprietário.
Sua conduta poderia se encaixar numa modalidade culposa, mas fica a anos luz do dolo exigido
para configurar a apropriação indébita descrita no Código Penal” (HC 92.828-MS, 6.ª T., rel.
Nilson Naves, 05.11.2009, v.u.).
Consumação
Apropriação indébita consuma-se com a inversão da posse, demonstrada pelo ato de dispor da
coisa como se dono fosse ou pela negativa em devolvê-la.
ESTELIONATO
Conceito
O estelionato (art. 171 do CP) se aperfeiçoa quando o agente obtém vantagem ilícita, em prejuízo
alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro mediante o emprego de fraude.
● Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
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ELEMENTAR CONCEITO
mediante artifício, ardil, ou qualquer outro Artifício - é toda astuta alteração da verdade,
meio fraudulento quer simulando o agente o que não existe
(v.g., riqueza, qualidades, enfermidades), quer
dissimulando a realidade, como, por exemplo,
quando oculta seu estado de insolvência.
Consiste na fraude material, o agente se utiliza
algum instrumento ou objeto para enganar a
vítima.
Ardil - É a fraude moral, representada pela
conversa enganosa. É a astuta aplicação de
meios enganosos, revestida de uma forma
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Quadro esquematizado feito com base nas lições dos professores Guilherme de Souza Nucci, Cleber Masson e Luiz
Régis Prado, in fine referenciados.
De acordo com Celso Delmanto, o Sujeito passivo poderá ser qualquer pessoa, mas deve ser
determinada, porquanto não há estelionato contra pessoa incerta, assinalando-se que podem
existir dois sujeitos passi- vos, no caso de a pessoa enganada ser diversa da prejudicada.
Elemento subjetivo
O elemento subjetivo consiste no dolo, direcionado a uma finalidade especial, qual seja, a
obtenção de vantagem indevida, para si ou para outrem.
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APOSTILA
Falso e estelionato
Súmula 17 do STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é
por este absorvido.
Consumação
Crime de Duplo Resultado, assim sendo, temos como possíveis resultados a(o):
● Lesão Patrimonial
● Prejuízo ao Ofendido
Objeto Material
● Coisa Alheia
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APOSTILA
Objeto Material
● Coisa Própria Inalienável - Aquela que
não pode ser vendida em razão de
disposição legal ou convenção.
Ad exemplum:
● Legal - bem da família (art.
1.717, CC)
● Convencional - cláusula
inserida na doação ou no
testamento (art. 1.911, CC).
● Coisa Própria Gravada de Ônus -
hipoteca, a anticrese, o penhor, as
servidões, o usufruto, o uso, o direito do
promitente comprador e a habitação
● Coisa Própria Litigiosa - coisa sobre a
qual recaia demanda judicial
● Imóvel que prometeu vender a terceiro,
mediante pagamento em prestações
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APOSTILA
Conceito de Penhor
● Consiste na transferência efetiva da
posse que, em garantia do débito ao
credor ou a quem o represente, faz o
devedor, ou alguém por ele, de uma
coisa móvel, suscetível de alienação
(Art. 1.431 do CC).
● É possível que as coisas empenhadas
continuem em poder do devedor, que
as deve guardar e conservar (Art.
1.431, p.ú., do CC). Nesse caso haverá
aplicação do crime em comento.
Objeto Material
● É a coisa móvel.
Sujeito Ativo
Conforme relatado anteriormente, somente a
modalidade de penhor disciplinada no Art.
1.431, p.ú., do CC será objeto do crime em
questão, por conseguinte, o sujeito ativo será
o devedor que estava na posse da coisa
móvel.
Objeto Material
● Coisa móvel ou imóvel
Observações Importantes
● O crime pressupõe a existência de
negócio jurídico envolvendo duas
pessoas, no qual o sujeito responsável
pela entrega do objeto material
fraudulentamente o modifica,
entregando em seguida a vítima.
● O mero inadimplemento contratual não
caracteriza o delito.
● A obrigação pode decorrer da lei,
contrato ou ordem judicial.
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APOSTILA
Fraude no pagamento por meio de cheque Disposição Legal: Art. 171, IV, do CP
emite cheque, sem suficiente provisão de
fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento.
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APOSTILA
Súmulas
Súmula 246 do STF - Comprovado não ter
havido fraude, não se configura o crime de
emissão de cheque sem fundos.
● O animus lucri faciendi (intenção
de fraudar) é indispensável para
a caracterização do delito. Do
contrário, só será caso de
inadimplemento contratual.
Súmula 521 do STF - O foro competente para
o processo e julgamento dos crimes de
estelionato, sob a modalidade da emissão
dolosa de cheque sem provisão de fundos, é o
do local onde se deu a recusa do pagamento
pelo sacado.
Súmula 554 do STF. O pagamento de cheque
emitido sem provisão de fundos, após o
recebimento da denúncia, não obsta ao
prosseguimento da ação penal.
● Se antes do recebimento da
denúncia, restará, por
conseguinte, a ausência de justa
causa para o ajuizamento da
ação penal.
Súmula 244 do STJ - Compete ao foro do local
da recusa processar e julgar o crime de
estelionato mediante cheque sem provisão de
fundos.
Quadro esquematizado feito com base nas lições dos professores Guilherme de Souza Nucci, Cleber Masson e Luiz
Régis Prado, in fine referenciados.
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APOSTILA
RECEPTAÇÃO
Conceito
Espécies
RECEPTAÇÃO CARACTERÍSTICAS
(ESPÉCIES)
Receptação dolosa a) própria (art. 180, caput, 1ª parte, do CP): consiste em adquirir,
simples receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito pró, admite-se
tentativa (crime material). Admite-se tentativa.
b) imprópria (art. 180, caput, 2ª parte, do CP): influir para que terceiro,
de boa-fé, a adquira, receba ou oculte (crime formal). Não admite
tentativa.
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APOSTILA
Receptação Culposa Consiste em adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
(Art. 180, § 3º, do CP) desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a
oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso.
Sujeitos do Crime
● Sujeito Ativo - Pode ser qualquer pessoa (crime comum). Nucci adverte que o sujeito que
foi coautor ou partícipe do delito antecedente, por meio do qual obteve a coisa, não
responde por receptação, mas somente pelo que anteriormente cometeu.
● Sujeito Passivo - O sujeito passivo necessita ser o proprietário ou possuidor da coisa
produto de crime.
Objeto Material
Elemento Subjetivo
Consumação e Tentativa
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IMUNIDADE PENAL
Conceito
Nas palavras de Guilherme Nucci, imunidade é um privilégio de natureza pessoal, desfrutado por
alguém em razão do cargo ou da função exercida, bem como por conta de alguma condição ou
circunstância de caráter pessoal. No âmbito penal, trata-se (art. 181) de uma escusa absolutória,
condição negativa de punibilidade ou causa pessoal de exclusão da pena.
Justificativa
Ainda nas lições de Nucci, o fundamento justificador é de política criminal, levando em conta
motivos de ordem utilitária e baseando-se na circunstância de existirem laços familiares ou
afetivos entre os envolvidos, o legislador houve por bem afastar a punibilidade de determinadas
pessoas.
Hipóteses de Incidência
Regra Geral: É isento de pena quem comete qualquer dos crimes patrimônio contra
● O cônjuge, na constância da sociedade conjugal.
● O ascendente ou descendente, seja civil ou natural.
Exceção: Não se aplica a regra retromencionada
● Se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave
ameaça ou violência à pessoa;
● Ao estranho que participa do crime.
● Se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Necessidade de representação
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APOSTILA
ESTUPRO
Conceito
Consiste em constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou
a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso (Art. 213 do CP).
Objeto Material
O Objeto Material é a pessoa contra a qual é dirigida a conduta praticada pelo agente.
Meios de Execução
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APOSTILA
Pluralidade Típica
De acordo com Masson (2018, p. 894), o tipo penal de Estupro contém 03 (três) condutas típicas,
são elas:
a) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal: A
vítima, homem ou mulher, é obrigada , em razão da violência ou grave ameaça à prática
da conjunção carnal - nesse caso é indispensável a relação heterossexual.
b) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar outro ato libidinoso:
Nesse caso o papel da vítima é ativo, pois ela pratica algum ato libidinoso nela própria ou
em terceiro, pode ser heterossexual ou homossexual.
c) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a permitir que com ele se
pratique outro ato libidinoso: Nesse caso o papel da vítima é passivo, pois permite que nela
se pratique um ato libidinoso.
Objetividade jurídica
Sujeito ativo
Elemento subjetivo
Nas palavras de Guilherme Nucci, o elemento subjetivo do crime de estupro consiste no dolo.
Não existe a forma culposa. Há, também, a presença do elemento subjetivo do tipo específico,
consistente na finalidade de obter a conjunção carnal ou outro ato libidinoso, satisfazendo a
lascívia.
Consumação e tentativa
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APOSTILA
a) Quando a conduta do agente for dirigida finalisticamente a ter conjunção carnal: com a
efetiva penetração do pênis do homem na vagina da mulher, não importando se total ou
parcial, não havendo, inclusive, necessidade de ejaculação.
b) Quando a conduta do agente for obriga a vítima a praticar ou permitir que com ela se
pratique outro ato libidinoso diverso da conjunção carnal: com a prática do ato libidinoso,
ativa ou passivamente.
Espécies
QUALIFICADO PELA LESÃO CORPORAL DE Definição Legal: Art. 213, § 1º, 1ª parte, do CP
NATUREZA GRAVE
Ingressam as lesões corporais graves e
também as lesões corporais gravíssimas
As vias de fato e as lesões leves são
absorvidas pelo crime sexual
A lesão de natureza grave há de ser produzida
na vítima do estupro
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QUALIFICADO PELA IDADE DA VÍTIMA Definição Legal: Art. 213, § 1º, 2ª parte, do CP
● Fundamenta-se na maior
reprovabilidade da conduta e na
facilidade para execução do delito, em
face da reduzida capacidade de
resistência do ofendido, bem como pela
extensão dos danos físicos, morais e
psicológicos causados ao adolescente.
● É possível erro de tipo em relação a
idade da vítima, por conseguinte, é
necessário que a faixa etária da vítima
entre na esfera de conhecimento do
agente.
IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
Contexto Social
Como bem lembra Bitencourt (2019, p. 80), trata-se de um tipo penal de extrema importância
preenchendo importantes lacunas em nosso sistema penal, como deixaram claro os graves fatos
ocorridos no interior dos meios de transportes públicos de São Paulo, com criminosos ejaculando,
impunemente, em mulheres indefesas e comprimidas nesses locais, sem chance de defesa. Em
situações como essas, agora tipificadas como importunação sexual, o executor da ação
degradante violenta a dignidade sexual da vítima, que é ultrajada, vilipendiada e humilhada por
uma conduta repugnante e indigna do referido agresso.
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APOSTILA
Conceito
A conduta criminosa consiste em praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com
o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro (Art. 215-A do CP).
● Ativo - De acordo com Bitencourt (2019, p. 82), o crime pode ser praticado ou sofrido,
indistintamente, por homem ou mulher, sendo indiferente o gênero do sujeito ativo e do
sujeito passivo, inclusive por ex-maridos, ex-namorados ou ex-companheiros após o
término da relação, e, nesta última hipótese, ganha especial relevo a ausência de
consentimento da vítima.
● Passivo - pode ser, independentemente, homem ou mulher.
Adequação Típica
Ainda nas lições de Cezar Roberto Bitencourt, o crime em comento trata-se de uma violência
intrínseca, isto é, na prática de atos de libidinagem na presença de alguém (vítima), qualquer ato
de libidinagem, como é o caso do exemplo clássico, ejacular na presença, ou na própria vítima,
bem como no apalpamento das regiões pudendas (nádegas, seios, pernas, genitália etc.), cuja
forma de execução traz consigo a presença inequívoca da vontade consciente de satisfazer a
própria lascívia ou a de outrem.
O texto legal traz consigo duas elementares de extrema importância, quais sejam:
● Na presença de alguém: o ofendido deve estar, pessoalmente, in loco, ou, dito de outra
forma, deve estar “de corpo presente” onde se desenrola o ato libidinoso.
● Sem sua anuência: sem o consentimento da vítima.
Elemento Subjetivo
● Dolo: é o dolo constituído pela vontade consciente de praticar a ação descrita no tipo
penal, qual seja, praticar, na presença de alguém e sem a sua anuência, ato libidinoso
(BITENCOURT, 2019, p. 86).
● Finalidade Especial: satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro.
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Consumação e Tentativa
ASSÉDIO SEXUAL
Conceito
O crime de assédio sexual consiste em constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função (Art. 216-A do CP).
O tipo penal protege a liberdade sexual, o direito à intimidade e à dignidade das pessoas no
âmbito das atividades de trabalho ou nos ambientes em que determinadas pessoas tenham
ascendência sobre outras, em razão do emprego, cargo ou função (PRADO, 2018).
● Sujeito Ativo - De acordo com Luiz Régis Prado, trata-se de delito especial próprio, visto
que o tipo exige uma qualidade pessoal do agente, que deve ser superior hierárquico ou
ter ascendência sobre a vítima.
● Sujeito Passivo - Seguindo o raciocínio anterior, o sujeito passivo será a pessoa que sofreu
a conduta delitiva, podendo ser do sexo masculino ou do feminino, desde que figure como
inferior hierárquico ou esteja submetida à ascendência do agente.
Adequação Típica
Art. 216-A do CP. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao
exercício de emprego, cargo ou função.
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APOSTILA
Atenção!
Professores e Alunos: Não se caracteriza o
crime de assédio sexual entre tais pessoas,
ausência de relação derivada de exercício de
cargo, emprego ou função (Cleber Masson).
● De forma minoritária, Luiz Regis
Prado entende que pode
configurar o crime em comento.
Líderes Religiosos e Seguidores: Pelas
mesmas razões retro, não acarreta em crime
de Assédio Sexual.
Prostitutas: Havendo a presença de relação
derivada de exercício de cargo, emprego ou
função, haverá crime de Assédio Sexual.
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Consumação e Tentativa
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ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Conceito
O cerne do presente tipo penal é a situação de vulnerabilidade da vítima, pode ser etária (menor
de 14 anos) ou circunstancial (enfermidade, deficiência mental, falta de discernimento ou aquela
sem possibilidade de oferecer resistência).
Objeto Material
É a pessoa em situação de vulnerabilidade.
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APOSTILA
Figuras qualificadas
Sujeitos do Crime
Consumação e Tentativa
O tipo penal não exige o emprego da violência e da grave ameaça, por conseguinte, o crime
consuma-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido
relações sexuais anteriormente ao crime.
Conceito de Lenocínio
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APOSTILA
Consiste, nas lições de Luiz Regis Prado, a conduta delitiva consistente em intermediar, facilitar
ou promover atos de libidinagem, bem como obter proveito da prostituição alheia.
Conceito: consiste no simples induzimento para que alguém satisfaça a lascívia de outra
pessoa.
Formas Qualificadas:
● Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente
é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador
ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de
guarda (pena mais grave).
● Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude(pena
mais grave).
● Se o crime é cometido com o fim de lucro (mesma pena acrescida da multa).
Forma Qualificadas:
● Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro,
tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra
forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância (pena mais grave).
● Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude (pena mais
grave).
● Se o crime é cometido com o fim de lucro (mesma pena acrescida da multa).
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APOSTILA
Conceito: consiste na atuação por parte do agente (Rufião) de tirar proveito da prostituição
alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte,
por quem a exerça.
Rufião X Proxeneta: De acordo com Luiz Regis Prado, o rufião não se confunde com o
proxeneta, porque este age como um intermediário e, mesmo no proxenetismo lucrativo, o
agente, após obter a sua vantagem, se afasta da vítima. O rufião, ao contrário, é explorador
que vive continuamente, total ou parcialmente, às expensas da pessoa prostituída.
Conforme ensina Nucci (2016, p. 100), a fé é uma crença ou uma confiança em algo ou alguém.
No sentido jurídico-penal, acrescenta-se o termo pública, de modo a evidenciar ser uma confiança
geral, que se estabelece em assuntos proporcionados pelo Estado. Tal contexto vincula-se à
credibilidade existente em certos atos, símbolos, documentos, papéis ou formas em geral,
impostas em lei, que merecem salvaguardar-se do seu maior algoz: o falso.
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APOSTILA
Figuras Equiparadas:
● importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na
circulação moeda falsa, por conta própria ou alheia.
● restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, quem, tendo recebido de boa-fé,
como verdadeira, moeda falsa ou alterada.
Qualificadora: É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou
diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou
emissão:
● de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei.
● de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
Pode ser aplicado o Princípio da Insignificância? Dez notas de pequeno valor. Princípio da
insignificância. Inaplicabilidade. Desvalor da ação e do resultado. Impossibilidade de
quantificação econômica da fé pública efetivamente lesionada. Desnecessidade de dano efetivo
ao bem supraindividual. Ordem denegada [HC 93.251, rel. min. Ricardo Lewandowski, j.
5-8-2008, 1ª T, DJE de 22-8-2008.]
Conceito: consiste em fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar (núcleos do tipo) objeto
especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis definidos em lei (objeto
material).
Crime Subsidiário: Se o mesmo agente, após fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar o
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APOSTILA
Figuras Equiparadas
● inserir na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a
fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de
segurado obrigatório.
● inserir na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento
que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter sido escrita.
● inserir em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as
obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter constado.
● omitir, na folha de pagamento, documento de informações e contábil, Carteira de
Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito
perante a previdência social, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração,
a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
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APOSTILA
Conceito: consiste em fazer (núcleo do tipo) uso de qualquer dos papéis falsificados ou
alterados (objeto material), a que se referem os arts. 297 a 302 do Código Penal.
Post Factum Impunível (Exaurimento): O uso dos papéis falsificados, quando praticado pelo
próprio autor da falsificação, configura post factum não punível, mero exaurimento do crimen
falsi, respondendo o falsário, em tal hipótese, pelo delito de falsificação de documento público
(CP, art. 297) ou, conforme o caso, pelo crime de falsificação de documento particular (CP, art.
298). [AP 530, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, j. 9-9-2014, 1ª T, 2014]
Figura Equiparada: Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o
licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente
material ou informação oficial.
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Figura Equiparada: permitir ou facilitar, por qualquer meio, o acesso de pessoas não
autorizadas às informações retromencionadas.
Majorante: Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.
Para Damásio de Jesus, paz pública é o sentimento de tranquilidade ao qual têm direito todas as
pessoas, e sem a qual torna-se impossível o desenvolvimento e sobrevivência dos componentes
de uma determinada coletividade.
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Apologia: Fazer apologia significa exaltar, enaltecer, elogiar. Assim sendo, Damásio de Jesus
ensina que a apologia deve ser de fato definido como crime, não configurando o delito o elogio
de fato contravencional nem de fato imoral, outrossim, o fato criminoso deve ser determinado e
ter realmente ocorrido anteriormente à apologia criminosa, podendo ser feito em forma de
elogio ao autor do crime (nexo de causalidade com a conduta).
Menor de 18 anos: o tipo penal não exige que todas elas sejam imputáveis, de modo que se
admite, para a composição do crime, a formação de associação criminosa entre maiores e
menores de 18 anos (Nucci, 2016, p. 1364)
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Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública (Art. 327 do CP).
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APOSTILA
A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes forem ocupantes de cargos
em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público
(Art. 327, § 2º, do CP)
Modalidades:
● Peculato Apropriação: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo (Art. 312,
caput, 1ª parte, do CP)
● Peculato Desvio: desviar, em proveito próprio ou alheio, dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo (Art. 312,
caput, 2ª parte, do CP)
- Atenção! O proveito precisa ser próprio ou alheio, nesse sentido, não se configura
o delito de peculato-desvio quando o agente público destina verba pública para
outro elemento que o determinado por lei. Verba para o FUNDEF, que foi
emprestada ao Estado para resolver déficit de caixa. Ausência de configuração do
tipo previsto na parte final do art. 312 do CP (STJ, CE, Apn. 391/MS,Rel. Min.
José Delgado, DJ 25/9/2006, p. 197).
● Peculato Furto: Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário (Art. 312, caput, § 1º, do CP).
● Peculato Culposo: ocorre quando o funcionário público concorre culposamente para o
crime de outrem.
- Obs.: A reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Sujeito Ativo
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● Funcionário Público (crime próprio): é conhecido como delito funcional impróprio, isto é,
se fosse retirado a condição de funcionário público teríamos um crime contra o
patrimônio.
● Obs.: O crime de peculato exige, para sua configuração, a especial condição do sujeito
ativo, que deve ser funcionário público, entretanto, essa circunstância não impede que
alguém, que não ostente essa condição, pratique o crime em concurso com funcionário
público (art. 30 do Código Penal) (STJ, AgRg. no REsp.1262099/RR, Relª Minª Laurita
Vaz, 5ª T., DJe 28/3/2014)
Sujeito Passivo
● É o Estado, bem como a pessoa física ou jurídica diretamente prejudicada com a
conduta praticada pelo sujeito ativo (Rogério Greco).
Consumação e Tentativa
● Peculato Apropriação: se consuma quando o agente inverte a posse, agindo como se
fosse dono.
● Peculato Desvio: ocorre quando o agente dá a coisa destino diverso, quando a emprega
em fins outros que não o próprio ou regular, agindo em proveito dele mesmo ou de
terceiro.
- O crime de peculato na modalidade desvio (art. 312, caput, segunda parte, do
Cód. Penal) é crime material. Em outras palavras, consuma -se com o prejuízo
efetivo para a Administração Pública (STJ, AgRg. no Ag.905635/SC, Rel. Min.
Nilson Naves, 6ª T., j. 16/9/2008).
● Peculato Furto: ocorre a consumação quando o agente consegue levar a efeito a
subtração do dinheiro, valor ou bem.
Conceito: consiste em exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
- Obs.: Devemos olhar com mais cuidado para a expressão ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela. Isso porque o agente, quando da prática do
comportamento típico, já gozava do status de funcionário público, mesmo não
estando no exercício de sua função. O importante, frisamos, é que ele já seja
considerado funcionário público, utilizando, para tanto, o conceito previsto pelo art. 327 e
seu § 1º do Código Penal (Rogério Greco).
Vantagem econômica: De acordo com Rogério Greco, a vantagem indevida pode ser
econômica, sentimental, moral ou sexual.
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Sujeito Passivo: O Estado (de forma direta) e protege-se o interesse patrimonial dos cidadãos,
e também a liberdade individual daquele que sofre a coação (de forma secundária).
Conceito: consiste no fato do funcionário público solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
Sujeito Passivo: O Estado (de forma direta) e protege-se o interesse patrimonial dos cidadãos,
e também a liberdade individual daquele que sofre a coação (de forma secundária).
Modalidade privilegiada
● Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem (pena diminuída).
● Nesta hipótese não existe o recebimento, solicitação ou aceitação de vantagem indevida.
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Núcleos do Tipo:
● Retardar: dá a ideia de que o funcionário público estende, prolonga, posterga para além
do necessário a prática do ato que lhe competia (Rogério Greco).
● Deixar de Praticar: omissão dolosa.
● Praticar ato de ofício contra disposição expressa de lei - ressalte-se que a lei deve ser
constitucional, isto é, compatível com a constituição.
Objeto Material
● É o ato de Ofício que fora retardado. De acordo com Rogério Greco, por ato de ofício
deve ser entendido todo aquele que se encontra na esfera de atribuição do agente que
pratica qualquer dos comportamentos típicos.
Consumação e Tentativa
● Na modalidade retardar ou deixar de praticar (omissão) - consuma-se com o com o
retardamento ou a omissão. Não é possível a tentativa.
● Na modalidade praticar ato de ofício contra disposição expressa de lei (comissão) - o
delito se aperfeiçoa com a efetiva prática do ato. É possível a tentativa.
Conceito: consiste em usurpar (núcleo do tipo) o exercício de função pública (Objeto Material).
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Obs.: o funcionário público também pode perpetrar o delito, desde que pratique função
atribuída a outro agente público, devendo essa função ser totalmente estranha àquela em que
está investido (PRADO, 2019, p. 404).
Conceito: consiste no fato do particular opor-se (núcleo do tipo) à execução de ato legal (Objeto
Material), mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem
lhe esteja prestando auxílio.
O sentido de “resistir” para fins penais: Luiz Regis Prado adverte que essa oposição
(resistência) deve ser positiva, mediante a prática de violência (vis corporalis) ou ameaça (vis
compulsiva), [...] Assim, se o agente empreende fuga, agarra-se a um obstáculo ou queda-se
inerte no chão, para não ser preso ou removido de determinado local, não há que se falar em
delito de resistência, podendo, in casu, se falar em desobediência.
Princípio da independência das instâncias civil, administrativa e penal: quando alguma lei
comina determinada sanção civil ou administrativa para o descumprimento de ordem legal de
funcionário público, somente incidirá o crime tipificado no art. 330 do Código Penal se a
mencionada lei ressalvar expressamente a aplicação cumulativa do delito de desobediência
(Cleber Masson).
● Testemunha no CPP.: O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art.
453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e condená-la ao
pagamento das custas da diligência (Art. 219 do CPP) ---- SE APLICA O CRIME DE
DESOBEDIÊNCIA.
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Desacato: desacatar é o mesmo que humilhar, menosprezar ou afrontar. Nas lições de Luiz
Regis Prado, o desacato representa a conduta do agente direcionada a funcionário público com
o propósito de ofendê-lo, humilhá-lo, atentando contra o prestígio da função pública e que pode
se manifestar através de palavrões, gritos, vias de fato, agressões, gestos obscenos, vaias,
ruídos, ameaças, empurrões etc.
Modalidade
● No exercício da função pública (na prática de atos de ofício)
● Em razão da função pública (a ofensa contra o funcionário público proferida vincula-se à
sua função pública).
Desacato X Injúria: O desacato deve ser dirigido a funcionário público (no exercício da função
ou em razão dela) e na presença do mesmo. Caso a ofensa não seja dirigida na presença do
funcionário público, teremos a prática de crime de injúria.
Advogado e Desacato: O advogado pode ser sujeito ativo do crime de desacato. A imunidade
assegurada aos causídicos pelo art. 133 da Constituição Federal somente poderia abranger os
crimes contra honra (difamação e injúria), mas não os crimes contra a Administração Pública.
Conceito: consiste no fato do particular solicitar, exigir, cobrar ou obter (núcleo do tipo), para si
ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem (Objeto Material), a pretexto de influir em
ato praticado por funcionário público no exercício da função.
Tráfico de Influência X Corrupção Ativa: O agente utiliza como pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público no exercício da função. Contudo, ele não influi realmente no
ato funcional, se houver influência o crime será de corrupção ativa (Art. 333 do CP).
● Exemplo (Cleber Masson): “A”, alegando ser amigo de um Delegado de Polícia, sem
realmente sê-lo, solicita de “B” a entrega de determinada quantia em dinheiro, para
supostamente convencer a autoridade policial a não instaurar inquérito policial visando a
apuração de crime cometido pelo seu filho. Com efeito, se o sujeito realmente possuir
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Conceito: consiste no fato de oferecer ou prometer (núcleo do tipo) vantagem indevida (Objeto
Material) a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
O ato pretendido pelo particular precisa ser ilegítimo? Não! Nesse sentido, Masson explica que:
Subsiste o crime de corrupção ativa na hipótese em que o particular propõe entregar valor
diverso do solicitado pelo funcionário público para realizar atos legítimos do seu ofício, uma vez
que tal circunstância não afasta o caráter ilícito da vantagem.
E se o agente não tem competência para a prática do ato de ofício? Teremos um caso de crime
impossível (Art. 17 do CP)
E se o funcionário pratica ato de ofício de forma ilegal ou abusiva? Não há corrupção ativa na
conduta daquele que oferece ou promete entregar vantagem indevida ao funcionário público
para que este deixe de praticar um ato ilegal ou abusivo (Cleber Masson).
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● Obs.: O STJ decidiu que a reiterada omissão no pagamento do tributo devido nas
importações de mercadorias de procedência estrangeira impede a incidência do princípio
da insignificância em caso de persecução penal por crime de descaminho (art. 334 do
CP).
Núcleo do Tipo: consiste em iludir, isto é, enganar, ludibriar, frustrar o pagamento de tributo
devido pela entrada ou saída de mercadoria do território nacional. Como bem lembra Cleber
Masson, a ilusão traz uma ideia de fraude, por conseguinte, se o agente simplesmente deixa
de recolher os tributos devidos pela entrada ou saída de mercadoria permitida no território
nacional, sem se valer de meio fraudulento, estará concretizado um mero ilícito tributário, e não
o descaminho.
Espécies de Descaminho
● Total - fraude de todo o tributo incidente sobre a coisa.
● Parcial - fraude de parte do tributo incidente sobre a coisa.
Consumação e Tentativa: consuma com o ato de iludir o pagamento de imposto devido pela
entrada ou saída de mercadoria do país. É possível a tentativa.
● Obs.: O pagamento do tributo devido não extingue a punibilidade do crime de
descaminho.
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Mercadoria: Mercadoria, para os fins do tipo penal, é todo e qualquer bem móvel suscetível de
comercialização, desde que, a mesma seja proibida pela lei brasileira.
Considerações Gerais
Os crime contra a administração da justiça não tutelam apenas a atividade judiciária, a justiça,
para fins penais, possui um sentido amplo, assim sendo a tutela jurídica se expande para outras
temáticas relacionadas a administração da justiça, senão vejamos:
● Atividade judiciária (Crime de falso testemunho ou falsa perícia)
● Autoridade das decisões judiciais (Crime de reingresso de estrangeiro expulso)
● Tutela jurídica (Crime de exercício arbitrário de razões e poder)
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Conceito: consiste no reingresso no território nacional do estrangeiro que dele foi expulso.
É possível a prática pela modalidade de dolo eventual? Luiz Regis Prado entende que não é
possível, assim sendo, se o autor considera como seriamente possível a falsidade da
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Majorantes:
● A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome
suposto.
● A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Conceito: consiste em fazer (núcleo do tipo) afirmação falsa, ou negar ou calar (núcleo do tipo)
a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.
Extinção da Punibilidade: O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em
que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Teoria Subjetiva da Falsidade: O Código Penal adotou a teoria da falsidade, ou seja, exige-se a
proferimento de uma declaração falsa e a ciência do agente em relação a esta circunstância.
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Conceito
De acordo com Cleber Masson, incolumidade é o estado de preservação ou segurança de
pessoas ou de coisas em relação a possíveis eventos lesivos. No mesmo sentido, Luiz Regis
Prado entende que a incolumidade pública quer dizer a segurança de todos os membros da
sociedade, que têm sua vida, integridade pessoal e patrimonial, sujeitas a acentuada
probabilidade de lesão. Como estado de incólume, quer dizer livre ou isento de perigo ou de
dano.
Subdivisão
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Incêndio para fins penais: Como incêndio entende-se o fogo perigoso, potencialmente lesivo à
vida, integridade corporal ou ao patrimônio de um número indeterminado de pessoas (Luiz
Regis Prado).
Crime de Perigo Comum: a consumação dos crimes de perigo não depende da efetiva lesão do
bem jurídico; basta sua exposição a uma situação perigosa, evidenciada pela provável
ocorrência de dano (Cleber Masson).
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BIBLIOGRAFIA
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Manual de direito penal. – 13. ed. – São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.
DELMANTO. Celso. Código Penal comentado. — 9. ed. rev., atual. e ampl. — São Paulo:
Saraiva, 2016.
GRECO, Rogério. Código Penal: comentado. – 11. ed. – Niterói, RJ: Impetus, 2017.
MARCÃO, Renato. Lei de execução penal anotada. – 6. ed. rev., ampl. e atual. – São Paulo:
Saraiva, 2017.
MASSON, Cleber Direito Penal: parte especial (arts. 213 a 359-H) – vol. 3 – / Cleber Masson. – 9.
ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2019.
MISAKA, Marcelo Yukio. Sentença criminal coordenação Cleber Masson. – Rio de Janeiro:
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. – 19. ed. – Rio de Janeiro: Forense,
2019.
PRADO, Luiz Regis Tratado de direito penal brasileiro: parte especial (arts. 250 a 361), volume 3.
– 3. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019.
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