Versão 1: Exame Final Nacional de História B Prova 723 - 2. Fase - Ensino Secundário - 2017
Versão 1: Exame Final Nacional de História B Prova 723 - 2. Fase - Ensino Secundário - 2017
Versão 1: Exame Final Nacional de História B Prova 723 - 2. Fase - Ensino Secundário - 2017
VERSÃO 1
Não é permitido o uso de corretor. Risque aquilo que pretende que não seja classificado.
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o
grupo, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
Nas respostas aos itens que envolvem a produção de um texto, deve ter em conta os conteúdos e a sua
organização, a utilização da terminologia específica da disciplina, a integração da informação contida nos
documentos e a eficácia da comunicação em língua portuguesa.
Nos termos da lei em vigor, as provas de avaliação externa são obras protegidas pelo Código do Direito de Autor e dos
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além do determinado na lei ou do permitido pelo IAVE, I.P., sendo expressamente vedada a sua exploração comercial.
Extinção dos forais e dos bens da Coroa – a justificação do decreto, por Mouzinho da Silveira
(13/08/1832)
Os privilegiados viviam do suor alheio porque, de facto, os reis dispunham dos bens do
povo a favor deles [...]. E posto que, pela Carta Constitucional, tivessem em seu poder não
aprovar lei alguma que ofendesse os seus interesses particulares, nem por isso tinham em
seu poder a renovação das doações, que não podia ser feita sem o consentimento da Câmara
5 dos Deputados: esta espécie de veto, que existia depositado na câmara eletiva, foi a base de
todas as resistências [...]. Excetuando [aqueles que aderiram à nossa causa], toda a outra
gente privilegiada se fez inimiga da Carta, pela razão de que esta vinha fazer o bem geral. [...]
É então necessário aproveitar os conhecimentos da Europa civilizada e arrancar das
mãos dos inimigos o fruto dos trabalhos dos povos. [...] Não é minha intenção arrancar a
10 propriedade a pessoa alguma; e as leis de Vossa Majestade Imperial [V.M.I.]* não consentem
semelhante violência; por isso, o decreto que proponho tem, como uma das suas grandes
finalidades, aumentar a massa das terras livres de encargos senhoriais [...]. A Nação, tomada
coletivamente, não aumenta o seu património em terras, [...] mas a Nação, tomada do ponto de
vista dos interesses individuais, adquire muito. Nenhuma lei pode ser mais generosa, porque o
15 seu espírito é repartir riquezas e aumentar a fortuna geral, emancipando a terra de modo a ter
por senhores indivíduos que a cultivem ou a alienem. Sem a terra ser livre em vão se invoca
a liberdade política. [...]
Reconheço a transcendência de um decreto que não pode deixar de prejudicar alguns
interesses, mas renunciar a ele é renunciar à Carta [...]; e, por outra parte, tudo quanto o
20 decreto pode fazer de males está feito em maior escala por nossos inimigos. Não puderam
eles invadir a propriedade particular, enforcar, prender, banir milhares de cidadãos, sem outra
culpa mais que a da oposição aos seus crimes? [...]
Fazer o maior bem ao maior número, aumentar os meios de trabalho, diminuir os ociosos,
fazer povoar o Reino, plantar árvores, cultivar campos e, sobretudo, fazer justiça, são os meios
25 que V.M.I. emprega, e que o povo de Portugal não pode deixar de bendizer.
Fundado nestes princípios, e na informação do longo desejo dos povos, já manifestado
em 1820 [...]; fundado sobretudo no quadro de horror quando um cidadão laborioso, cheio
das fadigas de um ano inteiro, vê apropriarem-se da sua colheita mil agentes da avidez dos
privilegiados e fica reduzido a um miserável resto; [...] e que, sem forais e dízimos, faria dos
30 seus filhos cidadãos industriosos e de bons costumes: [...] proponho a V.M.I. um decreto de
uma importância superior ao de trinta de julho deste ano, que extinguiu os dízimos.
Identificação da fonte
Collecção de decretos e regulamentos mandados publicar por Sua Majestade Imperial o Regente do Reino, desde que assumiu
a regência em 3 de março de 1832 até à sua entrada em Lisboa em 28 de julho de 1833, 2.ª Série, Lisboa, Imprensa Nacional, 1836,
pp. 212-216, in http://net.fd.ul.pt/legis/1832.htm# (consultado em 31/10/2016) (adaptado)
2. A Carta Constitucional (linha 2), lei fundamental que enquadrava as posições do autor, foi um diploma
jurídico
(A) outorgado por D. Miguel, que definia o funcionamento das Cortes em câmara única.
(B) elaborado pelas Cortes Legislativas, que atribuía ao rei o direito de veto suspensivo.
3. A fação política que, entre 1828 e 1834, se fizera «inimiga da Carta» (linha 7) era constituída pelos
(A) absolutistas.
(B) setembristas.
(C) regeneradores.
(D) cabralistas.
5. Os bens nacionais, provenientes da extinção dos bens da Coroa e da apropriação dos bens das ordens
religiosas, após o fim da guerra civil, foram
Documento 1
Sacos de ouro.
A Esperança, personificada numa figura feminina, impedida de entrar.
Documento 2
Desde 1825, ano em que estalou a primeira crise geral, todo o mundo industrial e comercial,
a produção e a troca [...] saem dos eixos aí de dez em dez anos. O comércio fica congestionado,
os mercados estão saturados, os produtos, tão acumulados, não se vendem, o dinheiro torna-se
invisível, o crédito desaparece, as fábricas ficam paralisadas, as massas trabalhadoras ficam à
míngua de meios de subsistência por terem produzido meios de subsistência em excesso, as
falências sucedem-se umas às outras [...]. A crise dura anos, tanto forças produtivas como produtos
são desperdiçados e destruídos em massa, até que, por fim, as mercadorias acumuladas se escoam
com uma desvalorização maior ou menor e a produção e a troca se põem de novo gradualmente
1. Indique o nome atribuído à sociedade que, no sistema capitalista, era caracterizada pelas desigualdades
refletidas no documento 1.
2. Explique, a partir do documento 1, três aspetos que refletem o contraste entre a condição da burguesia
capitalista e a condição operária.
(A) protecionismo económico, por meio do qual o Estado intervinha para defender a economia nacional
da concorrência estrangeira.
(B) intervencionismo estatal, por meio do qual o Estado regulava o funcionamento da economia e assegurava
a redistribuição da riqueza.
(C) liberalismo económico, caracterizado pela defesa das leis naturais da economia de mercado e pela
iniciativa individual.
4. Refira três características das crises económicas típicas do sistema capitalista, expressas no documento 2.
Documento 1
Documento 2
Esta é a vida real dos aldeamentos. Não é verdade o O povo não pode viver sossegado debaixo dos
que dizem os portugueses. Os aldeamentos são colonialistas portugueses. Este governo português não
lugares onde os colonialistas portugueses continuam a está para o bem do povo Moçambicano, na nossa terra.
exercer a opressão e a exploração sobre o nosso povo, É por isso mesmo que a FRELIMO luta para aniquilá-lo,
o trabalho forçado, a palmatória, o chicote. para que o nosso povo seja independente e viva livre.
O objetivo fundamental da luta de libertação Nacional É exatamente o tipo de vida que já temos nas zonas
dirigida pela FRELIMO é fazer com que em libertadas. Temos escolas, hospitais, machambas,
Moçambique cesse a opressão, a exploração, o cooperativas, que servem o povo. A FRELIMO está a
trabalho forçado, a palmatória, o chicote. Que o povo construir a liberdade do povo Moçambicano. Por isso,
viva livre, decida dos seus destinos, trabalhe para o todo o povo deve vir para a FRELIMO.
seu próprio benefício.
* Destacado membro do MFA, integrou a delegação portuguesa no Acordo de Alvor e pertenceu ao Conselho da Revolução.
1. Refira, a partir do documento 1, três medidas que contribuíram para a «obra de arrumação e de equilíbrio»
do regime salazarista, elogiada no jornal Ultramar.
2. Ordene cronologicamente os seguintes acontecimentos relacionados com a evolução económica e política
do Estado Novo. Escreva, na folha de respostas, a sequência correta de letras.
A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos de cada um dos seguintes tópicos:
• papel económico das colónias, da década de 1930 ao início da década de 1970;
• fatores político-ideológicos que conduziram à eclosão da guerra colonial;
• opções e dificuldades no processo de descolonização.
Documento 1
Documento 2
Portugal 7,6 79
Roménia 5,8 48
(A) o diálogo e a resolução pacífica dos conflitos, com a fundação do Pacto de Varsóvia.
(C) a ajuda económica e a aplicação dos fundos do Plano Marshall, coordenadas pela OECE.
(D) a confiança e a colaboração militar entre os dois blocos, com a criação da OTAN/NATO.
2. Associe cada uma das etapas de aprofundamento do «projeto europeu» (documento 1, primeiro parágrafo),
presentes na coluna A, ao respetivo entendimento entre os Estados-Membros, que consta da coluna B.
Escreva, na folha de respostas, apenas cada letra e o único número que lhe corresponde.
COLUNA A COLUNA B
(a)
Estabelecimento de um mercado sem fronteiras internas (1) Tratado de Maastricht
com o objetivo de permitir a livre circulação de pessoas, de
serviços, de mercadorias e de capitais.
(2) Tratado de Roma
(b) Criação de uma União Europeia assente em três pilares: o da
integração económica, o da política externa e de segurança e (3) Ato Único Europeu
o da justiça e assuntos internos.
(4) Tratado de Amesterdão
(c) Aprovação de regras para controlo da disciplina orçamental
por parte dos Estados-Membros e adoção de políticas
comunitárias de promoção do emprego. (5) Acordo de Schengen
3. Transcreva duas afirmações que exprimem a visão federalista de Romano Prodi no debate sobre a
integração política na União Europeia (documento 1).
4. Explique, a partir dos documentos 1 e 2, três dificuldades que se colocam ao projeto europeu, no início do
século XXI.
FIM
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5.
I
5 5 5 5 5 25
1. 2. 3. 4.
II
5 25 5 20 55
1. 2. 3.
III
20 5 50 75
1. 2. 3. 4.
IV
5 5 10 25 45
TOTAL 200