Geopoli - Tica Ii
Geopoli - Tica Ii
Geopoli - Tica Ii
As origens da Guerra Fria podem ser traçadas até ao fim da 1ª Guerra Mundial e à
criação da URSS, que significa uma vitória do comunismo, algo muito mal recebido pelos
EUA. A 2ª GM veio agudizar estas tensões.
Há múltiplas origens da GF e por isso mesmo torna-se difícil e muito pouco preciso
encontrar um marco temporal específico para o começo deste confronto. Mas há 3
momentos paradigmáticos:
Discurso de Churchill em 1946 – “Cortina de ferro” -> Documentário “ Cold War – Iron
Curtain” – “an Iron curtain has descended over Europe
Discurso de Truman em 1947 – institucionaliza a doutrina Truman – é preciso conter o
avanço comunista no contexto global – Esta doutrina marca o inicio da GF digamos e a
formação de 2 blocos.
Plano Marshal em 1947 – plano de reabilitação económica para a Europa
Antagonismo ideológico
Questão Alemã
Projeção da Questão Alemã à escala regional; qualquer ameaça interna servia como
razão para intervenção armada por qualquer um dos atores: intervenção do Pacto de
Varsóvia na Hungria e Checoslováquia; internvação da NATO em Itália.
Europa -> centro do conflito bipolar e depois o 3º mundo – ou seja já repercussões ao
nível global
Descolonização
Gerais:
▪ Dissuasão Nuclear
▪ Estratégia indireta
o Guerras por delegação
o Manobras diplomáticas (bilaterais ou multilaterais)
o Manobras económicas – constituição dos blocos, procura de recursos
o Manobras de agitação – em particular nos parceiros da potência rival
Objetivos centrais:
▪ MAD – associada à dissuasão nuclear – Destruição mútua assegurada —
tradução do inglês mutual assured destruction, abreviado MAD (loucura) — é
uma doutrina de estratégia militar onde o uso maciço de armas nucleares por
um dos lados iria efetivamente resultar na destruição de ambos, atacante e
defensor. É baseada na teoria da intimidação, através da qual o desenvolvimento
de armas cada vez mais poderosas é essencial para impedir que o inimigo use as
mesmas armas.
▪ Divisão do mundo em esferas de influência
Estratégia face ao terceiro mundo: A posição dos EUA sempre foi reativa, não tinha
iniciativa de ação neste domínio, preferindo reagir à atuação de Moscovo.
A partir de 50, surgem os Não Alinhados: já que o símbolo deste movimento sempre foi
o apoio à libertação dos povos, criaram sempre problemas para o lado de Washington.
Por um lado, tinham de se colocar ao lado dos aliados que agora não queriam perder os
impérios (ou seja, não intervia nos movimentos de independência). Por outro lado,
sendo os EUA eles mesmos um país surgido de um movimento pela independência e
liberdade, deveria igualmente apoiar os países da sua luta.
Síndrome de cerco: a Rússia é reativa, ainda assim à própria estratégia dos EUA,
procurando igualmente adaptar a realidade às suas ações pela defesa dos seus
interesses. Ficou bem claro em 3 eixos fundamentais:
a) Europa Central: procurou conter a expansão dos EUA; manter uma zona
tamão nas regiões contíguas à sua fronteira pela sua própria defesa: doutrina
Brejnev
b) Europa Ocidental: o objetivo de Moscovo não era a transição do bloco liberal
para o bloco socialista, mas sim que estes países se tornassem neutros;
procurar atrair estes países para a esfera de leste seria interpretado de uma
forma muito clara como um ataque direto a Washington e, por isso, a URSS
decidiu levar a cabo ma estratégia mais subtil, solidificando pontos de
contacto.
c) Fronteiras asiáticas: procurou por último combater a força marítima dos EUA
– procurando construir uma força marítima igualmente – bases estratégicas.
Estratégia face ao terceiro mundo: Passa-se precisamente o inverso nesta área; maior
iniciativa e capacidade de atuação, de moldar a forma como as dinâmicas políticas e
geoestratégicas evoluem. Falamos não apenas de guerras por proxy, mas eram
igualmente desenvolvidas estratégias diplomáticas.
Queria maior presença, de forma a consolidar a posição soviética no que tocava à
implementação da doutrina comunista – supostamente focada na libertação dos povos
seria uma prioridade... Entretanto volta para primeiro plano.
A estratégia mais relevante no contexto da confrontação bipolar, que permitiu mais
ganhos de aliados e posições estratégicas.
ªªª EM FALTA
Origens
Fases:
• 61: Administração Kennedy +++: este uma maior aproximação dos EUA a este
movimento.
o O presidente anuncia um projeto de novas fronteiras que visava
promover uma maior aproximação ao 3º mundo, mas também através
de um apoio mais claro aos processos de descolonização em África –
fomentar aparecimento de novos processos de independência que se
opusessem aqueles apoiados pelo bloco soviético
o Contudo, a estratégia de aproximação não foi suficiente: uma vez que os
NA continuavam a mostrar-se mais apoiantes dos movimentos
apoiados por Moscovo – mais consequentes na ideologia que servia de
base à libertação; mais liberto das relações com potências coloniais.
o Contudo, seguiu-se rapidamente o deteriorar destas relações: exemplo
de certos episódios como a Baía dos Porcos
- Acabou por criar uma aliança informal entre a URSS e o movimento dos NA –
oferecia apoio de qualquer tipo sem os constrangimentos que os EUA traziam.
Ainda que de forma tímida, o movimento dos NA teve um contributo relevante e não
linear para GF.
1) Inicialmente – neutral, de mediação, de construção de paz.
2) Depois – de pendor mais socialista, influenciou os contornos geográficos no
mundo pós descolonização, induzido simultaneamente reações por parte de
ambos os polos.
O que se verificou nesta relação triangulada foi que ao invés de terem iniciativa, tanto
os EUA como a URSS acabaram por reagir ao que se sucedia no terceiro mundo,
adaptando apenas as suas estratégias quando entreviam.
Este movimento mantém-se até hoje, ocupando grande parte do sul global. O que
sucedeu após a GF foi que emergeu uma necessidade obvia de repensar o objetivo e a
pretensão do movimento no contexto de uma ordem mundial super diferente.
- Mudança doutrinária. Passagem da era de Estaline para Era Kruschev -> O que implica
uma série de mudanças ao nível interno, mas também externo, na relação entre
superpotências. -> Pretende-se uma relação de coexistência pacífica. (Ex: visita de
Kruchev aos EUA acaba por simbolizar esta ideia)
- Para que isto fosse viável, e tivesse tradução na prática, dever-se ia procurar a
limitação de armamento à disposição de ambas às superpotências.
CONTUDO
- Kennedy aprovou então a Baía dos Porcos - uma tentativa frustrada de invadir o sul
de Cuba empreendida em abril de 1961 por um grupo paramilitar de exilados
cubanos anticastristas. Operação fracassa e leva ao escalar das tensões
- Isto levou apenas a que a URSS se aproximasse mais de Cuba (para o transporte de
alimentos, maquinaria e armas convencionais). Lá está: grande vantagem estratégica
para o bloco soviético ter uma base aliada na área de suposta influencia americana.
Oficialmente não se falava em local nenhum de transporte de armamento nuclear, mas
na prática, via-se o aumento de barcos soviéticos destinados a Cuba.
- A ONU tenta mediar esta querela, ainda que sem sucesso. Em geral, o discurso usado
pelos dirigentes das duas superpotências e movimentações estratégicas ao nível dos
exércitos apontam para uma prontidão para o uso das armas, incluindo nucleares, para
responder a qualquer tipo de agressão.
Durante os 13 dias da crise gerou-se uma perceção generalizada que o mundo estava à
beira do abismo da confrontação nuclear. No entanto, este episódio terminou com a
retirada dos misseis soviéticos, com a ajuda de contactos entre os líderes e através da
mediação internacional.
Lebrow
Analise tudo o que já foi escrito sobre a crise – a maior parte das análises assentam em
pressupostos racionalistas – questão racional de ponderação custo/benefício;
ganhos/perdas; informação disponível aos envolvidos, que determinaria aqui a sua
conduta perante a crise.
Sugere que:
1) Nenhuma das teorias assenta em dados concretos, em factos irrefutáveis.
Existe a produção de um conhecimento, de um mito que perpetua a visão dos
EUA, o que convém aos EUA e mais tarde também à URSS, e que silencia todo
o leque de conhecimentos alternativos.
2) Esta visão sobre a crise acaba por assentar em dados também falaciosos, como
o facto de se considerar Kruchev como ator racional (dado que ele não tinha
legitimidade ou credibilidade no próprio país...)
Leffey e Julta
a) Crise dos mísseis de Cuba para os EUA – há armamento em Cuba que tinha
potencialidade para atingir os EUA
b) Crise do Caribe para a URSS – há um aliado em perigo
c) Crise outubro para Cuba – existiu uma crise porque estavam a ser mais uma vez
atacados pelo EUA
Foram estas diferenças interpretativas que levaram à crise. Será que o armamento era
ofensivo ou defensivo? Será que a situação foi exagerada?
Mais uma vez, a história é contada pelos vencedores. Os EUA acabam por pickandchose
os episódios que pretendem tratar. Moldando a história.
1) É contada do ponto de vista americano, que negligencia a presença de
bastantes mais armas nucleares na Turquia (aliado americano na altura,
direcionadas à URSS).
2) Negligencia a posição cubana. Silenciamento constante de quem não
integra o norte global. Para ter uma narrativa mais ampla é necessário
envolver mais atores.
CISÃO SINO-SOVIÉTICA
Por ruptura sino-soviética designa-se a crise nas relações entre a República Popular da
China e a União Soviética que começou em finais da década de 1950 e se
intensificaria durante a década de 1960.
As discórdias entre Mao (que se sentia humilhado pela destalinização, embora não
tivesse sido cético em relação a este chefe) e Krushchev eram constantes e crescentes;
ao mesmo tempo que há uma mudança política dos EUA e o crescimento do
relacionamento entre EUA e o URSS.
MAIOR CRÍTICA: A URSS ESTÁ A ABANDONAR O SEU IRMAO IDEOLOGICO, A URSS ESTÁ
A VIRAR COSTAS AO VERDADEIRMO COMUNISMO LENINISTA!
Nunca esquecer que há sempre o contributo direto e indireto dos EUA (percepções e
reações aos EUA). Diretamente, existe por exemplo em Kruschev uma maior
aproximação a este, com várias vias para o socialismo; desejo de controlar a
intervenção dos EUA na Europa de Leste. Indiretamente, existe a perceção partilhada
de que os EUA estão a enfraquecer; contudo, existem reações divergentes : Mao quer
intensificar a luta contra o capitalismo; enquanto Krushchev quer optar melhorar as
relações com o ocidente.
Como também existem (Triângulo estratégico) 4 fases dentro deste triângulo que
acabam por favorecer os EUA
DESCOLONIZAÇÃO
- Cada império europeu desenvolveu as suas próprias características mas existem ainda
assim bases comuns:
a) Ocupação de territórios distantes, por uma metrópole sem ligação histórica ao
território colonizado;
b) Este território é totalmente dependente da metrópole. Kjéllen vai interpretar a
colonização de forma geopolítica – noção do estado vital.
Fases da descolonização – por vezes há overlap por ser muito prolongado, segundo
Pezarat Correia
1 – Tomada de consciência
2 – Luta de libertação
3 – Transferência de poder
4 – Independência
5 – Consolidação de indentidade nacional
1 – Tomada de consciência
2 - Luta de libertação
Várias formas:
a) Organização e pressão política
b) Luta armada (guerra como continuação da política por outros meios –
Clausewitz) – explicação da lógica da guerra colonial e descolonização
armada
Contexto internacional
Estratégia norte-americana:
Esta última escolha estratégica levou contudo a consequências não desejadas, como:
- Desconfiança em relação aos EUA
- Propensão pelo Bloco Leste
- Conflitualidade e violência
3 – Transferência de poder
Ciclo vicioso. As potências coloniais chegam a um ponto em que não têm outra
alternativa do que aceitar as negociações e reconhecer a independência dos povos.
4 – Independência
Análise geopolítica:
1) Após o colapso da URSS autores como Mahan e Spykman – que defendiam
a superioridade da potencia marítima – vêm as suas teorias validadas, ao
contrário de Mackinder.
2) Vemos igualmente o triunfo da política de contenção de Kennan.
Pós IGM – Sistema estruturado em torno da SDN (Wilson) – os EUA acabam contudo
por ficar de fora desta organização.
Pós II GM – criação e características da ONU – encarregue de garantir a manutenção da
paz e segurança (Roosevelt)
Pós GF – após a invasão do Kuwait e Iraque: mundo unipolar liderado pelos EUA,
assentes nos princípios wilsonianos de cooperação e segurança coletiva, promoção da
democracia, prosperidade, paz (George W Bush pai)
Há um estado gramsciano – o velho ainda não morreu, o novo não floresceu. A visão
do SI torna-se extremamente confusa e dividida entre defensores de um mundo
policêntrico, unipolar ou uma aliança entre URSS e EUA.
O que parece ter surgido foi um mundo unipolar – liderança no mundo.
- Unipolaridade norte-americana:
3 principais interesses estratégicos (Huntington 1991)
1. Manter os EUA como primeira potencia global (contenção do Japão)
2. Conter a emergência de uma potencia político-militar hegemónica na
Eurásia (still)
3. Proteger os interesses geopolíticos e geoestratégicos norte-americanos no
Terceiro Mundo (Golfo Pérsico e América Central)
1. Manutenção da unipolaridade
2. Nova análise das ameaças globais
3. Guerras ofensivas, preemptivas e preventivas
4. Revisão do conceito de soberania
5. Desvalorização dos tratados internacionais – unilateralismo
isolacionista
6. Resposta direta às ameaças – missão dos EUA, papel do polícia
7. Estabilizaçao internacional não é um fim em si mesma
Fukuyama – neoconservador
A história chegou ao fim (visão hegeliana) com a vitória global das democracias liberais
e com a derrota do socialismo soviético.
O confronto dialético entre as duas forças ideológicas (liberalismo – tese – e comunismo
– antítese) durante a GF terminou com o colapso políticos e económico socialista na
URSS, e com ele terminou também o motor da história.
Ainda assim, desiludido com a forma como os EUA conduziram a sua PE. Eventualmente
começa a critica-la de forma consistente, na lógica em que esta prejudicava a ideologia
liberal que ele via.
Texto: Calling 911: geopolitics, security and America's new war Dalby 2010
*** EM FALTA
CASO PRÁTICO: A RÚSSIA DE VLADIMIR PUTIN
Texto: Richar Sawka “New Cold War or twenty years crisis?” (2008)
Introdução:
- Discutir a PE russa vai sempre de encontro a como os 2 mandatos de Putin desde 2000
a 2008 vão de encontro a tipos de política e de tomadas de decisão diferente. Mas
estes mandatos não podem ser discutidos separadamente e a verdade é que, no
primeiro mandanto, falava-se no papel da Rússia no mundo ao passo que n segundo
mandato fala-se mesmo da Guerrra Fria e de como a mesma tinha de ser ganha pelo
melhor.
- O artigo analisa o conceito de GF
a) a nível substantivo – se estamos a entrar no período de GF realmente
b) a nível discursivo – porquê da GF continuar presente no entendimento das RI
- Desde o fim da URSS: Rússia passou por um grande período de transformação, a custo
de uma maior integração politica e económica, que a fez perder alguns ganhos
estratégicos. Não foi ainda encontrado um equilibro satisfatório entre integração e
autonomia.
- A pressão para a mudança de orientação política externa russa vai resultar no início de
outra fase: competitividade pragmática, com a chegada do MNE Primakov, em 1996. C
- Com uma visão mais crítica do ocidente, embora assumindo uma postura de
cooperação, adiciona a PE russa a necessidade de desenvolvimento de relações com a
China, Índia e Médio Oriente.
- Este pragmatismo ocorria a dois níveis: o que a Rússia realmente queria (A) e
o que a Rússia era obrigada a fazer. (B)
- Anos 90: Rússia atravessava uma grave crise económica. Putin chegou e assumiu uma
posição realista de que era necessário ir de encontro às necessidades domésticas ao
mesmo tempo que se fazia um esforço no sentido de uma maior integração na
economia mundial.
- Quando Putin chegou ao poder, ele queria normalizar a PE RUSSA: ao invés de
ser muito a favor ou muito contra, a ideia é que a Russia se tornasse apenas “outra
potência” e estabelecesse relações de cooperação com todos os países. No entanto, o
facto de se verem super superiores tornou tal ação difici.
- Mas há quem defenda que ver isto desta perspetiva é redutor: a Russia é mais
uma joiner do que apenas uma grande potência. Autores falam em Euroasianismo – com
linhas diferentes, o que faz perder grande parte do valor intelectual: Putin não vai ao
encontro do Eurosianismo per se, mas ao papel da Russia na Eurásia. A ação do chefe
de estado vai de encontro a uma tentativa de rutura com as considerações tradicionais
de realismo, a ideia do “zero-sum game”.
- Posteriormente, as coisas não melhoraram em nada já para não falar que agora com
a autoconfiança russa é difícil a Russia juntar-se a OIs sem se sentir constrangida e sem
os ocidentais entenderem a posição e ideias sem achar que lhe estão a dar demais..
PODEMOS DIZER QUE DE CERTO MODO EXISTEM 2 PUTIN E DOIS TIPOS DE POLÍTICA
EXTERNA. Mas não há indicadores formais. Entao provavelmente ação de Putin e Russia
resulta de um acumular de desencantamento com as suas tentativas de maior
proximidade com o Ocidente, que tem corrido mal. Existem então falhas no
ajustamento politico, estratégico, intelectual e cultural as circunstâncias:
Falha política:
1) Permanência de instituições criadas e usadas durante a GF (Nato e seu
alargamento)
2) Diferença ideológica de Moscovo (autonomia) contra do Ocidente
(democracia)
3) Dificuldade em falar abertamente sobre a questão de assimetria – A Russia
nunca se apresenta como a parte que perdeu – diferente da Alemanha e do
Japao – mas sim como uma grande potência
4) Problemas políticos entre as diferentes façoes na Rússia
5) Problemas externos: contexto internacional de cada vez maior insegurança e
com mais ameças: dificuldade para a Rússia criar as suas instituições e ter
sucesso – quando as ocidentais estão, uma por uma, a falhar
Estratégica:
1) SI não tem um mecanismo de plena integração para as potências emergentes
– faz levantar questões de legitimidade e dá espaço para ideias de Guerra
aparecerem
2) Aparecimento de nova idade nuclear
3) Bases militares norte-americanas estarem em territórios até então controlados
por URSS -> deixa a Russia desconfiada
4) Avanço assimétrico da NATO, acompanhado com a retirada Russia
5) Assimetria em relação as vantagens estratégicas: NATO e EU fizerem
alargamentos aos antigos países da URSS
6) Potencial fim do acordo sobre Armas Convencionais na Europa (a Russia
acabou por suspender a ratificação deste tratado)
7) A Russia foi aumentando e diminuindo os preços do petróleo aos vizinhos e
isso foi visto pelos ocidentais como uma afronta e uma tentativa da Russia se
tornar uma potencia energética
Intelectual
1) Falta uma boa e objetiva analise académica (durante os anos 90 – quando a
Rússia estava mais aberta), mas que não aconteceu muito por erro e
deslegitimação dos académicos
2) Diáloo paternalista e unipolar dos EUA ajudava a necessidade de continuar a
sua hegemonia e controlar a ação dúbia e pouco democrática da Russia
Cultural
1) Má vontade quando pensamos nas relações entre os países
2) Rússia continua a ser percepcionada como anormal no sistema de política e
seguranças europeus.
Conclusão
A ideia de uma nova GF faz parte uma incapacidade do ocidente em entender a Rússia
e vice-versa. Muita da questão política parte da não-resolução de conflitos que
prevaleceram da Guerra Fria, do trabalho académico pouco real e também da própria
política externa russa que parece contraditória com Putin a tentar integrar instituições
do sistema internacional ao mesmo tempo que apela à autonomia e soberania russa.
O termo GF é, portanto, apenas uma metáfora contemporânea nas RI para descrever
uma relação que nunca será perfeita.
CASO PRÁTICO: As RELAÇÕES ENERGÉTICAS O TRIÂNGULO RÚSSIA-EU-UCRÂNIA
Texto: Elena Kropatcheva “Playing Both Ends Against the Middle: Russia’s Geopolitical
Energy Games with EU and Ukraine”
Introdução
- Este artigo foca-se no facto dos mesmos jogarem entre si jogos estratégicos que apenas
faz com que todos percam e nenhum ganhe qualquer tipo de superioridade. Neste
artigo, a geopolítica da energia é portanto o interplay de políticas relativas à energia
um nível internacional, baseada numa mistura complexa de cálculos de
custo/benefício.
- A Rússia é quem fornece a energia, a EU é quem consome a energia (cerca de 20%) e
a Ucrânia é tanto um país que compra como um país que serve de via de transição de
energia.
- Depois do desmembramento da URSS, a Russia sempre mostrou interesse em
negociar e aproximar-se da Ucrancia porque esta lhe era estrategicamente e
historicamente importante; Contudo, o Ocidente começou a interessar-se e
aproximar-se institucionalmente da Ucrania; a Rússia ficou desonfiada e a Ucrânia
numa posição de “passar de um lado para o outro”.
- A Russia detem grande parte das suas companhias de gás (Gazprom – ligada ao
estado) em território ucraniano, o que deixa os EUA e EU reticentes. Mas a Ucrania
tem a GTS que é nacional - em 2009 foi modernizada com a ajuda da UE
- No caso do petróleo, a Ucrania esta completamente dependente da vontade
russa já que a ultima controla grande parte do investimento.
- Conclusão: as atividades das companhias energéticas russas na Ucrânia estão a ir
de encontro aos interesses realistas de aumentar a influência russa no território
ucraniano, mas temos o Ocidente pronto a apoiar todos os projetos que ajudem a
Ucrânia não seja tao dependente em termos energéticos.
- Tem a ver com o facto da Russia pretender diversificar os seus aquedutos – fim
da URSS e com os conflitos na Ucrania - a Russia tem apenas um aqueduto direto
a Finlandia para fazer contacto com a Europa.
- A EU acaba por ser prisioneira e tem noção disso entre os conflitos da Russia e
Ucrania e da instabilidade interna da Ucrania.
- A Russia e a EU juntaram-se para construir a Yamal Pipeline.
- A Russia e a EU trambalham em conjunto e do mesmo lado, apesar de haver
alguma inquietação no interior da EU (com os países de Leste desconfiados...)
Conclusão
Entendemos que as políticas energéticas, mais do que considerações políticas e
económicas, tem uma base em aspirações geopolíticas.
Contexto:
- Após o desmembramento do Império Otomano, deu-se a criação de fronteiras
artificiais nesta área do Médio Oriente. A Síria, que ficou sob o mandato francês,
não escapou à vage de independências após a 2ª GM.
- Os movimentos pró-libertação eram fundamentalmente nacionalistas e
seculares e é com eles que após a independência, a família Al-Assad chega ao
poder. A ascensão ao poder por via da libertação do país conferiu legitimidade aos
Al-Assad para governar.
- Contudo, esta legitimidade foi enfraquecendo: problemas de ordem económica
levaram ao aumento da contestação popular. Em 2011, a Síria sofria retrações
económicas e altos índices de desemprego:
- Fraca adaptação da economia ao mercado livre;
- Indústria instável
- Deterioração dos padrões de vida e direitos humanos com uma situação
deplorável, conquistanto a atenção de várias organizações estrangeiras;
- Redução do apoio do Estado aos menos desfavorecidos;
- O país esteve sob estado de “exepção” de 1963 a 1911, o que permitia às
forças de segurança fazarem e prenderem quem quer que fosse, sem justificações;
- Regime de partido único;
Contra Assad: EUA; EU; Turquia (pretendem uma mudança de regime que seja
favorável à sua osiçao na região e à questão de Israel)
Apoiam Asssad: Rússia; Irão; China
Há quem defenda que a Guerra na Síria é uma nova proxy war, semelhante às da GF.
As dinâmicas da GF são, na verdade, muito semelhantes:
1) Tem-se verificado falta de vontade em resolver a questão da Síria -> o
organismo que teria interesse em fazê-lo: CSNU não consegue lidar com a
questão. Novo bloqueio do CS? Nova GF? Nova bipolaridade? (Importa
saber que a China imita a Russia – 2011 vetaram uma resolução contra o
governo sírio)
2) Apoios cruzados ao armamento, nos financiamentos, nas divisões
territoriais da região para cada grupo etc – a verdade é que a guerra
também é um negócio e isso contribui para que esta esteja neste impasse
há 6 anos. Qualquer resolução válida do conflito tem imensas implicações.
OU SEJA A GEOPOLÍTICA DOS RECURSOS, QUESTAO CURDA, EXPANSAO DO
DAESH SEMPRE PRESENTES.
GUERRA DA SÍRIA = COMPLEXIDADE INTERNA + INTERNACIONAL + RELIGIOSA
+ ÉTNICA + OPERACIONAL ESTRATÉGICA (hard power vs soft power)
Os vizinhos da Síria como a Jordânia, Líbano, Turquia são aqueles que suportam o
maior preso destes deslocamentos, debatendo-se com grandes impactos nas suas
economias, sociedades e infraestruturas, ameaçando a estabilidade de toda a região.
Similarmente às políticas de blocos da GF, pode-se dizer que o mundo está agora
dividido em 3 blocos principais, relativos à sua posição quanto ao conflito sírio:
1) Bloco não ocidental (China, Russia, Irao)
2) Bloco ocidental (EUA; EU; Turquia; Arabia Saudita)
3) Bloco neutral (Israel e Paquistao)
Política de Blocos -> Escalada de tensões e aprofundamento do conflito
Ou seja, conclusões:
Mesmo com as reações repressivas dos Estados que sofria a contestação popular, os
efeitos da Primavera Árabe resultaram na deposição de vários chefes de Estado e
na retração de diversos líderes.
Texto: Aras & Yorulmaziar “ State, region and order: geopolitics of the Arab Spring”
Conclusão
Texto: Cristian Nitoiu “Towards conflict or coopration? The Ukraine crisis and EU-
Russia relations”
Conclusão
Conclusão
É também importante