Trabalho II Unidade Sociologia
Trabalho II Unidade Sociologia
Trabalho II Unidade Sociologia
ATIVIDADE EM EQUIPE
DIOGO SANTOS
IAÇANÃ SIBELLE LIMA BISPO
LUCIANA LIMA CARDOSO
SAMUEL VIEIRA
1) Discorra, de forma panorâmica, sobre o objeto, o método e a teoria desenvolvidos por Émile
Durkheim, apresentando a sua contribuição para Sociologia.
Resposta: O objeto de estudo de Émile Durkheim eram os fatos sociais, que o mesmo
delimitou para o estudo da sociologia. O fato social, segundo Durkheim, consiste em maneiras
de agir, de pensar e de sentir que exercem determinada força sobre os indivíduos, obrigando-os
a se adaptar às regras da sociedade onde vivem.
No entanto, nem tudo o que uma pessoa faz pode ser considerado um fato social, pois,
para ser identificado como tal, tem de atender a três características: generalidade, exterioridade
e coercitividade.
Coercitividade: característica relacionada com o poder, ou a força, com a qual os
padrões culturais de uma sociedade se impõem aos indivíduos que a integram, obrigando esses
indivíduos a cumpri-los.
Exterioridade: quando o indivíduo nasce, a sociedade já está organizada, com suas leis,
seus padrões, seu sistema financeiro, etc.; cabe ao indivíduo aprender, por intermédio da
educação, por exemplo.
Generalidade: os fatos sociais são coletivos, ou seja, eles não existem para um único
indivíduo, mas para todo um grupo, ou sociedade.
O método que ele utilizava para estudar os fatos sociais era o Método Comparativo.
Consistia na observação de um fenômeno social, elaboração de hipóteses acerca do mesmo e
realização de experiências controladas. Era praticamente um modelo cientifico para enxergar a
sociedade, saindo do senso comum. Também facilita a evidência de causas e efeitos. Ele
aconselhava os sociólogos a olharem os fenômenos como coisas, para diminuir ao máximo o
enviesamento da análise.
Durkheim sugeria que fosse reconhecido a origem social das categorias, que seriam os
estados da coletiva, e tendo como origem a cooperação. Para ele, as categorias eram
representações essencialmente coletivas, que vinham primeiramente por meio da religião, que
continha tudo que era essencial na sociedade, como a ciência, filosofia, a moral... Os conceitos
são criados pela comunidade, e compartilhado por todos, e como são universalizados, podem
ser comunicados de uma pessoa para outra.
2) Qual a relação que podemos fazer entre Èmile Durkheim e Augusto Comte?
Resposta: Os dois possuíam características do positivismo em suas análises sociais, que
defende a ideia de que o conhecimento científico seria a única forma de conhecimento
verdadeiro, incluindo até mesmo as relações sociais.
3) Discorra, de forma panorâmica, sobre o objeto, o método e a teoria desenvolvidos por Karl
Marx, destacando os aspectos teóricos e metodológicos para análise da realidade capitalista.
Resposta: Marx adotou a visão de Hegel da história do mundo, chamada dialética: uma
progressão na qual cada movimento sucessivo ocorre como solução das contradições inerentes
ao movimento anterior. Contudo, em sua filosofia, Marx muda a causa dos movimentos
históricos.
Marx introduziu o conceito da dialética materialista, que afirma que os movimentos
históricos ocorrem de acordo com as condições materiais. O materialismo dialético é o
método de análise da realidade social que busca definir a história e as estruturas sociais como
frutos de "contradições internas". Para Marx, todo e qualquer sistema socioeconômico "traria
em si os germens de sua própria destruição". O capitalismo, por exemplo, implicava a existência
de duas classes sociais antagônicas, a burguesia e o proletariado. Desse conflito resultaria o
socialismo. Assim, para Marx, o "motor" da História seria a "luta de classes".
Esse conceito foi articulado pelo materialismo histórico de Marx, ou seja, pela
interpretação econômica da história. O materialismo histórico de Marx implica na noção de
modo de produção. Segundo essa ideia, a economia é a base sobre a qual se apoia a estrutura
social e que determina suas características políticas e culturais.
Marx acreditava na visão científica da História – na formulação de uma "ciência da
História". No seu entender, os planos políticos e ideológicos das sociedades são determinados
pelas condições econômicas. Tal conceito é explicitado pela frase "a base material determina
a consciência social".
O materialismo histórico é um dos fundamentos teóricos do "socialismo científico
"que foi fundado por Karl Marx e Friedrich Engels. O socialismo científico se distancia
do socialismo utópico, pois, em vez de confiar na capacidade transformadora dos homens,
parte para uma análise dos mecanismos econômicos e sociais do capitalismo, a fim de conhecê-
lo a fundo e propor modos de eliminá-lo. Trata-se, portanto, de uma proposta revolucionária do
proletariado.
A usando de suas teorias como base: o Manifesto Comunista, tendo Friedrich Engels
como coautor, foi publicada em 1848, incentivando a revolução da classe operária. Marx
declarava que suas teorias eram fundamentadas em análises científicas da História. Propôs que
toda a história humana havia sido uma história de luta de classes. Segundo o Manifesto
Comunista, a luta de classes desapareceria com a vitória do proletariado, afirmou que a
história, assim como a natureza, segue leis científicas. Declarou que a classe social que possuía
o poder econômico controlava o governo em benefício próprio. O Manifesto
Comunista tornou-se uma das principais declarações programáticas dos partidos socialistas e
comunistas europeus nos séculos XIX e XX.
4) Com base em Karl Marx, qual é a visão que a equipe tem sobre conceito de ideologia?
Resposta: Karl Marx percebe a ideologia como uma consciência sistematizada ilusória
da realidade social, política e até mesmo econômica, que busca somente a perpetuação do poder
de dominação da burguesia sobre o proletariado. Neste sentido, os produtores diretos foram
expropriados dos seus meios de produção durante o capitalismo, e por terem necessidade de
subsistência tiveram que vender sua força de trabalho os detentores do "meio de produção",
tornando a força de trabalho uma mercadoria plausível de ser quantificada. No entanto, esta
relação não é pacífica nem harmônica, pois é um meio de exploração que gera conflitos, já que
a parte que mais se beneficia da relação é a que possui domínio sobre os meios de produção,
sendo que trabalhador mesmo produzindo riqueza para o capitalista, continua vivendo em
condições precárias.
5) Discorra, de forma panorâmica, sobre o objeto, o método e a teoria desenvolvidos por Max
Weber, apresentando a base teórica sobre a realidade capitalista.
Resposta: Para Max Weber, o objeto de estudo da ciência é a compreensão da ação
social, já que esta possibilita a orientação da conduta, do comportamento e do sistema de
valores, ou seja, a racionalidade que orienta a conduta.
Na teoria weberiana, compreender é pesquisar o significado cultural da estrutura
socioeconômica da vida humana e suas formas de organização, já que esta tem inteligibilidade
intrínseca, que vem do fato que os homens são dotados de consciência. Weber ainda ressalta
que não tem como analisar os múltiplos sentidos existentes na conduta humana, logo deve ser
criado um método que torne o alcance do objetivo plausível. Para isso, o filósofo deve fazer o
recorte no meio de estudo, condicionando sua orientação ao seu interesse. Após escolher este
fragmento, o cientista social deve utilizar o método eficaz, que seria o método heurístico, para
ordenar o caos, iniciado com escolha do objeto do estudo. Na elaboração científica deve haver
uma justificação subjetiva, onde ocorre a neutralidade axiológica (valores), a qual se constitui
o pressuposto fundamental da teoria.
Para tanto, ele criou um construto abstrato, probabilístico, utópico de orientação da
realidade empírica e meio de elaboração de hipótese, o Tipo Ideal, que busca a comparação da
realidade para verificar elementos do conteúdo empírico, determinando assim as suas
singularidades. O método heurístico que relaciona o ideal puro (abstração) e a realidade
empírica sintetizou as propostas teóricas. A objetividade da multiplicidade dos interesses de
Weber é a tentativa de estabelecer o racionalismo ocidental, no qual todas as ações individuais
devem obedecer um quadro de referência com critérios instrumentalizados.
Para Weber, a base teórica da realidade capitalista surgiu com os protestantes acéticos,
os puritanos, principalmente os da Inglaterra e dos Estados Unidos que iniciaram a revolução
que desencadeou grandes conquistas, além do próprio capitalismo; estado racional burocrático;
direito racional e formal; imprensa livre; ciência experimental; e a capacidade da livre
expressão. Neste sentido, os protestantes adotaram uma ética que racionalizou o meio, com a
regulamentação do trabalho e da poupança, utilizando, para tanto, a ideia de que para glorificar
a Deus era porque preciso que o homem trabalhasse, evitasse o ócio, o luxo, preguiça e a perca
de tempo. Desta forma, eles desencantaram o mundo, pois usaram o racionalismo para fazer
mudanças na teoria vigente (teoria teocêntrica para antropocêntrica), alcançaram a objetividade
e a despersonificação do direito, da economia e da organização política do Estado,
demonstraram a importância do crescimento do conhecimento técnico especializado e do
progresso do homem sobre a natureza.
6) Explique, com base Max Weber, o que significou a revolução do protestantismo ascético
para a modernidade ocidental.
Resposta: Marx Weber levantou reflexões sobre a função do protestantismo ascético na
formação e no comportamento característico do capitalismo ocidental moderno. Para isso,
Weber buscou analisar como se deu o surgimento do protestantismo, e como que a origem deste
gerou um novo modelo de ética em relação à organização sobre o trabalho (apreço da “razão”
como princípio organizacional das relações sociais).
O espírito do capitalismo tem uma base religiosa muito forte, e isso somente ocorreu
com o protestantismo. Desta maneira, podemos destacar o ascetismo, uma das teses weberianas
que possuía caraterística de conduta extremamente rígida, e este exemplo acompanhava a ideia
de predestinação, ou seja, o indivíduo tinha o conceito de que, para Deus, ele poderia estar
determinado à condenação ou salvação, então o trabalho árduo era essencial e bom. Outra tese
citada por Weber, a acumulação, a poupança, o lucro sobre lucro (características do capitalismo)
apontados como avareza para o catolicismo, já no protestantismo essas práticas não eram
consideradas malditas. A vocação (chamado divino), outra tese essencial, Weber considera
sagrado todo atributo dada por Deus ao homem para o amor ao trabalho, sendo assim, o
capitalismo acusa o ócio produtivo como algo abominável e associa a preguiça como pecado.
Weber chegou à conclusão de que fundamentalmente o protestantismo contribuiu para o
desenvolvimento do capitalismo em grande parte dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.
O trabalhar não é nenhuma maledicência, trabalhar é libertação, ou seja, esta nova prática de
virtude orientou a conduta de racionalização e o desencantamento do mundo.
REFERÊNCIAS
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo Editorial, 1998.
WEBER, Max. Sociologia. Organizador: Gabriel Cohn. São Paulo: Ática, 1979.