Ebook - A Obra de Deus - Watchman Nee
Ebook - A Obra de Deus - Watchman Nee
Ebook - A Obra de Deus - Watchman Nee
* * * *
“Se você encontrar erros de ortografia durante a leitura deste e-book, você
pode nos ajudar fazendo a revisão do mesmo e nos enviando.”
Precisamos de seu auxílio para esta obra. Boa leitura!
E-books Evangélicos
1 - O QUE E A OBRA DE DEUS?
Leitura: "Prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado
por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma
coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as
que diante de mim estão, prossigo para o alvo,para o prêmio da soberana
vocação de Deus em Cristo Jesus" (Filipenses 3.12-14).
O QUE É A IGREJA?
Quando começamos a procurar aqui na terra por alguma coisa - uma
igreja, um testemunho, um movimento, uma doutrina, uma coisa exterior visível
e tangível, descobrimos que ela se torna imediatamente mais outro "cristianismo
técnico". E apenas uma coisa terrena, morta e sem utilidade. O Corpo de Cristo,
1
Considerando do ponto de vista do tempo, da limitação do homem, o autor se refere à eternidade
passada, antes do início do tempo, antes do início da criação de Deus, e à eternidade futura, no novo céu e
nova terra. (N.E.)
entretanto, é vivo e espiritual. Mas quando está morto, se torna imediatamente
apenas uma coisa.
Devemos ser simplesmente um grão de trigo que cai na terra e morre e
produz muito fruto. Isso é seguidamente repetido através das eras. É um assunto
sempre e para sempre celestial; nunca existe o toque da terra nele. A Igreja não é
uma coleção de judeus, gentios, brasileiros, americanos, chineses e outros. Por
acaso não está escrito em Colossenses: "O novo homem (...) no qual não pode
haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo,
livre; porém Cristo é tudo em todos" (3.11)?
Muitos acham que o que nos permitirá cruzar os portões do céu é ter um
pedaço de Cristo em nós. Esse é um conceito horrível, porque na entrada do céu
está a cruz, e nesta cruz você e eu e todos os outros seres humanos fomos
crucificados. Todo judeu, grego, brasileiro, americano, chinês, e qualquer outro,
foi pregado naquela cruz e nunca chegará ao céu. Somente o que entra é Cristo;
nada de nós jamais entrará. Isso é a Igreja. Qualquer coisa em nós e sobre nós
que seja Cristo ou de Cristo é a Igreja; tudo o que em nós teve origem em nós -
qualquer coisa que não seja o próprio Cristo em nós - não é a Igreja e nunca
entrará no céu; pelo contrário, será destruído.
Aquilo em nós que é a vida sem mistura de Cristo é o que Deus
eternamente reconhecerá e é com isso que Ele contará para trabalhar. E somente
esse elemento é que poderá trabalhar junto com Deus.
2 - A OBRA DE DEUS NESTA DISPENSAÇÃO
Leitura: "A graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom
de Cristo (...) E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas,
outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao
aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do Corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do
pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da
estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos,
agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina,
pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas,
seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo Naquele que é a cabeça,
Cristo, de quem todo o Corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda
junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento
para a edificação de si mesmo em amor" (Efésios 4-7, 11-16).
Leitura: "Disse o Senhor: Ocultarei a Abraão o que estou para fazer?" (Gênesis
18.17).
"Teve José um sonho e o relatou a seus irmãos (...) Teve ainda outro sonho e o
referiu a seus irmãos" (Gênesis 375, 9).
"Chamou Jacó a seus filhos e disse: Ajuntai-vos, e eu vos farei saber o que vos
há de acontecer nos dias vindouros" (Gênesis 49.1).
"Segundo tudo o que Eu [Deus] te mostrar [a Moisés] para modelo do
tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis"
(Êxodo 25.9).
"[Deus] e ensina aos mansos o Seu caminho. (...) A intimidade do Senhor é para
os que O temem, aos quais Ele dará a conhecer a Sua aliança" (Salmos 25.9,
14).
"[Eu, Paulo,] jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus" (Atos
20.27).
"[Eu, Paulo,] em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que
complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para
testemunhar o evangelho da graça de Deus" (Atos 20.24).
"Tendes ouvido a respeito da dispensação da graça de Deus a mim [Paulo]
confiada para vós outros; pois, segundo uma revelação, me foi dado conhecer o
mistério, conforme escrevi há pouco, resumidamente (...) do qual fui constituído
ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força
operante do Seu poder" (Efésios 3.2, 3, 7).
4
Parece-nos que o autor quer significar que se vivermos, de fato, o Corpo como nossa vida, nele
encontraremos as respostas que, sozinhos, não conseguimos encontrar. (N.E.)
viver fora do Corpo.
Leitura: "A graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom
de Cristo. (...) E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas,
outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao
aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do Corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do
pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, a medida da
estatura da plenitude de Cristo" (Efésios 4-7, 11-43).
"A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso.
Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro,
segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo
Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações
de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um,
variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las. Mas um só e o
mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a
cada um, individualmente (1 Coríntios 12.7-11).
"O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a
igreja. Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém,
que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas,
salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação" (1 Coríntios 14:4,
5).
"Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se
partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos
habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do
espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica" (2 Coríntios 3.5, 6).
"Tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não
desfalecemos (...) Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a
excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados,
porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém
não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o
morrer de Jesus, para que também a Sua vida se manifeste em nosso corpo.
Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus,
para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo
que, em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida" (2 Coríntios 4.1, 7-12).
5
O Espírito derramado refere-se ao revestimento exterior do Espírito, em seu aspecto de poder, de
capacitação para a obra, como o ocorrido no dia de Pentecoste, não em seu sentido de vida, de
regeneração, como o registrado em João 20. (N.E.) 2Berçário, no original. (N.E.)
5 - O QUEBRANTAMENTO LIBERA A VIDA
7
Referindo-se à conferência. (N.E.)
6 - O MINISTÉRIO PROFÉTICO
PROFETAS E MESTRES
Creio que o Senhor deseja que examinemos particularmente os ministérios
de profeta e mestre. No Antigo Testamento, vemos dois tipos de profeta: os que
predisseram acontecimentos futuros, como Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, e
outros, como Elias e Eliseu, dos quais a maior parte da obra não foi revelar
acontecimentos futuros, mas explicar os de seu tempo. Eles deviam expressar
qual era o pensamento de Deus em Seus atos naquele tempo, por que estava
fazendo e o que estava fazendo. Eles deviam explicar as ações de Deus, por
assim dizer, e, à luz do que Deus estava fazendo e do que estava em Sua mente,
deviam exortar o povo. João Batista foi o mais proeminente desses profetas no
Novo Testamento. Como outros antes dele, João expressou a mente atual de
Deus. Desse modo, os profetas tinham um lugar distinto; ninguém poderia ser
mais importante do que eles.
Os mestres, por sua vez, tomam a Palavra de Deus e a colocam diante do
povo, explicando-a. Eles nunca são mencionados sozinhos; geralmente são
acompanhados pelos profetas ou pastores. Deus não designou os homens para
serem apenas mestres. Deus não quer nenhuma doutrina ou ensinamento que
tenha apenas valor acadêmico e não valor espiritual. Sim, Ele tem usado alguns
como mestres, mas este é um ministério limitado, pois visa apenas a dar
entendimento e luz na Palavra e ser capaz de passar isso claramente aos outros,
partindo a Palavra em pedaços ou juntando suas partes num todo.
Tudo isso é objetivo; é um entendimento que veio do exterior, da Palavra,
e não a luz que veio de um conhecimento real de Deus e de andar com Ele. Esse
entendimento da Bíblia e a transmissão dele conduz a muitas dificuldades
mentais e a um estudo incessante visando a solução delas. Isso, porém, não é
vida.
Mas haverá um dia quando o Senhor tomará você e lhe mostrará que o
verdadeiro problema não é a Bíblia, mas você mesmo; que tudo o que você
pesquisou e achou foi exterior, mental, sem valor, na esfera do conhecimento e
não na esfera da vida.
Para que você seja um profeta, três coisas são necessárias e
indispensáveis:
1. A preparação como vaso: o Espírito quebrando você, tratando você,
aplicando a cruz, levando-o à morte e operando dentro de você a vida de Cristo.
Em outras palavras, uma história secreta com Deus.
2. Um encargo interior, dado por Deus: um pensamento que se torna um
encargo.
3. Condições para expressar tal encargo, expressão para aquele
pensamento: uma interpretação e expressão nítidas dele.
Existe o dom de profecia que pode se manifestar por meio de línguas ou
declarações sobrenaturais, sob o Espírito derramado, mas isso é uma forma
temporária de Deus agir quando não há ninguém com profundidade, história e
maturidade espirituais a quem possa usar como vaso inteligente para a edificação
da Igreja.
7 - MINISTRAR EM VIDA
Leitura: "Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi
feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por
vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra
de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença
de Deus, pela manifestação da verdade. (...) Temos, porém, este tesouro em
vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em
tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não
desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não
destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua
vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre
entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se
manifeste em nossa carne mortal. De modo que, em nós, opera a morte, mas, em
vós, a vida. (...) Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso
homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia
em dia" (2 Coríntios 4. 1,2, 7-12, 16).
A Segunda Carta aos Coríntios é um livro muito importante, pois nos fala
como deve ser a pessoa que serve a Deus. Por exemplo: os capítulos 8 e 9 nos
falam, entre outras coisas, qual deve ser a atitude do servo do Senhor em relação
ao dinheiro. Também vemos em 2 Coríntios o que significa ministrar em vida.
De todas as epístolas de Paulo, 1 Coríntios é a mais rasa e superficial, pois
trata principalmente com o certo e o bom - por isso, não é tão profunda.
Entretanto, 2 Coríntios é a mais profunda de todas as epístolas (sem dúvida,
Efésios é a mais elevada, mas 2 Coríntios é a mais profunda). Primeira Coríntios
trata bastante de questões e problemas exteriores, mas no meio de tudo isso uma
porção de realidades espirituais interiores vitais de grande preciosidade se
destacam. Uma delas é que Deus escolheu as coisas fracas deste mundo, as
desprezadas, as ignorantes e tolas, as que nada são e os que são nada, para
envergonhar as sábias, a fim de que nenhuma carne se glorie aos Seus olhos.
Outra coisa importante é que tudo o que temos recebemos de Deus, para que
ninguém fique orgulhoso. Outro assunto de destaque é o comentário de Paulo
sobre os vários dons e o valor deles. Além disso, ele traz o maravilhoso capítulo
sobre o amor. Depois, no meio do capítulo que trata sobre o véu, Paulo nos dá o
tremendo princípio de que a Igreja deve se colocar debaixo da autoridade
conforme o arranjo de Deus: Cristo sob Deus, o homem sob Cristo e a mulher
sob o homem. E, no início da carta, a grande questão da unidade é tratada,
mostrando como toda a nossa unidade depende do tratamento drástico da carne.
8
Palavras de despedida do irmão Nee, quando seu navio partiu de Xangai para a Inglaterra em
1938. (N.E. em inglês)
8 - MINISTÉRIO SACERDOTAL
9
Conhecer aqui, como já exposto pelo autor, não se refere a conhecimento doutrinário, mental,
mas ao conhecimento advindo da experiência e do relacionamento com Deus e manifestado na
vida diária. (N.E.)
9 - A INIQÜIDADE DO Nosso MINISTÉRIO
A INIQÜIDADE DO SANTUÁRIO
Deus disse a Arão: (1) "Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo
levareis sobre vós a iniqüidade relativamente ao santuário"; (2) "[Eles (a tribo de
Levi)] farão o serviço que lhes é devido (...) porém não se aproximarão dos
utensílios do santuário, nem do altar"; (3) "O estranho, porém, não se chegará a
vós."
Deus nos mostra muito claramente o que Ele pensa do pecado e passa por
toda a lista; todavia, aqueles pecados não são punidos pela morte. Mas "a
iniqüidade do santuário", a iniqüidade do ministério, só é punida com a morte,
sem possibilidade de escape ou perdão. Esse tipo de iniqüidade, diferentemente
de mentir ou matar, da soberba ou da quebra da lei de alguma forma, não é fácil
de ser expiado. Esse pecado, a iniqüidade do ministério, não deve ser perdoado.
Esse tipo de coisa simplesmente não deve ser permitido, tolerado ou perdoado.
Qualquer outro pecado pode ser purificado e perdoado, mas este não.
O que são esses pecados do santuário? Precisamos voltar atrás e ver
novamente o que é o ministério. Vimos que todo ministério é resultado de morte
e ressurreição. A vara morta de Arão devia ser colocada diante de Deus e passar
pela morte. A vara não tinha vida em si mesma, era uma coisa morta. Precisamos
reconhecer que nós, como a vara, somos coisas mortas: inúteis, definitivamente
inúteis, sem qualquer coisa para oferecer, sem esperança, sem o menor fragmento
para oferecer a um mundo necessitado, sem um átomo de nada de valor para
Deus ou que Ele possa usar.
Mas quando Deus tomou essa vara morta e a fez passar pela morte, ela
brotou. Ela simplesmente tem de ser depositada diante do Senhor, para que Ele
possa colocar Sua própria vida nela. No vaso de barro, Ele deposita aquele
tesouro de grande valor: Sua própria vida que passou, ela mesma, pela morte e
ressurreição. É a Sua morte e a Sua ressurreição que Ele nos leva a experimentar,
como é mencionado em Filipenses 3. Por exemplo: tome alguém inteligente que
tenta servir o Senhor com sua inteligência. Um ministério como este não resulta
em vida. Pelo contrário, tudo o que ele toca resulta em morte porque ele mesmo
não passou pela morte de Filipenses 3.
Qual é, então, a iniqüidade do santuário? E levar para o serviço do Senhor
algo além da vida de ressurreição. Muitos são fervorosos pelo Senhor, mas
apenas de forma natural; eles trazem seu próprio entusiasmo acalorado para o
serviço ao Senhor. Isso é uma iniqüidade do santuário. Muitos servos de Deus
trazem sua vontade forte para o serviço do Senhor. Isso é um pecado do
santuário. Outros centralizam tudo na mente: a mente deles é clara e forte, e eles
captam as coisas rapidamente; têm grande desejo de estar nos círculos espirituais
e com pessoas espirituais e gostam de ouvir mensagens espirituais. Mas eles
estão, por assim dizer, apenas assistindo tudo através de uma janela; aquilo nunca
se tornou vida para eles. Deus nunca tocou verdadeiramente o espírito deles nem
lhes deu revelação. Nunca passaram pela morte tudo o que neles é bom, forte e
natural. Eles, pelo contrário, trazem a mente natural, talentos e tudo quanto é
natural para o serviço de Deus. Isso é abominável para Ele e é o pecado do
santuário.
A menos que nosso ministério seja aceitável a Deus, ele resulta em morte.
Foi assim com Uzá quando estendeu a mão e tocou na arca de Deus, pois os bois
que puxavam o carro novo sobre o qual ela estava tropeçaram e ela caía. Ele
tocou o que era santo com mãos impuras e encontrou morte imediata. Embora
fosse uma reação perfeitamente natural, não era, todavia, de acordo com a ordem
de Deus. Era um serviço a Deus, mas contrário à norma de Deus, realizado à
maneira do homem e na mente e força do homem. Muitas vezes estendemos a
mão da carne e tentamos fazer aquilo que só Deus pode fazer. Nós falamos antes
do tempo de Deus; não esperamos até que Ele realize as coisas no Seu próprio
tempo e maneira e pelo Seu próprio Espírito. Tentamos fazer isso por Ele, mas o
resultado é apenas morte - Deus pune tal coisa com morte.
O rei Uzias se atreveu a tomar sobre si aquilo que Deus havia designado
apenas para os sacerdotes realizarem, isto é, queimar incenso a Deus. Deus
respondeu imediatamente à sua atitude com a lepra: morte.
Da mesma forma, muitos hoje tentam ministrar no templo do Senhor
quando, na verdade, Ele não os designou para isso. Eles querem servir ao Senhor,
amam a obra cristã, encontram grande alegria nela, movimentam-se numa
atividade incessante pelo Senhor, fazem sacrifícios por Ele e comem muitas
coisas amargas na obra por Ele: isso pode estar errado? Deus diz que é a
iniqüidade do santuário por não ter sido designado por Ele. Ele não chamou tais
pessoas para realizar isso. Tal obra é feita na força do homem e não na força de
Deus ou, então, essa obra nunca conheceu a cruz nem passou pela morte. A
confiança em qualquer coisa da velha criação e a introdução delas na obra do
Senhor - coisas tais como eloqüência, inteligência, bondade, capacidade e outras
-, constituem a iniqüidade do ministério. Qualquer dependência da força própria
de alguém para servir ao Senhor é um pecado do santuário.