O documento discute a Eucaristia e o Corpus Christi. Apresenta a definição de Eucaristia segundo o Catecismo da Igreja Católica e discute conceitos como presença real, sacrifício e comunhão. Também explica a origem da festa do Corpus Christi a partir das visões da freira Juliana de Mont Cornillon no século XIII.
O documento discute a Eucaristia e o Corpus Christi. Apresenta a definição de Eucaristia segundo o Catecismo da Igreja Católica e discute conceitos como presença real, sacrifício e comunhão. Também explica a origem da festa do Corpus Christi a partir das visões da freira Juliana de Mont Cornillon no século XIII.
O documento discute a Eucaristia e o Corpus Christi. Apresenta a definição de Eucaristia segundo o Catecismo da Igreja Católica e discute conceitos como presença real, sacrifício e comunhão. Também explica a origem da festa do Corpus Christi a partir das visões da freira Juliana de Mont Cornillon no século XIII.
O documento discute a Eucaristia e o Corpus Christi. Apresenta a definição de Eucaristia segundo o Catecismo da Igreja Católica e discute conceitos como presença real, sacrifício e comunhão. Também explica a origem da festa do Corpus Christi a partir das visões da freira Juliana de Mont Cornillon no século XIII.
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EUCARISTIA E CORPUS CHRIST.
❑ Reflexão inicial: Jo 6,32-40 – “Eu Sou o Pão
da Vida”. ❑ Segundo o CIC nº: 1324: “A Eucaristia é fonte e ápice de toda a vida cristã. Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a Santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa. ❑ O que significa a palavra Eucaristia? - Eucaristia significa ação de graças a Deus. as palavras ‘eucaristeiri (Lc 22,19; 1 Cor 11,24) e ‘eulogeri (Mt 26,26; Mc 14,22) – lembram as bençãos judaicas que proclamam – sobretudo durante a refeição - as obras de Deus: a criação, a redenção e a santificação (CIC 1328). Assim ela deriva do hebraico berakah. ❑ O termo “eucaristia” não aparece no NT para indicar o rito sacramental do ofertório e da consumação do pão e do vinho. Ele é usado pela primeira vez na Didaqué (fim do século I ❑ Não podemos deixar de ressaltar a relação entre Palavra e Sacramento. A Exortação Apostólica Pós Sinodal Verbum Domini afirma em seu nº 53: “É muito oportuno aprofundar o vínculo entre Palavra e Sacramento, tanto na ação pastoral da Igreja como na investigação teológica”. ❑ Por isso nesta relação Deus age na história - a Palavra proclamada torna-se realidade, por meio da ação sacramental – por isso dizemos: “ a Palavra de Deus é viva e eficaz – Hb 4,12. ❑ Nesta perspectiva entendemos o conceito de Dabar – força criadora da Palavra na concepção judaica. Logo a Palavra é uma proclamação restauradora, criadora, atuante e eficaz. ❑ A passagem de Jo 6,22-69 – tem como pano de fundo o “confronto” entre Moisés (aquele que falou face a face com Deus) e Jesus (aquele que revela Deus). ❑ O texto mostra a ligação entre Moisés e o Maná – a própria Palavra de Deus que sustenta o povo no deserto. ❑ Agora em Jesus – Lei – transforma-se em pessoa – o Verbo de Deus – se faz carne e habita entre nós – Jo 1,14. ❑ O jogo de palavras: Verbo- Carne – Pão. “Assim, no mistério da Eucaristia, mostra assim o verdadeiro maná, o verdadeiro pão do céu é o Logos de Deus que se fez carne, que se entregou a Si mesmo, no Mistério Pascal” ❑ Apresentaremos aqui algumas prefigurações eucarísticas no AT: ❑ Ligar a Eucaristia com a apresentação das oferendas no altar – algo corriqueiro na vida do hebreu. O ofertório prefigura o sacramento da Eucaristia – o gesto de Melquisedec, sacerdote e rei que oferece para Deus os dons do Pão e do Vinho – Gn 14,18-19 – relacionar com Hb – sacerdócio de Melquisedec a Jesus. ❑ Ligar a Eucaristia a dimensão da mesa – banquete – aliança – Gn 26,30-31ª; Ex 24,11b – a ceia, o comer e o beber fazem parte de um rito de aliança – a Nova e Eterna Aliança selada por Jesus na Quinta Feira Santa é selada com uma ceia. ❑ O Novo Testamento apresenta 4 relatos que instituem a santa Eucaristia, são elas: ❑ Mt 26, 26-29: “ Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e tendo abençoado, partiu-o e distribuiu aos discípulos disse: “Tomai e comei, isto é o meu corpo”[...] ❑ Mc 14, 22-25: “Enquanto comiam, ele tomou um pão, abençoou, partiu-o e lhes deu, dizendo : “Tomai, isto é meu corpo” [...] ❑ Lc 22, 19-20: “ E tomou um pão, deu graças, partiu, e deu-o a eles dizendo: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”[...] ❑ 1 Cor 11, 23-25: “Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmitiu: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o Pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é para vós; fazei isto em memória de mim[...] ❑ Uma das expressões mais significativas para a Eucaristia como fração do Pão – esta tradição usada desde os primórdios da Igreja – está ligada ao costume judaico da benção do Pão – hebraico Berakah. ❑ O rito é judaico, mas o termo é apostólico – Lucas denomina celebração eucarística como Fração do Pão – Lc 24,35 e At 2,42. ❑ Essa prática encontra uma de suas bases na tradição profética de Jeremias – Jr 16,7 – Jesus será o paradigma por excelência do rito – Mt 14,19 – 1ª multiplicação dos pães – relato da benção e a partilha do pão. ❑ No mesmo sentido – Mt 15,36 e Mc 8,6.19 ❑ A origem da fração do pão – Palestinense – o pai de família pega o pão –profere a benção (Berakah), parte o pão e distribui – no Cristianismo toma o tom primordial com a prática de Jesus na Ceia. ❑ Pontos teológicos sobre a Eucaristia: ❑ Eucaristia como Páscoa de Cristo: A Eucaristia – ação de graças – é a memória viva da Páscoa de Jesus – a Eucaristia concentra a atualização – um viver de forma atual o sacrifício de Cristo – Paixão, Morte e Ressurreição – O Sacramento Eucarístico é “Memorial da Paixão e da Ressurreição do Senhor” (CIC 1330) ❑ Os Sinais Centrais da Eucaristia: Pão e Vinho: é a matéria que Jesus usou para possibilitar a transubstanciação – muito se especula se Jesus fosse de outro lugar usaria outra matéria – no âmbito teológico, como nunca poderemos saber se a atitude de Jesus seria diferente, o fato é: não poderemos adulterar e alterar utilizando outras matérias. ❑ Para um israelita – pão lembra Deus – doador desse dom – oração do Pai Nosso – Mt 6,11: pedido do pão cotidiano – dom de Deus e do trabalho do homem – Gn 3,29. ❑ Vinho: sinal da alegria – Israel considera o vinho como as alegrias que Deus concede aos homens na terra – Eclo 31,27-28 – Pr 31,6-7. também o vinho fazia parte das oferendas e libações - 1 Sm 1,24; Os 9,4. ❑ Presença Real de Cristo na Eucaristia: assunto pertinente e cabe a pergunta: sendo a Eucaristia a presença real de Jesus, as outras formas de Jesus estar presente são irreais? ❑ Lógico que não – segundo a Encíclica Mysterium Fidei , Paulo VI deixa claro: ❑ Não há exclusão da realidade presencial de Cristo através dos outros sacramentos, dos ministros ordenados, da assembleia reunida e da onipresença de Cristo. ❑ Ao falar de presença real, o Papa fala de presença substancial – o Cristo completo – Deus e homem, é a Eucaristia. ❑ Para a filosofia aristotélica-tomista – presença substancial é presença concreta – não simbólica – nem espiritual somente, mas real. ❑ Quando tocamos na Eucaristia – tocamos (sangue, corpo, alma e divindade de Cristo – Deus e homem. ❑ Na presença real temos: a substancia e o acidente (pão e vinho) transubstanciados – mudança de substância – o que vimos na consagração - há a ausência do pão e do vinho e temos o corpo e sangue de Cristo. ❑ Eucaristia como Sacrifício: ao falarmos de sacrifício recorremos a etimologia da palavra – sacrifício – junção de duas palavras latinas – sacro e facere – significando: sagrado e fazer, tornar. ❑ Sacrifício significa: fazer sagrado, tornar sagrado. ❑ Sentido atual – dificuldade – “que sacrifício limpar a casa”. ❑ Quando saímos do sentido genérico e mergulhamos no sentido real – sentimos maravilhados, pois a palavra sacrifício está ligada intimamente a palavra consagração – separado para Deus –logo tornar sagrado para Deus. ❑ Outros sentidos da palavra sacríficio: ❑ Sinal da súplica do homem e Deus que o recebe – Massure. ❑ Homenagem a Deus sob forma de objeto (oblatio) sofrendo este objeto um tratamento por vezes destrutivo (immolatio) que materializa sua transferência para o domínio de Deus – Baciocchi. ❑ Oferenda a Deus para lhe prestar homenagem e obter favores dele – J. Galot. ❑ A Palavra de Deus apresenta 3 tipos de sacrifício: ❑ Holocausto: queima da oferta de animais (machos) – exprimia ação de graças (1 Sm 6,14) ❑ Sacrifício de comunhão: termo hebraico – zebah shelamim – sacríficio cruento com refeição religiosa e também um sacrifício para estabelecer uma intimidade com Deus – Dt 14,26. ❑ Sacrifício expiatório: termos hebraicos: Hattat e Asaham – sacrifício pelo pecado – Lv 4,1-5;13 e ato de reparação pelas ofensas cometidas – Lv 5,14-16 – chama a atenção – expiação ligada ao sangue – sentido de vitalidade – Lv 17,11. ❑ Ligando ao sacrifício de Cristo na cruz – 2 Cor 5,21 – a ação de Deus que torna Cristo solidário com o homem pecador – tornar esse homem solidário – obediência e a justiça de Cristo – em 1 Jo 2,2 – sentido sacrifical de vítima pelo pecado. ❑ Eficácia da Comunhão: a união a Cristo e a união entre os cristãos. ❑ Ministro da Comunhão: somente o sacerdote validamente ordenado –se faz as vezes de Cristo, é capaz de realizar o sacramento da Eucaristia – Cân 900. ❑ Rito da Comunhão: dois momentos: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística – “um só e mesmo ato de culto” – consagração das espécies + rito da comunhão e a benção final. ❑ Sinais e Símbolos: pão de trigo e vinho de uva – transubstanciação – pão no corpo e vinho no sangue de Cristo – matéria e forma do sacramento. ❑ Pão de trigo sem fermento e vinho de uva, podendo ser vinho branco – desde que seja de uva. ❑ A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. ❑ O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. ❑ Juliana nasceu em Liège em 1192 e participava da paróquia Saint Martin. Com 14 anos, em 1206, entrou para o convento das agostinianas em Mont Cornillon, na periferia de Liège. Com 17 anos, em 1209, começou a ter ‘visões’,exigindo da Igreja uma festa anual para agradecer o sacramento da Eucaristia. ❑ Com 38 anos, em 1230, confidenciou esse segredo ao arcediago de Liège, que 31 anos depois, por três anos, será o Papa Urbano IV (1261-1264), e tornará mundial a Festa de Corpus Christi, pouco antes de morrer. ❑ A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII. ❑ O Concílio de Trento (1545-1563), por causa dos protestantes, da Reforma de Lutero, dos que negavam a presença real de Cristo na Eucaristia, fortaleceu o decreto da instituição da Festa de Corpus Christi, obrigando o clero a realizar a Procissão Eucarística pelas ruas da cidade, como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia. ❑ Em 1983, o novo Código de Direito Canônico –cânon 944 – mantém a obrigação de se manifestar ‘o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia’e ‘onde for possível, haja procissão pelas vias públicas’, mas os bispos escolham a melhor maneira de fazer isso, garantindo a participação do povo e a dignidade da manifestação. ❑ FONTES: ❑ SÁ, Wilson Cardoso. Sacramentos I: Iniciação a Vida Cristã. Campo Grande: UCDB, 2017. ❑ https://formacao.cancaonova.com/divers os/o-que-e-corpus-christi/acesso em: 21/06/2002. ❑ VATICANO, Catecismo da Igreja Católica. Várias editoras. 2011.