Ivo Karmann Doutorado
Ivo Karmann Doutorado
Ivo Karmann Doutorado
rNSTtruTo DE GEoclÊruclRs
DED4LU"S -Äcervo - tGG
iltililtililillllilililllilllillllilllilllilllllilllilllil
3090001 7630
lvo Karmann
,t ,i
TESE DE DOUTORAMENTO
COMISSÃO JULGADORA
nome ass.
SÃO PAULO
1994
::.
SUMÁRIO
paglna
Índice de figuras iv
Indice de tabelas xi
Índice de fotografias xiii
Lista de anexos xiv
Resumo )rV
Abstracl xviii
Agrad'ecimentos )o(
il
f.
I
CAPÍTULO I -
t,, Introdução
!::.
i, CAPITULO 2.
! Fisiografia e geologia da região de.estudo
¡i
l\' ' 2.1 Contexto geológico regional e local da área estudada 7
2.2 Sítuação geomorfológica da área de estudo 13
2.3 Hidrografia e ambiente atual t4
2.4 As rochas carbonáticas do Alto Ribeira l5
CAPITULO 3 -
Drenagem superficial e formas de relevo do Carste do Alto Ribeira
3.1 Arcabouço geológico e aspectos gerais da morfologia cárstica l7
Á¡ea carbo nâticaFurnas S antana l7
Á¡ea carbonática Lageado Bombas 21
3.2 Zoneamento morfológico das áreas de amostragem 24
3.2.I Zonafluvial 25
3.2.2 Zona de contato 28
3 .2.3 Zona fluviocárstica 30
3.2.4 Zo¡a de depressões poligonais e a transição de fluviocarste' para carste
poligonal 33
3.2.4.1 Depressões poligonais e a paleodrenagem fluvial 45
tr. 3.3 Morfometria das áreas de amostragem 50
f. 53
ti:.
Densidade de depressões
t'. 53
Índice de dolinamento
F. Razão de dolinamento 54
i.
Densidade de sumidouros autogênicos 54
1..
:,
i.,' Í¡dice de zumidouros autogênicos 55
,,
'r 55
i: Profundidade das depressões
f, Área e perímetro de depressões 57
i, 3.4 Condicionamento estrutural e hidrológico do relevo 60
ltÌ,.
i' 3.4.1 Geologia estrutural das á'reas de estudo r6l)
,|:
61
*\
Definição'da zuperfi cie dobrada
Ir
.t'
¡i Sistema de fraturamento. Medidas de juntas e falhas 62
l
i;i
t_r,i
3 4 .2 Expressão fi sio gráfi ca de estruturas
.
planares 70
'L
i
ili.
F
l
F
3.4.3 Fatores condicionantes do relevo cárstico nas áreas estudadas 73
3.5 Conclusões 78
CAPITULO 4.
A drenagem subterrânea e a evolução de sistemas de cavernas
4.1 Introdução 80
4.2 Distribuição e caracteristicas fisicas gerais dos sistemas de cavernas nas AF€AS
investigadas 8l
4.2.1 Distribuição de sistemas de cavernas 81
4.2.2 Areas de captação dos sistemas de cavernas 85
4.2.3 Gradiente hidráulico dos sistemas de cavernas 86
4.2.4Exretsão de cavernas acessíveis ao longo dos sistemas 86
4.3 Modelo espeleogenético para o carste do Alto Ribeira 87
4.3. I Aspectos teóricos da espeleogênese 87
¿.¡.2 Morfologia e características lito-estruturais das cavernas estudadas 90
4.3.2.1 Geometria planimétrica 90
Cavernas curvilíneas e sinuosas 90
Cavernas retilíneas e angulosas 92
Galerias e salões de abatimento 92
Relação entre sinuosidade e largura de fluxo 93
4.3.2.2 Geometria em seções longitudinais e transversais 94
Entalhamentos vadosos 94
Alargamento freático 103
Formas geradas Pela incasão 103
Níveis de cavernas ,
104
4.3.2.j Condicionamento estrutural e hidráulico da morfologia subterrânea 107
4.3.3 Espeleogênese na área de estudo 119
4.3.3 I Fase ile pré-iniciação 119
4.3.3.2 Fase de iniciação 119
4.3.3.3 Fase de desenvolvimento r28
4.3.3.4 Rebaixamento do nível de base e desenvolvimento da espeleogênese 136
4.4 Cronologia da evolução de condutos 137
4.4.1 Introdução t37
4.4.2Taxas de entalhamento subterrâneo e a idade do sistema cárstico estudado 138
4.4.2.1 Localização e descrição dos pontos amostrados 139
4.4.2.2 Resultados obtidos 145
Taxas de entalhamento fluvial subterrâneo 148
Estimativa da idade de condutos e dos vales adjacentes ao sistema de
cavernas Pérolas- antana
S
150
4.5 Evolução do sistema cárstico num quadro geomorfológico regional t52
4.7 Conclusões r57
CAPÍTULO 5-
Dinâmica moderna do sistema cárstico do Alto Ribeira
160
5.1 Introdução
160
5.2 Hidrologia cáLrstica do sistema Pérolas-Santana
160
5.2.1Medição de vazão
160
Métodos utilÞados
163
Resultados obtidos
165
5.2.2 Aníirse do fluviograma da ressurgência do sistema Pérolas-Santana
171
5.2.3 Batanço hídrico e área de captaçio do sistema Pérolas-Santana
172
Volume de PreciPitação
172
Volume de ãgua-escoada pelo sistema e sua área de captação
l.,
t::
l.. ,
!.
t
i:'r
h.,
'
L
['ì
fl
i.:
i'
I
I
Evdiiotranspiração
ÉÞ
173
i .' Balanço hídrico da bacia do sistema Pérolas-Santana 1'73
Ribeira
i
',,. 20oC
Condutrividade específica corrigida para 177
.,: aondutividade específica e dureza total 178
Razão molar cálcio/magnésio l'79
i Índices de saturação em calcita (Sf e dolomita(S1¿) 179
Pressão parcial de CO2 119
Erro de balanço iônico (ßE) 180
5.3.3 Fácies hidroquímicas do carste estudado 180
, Escoamento superficial alogênico 181
Escoamento superficial autogênico 182
Escoamento superficial fluviocárstico 182
Percolação autogênica vadosa em fissuras 183
Percolação autogênicavadosa em condutos 183
Circulação freáttica em condutos profundos 183
Ressurgências cársticas 185
5.3.4 Evolução geoquímica das águas do sistema cárstico estudado 186
5.4 Dinâmica corrosiva do sistema cárstico Pérolas-Santana 195
5.4.1 Taxa de saturação de águas alogênicas 195
, 5.4.2 Variação sazonal dos índices de saturação em calcita e dolomita de águas
c¿irsticas 196
5.4.3 Tæia de denudação química da bacia do sistema Pérolas-Santana 200
5'5 conclusões 208
CAPÍTULO 6.
Considerações finais 212
i:I :
REFERÊNCIAS 215
'¡,F
t
'L',
i
I
¡:'
t..
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I'
irynrcn DE FIGURAS
Fitg
Figura 1.1 Localização. acesso e demarcaçao da área estudada. Os terrenos cársticos
delimitam-se pelos sumìdouros.
Figura 2.4 Classiñcação química das rochas ca¡bonáticas do sudeste paulista. com base no
diagrama de Martinet e Sougy (1961). Análises químicas de CaO e MgO
obúdas em: Souza (1990). faixa carbonática ltaiacoca. Barbieri (1993)' faixa
carbonática Lajeado e MlvLdl/[CA (1983). faixa cãrbonáúca André Lopes. 1'7
Figura 3.2 . Seções da área Furnas-Santana. l-1'. seção longitudinal. sem exagero vertical.
2-2' e 3,3'. seções transr-ersais, com exagero l'erlical de 2x. Localização
20
indicada na ñg 3.1
Figura 3.3 - Seções da área Lajeado-Bombas. 4-4'- seçâo longrtudinal. sem exagelo vertical.
5-5'- seção tranwersal com 2x de eragero vertical. Localização das seções
. indicada na fig 3.1
22
Figura 3.4 - O abismo Ponta de Flecha no contexlo da inversão de relevo causada pela
retração das encost¿s do vale do rio Betari, bairro da Serra, á¡ea Lajeado'
2',7
Bombas.
Figura 3.5 - Perfis compostos de vales cegos. Gradiente médio indicado à esquerda 29
Figura 3.7 - Evolução esquemática de polies de contato. A' Fase iniciai de exposição dos
calc¿írios. escoamento zuperficial fi.) predomina¡te' B- Desenvolvimento de
condutos subterrâneos e infiltração (I) crescente. C- Condutos integrados.
rebaixamento do N.A. e absorção total de R atrar'és de sumidouros, com
instalação de vales cegos. D- Incisão mais proñmda de vales cegos,
entalhamento vadoso sobre condutos subterrâne¡S e retração da encosta
calcá¡ia por colapso de cavernas. E- Desenvolrimento de planície aluvial'
colur.ial sobre os calcários. caracterizando o polje de contato
3l
Figura 3.14 seções longiodinais dos abismos do Fóssil (A) e dos c¿ramujos (B),
localizados na area carbonática Lajeado-Bombas. Adaptados de Gusso, et. al'
(19?9) e Collet et- at. (1970). As entradas destas c¿vernas verticais
representam antigos ñrndos de depressões. 42
Figura 3.20 Variação do gradiente médio (G) em funçâo do comprimenlo de vales cegos
(^L). 21 medidas. 5t
Figura 3.23 Átea versus perÍmetro das depressões poligonars da região Lajeado-Bombas,
60
351 pontos, obtidos na escala 1:25.000'
i
vii
Figura 4.2 Padrões em planta dâs rotas fluviais subterrâneas dnç cavernas da área
estudada. As setas indticam o sentido do fluxo principal de água e
(S) a
sinuosidade destas rotas. 9l
Figura 4.4 Sinuosidade em função da largura de fluno das cavernaç estudadas' Coeficiente
de correlação 0.91 e n2 Ae 95o/o. com modelo line¿r de correlação, sem 93
corsiderar a caverna Santana.
Figura 4.6 Sções transv'ersais da car-erna Santana. Traços Çontomando seções indicam o
,"árrr"*"to. Canyon çadoso.CV; conduto freático, CF. salão de abatimento.
97
SA: conduto retångular. CR e conduto triangular, CT'
Figura 4.7 . seções tranwersais da caYerna Laje Branca. can-r-on radoso, cv; conduto
freático, CF e salão de abatimento, SA; traço de falha' f 98
Figura 4.8 . Seções ûansversais da c¿r-erna Areias. Canyon vadoso. CV; conduto freático'
99
CF e salão de abatimenro. SA, traço de fratura, F'
Figura 4.10 - Exemplos de condutos verticais. A- Ca'erna ÁgUa Suja. B- Caverna Ouro
Grosso. C- Caverna Santana'
t02
105
Figura 4.11 - Formas geradas pela incasâo na caverna Água Suja'
- (a) entre a
Figura 4.13 Conûole da sinuosidade de rotas de condutos pela relação ângulaÏ
planos de estratificação) e
direção do padrão de descontinuidades (fraturas e/ou
o gr"di*rË hidráulico. Para simpliñcação da análise- utilizou-se um
padrâo
adaptado de Worthinglon
oiogonat de descontinuidades venicais. Conceito 108
(1ee1).
do padrâo
, Figqra a.15 - Esquema interpretativo do condicionamento estfutura-l-hidfáulico
111
angrrloso de ramos tribwários da calerna Santana'
acamamento'
Figura 4.16 - lnflexões agudas na fota de fluxo condicionadas pela intersecção
A B em planta. t12
falhas, observadas na cå\'erna santana. Esquemas e
'Ì
11ll
l
.Profundidademérliadefluxo@m)emñrnçãodaex:tensâodaâr.eadecaptação
Figura 4.24 (0)' * medidas da caverna
do aqüúfero (Lx) e mergulho da estratiñcação
santana. Demais pontos extraídos de worthington
(1991)' 12',7
Figura 4.30 Seções tranwersais da caverna Pescaria indicando os pontos amostrados pafa
geocronologia de caicita secunúária. i40
Figura 4.31 seção uanwersal à galeria do rio, junto ao ponlo de amostragem cl, na
caverna Santana, cerca de 200m da entrada. 742
Figura 4.34 Seção morfológica da caverna Morro Preto^ junto ao poffo de coleta Cl1' 145
Figura 4.35 Altura sobre o leito flurial atual versus a idade d¿5 amostfas datadas, com
indicaçâo dæ barras de erro. A inclinação das retas aþ<tadas fornece ¿rs tâxas
148
de entalhamento fluvial para as cavernas estudadac'
Figura 4.36 Quadro demonstrativo da cronologia de eventos geomórficos cenozóicos na
região do Alto Ribeira. SuMivisão do Cenozóico adaptada de Van Eysinga
(le7s).
l- Entalhamento radoso de sistema-c õe cavernas.
2- Fase de iniciação de condulos freáticos.
3- Dissecação da zuperficie de aplainamento Japi (entalhamento do vale do rio
Betarj).
4- Desenvolvimento da superñcie Japi, segundo proposta deste trabalho.
5- Desenvolvimento da superñcie Japi, segundo Almeicla (1976).
6- Desenvolvimento da superñcie Japi, segundo Almeida (1964).
154
- lndicação da idade máxima e mínima em relação à média.
Figura 4.37 Re.presentação esquemáûca da agradação do vale do rio Betari (no Bairro da
serra) e redissolução de estalagmites formadas sobre o leito flrn'ial de
afluentes subterrâneos do rio Betari, interpretados como sendo produto da
variação eustática do nível de base na área, duIante a ultima fase glacial. 156
Figura 5.1 Demarcação pelos dil"isores topogïáficos das áreas de captação referentes às
bacias hidrogfráficas dos sistemas cársticos Pérolas-Santana e Grilo. com
localizaçâo dos pontos de amolragem hidroquímica e de instalação dos
limnóg¡afos. 161
Figura 5.2 Relação entre altura do rio e vazão para a ressurgência do sistema Pérolas-
Santana e sumidou¡o principal do sistema, caverna Pé¡olas. 164
Figura 5.4 Hidrogramas de deflúvio com indicação dos coeficientes de recessão (a) da
ressurgência da caverna Santana pafa os períodos de março a junho de l99l e
junho a agosto de 1991. 769
Figura 5.5 Totais mensais de chuva medidos no poslo pluviométrico Serra dos Motas
(baino da Serra, IPoranga). t'|2
Figura 5.9 Perfil esquemático de um sistema cárstico com a localização das fácies
185
hidroquímicas identificadas na área de estudo.
Figura 5.11 Variação da dureza total em relação à pressâo parcial de COz nas fácies
188
hidroquimicas identifi ca¡f a s.
r92
Figura 5.15 Alcalinidade em função do pH das águas de percola$o vadosa em fissu¡as.
da drenagem
Figura 5.16 Variação dos índices de saturação em calcita e dolomita ao longo
Pérolas-santana- entre o contalo com metapelitos e a fessufgência do
do sitéma
sistema. Pl- sobre o contâto. P2 e P3 - sobre a planície do
plje de contato, P4-
do sisema, proximidades
no início da caverna Pérolas e P5- na ressurgência
196
da entrada da caverna Santana.
Figura 5.17 Variação sazonal do índice de saturação em calcita das águas da ressurgência
da caverna de santana e de percolação vadosa em fissura-s em
função davazÃo
198
do sistema de cavernas Pérolas-Santana'
Pérolas-Santana'
Figura 5.lE Relação entre dureza total e r-azão da ressurgência do sistema
95 % de probabilidade. r99
Coedciente de correlação 4.83. Envoltórias de 90 e
Figura 5.19 Distribuiso de freqüência das análises de dureza total (mg/l equivalentes a
Írvurcn DE TABELAS
esmdadas' FS' área
Tabela 3.1 Distribuição quantiuuva rt¡s zonas morfológicas nas área-<
50
Furnas'santana; LB, iirea Lajeado-Bombas'
51
Tabela 3.2 . Parâmetros morfométricos dos vales cegos
Tabela 3.4 Parâmetros morfométricos do carste poligonal do Alto Ribeira num quadro
*
compafativo com outfas á¡eas cársticas. valôres calculados com os dados
pullicados pelos autores citados. 51
Tabela 3.5 Atitudes médias dos principais conjuntos de descontinuidades das áreas de
estudo. Medidas exlfaídås dos elereogramas colfespondentes das figUras 3.24
e 3.25. Número ds medi.tas em parênteses 62
Tabela 4.1 Características morfométricas dos principais sistemas de cavernas das areas
Furnas Santana (A) e l-ajeado Bombas @).
* pa¡te do desenvohimenlo de car-ernas extraídos de Martim, Chrysostomo e
Rodrigues, 1989.
Altitude em meüos sobre o nível do mar.
E>itensão éa distância horizontal em linha reta entle sumidouro e
ressurgência.
Desnível é a drstância vertical entre sumidouro e ressurgência'
Comprimento de condr¡ros é a somatória do desenvolvjmenlo de cavernas
mapðadas. Desenvolrimento é a somatória do comprimento de galerias e eixos
maiores de salões, medidos em planta.
c/N- é o grau de cavernamento do sistema, ou seja, a tazÃo entfe o
comprimento de condutos acessíveis e a exlensão.
83
a. b, c são índices referentes à diferentes tributlârios do sistema'
Tabela 4.3 Fração de condutos acessíl'eis ao longo da extensão (ÂL) dos sistemas nas
87
áreas estudadas.
fluYial zubterrâneo de
Tabela 4.9 Quadro comparativo enÎIe taxas de entalhamento r50
diferentes regrões ciirsticas.
Tabela 5.5 Parâmetros fisicoquímicos medidos e calculados pafa a-c fácies hidroqJmica
identificadas no sistema c'árstico estudado.
* - valores do coeficiente de
variação não calculados r8l
Tabela 5.6 Classificação química das rochas carbonáticas da fuea carbonática Furna
*
Santana. Anrílises químicas extfaídâ de Barbieri (1993). Composição média
de 3 aniilises. I= valor médio, c\¡ : coeficiente de variafo, a = variação. 186
o/o
( ) número de aniâlises. CaO e MgO em em peso na rocha'
Tabela 5.7 Relação do fluxo de sólidos dissolridos (g/s equivalente a CaCO3) em ñrnção
206
do regime devazÃo da ressurgência do sistema Pérolas-Santana'
Tabela 5.8 Relação dos períodos com vazão alta médía e barxa e os totais correspondentes
(Z'
em volume escoado (I4 e massa equir-alente a CaCO3 remorida em solução
206
Q pelo sistema Pérolas-Santana durante o período monitorado'
ÍNucr DE FoToGRAFIAS
Foro 3.2 Paredões calcá¡iOs associados a vales cegos' característicos do contato entre
metapelitos e metacalcários. VaIe cego da caverna Laje Bralca. contato SE
da
23
área Furnas-Santana.
Foto 3.3 Exemplo de cone cárstico. Á¡ea Furnas-Santana, l-ista da esEada Apiaí '
23
Iporanga, do mirante da serra da Boa Vista'
Foto 3.5 Vista típica de cones cársticos que delimitam depressões poligonais. Area
34
Lajeado-Bombas, local denominado Sítio Novo'
Pescaria. 140
'Foto 4.1 Espeleotema tipo "pata de elefante". ponto P3 da caverna
Foto 4.2 - Ponto de amostragem cl. cal'efÏla santana, local con-hæido como Pat¿ de
142
Elefante
LISTA DE ANEXOS
paisagem cárstica, a qual inicia-se com um sistema fluvial, onde os vales da drenagem
superficial são gradativamente segmentados com o tempo, através da implantação de bacias
de drenagem fechada, cujo desenvolvimento levou à formação de carste poligonal. Esta
transição da paisagem fluvial para a cárstica levou à definição das zonas morfológicas
fluviocá.rstica, de transição (com bacias poligonais compostas) e a de carste poligonal (com
bacias poligonais simPles).
O relevo cárstico é estruturalmente condicionado, onde os sumidouros (fundos de
depressões poligonais) instalaram-se preferencialmente na intersecção entre planos de
estratificação, juntas e falhas. Estes pontos de absorção do escoamento autogênico alinham-
se preferencialmente sobre traços de acamamento, em situações de mergulho alto deste
e,
..queaareadecaptaçãodabaciaassociadaaosistema,definidainicialmentepelotraçadodos
ldiuiroræ topográficos (14,8 km2) é insuficiente para aliment¿ìr o volume de água escoado
... l l / r . t ? -l
pela ressurgência, por um ano hidrológico. Ajustando o balanço hídrico, defi-niu-se uma área
rde captação de Z5,4kmz para esta bacia. Comprovou-se assim, uma conexão subterrânea
geoqùimica das águas no sistema cárstico é controlada principalmente Pelæ 1Ça9 d| ír9ua
n'ü
' ., The geomorphologtand the conduil aquifer, and associaled cave systems, of a
Inrst area (74 kmz¡ in dolomitic and calcitic. metalimestones of the Middte Prolerozoic
AÇunflii Group have been studied in the Upper Ribeira river valley, between Apiaí and
þoranga, southeastern São Paulo, Brazil.
,i i The transition between flwial and karst landforms was recognized through
delailed aerial photointerpretation md field observations. The fluvial system has been
gradually disrupred by the growth of closed drainage basins with a polygonal pattern.
Based on a morphological zonation has been deJìned over the limesfones.
this transition,
Three main løndform categories are recognized in the limestone: the fluviokarst zone (with
dominant sarface runffi, the transitional zone (characterízed by large composile closed
depressions) ønd the polygonal karst zone (with simple closed depressions).
', The karst topography exhibìts strong structural control. Aulogenic swallels occur
mainly at the intersections of bedding planes, fractures and faults. These inlet points /or
autogenic recharge are preferentially aligned on bedding traces where díp is high. In
areas where the dip is low to moderate, swallets preferentially follow long /raclure and
fault traces of steep dip.
The observed population of closed depressions is interpreted as resalting -from
competition and coalescence processes betw'een depressions in response to dffirent rates
of depression enlargement, as well as by the multiple generation process described by
Kemmerly. In this model, lørger depressions, connected by effcient underground drainage
routes, trigger the initiation of other depressions over and in the vicinity of the lørger
depressions. The competition between depression enlargement rales leads to topographic
inversions, where ancient depression bottoms now occ-.tPy hill cresls.
Morphometric analysis of the karst topography of the Upper Ribeira polygonal
karst shows similarities to New Guineøn qnd Jamaicørt polygonal korst landscapes.
Within the limestone qrea above lhe Perolas-Sanløna cøve system, lhe best
develaped polygonal carst is related to conduits in depth, close to the southeastern contact
of limestone with metapelites.
Among the variety and large number of discontinuities presenl in the melamorphic
limestone, the most favorable structures for cøve development are bedding planes, Iong
.
simp le fr actur e s and fau lts.
planimetric patterns of cøve systems are controlled by lhe struclural sry^le of
The
the limestone. Rectilinear and angulãr ccwe map patterns are related to steeply dipping
strata, whereas sinuous and curvilineor patterns reflect low-dipping, folded limestone. The
sinuosity of conduits is mainly controlled by the angle between the direction of the general
hydraulic gradient and the strike of the føvorable subvertical discontinuities for conduit
development. The greater this angle is, the higher lhe sinuosity, confirming l'[rorthington's
(1991) model.
The initiation of proto-conduits mainly follows the inlerseclions between bedding
planes ond simple long fractures and faults. ll'orthington's mdel for prediction of mean
conduit depth is confirmed by the Përolas-Santdna cøve sysrem. The mean depth of 200 to
300 m beneafh the waÍertable for the initiation conduils of this gstem qgrees well with the
prediction of the exponential equation which is based on the stratal dip and the horizontal
length (catchment lenglh) between the main insurgence and the ressurgence of the cave
system.
Vadose canyons with up to 50m of vertical entrenchment vere produced during the
speleogenetic development phase, øs the resttll of moderale rales of base level lowering,
which itself was due to moderate rates of regional tectonic upltft. Based on preliminary
ThU ages of secondary calcile covering ancierú fluvial deposits in vadose ccue canyons,
an øverage mæimum rate of 0.0042 cm/yeør (42 mmþ) is proposed for the vadose
entrenchment within the studied cqves. This rale gives a minimum age of 1.7 My for the
development phøse in the Santsna cave. Inclading the theoretical time span of the
initialion phase, the lotal age of the Pérolas-Santana ccue Ðstem is around 2 My
The correlation between the cave river entrenchmenl rarc and the exlernal river
chsnnel lowering over the limestone, close lo the cøv,e syslem, allows an age estimation of
rc.4:ll Myfor the Betari valley in the studied area.
The calculated baseflow recession coeficients, tsaggesl that he karst aquifer of the
Përolas-Santana system has a high degree of inlerconnecledfissares.
The initial analysis of the surþce drainage systems, using concepts of lopographic
'diridrr, indicates the presence of two separate drainage basins over the Furnas-Santana
Iimestone area, each relqted to a cave syslem. The hydrological balance of the Perolas-
ii;:;Santøna cave system suggests, however, that the catchment area must be larger (25,4 km2)
lì'.,:thøn,indicated by this initial inferpretation. It is thereþre wggested that two adjacent cave
|.a:jÐstens (Perolas-Santana and Grilo sysfems) are cannecled at depth, in order to balance
';:lh,€ onttuol discharge meøsared at the Sanlana cãve ressargence.
i:' i;,',.' "'The following hydrochemical facies hu,^e been defined: allogenic sarface runoff,
flùvio:karstíc runffi vadose autogenic fissure seepage, vadose autogenic conduil flow,
:deep
phreatic conduit flow ønd karst ressurgence flow. The hyùochemistry indicates that
the carstification is basically controlled by meleoric water enriched in cørbonic acid.
Minòr.dissolution
.
of carbonate by salphuric acid produced by oxidation of pyrtte
in impure limestone is thought lo occur in deep flov' routes.
'disseminaited
' ' ' 'The modern erosive dynamicsof the studied karst has been quøntified according to
'1he'follòwing parameters: saturation rate in calcite and dolomite of allogenic rivers
.€fltering":¡þe limeslone surface, the seasonality of the salurarion index of the main
,';hydro,chem¡"o¡:,,1tacies and the rate of limestone surface lowenng through dissolution
,,¡cnei:mlial"denuclation). The,calculated mean chemical demtdation rate for the Pérolas-
';Santana,:,basin'is 3Ll-f6 mm/þ.'
AGRADECIMENTOS
A realização desta tese não teria sido possível sem a colaboração de um grande
número de pessoas e de várias instituições
Entre as instituições ressaltaram-se o Department of Geologv e o Deparment of
Geography, ambos da McMaster University ftIamilton, Canadá), o Instituto de Geociências
da Universidade de São Paulo, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CMq), o
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, e o Instituto Florestal da
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo'
O desenvolvimento desta pesquisa, assim como seu sucesso, são atribuídos
principalmente ao grande incentivo e aos valiosos ensinamentos recebidos do Prof. Dr.
Derek Ford. Agradeço especialmente ao Prof. Derek Ford, pela zua dedicação e atenção
dispensados a mim e ao projeto de pesquisa, durante a minha estadia como aluno de pós-
graduação junto ao Departamento de Geologia da McMaster University, onde me foi
proporcion ada a oportunidade de tomar conhecimento das diversas técnicas e pesquisas
atuais desenvolvidas em terrenos cársticos'
Ao Prof. Dr. Georg Robert Sadowski agradeço pelo apoio e encorajamento, desde a
concepção desta tese, até os preparativos finais desta e as muitas discussões sobre a
' hidroiOgico e, hidroquímico, pois a mesma, possui somente uma ressurgência (fator
8,
/Ítto¡o¡é
tì t
'/' ooro, )
^dr"i.Í'øP
\- -'lL
-..:- t
Adrionóoolls./
' í Eorro
..
tl
Ponto Grosso i
l. Fotointerpretação de detalhe, em escala 1:25.000, das areas demarcadas para este estudo,
'traçando os divisores de água e a rede de drenagem, identificando sumidowos e
ressurgências, o que resultou nos mapas morfológicos destas areas (anexos 3.3 e3.4), base
. paffi os estudos morfométricos.
(1972a
2.,Medição de parâmetros morfométricos seguindo as recomendações de Williams
e tglZï).
3. Identificação, em crÌmpo, das caracter[sticas de relevo reconhecidas na fotointerpretação.
l:i.:.l¡4 :l jlii
".,¡r'
I
FANEROZOICO
+
.+ +
+ + + PROTERCZOICO MÉDIO A SUPERIOR
+ + +Þ
+ + + + + lnlrusões oroníl icos
+ + +.+ I + sin - e posiectônicos
+ +
1
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+ + + r-t !
+ + ^/--/.
+/,:e Grupo Açungui (foiro Dobrodo Apioí)
+ + +/', ,;€
+
+ + ?L 1 - Metossedimenlos pelilo -psom¡-
++ ror, licos com intercoloçóes Psefili-
wffi
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+ + cos e melobcísicos
+ + ./, 2- Rochos melocor boncíticos
c-colcíticos d-dolomíticos
Zonos de cisolhomenlo
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Areo esludodo
Adoprodo de IPT , 1981
PMSsM;.,'
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I 2403c'
JURASSICT) - CRETACE0
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't --, \t t JKÞ ] Diques bdsicos
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I I PiVlSo I Xislos (X) e Mcírmores (M) Apioí
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$ ll_J p¡¿Svn I Serro do Boo Vislo-Melorenilos
o ^l PMSf M lM¡no de Furnos-Metocolcdrios colcílìcos bondodos
dotomíricos e colcíticos
.,.' t: :-: :- ----, ln lercol oções o' melo re ni lo cg, melocon glomerodo
PlVSsl
m' mcírmore mb. melobd sico
O 1 Sknr ..'' "/ )6 Locol¡do de s
Adoplodo de componho, l99l
Figura 2.2 -
Cont( xto geológico local das áreas carbonáticas estudadas.
i
i¡ :,.
I fi'i.,i"r i;
NW
causado pelo gabro sobre esta formação. Segundo este mesmo autor, os gabros distinguem-
se dos diques de Çiabasio mesozóicos, somente pela presença de hiperstênio, nos primeiros.
Finalmente, convém ressaltar a opinião de Campanha (op. cit.), de que*viírias das
unidades acima da Formação Bairro da Serra podem representar repetições tectônicas de
um número menor de formações, mas. que, devido à falta de critérios precisos de correlação
lateral entre estas, é preferível manter as denominações litoestratigráficas formalizadas
anteriormente.
Ambiente deposicional - Os metassedimentos do Subgrupo Lajeado, devido ao seu
caráter rítmico da recorrência litológica e presença de estruturas primárias, como
estratificação gradacional, foram interpretados por Pires (1988 e 1989), como
representantes de uma sucessão de sistemas g{laiticol, com leques submarinos,
cleposiødos na transição entre uma plataforma continental e talude, sob condições de
tectônica ativa, durante o Proterozóco lvfédio a Superior.
Eventos Mesozóicos e Cenozóicos - A região de estudo encontra-se sobre o flanco
nordeste do Arco de Ponta Grossa, o qual representa uma estrutura crustal positiva- em
ascenção tectônica desde o Triássico (Asmus, 1981), ou talvez, desde o Devoniano,
conforme a interpretação de Ferreira et. al. (1981). Neste processo de domeamento e sob
esforços trativos, sofreu a intrusão de um grande número de diques básicos, datados do
Jurássico-Cretiiceo, orientados segundo a direção NW-SE (frg2'l e 2.2).
uma das cavernas turísticas mais conhecidas do Estado de São Paulo (cav. da Tapagem, ou
do Diabo, denominação turística da mesma).
Øravp, trAtAcocA
FAIXA LAJEAOO
O Cov. Sonlono
A Cov. Pdrolos
O Cov. Loie Bronco
lc Cov. Areios
go\oo'a \ t o
Colccírios
mognesionos
Fígura 2.4 - Classificação química das rochas carbonáticas do sudeste paulista, com base
no diagrama de Martinet e Sougy (1961). Análises químicas de CaO e MgO obtidas em:
Souza (1990), faixa carbonática ltaiacoca; Barbieri (lgg3), faixa carbonâtica Lajeado e
MMAJ/JICA (1983), faixa carbonática André Lopes.
CAPITULO 3
qRENAGEM STTPERFICIAL E FORMAS DE RELEVO DO
CARSTE DO ALTO RIBEIRA
..,....,t.
ì,mapeados'ao:,longo dos metacalcários, como também observados em fotografias aéreas
-lanexo
3.1¡'. As:'ftaturas NE e N são atribuídas ao evento compressivo proterozóico
,,t¡èsponsávsl
:pelo:,dobramento e falharrrento inverlo, a;ima citado. O conjunto NW é
'associadq,:aió' soerguime¡to g:arqueamento crustal jurássico-cretácico, responsável pela
:.
,'intrusão de dþes baialticos'(Cãmfanha,' 1991 e Melo, 1990)'
lt R faixl topograficamente
, ,. ,rochas, mætacartonáticu"lFrr*ur-S*t"oq
com area de exnosr,tão em planta:de 2t::
"TUq 1ma
tendo co1lada pelo ,!o:"t*:..o
,,depnmrda, P1'
a-,qual representa a única saída'do escoamento suþerfigial dèsta área,, Com uma vazão média
l9
Melofeni los
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n'otu:',3.1'-,ECtratificaçao,¡tgrica'¿e,óamadasì êarbonáticaç; pelÍtico-carbonáticas'e pelíticas, típicâs da áxea
Fufnas-Santana. Vista daparede lateral tla galeria principal da caverna Laje:Branca' '
20
de cerca de 2 m3/s, o vale do Betari foi entalhado principalmente sobre fraturas NW,
correndo ortogonalmente à estratificação, sem desenvolvimento de cavernas ou condutos.
Ao contrário, o intenso entalhamento fluvial interceptou os carbonatos e seus condutos
subterrâneos orientados a NE-SW, formando uma série de nascentes cársticas alinhadas,
que representam os principais tributários do rio Betari, ao longo dos calcários. O
entalhamento da direção NW produziu um vale com escarpas escalonadas e encostas de alto
ângulo, que chegam a somar desníveis totais de até 80 m.
t'
NE
Rio Eelot¡ m
Rio Furnos t000
+++ \
+++++
++++
Gronilo
M e to colcdrios O 5OO IOOOm
|-J--.J'-L.J
600
( )Y/tt/t //îi::ì,,*n 600
500
Metorenilos t't'/7 / .,, //;r7,íi, / )r1ïoeetitos
O 2OO 6O0m
l--¡4-l
-//t, / t /\
ytYt
'r/rY'"2"")1i
0 2OO 6OOm
F.-Ë-r
Figura 3.2 - Seções da área Furnas-S4n1ana, l-lf, seção longitudinal, semiexagero vertical.
Z-ù e3-3,, seções transversais, com exagero vertical de 2x. Localização indicada nafr,g3-1
2t
A partir de uma altitude de 600 a 630 m s.n.m. no contato sudoeste, junto aos
granitos, e de 650 m ao longo da borda nordeste, a superficie geral dos topos de cristas dos
calcários mergulha centripetamente para o vale do Betari, para a cota de 260 a 280 m. Esta
superficie geral de cristas possui inclinação paralela ao traço do acamamento, mergulhando
de 30 a 40 no setor sudoeste (seção l-1', fig 3.2) e 50 a 60 no trecho nordeste, em direção
ao Betari. As cristas e picos carbonâticos atingem entre 650 e 750 m de altitude,
contrastando com os altos de 900 e 1000 m das rochas insolúveis adjacentes (ñ93.2).
Devido à presença de vales fluviais ativos sobre o calcário e injegão significativa de
rios alogênicos, esta paisagem pode ser classificada como sendo um fluviocarste,
parcialmente segmentado, seguindo a definição de Jennings (1985) e White (1988). Esta
segmentação parcial da rede de drenagem superficial, rezultando num alinhamento de
depressões fechadas compostas (seguindo a definição de Day, 1976) ocoffe na faixa
noroeste da area Furnas-Santana, assim como, ao longo da faixa sudeste, mas com uma
segmentação mais avançada, vales fluviais pouco preservados, depressões fechadas menores
e um grande número de dolinas de colapso e sumidouros. Ao longo do contato litológico,
praticamente toda drenagem atogênica é absorvida por vales cegos, às vezes com grandes
pórticos de cavernas e paredões rochosos (foto 3.2), Planícies cársticas epoljes de contato
caracterizam tanto as extremidades nordeste e sudoeste desta área. Sistemas de drenagem
subterrânea, com cavernas verticais e horizontais estão bem desenvolvidos, comforme será
mostrado no capítulo 4.
morfologia geral dos morros e morrotes é de cones cársticos assimétricos,
A
estruturalmente condicionados, alinhados pela direção do acamamento e truncados por
juntas transversais (foto 3.3). Corredores cársticos são freqüentes entre estes cones, assim
como, às,vezes, sobre estes, refletindo um alargamento e entalhamento de fraturas por
dissolução.
, Finalmente, uma característica importante desta área, é a superficie extremamente
:
inegular dos calçários, os quais afloram pouco, devido à exuberante coberrura vegetal
, associada a um manto espesso de solo residual'
i.,' ÁreacarbonáticaLajeado-Bombas
: Com no mínimo 47 knp (em mapa) de rochas carbonáticas continuamente expostas,
r ,esta é uma das maiores áreas carbonáticas do carste do alto Ribeira (fig 21)' Esta região
granulação fina a grossa,
consiste predominantemente de metacalcarenitos cinza escuros. de
,,.'com estratos maciços, de espeszura entre algUns decímetros a 5 m' Intercalações de
:i.-:.: . I -,- -- ,.17..
',:mètacalcarenitos impuros, argilosos e micáceos, assim como de metassiltitos puros e
,,carbonâticos, além de filitos carbonáticos são freqüentes. A espessura destas intercalações é
i'=dâlord"m
de l0 a 40 cm. A litologia predominante desta área, com exceção da característica
', macìça e espessura maior dos estratos calcários, é muito semelhante à seqüência ca¡bonática
:', ¿a.iegiao Furnas-Santa¡a.
l-,,,,,.,', Dois domrnios estrutu:ai1 sa¡. identificado..tt:*u área (anexo 3.2). O Primeiro.é
.:1¡s ntu¿o:,por um sincliíali,ligèiøinente assimétrit9'..to- dnegeo
g.e,r4',ltIE-SW do
-io'è'50o
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e, -èrgÞlúolr,
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ll NE
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Suoerfície de cristos nõo corboncílicos"
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Polie de conlolo
Oepressõo dos Areios
Superfície de topos colccírios
-..-^- -\ ¿ !
!600
\ ^- '(--l '¿.'
,l
Rio Bclorl -::-
400
200
o 200 6@m
Figura 3.3 - Seções da área Lajeado-Bombas. 4-4'- seção longitudinal, sem exagero
vertical. 5-5'- seção transversal com 2x de exagero vertical. Localizaçáo das seções indicada
na fig 3.1
23
Foto 3.2 - Paredões calcarias associa.dos a vaies oegos, oaracterísticos do conüâto entre
metapelitos e netacalcínios. Vale cego da. caverna Laje Branca, contato SE da área F¡¡nnas-
Santana.
Féto S,f - Exemplo de cone cárstico. Á¡ea Furnas-Santana, vista da estrada Apiai -
Iporanga;.do ¡airante da serra da Boa Vista.
ta:i
.e
:,:ii
Ìril
r,c::iii
24
menores abertas, que ondulam a superficie do acamamento. O flanco sudeste deste sinclinal
passa para uma estrutura homoclinal, com direções paralelas, porém com rnergulhos altos,
de até 80o, dominantemente para NW. Este seior homoclinal perfaz o segundo domínio
estrutural, interpretado por Campanha (1991) como sendo um anticlinal com flanco SE
invertido junto a um importante falhamento reverso (falha da Figueira). Juntas e falhas
subverticais são freqüentes, com direções predominantes N20-30E, N50-70E e N60-70W
(anexo 3.2).
Esta area carbonática, quando comparada com a região Furnas-Santana, distingue-se
desta, por exibir um ¡elevo mais homogêneo e um padrão de depressões poligonais mais
desenvolvido, conforme será detalhado adiante. Circundada por metapelitos e metapsamitos
finos, a água de injeção alogênica nasce em cotas de 800 a 900 m, atingindo os calcários
entre 450 a 500 m.s.n.m. (fig 3.3). Com exceção do rio Betari, toda água coletada sobre
37,14 km2 de rochas insolúveis é injetada nos metacarbonatos, o que condiciona foniras de
absorção de água atogênica, como poljes de contato, grandes vales cegos e sumidouros, ao
longo do contato litológico. O rio Betari, ao contrá'rio, cruza os carbonatos formando um
vale tipicamente fluvial, representando o nível de base local relativo à drenagem
subterrânea. De modo similar ù ârea Furnas Santana, a drenagem superficial sobre os
calcários denota uma paleodrenagem fluviocárstica, mas com um grau de segmentação mais
alto. Vales .secos, hoje pouco ativos, mas com testemunhos de depósitos fluviais,
encontram-se interrompidos por sumidouros. A paleodrenagem pode ser parcialmente
traçada, seguindo o alinhamento de depressões fechadas. Muito pouco escoamento
superficial ocorïe presentemente. Pequenos córregos autogênicos seguem somente algumas
dezenas de metros em superficie, pois são rapidamente absorvidos por sumidouros. Alguns
destes dão acesso à cavernas verticais com desníveis de até 80m.
A morfologia geral da superficie carbonítica é de morros arredondados, com
encostas suavemente convexas e fortemente inclinadas. Apresentam freqüente alongamento
maior em direções preferenciais (NE e NW) paralelas à juntas ou traços de acamamento,
formando cristàs. Entre estes altos ocorrem vales, de contorno muito irregular,
representando o fundo de depressões fechadas poligonais. Estes vales, quando colmatados
por depósitos residuais (colúvios), possuem fundos planos ou ondulados com dolinas de
,subsidência (foto 3.4). Exposições da rocha limitam-se à encostas subverticais, onde
formam escarpas rochosas. Estas ocorrem principalmente ao longo das bordas de poljes de
contato, vales cegos e corredores cársticos. Quando exposta, a superficie calcaria é
de acamamento.
, Ainda em contraste com a região anteäor, esta posst¡i menor incidência de
estruturas de colaPso.
:l
25
3.2.1Zona fluvial
A paisagem sobre calcários, modelada principalmente pela água de escoamento
superficial e processos fluviais normais, é classificada aqui, como sendo uma zona fluvi¿il, o
que sobre rochas carbonáticas extensivas, constitui exceção. O vale do Betari, cruzando as
áreas carbonáticas Furnas-Santana e Lajeado-Bombas, como também, parte do vale do rio
Furnas, são os principais exemplos (anexos 3.3,3.4 e 3,5).
Nos carbonatos Furnas-Santana o rio Betari formou um vale fluvial entrincheirado,
com encostas fortemente inclinadas, do tipo through valley, segundo a classificação de Ford
e Williams (1989). Com uma vazão média de aproximadamente 1,2 a 2 m3/s junto à borda
do calcário, o Betari nunca foi absorvido por condutos subterrâneos. Isto é interpretado,
como sendo conseqüência de um favorecimento ao entalhamento superficial em competição
com a taxa de abertura de condutos subterrâneos. A causa deste favorecimento é a
combinação dos seguintes fatores: alta descarga fluvial (2 m3ls), situação estrutural
desfavorável para injeção de água, (sentido do gradiente hidráulico contrário ao do
fluviat. O Betari nasce no planalto, em tomo da cota de 1000m, atingindo o calcário a 285m
(anexo 3.6). Este rio, e seus principais tributários, apresentam um gradiente hidráulico
(variação de altitude, Âh, sobre a distância horizontal correspondente, Al) médio de 0.208
(Z},go/o), à montante do calcário. declividade relativamente alta, aliada à morfologia
A
entalhada, indicam alta capacidade erosiva e de transporte desta drenagem. Após a transição
,rentre o planalto e a borda da planície do rio Ribeira, o gradiente do rio Betari decresce para
:- 0:03-0.04 Q a a%). Esta brusca redução de inclìnação ocorre a cerca de i,5 km antes do
rio. atingir os carbonatos Furnas-Santana. Isto implica numa importante redução de
, velocidade e capacidade de transporte da carga detrítica pelo rio, o que causa a deposição
-.de:cascalho e areia grossa. Estes depósitos fluviais, isolam parcialmente o leito fluvial
corrosão. Durante eventos de alta vazio, a carga de
'.:sar6enátiço;,protegendo.o daabrasão e
ì. !,,
:.'fu"do,,préviamente depositada;,.é arrastada ao longo do canal, erodindo e rebaixando o
-'.talve
è,,t¡i16':pouco sedimento é observado no leito do setor de alto gradiente. Com
26
exceção de armadilhas locais preenchidas com cascalho e areia, predominam seixos, calhaus
e matacões. A quantidade de sedimento deposit4do aumenta à jusante, atingindo o mâximo,
qgando o rio Betari intercepta os calcários Lajeado-Bombas, junto ao-Baino;da'-Serra.
Neste trecho, o rio exibe a paisagem fluvial mais desenvolvida, sobre carbonatos, atingindo
ó gradiente mais baixo, com 0.0092 (0.9%) de declividade. Em contraste com os calcários
FurnaS-Santana, onde o vale possui encostas fortemente inclinadas e talvegue estreitcl, a
zona fluvial Lajeado-Bombas é caractenzada por um talvegue largo. aliado a uma cobertura
aluvial mais expressiva, onde o rio apresenta padrão meandrante (sinuosidade
: 1,49) com
uma planície de inundação bem desenvolvida'
._ D.evido à -aþertur4 do vale e a redução brusca de gradiente, instalou-se umq si!r,¡qção-
partículas finas nestes aluviões. Esta fração fina, em grande parte, é proveniente da lavagem
das encostas íngremes e intensamente intempenzadas que circundam o vale.
Embora com situação estrutural favorável (mergulho da estratificação concordante
com a direção do gradiente hidráulico), o rio Betari não foi capaz de ser absorvido por
condutos nesta área carbonática. Isto é explicado, através da ação protetora da cobertura
sedimentar contra o processo de injeção de água nas desconti¡uidades do calcário.
, 1il
2',1
-:é:
[-.J- .--
\ì---
-ì-
\3,.
O 4OOm
l¡r.{-14
---r'- Drenogem
Rovinomenlo
Poleosumidouro de depressõo
Zono fluviol ' poligonol
6 Sumidouro olivo
Rio Eetori
,'.,,*'-, ,O segundo domínio fluvial sobre calcários da área de estudo é parte da bacia do rio
.,Fuinas.,entre a vil1 homôrima e sua junção ao rio Betari (anexos 3.3 3.5 e 3.6). Três
;5 mèlto.l moffotógicos constituem a bacia do rio Furnas. O primeiro setor, com direção
,.¡,IB-SW-
.-. 1_-.,, ____r_:ï-, a bordà
âcomoanliando :- ::_-:-:. 'nordeste _:a forma
___l.... dos calcários, .. um. '.
alinhamento de
dep¡esSq-és,fechadas;,có¡¡posdas ,com:ignld'oùros,e,q,m...cùal segmentado, aq longo do qual
I '
. .,, : :
. .' , :.,
..' Iì
, .
28
3.2.2Zona de contato
Esta é a unidade morfológica dominada por feições de injeção de água alogênica,
formando uma faixa ao longo do contato dos metacalcários (anexos 3.3,3.4 e 3-5).
por vales cego s, pof es de contato e sumidouros, os quais absorvem o
Caracteriza-se
escoamento superficial das rochas insolúveis que contornam os metaealcálios A
nomenclatura destes têrmos segue Gams (1978), Jennings (1985) e Ford e Williams (1989).
De modo geral, o contato entre metapelitos-psamitos e metacalcários é marcado por
um vale assimétrico, cujo flanco sobre os calcários é formado por uma superficie
suavemente ondulada, de largura variável, parcialmente coberta por depósitos aluvio-
icoluviais e marcada com sumidouros e afundamentos de terreno. Esta superficie termina
junto a encostas íngremes de calcário (fig 3.5).
,, Vales cegos são melhor representados ao longo do contato sudeste da ârea Furnas-
Santana (anexo 3.3) e contornando grande parte do contato dos calcários Lajeado-Ilombas
(anexo 3.4). Estes vales possuem morfiologia flurial normal, com gradientes entre 0.L2 e
,0,33 sobre os metapelitos (fig 3.5). Esta drenagem adentra-se sobre os carbonatos erltre 50
,'400ro, com uma inclinação média de 0,04. Os vales cegos com maior penetração nos
calcários, ocorrem na borda sudeste da área do Lajeado, associando-se às maiores bacias
de
,
li:Ìi
29
Sumidour o
o.z4
o.r8
o.30
o.3 t
q.33
o.27
200 600 m
Figura 3.5 - Perfis compostos de vales cegos. Gradiente médio indicado à esquerda..
SH
-450
Anligo nível do
sumidouro
\
\
-4()0
)\-\ Tolus
-- '.\ ._.."q,ñ
\- - Þ--..
\-l- \-\
"#
Nível otuol
de condul(rs
por depósitos residuais e de tá{us dos calcários, com blocos e matacões, aiérn de
cascalheiras e calhaus fluviais. A maioria destes vales cegos apresenta salões de ab¿timento,
cujas entradas localizam-se cerca de 40r¡ em desiúvel, acima dos sumidouros atuai$., r.r.onìo
por exemplo, a cavernaLage dos Macaquinhos (fig 3.6), que ocorre no contato NW da área
Lajeado-Bombas. Estas cavernas de abatimento, são interpretadas como sendo testemunhos
de um antigo nível superior de sumidouros.
Poljes de contato foram identificados no setor sudeste e nordeste da região Ïr'¡rnas-
Santana (anexo 3.5) e na extremidade nordeste e sul-sudoeste do corpo carbrxrático
Lajeado-Bombas (anexo 3.5). Similar aos vales cegos mais entalhados, estes ¡tolies
associam-se aos rios alogênicos que desenvolveram importantes sistemas de drenagem
subterrânea, com cavernas. De fato, os poljes de contato diferem dos vales cegos, sornente
Isto sugere uma
pela maior área da superficie plana coluvio-aluvial presente nos primeiros.
transição entre vales cegos e poljes, onde certos vales cegos, clada uma dieuagem
subterrânea eficiente, por um período de tempo maior, podem evoluir para poljes, conforrne
interpretação esquematizada na fr,g 3 .7 .
,,rrgor. A descrição de.semi-vale cego de Jennings (1985) é similar a esta feição, a quaÏ é
,bém representada na borda centro-sul da região do Lajeado (anexos 3 '4 e 3 5) '
, 3 2.3' Zona
fluviocárstica
'
:: i :. .
",piedòminunt",:
sãg. classilcadas aqui como zonas fluviocá.rsticas (figuras 3.4 e 3.5). A
::il
seguinte
,.consþicua¡, r:l,i
,:ll
I ili
morfologia c racterrza esta paisagem :
ì,,,!
;t¡
iid
3l
Metopeliîos
\ locolc<írios
\"'
U'
o
(9
3 \ lnicíoçõo de condulos
vt
UJ
3
IJ -.)
o \
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l¡'
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i5
(> KJ
desenvolvidos
J C}
F
(n
t-*
z
z IJJ
ii:)
(-aì
rï
( -Entolt o-ento vodoso tiJ
Õ
t Tronsiçõo de vole cego
\t
J\-
-Retroçôo do encosto
por colopso
r/J
\a-r-- ta'.
Figura 3.7 - Evolução esquemâtica de poljes de contato. A- Fase inicial de exposiçã* dos
calcários, escoamento superficial (R) predominante. B- Desenvolvimento de c.otldutos
,subterrâneos e infiltração (I) crescente. C- Condutos integrados, rebaixamento ejo ì'l 4' e
absorção total de R através de sumidouros, com instalação de vales cegos. D- Incisão mais
profunda de vales çegos, entalhamento vadoso sobre condutos subterrâneos e retraçãio da
àncostatalcåria por colapso de cavernas. E- Desenvolvimento de planície aluvial-coluvial
sob,r,e os calcârios, caracterizando o polie de contato ìr'
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32
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Drenagem superficial parcialmente ativa com escoamento superficial re,duzido
Córregos alogênicos seguem seu curso sobre o calcário, mas, perdem gradativafiì'rnte sua
vazão. Às,reres exibem vales entalhados, hoje praticamente inativos, como por exernplo, na
área de captação do sistema Àguu Suja, noroeste da região Furnas-Santana.
Vales secos podem ser traçados facilmente sobre fotos aéreas 1:25.00Û. {.¡ua.rtclcr
observados em campo, apfesentam canais com sedimentos fluviais alóctones, interrorirpidos
por depressões rasas.
Divisores de água entre sumidouros, ao longo dos vales, são pouco desenvcl'"idos,
sendo dificilmente reconhecíveis em escala 1:25.000.
Zonas fluviocársticas foram delimitadas no sudoeste e nordeste da ítrea c¡Lbonática
Furnas-Santana e ao longo da faixa sudeste e extremidade nordeste da ixea I 'i,it:'ado-
Bombas (anexo 3.5)
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ì1.ë-l mDepdsitos i
sisle¡na de
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¡i,Oe truS ;.d.iâmgtro), são consideiadas como sendo a unidade essencial do relevo
i¡
ii¡
34
I-ajeado-Bombas.
Foto,3.5 - Vista típica de cones cársticos que delimitam depressões potgonais. A¡ea
Ujeâdo-nombas,,local dsasminado Sítio Novo.
35
., , Depressões simples são aquelas com á'rea planimétrica menor (entre 0,003 e 0,05
,ì,destas figuras varia de 50 a 600m. com alguns casos extremos, de até 900m. As encostas e
t,fundo
apresentam-se cobertas por solo residual argiloso escuro (rico em matéria orgânica).
,,E¡posições rochosas são raras, limitando-se à pequenas escarpas, ao longo das encostas, ou
,:l'lajedos próximos aos sumidouros. A
água coletada pela superficie destas bacias é.
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t"ípAS:- Vole- Cegò oo
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C ./ Contolo lilolóoico
.7 M C-^utocolccjriõs M-melopehlos
;þ"- curvos de nivel
Divisor topogrdf ico inçìpis nte
inclinadas, as quais convergem internamente para uma zona rebaixada (figuras 3.2 e3:3'e
foto l.S).
As depressões simples identificam-se com cocþíts, definidss por Sweeting (1958)
para o carste da Jamaica, enquanto que as compostas enquadram-se na categoria de uvalas,
pelo fato de possuírem múltiplos pontos de infiltração (Terzaghi, 1958, apud White, 1988),
apesar das uvalas originalmente.descritas, não apresentarem uma amplitude de relevo, tal
qual, as depressões compostas aqui descritas.
I
Dolino de dissoluçõo com Dolino de dissoluçõo com
infiltroçõo difuso inf iltroção concenlrodo
C Dolino de colopso
O lO 4Om
¡+¡-r.t:
Figura 3.ll - Representação esquemática dos tipos fundamentais de fo¡mas de absorção do esÇo44enlo
r,tf"maa em fun-dos de depressõès poligonais na região estudada. A- inñltração difusa ao lo¡rgo {e !,aturas
alargadas por dissolução e colmatadas com mæerial residual. B- infilrração concentrada ao longo.':de
òooãoto. verticais abértos (abismos). C- absorção direta do escoamento por condutos de sistemãs::de
caYelnas. :... r,:..- 1,
39
intensa, formam alagamentos, que na época seca transfonnam-se em zonas de solo argiloso
escuro e úmido. Esta morfologia é típica de dolinas de dissolução, associadas à infiltração
vertical difusa da água meteórica ao longo de fraturas e juntas alargadas, conforme os
modelos de Gunn (1983) e Williams (1985) O segundo tipo, menos freqüente que o acima
descrito, é constituido pelos sumidouros pontuais e abertos, muitas vezes associados à
cavernas verticais (fig 3.lla). A entrada destes condutos verticais localiza-se no vértice de
depressões cônicas, com encostas mais íngremes que no caso das dolinas de dissolução.
Estas feições são denominadas de poços ou chaminés de dissolução (White, 1988), sendo
associados à infiltração vadosa concentrada ao longo das paredes de condutos verticais.
Grande parte dos abismos, denominação espeleológica de cavernas verticais, comuns nas
áreas em estudo, são exemplos destas feições. O terceiro tipo, e menos comum, são as
depressões com paredes rochosas e fundo coberto por bloços, matacões e depósitos finos
de encosta, os quais formam um. talus que vai de encontro à salões subterrâneos ou
condutos associados a rios subterrâneos (fig 3.1lc). Estas feições ocotrem, tanto em fundos
de depressões compostas, como simples, resultando do colapso de cavernas, devido à
intersecção do rebaixamento da superficie com o nível de condutos e salões subterrâneos.
As formas acima descritas, representam os três tipos extremos (end members) de
absorção do escoamento superficial para subsuperficie, devendo-se ressaltar aqui, que
ocorrem diversas formas de transição entre elas e, também, associação destas numa mesma
depressão poligonal, principalmente nas compostas. O exemplo mais freqüente de
associação é a ocorrência de pontos de absorção na forma de condutos vadosos verticais
(feições do 20 tþo) ao longo das encostas de uma depressão poligonal maior, enquanto que,
, nos pontos mais baixos desta mesma depressão, incider¡ mais freqüentemente, dolinas de
iiit$.oa"ea menos eficiente. Desta maneir4 inicia-se uma competição entre as diferentes .:s
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Sislemo de covernos
42
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43
ii
I Dæenvolvimento do
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I
A
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I
Instalação de linhas de
fluxo centrfpeto na
zona epicársLica.
i V
I
.A.umento de vazão
ao longo da rota
preferencial de
percolação
t
a
Dcscnwolvimento da
dolina de dissolução.
t
Aumento do fh¡xo de Incemento na6ta
I
em planta da
água subpualelo às
encostas da <_' depressão
depressão.
0 roo 300
1..-..f=====j-¡
45
:jnstala-se uma rede fluvial sobre os calcários, concomitantemente à erosão dos metapelitos
.,s,gbrejacentes. Com o aumento gradativo da permebilidade secundária no
pacote calcário e
,'gxposição total da sua superficie, surgem rotas de drenagem freâtica, e macigo o
':carbonático
aumenta sua capacidade de absorção e transmissão de água superficial.
,,',Desenvolvem-se, nesta fase, pontos de concentração de infiltração vertical, os quais,
:,jnstalam-se preferencialmente ao longo dos talvegues fluviais, pois estes, concentram o
::i
r:,,, escoâF€nto zuperficial. Desta maneira, diminui o volume de escoamento zuperficial e
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de: diüsores, ìät
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46
PLANTA PERFIL
VALES FLUVIAIS
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ZONA DE
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t:
ZONA POLIGONAL r
,i.,itopográficos entre estas bacias. Neste estágio, o desmembramento da rede fluvial torna-se
$i1-,,.revrdente, e a paisagem fluvial gradativamente dá lugar a de depressões compostas.
Com a
ii.'.,sys1¡ç¿6 destas depressões, cresce o grau de segmentaçáo da rede fluvial, através da
dos
¡i;.,,instalaÇão de novos pontos de absorção vertical (dolinas secundárias), rebaixamento
ììj,''findos de dolinas e desenvolvimento de divisores topográficos entre estas, atingindo a
ji.,:morfologia atualmente observada, com depressões simples e compostas. A tendência
passada, pois com a
i-tËVot"tiua desta paisagem é atotal obliteração de sua história fluvial
ij¡¡,,.di s¿ção dos,rantigos interflúvios, pela implantação de dolinas sobre estes, além do
iu'"ffi.tro,,ile:rini/Érsão de relevo, através da competição entre depressões, as antigas rotas de
Lr,, escoamento,,supprfi'cj iac-aba:n".sç o::substituídas' pelo reticulado
de bacias ,poligonais
(Ig72b), sobre o carste da Nova Guiné
t,' ,jconforml élexemplificadoj,po¡'Williams '
47
i,.d'eixou de existir. I
ì.'t .ri;, ,O:desenvolvimento da drenagem subterrânea é tema do capítulo 4, onde sua relação iì
,i..,:'. :,, ' . . .... t:
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ij:c,o.{4aior9-s3gem,¡up$cialserá$omada. T
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)
Delimitoçõo do círeo de
coptoçoo oluol
Sumidouro ologônico
Contoto litolcígico
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;-Drenogem otuol
) Sumictouro ologênico
o . Ressurgêncio de sislemo de covernos
r
Direçõo de circuloçõo subler¡ôneo inler -
prelodo e nõo confirmodo
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.¡ Divisor de bocios de escoomenlo
superficiol
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50
.1.',' Tabela 3.1- Distribuição quantitativa das zonas morfológicas nas áreas esrudadas. FS. are¿ Furnas-
' ,,''
:,r'.r l
,rsc,cr-e
metapelito's e metapsamitos, possuem inclinação entre 0,2 e 0,03, com desvio padrão
, de : l, sobre os metacalcários este valor é de 0,018 e 0,009, com desvio padrão de 0,0047,
mcs:rando canais mais uniformes e menos inclinados. Quanto aos talvegues, suas
i,, ¡"ri"ätudes variem de 60 a 1100 metros, sobre os carbonatos, e de 20 a40m nos pelitos.
Azonafluviocárstica, em contraste com a fluvial, possui gradientes médios de 0,012
f:'¿,.; :005 com desvio padrão de 0,0025, mostrando pequena variabilidade, característica
:. uçrca de sistemas fluviais senis, associados à planícies.
A zona de contato caractenza a passagem de rochas insolúveis para solúveis, a qual
fiié,marcaAa por um importante desnível topográfico, que condiciona uma série de drenagens
fl$siadas,aos vales.cegos. Com base em 2l medidas
de comprimento e desnível de vales
contornando tanto a área Furnas Santana
l¡.€i,s.çarte'dé'steS.representados:na fig 3.5),
jg
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¡:iÍílil-:,..,.:ç'.'.l :jì.:i'ì:r'l=,+ì,i::' .^iai:i::iii: ;:tì:I.i:i:ìiru.,:,::ir= r
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Vslor V¡lor
Parâmetro lì,tfr' M¡l Varieclo Médi¡ Ðesvio P¡drlo
Comprimento (^L) t90 5090 4200 1557.6 1003.3
Desnfi'el lÁIf) 265 515 310 35',t.7 90.4
Gradiente (^Iv^L) 0.113 0.348 o 235 0.26 0.05E
Relacionando o gradiente médio com o comprimento destes canais, foi obtida uma
relação inversamente proporcional, ou seja, quanto maior o comprimento do canal, menor é
zua inclinação média. Esta observação coincide com a generalização de que a maioria dos
rios poszui perfis longitudinais, que seguem uma fi.rnção exponencial definida (Shulits, l94l
e Hack, 1973, apud White e White, 1983). Para os vales cegos em questão, a melhor curva
de 84o/o.
4.35
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0.31 \'
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9.11
o z-3ll5 (x
6
1a8B)
Comprincnto do centl (AL) ¡rel¡os
Figura 1.20 - Variação do gradiente medio (G) em firnfo do comprimento de vales cegos ( L)- 2l
medidas.
r. r€ssurgências cársticas, conforme Smith e Atkinson (1976) Com a medida destes índices,
.:
- calculou-se a densidade de sumidouros alogênicos e de reszurgências, para ambas as áreas
¡.,, (tab 3.3). A razão entre sumidouros alogênicos e reszurgências
(Rsr) expressa o grau de
ramificação subterrânea da circulação cárstica (Trudgill, 1985). Sistemas distributivos,
,l',,: como aqueles com baixo gradiente hid¡áulico ou grandes volumes de água subterrânea,
,. ,,, terão razões baixas, próximas ou menores que um. Sistemas integrados, com rotas de
altas, como é o caso das áçeas estudadas (Rsr : 8,6 e 12,5), onde um grande número de
:'l
Tabela 3.3- Índices morfométricos de sumidouros alogêmcos e ressurgências das áreas estudadas
,.,: .
Nota-se uma grande semelhança entre as densidades de reszurgências das duas áreas
estudadas, apesar destas apresentarem áreas aflorantes e demais índices bastante
iontrastantes. Este fato é interpretado como sendo reflexo de um padrão geral da drenagem
j subterrânea, o qual, também deve ser semelhante nas duas á¡eas carbonáticas, ou seja, os
sistemas integrados de ambas as áreas devem apresentar um grau de ramificação
'iì
IT
:¡
ìEl
53
quais estão, cada uma, associadas à variadas proporções de unidades morfológicas não
poligonais, como é o caso do Alto Ribeira.
As com superficies de 27,5 e 47,7 krû,
áçeas Furnas-Santana e Lajeado-Bombas,
possuem densidades de depressões sobre o total da area calcárria (Ddt) de 2,91 e7,4slknÊ,
respectivamente. Por outro lado, as densidades de depressões internas às zonas poligonais
destas areas (Ddp) correspondem a 7,72 e 13,08/km2.
Deve-se ressaltar a forte dependência destes valores da escala de observação, neste
caso de l:25.000, pois, confonne a escala é ampliada, depressões menores tornam-se
demarcáveis, obviamente alterando o valor de sua densidade.
^ O resultado de Ddp obtido para o Alto Ribeira enquadra-se na faixa de valores
típicos para áreas tropicais, quando comparado às densidades obtidas para a Jamaica e
Porto Rico, nas escalas de 1:24.000, por Day (1,976) e Troester et. al. (1984) e naNova
Guiné, na escala l:28.000 (Williams, I972b), conforme a tabela 3 4. Os valores de Ddp do
carste da Nova Guiné, obtidos por Williams' (1972b), são praticamente iguais à densidade
de depressões obtida p¿ìra a irea LEeado-Bombas, apesar destas áreas apresentarem
condições climáticas contrastantes. Os dois locais da Nova Guiné, localizados em latitudes
de 5o30', experimentam médias pluviométricas anuais de 3698 e 5761mm, respectivamente,
onde o primeiro (Darai HillÐ apresenta um clima tropical sub-alpino, com temperaturas
,médias anuais de
:.
l0 a 13oC e o segundo (Mt. Kaijende), possui clima tropical úmido, com
média anual de 22 a 27oC. O carste do Alto Ribeir4 numa latitude de 24035', em contraste,
.i apresentamédia pluviométrica de 1690 mm e clima sub-tropical úmido, com média anual de
..lgoc Isto confirma que um certo padrão morfiológico pode ocorrer com o mesmo grau de
,,,-dese¡votvimento, em condições climáticas variadas,
reforçando a hipótese de Smith e
r" '
i,$tkio*n (1976). Portanto, o
1: .Y:
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54
Tabela 3.4 - Parâmetros morfométricos do carste poligonal do Alto Ribeira num quadro comparativo com
outtas ¿ireas c¡irsticas. * valôres calculados com os dados publicados pelos autores citados.
'ltSantana, este parâmetro é 0,376, o que equivale também a37,6yo da área total da área
''tarbonática. Nos calcários Lajeado-Bombas, 57o/o da área total é ocupada por depressões
*poligonais,
o que resulta na Íazão de dolinamento de 0,57. Sua interpretação é semelhante
',âo índice de dolinamento.
:..;'''
.:1i... .,
Densidade de sumidouros autogênicos (Da). Indica a freqüência de pontos de
:::: ., .. .
área.
para a fueaLajeado-Bombas, obteve-se uma distribuição exponencial da freqtiência
'.
',,de profundidades (fr,g 3.21a), com valo¡es predorntnantes entre 3 e10m. Nota-se o cuâter
da medida de 130m.
,, l.
,exrepcional
A distribuição de freqüência para a área Furnas-Santana, ajusta-se melhor a uma
praticamente 3
curva norrral com tendência bimodal (fig 3.21b), bastante irregular, com
,: .,,
populações de medidas, entre 5 e l6m, 20 e 30m' predominante, e ouffa em torno
de
fuma falha de amostragenl pois, nesta ârea, conforme obsen'ado qualitativamente em campo
aéreas, ocorre um número maior de profundidades rasas? as quais
não foram
$ils.r"tos
i tàøs sobre'os:mapas topográfi eos 1 : 1 0. 000'
*eAffi-dêt'ambaÉt'ai áreas, foi obtida uma típica distribuição'de
'.ffinüdò..:.'
.lì---¡': : :'' l- t , .t: . -, -
enôia,ryonen-clal(fig 3.-2Ig)c.onsrderada como iepresentativa do carste éitudado' .
.
s6
6A 9E
prcf u¡¡d ldaile (mctros)
t .t€
Pr¡f unit lil.aile (oeros)
Ég98
Profur¡d idade
51
', A média aritmética da área de 350 depressões é de 0,072km2, com desvio padrão de
,0,078, e valores míq¡+o e máximo de
0,00359 e 0,788 km2, respectivamenre. O perímetro
'tdèsie'"onlunto,,possui:média de t;22km,,desvio padrão de 0,672km e valores mínimo e
:..
',mmmo.¿e::þr2?.9.,ê-5,562km. Novamelte aparece a depressão das Areias
como exceção,
....:''''':.
pois sua área de 2,05km2 e perímetro de 8,29km são muito destoantes do resto da
180 ..:
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fr
3
Perlnetno (Xn)
t,F¡¿üin freqüência e curvas de distribuição da area (A) e perímetro
'3.22 - Histogramas de_
:.. (Éidas.
depressões, póligonais da área,carb onática Laj eado-B ombas.
59
A érea média por depressão (Adm) resultante do cârlculo de Ad/lt{d (tabela 3.4) para
a arealajeado-Bombas é de 0,076km2,çemelhante à média aritmética das 350 medidas. Já
paraaáreaFurnas-Santana, o valor de Adm é 0,13km2, quase o dobro da areamédiapor
depressão da região Lajeado Bombas, reflete a predominância de depressões compostas
maiores nesta área. Um fato interessante observado com estas medid¿is, éa grande
semelhança entre as dimensões planimétricas do AIto Ribeira e os valores de outras regiões
cársticas (tabela 3.4), o que confirma que há um padrão geral de relevo cárstico,
independente de pequenas variações locais.
Testando a distribuição de freqüência das áreas de depressões para a região Lajeado
Bombas, obteve-se um ajuste exponencial decrescente da freqüência em função do aumento
da área, com predominância de áreas entre 0,0036 e 0,05km? (frg3.22a). Nota-se uma
pequena subpopulação, com áreas em torno de 0,2 e 0,25krn2, a qual corresponde às
depressões compostas
O perímetro destas depressões obedece uma distribuição de freqüência lognormal
(frg 3.22b), onde o número de ocorrências cresce rápidamente com perímetros entre 0,25 e
0,6km, atingindo o máximo entre 0,6 e 0,9km, decrescendo regularmente até perímetros de
" 3km. Notam-se alguns valores de exceção, assim como das áreas correspondentes, que
'representam depressões compostas ou testemunhos de vales fluviais em início de
segmentação por dolinamento.
Conforme esperado, o gráfico das áreas versus seus perímetros, ajusta-se melhor a
uma função exponencial. A equação obtida para a área Lajeado-Bombas é Per. = 5,264x
Área0,519, com 351 medidas, incluindo a grande depressão das Areias (fig 3.23). O
:
coeficiente de correlação desta relação exponencial é,0,97, com R2 94,74o/o.
A inclinação desta reta logarítmica reflete a taxa de variação do perímetro com o
aumento da ínea das depressões. Ou seja, quanto mais rugoso, ou irregular é o perímetro,
! ---
:: ttrÍ¡or sera seu comprimento, com uma pequena variação na área correspondente. Desta
." - ------^.
.:manelra, poderia-se relacionar o coeficiente angular ou a inclinação desta reta com o grau
,' de rugosidade planimetnca das depressões, isto é, quanto mais inclinada a reta, tanto mais
'' rugoso será o padrão poligonal, o que por sua vez, refleteria o número de vértices positivos
i.:lft'pa¿reo poligonal
i.:. e de uma determinada região cárstica, sendo úteis como uma referência
:: { '
araçáo entre diferentes regiões cársticas e seu condicionamento lito-estrutural,
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Figura 3.23- A¡ea versus perímetro das depressões poligonais da região Lajeado-Bombas,
351 pontos, obtidos na escala 1 .25.000.
"trabalhos futuros.
iabela 3.s - Atitudes médias dos principais conjuntos de descontinuid¿ds5 ¡lrq ¿íreas de estudo. Medidas
parênteses
.èxtraídas dos estereogrâmas corespondentes das figuras 3.24 e3.25. Número 6s medirìas em
.e\-t';
ACAMAMENTO PREENCHIDAS
Ei¡o construído 20 I pólos t2 6 pcítos
Eixo meclido t-6-il-20-30 r-3-6-rO-¡7
.\ /
Y-i -/ I
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JUNTAS DE
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JUNTAS DE
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E INDETERMINADAS
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61
sendo que sua gênese, é relacionada ao mesmo processo compressivo que gerou as juntas
preenchidas e falhamentos aqociados. Desta forma, interpreta-se as juntas simples
subverticais com direção N60-708, de ambas as áreas, como sendo juntas plano axiais,
geradas tantopor tração em charneiras parasitas, como por alívio de tensão, após a
cessação dos esforços tectônicos compressivos. É importante not¿r que estas juntas
possuem comprimentos maiores, decamétricos, quando comparadas com os veios paralelos.
O conjunto N50-60W, além da origem atectônica citada acim4 é relacionado também, ao
evento de tração responsável pela injeção dos diques mesozóicos na direção N50-60W.
Este é muito notável na área Furnas Santana, onde possui espaçamento decimétrico e
comprimento métrico, formando uma clivagem de fratura ao longo de certas faixas, com
atitude geral N50W subvertical. Com a mesma atitude, ocorrem também, juntas simples
decamétricas, com espaçamento muito variável, desde métrico a decamétrico, tanto na área
Furnas-Santana, como Laleado-Bombas. Por último, hâ a.nda. as diáclases com atitude
N20E subvertical, observadas na área do Lajeado, paralelas ao conjunto de falhas inversas
de mesma direção, e portanto, provavelmente associadas a estas.
O comprimento das juntas simples, de modo geral, é predominantemente métrico a
decamétrico, com espaçamentos métricos. A densidade destas juntas é bem inferior à das
juntas preenchidas, mas seus comprimentos são superiores, fato importante a ser lembrado
na discussão do condicionamento estrutural do relevo.
Falhas inversas representam importantes descontinuidades nas áreas estudadas, já
notáveis em mapas regionais, onde formam contatos tectônicos. Foram reconhecidas
principalmente durante o mapeâmento de cavernas, onde foi possível segui-las por até
centenas de metros, como nas cavernas Lage Branca (centro-rul da área Furnas-Santana,
anexo 4.2) e Ouro Grosso (noroeste da ârea Lajeado-Bombas, anexo 4.2). Caraclsri2am-se
por comprimentos longos (dezenas a centenas de metros) e zonas de cisalhamento com
espessuras entre l0 e 40cm. Este cisalhamento produziu tanto zonas transpostas, finamente
laminadas (mitonitos), como também, cataclasitos e microbrechas,o que comprova regime
de cisalhamento dominantemente dúctil nas primeiras e ruptil (friável) nas segundas. O
movimento reverso foi observado através de dobras de arrasto associadas às faixas de
cisalhamento assim como pelo rejeito, de até 2m, em falhas inversas menores.
Sua geometria é representada nas figuras 3.24C e 3.25C. As falhas com direção
N55-75E e vergência para NW, da área Furnas Santana, são interpretadas como sendo
rupturas de flancos e charneiras de dobras paralelas, tendo sido geradas durante e na fase
final do desenvolvimento da estrutura geral homoclinal com dobras parasitas e caimento
para NW (frg 3.2aC). As falhas N30-40E, com vergência para SE, são interpretadas como
! sendo um conjunto de falhas conjugado ao anterior, decorrente da compressão NW-SE.
paralelo aos
Juntas de cisalhamento são aquelas com pequeno movimento relativo
: blocos adjacentes, de comprimento decimétrico a métrico, quase sempre preenchidas com
-¡,calôita,,microbrech6 milimétricas e, às vezes, quartzo. A espeszura deste preenchimento
r,,¡6ô,,,.ultrapassa:2cm. Em função''de sua pequena extensão e rejeito de no naáximo'aþns
10
como citado
rejeito ou exposição do plano da junta para exibir estriamento. Desta maneira,
anteriormente, é provâvel que entre as demais categorias de
juntas definidas, possam
cisalhamento com a
conjuntos NIQE e N40-45W, apro{mam-se ao sistema conjugado de
juntas preenchidas (fig
direção de o1 em torno de N20-30W, conforme já sugerido pelas
3.26. Estes conjuntos, ocofïem em zonas' onde chegam a ter espaçamento
decimétrico'
N50-60E, de
muito semelhante às juntas preenchidas descritas anteriormente' O conjunto
é associado aqui,
porte maior que as anteriores e paralelo às juntas plano axiais de tração,
de flancos e
tanto às falhas inversas com vergência SE, como também, às rupturas
Furnas-Santana'
charneiras de dobras paralelas e assimétricas parasitas ao homoclinal
Na área Lajeado-Bombas, ressaltam-se os conjuntos alinhados a Nl0-20E
e N50W'
',. dir"ções predominantes obtidas em campo, com aquelas observadas em fotografias aéreas, e
'
de feições cársticas.
¡ âsslûr, sugenr quais estruturas condicionam alinhamentos
,.,
i'- da área Furnas-Santana, indica predominância das direções N40-80E, com máximo neste
:i
i preenchidas, de, cisalhqrnento, falhas inve¡sas e direcionais, estas últimas, mais importanìes, l"l;
s,
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i'¡u, ¿ir.co.j ¡r4og r ÑzsÈ soure .rias estruturas disruptivas, soma-se ainda,' ,a oiréÇao 'dot lftl
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72
planos de acamamento com alto mergulho, também muito freqüentes e dispersos nas
direções N50-70E. No quadrante NW, correlaciona-se o máximo de lineamentos entre N50-
60W, com os conjuntos dominantes, nesta diregão, de juntas simples e falhas direcionais a
indeterminadas, e a N70W com falhas inversas e juntas preenchidas. A dispersão de
lineamentos, tanto nas direções NE como NW, é interpretada como sendo conseqüência da
alta freqüência e grande variedade de descontinuidades presentes nas rochas carbonáticas.
Construindo histogramas de lineamentos referentes à setores desta área, obteve-se
concentrações de lineamentos menos dispersas (figuras 3.27 L
B, C). No setor SrW (fig.
3.27C), os conjuntos de falhas direcionais aN40-50E e N50-60W, assim como, as falhas
inversas a N75E e N75W, além das juntas preenchidas a N50E e juntas de cisalhamento a
N45W, coincidem com os picos de freqriência máxima de lineamentos. Passando para a
região central da ánea Furnas-Santana (fig 3.2TB), além das correlagões já observadas, é
realçada uma ocorrência de lineamentos ao redor de NS e outra em torno de EW. A
primeira é atribuída aos falhamentos di¡ecionais, juntas preenchidas e de cisalhamento, com
direções NS e Nl0E e a segunda, coresponde aos lineamentos próximos a EW, produzidos
pela falha inversa N75-80E 60-70SE, de comprimento quilométrico, observada ao longo da
cäverna Lage Branca. Por último, deve-se considerar que a concentração de lineamentos na
direção NE é reforçada por traços do acamamento com alto mergulho e grande
comprimento.
Na área Lajeado-Bombas, ocoffe tambén1 nítida correlação entre as direções
predominantes de fotolineamentos e o sistema de juntas e falhas identificadas em campo. No
setor sudoeste da fuea (frg. 3.zTF), a concentração máxima de lineamentos entre N40-60E
sobrepõe-se às direções preferenciais de juntas simples, preenchidas, falhas inversas e
direcionais e em parte aos planos de acamamento. A concentração EW deste setor é
correlacionada, pela falta de importantes fraturas nesta direção, aos planos de acamamento,
que neste setor ocorrem próximos a EW. em função do fechamento do sinclinal e também,
devido à estrutura em domos e bacias nesta área. Os máximos no quadrante NW, menos
expressos no setor SW, ressaltam-se na região central e nordeste da fuea Lajeado Bombas
(frg 3.278). Neste setor, a predominância de lineamentos entre N40-60W e N20-30E,
coincide com dois conjuntos preferenciais de juntas simples, preenchidas, de cisalhamento e
falhas. Concentrações menos freqüentes de lineamentos, em torno de NS e N20-30W
sobrepõe-se aos demais conjuntos de falhas inversas, juntas de cisalhamento e preenchidas,
identificados na área.
Uma vez demonstrado que os fotolineamentos são a expressão morfológica de
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juntas (incluindo as juntas de estratificação) e falhas presentes nos metacalcários, pode-se ,:ii
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utilizar estes lineementos para calcular a densidade de fraturamento destas áreas, i:i
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parâmetro proposto em Davis (1984), como sendo a razáo entre o comprimento total de il.
.,fotolineamentos e a área em que estão contidos, neste caso, a fuea aflorante de i':!
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parte dos eixos maiores de depressões poligonais, seguem a direção N50-70E (anexo 3.1).
Esta direção corresponde ao alinhamento dos planos de estrati.ficação, de importantes'
conjuntos de juntas simples (ou longitudinais em relação ao eixo do dobrapento);
preenchidas e falhas, todos coincidentes com a direção do gradiente hidráulico sobre ios'
carbonatos. Conclui-se, portanto, que o entalhamento da paleodrenagem seguiu es-tas
falhas e
estruturas, sendo que, entre estas, mais intensamente os planos de estratificação,
juntas simples (em ordem decrescente), devido à permeabilid¿ds maior destas, em relação'às
'de
juntas preenchidas. Sugere-se também, que a instalação da-s linhas preferenciais
40-70NW e os planos de
,drenagenl seguiu a intersecção entre a estratificação N50-70E
. juntas simples, e falhas com direções semelhantes e altos mergulhos, pois esta inÍersecção,
poligonais. Estes pontos iniciais de absorção, localizam-se, conforme observado nos mapas
morfiológicos e de reconstrução da paleodrenagem, preferencialmente sobre os canais
fluviais, em função da concentração do escoamento superficial sobre estes: Além disto,
ðonfi.rmou-se durante o traçado de fotolinea¡nentos, que a maioria dos fundos de depressões
ocofïem na intersecçãci de lineamentos. Como exemplo, na área Furnas-Santana, os
sumidouros autogênicos ocorrem preferencialmente na intersecção de lineamentos de
direção geral N50-70W, com o traço do acamâmento de mergulho moderado a alto, de
direção N40-608 e juntas e falhas paralelas a este, formando alinhamentos preferenciais
sobre o acamamento (fig 3.28). Os lineamentos NW-SE representam as juntas de tração
paralelas aos diques, assim como, aquelas transversais ao eixo geral do dobramento, todas
Na íreaLajeado-Bombas, nota-se também, o alinhamento
de alto mergulho a subverticais.
de sumidouros. Neste caso o alinhamento predomina sobre traços de fraturas longas e
falhas, onde os pontos de infiltração ora correspondem à intersecções destas fraturas
proeminentes com traços menores do acamamento ou com outras fraturas (fig 3.28).
Conforme observado em campo, as fraturas longas traçadas em fotos aéreas correspondem
principalmente aos conjuntos de juntas simples decamétricas e falhas com zonas brechadas
associadas.
':
O alinhamento preferencial ora sobre traços de acamamento, como na íjúea Furnas-
Santana e, ora sobre linhas de fraturas, como predomina na ínea Lajeado-Bombas, é
. atribuído ao ângulo maior de mergulho do plano mais permeável. Isto é, os pontos de
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.:. Associado ao alinhamento de sumidouros sobre planos de estratificação e fraturas,
., muitas depressões poligonais ta¡nbém exibem seu eixo maior, em planta, paralelo a estes
',.lineamentos estrufurais. Conforme citado anteriormente, esta é uma herança do
l' c-ondicïonamento, ,estruturâl da paleodrenagem zuperficial que posteriormente foi
1'to..gF"orada'.l a,¡.! al-ação,de,depressões rde drenagem centrípeta. Na ár¡a Fïnat-:*iÏu:
i, ôieüo,maiorildestas,,,é predominanlemente paralelo ao traço da estratificação e de falhas'.
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76
inversas como, por exemplo, a falha inversa da Lage Branca (fig 3.28). Iâ na ârea Lajeado-
Bombas, o eixo maior de depressões e o alinhamento preferencial de sumidouros, segue
principalmente estruturas disruptivas.
Observando a incidência de poljes de contato na área Furnas-Santana, assim como,
o entalhamento maior de vales cegos (anexo 3.5), nota-se que ambos estão mais
desenvolvidos ao longo do contato SE dos metacalcários. No contato NW, ao contrário, os
córregos alogênicos formam trechos fluviais sobre o calcário, antes de atingirem
sumidouros. O número maior de cavernas penetrâveis, com pórticos de abatimento junto à
sumidouros, também caractenza a faixa de contato SE desta área. Estes fatos são
associados à estrutura geral do homoclinal com mergulho da estratificação para N'W, isto é,
na situação estrutural onde o mergulho dos planos ds ¿çememento está a favor da direção
de injeção de água alogênica, a capacidade de absorção de água pela rocha será maior do
que na situação inversa, onde o gradiente hidráulico local é contrário ao sentido de
mergulho das camadas (fig 3.29). Havendo capacidade maior de absorção de água, o
volume de rocha dissolvida será maior, condicionando assim, um entalhamento mais intenso
a favor do mergulho das camadas, produzindo as feições de relevo citadaS. Isto evidencia,
. o importante papel da estratificação como descontinuidade favorável para
mais uma vez,
percolação de água nos metacarbonatos, condição também observada no carste das
., montanhas Rochosas por Ford (l97la) e Mills (l9Sl) e no carste da região de Irecê @A)
tt po, Guerra (1986) . Este é um exemplo de condicionamento hidrológico e estrutural da
' paisagem cárstica.
,,' Esta condição de permeabilidade maior de certos planos de estratificação é atribuída
i:,,"ao processo de deslizamento flexural desenvolvido durante o dobramento da seqüência
r.carbonâtica.
Sobre diversas superficies expostas do acamamento foram observadas estrias
'.'ide atrito e uma fina película de material moído, às vezes cimentado por calcita e
quartzo.
, Estas feições, além de evidenciarem o deslizamento entre camadas, mostram que houve urna
. A paisagem fluvial dos vales dos rios Furnas e Betari, descrita no item 3.2, também:':
, exibe controle estrutural. Com a identificação de lineamentos acima obtida, relaciona.se"a'
.direção NW-SE destes vales ao conjunto de juntas simples, de tração, paralelas ao'diqtle,'ì
" :' r':: '':"1:t:i::t:'::..':l'
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basáltico que corta as áreas na mesma direção. Este é outro exemplo de condicionâm'ento:"
,',,, hidrólogico e estrutural de relevo, pois -a implantação da paisagem fluvial ''ê peisistênoiâ,,
.:r 'r.! .
r,.:].
'',,desta sobre metacarbonatos, é conseqüência da soma entre a estrutura favorável,..''i .'
:-i entalhamento superficial ea vazdo alta destes rios desde a época de exposiÇãót:dés:
metacalcários. ""'l "
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":,1 , O zoneamento morfológico da área Furnas-Santana (anexo 3.5), mostiou quei'z@-
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Bl Z]oo de transição de fluviocarste para carste
3.5 Conclusões
O mapeamento morfológico, a medição e cálculo de índices morfométricos sobre as
áreas de emostragem, mostraram que, ao contrário da primeira impressão, de que a
superficie cárstica exibe um relevo caótico e desorganizado de dolinas, depressões fechadas
e sumidouros, o carste do Alto Ribei¡a possui um padrão de relevo organizado e
estruturalmente condicionado.
As unidades morfológicas definidas (zona fluvial, fluviocárstica" de transição e
poligonal), permitiram estabelecer diferentes estágios evolutivos do relevo cârstico,
partindo de uma paisagem fluvial, a qual é gradativamente segmentada pela implantação de
bacias de drenagem fechada, cujo desenvolvimento levou à formação de carste poligonal.
A iniciação de depressões poligonais ocorreu sobre uma paleodrenagem fluvial
estruturalmente condicionada, onde os pontos de absorção vertical do escoamento
superficial instalaram-se preferencialmente na intersecção entre planos de estratificação e
juhtas simples longas e falhas. Sobre o denso reticulado de descontinuidades observadas em
ambas as áreas investigadas, na fuea Furnas-Santana, as depressões alinham-se
principalmente sobre traços do acamamento, tendo seus sumidouros definidos pela
intersecção de juntas simples e falhas oblíquas aos mesmos. A área Lajeado-Bombas, ao
contrário, exibe alinhamento preferencial de sumidouros sobre juntas longas NW-SE, com
sumidouros definidos pelas intersecções destas, com traços de ¿çamamento, juntas e falhas.
Atribui-se esta diferença ao mergulho mais alto da estratificação na ârea Furnas-Santana,
aliado ao fato, desta apresentar também, densidade maior de planos de estratificação,
devido à ritmicidade maior na alternância de estratos carbonato-pelíticos e carbonáticos.
poljes de contato estão associados à condição estrutural favorável para injeção
Os
de água alogênica (sentido de mergulho da estratificação coincidente com o gradiente
hidráulico), assim como filiam-se as maiores bacias de captação de escoamento alogênico.
A evolução da população de depressões oçorreu, e ocorre, através do processo de
competição e coalescência entre estas (tÐ(as de abertura diferenciadas), gerando inversões
de relevo, assim como pelo mecanismo de geração múltipl4 onde a instalação de
depressões com drenagem mais eficiente, deflagra a instalação de depressões menores,
vizinhas à primeira. Gera-se, desta maneiia, uma superficie dinâmica de rebaixamento do
relevo, onde se observam feições mais antigas, de fundos de depressões, hoje em cristas,
associadas ao lado, ou acima em cota, à-pequenas dolinas em iniciaç.ão. Neste processo de
competição entre taxas de entalhamento do relevo, ressalta-se, na área Lajeado-Bombas, a
invasão da superficie de carste poligonal, pelo alargamento do vale do rio Betari adjacente,
contribuindo com a inversão de relevo.
As zonas poligonais mais desenvolvidas refletem a presença de condutos
,íi
'subterrâneos e sjsfemas de cavernas com drenagem eficiente do escoamento superficial, À'f
iìr*
L4
4.1 Introdução
Rochas carbonáticas caracterizam-se por abrigarem aqüíferos heterogêneos (Yuan,
t9B5), compostos por redes contínuas de condutos e aberturas menores, ambos alargados
por dissolução da rocha. Estes padrões de condutos interconectados constituem os sistemas
de cavernas e proto-cavernas, responsáveis pela drenagem subterrânea de áreas cársticas
(Ford e Williams, 1989).
Com o entalhamento da paisagem, níveis de condutos freâticos são
progressivamente drenados, tornando-se preenchidos com ar, além de água. Entre estes
condutos com ar, alguns são bloqueados por sedimentos, outros possuem dimensões
impossíveis de serem penetradas pelo ser humano e a maioria destes condutos, continua
inacessível, simplesmente por não terem uma conexão que possa ser percorrida pelo
homem. Na grande maioria das áreas cársticas, as cavernas acessíveis representam somente
uma pequena fração do total de condutos presentes (White, 1988 e Worthingtoir, 1991).
Estas cavernas são definidas, por uma convenção antropomórfica (White, op cit.)
reconhecida pela União Internacional de Espeleologia, como sendo cavidades subterrâneas
naturais, em rocha, e que possuem dimensões suficientes para permitir a passagem de um
ser humano. Desta definição surge uma questão polêmica entre exploradores e topógrafos
de cavernas naturais, quanto as dimensões mínimas de uma cavidade para ser registrada
como caverna num cadastro ou levantamento de cavernas de uma região cárstica. A maioria
das associações espeleológicas convencionam um comprimento mínimo entre 150 e 50m em
planta, ou 20m na vertical e diâmetro mínimo que permite a passagem do explorador. Esta
definição de caverna, vai depender, poftanto, de quem a convenciona. Mas,
independentemente destas convenções, deve-se ressaltar que as cavernas constituem as
únicas frações diretamente acessíveis para observação do aqüífero cárstico, o que as torna
especialmente importantes no estudo da circulação atual e pretérita de água em rochas
solúveis.
Neste sentido, necessita-se definir e classificar os condutos cársticos do ponto de
vista geomorfológico e hidrológico, independentemente de sua acessibilidade. Ford e Ewers
(1978) definiram cavernâs cársticas como sendo condutos de dissolução, ou qualquer
abertura na rocha solúvel, que tenham dimensões suficientes para permitir fluxo de água
em
regime turbulento, apesar de que, este fluxo não necessariamente sempre é turbulento
neste
largura deste conduto ou abertu¡a na rocha (Howard, 1964, apud Ford e Ewers, 1978),
sob
ação de variados gradientes hidráulicos; Para que ocolra este fluxo, a caverna cáLrstica
necessariamente deve estar conectada a uma rota de injeção e saída da água
subterrânea.
por outro lado, cavidades integradas numa rota de circulação subterrânea, mas que
possuem dimensões abaixo do limite de fluxo turbulento, são classificadas como cavernas
8l
largura variável, próximas aos traços dos contatos sudeste dos metacalcários'
A título de
foram mapeados
exemplo, na área Furnas-Santana, onde esta característica é mais marcante,
cerca de g700m de condutos subterrâneos do sistema de cavernas Pérolas-Santana
(cavernas Pérolas, Tobias e Santana), 2985m do sistema Águu Suja e
530m do sistema do
. Grilo, os quais (ïO,gyo do total de condutos mapeados) estão todos alinhados nas
' proximidades do contato SE. Em contrapartida' na faixa ao longo do contato NW, apesar
,, da intensa prospecção de cavernas, realizada neste trabalho e anteriormente, por moradores
, locais e grupos de exploração de cavernas, foram mapeados somente cerca de 1000m de
Furnas)'
., cavernas integradas à sistemas de drenagem subterrânea (caverna do Zezo, Abismo
onde ocorrem pequenas
,i o mesmo oco,,e ao longo da faixa central dos metacalcários.
cavidades isoladas e várias cavernas verticais, sem
conexão transponível com sistemas
:.
t. do total de 11860m de
integrados de drenagem subterrânea. Na tseaLaieado-Bombas-
':r condutos mapeados, cerca de 5660m (47,7%) desenvolvem-se na-( proximidades do contato
,i' SE (cavernas Areias de Baixo, 1600m; Atambarí de Cima e de Baixo' 1600 e 890m;
,,. Gurutuva, l00m e Jeremias, 1270m), enquanto que, junto ao cofiato NW ocorrem 1750m
. (14,7%)de cavernas mapeadas (caverna Passoc4 546m e Ouro Grosso' 1200m)' O restante
,' das cavernas nesta área desenvolve-se a partir da margem sudoeste em direção ao centro-
preferencial em discussão'
a.,,, leste da sinforma do Lajeado, não exibindo a distribuição
' Os sistemas são convergentes ou integrados (Trudgill, 1985),
isto é' apresentam i
:'
': 'ados à córregos alogênicos, os quais são coletado, pot )
assocr
'
'" :t,:
r:l
seus principais sumidouros
:Ïll,,"i;"".äi*
a tendência de I
j'i.condutosparaumaressufgênciaporsistema'EstasressurgênciaSsegue;.'
i,' dirrribuiçao de cavernas, localizando-se preferencialmente junto aos contatos sudeste dos i
metacalcários (anexo 4' 2).
conseqüência do desenvolvimento de
Considerando que as cavernas acessíveis são
de drenagem zubterrâ9e1 God e E-wers,
oermeabilidade secundária e sistemas eficientes
acima dtt9.1t11, a
1978),,lfsoçla-se a çoncen-tração p,,feferençiat de cavernas, .um
'. . t,. , ,',';.'1:1
83
A fuua Suja 562 265 2300 29',7 0.129 2.96 2985 1.30
Perolas -
Sar¡¿na
555 251 59',70 304 0.051 7.02 9s2s 1.60
a 700 7820 260 0.033 0.067
GriIo 7.41 530*
440
b
670 ?150 230 0 032 0.0'74
L 305 5540 145 0.026 0.86
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160 8.08 4800*
b
3ls 6330 155 0.024 0:76
B Córrego
Fundo
449 160 8100 289 0.036 8.?5 2000* 0.25
a 400 950 210 0.221 1.26
Ouro Grosso
190 2.63 r200
b
440 20'70 250 0.12 1 0.58
a 40'l 3800 242 0.063 0.68
Alambari 953 2590*
165
b
c 383 4420 218 0.049 0.58
370 3920 205 0.052 0.66
Tabela 4.1 Características morfométricas dos principais sistemas de cavernas das áreas Furnas Santana (A)
e Lajeado Bombas (B).
* parte do desenvolvimento de ca\¡ernâs extraídos de Martim, Chr!'sostomo e Rodrigues, 1989
Altitude em inetros sobre o nível do mar.
Extensâo é a distância horizont¿l em linha reta enüe sum:idouro e ressurgência.
Desnível é a distância vertical entre surnidotuo e lesswgência.
Comprimento de condutos é a somatória do desenvol'rjmento de cavernas mapeadas. Desenvolvimenlo é a
somatória do comprimento de galerias e eixos maiores de salões, medidos em planta.
CIN- é o gÉu de cavernamento do sistemâ, ou seja. a razÀo entre o comprimento de condutos aæssíveis e a
exlensão.
a, b, c são indices referentes à diferentes tributários do sistema.
:deste gradiente resultante, a tryoa de infiltração, assim como, as linhas de fluxo da âgaa
,subterrânea, tendem a fluir para E-SE, seguindo as descontinuidades presentes nos
l:rn€tacalcários. Devido ao contraste de permeabilidade entre o calcário com condutos
:
(condutividadé hidtáulica.' ,altÐ 'e,i os. metapelitos subjacentes (condutivìdade hidráulica
,i':.''l.i::1.,l'']-ì-.';:j].r..:!','''|,:'.':'.:'''.'':''.,
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- -. Concentroçõo de fluxo
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z/ az 'l
Seçõo esquemdf ico (scm ¿¡colo)
sobre o contato SE (convergência das linhas de fluxo da âgta subterrânea sobre ainterface
de permeabilidade menor), o que resulta num volume maior de água subterrânea neste setor.
Isto, por sua vez, implica no fluxo mais intenso (velocidade maior de fluxo) e,
característica descontínua das intercalações pelíticas. Neste mapa, a camada pelítica central
está interrompida na altura do sumidouro associado à caverna Pérolas, reaparecendo
somente nas proximidades do rio Betari, a partir de onde é contínua e mais espessa. O
grau
r¡.em.¡sl¿çio
' '. : :. I
I
Tabela 4.3 - Fração de condutos acessíveis ao longo da extensão (ÂL) dos sistemas nas áieas s5tudades.
,,l.,dissolução de calcita,
com cinética de terceira a quarta ordem do sistema acima. Desta
"¡,¡1i4.ira, soluções próximas do equilíbrio, são capazes de percolar a rocha por grandes
i."tOäffiias sem atingir a saturação total em carbonato (Dreybrodt, l98la e 1990). O Ì
I
,,
' ,..,,.:r:-:-.::'
t sezunáô " ...:.:
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gerar grandes vazios, no tempo disponível para tal. Atualmente é propostõ que a abertura
inicial de condutos seja principalmente devida à corrosão da rocha carbonática
pelo ácido
sulfürico, gerado pela oxidação de zulfetos, muito freqüentemente disseminados pela rocha
calcária (Forti, 1989, Ball e Jones, 1990;\ilorthington, 1991 e Lowe, 1992).
Alguns aspectos do quimismo atuante no carst do Alto Ribeira serão tratados no
capítulo 5, assim como, na discussão da iniciação de condutos.
A erosão mecânica é um importante processo de denudagão em fases avançadas da
espeleogênese, quando condições flur"iais são estabelecidas, principalmente em
cavernas
cruzadas por rios alogênicos. Newson (1971) determinou que no caso de rios
subterrâneos,
tanto
tabletes de calcá'rio expostos à ação dos rios perdem praticamente a mesma massa,
por abrasão mecânica, como por química. O efeito abrasivo do transporte de sedimento
clástico alóctone torna-se importante, principalmente durante vazões catastróficas
associadas a temPestades.
O abatimento de blocos, desmoronamento ou incasão (do termo incasion, de Bögli,
da
1969) é o rlescolalneflto, ao- longo de descontinuidades, e movime¡taç{o de ftagmentos
rocha encaixante fla gaye¡na, resultando, principalmente, na modificação e, às
vezes, na
1e8e).
'r ,: A íreade amostrôgem em estudo, representativa do carste do Alto Ribeira, satisfaz
um variado conjunto de cavernas,
i.þlenamente os requisitos acima esboçados, apresentando :
,.:,.ì. : .':
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5: t.4O
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Areios de Cimo Areios de Boixo
O 2OO 4OOm
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S = l.OB
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t/' Ouro Grosso
olo
Bronco
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92
quais são curvilíneas e arredondadas. Estas cavernas enquadram-se no segundo tipo de não-
linearidade, proposto por Deike e'White (1969), dominante nos longos sistemas de cavernas
Mammoth e Flint Ridge (EUA), onde o condicionamento de galerias por juntas e'fraturas é
pouco notável.
E xlensõo
--T Lorquro
do fluro
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Figura 4.3 - Definição dos parâmetros planimétricos extensão e lægura da faixa de fluxo.
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Desenvol- :iri
Da. m Lr =LÎ I Ee
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Areias de .:.,.
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retilíneos longos
(S entre 1,08 e 1,09, Lr entre 0,07 e 1,33). Caracterizam-se por segmentos
:ìl lì
r:r
t:
são raras' SegUndo
entre inflexões angulosas e agudas. Passagens sinuosas arredondadas
rilì
iì:
típico de areas
Deike e White (1969), esta morfologia reflete intenso controle estrutural,
::t;
;1:.
,dobradas com alto ângulo de mergulho, conforme será detalhado adiante' .i:ì,
tÌi;
rGelerjas e salões de abatimento (inqaqão) tiiiii
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:.àorlönso.de,.todas¡cávèrnað,amgstiadas. Na caverRa
Ágou- Suja, por exem¡19',5erssal!1;se'um È¡t
:fifi
rilit
93
grande salão de abatimento, notado em planta pelo alargamento anômalo no setor central da
caverna. O salão corresponde ao espaço onde a largura é semelhante ao comprimento do
segmento da caverna e a galeria de abatimento, ao trecho onde o comprimento suplanta em'
muito a largura.
Quando a caverna é dominada por este padrão, sua sinuosidade tende a ser reduzida
ao máximo, como no caso das cavernas Laje Branca e Pérolas, com S entre l,0l e 1,03. A
largura de fluxo também tende a ser pequena neste caso, pois, o rio subterrâneo principal
concentra-se numa das laterais do conduto de abatimento, seguindo o gradiente local.
Planimetricamente caracterizam-se por áreas maiores, em função da largura maior
da passagem, quando comparadas às cavernas com condutos originais (sem abatimento).
Relação entre sinuosidade e largura de fluxo
Apesar das poucas medidas efetuadas, devido à escassez de mapas completos de
cavernas da ârea, obteve-se uma tendência, diretamente proporcional, da sinuosidade em,
função da largura de fluxo, com exceção da caverna Santana, a qual, nesta relação, exibê
uma sinuosidade inferior à esperada, em função de sua largura de fluxo total (fig 4.4). Esta,
anomalia é devida ao fato da caverna Santana ser constituída por dois segmentos, onde cada:
segmento possui largura de fluxo baixa (72 e S4m), compatível com a sinuosidade destes (.-.,
1,08), mas os dois segmentos em conjunto, aumentam muito a largura total de fluxo, sem
incrementar a sinuosidade final da caverna.
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1.3
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Entalhamento vadoso
Entende-se por entalhamento vadoso a abertura ou ampliação de condutos
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FORMAS GERADAS
PELA INCASÃO
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96
predominante ao longo do rio atual, o acesso ao topo deste requer escaladas. Num dos
pontos atingidos (fig 4.6), a terminaçã o do cønyon através {e um afunilamento brusco que
é,
dá lugar a uma fenda com abertura decimétrica. Interpreta-se esra fenda como sendo um
conduto freático inicial, semelhante ao caso da terminação de passagens vadoús menores,
descritas adiante. Quando presente, esta iniciação freática imprime um caráter misto a estas
seções, onde predomina largamente a feição vadosa, associada- neste caso, somente à
ampliação da passagem.
Quanto à forma das seções transversais de canyons, distinguem-se quatro padrões
principais, denominados de cdnyons retilíneos, escalonados, meandrantes e irregulares (fig
4s)
Os canyons retilíneos possuem paredes paralelas retas, com. inclinação geral
constante. O padrão escalonado é formado por vários segmentos superpostos menores de
paredes paralelas e retas, os quais migram lateralmente. Os patamares assim formados
correspondem à terraços fluviais subterrâneos. Ambos ocorrem associados à passagens
predominantemente retilíneas em planta. como por exemplo, nas cavernas Santana (fig a.6)
Ouro Grosso, onde o entalhamento fluvial é fortemente guiado pelo acamamento de alto
,:!,
:,mergulho. O primeiro corresponde ao entalh¿ìmento preferencial ao longo de um plano de
estratificação e o segundo reflete o entalhamento sucessivo lateral de vários planos de
acamamento-
Os canyons meandrantes possuem seção com paredes paralelas e fórtemente
sinuosas (fig a.5). Desenvolvem-se em cavernas curvilíneas e com alta sinuosidade, como na
caverna A¡eias (ñg 4 8), em função do caráter meandrante do entalhamento fluvial vertical.
As seções associadas a estas passagens tomam formas compleras, pois com o avanço à
juzante dos meandros, simultaneamente ao entalhamento vertical, o meandro rebaixado
estará deslocado em relação ao corte zuperior; na direção do fluro fluvial. Estes canyons
não evidenciam controle estrutural importante. Conforme Ewers (1972), apud Bögli (1978),
canyons meandrantes caracterizam entalhamentos vadosos com mais de 10m de
profundidade, associados à cavernas de baixo gradiente.
Canyons irregulares são aqueles cujas paredes apresenlam contorno em seção
transversal com padrão serrilhado e intensamente ondulado, com grande variação da largura
ao longo da seção transversal (fig a.5). O caráter serrilhado ou ondulado corïesponde à
camadas ressaltadas junto à outras mais entalhadas, devido à dissolução diferencial entre
estratos carbonáticos puros e impuros, ricos em partículas insolúr'eis de silte e argila. Esta
forma é freqüente nas cavernas estudadas (fig a.6 e 4.8), onde a estratificação dos
I metacalcários é marcada por,ritmicidade de camadas mais ou menos argilosas.
As alturas de canyons vadosos indicam a profundidade de entalhamento do rio
,;,,subterrâneo. Nas cavernas estudadas, as alturasvariam entre 10 e 50 metros. Estas medidas
,,'.': cluem uma margem de erro, estimada em até l0olo, principa.lmente nos valores altos,
..'
,.,devido à imprecisão nas medidas.
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Figura 4.6 - Seções transversais da caverna Santana. Traços contornando seções indicam o
acamameto. Canyon vadoso,CV; conduto freático, CF, salão de abatimento, SA; conduto
retangular, CR e conduto triangular, CT,
ii=,å.åij,iii:ii:;i¡,:;r.,,,,.,,:.,,.;..-
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Figura 4.7 - Seções transversais da caverna Laje Branca. Canyon vadoso, CV; conduto
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freático, CF e salão de abatimento, SA; traço de falha,
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Figure 4.8 - Seções transversais da caverna Areias. Canyön vadosor QV; conduto freático,
CÈe salão de abatimento, Sd traço de fratura, F. ,, ,i,.,,
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caverna. Como exemplo, acompanhando o perfil longitudinal do rio principal da'' ca*rerna
'r::.,.:'
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do enlolhomenlo vodoso
$r Sif õo Zaro*
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O IOO ZOOm Seções lronsversoìs
Figura ,1.9 - Perñl longitudinal simplificado da caverna Santar4 indica¡do a variação do toþ do
eotâlhamento vadoso.
pela largura rgual ou maior que a altura (fig a.5 e a.6). Suas paredes divergem apartrr de
uma linha de intersecção entre um plano de fratura ou falha com a estratificação,'' os
com mergulhos moderados. O ent¿lhamento fluvial segue gtosseiramente estes pl4qoq, o
que imprime a tendência triangular a estas seções. A iniciação deste tipo de conduto é
marcada na intersecção fratura camada, através de um pequeno alargamento.'(fig.4.5),'.o
qual é atribuído a uma iniciação em ambiente freático, segundo o modelo de Bögli (l'969),.
As passagens retaogulares exibem altura semelhante à largura. Denotarn:l!ítido
controle estnrtura! pois o entalhamento é sempre paralelo ao acamernetrto, ou à-frgas,
ambos de alto mergulho (ñg a.6 e 4.8). :'-,=';':-',,,¡','¡'
,,t,1:'i,:,
l0l
Co'crrrc Vorgcm
Gronde
Perfil iongitudinol
616¡69 gqtõo
O 40
r-+E=-¡
lzom
Vole geco
tu-
Perfil longìludinol
I Ress.rgêncio
suSlerr6ñeo
Cochoeiro
[:
Súnrdouro
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O 25 5Om
C5 l5m
O 3O 6Om
¡-t¡3
Figura 4.10 - Exemplos de condutos verticais A- Caverna Água Suja. B- Caverna Ouro
:,Grosso. C- Caverna Santana. ')
_!i
103
Alargamento freático
Entende-se por alargamento freático a geração de condutos por dissolução na zona
saturada. Segundo F.retz (1942), Bögli (1964) e White e Deike (1989), a geometria
característica produzida por fluxo de água em condutos de pressão @ipe flow) é de rubos
com seções transversais geralmente elípticas e paredes lisas, suavemente onduladas. As
dimensões destes condutos freáticos são muito variadas, com diâmetros desde alguns
'milímetros até 15 metros e comprimentos quilométricos, conforme é descrito por White e
Deike (1989).
Nas cavernas estudadas, as formas freáticas estão restritas ao topo de entalhamentos
vadosos e a trechos isolados onde condutos freáticos foram preservados do
entrincheiramento e da incasão.
Na caverna Santana, ao longo da galeria do Ronco (antigo afluente do flanco direito
da caverna) observa-se um trecho parcialmente preservado de conduto freático, por cerca
de 80m de comprimento (seções l3 e 14, frg 4.6). Possui seção transversal elíptica com eixo
maior paralelo ao acamamento. Ao longo do rio atual nota-se condutos elípticos somente
onde a altura do teto diminui para 2 a 3 metros, como nas seções lla e 12 (fr,g a.q.
Durante níveis altos do rio, estes trechos ainda hoje passam por períodos freáticos.
Na cavernaLaje Branca nota-se um testemunho de conduto freático ao longo do
teto de quase todo trecho de abatimento (seção 2, frg 4 7). Acompanhando o brusco
estreitamento, logo após o salão de abatimento, observa-se o testemunho mais didático de
conduto freático das cavernas estudadas (seções 4 a'7,fr'1 .7). Possui seção elíptica com
eixo maior predominantemente paralelo a um falhamento inverso.
De modo geral, a morfologia freí*ica é pouco observada nos sistemas de cavernas
do Alto Ribeira, devido à predominância de entalhamentos vadosos e abatimentos.
Níveis de cavernas
Em função de um rebaixamento rápido do nível de base, com o tempo, normalmente
oco¡¡¡e a relocação , para cotas inferiores, dos pontos de insurgência e (ou) ressurgência de
sistemas de cavernas. Os condutos prirnários associados a
estes sistemas, sofrem
entalhamento vadoso ou são abandonados pela circulação de água freática, quando são
substituídos por condutos gerados junto ou abaixo do nível de base rebaixado (Kastning,
1983 e 1984 e Palmer, 1987). Formam-se, portanto, níveis de cavernas superpostos, os
quais evidenciam fases diferentes de abertura de condutos. Sistemas de caver¡as com níveis
de condutos inativos (drenados) sobre condutos ativos, são classificados de multifásicos,
segundo Ford e Ewers (1978).
Na área estudada, identificaram-se as seguintes evidências de sistemas multifásicos:
- Paleo-sumidouros e paleo-ressurgências em cotas entre 20 e 40 metros acima dos
pontos atuais. Como exemplo, cita-se o sistemaPérolas Santana |fft1a.n).
- Condutos inativos a cerca de 20 a 40 metros acima dos condutos associados ao
nível de base atual das cavernas. Esta característica é observada em trechos isolados ao
longo dos sistemas investigados (fig 4.11, seção A), pois o entalhamento vadoso predomina
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sobre condutos superpostos preservados '
' ,,,.,'." . '
Coverno Vorgcm --tf,-
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Nível superior
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4so Conyoñ vodolo
330 llco
1,.;
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25O m. s. n. m. - Rcssrrg6ncio otuol
--rË
!¡r,J965 e l97lb; Ewers, 1912 e Powell, 1976), mas, posteriormente, a análise estrutural
,.meticulosa sobre sistemas de cavernas, como os trabalhos de Jameson (1981 e 1985),
'ìLauritzen et. al. (1985) e Deike (1989), evidenciaram que os condutos freqüentemente
,,.furmam-se ao longo da intersecção de descontinuidades.
t':. Deike e White (1969) e Worthington (1991) relacionam a não linearidade e os graus
'-de sinuosidade de passagens fluviais subterrâneas ao padrão estrutural (fraturamento e
'mergulho da estratificação) da rocha encaixante da caverna. \rVorthington (1991),
'examinando o
padrão de 53 rotas de fluxo subterrâneo, de diferentes áreas cársticas,
,a
ii:.
rota de fluxo, pois os condutos tenderão a seguir o gradiente hidráulico, meandrando ao
deste, aproveitando as descontinuidades disponíveis (fig 4 l3). Num modelo teórico
¡;i,po
,,.,::simplificado de fraturas verticais e ortogonais entre sí, sendo cortadas por um gradiente
hidráulico diagonal, Worthington (op cit.), mostrou que a sinuosidade (S) da rota de fluxo é
ì,;ìexpressa pela equação S : coscr * senct, onde ct, é o ângulo agudo entre a direção do
rlradiente a as fraturas (fig a.13).
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da variedade de cavernas da área e das quais obteve-se um levantamento
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Rolo dê lluro rclillneo
Tabela 4.5 - Variação do acamamento nas carern¿N de Santana e Areias (de cima e de baixo). Entre
parênteses são indicados os números de medidas.
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o - Folho direcionol
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50
Mopo esirulurol
1,08 (5o), l,l5 (l0o) e 1,28 (2Oo¡. Com cr entre 5 e l0o, os valores calculados sÉo
semelhantes à sinuosidade medid4 mostrando que a tendência teorica em grande parte é
seguida pelo conduto principal da caverna" considerando someûte o acAglamento como
descontinuidade principal no condicionamento da caverna. Examinando testemunhos do
topo de ccmyons vadosos, confirmou-se que a abertura inicial de condutos freaticos é
condicionada pela intersecção entre o acamarnento e juntas simplas longas e falhamentos,
com direções entre N50-70E e mergulos moderados a altos para NW e SE. Define-se
portanto, que o padrão retilíneo do conduto principal é condicjonado pelo baixo ângulo
entre estas linhas de intersecção e o sentido do gradiente hidráulico.
O padrão anguloso, notável principalmente nos condutos tributários, também é uma
conseqüência da combinação entre gradiente e estrutur4 mes em aranjo diferente.
Considerando que os condutos tributários foram gerados após a instalação de um conduto
central principa! estes tributiirios são associados a um gradiente hidráulico local dirigido
diagonalmente e com sentido para o conduto principal, em função do vale de rebaixamento
do lençol freático, desenvolvido sobre o conduto principal devido à vazão maior do
aquífero sobre a linha de permeabilidade maior, gue é o próprio conduto principal (fig
4.15). Com este gradiente local orientado a NW-SE, a tendência da rota de fluxo será a de
sair do acamamento e seguir outras estruturas permeáveis sobre esa direção.M¿ts, o padrão
planimétrico destes afluentes (fig 4. l4a e 4.15), mostra que, grande parte dos condutos
tributários æntinua sendo guiada pelo acamamento, e que somente alguns segnentos destes
sofrem brusco desvio, entrando em juntas e falhas. Nestes dewios, freqüentemente são
esøbelecidos padrões de conduto s em Z e S, onde trechos desenvolvem-se à montante do
sistema" contrários ao gradiente hidráulico geral (fig 4- 15).
- lnlercoloçôes
... Pcl¡licos
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Roto de flu¡o
Figura 4.16 - Inflexões agudas na rota de fluxo condicionattas pela intenecção acamamento-falhas,
ósewadas na cãvenuì Santana. Esquemas A e B em planta.
produz
longo do conduto freático, preservado sobre o can'on vadoso do final da caverna,
conforme
uma lineação, a qual é coincidente com o eixo longitudinal deste conduto elíptico,
geral da caverna.
é representado na figura 4.17C. Coincide, também, com o alinhamento
Interpreta-se, portanto, qUe o padrão retilíneo e a baixa sinuosidade
(1.01) desta
da linha
gradiente geral da área. Mas, por outro lado, há que se consideræ. que em função
lençol freático
de alta permeabilidade inicial, desenvolveu-se um vale de rebaixamento do
à direção da
sobre esta linha, criando um gradiente local, necessáriamente, sub-paralelo
intersecção.
A caverna Areias (englobando as cavernas A¡eias de Cima e de Baixo, separadas
mais sinuoso'(s
por uma dolina de colapso, anexo 4.3) representa o padrão planìmétrico
em metacalcári-ol com
entre I .29 e T.40) e curvilíneo da ârea estudada. Está encaixada
estratos carbonáticos de espessura decimétrica a métrica Localmente ocoffem
intercalações, onde a espessura diminui e a quantidade de e$fatos pelito-carbonáticos
Furnas-Santana pela:,menor
aumenta. De forma geral, contrasta com os metacarbonatos
e pela espessura mai-or dos
freqüência de alternância entre estratos pelíticos e carbonáticos
": estratos carbonáticos. A continuidade lateral das camadas também é marcante' podendo ser
-- observada Por dezenas de metros'
'.
predominantes no
,,,, Aæitude do acamamento, ao longo da caverna, possui diieções
, quadrante NE, com valor médio de N4lE e secundariamente:" *"ï3::Ï:"ï_::l::
,,i1,, -édio de N50W. Tanto as
direções como os mergulhos da e$ratificação são 'b,as111t9
.-;:r:;rvariáveis;,conforme os altos'coeficientes de variação destas medidas, .,e>¡p¡esso¡,,n¿'.1¿6t1u
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Medidos no condulo fre<ítico
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condutos freáticos preservados, notou-se que estes acompanham linhas de intersecção entre
fraturas e planos de acamamento. O entalhamento vadoso posterior, segue tanto os planos
de fratura, como de acamamento, formando canyons escalonados, onde pouca informação é
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Junlos e Folhos
ao traço do acamamento. Inte¡pretâ-se que este setor é condicionado por linhas de maior
permeabilidade inicial acompanhando traços de intersecção entre o acamamento de baixo
mergulho a as juntas longas e falhas zubparalelas à direção do acamamento,*mas de alto
mergulho.
A segunda orientação preferencial de condutos a N70-80E é predominante no
segmento final da caverna, junto à extremidade mais a jusante desta (e-{, frg 4.184). O
mapeamento mostrou que este setor é principalmente controlado por juntas simples longas a
N70E e falhas indeterminadas entre N60-70E. O padrão morfológico dominante é de
ccmyons meandrantes, onde segmentos curtos acompanham grosseiiamentè a dirção da
estratificação e fraturas a N50-60W, alternados por trechos mais longos controlados pelas
jgntas e falhas a N60-70E. Este é um segmento da cavernq com cercaide 20o em relação ao
gradiente hidráulico geral (N60-708), onde os condutos tendem a acompanhar as juntas e
falhas acima citadas, de baixo ângulo com o gradiente, sendo localmente desviados por
rotas de acamffmento e juntas do conjunto N50-60W.
A concentração de condutos a N60-70W é associada aos conjuntos de þntas
simples N60W e falhas indeterminadas em torno de N50-70W, ambos com mergulhos de 70
a 85o, para NE e SW. Um exemplo de segmento da caverna nesta direção, é observado
junto à extremidade mais a montante da caverna Areias de Cima (trecho a-h, fig 4-l8a).
Neste segmento o desenvolvimento de condutos acompanhou estas juntas e falhas, em
posição quase ortogonal ao alinhamento geral do gradiente hidráulico, apesar da
disponibilidade de planos de acamamento em posição de baixo ângulo com este. Isto vem
evidenciar a alta permeabilidade inicial destas þntas e falhas, a ponto de causar desvios
importantes da rota de fluxo, cuja tendência teórica seria de seguir descontinuidades em
baixo ângulo com a direção do gradiente hidráulico, como por exemplo, neste caso, os
planos de estratifi cação.
direção de condutos a Nl0-20E acompanha falhas inversas e direcionais, assim
A
æmo, fraturas simples, condicionando rotas oblíquas ao gradiente hidráulico geral, em
situação semelhante à descrição e interpretação acima.
Conclui-se, portanto, que a caverna Areias é principalmente guiada pela intersecaão
entre estruturas disruptivas longas (untas simples e falhas) e zuperficie5 ds ¿samamento.
Localmente a rota de fluxo instalou-se em falhas ou planos de acamamento, não havendo
evidências claras do condicionâmento inicial destas rotas menores por linhas de intersecção
Devido ao baixo mergulho da estratificação e à alta variabilidade das atitudes dest4
em comparação com a caverna Santan4 as linhas de intersecção de juntas e falhas sobre os
planos ds ¿snmamento, estabeleceram rotas de fluxo, as quais predominantemente são
muito discordantes das direções do ¿samamento. Na caverna Santan4 ao contrário, devido
ao alto mergulho do acamamento, as linhas de intersecção de juntas e falhas subverticais
sobre o acâmamento, produziram rotas de fluxo não muito discordantes da direção do
,acamâmento, imprimindo um padrão planimétrico final dos condutos principais da caverna,
,subparalelbs a lev nte oblíqüos,:àos:traços do acamamento. .. , ; " , ',,,.,
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..'7--- Troço de junlo ou folho
semelhantes a estes, ocorrem também, nas paredes e tetos de condutos freáticos maiores,
conforme será descrito na fase de desenvolvimento.
A profundidade das proto-cavernas, acima descritas, em relação à superficie atual
dos metacalcários, varia entre 350 e 50m. As distâncias horizontais. emrelaçáo aos pontos
de injeção de águas alogênicas, variam entre 500 e 2000m 69a.zl).
Os primeiros estudos quantitativos sobre o mecanismo de dissolução de calcários
maciços e fraturados, realizados por Weyl (1958), mostraram que, águas meteóricas, ao
percolarem juntas com abertura inicial de l00pm, atingem a saturação após alguns
centímetros de penetração na rocha. Como explicar então a presença de condutos de
dissolução com centenas de metros de profundidade no maciço carbonático?
White (Igii) e Dreybrodt (1981a), apud Dreybrodt (1981b), recalcularam a
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dest¿s águas, a mistura teria proporcionada uma solução agressivq a qual alargou o capilar,
no sentido de escoamento da agua. Os çones de dissolu@o seriam condicionados pela
intersecção de duas fraturas zubverticais sobre o plano de acamamento, onde, devido ao
encontro de tres descontinuidades, haverá um volume maior de águas em mistura e portanto
maior chance de corrosão da rochE formando o cone sobre estaþnção tríplice de planos.
Para testar se as condições hidroquímicas atuais no carste do Alto Ribei¡a permitem
a atuação da corrosão de mistur4 utilizou-se o diagrama de equilíbrio de soluções
carbonáticas (ñg 4.22), elaborado por Dreybrodt (l98lb), onde plotou-se um exemplo de
águas contrastantes quanto à saturação em CaCO3, coletadas na caverna Santana.
Como exemplo de ágUa com alta concentração de saturafo em calcita, utilizstl-5s ¿
percolação lentq coletada em gotejamentos de juntas e estalactites (amostras 20, 81, 102,
149 e 166, anexo 5.3). Estas amostras apresentâm uma predominância de75mg/l (1.87 x
l0{ moVcm3¡ de Ca# em equilíbrio com uma média de 0.0065 atm. de CO2, representadas
pelo ponto Sz no diagrama (frga-22).
Como exemplo de água com baixa concentração de saturação em calcrt¡o
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Soluções insolurodos
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Conccnlroçõo Co++
condições climáticas ieinantes durante a iniciação. Isto é, durante a iniciação, o clima deve
ter sido semelhante ao atual, ou suficientemente+imido, para sufentar densa vegetação e
permitir alta produção de CO2 no solo, fator essencial para gerar âgoa de infiltração
autogênica com alta concentração em carbonato. A segunda" refere-se-à presença'no
sistema cárstico de águas com concentrações contrastantes, ou seja, injeções alogênicas
com baixa concentração em carbonato e injeções autogênicas com alta concentração. Esta
premissa é plenamente satisfeita, pois, devido à origem fluviocárstica da região em estudo,
pode-se afirmar, que desde o início da exposição dos metacalcârios, houve uma importante
área de captaçio alogênica adjacente a estes. Quanto às condições climáticas, é razoâvel,
considerar que a região apresentou clima úmido e quente, no mínimo durante o último
milhão de anos, com períodos intercalados de alguns milhares de anos, com provável menor
umidade (clima semelhante ao cerrado atual), correspondentes às fases glaciais
investigada.
Mas, de acordo com os modelos atuais de espeleogênese, como os apresentados por
Dreybrodt (1990), Worthingthon (1991), Palmer (1991) e Lou'e (1992), a corrosão de
mistura é considerada um processo complementar na espeleogênese e não suficiente para
explicar a origem de longas redes contínuas de cavernas (da ordem de dezenas de
quilômetros), associadas às rotas de fluxo subterrâneo de águas meteóricas em terrenos
calcários. principalmente devido ao fato, de que a solução agressiva resultante da mistura,
também atingirá rapidamente (em alguns metros) a saturação em calcita, o que lirnita a
capacidade corrosiva renovada, à regiões próximas do encontro de descontinuidades
tende à saturação e a taxa de dissolução (dc/dt) decresce. Demonst¡aram também, que com
valores baixos de C/Çs (soluções fortemente insaturadas), a ordem de reação (n),
inicialmente varia entre I e 2.2. Com valores altos de C/Cs, ou seja, soluções muito
próximas da saturação, a ordem de reação aumenta abruptamente para q a i. Esta transição
ocoffe entre 60 a90o/o de saturação (Cs entre 0.6 e 0.9), dependendo da pressão parcial de
CO2 e temperatura. Este incremento na ordem de reação, representa uma importante
redução na taxa de dissolução de calcita, antes que a solução se torna saturada.
Com este Çomportamento cinético da dissolução de calcita as taxas de dissolução
na zona epicárstica ou nas proximidades dos pontos de injeção de fluxos alogênicos, são
altas, da ordem de O.lcm/ano (Ford, Palmer e White, 1988), mas. diminuem rapidamente
com a progressiva saturação e infiltração. Desta maneira, água zubterrànea é capaz de
penetrar por longas distâncias na rocha carbonática, antes de atingir a saturação e, portanto,
dissolve a rocha ao longo das linhas de fluxo da água zubterrâne4 com taxas muito lentas e
uniformes.
A próxima questão sobre a iniciação da espeleogênese, refere-se à profundidade dos
condutos de iniciação, em relação ao lençol freático. Isto é, as proto-cavernas desenvolvem-
se sobre, logo abaixo ou muito abaixo da superficie piezométrica- questão esta, ponto de
debate histórico no desenvolvimento das teorias e modelos espeleogenéticos, conforme é
sintetizado em Watson e White (1985) e Lowe (1992).
Amodelagem mais recente e uma das primeiras com abordagem quantitativa, da
evolução de aqüíferos cársticos, foi apresentada por Worthin*eton (1991). Com base no
estudo da geometria de 16 rotas completas do fluxo de água zubterrânea de sistemas
cársticos de cavernas, em variadas condições de mergulho da estratificação e fraturamento,
o autor acima concluiu, que a profundidade máxima de fluxo de condutos (Dx) é
principalmente controlada pelo mergulho da estratificação (0) e a extensão da área de
. captação (Lx), entre o ponto principal de insurgência e a ressurgência da água subter¡ânea,
conforme é esquematizado nafrg 4.23. Nesta geometria, considerando que a rede de fluxo
desenvolve-se sobre um ou vários planos de maior transmissividade de água, no *l.u o
acamamento, seguindo os traços das intersecções do sistema de fraruras com o acamamento
(o que imprime o caráter escaionado às rotas de fluxo), o fluxo mais profundo seria
encontrado nas situações de maior mergulho do acamamento, seguindo a expressão abaixo
(conforme Worthington, oP cit):
Dx: K Lx sen0,
onde K é uma constante de proporcionalidade.
Através da regressão das medidas de profundidade média [Dm) de condutos de
iniciação, abaixo do lengol freático, contra Lxsen0, Worthinglon obteve o melhor ajuSte
com a equação:
, Dm : 0.11(Lx sene)0'81, com R2 : 0'95o/o
(tabeia +.6),
Inserindo o sistema de cavernas Pérolas-Santana neste conjunto de medidas
i:¡obteve.se,a,relação'exponéncial
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plOnO dc O.OmomenlO
F Sistemo de lroluros
mínimo de 50 e máximo de
considerou-se uma profundidade média de 200m (com
no topo do
350m) abaixo do lençol freático para os condutos de iniciação observados
entalhamento vadoso da caverna Santana. Esta profundidade
foi medida em relação à
.zuperficie atual, o que a torna sub-estimad4 pois não considera o rebaixamento':do'relelo'
:r :':
::
'delido à ' denudação ocor rido desde a iniciação dos condutos Estairmð¿i¿a'
zuperficial, . :
de condutos pode ter chegado a cerca de 400m abaixo do N.\ conforme a estimativa de um
rebaixamento da superficie, de no mínimo 50m, em função da profundidade de depressões
poligonais.
Tabela 4.6 -
Proñrndidades de condutos de iniciação e exlerisões de rot¿s completas sistemas de cavernas.
Medidâs 1 a 16 foram exEaídas de Worthington (1991).
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Figr¡ra 4.24- profundidade média de fluxo @m) em função da entensão da ârea de captação do aqÌiúfero
Oii "'mergulho da estratificacao (e) * medidas da caverna Santa¡a. Demais pontos extraídos de
Worthingion (199I).
128
rebaixamento do lençol freático, o que amplia a zoîa vadosa acima dos condutos principais.
A morfologia inicial, associada a este estágio de carstificação, vai depender da
posição do lençol freático em relação ao conduto vencedor. Se o ambiente freá'tico
perdurar, o conduto com dimensões de proto-caverna será ampliado, dando origem a
condutos freáticos maiores, com seções sub-circulares a elípticas (conforme descriçã,-o,no
item 4.3.2.2), de diâmetro decimétrico a métrico, raramente decamétricos. No ..*o,dl
proto-caverna sofrer exposição acima do nível piezométrico, sua base será marcad.a por
entalhamento vadoso (Palmer, 1984 e White e Deike, 1989), figura 4.25. ' I.
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Desenvolvimenlo
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Enlothomenlo vodoso
\ ,t/'
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(Ford,1965) , .. ___ -
NacavernaSantana"oent¿lhamentovadosoaumentâgradativamenteemalturq.a
um máximo de 50m- ttt- O--21
parrif do sifio no final do ramo principal, atingindo
Interpreta-se, portanto, qlre a arnPlitude
vertical do escalonamento^de eondutos'1s.gd't"1çl
NE
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--N.4. roso
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, Roto Preferenciol
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Conyon vodoso
Visto em PersPectivo
señ escolo
Segmenlo descendenle
Segmenlo oscendente
NA
Seçõo longiludinol
principal,
pérolas, o entalhamento vadoso com çerca de 50m nas proximidades da entrada
decresce gradativamente em altura aÉ 5q ao
longo de aproximadameúte 400m de galeria
de abatimento.
vertical de segmentos
worthington (1991) reconheceu amplitudes de variação
descendentes entre 5m (sistema Friars Hole,
EUA) e l00m (tlolloch' Suiça)'
ascendentes e
ou seja" quanto maior o mergulho,
Relacionou esta variação ao mergulho da estratificação,
de condutos freáticos' nos casos de
tanto maior a variação vertical do escalonamento
condutos condicionados pelo acamamento'
Aampliaçãofreáticaduranteafasededesenvolvimento'nascavernasestudadas'
e irregUlares' conforme descrito no item
produziu seções regulares (circulares a elípticas)
4.3.2.2(alargamentofreatico).Asseçõeselípticasacircularesevidenciamalargamentopor
dissolução relativamente constante ao longo
do perímetro do conduto (fig 4'28)'
As seções irregulares
,acompanhando preferencialmente a estratificação, falhas ou ffaturas'
perímetro' em conseqüência da
,êvidenciam taxas,de dissolução diferenciadas ao longo do
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.,.anisotropia'da.'rochaca¡bonática(Susteric,|g7g),deposiçãodesedimentoeconseqüente ji
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t32
freáticas principatmente à presença de estratos mais e menos solúveis (ñg 4.28), devido à
intercalação alternada de calcários puros e impuros e à corrosão de misturq responsável
pela formação e ampliação de cones de dissolução (fig 4.28) sobre condutosfreáticos.
ones de dissoluçõo
h;
Figura 4.Zt - Tipos ds ampliações freáticas observadas nas cavernas estudadas.
u--ol"rgu-"nto freático preferencial sobre plano de fratura ou falha
b- alargamento freático preferencial sobre plano de acamamento
c- alargamento homogêneo
d- alariamento freátiõo com dissolução preferencial de estratos mais solúveis, produzindo
seção irregular
e- seçao ñ"átiru inegular produzida pela corrosão de mistura gerando cones de
dissolução-
incasão).
O volume maior de abatimento junto aos sumidouros é interpretado como
conseqüência destes trechos terem sido os primeiros a serem expostos acima do nível de
mais
árguq eque portanto, sofrer4m entalhamento vadoso maior, em relação aos trechos
internos da rota de condutos. :
devido às grandes âreas de captaçio alogênicas associadas aos vales c9-qos:que alimentam
134
em testemunhos de depósitos acima do nível de fluxo atual e nos depósitos atuais, indica
movimentos episósicos de alta vazão no transporte da carga de fundo. Deve-se considerar,
portanto, um duplo papel dos depósitos fluviais na espeleogênese, segundo Newson (1971)
e Smith e Newson (1974). Durante períodos devazio normal, esta carga de sedimento age
como inibidora da ampliação por corrosão do leito dos condutos. Por outro lado, em
eventos esporádicos de alta vazão, a movimentação desta massa detritica, contribui na
ampliação através da abrasão mecânica do leito dos condutos. Esta abrasão é evidenciada
através da geração de marmitas de diâmetro decimétrico no canal fluvial. Estes sedimentos
agem também como niveladores do leito fluvial, pois preenchem as irregularidades do leito
rochoso, tornando os fundos dos entalhamentos vadosos e condutos freáticos planos.
Um último fenômeno, importante na fase de desenvolvimento da espeleogênese, é a
geração de uma nova rota de condutos, abaixo do nível de condutos em fase avançada de
desenvolvimento, conforme o modelo espeleogenético de Worthington (1991). A
profundidade de iniciação desta nova linha de condutos segue os mesmos princípios que
condicionaram a rota superior, em função do campo de linhas de fluxo desenvolvido abaixo
dos condutos existentes. Isto é, seguem a profundidade Dx e Dm, abaixo do lençol freático,
anteriormente discutida.
Na fuea estudada, as zonas de vazios detectadas pela perfi.rração do poço no Baino
da Serra (Politi, relatório de perfi.rração, 1988), em profundidades entre 60 e i50m abaixo
do N.4., são interpretadas, como sendo condutos no início da fase de desenvolvimento,
contemporâneos ao estágio avançado de desenvolvimento da rota de cavernas superior.
Com o contínuo soerguimento da área e rebaixamento do nível de base, a'rota
superior de cavernas em desenvolvimento, poderá ser abandonada pelo lençol freático, e o
fluxo deste, começa a predominar pela rota inferior de condutos. O momento em que a iota
inferior captura o fluxo do nível superior, vai decidir se este é abandonado como um
conduto freático ou como entalhamento vadoso (Worthingto4 1991), conforme: será
discutido no item seguinte.
No sistema carstico estudado, a rota inferior de condutos, não atingiu dimensões
suficientes, em tempo hábil, para abson'er o volume de água injetado no sistema" fsto
associado ao rebaixamento do nível de base (soerguimento tectônico da ârea), condicionou
o intenso entalhamento vadoso do nível superior de condutos freáticos, produzindo o
quadro atual de morfiologia subterrânea. Linhas de condutos freáticos superpostos e
:tr. 'i_r-)_i_.-:l
tempo hábil e capturar o fluxo do conduto superior, antes que este seja entalhado em
ambiente vadoso.
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condutos em ambiente freático e exposição destes acima do lençol, o produto final, numa
análise simplificada e qualitativa, serão vários níveis de condutos freáticos pouco
desenvolvidos, preservados acima do NAr em rebaixamento.
Associa-se a queda acelerada do nível de base e entalhemento profundo do relevo a
um ambiente tectônico com altas taxas de soerguimento, ou, no caso de regiões próXimas
ao mar, à quedas eustáticas do nível dos oceanos.
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t31
condutos não é suficiente, para absorv-er o fluxo de água dos condutos anteriores, e ao
mesmo tempo, o rebaixamento do NA não é rápido o suficiente, para abandonar o nível
superior de condutos. Ocorre, portanto, uma fase de equilíbrio entre o rebaixamento do NA
e o entalhamento vadoso de condutos freáticos. Neste caso, a morfologia resultante é de
condutos freáticos de médio a pequeno porte, os quais apresentam sua base entrinchei¡ada
por entalhamentos vadosos, característica típica dos sistemas de cavernas da área estudada,
conforme descrito anteriormente.
Baseado nestas três situações hipotéticas analisadas acima- inte¡preta-se,portanto,
em função da morfologia subterrânea observada, que a espeleogênese na região estudada,
ocorreu num regime de rebaixamento do nível de base com taxas moderadas. ,",'
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.. : .:,',
4.4 Cronologia da evolução de condutos ' -
de 10.000 anos. Ford (1980 e 1988), em concordância com White (1984) estabeleceram
taxas de desenvolvimento longitudinal (propagação horizontal) de sistemas de proto-
cavernas entre 104 e 105 anoslkm, com base em estudos cinéticos de laboratório (White, op
cit) e de cavernas pós-glaciais, em regiões peri-glaciais (Ford, op. cit).
Mylroie e Carew (1986) obtiveram um período máximo de 36.000 anos para o
desenvolvimento de um sistema amplo de cavernas, encaixado em calcarenitos eólicos,
próximos ao nível do mar, nas ilhas Bahamas. Neste período, sugerem que a ampliação de
condutos freáticos com diâmentro de lm ocorreu em cerca de 10.000 anos.
Enquanto a duração da fase de iniciação é bastante especulativa e apoiada
fortemente em modelos teóricos de denudação química de rochas carbonáticas, idades
relacionadas à fase de desenvolvimento, especialmente ao entalhamento vadoso, são
possíveis de serem obtidas, através da geocronologia de calcita secundárria depositada no
ambiente subterrâneo (Harmon, et. al., 1975, Gascoyne, Schwarcze Ford" 1978 e Schwarcz
e Blackwell, 1985).
Gascoyne et. al. (1983), com base em idades obtidas através da série de
cobrem depósitos fluviais. A datação destes pontos, fornece idades mínimas para a posição
do nível do rio na época de deposição do sedimento fluvial. Havendo situações deste tipo
em diferentes alturas ao longo de um canyon subterrâneo, estas permitem a obtenção de
idades mínimas do processo de entalhamento subterrâneo, numa interpretação análoga à de
terraços fluviais, em sistemas de drenagem superficiais (Ford, 1973).
Durante o mapeamento das cavernas investigadas, encontraram-se diversos pontos
com as características acima descritas. Realizou-se uma primeira etapa de amostragem, para
testar a aplicabilidade do método 23079üay em espeleotemas da área.
A amostragem seguiu a norma ética de coleta em cavernas, evitando a depredação
dos espeleotemas amostrados. Sempre que possível, selecionaram-se pontos pouco notáveis
ao visitante, não afetando o aspecto visual da formação. A maioria dos escorrimentos
calcíticos e estalagmites foram amostrados com uma sonda portátil, com a qual, extraiu-se
testemunhos de zonas mais internas. Os pontos de perfuração foram fotografados e
: : -,ì :i.:.
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Þccearia teve-se
Na caverna Pescaria âceqsô para
fe.wê-qe acesso amostrâraproximadamer
nara amostragem rte,central ,l'da
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base de três destes cones (amostras PI,PZ e P3). As alturas entre estes pontos:ero'leito
atual do rio subterranêo forar.n medidas com trena, obtendo-se, respectivamente 5,8, 4,6 e
2,6m. A espessura atual deicâscalho sobrel,a base rochosa dolentalhamento vadoso varia
entre alguns centímetros a 40cm.
':
I , '4.
::'.,:i
140
Figura 4.30 - Seções transversais da caverna Pescaria indicando os pontos amostrados para
geocronologia de ca\crta sectrndária'
Para obter uma noção da idade de espeleotemas grandes, amostrou-se a parte mais
antiga de uma estalactite composta (várias estalactites soldadas entre sí), com cerca de 4m
de comprimento e l,5m de diâmetro maior (amostra C5), localizada no caminho para o
salão São Paulo.
Na caverna Alambarí de Baixo, cuja reszurgência se localiza na extremidade sudeste
do baino da Serra (anexo 4.3), ocorrem vários pontos favoráveis para amostragem de
testemunhos do entalhamento subterrâneo. Para este trabalho preliminar, coletou-se um
fragmento de crosta calcítica suspensa na parede lateral esquerda (sentido jusante), a cerca
de 90m da ressurgência (amostra CA3, figura 4.33, foto 4.4). Na parte inferior da crosta há
seixos alóctones arredondados incrustrados, evidenciando que a calcita cobria uma
cascalheira fluvial. O desnível entre a base da crosta e o leito rochoso do rio afir,ú, é de 8,5m
(fig a.33).
Na caverna Morro Preto, paleo-ressurgência do sistema de drgllagem.subtef,r,,Snea
Onça Parda - Morro Preto, afluente da margem esquerda do rio Beiari¡.na,,,borda SE da
faixa carbonática Furnas-Santana (anexo 4.3), também se constatou pontòtrytá*ls:.p7rÍt
a geocronologia do rebaixamento do nível de base local. Selecionou-$e um,,esdommento
' :... ..:: ,
Foto 4.2 - ,Ponto de amostragem Cl, caverna Santana, local conhecidô como Pata:de
Elefante
143
Gr ondes "Corlinos"
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Bloco obolido de
colcìlo secunddrìo è-/
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Rio oluol
Figura 4"SS - Seção transversal no ponto de coleta CA3, caverna Alambari de Barxo.
NW
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/) /r"rro f luviol otrrol
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ao ponto de colet¿ Cl 1'
Figura 4.34 - Seção morfológica da caverna Morro Preto, þnto
da amostra é, CCz.
altura desta est¿lactite
um fato interessante é que nas proximidades e na mesma
erodida, ocorrem várias outras, sem marcas
de erosão, ou seja' posteriores à erosão da
a um período de zubida do nível de
primeira. Atribui-se a re-dissolução desta estalactite
assoreamento da caverna com sedimentos
base, fase est¿" responsável também" pelo
6m em relação ao nÍvel atual do rio' conforme
areoosos fluviais a uma altura de no mínimo
preenchimento, distribuídos pela cavernÍi'
foi observado através de testemunhos deste
Adataçãodestaestalactiteerodida,poderiafornecerPorlânto'umaidademínima
destafasedeníveldebasealto,responsávelpelasuaerosão'
Nas amostras analisadas (tab a:iÞ índice de contaminação com tório detrítico, de
modo geral é alto, forçando.a obtêryào'dé"idades corrigidas, o que as torna imprecisas. A'
contaminação destas amostras jâ era piêvista, em função da coloração marrom da calcita,
presença freqüente.de pequenas palhetas de mica, dificilmente visíveis a olho nú, e argilo-
minerais, notados através do resíduo insolúvel formado após a dissolução das amostras
durante a extração do U e Th. Somente as amostras C2 e CC2 apresentaram ausência de
contaminação, refletida tambérq pela sua coloração branca.
Por se tratar de calcita depositada sobre depósitos fluviais, sob influência de
enchentes esporádicas no início de seu crescimento, o problema da contaminação sempre
será enfrentado nestas amostras. Pretende-se aprimorar no futuro, as datações preliminares
obtidas nesta fase, aplicando a técnica recentemente desenvolvida e testada, conforme
Przybylowicz, Schwarcz eLatham (1991), para a datação Th/U de calcita contaminada com
tório detrítico.
O terceiro pré-requisito é a conservação de um sistema fechado para migração ou
adição de nuclídeos após a precipitação da calcita. Deve-se selecionar amostras que não
apresentam evidências de lixiviação ou re-dissolução interna. Calcita friável ou com poros
internos e canalículos de dissolução devem ser descartadas, pois nestas, a lixiviação de U e
Th, ou até a adição destes, pode ter ocorrida. Pelo fato do U sofrer lixiviação preferencial
em relação ao Th, modificações pós-deposicionais da composição isotópica da calcita são
por razões 2307gBag anômalas, significativamente maiores que 1.0 (Gascoyne,
avaliadas
Schwarcz e Ford, 1978).
Durante a coleta de amostras, foram selecionados pontos sem características visíveis
de lixiviação. As razões 23079Øag obtidas (tab 4.7) confirmam que este pré-requisito foi
cumprido, com exceção da amostra Cll, que pode ter sofrido uma leve mobilização de
urânio (razio2307¡¡23ay maior que l), o que torna sua idade superestimada.
Considerando os aspectos acima apresentados, as datações mais confiáveis foram
obtidas com as amostras C2 e CCZ (tab 4.7), pois apresentam índices de contaminação
maiores que 20, por outro lado, a amostra C2 apresenta uma grande margem de erro (cerca
de 50%) induzida pela imprecisão da razáo 2307¡12327h, o que a torna pouco significativa.
Entre as demais análises, as amostras P2, C5, CA3 e Cll, apresentaram resultados
aceitáveis, com consideráveis margens de erro (entre 8 e 39o/o), em função das razões de
contaminação entre l0 e 20. A amostra C11, devido ao excesso de tório, ultrapassou o
limite de datação pelo método Th/U com contagem alfa.
As idades obtidas com as amostras Pl e Cl, são pouco confiáveis, e provavelmente
superestimadas, devido à alta contaminação com tório detrítico.
Os resultados geocronológicos de espeleotemas obtidos neste trabalho possuem um
caráter preliminar, confirmando um grande potencial deste tipo de anárlise para contribuir na
quantifi.cação das taxas de evolução do sistema carstico do Alto Ribeira.
Para tornar estes resultados mais representativos para a regiáo, existe a necessidade
dç,trabathpp¡,específicos de,geocronologia de calcita sec¡ndária,:de:cave.fn4s, inclusìve com- a
lcom' o objetivo de
utilização de espectrometria de massa (ao invés da contagem alfa),
l4t
para as cavemas amostradas. As tæras são mâximas, pois as idades basais obtidas para as
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.Fisura 4.35,- Altura sobre o leito fluvial atual versus a idade das amostras datadas,lcog
,ioiir.iao,:das,,b.elras,de erro.,,,,A inclinação das retas ajustadas
forneç ,as:',!ax1s
.de
''e'otan.mentonuviatþaraascavernas:esfudadas..
149
Tabela 4.8 - Taxas de entalhamento radoso vefical para as can'ernas amosüadas no Alto Ribeira.
Tabela 4.9 - Quadro comparativo entre tâxas de entalhamento fluvial subterrâneo de diferentes regiões
ciirsticas.
lembrar aqui, que estas idades são mínimas, pois a velocidade de entalhamento determinada
acima corresponde à valores máximos.
Conclui-se, portanto, que no mínimo por aproximadamente 1,2 a 1,7 milhões de
anos, até o presente, o sistema cárstico subterrâneo, em questão, se enconträ em fase de
desenvolvimento, com entalhamento vadoso.
Esta idade mínima proposta para o sistema Pérolas-Santana, é compatível com
idades determinadas para outros sistemas cársticos. Rowe (1985), com base em taxas de
entalhamento subterrâneo, datadas pelo método
230¡¡p3ag e paleomagnetismo em
espeleotemas, reconheceu que desde l,5.Ma o entalhamento subtenâneo e a dissecação do
platô do sul das montanhas Pennines (centro sul da Inglatena) está em franco
desenvolvimento. Villinger (1987) e Vqgelsang e Villinger (1987), utilizando a tæta de
erosão química e o volume de caver¡amento, estimaram a idade do sistema cárstico Donau:
Aach (Alem"oha) entre 500 K4.e 1 N{a. Este mesmo sistema de cavernas, foi reavaliado poi,
Dreybrodt (1990), com base no calculo da idade através de seu modelo cinético de
dissolução de calcita, como tendo emtorno de 1,3 Ma. Conforme já citado na introdução
(4.4.1), Gascoyne, et. al. (1983), obtiveram uma idade mínima entre 700Ka e,.l Ma.para'a
fase de desenvolvimento do sistema de cavernas Castleguard, Canadá. , '
A tæra de entalhamento zubterrâneo obtida para a região estudada, tamb¿m pode ser
utilizada, para avaliar uma idade mínima dos vales fluviais externos, sobre,metacalcários e
adjacentes aos sistemas de cavernas, seguindo ametodologiadeFord et. al. (1981),,.^ j,:,:.-
O princípio desta avaliação de idade da paisagem externa- é a correlação entre o
entalhamento vertical subterrâneo e a velocidade de rebaixamento dos fundos de, vales
fluviais, bobre a rocha encaixante da caverna. No exemplo em análise, correlaciona-se o
entalhamento vadoso da caverna Santana com o rebaixamento do vale do rio Betari. O vale
do rio Betari é transversal ao alinhamento do sistema de cavernas Pérolas Santana,
interceptando este, representando o nível de base local, em relação ao entalhamento da
drenagem subterrânea
Esta correlação segue a premissa de que o entalhamento subterrâneo possui
praticamente a mesma velocidade do rebaixamento do canal fluvial externo. Considerando
esta premissa, aplica-se a taxa de entalhamento do canyon subterrâneo ao entalhamento do
desnível entre as cristas e fundos de vales do calcário
Para o vale do Betari, junto à ressurgência da caverna Santana, obteve-se um
rio (cota
desnível de 460m, entre a crista sobre os calcários (cota 700 m.s.n.m) e o leito do
240), medido sobre a crta topográfica 1:10.000 (folha U-72, DAEE, 1957) Este:é o
entalhamento fluvial mais profundo adjacente ao sistema Pérolas-Santana, sobre
metacalcários.
A taxa média de entalhamento subterrâneo (0,0042 cm/ano) aplicada neste desnível,
resulta numa idade aproximada de 10,9 Ma para este entalhâmento fluvial. Transferindo o
erro,dâ taXa de entalhamento para este cárlculo, obtêm-se a idade mím4ra de 8,9 Ma, e
, máxirqa,{p 1!{;8;M4, para o vale do rio Betari, transversal ao calcário encai4anle,da cavelna
'.:...:.r, -.: '..':,:i.,i,,'lr:;...i.r : . ':, i.¡:, ,1'r, ' , , ': '' '
ts2
Este cálculo da idade mínima do relevo, deve sofrer uma correção em decorrência
do fato das cristas calcárias não permanecerem estáticas em relaçdr ao rebaixamento
erosivo dos talvegues fluviais. Na realidade estas também são rebaixadas com o tempo, mas
com taxas muito inferiores que o talvegue. Este rebaix¿tmento das cristas calcárias é
evidenciado pelo desnível de 150 a 230m dos topos calcá¡ios em relação às cristas
quartzíticas e metapelíticas ad acentes.
No caso da medida de desnível utiliz¿da no cálculo da idade, a diferença de cota
entre a crista de calcário e o cume quartzítico (crista da Ser¡a da Boa Vista) mais próximo é
de 230m. Isto significa qulro desnível total entalhado pelo rio Betari" sobre os metacalcârios
Furnas Santana, foi de no mfilmo 690m.
Considerando este,desnível total entelhado pelo rio Betari, com uma taxa máxima
média de 0,0042 cm/ano, extrapola-se a idade mínima média deste vale para 76,4 Ma (ou
entre 23,8 e 13,3 Ma, utilizando-se a faixa de variação da taxa de entalhamento).
Finalmente, convém frisar mais uma vez, o caríúer preliminar desta idade,
ressaltando tratarem-se de idades mínimas. devido à utilização de taxas máximas de
entalhamento subterrâneo.
Asmus (1981), com base nos trabalhos de Fúlfaro (1971), Gama Jr. (1979) e
-,
Barberena, Correia e Aumond (1980), concluiu que o Arco de Pont¿ Grossa não existia até
o final do Permiano, sendo que sua formação iniciou-se no Triássico - Jurássico; rcom o,
soerguimento da crosta e subdivisão da Bacia do Paraná em duas sub-bacias. Até então,
esta região era coberta pelos sedimentos permianos da Bacia do Paraná' .
,. de soe¡ggimento
tectônico no Cretáceo lv{edio. Este processo envolveu a remoeão !a
Grupo Açungui, atingindo
cobertura da Bacia do Pa¡aná e parte das rochas supracrustais do
;o,,quad¡o.;à1ual,da Serra
de ParanapiacabarNa área estudada,(anriblinal, dal,BiQùinha e'
153
aprodmado dos topos de cristas quartzíticas e metapelíticas, formando uma superficie que
oscila nas cotas de 900 a 1100m (foto 4.6). Neste quadro, ressalta-se a crista de quartzito
da serra da Boa Vista, com cotas máximas entre 940 e 1000m.
(Cretáceo
reconhecimento desta superficie erosiva cortando intrusões alcalinas senonianas
Superior) situando-se antes do início da zubsidência do gráben do Paraíba do Sul,
Almeida
(1976) redifiniu sua idade, atribuindo seu desenvolvimento princrpal ao Eoceno. Melo, et.
al. (19g5) propuseram idade mínima eocênica superior ao preenchimento serfimentar da
bacia do Paraíba do Sul.
A idade mínima do vale do Eetari, obtida neste trabalho, contribui no refinamento da
(1964). Fropõe-se, que
datação da superficie de aplainamento Japi, no conceito de Almeida
iniciou-se no
o entalhamento desta zuperficie, na ârea da sub-zona seffana Faranapiacab4
míniûro, durante o Mioceno nnferior QZa ly'ra-) a Médio (13,3 Ma'), com base no tempo
envolvido no esculpimento do vale do tsetari'
154
idade mínima obtida paîa a superficie Japi neste trabalho (fig a'36).
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9
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l¡J
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() Oligoceno
É
l¡,
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geomórficos cenozóicos na
Figura 4.36 - Quadro demonstrativo da cronologia de eventos
de Van Eysinga (1975).
região do Alto Ribeira. Subdivisão do Cenozóicoãdapøda
l--Entalhamento vadoso de sistemas de cavernas'
2- Fase de iniciação de condutos freáticos' , i
-: - rBetari)'
(entalhamento do vale do rio
3- Dissecação da *p".nti. de aplainamento Japi
deste trabalho'
4- Desenvolvimento'da zuperñcie Japi' segundo propgsla
Almeida (1976).
5- Desenvolvimento da zuper6cie Jaþi, segundo
Atmeida (19tr).
6_ Desenvolvimento da suþerficie Jaþi, segundo
à média'
- Indicação da idade máxima e mínima em relação
evidencia que o rio Betari atualmente está entalhando seus próprios sedimentos,
d epo sitad os anteriormente.
Em várias cavernas como, por exemplo, Areias e Ouro Grosso (localiz¿das na área
carbonática Lageado-Bombas), notou-se a ocorrência de estalagmites e escorrimentos
calcíticos sobre depósitos fluviais ou sobre o fundo rochososo do canal subterrâneo, nas
proximidades do leito fluvial atual, cerca de 0,5m acima do nível normal do rio atual e com
evidências de intensa re-dissolução. Esta re-dissolução é causada pela exposição do
espeleotema ao fluxo de água corrosivo, o qual erode a calcita" entalhando-a ou afinando a
estalagmite, expondo su¿s linhas de crescimento. Estas estalagmites observadas tiverarn,
portanto, uma fase de crescimento acima do nível de variação do rio, seguida de uma fase
de erosão intensa, ou seja, abaixo do nível de variação do rio e, uma fase atual, cerca de
0,5m acima do nível do rio (ñg 4.37), sendo atingidas por este, somente com vazões altas
de enchentes. Deve-s e fnzar aqui, que estalagmites bem formadas, como é o caso das
observadas, somente se desenvolvem, sem a ação de fluxos freqüentes de enchentes.
Afluenie sublerrôneo
Enlo¡hoÍ¡enlo fluY¡ol
MAXTMO GL4CrÀL-
o ceþrodo
OJEDA DO NIVEL
DE BASE
SoergÐíln6nlo leclôr¡ico sotñodo o
b quedo eustcílico do À de bosG
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Agrodoçoo do lolvegue F- sobre o leilo tluvid
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FASE DE RETRAçAO rd
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oa ouact¡çÃo Retorno tto nível de bose b o __---N.4.
situoçõo onlerior f-
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Teslemunho tlo
fose de erosõo
Figura 4.37 - Representação esquem í*ica da agradação do vale do rio Betari (no Bairro da
Sela) e re-dissõhção de estalagmites formadas sobre o leito fluvial de afluentes
subterrâneos do rio Éetari, interpretados como sendo produto da variação eustática do nível
de base na áre4 durante ¿ fftima fase glacial.
subterrâneos. Ambas requerem uma fase de rebaixamento do nível de base local, seguida da
subida do mesmo.
A primeira hipótese baseia-se na variação eustática do nível de base. Nesta, associa-
se o entalhamento da planície do rio Betari, no bairro da Serr4 abaixo do iível atual, assim
somo, a deposição de calcita secundária,sobre o leito exposto acima do nível de água de
canais subterrâneos, ao período de nível de base local rebaixado em função da queda do
níve! do mar durante a última,fase glacial (-entre 20 e lOka atrás). Com a retração da
glaciação e subida do nível médio do mar, o nível de base local teria retornado aos níveis
anteriores, diminuindo o gradiente hidráulico do sistema de drenagem, causando a
agradação da planície aluvial do rio Betari, assim como, o afogamento e re-dissolução de
espeleotemas formados sobre os leitos fluviais subterrâneos.
A segunda hipótese, mais ousada, é baseada em movimentos isostáticos na região,
em função de tectônica vertical de blocos crustais, atrar'és da reativação de falhamentos
antigos, refletindo a atividade tectônica pleistocênica, definida por Melo (1990) no baixo
vale do Ribeira, ao longo do lineamento Guapiara. Nesta hipótese, o entalhamento do rio
Betari, assim como, a deposição de espeleotemas em trechos do leito fluvial, estariam
relacionados ao soerguimento tectônico da irea, seguido por um período de subsidência da
mesma, responsável pela agradação do vale fluvial e erosão dos espeleotemas, novamente
substituído por uma retomada do soerguimento, atuante até o presente, re-entalhando os
sedimentos de agradação e os canais subterrâneos, expondo os espeleotemas erodidos
acima do nível do rio.
De uma forma preliminar, favorece-se a primeira hipótese, devido à dificuldade de
demonstrar, qual o mecanismo geodinâmico atuante na área- responsável pela oscilação
vertical de blocos crustais, considerando o nível de base praticamente estável durante o
Pleistoceno, o que também, incorre numa simplificação, provaveltnente incorreta.
Para verificar qual dos mecanismos hipotéticos acima esboçados é mais provável,
para explicar a oscilação pleistocênica do nível de base na área cárstica estudada, existe a
necessidade de um estudo específico da distribuição e cronologia dos espeleotemas com re-
dissolução, assim como, dos depósitos fluviais ao longo do rio Betari e seus afluentes
subterrâneos. Em paralelo, necessita-se investigar qual foi a real variação de gradiente
hidráulico e incremento da capacidade de erosão fluvial na âÍea, em resposta ao recuo do
nível do mar sobre a plataforma continental, até a cota de -130m.
O estudo deste problema foge do escopo desta tese, tendo sido reconhecido durante
o desenvolvimeno dos trabalhos relativos a esta tese, e discutidos aqui preliminar,mente,
com o objetivo de evidenciar o potencial de contribuição do estudo geológico ,e paleo-
hidrológico de sistemas cársticos no entendimento da evolução geomórfica cenozíica do
alto vale do Ribeira.
4.7 Conclusões ,
Obteve-se um valor entre 0,0029 e 0,0052 cmlano, sendo que a taxa máxima de
cm/ano (a2mrlka)'
entalhamento subterrâneo, mais provável, é em torno de 0,0042
Aplicando o resultado acima, sobre o entalhamento vadoso observado
na área,
. na fase de desenvolvimento,
concluiu-se que o sistema cárstico do Alto Ribeira, encontra-se
de cavernas
por aproximadamente 1,7 milhões de anos e que a idade mínima do sistema
pérolas-Santana, é muito próxima de 2 milhões de anos.
159
5.1 Introdução
A água subterrânea constitui o agente geomórfico primário em terrenos cársticos.
Devido ao fato da interação água - rocha representar o processo fundamental da dinâmica
de sistemas cársticos, o impacto geomórfico da água subterrânea sobre áreas carbonáticas,
tem sido um dos temas centrais das pesquisas mais detalhadas e abrangentes desenvolvidas
sobre paisagens cársticas do nosso planeta (Drake, 1984), com o objetivo de quantificar
taxas de erosão sobre rochas carbonáticas.
Para estabelecer parâmetros quantitativos do processo de erosão química atuante
num sistema cárstico, necessita-se medir o volume de solvente (água) transmitido pelo
sistema durante um ano hidrológico ou mais (monitoramento hidrológico), assim como,
avaliar o impacto deste solvente sobre a rocha ca¡bonática encaixante do mesmo
(monitoramento hidroquímico), segundo Smith e Neu,son (1974).
Neste trabalho selecionou-se o sistema de drenagem cárstica Pérolas-Santana (anexo
4.2) para a análise do seu balanço hídrico e de sua dinâmica erosiva atual. O critério
norteador desta escolha foi o fato deste sistema apresentar, a princípio, somente uma
ressurgência da água coletada sobre sua área de captação (o que se mostrou mais complexo
após a realizaçáo do estudo), assim como, pelo maior grau de conhecimento disponível, em
relação à distribuição de cavernas cartografadas e das rotas de fluxo da água subtenânea
deste sistema.
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Figura 5"1 - Ðemarcação pelos divisores topográficos das áreas de captaçáo referentes às
bacias hidrográficas dos sistemas carsticos Férolas-Santana e Grilo, com localização dos
pontos de arnostragem hidroquimica e de instalação dos limnógrafos.
transversal do rio e nas profundidades de ll3 e 213 em cada um destes pontos. Estas
velocidades são posteriormente multiplicadas pelas áreas de influência dos pontos de
medição de fluxo (Gupta, 1989). A vazão total corresponde à somatória das vazões obtidas
nos vários setores ao longo da seção transversal, a qual foi medida minuciosamente com
trena. Na caverna Santana, a título de exemplo, subdividiu-se a seção com 3,5m de
713 e213, quando a lâmina de água do setor era superior a 3Ocm (a profundidade máúma
em vaeões baixas era de 75cm, chegando a 1,4m em vazões elevadas).
Este método é indicado para fluxos fluviais de comportamento quase laminzu-þouco
turbulento). No caso da caverna Santana, o trecho escolhido para medição dgi'vøäo
I -i :..;r,
a:.. i::.ì
apresentava leve turbulência em níveis baixos de descarga. Durante vazões altas, notÓtt'se
alta turbulência e turbidez da água, o que praticamente impediu a aplicação desta i'é.oniia.
No segmento monitorado do córrego Roncador na caverna Pérolas, a pequena esp1szuia.,da
lâmina de água (entre l0 a 20cm) e a forma altamente irregular do leito fluvial, tornaÍam a
aplicação do método área-velocidade pouco viável. : : :.,,ì.::,1
Em função dos problemas acima apontados, aplicou-se o método de diluìção de sal
I ':: : i:::1":'
medido (S) de solução de sal QllaCl), sendo que num ponto a jusante da injeção, após sua
completa homogenização, mede-se a variação de concentração, c(t), do sal, conforme a
passagem da "onda" de solução de sal. Esta conçentração c(t) varia de zero até um máximo,
caindo novamente a zera> após a passagem da solução (S) A cada instante (t), durante a
passagem da onda de sal, a âgoa do rio irá conter uma fração (s) do volume (S) inicialmente
injetado. Portanto, a concentração média da solução no rio será dada pela expressão:
ç
c(t¡=å,ou 5=Qc(t)
O'
onde Q e avazão do rio a ser determinada.
Após a passagem da onda de solução de sal pelo ponto de medição, teremos:
t = Of{ c¡)dt
onde S equivale ao volume de solução de sal injetada no rio e ti e tf sáo os tempos de início
e fim da passagem da "onda de sal". Através de um rearranjo desta equação, obtém-se a
vazão Q do rio.
/t s
l)__-.---
-
::.1)
Ju cg)dt
,:ìi.,
:.iL Os valores de concentração de sal no rio durante o intervalo ti e tf são lidos através
::ilìi:
conhecido, com concentração padrão l, através de uma curva de calibração, a qual deve ser
obtida no local. logo após a injeção.
Para efetuar o cálculo das concentrações de diluição (calibração entre condutividade
e concentração), assim como a integral da curva de concentração de sal no rio versus
tempo, o que fornece a vazão (Q), utilizou-se uma rotina de computador desenvolvida por
Karmann (1989), conforme exemplo do anexo 5.2.
Resultados obtidos
Os resultados das medidas de vazão são apresentados na tabela 5.1. A precisão
destas medidas foi testada através da medição da mesma vazão pelos dois..4qi1o{os
diferentes em várias alturas. Os resultados obtidos mostraram diferenças d".utdl,,l1o!#r,"
vazões obtidas com os dois métodos, sendo que a diferença maior fo!,obsèrvad,-1,,'.9om
vazões maiores. Repetindo a mesma medida por três vezes com o método- d.e,,.diluìçãó'de:
sal, obteve-se erïos entre 6 e 10o/o em relação ao valor médio das três
rnedidás:.'Consld. a
Altura (A ) rn
9 o.r
S
>
o.o1
o.01 o.1
.rlfura l j m
Figura 5."! - Relação entre altura do rio e vazão para a ressurgência do sistema Pérolas-
Santana e sumidouro principal do sistema, caverna Pérolas.
165
Alhrra do rio (metros) yazão (m.3 /s) Altura do rio (metros) yãzZo 1m3 ts¡
-.t¡ lt:''1
de 91. O volume de escoamento total foi :obtido através, do.'cálculo da área sob os
fluviogramas mensais deste período" Sobre o-s hidrpgranìas mensais ampliados separou-se
graficamente o escoamento direto do bâsico,,utilizando o método de G¡rpta (1989).',,O
escoamento básico representa a diferença entre Vt e Vd,
Segundo Worthington (i99l), a razão Q/Qn aliada ao tempo em que Q>0 constitui
um dos critérios mais simples e úteis para diferenciar o regime de fluxo de nascentes
cársticas, conforme é sintetizado na tabela 5.3. Worthington (op. cit) diferencia os seguintes
tipos de nascentes:
- nascente do tipo fluxo total permanente (full flor) possui Qx/Qn alto, é perene e
anterior.
- nascente tipo fluxo de transbordamento (overflow) representa a nascente em cota mais
alta em sistemas distributarios acima descritos. Irá drenar principalmente o escoamento
direto associado à enchentes do sistema, sendo portanto, intermitente.
- nascente tipo fluxo básico e transbordante (underflow-overflow) é aquela situada em
cotas intermediárias entre a nascente mais baixa e a mais alta em sistemas distributários.
Pode apresentar fluxo tanto perene como intermitente (Qn: 0).
: ,: -: - :-:
" ., : :r :. t:,..:: i;,.-,j...ì., ;:i.t t' :t1,,..,:
t68
':.t:..:i
Ainda segundo Worthington (1991). a caracterizaçáo hidrológica de nascentes
cársticas pode ser refinada com base na análise da forma do hidrograma de deflúvio e seu
i': irtl!:l
.rrii:::r:
8l = Q()e-ú , ou
Qr = Qo"-d'(t-t"¡
onde et é avazáo total em m3ls durunte o inten'alo de tempo considerado (t - t0, em dias),
eg a vazão no início da recessão (tO), e cx o coeficiente de recessão. As recessões do
escoamento básico norma.lmente se ajustam a um único valor de
q, embora com variações
sazonais (Worthingon, oP cit).
Os hidrogramas de recessão dos principais eventos de subida do nível do rio na
ressurgência da caverna Santana foram obtidos através da ampliação dos trechos
pela figura
correspondentes do fluviograma geral da figura 5.3, conforme é exemplificado
5.4. plotando a vazão média diária destes hidrogramas em escala logarítmica contra o
tempo em dias, nota-se que a curva geral de cada hidrograma se ajusta a segmentos
aproximadamente retilíneos (fig 5.4). Cada segmento destes corresponde a um período
com
U=-
lnO-, -InO,
Ivîz
(segundoMangin, 1984) ondeQléavazão noiníciodarecessãoretilínea(em17) eQza
vazio no final desta, em t2. Os valores de a obtidos desta maneira
para a caverna Santana
escoamentodiretoecaractenzadoporcoeficientesderecessãoemtornode0,24.
,t'
.::l::,. -,.
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ë. ¡- VrzñoDiiria (mls) VazñoIli¡lria (nr3/s)
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170
O, m3,ts
Período do ano Tempo (dias)
O,
a (dia-l¡
0 31786
22106 a03107190 12 0.30158 õ.oo¿¡s
0.348675
07/08 a 13108/90 I 0.328628 0.00702
0 3987
28109 a 10110190 l3 0 3486'l 0.0103
2.97167
06103 a 1ll03l9r 5 0.895404 0.239
0.675154
25103 a 18104191 25 0.4788296 0 0137
0.41744
2210s a20106/91 29 0 34668 0 00640
0.3 5830
06107 ao7l08l9l 32 0.3296 0.00258
:t,l ìrtì
I',?l
hidrológico (unho de 1990 a setembro de 1991) para o cálculo do balanço hídrico, ternpo
suficiente para tornar ÁS pouco expressivo. Ë
-
: 160
-ç
9 tzo
-
U
=
€
4ao
LO./91
Figura 5.5 - Totais mensais de chuva medidos no posto pluviométrico Serra dos Motas
(bairro da Serra, Iporanga).
Considera-se estas medidas aceitáveis, mas não ideais, visto que erq função,-da
distância do posto pluviométrico em relação à bacia monitorada, parte da chuva mg.djda,nq
Bairro da Serra não necessariamente ocorreu sobre a bacia e vice-versa, princrpalmente
devido à topografia acidentada e chuvas de verão localizadas.
O total de precipitação para o período de l l de junho de 90 a 78
1991 (ano hidrológico considerado) foi de 1789,6 mm.
Volume de água escoada (p) pelo sistema e sua área de captação -, ,..,.,, '
hidrológico de I 990-9 1 ( 1 6 meses) foi de 20 .032.187 ,24 m3 . Esta medida foi obtida através
da integração do fluviograma da ressurgência do sistema para o período considerado,, ESte
volume inclui um erro de cerca de 12o/o, conlofine comentado anteriormente. :.:
A arça ': de captação do sistema foi demarcada pelos divisores topográ6cos sobre
r-
...; :.., -i':,i':r'jìì:riiiiiì: :: ' 1 - li ' ! "
i:'
:fotog¡¿fiisiaéreas 1:25.000 (mapa
t:: "
morfológico da á¡ea Furnas-Santana, anexo 3.3),s þ¿5s
, topo-gráficall:50.996 6ôlha.Iporanga, IBGE? 1987) Excluiu-se destaìáiea o.trecho'da
173
Evapotranspiração (,8)
Devido à presença de Mata Atlântica preservada e temperatura média anual alta
(-20oC) a evapotranspiração é um importante fator no balanço hídrico da região, podendo
ser estimada entre 50 a 60Yo da precipitação total da ârea (Uehara, 1994), o que resulta em
895 a 1074mm para o período monitorado
Segundo levantamento hidrológico da bacia do rio Ribeira (DAEE, 1990), a
o
evapotranspiração anual média da bacia do Ribeira é de 844mnv'ano, o que para o período
de l6 meses corresponde a cerca de 1 l25mm.
Considerando as medidas de evapotranspiração obtidas pelo método de
Thornthwaite e apresentadas no relatório CBA/CNEC (1983), a bacia monitorada encontra-
se entre as curvas de 830 e 1000mm/ano de evapotranspiração potencial.
No presente estudo adotou-se 1000mm de evapotranspiração para o ano hidrológico
g1lgl, o que representa uma média aproximada dos valores acima apresentados.
,
;,,..,,;,i,,,:,,,j"r.r.*,,,. 1.i;tt.tti.¡
t74
o Ressurgêncios
,.1,-,'
j:#','ffi :,-'J,'i:."dosis'lemaoocnã-øo'.
::;:x,L:î:i,l,H?åii,
e çaminho exato do fluxo subterrâneo e a delimitação desta area, confotimt'õ.i@i't
acima, deverão ser definidos em trabalhos futuros com aplicagão de t¡açad.oies.-ò,9... ..'.
corantes fluorescentes.
O escoamento superfisial foi amostrado em vários pontos antes e após este atingir o
colpo carbonático encaixante,do sistema (água alogênica), como também, coletram-se
amostras do escoamento superficial captado diretamente sobre calcários (água autogênica).
A água subterrânea do aqüífero cárstico foi amostrada em nascentes cársticas
(ressurgências de sistemas de cavernas), nos pontos de gotejamento ao longo de cavernas e
no poço de abastecimento de âgua do baino da Serra (ver localização no anexo 4.2),
perfurado em metacalcários.
localização dos pontos amostrados na ârea carbonática Furnas-Santana e
A
apresentada na figura 5.1. No sentido de obter um conjunto de amostras representativo da
faixa carbonática do Lageado (descrita na introdução), amostrou-se também o sistema de
drenagem cárstica Temimina-Pescaria, localizado a nordeste da área Furnas-Santana.
Um dos objetivos destas coletas foi o de possibilitar o cálculo de variáveis
geoquímicas como o índice de saturação em calcita e dolomita e a pressão parcial de CO2
em equilíbrio na solução, O cáLlculo destas variáveis, segundo Langmuir (1971), exige a
determinação da concentração dos principais cátions e ânions dissolvidos, assim como, da
temperatura e do pH da água amostrada.
Para posterior determinação em laboratório dos principais cátions e ânions, coletou-
se três Amostras em cada ponto amostrado, utilizando frascos de polietileno com 100 rnl de
volume, respeitando as normas de coleta recomendadas por Ford e Williams (1989).
As amostras para análise de Ca++ e Mg+ foram acidificadas no ato da coleta (três
gotas de ácido nítrico concentrado) e acondicionadas sob refrigeração até a chegada ao
laboratório para análise através de absorção atômica. Os trabalhos de campo para
amostragem sempre foram organizados no sentido de não ultrapassar o máximo de quatro
dias entre a coleta e a análise por absorção atômica. Utilizou-se o equipamento de absorção
atômica da Divisão de Engenharia de Materiais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
Estado de São Paulo (PT).
Os frascos para análise de alcalinidade (HCO3) também foram transportados sob
refrigeração até a base de carnpo, onde após algumas horas da coleta realizou-se sua análise
através de titulação acidimétrica (indicador misto de verde de bromocresol e vermelho.'de
metila titulados com ácido sulfi¡rico 0,05N). Como as águas analisadas apresentaram
pH
entre J,5 e 8,3 o ânion predominante do sistema H2CO3, HCO3-e CO3- é o segundo
(Freeze e Cherry, lglg),o que foi testado através da titulação do ânion CO¡-, o qual não
se
mostrou presente.
O .terceiro frasco de cada coleta destinou-se para_ a anárlise dos ânions su{4Jo,
.1or*16.e:,'nitrato, realizada atravês de cromatografra de íons (cromatógrafo Dionex;-do
,eentro'det,.:Ftsquisas, ds,,figri¿s Subterâneas,'CEPAS, - IGcUSP).'e dos',.iátionst.so,,{,i -e
r;:.-l
r7'7
onde [Ca#] e [lrdg#] são as concentrações em mg/l medidas nas amostras e os coeficientes
2,49 e4,12 correspondem aos fatôres de conversão das concentrações em equivalentes de
CaCO3 em mg/I.
Os valores de dureza total das amostras coletadas estão listados no anexo 5.4.
após esta coffeção as medidas são passíveis de comparação entre sí, podendo ser utilizadas
,.
para testar sua dependência da dureza total da âgua. Í "
Utilizou-se a equação empírica desenvolvida por Albutt (1977) p¿ra correção da
condutividade de águas ricas em carbonatos para o datum de 20oC, conforme segue abaixo:
1,7728
Czo = Cr
[' + aT+ þT2
500
P
c.¡ : Cr;2I.248+ I i-i0l DT
,^
ã +oo .i.. ....... . _"
E
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1
(J 1oo
'J
.s/- = lonlAP"
" "K"
sI ¿ '"'l 'nlo\'
='"*( xo )
uma fase gasosa de CO2 coexistente e em perfeito equilíbrio com a ítgua analisada (White,
1988). Este prâmetro é obtido pela expressão
t HCO: ïll+l
PCOy=:_*1:--1
" KtKco,
onde [HCO¡-] é a atividade iônica da concentração do ânion HCO3- obtida por titulação da
amostra de água, [H+] o valor negativo do pH, K1 a constante de dissociação do ácido
carbônico eKco,a constante de hidratação do COz (valores obtidos em tabelas de
constantes termo dinâmicas).
A pressão parcial de CO2 é expressa em atmosfetas ou porcentagem. É usual na
literatura específica apresentar os valôres de PCO2 na forma de seu logaritmo negativo. O
símbolo para tal é pPCO2, onde p representa o sinal negativo do logaritmo de PCO2. Por
exemplo, com PCO2 = 0,0025 atm, pPCO 2: 2,60 ou seja, 19-2'60 : 0,0025.
Os valores de pPCO2 obtidos neste estudo foram calculados através do programa
WCFIEM3 (acima citado), conforme listagem no anexo 5.3.
PARAMETROS
Fáci es Hidroquímicas
Escoamento Suþø ficial Percolação .{utogênica
máx. Percolação Percolagáo
x min.
Alogenjco Auøgênico Fluviocárstico
vadosa
ern
vadosa
em
Circulação
F¡eática
Ressurgência-s
C¿írsticas
fissuras condutos profunda
c\¡%
^
No de Amostras 8 t2 26 l8 I8 4 43
2o 19,9 20.2 r 9,6 )a 2t,2 20
Tønperatura 18.2 19.4 r 8.l 18,9 t'7.6 20.8 18.9
'c t5 t8,7 13.4 18.1 13,5 20,t 17,9
9 .Eoto 5 33% t.2 9,9o/o 6.8 2.60/o 1,5 t3.2% 8.s 0.3o/o I ,I 3-lYo 2-l
7 58,6' 29.4 90 41,2 43 48
Ca++ 3,1 43,',I 14,7 "'16,8 3',7.8 38,'.1 32.1
mg/l I 32 5.5 68 27,6 36 2l
680zô 6 32o/o 27 47o/o 23-9 i.5o/o 22 l5o/o 19.6 lo/o 1 l9o/o 21
2.1 8,2 \1 6^3 18,5 1 1.4 8.2
Ìr{g++ 1,3 7,3 3,4 -1.9 6,6 l0 5i
mg4 0-8 6.5 l-4 3.6 2,4 8,3 3.5
39otb l -3 12o/o l.'7 35o/o 4.3 t4% a1 63o/o 16.I l60/o 3.1 21o/o 4-7
3.8 4.3 5.1 13,5 9.9 3-2 5.3
Ca"ß{g l,i 3,6 2,6 9.6 4,4 2,4 3.8
(molar) 0.6 ?n 1,0 7,2 1,3 2,0 ", 1
82o/o 3-2 20ot'o l-3 35Vo 4-l i7V'o 6-3 49o/o 8.5 26% t.2 t'7% i.6
3C 195 I l0 261 200 155 t52
.Alcalinidade ))1 151 60 210 143 148 116
mgil . HCO3- I5 !18 28 201 114 135 88
23oto I 5 260/o '7'7 35% 82 69"0 60 t8% 86 0.8% z0 74o/o 64
Durez¡ Total 22.1 180 93.4 244,7 177 141,6 t 52,1
*tg[ l3 139 49 212 122 139 t02
equivalen1e 6.2 l0'7 20.8 t92 96,2 135 69
a CaCOs 40o/o 16-2 27o/o 73 4lo/o 12.6 ,'ø,¡ 52.7 t8% 80-8 2o/o 6.6 t8% 83. I
1'>< 8,13 8,05 7,80 8,28 8,04 8-29
pH 6,gi 8,09 '7,54 '7.49 8.02 'Ì
,87 1q)
6.53 8,06 ?.00 i.30 7,54 ''t.76 7,48
4o/o 0-72 0-4o/o 0-07 3Yo 1.0,{ 2o,o 1.50 3% 0;74 2o/o 0.28 3% 0.81
2.9 3,09 3,24 2,44 3,25 2,8',7 3,33
pPC02 2,65 2,96 2,82 2.15 2.92 11 2,89
atln.. 2.2 2,83 2,26 1,94 t ?< 2,6 2,49
99'o 0.i 4% 0.26 8% 0-98 60 o 0.5 g9'o O-9 0,60/o 0.27 7o/o 0.84
lndice de -2.11 0,55 -0,31 0.5 0.5 r 0,34 0.43
saturafo em -2_'t6 +0,33 -1,10 {.19 +0,18 +0,08 -0,06
calcita, -? K< 0.1 8 -1.94 -0,0 r -0,37 -0,14 -0,6 I
Slc l gozô I.5 I 610/o 0-37 45Yo 1.63 ' 0.51 f 0.88 r 0-49 * 1.04
lndice de 4.59 0,51 -1.05 0,2 -0,84 0,31 0.39
sâturação em -5,52 +0,23 -2,49 4.51 -0,18 -0,09 -0.57
dolomita, -i.0 0,01 -4.1 8 -0,92 -1,2 -0,49 -1.1't
sId * 0.56 * 3,13 . 1,t2 | 2-04 r 0-80 * 2.16
i0 ta{ 155 420 250 436 260
Condutividacie 43 252 90 312 189 320 170
U¡nhos/cm 15 2tl 29 308 142 231 r00
37o/o 55 l7o/o 84 39% t26 80ô Llz lTYo r08 33Yo 205 17o/o 160
Escoamento superficial
j.....'.:.':.-...:
alogênico :,
,:"- ei!' ies hidroquímic1j representada pela água de escoamentojm regr fluvlal
-e.
, sobre metapelitos e rochas gianíticas que contornam os metacalcarjôs,"constituindo a
-I='';- t 'v .,,, ,
.-1,-:...t. .'. ;.. ...:, .. ,
182
planos de acamamento.
Coletou-se amostras desta fácies hidroquímica ao longo de pequenos córregos
perenes (raros sobre a superficie calcâu'ia da area) e filetes de água nas proximidades de
fundos de depressões poligonais.
Caracteriza-se por uma alto teor de sólidos dissolvidos, com dureza total e
alcalinidade entre os valores mais altos do conjunto amostrado (DT : 139 mg/l de CaCO3 e
Alcalinidade : l5l ml), somente suplantados pelos teores da percolação vadosa em
fissuras. Este alto teor de sólidos dissolvidos é acompanhado pelo pH mais alcalino (8,09) e
maior índice de saturação em calcita (0,33 o que equivale a 2l0o/o de saturação em calcita)
entre as demais fácies hidroquímicas evidenciadas.
6,6 tab 5.5), associados a um índice de saturação médio em calcita e dolomita de *0,19 e -
0,51 com pH médio de 7,49. Um fato que se ressalta neste quadro químico é o alto teor em
sólidos dissolvidos ( 212mg\ com 1 55o/o de saturação em calcita e 31Yo de saturação em
dolomita) com um pH de somente 7,5, ponto a ser discutido na evolução das águas
cársticas. Caractenza-se também por uma baixa variabilidade dos parâmentros químicos
(CV baixo), somente superior àfácies de circulação freática profunda (tab S.S e fig 5.8).
,:o. Tt
mg/l cquiv. CoCOs c Alcollnldode (HCO3) mg/l roil Co++ mg /I
ä,ñ', Durezo lolol N
Mg++
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-l -Fdcb¡
corallco! |
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.: ;.O dc circuloçõo
Þ
l+l ., -l-.-{l+l l.-{ -fdcjg.r
fradtlco prolt rìdo 4
Y
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': -.., o¡r,
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.,.ììt:ì,ì..
I. (¡ o
lîOice Oe soluroçõo em colclto e dolomllo -
lE5
iões e colúvios
\ìè
'\
Condutoç
fredlicos
./
Alogênico ò
Zono fredtico
Escoomento
superf iciol
Z- Autooênico
\ Ø
'Fluv¡o crírslico Ø
. fissr¡ros @ \\
Pef colocoo .a-Em
:;i:::'''" a F.T".3;i;J3:, @ \
Circuloçôo freo'lico profundo @ ---è-
\\\
Ressurgêncios cdrslicos Ø
Figura 5.9 - Perfil esquemático de um sistema cárstico com a localizaçio das fäcies
hidroquímicas identificadas na área de estudo.
Sua dureza total média de 102 mg/l equivalentes a CaCO3 e alcalinidade de 116 mg/l
de HCO3- apresentam valores distintos das demais fácies hidroquímicas, aproximando-se
mais das águas de percolação vadosa em condutos (tab 5.5 e fig 5.8). Sflo semelhantes
também à media dos valores médios de DT (1l2mgà equiv, a CaCO3) e alcalinidade (126
mg/l de HCq) das demais facies hidroquímicas, refletindo a mistura destas. O pequeno
desvio é atribuído à mistura de diferentes volumes de cada fácies, conforme o regime de
vazão e recarga do sistema.
mfui.
Tipo
de
x n¡rn.
CaO Mgo CaOÀ4gO Mineralogia
rocha CYo/o ô,
Tabela 5.6 - Ctassíficação química das rochas carbonáticas da área carbonática Furna-Santana. Aniilises
químicas exrraída de Barbieri (1993). * Composi$o média de 3 an¿llises. = valor médio, .I
(
CV= coeficiente devariação, a=variação. ) número de aniílises. CaO eMgO em%em
peso na rocha.
Sougy (1961). Localmente ocorrem níveis de metadolomito calcítico (com até 600/o em
dolomita e cerca de 25o/o em calcita, segundo,- Barbieri, 1993). Intercalações de filito
carbonático e dolomítico são muito freqüentes. Nestes, a dolomit¿ constitue- o principal
mineral carbonático @arbieri, op. cit.).
A chuva na região de estudo apresenta pH medido entre 6,2 e 6,64 com teor em
Ca+ e Mg* de 0,5 e 0,3 mg/I, respectivamente (DT :2,5 mgl equiv. a CaCO3) e PCO2
de 10-3'5 ou 0,000318 atm. (atmosfera global média, segundo Drake e Harmon, 1973).
Esta água pluvial, coletada pela superficie de rochas metapeliticas (metassiltitos e
ñlitos) e graníticas que circundam a fuea carbonática Furnas Santana, passa para um pII
médio de 6,97, com 3,1 e 1,3 mgll de Ca# e Mg* (DT : 13 mgl equiv. CaCO3) e PCO2
médio 6" 16-2,65 atm. Este aumento da ordem de 7 vezes a pressão parcial de CO2'da
atmosfera, evidencia que esta água alogênica percolou o horizonte superior do soìo,
tendendo a equlibrar-se com a atmosfera deste, rica em CO2 devido à grande quantidadeäe
matéria orgânica em decomposição e respiração de raízes. A pressão parcial de CO2 no solo
pode ser estimada através da equação de Brook et. al. (1983): :
(J
õ' c,5'
o qo
=(J
E(J. 0,5.
e
q)
i,o
o
r0
(>
o 'l15
f
o 29
U'
(¡)
E
q)
.9
€
\c
-215
log PCO2, otm.
Figure 5.10 - Variago do índice de satura$o em calcita em rela$o à pressão parcial de C1)z nas fácies
hidroquímicas ident'rficadas. l-Fácies de esooamento alogênico, 2-Fácies de escoamento fluvioclírstico' 3-
Fácies de escoamento autogênico, 4- Fácies de percolação vadosa em fissuras, 5' Fácies de percoalção
vadosa em condutos, 6- Fácies de circula$o fteática profirnda e 7'Fácies
de ressurgência cárstica.
'"¿o- Ï
r. rh ecrcotocoo
.ñ fis¡sro.
I
ro
o
ct
o
()
o
o,
c
g r F. de ci¡crjocõo frcdtro
C' F. d€ c¡coo.flanto I profundo
.¿ oulogêtúco
ù
J
{,
Glr F. dr æstrrgêæh
e ct¡lico
F. dc acrcolção vodoso
C' ern condulo¡
('
o
X
a,
ô)
F. de cscoomcnto
f luvi¡c<ír¡l'rco
F. de percoloçõo vodoso
em fissuros
lro
o
(J
x F. de escoomento suPerfic'nl
(¡)
!,
o'l F. de circuloçõo fredticoa
E
po
(,
E
.E
o
o
F. de ressurgênch
F. de escoomenlo suPerficiol
ologênico
7,5
pH
Figura 5;12 - Variação da alcalinidade em rela$o ao pH nas fücies hitlroquímicas identificadas na á¡ea de
estudo.
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Fig 5.13 - Alcalimdade em função do pH das amostras do rio Roncador na careryg Pérolas -!4ìt,,
ò
(B)'é ressurgênua na
ãiã¡rimì"to fluriocárstrco na planíôie oo po¡e iunto ao sumidouro da cav. Pérolas da
ca\,.ìSanfana. ..".,.-. r .-r r.:: ;.-, :
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ambiente quase que desprovido:de calcita e dolomita (o que anula o processo de consumo
de CO2, conforme comentado acima), representa água coletada em redes de drenagem
superficiais continuas e muito maiores em área do que as bacias poligonais de captação
autogênica. Esta area maior de coleta do escoamento superficial condiciona um contato
mais prolongado da água de percolação com o horizonte zuperior do solo e
conseqüentemente uma PCO2 mais elevada nesta água de esæarnento alogênico em relação
a água de escoamento superficial autogênico, a qual com PCO2 inferior, reflete tempo de
residência menor no solo, em função das bacias de captação menores.
Desconl ¡nuidodes
oraes - )
.Leñçol
'freót¡co fI
remporóri9l
Zono
cpicdrslico
Figura 5.14 - Seção esquemática da zuperficie dos metacalcários nas encostas de.,bacias
poligonais fechadas mostrando a morfoiogia da zona epicarstica (segundo aennnþò {e
\ryilIi,-,, 1985). Rl- escoamento zuperficial direto, R2.escoamento lateral na po@ade
do solo, R3- escoamento lateral na zona epicárstica. Velocidade de RI>RT>R3. I-
infiltração vertical, I>i, condicionando lençol freatico temporário
abaixo do solo) será lento, o que condiciona um tempo maior de interação, tanto entre água
e rocha carbonática, como também, entre água e o ambiente do solo com alta PCO2, o que
resulta no mais elevado teor em sólidos dissolvidos e maior PCO2 desta fácies hidroquímica
(figs 5.10 e 5.tl).
Plotando a alcalinidade em função do pH da fácies hidroquímica de percolação
vadosa em fissuras, obtém-se uma relação onde o teor em HCO3- é inversamente
proporcional ao pH (fig 515). Esta relação corresponde à evolução do sistema CaCO3 +
H2O + CO2 em condições fechadas em relação ao CO2 (sistema seqüencial, Langmuir,
1971), onde a água com alta PCO2 inicial continua seu caminho de percolação pelo maciço
carbonático através de juntas alargadas, mas isolada da fonte de CO2. Desta forma, a
diminuição de CO2 na solução, será acompanhada, com o tempo, de um incremento de
HCO3-. A diminuição do pH com o aumento da concentraçdo do íon hidrogenocarbonato é
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¡sugerindo eriolução do sisteqa CaCO3, H2O e CO2 em ambiente seqüerrcial com relaÇõo',ao
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A temperatura média superior ,da fäcies freática profunda (tab 5.5) é interpretada
como sendo influência do grau geotérmico sobre esta água (associado ao tempo maior de
residência desta no maciço carbonático),:em.função da elevada profundidade de girculação
desta, a qual deve atingir entrs.lQQ .x 350 m abaixo do N.4., segundo o modelo de
carbônico.
A fácies hidroquímica de ressurgências cársticas, conforme citado anteriormente,
fepresenta o retorno para a superficie, de praticamente todo volume
de água absorv-ido e
do índice de
transmitido pelo maciço carbonático. A grande variabilidade com o tempo
e dolomita desta fácies (ÂSI, :1,04 e ÂSI¿ :2,16) expressa a
saturação em calcita
sistema cárstico. Períodos
influência do regime de recarga do aqüífero sobre o quimismo do
de alta recarga (recorrência de eventos de chuva) estão associados
a níveis maiores de
vazáo da ressurgência com água insaturada em calcita e dolomita
(SIt e SI¿ negativos) Ao
contrárrio, períodos de baixa recaÍEa, com níveis menores
de vazdo associam-se a âgoa
sarurada em calcita e dolomita (índices de saturação
positivos' fig 5 10 e tab t) O^t:itt
:
de saturação dos períodos de baixa vazã,o é semelhante ao
da água de circulação freátic.q
'profunda e ligeiramente inferior ao da fácies de percolação vadosa em fissuras' o
que rndica
por estas fácies
que o escoarnento basal da ressurgência é alimentado principalmente
i
5.4DinâmicacorrosivadosistemacársticoPérolas-Santana,.-.
A dinâmica corrosiva de sistemas cársticos pode ser expressada W$ativamenle,
pelos seguintes parâmetros derivados: taxa de saturação em calcita e doloriitA,,de _ágqàs,
alogênicas ao invadirem o terreno cárstico, variação sazonal do índice de:s4turaçto .t.
calcita e dolomita das águas que circulam pelo sistema (principalmente da'sua ressr4gência;
e a relação entre a discarga desta e a dureza total da água) e a taxa de denudação química'
da bacia hidrográfica associada ao sistema. '¡':
t'.''
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Troester e White (1986Ì òb,tiveram tæcas de saturaçã.o em calcita entre 0,2 e 0,5
US/km para rios alogênicos que'circulam'sobre terrenos cársticos (com vazões médias entre
0,4 e 3,3 *3/t) na região nordeste da'ilha de Porto Rico.
A interpretação desteþarâ étro e sua comparação com o de outras áreas cársticas,
deve considerar os seguintès aspëctos, dos quais depende diretamente: regime de vazão da
drenagem fluviocarstica" tiþb 'de alimentação desta drenagem sobre o terreno cárstico
(escoamento da zona epicársiica e/ou superficial), tipo de cobertura associada ao vale e
planície do rio (cobertura não earbonátic4 alóctone ou autóctone), natûrezÀ do leito fluvial
(com depósitos aluvionares'e/ou rocha expoxta), tipo de rocha carbonática e gradiente
hidráulico da drenagem
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Dislôncio (km)
Del'ido a recorrência de anos mais úmidos entre períodos mais seco-s, corno o ano de
1990, com um total anual de 1792 mm de chuva, seguidos por.,13,?0,E4ino.ano de 91, o
período de agressividade do fluxo de água subterrânea para o ano de 91 foi menor que 9
Mas, por outro lado, anos muito úmidos,'como'foi1,o.{!,,,1 ir;'con,'2!00 mm de
meses.
cn*a *ooi, @,AEE, 199Ð, deven refletir peúodos aooois . is' prolongados de
agressividade do fluxo. O período de 9 meses de agressividade em relaç,ão à calcita por,ano
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Figura 5.1E - Relação enûe ùuezå total e vazão da ressurgência do sistema Pérolas-Santana. Coeficiente de
correlação 4,83. Envoltórias de 90 e 95 7o de probabilidade.
0,66. Estes valores são praticamente a metade da amplitude sazonal de SIc e, SId da.'
'':.: :. : I
percolação rápida em condutos acima descrita. , ,.:j:
".,,..
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rapidamente em seguida até l9l5l9l. Esta fase de recarga do sistema foi acompanhada:pelo ,
' .: . .'
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Dm=rr.u(T
onde Dm é a taxa de denudação média da bacia cárstica (mmlha), T é a média anual da
dureza total do escoamento da bacia (mg/l equiv. a CaCOt), Ta é a dureza total do
escoamento alogênico introduzido no sistema cárstico mas captado sobre a porção não
carbonática da bacia, Q é avazio média anual do sistema (m:/s) e P a area total da bacia de
captação do sistema (km2)
Através da equação de Pulina (1972) obteve-se uma tæ<a de denudação média Dm =
21,1 mm/ka para a bacia do sistema Pérolas-Santana, com T : 97 ,34 mg/l equiv. a CaCO3,
Ta : 13 rng/l equiv. a CaCO3 (valor médio da dureza total de córregos alogênicos, tabela
5 5),9 = 0,504 m3/s ltabela 5.2) e P :25,4 km2 (área total de captação da bacia obtida
pelo balanço hídrico do sistema, item 5.2.3).
Smith e Atkinson (1976) apresentaram uma analise crítica dos resultados publicados
até. 1975 sobre a relação entre as taxas de denudação química de terrenos cársticos em
diferentes condições climáticas. Concluíram que o volume de escoamento (ou precipitação)
é o fator que mais influencia as taxas de denudação, em detrimento da temperatura,
conforme postulado anteriormente por Corbel (1959) e outros. Com relação ao clima,
mostraram que a denudação cârstica de zonas árticas a sub-árticas é inferior e facilmente
distinguível da taxa de denudação de áreas cársticas temperadas e tropicais, enquanto que
entre estas duas últimas zonas climáticas, as taxas de denudação química sâo dificilmente '
diferenciadas.
Smith e Atkinson (1976) propuseram calcular a taxa de denudação cárstica"(X)
através da expressão:
u-A. T I
"- A lo6r n
onde þ é o volume médio anual,de âgua,escoada pela bacia, em m],/ano, {é,a dur.eza total.
,,médìa deste esiòd¿;ó, ¿quil-'.u caco3), r e a densldadè:inédia'¡a,i@i?rto l..,
203
em g/cm3, ,4 é hrea total em kmz da bacia e n t fração desta årea ocupada por röchas
c¿¡bonáticas.
Aplicando a equação de Smith e Atkinson (1976) aos dados da bacia Pérolas-
Santan4 obteve-se uma taxa de denudação de 35,3 mm/ka ou m3lkm2xano, através
dos
D = 0,049( P,.- Ev)+'6,3 ',' '-,' ¡ " ;:'1:.,,"1-''.'1 ''1 .'' "',ì...rr t ,''.
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Precipiloçõo (P) - Evopotronspiroçõo
Figura5.20-Tæiasdedenudaçãocársticr(D)emfunçãod",o1^".T1111"'.efetr':yqou.
(1984). os pontos plotadgs rgrrim.'e {ol
ssc,samento da bacia (P -Ev), segundo white
á. l- Ártico "*"¿.À., Smitn (1SOZ¡; 2 e 3- Polônia Glazek e
Mækpvicz-Lo.hinovicz
Irlandl.\Ttltams 6l:,814se a,
(1e73); 4- west vrrsma EU,\ oe¿"" (1982); s- Íl?63):
Gl-tk-t,rY1ko1cz'I-ohinivicz
Markovicz, et. at. 76izi; z- rntootaonas Tatrg Polônia
(1973); B- Nova zàrao¿ii Williams .îo*rite QgTg\"g-'Noia'Z'äâ¡diq"Gu¡¡' ?.Ûll);
-é'R''Æto Ribeira'
10, Belize, Miller (1982); Il-Gunung Mulu, Molá,ia,'sweetins''{
Brasil, potrto calculado no presente trabalho'
204
pluviosidade (P) baseia-se na média dos últimos 17 anos (1600 mm) medida no pluviômetro
do bairro da Serra (DAEE, 1992). Aevapotranspiração (Ev) utilizada no cálculo æima
(900 mrn) corresponde à média dos valores da &ea de estudo, que variam ent¡e 800 e 1000
mm.
White (op. cit.), aprofundou a análise da questão clássica sobre a dependência
climática da taxa de evolução de relevos cársticos. Partindo da premissa de que a itgaa
injetacla no maciço carbonático, tanto através de infiltração difusa após percolar o solo,
conio por infiltração concentrada em fundos de dolinas ou, através de sumidouros em vales
cegos, atinge o equilíbriio com a rocha carbonática, White propôs o cálculo de uma taxa de
denudação teórica, atrar'és de uma equação que envolve as três variáveis climáticas
fundarnentais: temperatura, pressão de CO2 no solo e precipitação, conforme segue abaixo:
ffiff")''' r,or'' (r - n )
3
Dmar =
Esta texa de denudação teórica é máxima (Dmæc) pois representa o limite superior
do equilíbrio químico entre minerais carbonáticos e a árgua, onde o escoamento total da
bacia (P - ÉÌv) está saturado e equilibrado com a temperatura local e a pressão de CO2 do
ambiente de dissolução. A influência da temperatura sobre a denudação está embutida na
dependência das constantes de equilíbrio da temperatura'
Com a equação acima obteve-se uma previsão teórica de Dmæ: 49,1mm/ka para a
bacia Pérolas-Santana. Para tal, adotaram-se as constantes de equilíbrio das reações
principais envolviclas na dissolução de calcita, tabeladas por Plummer e Busenberg (1982)
para 20oC, conforme especificado abaixo:
CaCQç,o¡¡ s CaTjø+COa;ù K. = lQ-8'45
H+ K1 = lQ-6'38
FIyCO3 3 HCO; +
"
HCO;ïCO;- + H+ K2: lQ-10,38
Como densidade do metacalcário (p) utilizou-se 2,6 glcm3. Quanto à pressão parcial de
CO2 do solo seguiu-se o valor calculado ¿s 16-1,?54 atm. pela expressão de Brook et ,al,
(1983), conf'orme descrito no item 5.3.4
por último, determinou-se um valor da taxa de denudação da bacia do sistema
pérolas-santana através do cáLlculo do total de massa equivalente a CaCO3 removida,pelo,
(Ër..ì- @ r^)
rq=lr-f-_- 1o{
+ ¿,
onde ,='l+
.al e p=þ.Ao
da tara real de denudação quírnica (Dq) C e a razio entre a área de captaçáo autogênica
(no caso l8 km2) e a área topl da bacia (A) Desta maneira restringe-se a denudação
quínúca à fração da bacia ocupada por rochas carbonáticas. Obteve-se assim,¡um valor final
de Dq : 31,1 mm,/ka para o sistema cáL¡stico Pérolas-Santana.
'Iabela 5.7 - Relação do fluxo de sóiidos dissolvidos (g/s equivalente a CaCO3) em função
clo regirne de vazão da ressurgência do sistema Pérolas-Santana.
Tabeta S.S Relação clos períodos com vazão alta, média e baixa e os totais
-
correspondentes ern volume escoado \p) massa equivalente a CaCO3 removida em
"
soluçãcr {V.T) pelo sistema Pérolas-Santana durante o período monitorado
resultados que oscilam entre 2l e 62 mm/ka (tabela 5 .9), surge a questão, ,de qual resùltádo
t t'--
é mais significativo. , ., l,..','- .'t.,'
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3,
F.lgura 5.21 - Vanação da ch¡reza total em função da vazão na ressurgência da caverna
Saitana para o periodo de 29/6/90 a 181619l. Coeficiente de correlação de -0,88 e R2
:
16,8o/o.
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Vazão,mr /s
vazi.o, na
Figura 5"22 - Fluxo cle massa equivalente a ds de CaCO3 em-lrnção
-{a
ressulgôrlcia da cavetna Saff-ana. Coeficiente de córrelação de 0,99 e*:98,9o/o'
faro des1.e cáiculo oão subtrair o vohime equivalente a CaCO¡ introduzido no sistema no
caso de bacias com parte d.a captação alogênica
No cálculo seg3m,Jc Pulina (1972.), onde a dureza total média do- escoamento
I
ti
alogônica é rfeduzida da concentt'açáo rnédia equivaiente a CaCO¡ da ressurgência, a taxa
I
de denudação cárstica é n¡bestimacla. Isto ocorre porque a subtração direta entre estas
li
.ìi
J conÇerrtraç<5es rilescorrsidera a climinuição da concentração em CaCO¡ da água alogênica ao
esta all'ave$s¿tr o sistema carstico, devido à adição contínua de água ao sistema captada
sçbre o terlerro cárstico. Por exemplo, a dureza total de 13 mg/l medida no escoamento
alogênicc dr: sisteina FéLolas-Santana, será drasticamente diluída até a ressurgência, em
funç:ão dci aumento clo volume de água nesta travessia. A subtração de 13 mgt da
ccnce¡t;:;rc¡ã.a cquivalente CaCLìc na ressurgênci4 acarreta portanlo, uma correção
a
excessi'r'a, reclu¿indo a clureza tc¡tal da ressurgência abaixo do valor real, subestimando
assirn, a taxa tle denuriaç.äro quírnjca.
Este trabalho I zuo-pièrente cálculo não foi possível determinar a áre¿ total cle
T¿b,ela S.g - Quadro res'umrrlo d¿rs laxas de denudação química calculadas segundo mstodos
diferentes païâ a bacia dc siste'ma Pcrolas-Santana
nas medições de vazÃo (-lO%), nas anárlises químicas C57')_ètnà:.medição Ca'!.,.: ot,,.9....e;
':;l:lì : r:'
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.i.::.jt:r:,i..t:a
2to
dolomita.
Em função desta diferenciação de fácies hidroquímicas foi possível traçar uma
evolução geoquímica das águas ao longo das rotas de fluxo da água no sistema cárstico em
ambiente subtropical úmido.
Com base nas características hidroquímicas, concluiu-se que o sistema ciírstico
Pérolas-saotana, amostra representativa do carste do Alto Ribeira, tem sua evolução
controlada pela ação de água meteórica enriquecida em ácido carbônico no solo e horizonte
epicarstico, onde as reações do sistema CaCO¡ + HzO + COz controlam essencialmente a
carstificação. Localmente na zona vadosa, e principalmente em rotas de circulação mais
profundas, a carstificação pelo ácido carbônico é reduzida e provavelmente acompanhada
por um incremento da capacidade corrosiva da água pela ação de ácido sulftrrico produzido
pela oxidação de sulfetos (pirita) disseminados em certos estratos da rocha'metacalcária.
Esta ação é evidenciada pela presença de SO¿ na íryta profunda e sulfatos como gipsita em
cavernas vadosas.
A identificação da fäcies de circulação freática profunda, com temperatura média
,i-l
CAPITULO 6
- CONSTDERAÇOES FII{AIS
Os trabalhos aqui desenvobidos, sobre uma área de amostragem do alto vale do rio
Ribeira de lgu.ape, permitiram,ao autor, obter uma visão ampla sob o ponfo de vista
geocientífico, do carste comor sistema de relevo e dos principais processos envolvidos na
evolução geomórfiea e hidrogeológica desta categoria de paisagem natural.
Através.,,da cartografia e.análise morfométrica das formas de relevo, foi possível
distinguir diversas unidades',morfológicas de relevo, cada qual, associada a um estágio
evolutivo distinto:da superficie.cárstica. Esta evolução da paisagem cárstica é marcada pela
transição entre. a paisageri fluvial para a de carste poligonal, em função do aumento
gradativo da per.meabilidade,':secundária nas rochas carbonáticas, através da instalação de
sistemas de cavernas. . ,:,' ,1, :, ,:
geologia quaternária de
resultados, no estudo de flutuações paleoclimáticas recentes e da
geológicas em áreas
terrenos cársticos, seþindo as tendências internacionais das pequisas
cârsticas.
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{{ cÀrl, Pm0Hs 03111/90 7,00.2?¡018È---l 3310. 5,5 6'0.120.0 0.4' 1.1 1.4 0,,2 2'l '0!02' .0'45 2181 0,0015i l'6,t1 35.{8 ?;63'InÀy;.'\lRfiXI¡0
i95.50
, o,zt 2,00 PHll;'sul{ID;
45 mR. PROIAS 03/11/90 7,4? 19,0,108:1 13;0 3.5 ,3,? ,,55.0 0,6 0,6 f i 0.J 2,3 'L:ZT 72ï,7 2J0 0;0020û r,2.{5'0.slul,JltÀ,BCÀDÀ
46 CÀl¡l'$ÀNT¡NÀ: 01'lI2:190 7.48 ?0,0 142:i' 28;0 i,ã i.l toi,o' a.o I.4 1,5 0.e i¡9 -0.56 '1.61 2.49 0;0.0321 27,5{
{7 CÀV;:SÀI{TÀllÀ ll3fi?"190 ?'56 19;0 1{8:i 28'0 ;:0 ;.; iöé,ó ;:o i.i
i,¡ r;0 r;B 10.51 't;44 2'5el 0,0025i,':30.90 3.63 3.81'R¡SSUreHCIÀ'
16,60 0'u ESTÀIÀC; Ìnm.
48 CÀV; $AllIåNÀ 03:ß2190 7'38 18.8 348'1 73'0 4.5 16;2'2{2.0 1.0 1'8 2,5 0'2 3.4 '0'06 -0'i8 2;04 0.0091i 1i4.8a
4.1 3,7 63,0 2,6 3.4 1.9 0.6 7.1 '1.Ù2 '2,29 2.14 0.00182 9.55 0.51
-6.10 STÀGE R[t0RDER
49 CAr, Ptsol,AS 02lr',2l9a 7.51 18.4 124-1 i5.0 ,6.{6
3,5 4.9 63.0 0.9 0.8 1.8 0.5 2.2 -1'19 -2.75 2'49 0.0032{ 0,18 4.33 oUTn ÀGUÀ
50 cÀv, PR0LN 02lrzl90 7.27 18'8 90-1 17.0
51 cAV. PmüÀS 02112190 8,05 15,8 168'1 37'0 5.8 6.4 132,0 0.2 0,4 1.5 0.1 2'5 0.16 '0'20 2.99 0,00102 144.54 63.10 3.20 TX[V. Vm'f[I,H0
4.0 3.1 60,0 0.7 0,6 1.8 0.5 2'0 -1.11 '2'39 2.i4 0.00182 7.76 0,41 -0.93 PIÀl{, S0l'lID'
52 CrR, Pmü,Às 02112190 7.50 19'0 99-1 12.5
53 mRl{ffRÀ/TANDiR I I 12,1 2,7 >>>>> 1,1 3,7 4,0 0.9 5.0 >>>>>>> >>>)>>>
5.0 5,8 113,1 0.5 1,0 0.5 1.6 0'5 -0.46 '1'36 2,53 0.00295 34,6? 4.37 0.69 ULTII{À ISCADA
54 CÀ\t, SÀNTÀNA 0{/0ve1 7.$ 18,5 160'1 29'0
55 CÀlt, SAIITÀI{A 04/0v91 7.54 l8'5 158'1 2i.0 4,6 5,9 107,0 0,5 1,0 0,5 t'5 0.5 '0.52 '1,{9 2'5{ 0.00288 30,20 3.?{ '0.30 RE$$RCNCIA
ESTÀLÀC, lüÌft.
56 CÀ\/. SNTÀt'lÀ 04/01/91 7,41 19,0 330-1 i1.4 4,6 15,5 238,0 0,5 1.0 0.1 ?.4 0.5 0.08 '0,73 2,07 0.00851 120.23 18,62 0.77
PB0I,ÀS 05/0v9i 7.$ 18,0 90-i 13.0 3.6 3,6 60.0 0.2 1,0 0.5 1,7 0.5 -1.22 '2.68 2.6{ 0.00229 6,03 0,21 -0,80 PLAN. SUl'.{ID'
57 CÀ\|. -4.53
6.3 5,2 143.0 0.5 I.0 0.1 1,4 0,5 '0.82 '2.04 1.92 0.01202 15,14 0.91 TRÀV. \ImüEIIl0
58 CÀ\¡, PB0IAS 05/0v91 7.04 i8.5 ii0'1 32.5
3,8 9.5 131.0 0.5 1.0 0.3 1'3 0.5 -0,26 -1,20 2'52 0.00302 54.95 6,31 '0.44 SIÀgE Rm0RDER
59 CÀ\/. Pmol,N 05/0v91 7.60 18.0 110-1 36'1
4.0 3.5 60,0 0.5 1,0 0,5 1.7 0'5 'f i0 '2.42 2.73 0,00i86 7,94 0,38 3,67 oUTnÀ ÀGUA
60 cAV, PmüÀS 05/0v91 i'48 18'0 90'1 14.0
-0.26 4'02 0.0022{ 54,95 9.55 -I,52 IITHA ISCÀDÀ
61 CÀV, SÀNIANÀ 03/0u91 7.70 1?.9 16h1 30.9 4.9 6.3 122,0 1.{ 1,0 1,6 0'6 1'5 2'65
62 CÀV, SàllTÀNÀ 01102191 7,60 19,0 165-1 31,0 4.9 6,3 122,0 >>>> 1.0 1,5 0,5 t'{ -0.34 '1.i6 2'54 0,00288 45,71 6,92 0,19 RESSURGB{CIÀ
5,2 13.8 24i.0 0.5 1.0 1.7 0.2 1.0 0,50 158,49
0'20 2'{4 0.00363 316,23 0,38 ESIAIÀC, RIo
64 C[V; SANTÀllÀ 03l0zl9l 7.80 21.0 330-1 71.8
165,96 -1,95
4.0 10.5 158.0 >>>> 0,5 1.? 0.1 >>>> 0'22
-0.26 2,18 0,00166 54,95 TnÀ\¡. FI¡RES
65 CÀV. SNTÀNÀ $l}2l9r 7,94 19.0 220-i 42,0
66 coRR, F1'RÌ'IÀS 03l0ll9r 8.24 20.0 160-1 29.0 6.2 4,7102.0 1.0 2.5 L7 1;4 1'5 0;19 0;0{ l'26 0.00055 15{.88 I09,65 i.08 cÀl{I. SNTAIü
67 Crit, Pmol,As' 04102191 8.10 19,0 99-1 38.0 3.9 9.7 i34,0 0.5 0.5 1.6 0,4 1,5 0.27 '0.13 3.01 0,0009s 186.21 74.13 i,07 sÎÀGE Rm0RDER
6S CÀV, PmfiAS 0[10?,19t 7.10 21'0 100-1 21.0 3.8 5.5 74,0 0,5 i,2 1.8 0'6 ?,0 '1'18 '2,76 2'24 0.00575 5.61 0,17 5.53 oUlAÀ ÀffiÀ
160'1 5.? 5.6 122,0 0.5 1.0 1.3 0.1 0,6 '0'37 -1.20 2,57 0,00?69 42.66 6,31 2.0{ Tn¡V, VITÍELH0
6e cÀv. PmüÀs 04102191 7.60 16,0 32.1
4,0 4.5 ?3,0 0.5 1.0 1'7 0'6 0,5 '1,28 -2.88 2.26 0,00550 5,25 0.13 2,71 PLAI{, SU'íIDüJA0
i0 crR, PR0],ÀS 01102191' 7'10 19'0 100-1 18.0
-0.61 -1.i7 0.00288 24,55 1,?0
71 CÀV. SNTAliÀ At l}ïler i.s0 19'0 150'1 26'4 3.5 ?,5 96,0 1,2 1.0 1,6 0'6 1.2 2.54 1,29 RESSIIRGIIiCIA
72 CÀV, SNTANA 0tl03l9r 7.52 19'0 165'1 26'5 3,5 7.6 96,0 i.3 1,2 1,5 0'5 1'2 -0.s8 '1.73 2.56 0,00275 26.30 1,86 1.06 0tTüÀ HCÀDA
3.8 11,3 1{7.0 0,5 0.5 1,7 0,1 0,8 0'10 '0.53 2.n 0,00195 125.89 29,51 1,51 TRÀV,
PI0RIS
?3 CÀV. S¡NTA}IA 07l}Jlgr 7.84 19.0 225-1 42'8
i4 IïRI{ÀS 07/03/91 8,10 20,0 165-1 29,0
rCIRRmo 5,4 5,4 112,0 L0 2,0 1.5 0,8 0,6 0'09 '0'21 3,08 0,00083 123,03 61,66 1,62 PolllTE'$ÀlìTNÀ
75 CÀV. PBolAS 07l}3ler 7.83 18,0 160-1 34,5 3,2 10,8 115,1 0,7 0,6 1,3 0,3 1.5 -0'il -0.94 2,81 0,00155 n,62 11,48 2.{3 STAGI RECORDER
i6 cÀv, pmolÀs vl03l9r 7,20 i9,0 105-1 1{.i 3,0 4,9 5S.0 1.0 0,8 1,5 0'5 1.5 -1'35 -3,07 2'46 0.00347 4,47 0,09 1,58 omRÀ AGt]À
USP i Gm 'IARST I{ATIR Àlül,T$IS AXÐRT - by M mffi¡Nl,l Cations e a¡ions en ppn ou ng/I PC02 em atm, Tery 'C Pag' : 3
Listagen das anætras de agua ordenada peio nmero cond, [ -t = lrilH0/cî ][ -2 r t¡s/m SÀfþ t SAId en t
] Dat¡ : Llll.elel
No, tnøl de colela Datn pH Tenp Cond, ea++ l,tg++ Ca/lt HC03- l'l03- S04-- l:la+ (r Ci- SIc SId pPClz PC02 SÀTc SÀIU IBE 0hervacao
7? CÀlr,Pm0HS 47,2
07l03le| 7.54 17,0 220:1 5,6 8.4 172'6 0,5 0.5 1.6 0,1 2,0 -0,12 -0,86 2,35 0,00447 75,86 13,80 -0,27 În¡V. VmlßlJ{o
78 CoR. Pm0[AS 12,9
0710]l9r i,28 19,0 81-1 3.0 4,3 51,2 1,0 1.0 1.5 0,5 1,0 -1,38 -3,07 2,$ 0.00257 4,i7 0,09 3,44 PIÀÏ. SUIIID.
7e cÀ\', sÀNTÀlü le/ovel 7.80 18.7 169-1 32.0 5.0 6,{ 120,0 1.2 i.5 1.6 0.5 1,0 -0.15 -0,78 2,75 0.00178 70,79 16 ,60 1.10 WTIIIÀ ESCADÀ
80 cÀv, sNrAIü 19/05/91 7,80 18.7 170:i 32.0 5,0 6'{ 1i5'0 0'5 1.5 l'6 0,5 1.0 -0,16 '0.81 2,77 0.00170 69 , i8 15 .49 3.{5 RPS$IreNiCIÀ
81 CAV, SÀNTÀIü Lelsslg| 7.60 19.1 348-1 90,0 4,8 18,8 224,0 0.5 2.0 2.{ 0.1 1,5 0.33 -0.28 2.29 0,00513 213 ,80 52,48 14,33 EST¡I,ÀC. m6.
82 CÀV, SNÏÀM 19105191 7.60 19.8 343-1 80,0 5.3 15,1 240,0 0,5 1.5 1.9 0.9 1,0 0.32 -0,212,26 0,00550 208 .93 61,66 6.30 ..:'.''.]
ESIÀI,ÀC.,.RIO
83 CAV, SANrÀrü lel|sler 8.28 19,2 ?10--1 {3.0 4,0 10,8 140,0 0.5 1.0 1.8 0,1 1,5 0.51 0,31 3.18 0,00066 323 .59 20{ ,17 3.9{
' TRÀV. FI.ORES
'::l.J: ,,1:1
84 C0mm0 nrRl,lÀs 19/05/91 8,{{ 19.0'21!i9, 30¡5 6.7 4.6 104.0 1,5 {.0 1.7 0.i 2.0 0.39 0,44 3.47 0,00034 245.4i 275.42 7.33.,. CÀlfiNflo
,,j.. :i
SNTÀIü
: :r' t,;.
85 RroBETÀRI r9ll5l9t 8.35 19.1 13I'1 24.0 3.9 6.2 80.0 1,0 1,S 2.0 0,5 2,0 0.11 -0.24 3.49 0,0003? 128,82 57.54 6,57 t{ü{T, RoNeÀmR
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87 CÀV. Pm0H8 18/05/91 7,80 16,8 1?8.,1
1 . . r .i
,.
24,0 4.9 4,9 95.0 1.0 0.8 1.7 0.5 1.5 -0.38 -1.16 2.87 0.00135 41,69 6,92 i.68 OUTRÀ:ÀGUA
88 CÀIl, Pmü¡J 18/05/91 8.26 15,9 181.1 38.0 6,0 6,3 135,0 0,5 0,6 1,4 0,1 i.5 0,39 0,25 3,20 0.00063 245.{i t7i,83 3.84 InÀ\I. VIRIíELR0
8e coR, PBoIAS 18/0V91 i.64 17,1 i3ftI ?4.0 4,6 5,2 90.0 0.5 1,0 1.6 0.5 0.6 -0.56 -1.52 2,73 0, 00186 27 .5 4 3 ,02 4.02 PHN. SIJüID,
90 BAnR0 DÀ SERR¡ 2rl05l9l 7,80 2i.0 438-1, 3i,0 11,4 3.2 155,0 1,0 6.0 ?,,7 0.9 1,5 0.03 -0.10 2,63 0,00234 107,15 79,43 3.62 P0C0 SÀBESP
91 CoRREo ¡URNAS 16/06i91 8,29 ii.7 190:1 37,0 6,,6 5.6 140,0 1,0 2.0 1.7 0.5 0,6 0.44 0.42 3.20 0.00063 275,42 263,03 2,26 t{otiT, DÀ tfiNÀ
92 eÀI¡. D0 sRU,0 t6l06l9r 8,30 18,0 l8pil; ,381,2., L5 5.1 135,0 1.0 2'0 2.0 0,8 1.5 0.44 0,49 3.22 0,00060 2i5,42 309,03 6,{O R$SUreHCIÀ
93 CÀV. PR0ràS n ll6l9L 7.85 17.3 1i!:1 43'0 4.0 10,8 135,0 0.5 1,0 t.i 0.5 1.6 0.06 -0,622,77 0.00170 I14.82 23,99 5.72 STÀGE RP¡ORDER
94 CÀV. PmfiÀS r7l06lel 8.04 15,0 i32-1 28,0 5.2 5.4 105,0 0,3 0.5 1,6 0.8 0.7 -0.06 -0.59 3,08 0,00083 87.10 25,70 4.38 oUTnÀ AGUA
95 erv. PmoiÀs r7l06ler 8,00 16,0 155:1 3{,1 4,0 7.1 115.0 0,5 1.0 1.5 0.6 1,0 0,03 -0.52 3,00 0.00100 107,15 30.20 5,66 JUZNTE.STGE.RC
96 coR, Pmo[AS n l06ler 7.50 14.3 ¿9,-1'
9.ìt2,,
Z,r 3,0 30.0 0.4 0.3 1,5 0.8 0,7 -1.75 -3.70 3.08 0,00083 1.78 0,02 {.02 PIÀN. SU}IID,
97 CoR. PmüÀS ú 10619r 7,00 l{.9 ,1.5¡i, 316., 0.8.,1,r!, 1,9,0 0.4 0.3 1,5 0,8 0,7 -2.68 -5.75 2,79 0.00162 0.21 0.00 0.57 PIÀN. SI'I,IID. 2
98 BÀnRo DA SERRÀ IEl06l9I 7,i6 20.1 231-t 36,0, 10,2,3,t135,0 0,5 4.0 2.0 0.5 1,5 -0.14 -0.49 2,60 0,00251 72,44 32.36 7,76 P0C0 SÀBESP
99 BÀARo DÀ $ERRA 1810619r i.80 19,6 155.1 ll;2 '4;8.6;5 105,0 0,5 3.5 1.0 0.5 1,5 -0.20 -0.88 2.Bl 0,00i55 63.10 13.18 1, 30 [Àf 0¡
100 cÄv. sANTÀrü L8l06lel 8,16 19,6'205:1,,41ìi., 4i2i10;fr1{0,Q, 0,{ 0.5 l,i 0.t 0,8 0.41 0,13 3.05 0,00089 257.04 l3{,90 6,35 TRÄV, fl,oRns
10i cåv. $àlrTÄt{À Lsll,ile| 8,10 18,8 162:l:r.39.5, ,5.2,6'8 120;0,r1.5 1,5 1.5 0.5 1.7 0.i9 -0,14 j,06 0.00087 154.88 12,41 1,84 UTTilÀ ESCÀDÀ
r02 cÀv, SÀNTÀM 1810619l 7,{6 19.0 330-t.i9;3 .4.8 16 5'235:0, lr0 ,?.0 i,6 0,1 2.0 0.16 -0.58 Z,13 0,007{1 144.54 26,30 5,51 ES',IÀIÀC, ¡ßtfr.
103 cÀv. sÀlrTÀrü 1810619r 8,.0'!. lQ;.9 170;l':35.3: .5.2r 6.8 120,0'_1,5r'f.5 1,5 0,5 1.7 0,18 -0,15 3,05 0.00089 151,36 70,79 {.61 RESSïrcm,tCIÀ
104 r,[¡ü D[ ¡Ï¡Rl{¡S 1S/0619l 8i03118.{.,,20tr10,38;0 ,:0.7 4,{ 140 0.,1,5 6,0 2,0 0.5 2,0 0.20 0,07 2,93 0.00117 158.49 117,{9 4.15 C0ND. i'R.rAC,
105 r'flrü Dt ruRNÀs 18/0E/91 7.90 19,3 21h1¡,39.'0, lli6' 314 150,0:,L5 8;0 2.0 0,5 2.0 0.tZ 0,03 2,76 0.00174 131,83 107,15 5.27 ÀGUÄ m ütNmio
106 CÀV. Pm0[AS I9l07l9L 7.90 17.5 189-l; 3110 .4,0¡ 9,8 125,0 '0.5 1.0, ?,0 0.5 1.6 0.04 -0.61 2.85 0,00141 109.65 24,55 5.66 STÀGE RECODM
10i cÄv. PmolÀs Lellllgt 8,03ii5,6
l1g-1. ll,9 :,1 ,1:!,ll:1:l.g
r.5 t;5 0;5 1,2 -0,15 -û.71 3,11 0,00078 70,79 19,50 3.43 0IIIRA À0trÀ
ros c¡yl ENTNÀ zlllllïr 8.10 18.4 170.1 3|0 5r0 6,,2,119,;0. 1.5,1.8 ,1'5'0:5, 1,7 0.09 -0.29 3.10 0,00079 123,03 51.29 3.18 U[îüÀ ESCÂDÀ
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109 CÀ\l, SÀI{TÀM 2010719r 0,0008i i0i.15 38,02 5.03 RXSSUTm{Cn
110 cAIt. SA¡¡TÀM 2'10¡ls.- 7.42 tB,e 3{s-I 7?;0 '5,0 14,4
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111cÀV, SNTÀNA zllnlgt 7,98 18,7 172-1 3'7.0 5.5 6.7 130:0 2,2,'2.0 >>>>)>>> 2.i 0,12 -0,25 2,g0 0¡0.!.126,1 131;83 54,95 3r84;,W!ü¡, ESCÀDÀ
112 CÀV¡ SÀNTÀNÀ 28;lt0l9r i.90 18.9 litrl 38,0 5.4 7,0 130,0 1,9 1,9 >>>> >> 2.0 0;06r -0;41 2,Bz 0¡00,i5i.114,q2 38,90 {;74. i RESSUKH'ICIA,
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114 CAV. SNIÀÌü 28ll0l9l 7.55 20.0 350-1 83,0 {,5 18,4 2{6,0 1,4 1,5'>>>> >>> 3.ó ó.il' -0:i{ t:i; 0;006{6 199.53 45,i1 5.66 ESTAIÀC, DISCo'
IlsP / GrO - ÍARST liÀTm ÀNAtTsIs nfmRî - by I1lO KÀXllÀNN Cations e anions en pprr ou ng/l K02 errt atn, Tery 'C Pag, : 4
No. local de coleta Data pH Tenrp cond. cat+ ]tg# ca/üg Hc03- N03- s04-- Ìla+ f+ ct- slc sld pPC!Z PC02 SÀTc SÀm IBE Ohervaoao
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116 C0RR[ç0 FUR}IÀS 2Sl10/91 8.12 20.0 195-i 41,0 i,0 5,9 145.0 i,3 2.3 >>>> >>>> 2.0 0,36 0,28 2,99 0,00i02 229.09 190.55 {.99 IIONT. DÀ IIINÂ
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119 cÀtl, pmons zdltlilgr 7,90 17,4 208-t 49,0 4.i 10.4 t$.0 2,6 i.8 >>)> >>>> 2.0 0.22
-0.29 2,76 0.00174 165.96 5i'29 5.{8 STÀGE RECORDER
130 SIS, TIil, D[$!t, 02/11i90 7,28 t9,S 65-1 6,0 1.4 4,3 28,0 0,3 0,5 3,0 1,1 1,?
-1,94 -4.18 2,84 0,00145 1,15 0'01 4,68 [MR. TE{IilINÀ
131 SIS, TIX'!, DESI{. OZ,lttlgO 7.9? 17.0 230-1 35.0 13.0 2.7 lil,0 0.8 0,8 3,8 1,5 1.5 0,17 0.20 2.79 0.00162 1{7.91 158.49 1.99 CHIJV, TI}IT{INA
132 SIS. TIfi. DESil. |jZ,lttl([ 7,45 19,0 {5-r 7.0 1,8 3,9 30,0 0.6 0.7 2.9 1.1 1.8
-1,69 -3.65 2.99 0.00102 2.04 0'02 7.OO SÀIDÀ TIIIüII{A
133 SIS, TIil, DESI{. 01/1v90 7.82 19,8 76-t 9,0 3.0 3,0 {8.0 0,7 0.7 3,0 1,0 1.7
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134 SISI, mso¡nn 07lltln 7,75 20.0 i00-1 20,0 3,7 5,4 84.0 >>>> >>>> 3.0 1,0 >>>>
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-0.26 -0.89 3.00 0.00100 54.95 12.88 -0.29
115 SIST. mSCÀRtÀ 08/01i91 7.95 19,0 127-1 21,0 {.3 4,9 95.0 >>>> >>>> 2,9 0,8 >>)>
RFS$AG. I+II
136 SIST. PE$CÀRIÀ 0S/0i/91 8.00 19,0 202-1 48.0 7.8 6.2 152,0 >>)> >>>> 2.2 0,4 >>>> 0,31 0.I5 2.86 0.00138 204.17 I{I.25 I1.73
RES$IreH{EIÀ II
137 SIST, pESeÀRIÀ 0S/0Vn 7.90 19,0 127-1 21,0 {,0 5.3 90,0 >>>> >>>> 3,0 i,0 >>>> -0,33 -1.06 2,97 0.00107 16'77 8.71 1.94 RESSWMCIA I
138 SIST, mSC¡RIA 08/01/91 7.91 19,0 250-1 38,0 18.5 2,1 200,0 >>>> >)>> 1,]' 0.1 >>>> 0.n 0.46 2,65 0,00224 169,82 288.{0 2.88 TRÀ\'. PESC,
139 SIST, PESCÀRIÀ 0Si0tl91 7.90 i9,1 130-1 22.0 4.1 5,{ 96.0 >>>> >>)> 2,9 1,0 ))>> -0,28 -0,97 2.95 0,00t12 52,48 l0'72 0.{3 Rls. slsT. PEs,
140 sIS. TIlt. DESü, 01l01ln 6,60 20,0 4O-l 1.0 0.9 1,1 15,0 >>>> >>>> 2,{ 0,8 >>>)
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l{t sls. TE't, DESil. 06i0il91 6.97 18.0 40-1 1.0 1.0 1.0 2{.0 >>>> >>>> 5.7 1,2 >>>> -3.11 -5.90 2.61 0.002{5 0.08 0.00 2.17 À61JA m GnÅ¡lIL
-0.01 EM'R. T$lll'lilÀ
i42sIs.TBl.DEs}l.,06/0V91?.{019.04Þ16.01,54.034'0>>>>>>>>
i43 SIS. T¡X|l, DEStt. 06/0v91 i.i3 17,0 250-1 46,0 13.1 3,5 ?03,0 >>>> >>>> 3,0 0.3 >>>> 0,12 -0,02 2.48 0.00331 131.83 95'50 2.72 CIIIV. THIüII{À
1{4 SIS, TBt, DES|'Í. 06101191, 7,60 19,0 40-1 i0.0 1.6 6.3 38.0 >>>> >>>> 2,5 0.9 >)>> -1.29 -3.05 3.04 0.00091 5.13 0'09 10,10 SÀIDÀ TilII{ilA
1{5 SIS, TE't. 08/01/91 7,20 19,0 70-1 8.0 2.0 4.0 4i,0 >>>> >>>> 2,8
DESt't. 0,8 >>>> -1.69 -3,65 2,54 0.00288 2.04 0,02 -4.36 SÀIDÀ Dtsr{0Rol,l.
146CÀV. pmüÀS r7llr.lsz ?.3018.5185-1 36.0 4.8 7,5118.0 1.6 1,1 1.0 0.3 2.2 -0.60 -1.76 2.26 0.00550 2s,IZ 1.74 5.5i STÀGE RECORDER
14? CÀV, SNTAl.lÀ 18/0V92 7,95 19.0 195-1 34.0 5,0 6,8 12.0;0 2,1 2.5 0,5 1,5 2,2 0,03 -0.45 2,90 0.00126 107,15 35,48 3.54 UtT[fÀ E5CÀDÀ
148 CA\¡, SNTAllÀ 18/0v92 7,90 19.2 200-1 34.0 {,8 7.1 llq'0 2,0 2,2 0,5 i,0 2.0 -0.03 -0,58 2.87 0,00135 93,33 26,30 {,82 RTSSURGII{CIÀ
151 C0RREG0 tTRllLs 19/0v92 ?,90 22,0 200-i 34,0 5.5 6,2 120.0 1.0 2,0
>>>> >>>) 1.9 0.02 -0,39 2.83 0,00148 i04,71 40,74 4,{7 lfot,lT, DÀ I'{INA
152 cÀV, D0 Gtu,0 tg,lOtlgz 8.00 18,0 215-1 34,0 i,6 4,5 132,0 2,1 5,2 >>>> )>>> 2.0 0,i0 -0,I4 2.92 0,00i20 12s'89 72'44 3.58 RESSUAGtrCIÀ
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Listagern dag anostras de agua ordenada Flo nunero cond. [ -1 = ¡ltH0/cn ] [ -? : N/cm ] SÀTc I SÀTd eltr I Dat¿ r tl,lf/e 19|'
No. tnæl de colela Data pll Ternp Cord, Ca+r ¡q++ Cail{g llc03' N03' $04-- Na+ Kl Cl'
1553 SrsT, mSCMIÀ 05102192 i,13 19,8 0.8 6.3 tS.0 0,2 0.8 1,5 0,5 2,2 -2,15 -5.18 2,88
40-1 s.0 0iqo13? 0.45 o,"0o 5,34 ÀGrÀ p G8åUro
3.5 8,4 91.0 0.{ 1,0 >>>> i>>> 1,1 -0.31 -1.22''2.b{ 0.001{5' 48.98 6.03 8.30 ÀG. GnÄ[.]{Ne.
1555 SI$T. PESCÀRiA 05102192 8,06 19.7 n1-l {0,0 7.2 5,6 139,0 0.3 1,5 >>>> >>>> 1.5 A,27 0,12 2,95 0.00112 i86.21 131,S3 6.4i C0RR. tio CÀf,C.
156 Sr$. PESCARIA 05102192 8.0i 18.7 295-i 58.6 8.2 ?,1 195,0 0,9 i.0 >>>> >>>> i.8 0,55 0.57 2.83 0.00148 354.8i 3i1,54 6,04 CoR. eÀ[C, 2
157 $i$t, mscÀRlÀ 05102192 8.13 19,9 250-1 32,0 6,5 4.9 118.0 0,4 1.4 >>>> >)>> 1,8 0.18 0.01 3.09 0.00081 151,36 102,33 4.93 CoR, CÀlf. 3
158 sI$. PEscÀRIÀ 06102192 8'29 19;9 160-1 30.5 4.3 7.1 9S.0 1,4 1.2 >>>> >>>> 2,2 0.25 -0.03 3,33 0.0004i 177.83 93.33 i,87 RES. $S. PBSC,
159 SrSl, PESCÀRIA 07102192 8.1{ i9.2 260-1 46,0 1.2 6.4 150.0 2.9 1.8 >>>> >>>> 3.3 0.43 0.37 3,01 0.00098 269,15 234.42 6.65 RES, IllT. CÀV'1
160 Sr$. mscARIÀ 07102192 8.23 19.9 170-1 30.0 4.1 7.3 102,0 i,0 1,5 >>>> >>>> 0,5 0,20 '0,14 3'25 0,00056 158.49 72.44 2.88 RFS. nn. CÀV,2
161 SIS, TH, DES1'!, 07102192 7.10 19'5ì' 70:1 i.0 1.2 5.8 23,0 0,6 0.7>>>>>>>> 1.5 -2,14 -4.722,75 0,001i8 0,72 0.00 3.25 ÀGrA m GRÀI{IT.
i62 sI$. PESCARIA 07102192 7.63 19i8 155:1 18.2 2,4 7.6 69.0 0.6 0.8 0,5 0,5 1.9 -0.75 -?.05 2,81 0.00155 17,18 0.89 0,41 R. PESCÆSÎRADA
163 CÀV. CmPEU Og,l\ilgZ 7.69'17.'8:tiO:l 16.5 3.1 5.3 62,0 1.0 0,7 >>>> >>>) 2.1 -0.80 -2.0{ 2,93 0,00117 15.85 0,91 2.60 2001'f DA EI{IRÀDÀ
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165 CÀV, SÀl,lTÀNA 08102,192 8'14'18;9 230f1' 37.5' 4.3 8.7 120,0 2.4 1.6 1,5 0,5 2,0 0,25
-0.11 3.10 0,00079 ln,83 n,62 5,69 R$$',reffCiÀ
166 cÀV, SNTÀIü 08l02lsz 7.62,19,6 39.0;l', i.4;5ii ,4;0.18.6 223,1 1.5 0.8 >>>> >>>> 2,7 0'28 '0.38 2.3i 0.00490 190.55 4i.69 5.12 ESTÀLÀC. l,ßl'lc.
167 BÀnR0 DÀ SERRÀ 0lgl02l92 8'04 2i.2 295:1 43,0 8,3 5.2 155,0 3,9 3,6 )>>> >)>) 2.9 0.34 0,31 2,87 0.00135 218.78 20{.17 5,{5 P0C0 SÀBESP
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172 CAV, t. BRANCÀ 06109192 >))>> )>>> >>>>) 37.5 35.5 i .i >>>)>>> >>>>>>> >>>))>) >>>)>) GoI. ÀRÂGoNIIÀ
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i
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Anero 5.4 - Listagem da dureza total (mfi equivalentes a CaCO3), condutividade corrigida
para 20oC e razão molar CaÂvfg das amostras de água coletadas.
No. Col lecting Site Total Hardness Corrected Conductìvity l'lolar Callllg
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Universìdade de Sao Paulo. Inst. Geoc ienc ias Page : , .;,2
Totaj Hardness, Conductivity at 20'C and l¡lolar Ca/Mg Report Date : t2/oe/s4
No. Collecting Site Total Hardness Corrected Conductivity l'lolar Ca/t4g
I
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3.80 ,.,
144 SIS. TEl4. DESI'1. 31.58 40.95 ,' , ' ;
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157 SISl. P.EISCARiAT ', .':106'.73 250.58 ?.99 , l
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*tu UNIDADIiS LITOESTRATIGRÁFICAS
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Gronirciides pós-rectônicos i, rtocíco v, Vorgem
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L-e f ps.c] Gobro de Apioí
FORMAçõES LITOLOGIA
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P ã frMSeM] eos.o Vinre - Merocdccírios doromíricos e cdcí,icos
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'J_ ,r/ I gLIMSIM,J uino de Furnos-Metocohdrios cotcíricos bondodos
CONVENçõi: S
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.¿-Ç -*- ^. -. Anliclinol com rnergulho do plono oxiol
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2 - -17i'
./ -*- J9 Alilude de ocomomenlo
./ -../ '? -t
/-// -u --- _ ,¿¿ Zono de cisolhomento defin¡do e provcivel
¿//' / "í^"rnl-,'-2--/
;i? __^ ^ d,.' Folha com movimenlo inverso predominonle
- - Contolo liloldgico def inido e oproximodo
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Å,-L i-iã-romento RrÞerro -_, +, f-* Con lo lo I ronsic ionol
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PM Sp -'- :::-:?):z lntercoloções o : melorenito cg,meloconglomerodo
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9 1 3km PMg \ m,mórmore mb. melobcísico
48o45'
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Adoprodo de Componha, lggl