Atos Administrativo-1-21 - 220823 - 161208
Atos Administrativo-1-21 - 220823 - 161208
Atos Administrativo-1-21 - 220823 - 161208
ATOS ADMINISTRATIVOS
PONTOS MAIS COBRADOS – Os gráficos abaixo demonstram, entre os tópicos dessa
matéria, quais são os pontos mais cobrados.
Como vocês podem ver, os tópicos Elementos do Ato Administrativo, Atributos do Ato
Administrativo e Extinção dos Atos Administrativos são os pontos mais cobrados nas
provas de Concurso Público.
Audioaula
Videoaula
1. ATO ADMINISTRATIVO
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo pode ser conceituado como a “declaração do
Estado, ou de quem lhe faça as vezes, no exercício das prerrogativas públicas, manifestada e diante
providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e sujeitas a controle de
legitimidade por órgãos jurisdicionais.”
Portanto, a grosso modo, podemos estabelecer que ato da administração é um gênero que contempla as várias
espécies de atos praticados pela Administração, atos privados, atos políticos, os atos administrativos e etc.
FICA A DICA
• Nem todo ato da administração é ato da administrativo; • Nem todo ato administrativo é praticado pela Administração;
Da mesma forma, como meio de evitar o descumprimento das normas postas, a competência é improrrogável,
isto é, a competência não pode ser atribuída ao agente público que praticou o ato para o qual não tinha
competência, mesmo nos casos em que não há objeção de terceiros.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?”
Imagine a vida de um advogado recém-formado, assistente de Desembargador, trabalhando feito cachorro e estudando para Concurso
Público. Vamos falar a verdade, aqui entre nós, ele está na m*!Ele trabalha, trabalha, trabalha e o Desembargador, que vai no Gabinete só
na parte da manhã, simplesmente assina o voto que ele escreveu, sem ao menos ler. Então, um belo dia ele acordou revoltado, resolveu
deixar de ser “trouxa” e assinou um ato com o seu nome: “Fulano da Silva – Desembargador”. Peraí, ele tem competência para editar
esse ato? NÃO. Conforme estudado, a competência não pode ser atribuída ao agente público que praticou o ato para o qual não tinha
competência. Moral da história: o Desembargador se irritou com ele e acabou exonerando o rapaz, agora ele está em um nível abaixo da
m*! kkkkkkkkkk (Pessoal, isso é uma brincadeira. Eu sei bem o que é ser concurseira, o que é ficar estudando horas a fio. Eu sei bem. O
esforço de vocês vai valer a pena! EU NÃO TENHO DÚVIDA!)
• Excesso de poder: situação em que o servidor público excede os limites de sua competência.
• Funcionário de fato/Função de fato: ocorre quando o servidor público encontra-se irregularmente investido
no cargo, emprego ou função pública, mas age com a aparência de legalidade.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?”
Determinado servidor público já aposentado continua trabalhando com aparência de legalidade e edita diversos atos administrativos.
Nesse caso, conforme entendimento da doutrina e jurisprudência, admite-se a convalidação/correção desse vício relativo de competên-
cia, haja vista que o agente público estava atuando com aparência de legalidade e suas condutas são imputadas à pessoa jurídica na
qual o mesmo encontra-se inserido (funcionário de fato -> Teoria da Imputação Volitiva).
2.2. FINALIDADE
A finalidade pública refere-se ao objetivo que se pretende al- DESVIO DE PODER/
cançar com a prática do ato administrativo. Tal como todos os FINALIDADE É MATÉRIA
FACIL, QUE CAI EM PROVA!
outros elementos, sua definição é sempre legal, portanto, a
violação ao elemento finalidade ocorre sempre que a finalidade NÃO PERCA
ESSE PONTO!
buscada pelo ato não traduzir aquela definida em lei. Questões
86 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
Ressalta-se que em determinadas
FICA A DICA – ABUSO DE PODER:
gênero que contempla as espécies:
situações o ato é praticado em
conformidade com o interesse público,
Desvio de Poder: vício de finalidade (também denominado
mas com desvio de finalidade
desvio de finalidade). O agente pratica o ato administrativo
para o qual tem competência, contudo, com o objetivo de específica da medida, como ocorre
atingir finalidade diversa do interesse público. na situação em que o servidor público
é exonerado pelo seu superior que
Excesso de Poder: vício de competência: ao praticar o
possui a intenção de puni-lo. Nesse Audioaula
ato administrativo, o agente público extrapola os limites de
sua competência. caso, mesmo que o servidor tenha cometido alguma
infração administrativa grave e que a punição seja devida,
o ato foi praticado de forma viciada, uma vez que a exoneração se refere à hipótese de perda do cargo que não
possui qualquer caráter punitivo, diferentemente do ato de demissão. Nessa situação, o vício de finalidade é um
vício de legalidade que irá ensejar a anulação do ato.
Lembrem-se que, EM REGRA, o vício de finalidade não é passível de convalidação. Todavia, existem exceções.
No ato de desapropriação, caso houver o desvio da finalidade da específica mantendo-se a finalidade genérica
do ato, qual seja a busca pelo interesse público, não haverá ilegalidade.
TRADUÇÃO JURÍDICA
2.3. FORMA
A forma é o aspecto exterior que reveste o ato administrativo e a exigência de tal requisito reside no fato
de que os atos administrativos decorrem de procedimento administrativo prévio.
Assim, para que o ato seja válido devem ser atendidos os critérios formais previamente definidos em lei. Destaca-
se o desrespeito às formalidades específicas definidas em lei não gera a inexistência da medida, mas sim a sua
ilegalidade.
Cumpre ressaltar que a forma escrita prevalece na maioria dos atos administrativos, uma vez que esta
forma prestigia o princípio da publicidade e permite o controle/transparência das medidas da Administração.
Entretanto, da mesma forma que se exige a formalização para garantir a regular prática dos atos administrativos,
deve-se ter em mente que a forma não configura a essência do ato, ou seja, trata-se tão somente de um mero
instrumento necessário para que a conduta administrativa alcance os seus objetivos. Nesse sentido, a doutrina
costuma apontar o princípio da instrumentalidade das formas, dispondo que a forma não é essencial à prática
do ato, mas tão somente o meio, definido em lei, pelo qual o poder público irá alcançar seus objetivos.
Por essa razão, em uma dada situação em que o ato apresenta um mero vício de forma e encontra-se apto
para alcançar a finalidade legal e atender ao interesse público, o ato não será anulado, devendo operar-se a
convalidação/ratificação dos vícios.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?”
No bojo de um processo administrativo disciplinar, a Administração deve notificar por escrito o agente público
para que o mesmo se manifeste formalmente. Contudo, um dos membros da comissão processante resolveu
notificar o agente mediante uma mensagem de WhatsApp. Isso está certo? Não, a forma correta não foi adotada
-> vício de forma. Entretanto, o agente, após receber a mensagem do WhatsApp, encaminhou a sua defesa.
Portanto, o ato, a despeito de ter sido editado em desconformidade com a forma prevista em lei, alcançou a
sua finalidade (assegurar a manifestação do agente público). Portanto, nesse caso estamos diante de um vício
de forma relativo, que é passível de correção/convalidação, haja vista que o ato, ainda que viciado, alcançou
a finalidade prevista.
• Vícios relativos a forma: o defeito sanável no elemento forma torna o ato anulável, sendo possível a
convalidação do vício de forma, em conformidade com o Princípio da Instrumentalidade das Formas.
MACETE: para convalidar é preciso ter FOCO = FO (Forma) + CO (Competência). Os vícios relativos nos
elementos forma e competência são passíveis de convalidação.
Contudo, em algumas situações, o vício de forma é insanável, quando atinge diretamente o próprio conteúdo do ato, como ocorre,
por exemplo, nas situações em que foi expedida uma Instrução Normativa declarando a utilidade pública de um bem imóvel para
fins de desapropriação. Sabe-se que para desapropriar um bem a legislação exige a edição de um decreto.
• Silêncio administrativo: conforme estudado, o silêncio não produz qualquer efeito, salvo as hipóteses em que a lei estabelece
que a ausência de manifestação do Estado implica em aceitação tácita de determinado fato ou até mesmo negativa em razão do
decurso de tempo.
Excepcionalmente admite-se a utilização de outras formas que não sejam escritas. Ex: os agentes de trânsito emitem comandos so-
noros, um silvo breve significa “siga”, dois silvos significa “pare”.
No que se refere ao silêncio administrativo, nas situações em que o poder público é omisso e descumpre um
dever legal, cabe controle pelo Poder Judiciário que poderá ser efetivado mediante a provocação de qualquer
interessado. Nesse sentido, o Poder Judiciário pode determinar que o agente público pratique o ato em confor-
midade com a lei. Trata-se de controle de legalidade e não controle de mérito.
2.4. MOTIVO
O motivo é elemento importantíssimo e deve encabeçar todo ato administrativo, uma vez que refere-se ao fun-
damento jurídico que autoriza a prática do ato. Trata-se, portanto, de um elemento discricionário que confere
certa margem de escolha ao agente público.
Cumpre ressaltar que a Teoria dos Motivos Determinantes define que os motivos apresentados como
justificadores da prática do ato administrativo vinculam este ato e, caso as razões apresentadas estejam
viciadas, o ato será nulo. Ou seja, os motivos alegados pela Administração passam a integrar a conduta praticada
e, caso esses sejam ilegais, o ato restará viciado. Neste sentido, dispõe o art. 50, §1°, da lei 9.784/99, que
‘’A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte
integrante do ato”.
Ademais, cumpre ressaltar que a motivação integra um dos elementos formais do ato administrativo, vez que
representa a explicação, por escrito, da razão do Poder Público ter tomado as suas decisões.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?”
Considere que, no exercício do poder discricionário, determinado agente público indique os motivos fáticos que justifiquem a realização
do ato. Nessa situação, verificando-se posteriormente que tais motivos não existiram, o ato administrativo deverá ser anulado
EXEMPLIFICANDO: Carlos foi exonerado do cargo em comissão que ocupava em razão da alegação de que a instituição precisava
realizar um conte de verbas. Entretanto, no dia posterior à sua nomeação, Bruno foi nomeado para ocupar exatamente o lugar de Car-
los. Nessa situação, verifica-se que o motivo alegado é falso. Nessa medida, o ato de exoneração se torna viciado. O vicio no motivo
-> enseja o vício no ato. .
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?”
A motivação pode ser uma motivação aliunde quando o administrador justifica a prática do seu ato com base
em uma motivação anterior. EXEMPLICANDO: uma autoridade pode decidir editar um ato administrativo
com base nos fundamentos apontados em um parecer.exoneração se torna viciado. O vicio no motivo ->
enseja o vício no ato. .
Questões
88 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
Para complementar, assista o vídeo do meu Canal do Youtube Professora Gabriela Xavier
https://youtu.be/phVoneDov44
FICA A DICA
O ato administrativo editado, sem expor fundamentos de fato e de direito que justifique a negativa do pedido
feito à Administração, é um ato viciado –> vício no elemento forma. O ato foi emanado sem o devido motivo, ou
seja, não seguiu os requisitos/forma legal prevista.
Audioaula
No que se refere ao tema, em relação a concursos públicos, a súmula 684 do Supremo
Tribunal Federal dispõe que “É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso
público.”
Destaca-se que o motivo é o fundamento jurídico que autoriza a pratica do ato administrativo e a motivação, por
sua vez, refere-se à exposição dos motivos do ato, estabelecendo uma fundamentação lógica entre a situação
descrita em lei e os fatos efetivamente ocorridos.
Vícios relativos ao motivo: inexistência ou falsidade do motivo.
posição de meios indiretos de coerção, para fins de coibir o particular a cumprir determi-
nada medida do Poder Público Ex.: multa.
4. Autoexecutoriedade ou executoriedade: trata-se da prerrogativa na qual a Adminis-
tração, em uma determinada situação de emergência ou em razão de expressa previsão
legal, executa diretamente uma medida fazendo uso de meios diretos, compelindo material- Audioaula
mente o particular a cumpri-la (independentemente da intervenção do Poder Judiciário). Ex.:
reboque de veículo estacionado na calçada; apreensão de mercadorias contrabandeadas (execução material).
Esse atributo não está presente em todos os atos administrativos.
Cabe destacar que a autoexecutoriedade faz com que o agente público não precise pedir para praticar o ato.
Contudo, caso ocorram excessos pelo administrador, existirá sim o controle judicial de legalidade. Lembre-se:
com a violação do princípio da razoabilidade (caso a medida adotada pelo agente público seja desproporcional)
o ato se torna viciado, tornando-se passível de anulação/controle judicial.
5. Tipicidade (Maria Sylvia Zanella di Pietro): trata-se do atributo que estabelece que para cada finalidade a
ser alcançada, a lei prevê a figura/espécie de ato administrativo determinado. Ou seja, esse atributo está li-
gado ao respeito a cada espécie de ato administrativo. Trata-se de limitação ao agente público, para fins de coibir
a prática de atos não previamente estipulados por lei. Ex: a desapropriação será declarada mediante Decreto ->
o ato do tipo “Decreto” deve ser respeitado.
Nessa medida, o ato pode ser ato perfeito + válido + eficaz (o ato completou seu ciclo de formação), ato perfeito
+ inválido + eficaz (o ato completou seu ciclo de formação mas é ilícito), ato perfeito + válido + ineficaz (ato
completou todo o seu ciclo de formação mas não esta apto a produzir a efeitos e ato perfeito + inválido + ineficaz.
Ademais, os atos poderão produzir o denominado efeito prodrômico, efeito que enseja/impõe uma outra atu-
ação administrativa. Tal efeito está presente nos atos complexos que são formados pela manifestação de von-
tade de mais de um órgão. Nesse caso, a manifestação de vontade do primeiro órgão impõe/obriga a manifes-
tação de vontade do outro órgão. Desse modo, no momento de formação desses atos, quando a primeira
autoridade se manifestou surge a obrigação de uma segunda autoridade também fazê-lo. Esse efeito de
quebra da inércia administrativa é o que chamamos de efeito podrômico.
Portanto, esse efeito surge antes do ato concluir seu ciclo de formação, consubstanciando-se em situação de
PENDÊNCIA de alguma outra formalidade. A primeira manifestação de vontade enseja a obrigatoriedade de uma
segunda manifestação de vontade que ainda está pendente. Portanto, este efeito se configura com o dever da
segunda autoridade de se manifestar quando a primeira já se manifestou.
FICA A DICA
O Ato Administrativo pode ser:
a) Existente, válido e eficaz;
b) Existente, inválido e ineficaz;
c) Existente, válido e ineficaz;
d) Inexistente: atos que não produzem efeitos jurídicos na esfera de interesses do administrado, uma vez que o
ato é juridicamente ineficaz. O vício de inexistência não admite convalidação ou conversão.
Audioaula
FICA A DICA
O Poder Judiciário exercerá tão somente o controle quanto à legalidade do ato administrativo e não analisará o mérito adminis-
trativo (competência do Poder Executivo), em respeito ao Princípio da Separação dos Poderes. Contudo, em atenção ao princípio
da razoalibilidade, o poder judiciário poderá controlar os limites do mérito administrativo, sendo este um controle de legalidade das
medidas administrativas que desrespeitarem o princípio da proporcionalidade.
TRADUÇÃO JURÍDICA
Entretanto, destaca-se que o Poder Judiciário poderá controlar a discricionariedade do ato administrativo
quanto aos limites de razoabilidade/proporcionalidade da aplicação daquele ato (limites do mérito
estabelecidos na lei) e quanto ao eventual desvio de finalidade praticado. Ou seja, caso o agente público aplique
a penalidade de demissão a um servidor que se ausentou no serviço por apenas um dia, tem-se a aplicação
de uma sanção desproporcional à gravidade do ato e, haja vista que tal determinação ofende o princípio da
razoabilidade (ilegalidade), a mesma deverá ser anulada pelo Judiciário.
Cumpre ressaltar que o controle realizado pelo Poder Judiciário NÃO irá, diante da anulação do ato, editar
novo ato administrativo em flagrante usurpação de funções administrativas.
4. Atos enunciativos: são todos aqueles atos em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um
fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, razão pela qual não se sujeitam à discricionariedade do
administrador. São espécies de atos enunciativos:
• Certidões (administrativas): cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes no
processo, livro ou documento que se encontre nas repartições públicas. Ex: certidão de casamento.
• Atestados: atos pelos quais a Administração comprova um fato ou uma situação de que tenha conheci-
mento. O atestado comprova um fato ou uma situação existente, mas não constante nos livros, papéis ou
documentos em poder da Administração. Ex: atestado da perícia médica que comprove a incapacidade
de um servidor público.
• Pareceres: manifestação de órgão técnico sobre assuntos submetidos a sua consideração. Há situações
em que a ausência de parecer enseja a nulidade do ato por vício na regularidade. Ex.: parecer jurídico nas
situações de inexigibilidade de licitação.
Destaca-se que o agente público não está vinculado às conclusões do parecer, razão pela qual o parecerista
só é responsabilizado por ato administrativo no caso de culpa ou dolo. Lembre-se, contudo, que no caso do
parecer obrigatório, não sendo ele emitido, o processo administrativo não terá
seguimento até a sua apresentação. ATOS ENUNCIATIVOS
C -> Certidão
ATENÇÃO: O tema acerca da responsabilização do parecerista é um tema polêmico, parte A -> Atestado
da doutrina entende que quando estivermos tratando de parecer vinculante, ou seja, aquele
que vincula a atuação da Administração, que deverá agir P -> Parecer
em conformidade com os seus termos, o parecerista será responsabilizado. A -> Apostila
• Apostila ou averbação: ato administrativo através do qual o ente estatal acrescenta informações constantes
em um registro público.
5. Atos Punitivos: são os atos que contêm uma sanção imposta pela Administração àqueles que infringem dis-
posições legais ou regulamentares. Espécies:
• Multa: toda imposição pecuniária a que se sujeita o administrado a título de compensação em razão do dano
presumido da infração;
• Interdição administrativa: punição que se funda no poder de polícia administrativa.
Exemplo: proibição do exercício de determinada atividade;
• Destruição de coisas: é o ato sumário da Administração pelo qual se inutilizam alimen-
tos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis ou nocivos ao consumo ou de
uso proibido por lei.
Questões
94 Número de acertos = ______
Questões resolvidas
7. PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS ATOS ADMINIS-
TRATIVOS
7.1. QUANTO AO SEU ALCANCE
I – Atos internos: ato destinado a produzir efeitos internos na repartição administrativa
e, por essa razão, incide unicamente sobre os órgãos e agentes da Administração que os
expediu. Audioaula
II – Atos externos: alcançam os administrados, os contratantes e, em certos casos, os próprios servidores.
FICA A DICA
O ato individual pode se referir a vários indivíduos, que estarão identificados no ato administrativo. Ex: nomeação de candidatos apro-
vados no Concurso Público.
I – Ato simples: atos que resultam da manifestação de vontade de um único órgão, unipes-
soal ou colegiado.
II – Ato complexo: ato que se forma pela conjugação de vontades independentes
de mais de um órgão administrativo. No ato complexo, integram-se as vontades de
órgãos distintos para a formação de um mesmo ato. O ato complexo só se aperfeiçoa Questões
Número de acertos = ______ 95
Questões resolvidas
com a integração das vontades e, a partir desse momento, torna-se atacável por via
administrativa ou judicial. O ato complexo é formado pelo somatório de vontades de
órgãos públicos independentes, de mesmo nível hierárquico.
III – Ato composto: ato que resulta da manifestação de vontade de um único órgão, mas
depende da verificação por parte de outro para se tornar exequível. Ex.: uma autori-
zação que dependa do visto de autoridade superior. Esse ato é composto por dois atos,
sendo um ato principal e o outro acessório.
Audioaula
FICA A DICA
Nos atos complexos e compostos, temos um fenômeno conhecido como efeito atípico prodrômico, que é a situação de pendência
de alguma formalidade para que o ato conclua seu ciclo de formação. Desse modo, quando a primeira autoridade já se manifesta
surge a obrigação de uma segunda autoridade a também fazê-lo. Essa obrigação traduz o efeito prodrômico, que surge antes do
ato concluir seu ciclo de formação. Trata-se de situação de pendência de alguma formalidade para fins de aperfeiçoamento do ato.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?”
Ato complexo: o ato complexo é um verdadeiro casamento. Quando o Padre pergunta para o noivo se ele aceita se casar com você
e ele disse: “sim”, já existe casamento? NÃO! Você precisa aceitar né? Ou seja, não basta a manifestação de só de um dos noivos. É
necessário a soma de vontades!!!
E é mais ou menos assim que funciona o preenchimento de vaga de Ministro do STF: indicação do nome pelo Presidente da República
+ Aprovação do nome pelo Senado Federal
Ato composto: o ato composto é um pouco diferente, pois existe uma manifestação de vontade é principal e a outra é acessória. Ex:
um servidor expediu uma multa, mas essa só poderá produzir efeitos após a homologação pelo seu superior hierárquico.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?”
Dessa forma, o ato pode ser:
a) ato perfeito + válido + eficaz: o ato completou o seu ciclo de formação.
b) ato perfeito + inválido + eficaz: ato que possui um vicio de legalidade e ainda não foi anulado.
c) ato perfeito + válido + ineficaz: ato que completou todo o seu ciclo, porém ainda não está apto a produzir efeitos. Trata-se
um ato pendente. Ex: ato de autorização para casar na praia é um ato perfeito, entretanto, só produzirá efeitos no dia marcado
para celebração do casamento.
d) ato perfeito + inválido + ineficaz: o ato possui irregularidades e não está apto a produzir efeitos.
Trata-se da retirada do ato administrativo ilegal do mundo jurídico, apagando todos os efeitos por ele produzi-
dos, como se esse ato não tivesse sido praticado. A competência para anular o ato administrativo ilegal pertence
à própria Administração e ao Poder Judiciário.
A anulação do ato produz efeitos EX TUNC, ou seja, efeitos que retroagem à data da origem do ato, aniquilando
todos os efeitos até então produzidos.
Destaca-se que a anulação dos atos administrativos que decorram efeitos favoráveis para os destina-
5 tários deve ser realizada no prazo de 5 anos (prazo decadencial), nos termos do Art. 54 da Lei nº
9784/99. Salvo, claro, se comprovada má-fé.
Em algumas situações excepcionais, os atos nulos podem ter seus efeitos mantidos por meio da aplicação da
Teoria da Aparência, Teoria da Convalidação ou Princípio da Proteção à Confiança. Destaca-se que trata-se
de entendimento doutrinário recente no sentido de que a anulação de atos unilaterais ampliativos, desde que
comprovada a boa-fé do beneficiário, irá gerar efeitos ex nunc. Trata-se de hipótese que ainda gera muita dis-
cussão doutrinária quanto à sua aplicação, fiquem atentos a essa exceção.
TRADUÇÃO JURÍDICA
“Como assim prof.?”
Vamos imaginar que um determinado servidor tenha sido nomeado para um cargo de provimento efetivo sem prévia aprovação em
concurso público. Nesse caso, a nomeação é nula. Entretanto, os atos praticados por esse agente, que estava atuando na máquina
pública com aparência de legalidade, possuem um vício de competência que será convalidado, em atenção ao princípio da segurança
jurídica e Teoria da Imputação Volitiva. Nessa medida, não haverá devolução dos salários desse agente, sob pena de enriquecimento
da Administração Pública. Trata-se de uma anulação que gera efeitos ex nunc.
Destaca-se que a anulação configura ato administrativo constitutivo que deve ser realizado através de processo
administrativo prévio, em que se respeite o contraditório e ampla defesa, sempre que a anulação puder gerar
prejuízos na esfera individual dos particulares.
FICA A DICA
• A Administração pode anular seus atos de ofício ou a requerimento do interessado. Contudo, o Poder Judiciário só pode anular
atos administrativos se for provocado.
• Em geral, a anulação do ato administrativo não enseja o pagamento de indenização, contudo, caso comprovado que a anulação
implica em dano anormal ao particular que agiu de boa-fé, admite-se o pagamento de indenização.
• A anulação do ato administrativo viciado é um dever VINCULADO da Administração, ou seja, caso verificado o vício de legalidade
o Poder Público DEVE anular a medida.
• Teoria da Aparência/funcionário de fato: a nomeação de servidor sem concurso público é nula, contudo, os atos praticados
por esse agente enquanto encontrava-se em exercício são válidos perante terceiros, em atenção ao Princípio da Segurança
Jurídica e Teoria da Imputação Volitiva.
Na anulação será editado um novo ato, denominado ato anulatório, secundário, constitu-
tivo para extinguir o ato anterior.
8.1.1. Convalidação
Desde que não cause prejuízo a terceiros, havendo nulidade relativa (vício sanável), o ato
praticado poderá ser convalidado. Neste sentido, são requisitos de convalidação (correção
ou ratificação dos vícios ou defeitos de um ato):
a) a convalidação não deve desencadear lesão ao interesse público e nem a terceiros; Audioaula
b) o ato deve possuir defeitos sanáveis (passíveis de convalidação – vícios relativos nos elementos forma e
competência).
Destaca-se que são passíveis de convalidação os atos com defeitos SANÁVEIS
nos elementos competência e na forma. Os defeitos no objeto, motivo e finalidade PONTO MAIS
são insanáveis. Ademais, a convalidação gera efeitos ex tunc, ou seja, efeitos COBRADO
que retroagem a data de edição do ato como se o ato tivesse sido editado sem
qualquer vício.
FICA A DICA
Conforme estabelece a doutrina majoritária, a convalidação pode ser de três espécies:
Ratificação: quando é feita pela mesma autoridade que praticou o ato originário.
Confirmação: quando é feita por uma autoridade diferente.
Saneamento: quando é realizada pelo particular. Ex: ato que dependa da manifestação de vontade do indivíduo.
O ato anulatório pode ser vinculado quando se trata de hipótese de ato maculado com vícios insanáveis, ou
discricionário, quando estivermos diante de ato que possui vícios sanáveis. Nesse último caso, a Adminis-
tração pode optar pela convalidação ou anulação do ato.
Não podem ser objeto de convalidação os atos:
ATENÇÃO
• Ato com vícios nos elementos objeto, motivo e finalidade. Na convalidação será editado
• Atos que possuem defeitos graves nos elementos competência e forma um ato convalidatório a fim de
sanar o vício existente no ato
que são insanáveis e cuja convalidação possa causar lesão ao inter-
originário, e com isso restaurar
esse público. a legalidade.
• Quando a convalidação possa gerar prejuízos a terceiros.
• Quando tratar-se de defeitos graves.
Por fim, cabe asseverar que a convalidação do vício sanável no ato administrativo depende de uma análise de
conveniência e oportunidade da administração (discricionariedade).
8.2. REVOGAÇÃO
Trata-se de forma de extinção do ato administrativo, cabível quando o ato é lícito, contudo, é inconveniente ou
inoportuno. Na revogação, o ato é legal, contudo, não foi a melhor escolha dentro daquela pequena margem
de liberdade que a lei conferiu ao administrador público. A revogação gera efeitos ex nunc, ou seja, os efeitos
jurídicos até então gerados pelo ato revogado devem ser preservados.
ATENÇÃO
A competência para revogar pertence à Administração Pública (princípio da
autotutela), sendo que o Poder Judiciário não possui tal competência. Destaca-se que não é
possível a revogação dos seguintes atos: atos consumados (aqueles que já produziram seus
efeitos); atos irrevogáveis nos termos da lei; atos que geram direitos adquiridos; atos vin-
culados; atos enunciativos (atestam situações ou emitem mera opinião da Administração);
atos que geram direitos adquiridos; atos de controle; atos já exauridos; atos enunciativos;
um simples ato do procedimento licitatório (notem, é possível a anulação de um único ato
Questões
Número de acertos = ______ 99
Questões resolvidas
do processo licitatório, contudo, caso haja revogação, esta deve contemplar a Licitação
integralmente).
FICA A DICA
• A doutrina majoritária nega o EFEITO REPRISTINATÓRIO DO ATO ADMINISTRATIVO, ou seja, a
revogação do ato revocatório não ressuscita o primeiro ato revogado.
• Na revogação, será editado um novo ato, denominado ato revocatório, para extinguir o ato anterior. Des-
taca-se que a competência para revogar o ato administrativo é IRRENUNCIÁVEL e INTRANSMISSÍVEL.
• É impossível revogar a anulação. Audioaula
REVOGAÇÃO ANULAÇÃO
– Ato inconveniente ou inoportuno – Ocorrência de ilegalidade
– Natureza discricionária – Natureza vinculada
– Competência da Administração – Competência: administração e poder judiciário
– Efeito ex nunc – Efeitos ex tunc
– Prazo de 5 anos
8.3. CASSAÇÃO
Ocorre quando o particular beneficiado pelo ato deixa de cumprir os requisitos para permanência da vantagem
conferida pela Administração. Ex.: cassação da carteira de habilitação veicular em decorrência do excesso de
multas.
8.4. CADUCIDADE
Extinção do ato administrativo em razão de lei superveniente que impede a manutenção do ato inicial-
mente editado. Ex.: perda do direito de utilizar o imóvel com fins comerciais, haja vista a edição de nova lei que
transforma a área em zona residencial.
Audioaula
Audioaula
102