Profecias Por Ilações Teológicas

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Profecias por

ilações teológicas
(Versão 4)

“Mesmo que a janela seja a mesma, nem todos


os que se debruçam veem as mesmas coisas: a
vista depende do olhar.” (ALDA MERINI)

“Se as premissas não forem certas, a conclusão


não o poderá ser.” (ALLAN KARDEC)

Paulo Neto
Copyright 2018 by
Paulo da Silva Neto Sobrinho (Paulo Neto)
Belo Horizonte, MG.

Capa:
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estudo-biblia.png

Revisão:
Hugo Alvarenga Novaes

Diagramação:
Paulo Neto
site: www.paulosnetos.net
e-mail: paulosnetos@gmail.com

Belo Horizonte, janeiro/2018.

2
Índice
Introdução......................................................................... 4
A lista de passagens dos “caçadores” de profecias..........6
Conclusão........................................................................63
Referências bibliográficas...............................................64
Textos de nossa autoria sugeridos..................................66
Dados biográficos do autor.............................................68

3
Introdução

No ebook Os profetas
previram episódios da vida
de Jesus, (1), nós analisamos 45
passagens bíblicas nas quais há
referência a textos do Antigo
Testamento que tenha sugerido
um fato ou numa ocorrência com
Jesus.

Em resumo, o que encontramos foi:

Evangelhos/cartas Quant. Percentual

Marcos 7 15,6%

Mateus 16 35,5%

Lucas (inclui Atos) 9 20,0%

João 7 15,6%

Pedro e Paulo (Cartas) 6 13,3%

Total 45 100%

4
Navegando pela internet não será difícil entrar
listas que números elevados, tais como uma lista
com 312 profecias (2) e outra com a extraordinária
quantidade de 365 profecias (3)

Passaremos agora para a análise de mais 39


supostas profecias que, segundo entendem, fazem
parte de 60 situações relacionadas a Jesus, conforme
uma lista disponível na WEB. (4) Informamos que elas
não têm registro expresso no Novo Testamento, as
que nele constam foram analisadas no ebook
mencionado.

5
A lista de passagens dos “caçadores” de
profecias

Faremos essa análise de forma diferente


daquela que usamos em Os Profetas Previram
Episódios da Vida de Jesus?, não citando a
correspondente passagem do Novo Testamento que
seria o cumprimento, já que o teor delas é suficiente
para a verificação que, de um lado, nos propomos, e
de outro, para não cansar o leitor fazendo
transcrições de trechos bíblicos que já conhece.

Para a transcrição dos textos bíblicos também


utilizaremos a Bíblia Sagrada – Ave-Maria.

01) Nascido de Mulher

Gênesis 3,15: “Porei ódio entre ti e a mulher,


entre a tua descendência e a dela. Esta te
ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”

Essa passagem não é uma profecia. Pelo


contexto, trata-se de Deus falando a Eva sobre os
castigos que ela deveria sofrer por ter “pecado”. Veja

6
que, se seguirmos esta mesma linha de pensamento,
podemos dizer que ela se aplica a qualquer pessoa
humana, já que, ao que nós sabemos, todos nós
nascemos de mulher.

02) Filho de Deus

Salmo 2,7: “Vou publicar o decreto do


Senhor: Disse-me o Senhor: 'Tu és meu filho,
eu hoje te gerei'.”

2 Samuel 7,12-16: “Quando chegar o fim de


teus dias e repousares com os teus pais,
então suscitarei depois de ti a tua
posteridade, aquele que sair de tuas
entranhas, e firmarei o seu reino. Ele me
construirá um templo, e firmarei para
sempre o seu trono real. Eu serei para ele
um pai e ele será para mim um filho. Se ele
cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara
de homens, e com açoites de homens, mas
não lhe tirarei a minha graça, como a retirei
de Saul, a quem afastarei de ti. Tua casa e
teu reino estão estabelecidos para sempre
diante de mim, e o teu trono está firme para
sempre.”

1 Crônicas 17,11-14: “Quando teus dias se


acabarem e tiveres ido juntar-te a teus pais,
levantarei tua posteridade após ti, um de

7
teus filhos, e firmarei seu reino. É ele que
me construirá uma casa e firmarei seu trono
para sempre. Serei para ele um pai, e ele
será para mim um filho; e nunca retirarei
dele o meu favor como retirei daquele que
reinou antes de ti. Eu o estabelecerei na
minha casa e no meu reino para sempre, e
seu trono será firme por todos os séculos.”

O Salmo 2, conforme se informa na Bíblia


Sagrada – Pastoral, se refere a:

Entronização de um rei da dinastia de


Davi. A cena mostra o ideal de autoridade
política, cuja função é tornar presente a ação
do próprio Deus: defender o povo contra os
inimigos e construir uma sociedade fundada
na justiça e no direito.
Durante a cerimônia, os reis dependentes
já estão planejando um motim. Para aqueles
que sustentam um regime de injustiça e
opressão, o governo justo é como grilhão e
jugo. Comprometido com a justiça, Javé
defende a autoridade política justa,
colocando-se contra os adversários dela.
Deus adota o líder político justo como seu
próprio filho. A função desse líder é tornar
visível a presença e ação do Deus invisível.
Implantando a justiça e direito, a autoridade
política justa é amada pelo povo, e os justos
gostariam que ela governasse o mundo

8
inteiro. (5)

Assim, podemos concluir, pela enésima vez,


que não se trata de uma pessoa específica.

Em 2 Samuel 7,12-16, encontramos a seguinte


explicação: “Eu serei para ele um pai: a saber,
Salomão.” (6). Assim, a pessoa de quem aqui se fala
é Salomão, filho de Davi, portanto descendente de
Davi, que se tornou rei dos Judeus. E, para reforçar,
colocamos esta outra explicação constante de A
Bíblia Anotada:

Esta grande aliança que Deus, em graça,


estabeleceu com Davi incluía as seguintes
provisões: (1) Davi terá um filho que o
sucederia e estabeleceria o seu reino, v.12;
(2) esse filho (Salomão), e não Davi,
construiria o templo, v. 13a; (3) o trono do
reino de Salomão seria estabelecido para
sempre, v. 13b; (4) embora os pecados de
Davi justificassem a disciplina, a misericórdia
divina (heb., hesed) seria eterna, vv. 14-15 a
casa, o reino e o trono de Davi seriam
estabelecidos para sempre (v.16). (7)

Para a passagem 1 Crônicas 17,11-14,

9
encontramos: “Para uma explicação acerca desta
grande aliança feita por Deus com Davi, veja a nota
sobre 2 Samuel 7,12-16.” (8). É a explicação
imediatamente anterior. Observem que os textos das
duas passagens são idênticos.

A respeito deste assunto, podemos ainda


acrescentar de Gilberto Schoereder, o seguinte
trecho do artigo “A Expansão do Catolicismo”,
publicado na revista Vida e Obra de Jesus Cristo,
nº 3:

O historiador Arnold Toynbee diz que foi


no cristianismo paulino que Jesus se
tornou Deus Encarnado: em vida, ele
explica, Jesus não poderia ter aceitado essa
condição, uma vez que era Judeu. O
estudioso diz que nas próprias escrituras
cristãs, pelo menos, por duas vezes Jesus
repudiou a sugestão de que fosse divino.
Jesus era um rabino judeu e, como os
demais rabinos de sua época, pode ter se
denominado Filho de Javé, o que não deveria
ser interpretado ao pé da letra, mas em
sentido figurado. […]. (9) (Nas transcrições e
no texto normal todos os grifos em negrito
são nossos. Quando ocorrer de não ser,
avisaremos.)

10
Mais uma vez, provamos que interpretam a
Bíblia às suas conveniências, já que ser denominado
de Filho de Javé (Deus) não era algo aplicado
somente a Jesus.

03) Filho de Abraão

Gênesis 12,2s: “Farei de ti uma grande


nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu
nome, e tu serás uma fonte de bênçãos.
Abençoarei aqueles que te abençoarem, e
amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem;
todas as famílias da terra serão benditas em
ti.”

Gênesis 22,18: “e todas as nações da terra


desejarão ser benditas como ela, porque
obedeceste à minha voz.”

A promessa que aqui se faz é para o patriarca


Abraão; Deus promete que sua descendência se
tornaria uma grande nação. Não se trata, portanto,
de uma profecia a respeito de Jesus, como querem
atribuir. Por outro lado, o povo judeu, ao que a
História registra, não se tornou uma grande nação,
fracassando, assim, pelo visto, a promessa de Deus.

04) Filho de Isaac

11
Gênesis 21,12: “Mas Deus disse-lhe: 'Não te
preocupes com o menino e com a tua
escrava. Faze tudo o que Sara te pedir, pois
é de Isaac que nascerá a posteridade que
terá o teu nome'.”

Prevalecem as explicações do item anterior,


pois nesta passagem Deus continua fazendo
promessas a Abraão.

05) Filho de Jacó

Gênesis 35,11: “Deus disse-lhes 'Eu sou o


Deus todo-poderoso. Sê fecundo e
multiplica-te. De ti nascerão um povo e uma
assembleia de povos; e de teus rins sairão
reis'.”

Números 24,17: “Eu o vejo, mas não é para


agora, percebo-o, mas não de perto: Um
astro sai de Jacó, um cetro levanta-se de
Israel, que fratura a cabeça de Moab, o
crânio dessa raça guerreira.”

Em Gênesis existe renovação da promessa


feita por Deus a Abraão, agora na pessoa de seu
neto Jacó.

Algumas Bíblias trazem “uma estrela” em vez


de um astro, para o versículo de Números, ao qual

12
explicam: “A estrela no Oriente é sinal dos deuses e
dos reis (Gn 49,1; Is 14,7). Aqui o oráculo se refere à
vitória de Davi contra Moab (2 Sm 8,2).” (10) De fato,
a passagem só pode se referir a algo próximo, pois
fala em fraturar a cabeça de Moab, o líder de uma
raça guerreira.

06) Da tribo de Judá

Gênesis 49,10: “O cedro não se afastará de


Judá nem o bastão de comando de entre
seus pés até que venha o leão a quem
prestarão obediência os povos.”

Miqueias 5,2: “Por isso, (Deus) os deixará,


até o tempo em que der à luz aquela que há
de dar à luz. Então o resto de seus irmãos
voltará para junto dos filhos de Israel.”

Antes, é bom esclarecermos que esse texto


está conforme a Bíblia Sagrada – Vozes, já que ele
se encontra narrado de diversas maneiras em outras
Bíblias. Mas, vejamos as explicações:

O texto é muito difícil e se prestou a


muitas conjeturas. A tradução, até que venha
o leão, resulta da leitura invertida do
misterioso termo siyloh; lendo-se halayis (=

13
leão), obtém-se um sentido que concorda
com o contexto (v. 9). Teríamos aqui um caso
de metátese, fenômeno que permite a
compreensão de alguns textos difíceis da
Bíblia. O v. 10 foi entendido em relação ao
descendente principal de Judá, Davi (Nm 23,
24; 24, 9.17), e este enquanto figura do
Messias (cf. Jo 9, 7). (11)

Do que podemos concluir, que, no texto, é de


Davi que se fala, não de Jesus.

07) Descendente de Jessé

Isaías 11,1: “Um renovo sairá do tronco de


Jessé, e um rebento brotará de suas raízes.”

A explicação para Isaías 11,1-9, na Bíblia


Sagrada – Pastoral, é a seguinte:

Isaías projeta para o reinado de Ezequias


o ideal utópico de uma sociedade que
chegou à realização plena (cf. 6,13; 7,14 e
em nota 8,23b-9,6). Esse reinado se fundará
no total espírito de Javé (sete dons), que fará
surgir uma sociedade alicerçada na justiça,
produzindo paz e harmonia. (12)

Até este ponto da explicação podemos ver

14
claramente que não é a respeito de Jesus que se fala,
mas de Ezequias, filho do rei Acaz. Mas, como já
dissemos, sempre procuram levar essas passagens
para a figura de Jesus, conforme podemos ver na
sequência da explicação:

O Novo Testamento vê o cumprimento do


oráculo na pessoa de Jesus (cf. Mateus.
3,16); é a partir da ação dele que se constrói
o mundo novo, onde todas as coisas se
reconciliam (Ef 1, 10; Cl 1, 20). (13)

08) Será chamado de Senhor

Salmo 110,1 (109,1): “Eis o oráculo do


Senhor que se dirige a meu senhor:
'Assenta-te à minha direita, até que eu faça
de teus inimigos o escabelo de teus pés'.”

Jeremias 23,6: “Sob seu reinado será salvo


Judá, e viverá Israel em segurança. E eis o
seu nome com que será chamado: JAVÉ-
NOSSA-JUSTIÇA!.”

Explicação para os versículos 1-2 do Salmo


110, constante da Bíblia Sagrada – Pastoral:

Israel concebe a autoridade do rei como

15
participação no governo de Deus, que
defende dos inimigos o seu povo. Chamado
para realizar a própria ação de Deus, deseja-
se que o rei vença todos os inimigos. (14)

Portanto, nada de profecia de que Jesus seja


chamado de Senhor, apenas fruto de imaginação
fértil.

Quanto à passagem de Jeremias 23,6 já


falamos um pouco atrás, na análise do versículo 5.

09) Ele se chamará Emanuel

Isaías 7,14: “Pois saibam que Javé lhes dará


um sinal: A jovem concebeu e dará à luz um
filho, e o chamará pelo nome de Emanuel.”

Citam-se Mateus 1,23 e Lucas 7,16 como


realização; porém, como vimos, esse texto de Isaías
se refere ao rei Acaz. Além disso, o nome que o filho
de Maria recebeu foi Jesus e não Emanuel, haja
fanatismo para enxergar coisas onde elas não
existem.

10) Será um profeta

16
Deuteronômio: 18,15-18: “Javé seu Deus fará
surgir, dentre seus irmãos, um profeta como
eu em seu meio, e vocês o ouvirão. Foi o que
você pediu a Javé seu Deus, no Horeb, no dia
da assembleia: 'Não quero continuar ouvindo a
voz de Javé meu Deus, nem quero ver mais
este fogo terrível, para não morrer'. Javé me
disse: 'Eles têm razão. Do meio dos irmãos
deles, eu farei surgir para eles um profeta
como você. Vou colocar minhas palavras em
sua boca, e ele dirá para eles tudo o que eu
lhe mandar.”

Apesar de só mencionar o versículo 18,


achamos por bem transcrever a partir do versículo
15, para que se possa entender melhor esse passo.
Considerando que Deus já havia previsto a morte de
Moisés, Ele já deixa o povo alertado que fará surgir
“dentre seus irmãos” um profeta como Moisés para o
substituir; portanto, não se trata de profecia alguma.

As referências são Mateus 21,11, Lucas 7,16,


João 4,19; 6,47 e 7,40, onde se observa que o povo
tinha Jesus como um profeta. Ora, se o viam assim,
como então o consideram como o próprio Deus em
encarnado?

17
11) Sacerdote eterno

Salmo 110,4 (109,4): “O Senhor jurou e não


se arrependerá: 'Tu és sacerdote para
sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque'.”

Zacarias 6,12s: “E lhes dirás: 'Assim fala o


Senhor dos exércitos: Eis o homem, cujo
nome é Gérmen; alguma coisa vai germinar
de sua linhagem. Ele é que reconstruirá o
templo do Senhor: usará insígnias reais e
sentar-se-á como rei sobre o seu trono; terá
um sacerdote à sua direita, e reinará
perfeita paz entre eles'.”

Um pouco atrás falamos do Salmo 110,1-2;


agora, seguindo as explicações dos versículos 3 e 4,
na Bíblia Sagrada – Pastoral, temos:

O rei é considerado como filho adotivo de


Deus (cf. Sl 2,7). O rei era também
sacerdote-mediador. Jerusalém, de fato, tinha
sido cidade governada por sacerdotes. (15)

Mais uma vez situação da época; não para o


futuro.

Na passagem de Zacarias, para uma melhor


compreensão, devemos colocar os versículos 9-11;

18
sem isso, o texto fica fora do contexto: “A palavra do
Senhor foi-me dirigida nestes termos: 'Vai e recebe a
oferta da comunidade, os dons de Heldai, Tobias e
Jedaia; vai hoje mesmo à casa de Josias, filho de
Sofonias, pois dirigiram-se para lá de volta de
Babilônia. Tomarás prata e ouro e farás uma coroa,
que porás sobre a cabeça do sumo-sacerdote Josué,
filho de Jasedec'”; a partir daqui é que segue o
versículo 12 e seguintes, citados como profecia. Ora,
pelo contexto é claro que se trata de Josué a pessoa
a quem se refere a passagem.

12) Ele julgará

Isaías 11,1-5: “Um renovo sairá do tronco de


Jessé, e um rebento brotará de suas raízes.
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor,
Espírito de sabedoria e de entendimento,
Espírito de prudência e de coragem, Espírito
de ciência e de temor do Senhor. (Sua
alegria se encontrará no temor do Senhor.)
Ele não julgará pelas aparências, e não
decidirá pelo que ouvir dizer; mas julgará os
fracos com equidade, fará justiça aos pobres
da terra, ferirá o homem impetuoso com
uma sentença de sua boca, e com o sopro
dos seus lábios fará morrer o ímpio. A justiça

19
será como cinto de seus rins, e a lealdade
circundará seus flancos.”

Isaías 32,1: “Eis que um rei reinará segundo


a justiça, e os príncipes governarão com
equidade.”

Isaías 33,22: “Porque o Senhor é nosso juiz,


o Senhor é nosso legislador; o Senhor é
nosso rei que nos salvará.”

Conforme já falamos anteriormente, citando


Isaías 11,1-9: “Isaías projeta para o reinado de
Ezequias o ideal utópico de uma sociedade que
chegou à realização plena.” (16), não se trata de
profecia acerca de Jesus.

A passagem Isaías 32,1-5, tem a seguinte nota:


“O projeto de um futuro rei que reina com justiça e
traz prosperidade ao povo se assemelha a Is 9,1-6 e
11,1-9.” (17) Passagens sobre as quais já fizemos
nossos comentários.

Na Bíblia Sagrada – Pastoral, referindo-se ao


capítulo 33 de Isaías, dizem:

Este oráculo provavelmente foi


pronunciado num momento imediatamente
anterior à invasão de Senaquerib, quando de

20
uma suposta embaixada de Ezequias, o qual
teria oferecido ao rei assírio tributos para que
não tomasse Jerusalém. O texto é complexo:
após uma introdução (v. 1), há um salmo de
súplica e confiança (vv. 2-6), uma lamentação
(vv. 7-9) e um anúncio de restauração (vv. 17-
24). Os vv. 14-16 mostram que a prática da
verdade e da justiça é exigência básica para
participação no culto (Sl 15). (18)

Por esse contexto, não se poderia aplicar essa


profecia a Jesus. E, especificamente quanto ao
versículo 22, o termo Senhor aqui está sendo
aplicado ao próprio Deus, como juiz de todos nós.

13) Ele será rei

Salmo 2,6: “Sou eu, diz, quem me sagrei um


rei em Sião, minha montanha é santa.”

Jeremias 23,5: “Dias virão – oráculo do


Senhor – em que farei brotar de Davi um
rebento justo que será rei e governará com
sabedoria e exercerá na terra o direito e a
equidade.”

Zacarias 9,9: “Exulta de alegria, filha de


Sião, solta gritos de júbilo, filha de
Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e
vitorioso; ele é simples e vem montado num
jumento, no potro de uma jumenta.”

21
O Salmo 2,7, já foi comentado anteriormente,
em 02) Filhos de Deus.

Ficam tão perdidos em achar “profecias”, que


muitas vezes acabam citando uma mesma
passagem para mais de uma profecia como, por
exemplo, Jeremias 23,5, que também é citada como
sendo uma profecia de ser Jesus filho de Davi.

Na passagem de Zacarias 9,9, conforme já


afirmamos anteriormente, nos comentários das
profecias constantes do Novo Testamento, a pessoa
em referência é Alexandre Magno.

14) O Espírito do Senhor descansará


Nele

Isaías 11,2: “Sobre ele repousará o Espírito


do Senhor, Espírito de sabedoria e de
entendimento, Espírito de prudência e de
coragem, Espírito de Ciência e de temor do
Senhor.”

Isaías 42,1: “Eis meu Servo que eu amparo,


meu eleito ao qual dou toda minha afeição,
faço repousar sobre ele meu espírito, para
que leve às nações a verdadeira religião.”

Isaías 61,1s: “O Espírito do Senhor repousa

22
sobre mim, porque o Senhor consagrou-me
pela unção; enviou-me a levar a boa nova
aos humildes, curar os corações doloridos,
anunciar aos cativos a liberdade.”

Salmo 45,7 (44,7): “Vosso trono, ó Deus, é


eterno, de equidade é vosso cetro real.”

Quando é dito sobre a profecia “Ele julgará”,


citam Isaías 11,1-5, duplicando desta forma uma
passagem para várias profecias, já que aqui citam
Isaías 11,2. Em “Descendente de Jessé” explicamos
de quem se trata nessa passagem.

A passagem Isaías 42,1 já foi explicada quando


da análise do Novo Testamento.

Na Bíblia Sagrada – Vozes, explicam o Salmo


45:

Este poema nupcial é dedicado ao rei para


exaltar suas qualidades físicas, augurar-lhe a
vitória no campo da batalha e um reinado de
justiça e verdade. Na qualidade de Ungido, é
ele o representante do Senhor na terra e, por
sua função de exercer e promover a justiça, é
intitulado “deus”. (19)

Encontramos também, na Bíblia de

23
Jerusalém:

Neste salmo real, composto para uma


cerimônia de casamento, o salmista louva o
rei (vv. 1-9), exorta (vv. 10-12) e descreve a
noiva (vv. 13-15), pronunciando uma benção
(vv. 16-17). Os lírios. Talvez se tratasse de
uma canção nupcial. (A Bíblia Anotada, pág.
725). A quem se dirigia este canto? Conforme
alguns, este Sl poderia ter sido canto profano
para as núpcias de rei israelita, Salomão,
Jeroboão II ou Acab (que desposou uma
princesa de Tiro, 1Rs 16, 3). (20)

15) O zelo da tua casa me devorará

Salmo 69,9 (68,9): “Tornei-me um estranho


para meus irmãos, um desconhecido para os
filhos de minha mãe.”

Salmo 119,139 (118,139): “O meu zelo me


consome, pois meus adversários esquecem
as tuas palavras.”

Em A Bíblia Anotada, lemos a seguinte


explicação para o Salmo 69:

Este lamento pode ser esboçado da


seguinte maneira: o desespero de Davi
durante a perseguição (vv. 1-12), seu desejo
de punição (para seus inimigos) (vv. 13-28), e

24
sua declaração de louvor (vv. 29-36). (21)

É uma situação vivida por Davi, não uma


profecia para o futuro.

E quanto ao Salmo 119, na Bíblia Sagrada –


Vozes, lemos:

Este longo salmo sapiencial tece


intermináveis elogios à lei divina, revelada
como norma de vida, no relacionamento do
homem com Deus e com o próximo. Cada
estrofe de oito versos – sete mais um
significa uma perfeição – começa com outra
letra, em ordem alfabética. Este artifício
literário tem significado de plenitude:
perfilando todas as letras do alfabeto, o
salmista quer expressar, em todas as
circunstâncias da vida, deste o início até o
fim, seu amor e acatamento à lei divina,
porque nela encontra o bem supremo, luz,
alegria e conforto nas perseguições e no
sofrimento. Oito sinônimos expressam a lei
promulgada por Deus: leis, mandamentos,
preceitos, decretos, prescrições, sentenças,
promessas e palavras. Esses termos
exprimem aquele aspecto da palavra de
Deus que traz exigências concretas para a
vivência da fé e se constitui em lei
permanente para o povo eleito. De seu
acatamento depende a eficácia da aliança

25
divina, que se manifesta pelo cumprimento
das promessas de Deus, feitas a Israel. No
tempo em que Israel perdeu sua soberania
política, especialmente quando não havia
acesso à liturgia no templo, a piedade dos
israelitas, para entrar em contato com Deus,
concentrava-se no estudo da Lei e aplicava-
se à meditação da palavra de Deus, nos
escritos sobre os feitos e as mensagens do
Senhor. Assim Israel descobria o sentido da
vida e hauria força para permanecer fiel à
sua fé. (22)

Pelo conteúdo do salmo, percebemos


claramente que também não se trata de uma
profecia.

16) Um mensageiro irá preparar o


caminho

Isaías 40,3: “Uma voz exclama: 'Abri no


deserto um caminho para o Senhor, traçai
reta na estepe uma pista para nosso Deus'.”

Malaquias 3,1: “Vou mandar o meu


mensageiro para preparar o meu caminho. E
imediatamente virá ao seu templo o Senhor
que buscais, o anjo da aliança que desejais.
Ei-lo que vem, diz o Senhor dos exércitos.”

Vejamos, primeiramente, as explicações sobre

26
Isaías 40, em Bíblia de Jerusalém, Bíblia Sagrada
– Vozes e Bíblia Sagrada – Pastoral,
respectivamente:

a) versículo 3: Textos babilônicos falam


em termos análogos de caminhos
processionais ou triunfais preparados para o
deus ou para o rei vitorioso. Trata-se aqui do
caminho pelo qual Iahweh conduzirá seu
povo através do deserto, em novo Êxodo.
(23);

b) versículos 3-4: A volta do exílio terá a


Deus como guia e se processará por
excelentes estradas. O tema da volta do
exílio como novo, maravilhoso êxodo, é
frequente em Is 40-55, inspirando-se em Jr
31,2-3 e Ez 20,38-42. Os evangelhos
sinóticos aplicam a passagem a João Batista
precursor do Senhor (Mt 3,3; Jo 1,23). (24);

c) versículos 1-11: Em pleno exílio, o


profeta entrevê a alegria de Jerusalém ao
saber que os exilados estão voltando.
Terminou o tempo da escravidão e começa
um novo êxodo. Javé caminha junto com o
seu povo na ternura de um pastor que cuida
do rebanho. É do fundo triste de uma
escravidão sofrida que brota a esperança
alegre e libertadora (cf. Ex. 3,7-9). (25)

27
Ora, por todas essas três explicações,
percebemos que se trata de uma situação
acontecida quando o povo judeu estava no exílio na
Babilônia; portanto, não se refere a Jesus. O contexto
histórico nos diz que a pessoa a quem se refere esta
passagem é Ciro, rei da Pérsia, principalmente
porque podemos confirmar isso em:

a) “Eu o que digo a Ciro: Você é o meu pastor,


e realizará tudo o que eu quero. Eu digo a
Jerusalém: 'Você será reconstruída'; e ao
Templo: 'Você será reedificado desde os
alicerces'” (Isaías 44,28); e

b) “Assim diz Javé a Ciro, o seu ungido, que ele


tomou pela mão: Dobrarei as nações diante
dele e desarmarei os reis; abrirei diante dele
as portas, e os batentes não se fecharão. Eu
mesmo vou na frente de você, aplainando as
subidas; arrombo as portas de bronze e
arrebento as trancas de ferro. Vou lhe entregar
os tesouros escondidos e as riquezas
encobertas, para que você fique sabendo que
eu sou Javé, o Deus de Israel, que chama você
pelo nome. Por causa de meu servo Jacó, e de
Israel, meu escolhido, eu chamei você pelo
nome e lhe dei um sobrenome, embora você
não me conheça, para que fiquem sabendo,
desde o nascer do sol até o poente, que fora

28
de mim não existe nenhum outro. Eu sou Javé,
e não existe outro: eu formo a luz e crio as
trevas; sou o autor da paz e crio a desgraça.
Eu. Javé faço todas essas coisas.” (Isaías 45,1-
7)

Sobre Malaquias, conforme Bíblia Sagrada –


Vozes, podemos dizer que:

O livro supõe a existência do templo e de


um culto organizado, o que nos situa em uma
época posterior a Ageu e Zacarias. Mas a
menção a abusos por parte dos sacerdotes e
a desleixos no culto bem como à leviandade
dos maridos que sem motivo abandonam
suas esposas parece indicar uma época
anterior à reforma de Neemias (445 a.C.).
Nota-se, também, influência do
Deuteronômio; enquanto que o escrito
sacerdotal parece ainda não existir. Todos
esses indícios nos levam a datar o livro na
primeira metade do séc. V a.C., pelo ano 465
a.C. aproximadamente.
A mensagem de Malaquias dirige-se a
uma comunidade profundamente
decepcionada. As promessas de Zacarias e
de Ageu não se tinham realizado. A era
escatológica, tão esperada pela comunidade,
não chegara. A desilusão levara o povo à
indiferença religiosa. A fé em Deus vacilava.
Mas o profeta apresenta a esta comunidade
a certeza da realização do julgamento divino.

29
Esse julgamento é inevitável, ele pode
realizar-se a qualquer momento. A
comunidade deve estar preparada para a
vinda do “dia do Senhor”. E a melhor
preparação é uma vida conforme as
exigências cúlticas e éticas de Deus. (26)

Quanto à passagem de Malaquias 2,17-3,5, na


Bíblia Sagrada – Vozes, explicam:

O profeta responde aos membros da


comunidade que, diante das desordens
sociais e morais e da aparente prosperidade
dos maus, punham em dúvida a própria
justiça divina. No dia do juízo, precedido pelo
seu mensageiro, Deus vai ajustar as contas
com todos os pecadores (cf. 3,3-21). (27)

E especificamente quanto a Malaquias 3,1,


ainda na Bíblia Sagrada – Vozes, encontramos:

O mensageiro, ou o Anjo da aliança, é


alguém que exerce no mundo uma missão
em nome de Deus. No v. 23 o mensageiro é
identificado com o profeta Elias. Jesus o
identificará com João Batista (Mt 11,10). (28)

Pelas desordens da época Malaquias prevê o

30
“Dia do Senhor”, ou seja, o dia do juízo onde todos
seriam julgados pelas coisas que andavam fazendo.
Esse dia seria precedido por um mensageiro, que foi
“identificado com o profeta Elias.”

Vejamos então o que Malaquias (3,23 ou 4,5-6)


diz sobre Elias: “Vou mandar-vos o profeta Elias,
antes que venha o grande e temível dia do Senhor, e
ele converterá o coração dos pais para os filhos, e o
coração dos filhos para os pais, de sorte que não
ferirei mais de interdito a terra.”

Diante desta promessa de Deus o povo judeu


passou a esperar para o fim dos tempos (Dia do
Senhor) a volta de Elias. A questão agora é saber se
Elias voltou ou não. Em Mateus 17,10-13, lemos: “Os
discípulos de Jesus lhe perguntaram: ‘O que querem
dizer os doutores da Lei, quando falam que Elias
deve vir antes?’ Jesus respondeu: ‘Elias vem para
colocar tudo em ordem. Mas eu digo a vocês: Elias já
veio, e eles não o reconheceram. Fizeram com ele
tudo o que quiseram. E o Filho do Homem será
maltratado por eles do mesmo modo’. Então os
discípulos compreenderam que Jesus falava de João
Batista.”

31
Veja bem, caro leitor, existe uma promessa de
Deus dizendo que via enviar Elias; Jesus disse que
Elias já veio e não o reconheceram, ao que os
discípulos compreenderam que João Batista era o
Elias que deveria vir. Aqui temos uma profecia
absoluta (promessa de Deus) que foi cumprida
integralmente; entretanto, aceitar isso significa ter
que também aceitar a reencarnação.

E como já o dissemos, sempre procuram


interpretações que visem justificar seus dogmas; por
isso, para não reconhecerem essa passagem como
prova da reencarnação, apelam dizendo que João
Batista teve um “ministério” semelhante a Elias,
apesar da clareza da passagem.

Mas, pode alguém objetar que Jesus não disse


que João Batista era o Elias, mas, sim, que foram os
discípulos que assim compreenderam, o que é bem
diferente. Tudo bem. Poderíamos iniciar
argumentando que, por várias vezes, Jesus
demonstrou conhecer o pensamento íntimo das
pessoas; e como não disse nada contra o que
pensaram os discípulos, é porque concordou com o
entendimento a que eles chegaram.

32
Podemos demonstrar por outra passagem, já
que não necessitamos do argumento anterior, em
que é o próprio Jesus quem afirmará isso. Vejamos:
“E se vocês o quiserem aceitar, João é Elias que
devia vir. Quem tem ouvidos que ouça” (Mateus
11,14).

Como são incoerentes… Onde existe uma


profecia clara, não a aceitam; onde não existe,
fabricam uma para justificar seus pensamentos.
Normalmente agem como as pessoas que querem
provar que Nostradamus profetizou alguma coisa.
Depois de um fato consumado, procuram, em suas
centúrias, algo que possa se encaixar àquele fato
ocorrido.

Sobre João Batista encontramos citadas duas


profecias. Uma em Mateus 3,3, que se refere a de
Isaías 40,3 e outra em Mateus 11,10 relacionada a
Malaquias 3,1; entretanto, elas aparecem em Marcos
3,2 como se ambas fossem do profeta Isaías, fato
inexplicável se acreditarmos que todos os
evangelistas escreveram por inspiração divina, isto
é, pelo Espírito Santo, ao qual atribuem a condição
de ser a terceira pessoa da Trindade.

33
17) Começará a vida pública na Galileia

Isaías 9,1: “O povo que andava nas trevas viu


uma grande luz; sobre aqueles que habitavam
uma região tenebrosa resplandeceu uma luz.”

É curioso ver como as elucubrações feitas,


nada têm a ver com o que querem provar, pois, fora
a questão de Isaías se referir aos assírios, o teor
desse versículo sequer cita a região da Galileia.

18) Seus Milagres

Isaías 35,5s: “Então se abrirão os olhos do


cego. E se desimpedirão os ouvidos dos
surdos; então o coxo saltará como um cervo,
e a língua do mudo dará gritos alegres.
Porque águas jorrarão no deserto e
torrentes, na estepe.”

Os capítulos 34 a 35 de Isaías, na Bíblia


Sagrada – Pastoral e na Bíblia Sagrada – Vozes,
estão explicados da seguinte forma:

Estes capítulos, escritos no período pós-


exílio, formam o assim chamado “Pequeno
Apocalipse de Isaías”. O povo de Deus
encontra-se dominado pelas nações e em
situação bastante precária. Com imagens

34
fortes, o texto anuncia o julgamento das
nações opressoras e a restauração de
Jerusalém, sinal de salvação numa terra
nova e pacificada. (29)

O “pequeno apocalipse de Isaías” (cf. Is


24-27) descreve os combates definitivos do
Senhor contra as nações, especialmente
Edom, que culminam com a vitória de Israel
em Jerusalém. (30)

Seria, portanto um juízo final onde se


restabeleceria a supremacia do povo judeu sobre
todas as nações. Se isso se cumpriu com Jesus, por
que o povo judeu não adquiriu essa supremacia,
tendo ocorrido justamente o contrário, já que ainda
hoje é um povo sem pátria?

Mas, para um melhor entendimento, também é


bom vermos os versículos anteriores ao citado,
iniciando a partir do primeiro: “O deserto e a terra
árida regozijar-se-ão. A estepe vai alegrar-se e florir.
Como o lírio ela florirá, exultará de júbilo e gritará de
alegria. A glória do Líbano lhe será dada, o esplendor
do Carmelo e de Saron; será vista a glória do Senhor
e a magnificência do nosso Deus. Fortificai as mãos
desfalecidas, robustecei os joelhos vacilantes. Dizei

35
àqueles que têm o coração perturbado; Tomai
ânimo, não temais! Eis o vosso Deus! Ele vem
executar a vingança. Eis que chega a retribuição de
Deus: ele mesmo vem salvar-vos'.” (Isaías 35,1-4).

Seguindo agora os versículos 5 e 6, colocados


como profecia e objeto dessa análise: Será que isso
estaria se referindo a Jesus, ou seria uma situação
próxima a ser vivida após o exílio?

19) Ensinará por parábolas

Salmo 78,2: “Abrirei os lábios em parábolas e


publicarei enigmas dos tempos antigos.” (Bíblia
Shedd)

Vejamos a seguinte explicação dos tradutores


da Bíblia Sagrada – Pastoral para os versículo 1 e 2:

1-2: A história é instrução que ensina o


povo a viver. Não é, porém, instrução direta.
De fato, os acontecimentos são parábolas,
que exigem participação para se captar o
sentido delas. Tal sentido faz a história um
enigma: é preciso ter a chave da fé para
perceber que a história é o processo através
do qual Deus age, levando o povo para a
liberdade e a vida. (31) (itálico do original)

Ora, mais uma vez, temos explicação que

36
passa longe daquilo que querem nos fazer entender,
para justificar suas ilações sem sentido.

20) Entrará de repente no Templo

Malaquias 3,1: “Vou mandar o meu


mensageiro para preparar o meu caminho. E
imediatamente virá ao seu templo o Senhor
que buscais, o anjo da aliança que desejais.”

Quando diziam sobre a profecia “Um


mensageiro irá preparar seu caminho” citavam a
passagem de Malaquias 3,1; assim, desdobram essa
mesma passagem, visando aumentar o número das
profecias sobre Jesus, para impressionar os que lhes
seguem na corrente religiosa que frequentam.

21) A luz do mundo

Isaías 49,6: “Disse-me: ‘Não basta que sejas


meu servo para restaurar as tribos de Jacó e
reconduzir os fugitivos de Israel; vou fazer
de ti a luz das nações, para propagar minha
salvação até os confins do mundo.’”

Isaías 60,3: “As nações se encaminharão à


tua luz, e os reis ao brilho de tua aurora.”

Na passagem Isaías 49,6, a palavra “Servo” se

37
aplica ao povo de Israel, conforme se pode verificar
no versículo 3: Disse-me “Tu és meu servo, Israel,
em que me glorificarei.” Os judeus vivendo no exílio
na Babilônia esperavam que Deus os libertasse,
como fizera antes quando estavam escravos no
Egito, já que se consideravam o “povo eleito”.

Desta forma o povo de Israel é que será a luz


entre as nações. Isso também se pode confirmar em
Isaías 60,3, a outra passagem citada.

Sobre Isaías 60:1, em A Bíblia Anotada,


explicam:

Este capítulo descreve a glória de


Jerusalém e Israel no reino milenar (inclui
antevisões dessa glória vistas no retorno do
exílio da Babilônia), tua… ti. Os pronomes
referem-se a Jerusalém. (32)

Ora, o versículo três é continuação, onde


também o pronome “tua” deverá ser entendido
como se referindo à Jerusalém. Neste versículo, a
palavra nações obtém a seguinte interpretação: “o
próprio Deus iluminará a nova Jerusalém que
brilhará sobre o mundo.” (33)

38
Citaremos mais essa explicação para Isaías
60,1-62,12, constante da Bíblia Sagrada – Vozes:

Estes capítulos formam um conjunto


unitário, traçando um quadro colorido e
luminoso da futura glória de Jerusalém, tema
a ser retomado no fim do livro (66,7-22) e já
desenvolvido em Is 54-55. (34)

Todas as explicações corroboram que as


passagens não se referem a coisas que aconteceriam
ou que diziam respeito a Jesus.

22) As moedas serão jogadas no Templo

Zacarias 11,13: “E Javé me disse: ‘Envie ao


fundidor este preço fabuloso com que fui
avaliado por eles’. Eu peguei os trinta siclos
de prata e os mandei ao fundidor no Templo
de Javé.”

Conforme o texto as moedas foram entregues


ao fundidor e não jogadas no Templo, fato que se
corrobora com esta explicação na Bíblia Shedd: “A
indignidade do preço é demonstrada pelo fato de
que foi lançado ao oleiro que criava artigos de pouco
valor. (cf. Mt 27,9-10).” (35)

39
A correlação é a passagem Mateus 27,5, na
qual Judas, arrependido do gesto, atira as moedas de
prata contra o santuário. Os sacerdotes pegaram-nas
e comparam o Campo do Oleiro (Mateus 27,7).

23) As moedas serão usadas para


comprar os campos do oleiro

Zacarias 11,13: “E Javé me disse: ‘Envie ao


fundidor este preço fabuloso com que fui
avaliado por eles’. Eu peguei os trinta siclos
de prata e os mandei ao fundidor no Templo
de Javé.”

É a mesma passagem anterior, que nada diz


sobre compra do Campo do Oleiro. Aliás, em Mateus
27,7 afirma que foram os sacerdotes que o
compraram, entretanto, em Atos 1,18 é o próprio
Judas quem o compra.

24) Falsa testemunha testemunhará


contra ele

Salmo 35,11 (34,11): “Surgiram apaixonadas


testemunhas, interrogaram-me sobre faltas
que ignoro.”

Conforme já expusemos anteriormente, o

40
Salmo 35 se refere ao próprio salmista, ou seja, a
Davi. Ver sobre isso na análise das profecias no Novo
Testamento.

25) Ele estava ferido pelas nossas


ofensas

Isaías 53,3: “Era desprezado, era a escória


da humanidade, homem das dores,
experimentado nos sofrimentos; como
aqueles, diante dos quais se cobre o rosto,
era amaldiçoado e não fazíamos caso dele.”

Zacarias 13,6: “Se alguém me disser: 'Que


ferimentos são estes em tuas mãos?' – 'São
ferimentos que recebi na casa de meus
amigos', responderá ele'.”

Quanto ao capítulo 53 de Isaías, já falamos


anteriormente.

Quando analisamos o versículo 7, foi


necessário para melhor compreensão, e para não
fugir do contexto, colocar também o versículo 8;
agora, pelas mesmas razões, devemos ler o trecho
de Zacarias 13 a partir do versículo 2: “Naquele dia –
oráculo do Senhor, - exterminarei da terra até os
nomes dos ídolos: não se falará mais deles;

41
expulsarei os falsos profetas e todo o espírito
impuro. Se alguém intentar ainda dar um oráculo,
seu pai e sua mãe que o geraram repreendê-lo-ão:
'Vais morrer, porque dizes mentiras em nome do
Senhor'. E quando ele proferir os seus oráculos, eles
mesmos, seu pai e sua mãe que o geraram, o
transpassarão. Naquele dia os profetas terão
vergonha de suas visões proféticas, e não mais se
cobrirão com o manto de peles para mentir. Cada um
dirá: 'Não sou profeta, mas lavrador, e possuo terras
desde a minha juventude'.” (Zacarias 13,2-5).

Segue agora o texto em exame. Percebemos


claramente que não se trata de Jesus; aos que ainda
duvidarem acrescentamos esta explicação constante
de A Bíblia Anotada:

Toda idolatria será desarraigada e toda a


profecia falsa cessará. Em seu zelo de
obedecer à lei de Deus, os pais entregarão à
morte os próprios filhos que se envolverem
com profecia falsa (v. 3: cf. Dt 13:6-10).
Falsos profetas não vestirão manto de pelos
(v. 4), que era a vestimenta comum dos
verdadeiros profetas (cf. 2 Rs 1:8; Mt 3:4).
Pelo contrário, fingirão ser fazendeiros (v. 5)
e mentirão sobre feridas recebidas em

42
transes alucinados (cf. 1 Rs 18:28), dizendo
que teriam sido recebidas como castigo
paterno ou resultado de brincadeiras de
amigos. (36)

E, mais uma vez, a título de curiosidade,


vejamos esta passagem de Zacarias, numa outra
versão: “Que são essas feridas em teu peito? ele
responderá: 'São as que recebi na casa dos meus
amantes'.” Veja as frases “feridas nas mãos” em
relação à “feridas em teu peito”, e “na casa de meus
amigos” com “na casa dos meus amantes”. Como os
sentidos dessas frases não são exatamente os
mesmos eles induzem a interpretações equivocadas.

26) Eles cuspirão na face dele e o


golpearão

Isaías 50,6: “Aos que me feriam, apresentei


as espáduas, e as faces àqueles que me
arrancavam a barba; não desviei o rosto dos
ultrajes e dos escarros.”

Miqueias 5,1 (ou 4,14): “Agora, reúne tuas


tropas, filha de guerreiros! Vieram e nos
cercaram, ferem com uma vara a face do
juiz de Israel.”

43
Nos versículos 4-9 do livro de Isaías está o
terceiro “cântico do Servo de Javé”; veja que
anteriormente já falamos sobre esses cânticos e
sobre a palavra “Servo”.

Muito interessante como apresentam


passagens que não têm nada a ver com o que
querem provar; aqui, é o caso de Miqueias, já que
“Juiz de Israel: O rei fantoche Zedequias, que foi
levado cativo para Babilônia (2 Rs 24:17-25:7)” (37);
portanto, não diz respeito a Jesus como querem, mas
a Zedequias.

27) Ele será zombado

Salmo 22,7s (21,7s): “Eu, porém, sou um


verme, não sou homem, opróbrio de todos e
a abjeção da plebe. Todos os que me veem,
zombam de mim.”

Quando da análise das profecias retiradas do


Novo Testamento, já fizemos as considerações a
respeito do Salmo 22. Mas, poderemos ainda
acrescentar as explicações que encontramos sobre
os versículos 7-12: “Ao sofrimento e abandono soma-
se a marginalização. E Javé, não vai socorrer o

44
marginalizado? Será que ele vai abandonar aqueles
que lhe pertencem?” (38)

Isso nada mais é que uma súplica de um


inocente perseguido, que, pelo contexto, se aplica ao
próprio salmista.

28) Eles perfurarão as mãos e os pés


dele

Salmo 22, 6 (21,16): “Minha garganta está


seca qual barro cozido, pega-se no paladar a
minha língua; vós me reduzistes ao pó da
morte.”

Zacarias 13,6: “Se alguém me disser: 'Que


ferimentos são estes em tuas mãos?' – 'São
ferimentos que recebi na casa de meus
amigos', responderá ele.”

O Salmo 22 está aqui novamente sendo


utilizado para justificar uma profecia. Nada mais
seria necessário acrescentar ao que já dizemos, mas
poderemos ainda dizer que, ao que parece e, é claro,
se fosse o caso, não seria o versículo 16 o que viria
justificar o “Eles perfurarão as mãos e os pés dele”,
mas o versículo 17: “Sim, rodeia-me uma malta de
cães, cerca-me um bando de malfeitores.

45
Transpassaram minhas mãos e meus pés.”

A passagem de Zacarias já foi objeto de


estudo, um pouco mais atrás, quando se falava a
respeito da profecia “Ele estava ferido pelas nossas
ofensas”; portanto, mais uma passagem sendo
utilizada em mais de uma profecia.

29) Pai perdoa-lhes eles não sabem o


que fazem

Isaías 53,12: “Eis porque lhe darei parte com


os grandes, e ele dividirá a presa com os
poderosos, porque ele próprio deu sua vida,
e deixou-se colocar entre os criminosos,
tomando sobre si os pecados de muitos
homens, e intercedendo pelos culpados.”

Salmo 109,4 (108,4): “Em resposta ao meu


afeto me acusaram, eu, porém, orava.”

O versículo 12 do capítulo 53 de Isaías já foi


anteriormente objeto de comentários.

E com relação ao Salmo 109, tomando de A


Bíblia Anotada, podemos dizer que:

Neste salmo imprecatório (veja


introdução), Davi clama a Deus por juízo

46
divino contra seus falsos acusadores (vv. 1-
5), especialmente contra uma pessoa a quem
amaldiçoa fortemente (vv. 6-20); depois, pede
a Deus libertação (vv. 21-25) e juízo (vv. 26-
29), encerrando o salmo com um voto de
louvor (vv. 30-31). (39)

Portanto, fica muito claro, que este salmo é


sobre Davi e não a uma profecia sobre Jesus.

Por outro lado, o que se diz ser profecia “Pai


perdoa-lhes eles não sabem o que fazem”, nada tem
a ver com profecia; é apenas uma citação feita por
Jesus.

30) Rejeitado e desprezado pela sua


nação

Isaías 53,3: “Era desprezado, era a escória


da humanidade, homem das dores,
experimentado nos sofrimentos; como
aqueles, diante dos quais se cobre o rosto,
era amaldiçoado e não fazíamos caso dele.”

Salmo 69,8 (68,8): “Pois foi por vós que eu


sofri afrontas, cobrindo-me o rosto de
confusão.”

Salmo 118,22 (117,22): “A pedra rejeitada


pelos arquitetos, tornou-se pedra angular.”

47
Isaías 53, já o comentamos.

O Salmo 69, apesar de já termos falado,


repetiremos a transcrição de A Bíblia Anotada:

Este lamento pode ser esboçado da


seguinte maneira: o desespero de Davi
durante a perseguição (vv. 1-12), seu desejo
de punição (para seus inimigos) (vv. 13-28) e
sua declaração de louvor (vv. 29-36). (40)

Ora, essa explicação não deixa dúvida alguma


de que também neste salmo a figura central é Davi.

O Salmo 118 deve ser entendido conforme


essa explicação oriunda da Bíblia Sagrada – Vozes:

Canto solene de ação de graças, recitado


alternadamente por um solista e pelo coro,
durante a procissão ao templo para
comemorar festivamente o dia da vitória de
Deus sobre os inimigos de seu povo,
libertado de um grande perigo nacional.
Chegando à porta do santuário, a comitiva
pede entrada, só franqueada aos justos, que
conformam sua vida às exigências da lei
divina. O motivo da exultação dos fiéis no
templo é o amor de Deus, manifestado na
eleição de Israel dentre todos os povos, para
ser a pedra angular no edifício da salvação

48
da humanidade. Os construtores do edifício
da história humana excluíam dos conchavos
da política internacional um povo tão
insignificante como Israel, o qual, porém,
seguindo os desígnios de Deus, ocupa o
lugar central na vida espiritual dos povos, por
ser a chave do processo de estabelecer o
reino de Deus na terra e o veículo de
transmissão dos desígnios salvíficos de Deus
na história. (41)

Assim, não resta dúvida de que a pedra


angular é o povo de Israel; ninguém mais.

31) Seus amigos ficaram vendo ao


longe

Salmo 38,11 (37,11): “Amigos e


companheiros fogem de minha chaga, e
meus parentes permanecem de longe.”

Interessante é que em A Bíblia Anotada a


palavra usada é praga e não chaga, tendo a
explicação: “A palavra (praga) é usada para lepra,
indicando que os amigos de Davi o evitavam como
se ele fosse um leproso.” (42) Donde podemos
concluir que a passagem se refere ao próprio
salmista Davi.

49
32) As pessoas abanam as suas cabeças

Salmo 109,25 (108,25): “Fizeram-me objeto


de escárnio, abanam a cabeça ao me ver.”

Salmo 22,7 (21,7): “Todos os que me veem,


zombam de mim; dizem, meneando a
cabeça.”

Conforme também já falamos anteriormente


sobre o Salmo 109, é relativo a Davi, que clama a
Deus por um juízo divino contra seus falsos
acusadores.

O Salmo 22 já foi usado para a “profecia” “Ele


será zombado”, cujos comentários servem para o
que poderíamos colocar aqui.

33) As pessoas olham e fitam nele

Salmo 22,17 (21,17): “Poderia contar todos


os meus ossos. Eles me olham e me
observam com alegria.”

Salmo 109,24s (108,24s): “Vacilam-me os


joelhos à força de jejuar, e meu corpo se
definha de magreza. Fizeram-me objeto de
escárnio, abanam a cabeça ao me ver.”

Prevalecem os comentários do item

50
imediatamente anterior.

34) Nas tuas mãos encomendo o meu


espírito

Salmo 31,5 (30,5): “Em tuas mãos entrego


meu espírito; livrai-me, ó Senhor, Deus fiel.”

Encontramos novamente Davi como sendo a


personagem do Salmo, senão vejamos o que se
explica em A Bíblia Anotada:

Neste salmo de lamento, Davi dirige


primeiramente sua oração a Deus (vv. 1-8),
lamenta sua angústia física e seu perigo (vv.
9-13), pede a Deus que o livre e silencie seus
inimigos (vv. 14-18), louva a Deus por livrar
os que Lhe pertencem (vv. 19-22), e exorta
os piedosos a amarem ao Senhor e serem
fortes (vv. 23-24). (43)

35) Perfuraram um lado dele

Zacarias 12,10: “Suscitarei sobre a casa de


Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um
espírito de boa vontade e de prece, e eles
voltarão os seus olhos para mim. Farão
lamentações sobre aquele que
traspassaram, como se fosse um filho único;
chorá-lo-ão amargamente como se chora um

51
primogênito!”

Esta passagem de Zacarias nós já explicamos


anteriormente, quando comentávamos as profecias
contidas no Novo Testamento.

36) Com o homem rico na sua morte

Isaías 53,9: “A sepultura dele foi colocada junto


com a dos ímpios, e seu túmulo junto com o
dos ricos, embora nunca tivesse cometido
injustiça e nunca a mentira estivesse em sua
boca.”

Em todos os evangelhos, noticia-se que José de


Arimateia foi a Pilatos pedir-lhe o corpo de Jesus ( 44)
para sepultá-lo no túmulo de sua propriedade.

Mas é bastante questionável a narrativa que


coloca José de Arimateia na história do
sepultamento; senão vejamos o que diz Tabor, em A
dinastia de Jesus: a história secreta das
origens do cristianismo:

É crença generalizada que o túmulo em


que Jesus foi posto naquele fim de tarde
pertencia a José de Arimateia. Não é o
caso. Esse erro se deve a uma breve glosa

52
editorial do evangelho de Mateus, e
nenhuma outra fonte que conhecemos
sustenta essa teoria (Mateus 27:60). (1) Os
evangelhos de Marcos e Lucas dizem apenas
que “levaram o corpo e o colocaram em uma
tumba talhada na rocha”. O evangelho de
João nos fornece um importante detalhe
adicional: “No local em que Jesus fora
crucificado havia um jardim, e no jardim havia
uma tumba, onde ninguém ainda tinha sido
sepultado” (João 19:41). É improvável que
uma tumba recém-talhada,
convenientemente localizada perto do
local onde Jesus tinha sido crucificado,
por casualidade pertencesse a José de
Arimateia. Fato é que não temos a menor
ideia de quem era o dono dessa tumba. Tinha
sido recentemente talhada na rocha e ainda
não fora usada, resolvendo, portanto, a
situação de emergência que José e
Nicodemos enfrentavam. […].
______
(1) A afirmação de Mateus, de que José de
Arimateia depositou Jesus em “sua tumba nova,
que havia aberto em rocha”; é um acréscimo
editorial aparentemente sem qualquer base
histórica. Sabemos que a única fonte de Mateus
sobre a morte e o sepultamento de Jesus foi o
evangelho de Marcos. Como Marcos nada diz
sobre José ser dono da tumba, e Lucas, que
também usa Marcos como fonte, não possui essa
alegação, fica claro que Mateus acrescentou
essa ligação, provavelmente por razões
teológicas. Décadas após a morte de Jesus,
quando Mateus escreveu seu evangelho, os

53
cristãos estavam dispostos a provar que Jesus
era a figura do “servo sofredor” de Isaías 53. Uma
das coisas que diz Isaías sobre essa figura é que
“puseram sua sepultura com os ímpios e com o
rico na sua morte” (Isaías 53:9). Aparentemente,
Mateus embarcou na ideia de um “homem
rico” e queria atribuí-la a José de Arimateia,
como forma de demonstrar que Jesus cumpria
a profecia. Mateus tinha como característica
editar suas fontes, na tentativa de inserir
cumprimentos de profecias na vida de Jesus. Ele
o faz dezenas de vezes. Mateus parece estar tão
sequioso para extrair essa citação de Isaías 53:9,
que parece ignorar o fato de que esse texto, caso
aplicado a José de Arimateia, iria caracterizá-lo
não só como “rico”; como também “ímpio”. (45)

Mais uma vez, nós estamos vendo a teologia


ajustando os fatos aos dogmas instituídos pelos
teólogos.

Tabor tem plena razão quando diz que “Mateus


embarcou na ideia de um 'homem rico' e queria
atribuí-la a José de Arimateia”, pois é o único
evangelho que afirma essa condição dele, conforme
se pode comprovar comparando-os com os outros:

a) Mateus 27,57: “Ao entardecer, chegou um


homem rico de Arimateia, chamado José, que
também se tornara discípulo de Jesus.”;

b) Marcos 15,42-43: “Ao entardecer, como era

54
o dia da Preparação, isto é, a véspera do
sábado, chegou José de Arimateia. Ele era
membro importante do Sinédrio, e também
esperava o Reino de Deus.”;

c) Lucas 23,50-51: “Havia um homem bom e


justo, chamado José. Era membro do
Conselho, mas não tinha aprovado a decisão,
nem a ação dos outros membros. Ele era de
Arimateia, cidade da Judeia, e esperava a
vinda do reino de Deus.”, e

d) João 19,38: “José de Arimateia era


discípulo de Jesus, mas às escondidas,
porque ele tinha medo das autoridades dos
judeus. […].”

Assim, a qualificação de José de Arimateia


como homem rico tem mesmo tudo a ver como algo
por conta do autor do evangelho em questão, que,
como estamos vendo, fez de tudo para ligar Jesus às
supostas profecias do Antigo Testamento,
procurando colocá-lo na condição de ser o Messias
esperado pelo povo hebreu.

37) Sua ascensão ao céu

Salmo 68,18 (67,18): “Subindo nas alturas


levastes os cativos; recebestes homens
como tributos, aqueles que recusaram

55
habitar com o Senhor Deus.”

Na Bíblia Sagrada – Pastoral, encontramos a


seguinte explicação para os versículos 16-19:

A procissão chega ao Templo no monte


Sião. É o momento de uma grande
transformação histórica: com a monarquia de
Davi e Salomão, Israel torna-se império,
correndo o risco de se tornar um novo
opressor. (46)

Moral da história: subindo nas alturas, equivale


dizer que subiram o monte Sião; só isso, nada de
ascensão de Jesus ao céu.

38) Sentou-se à direita de Deus

Salmo 110,1 (109,1): “Eis o oráculo do


Senhor que se dirige a meu senhor:
'Assenta-te à minha direita, até que eu faça
de seus inimigos o escabelo de teus pés'.”

Segundo informam o Salmo 110 é uma “oração


pelo rei, talvez no dia da entronização ou em algum
aniversário.” (47) Mas, vejamos como, na Bíblia
Sagrada – Pastoral, explicam os versículos 1-2:

56
Israel concebe a autoridade do rei como
participação no governo de Deus, que
defende dos inimigos o seu povo. Chamado a
realizar a própria ação de Deus, deseja-se
que o rei vença todos os inimigos. (3). O rei é
considerado como filho adotivo de Deus (cf.
Sl 2, 7). (4): O rei era também sacerdote-
mediador. Jerusalém, de fato, tinha sido
cidade governada por sacerdotes. (5-7):
Chamado a executar a própria ação de Deus,
o rei goza do seu auxílio e proteção. O v. 7
alude talvez a um rito: o rei bebe da água
sagrada e, por isso, pode levantar a cabeça
com toda a confiança. (48)

Donde podemos concluir que não se trata de


uma profecia, mas sim de algo que estava ocorrendo
no momento; portanto, não se refere a Jesus.

39) Destruição do Templo de Jerusalém

Daniel 9,25ss: “Sabe, pois, e compreende


isto: desde a declaração do decreto sobre a
restauração de Jerusalém até um chefe
ungido, haverá sete semanas; depois,
durante sessenta e duas semanas,
ressurgirá, será reconstruída com praças e
muralhas. Nos tempos de aflição, depois
dessas setenta e duas semanas, um Ungido
será suprimido, e ninguém (será) a favor
dele. A cidade e o santuário serão destruídos

57
pelo povo de um chefe que virá. Seu fim
(chegará) com a invasão, e até o fim haverá
guerra e devastação decretada. Concluirá
com muitos uma sólida aliança por uma
semana e no meio da semana fará cessar o
sacrifício e a oblação; sobre a asa das
abominações virá o devastador, até que a
ruína decretada caia sobre o devastado.”

Explicam, na Bíblia Sagrada – Vozes:

Aqui se enumeram três períodos de


duração desigual: o primeiro período de sete
anos abrange o tempo desde a ruína de
Jerusalém em 586 a.C. até a vinda dum
ungido-chefe (Is 45,1?) e com ele o fim do
exílio em 538 a.C., provavelmente o Sumo
Sacerdote Josué que em 515 a.C. inaugurou
o templo pós-exílico (Esd 6,15). O segundo
período é muito longo, compreende 62
setênios ou 434 anos, quando Jerusalém,
tanto dentro como fora, goza de relativa
tranquilidade, mas sem excluir tempos
difíceis. O terceiro período abrange os
últimos sete anos, repartidos em dois
espaços iguais: fala-se da eliminação dum
ungido e duma grave profanação, referindo-
se ao tempo da perseguição religiosa de
Antíoco IV. É pois o tempo crucial da prova
derradeira e da libertação definitiva. (49)

58
E quanto ao termo ungido eliminado (v. 26),
dizem: “O ungido eliminado parece ser o Sumo
Sacerdote Onias III que foi deposto e mais tarde (171
AC) massacrado (11,22: 2Mc 41-6.30-38).” (50)

No versículo 27, na Bíblia Sagrada – Vozes,


explicam:

Na metade da semana: a partir do ano 167


a.C. o culto foi sustado no tempo durante três
anos e alguns meses, sendo o tempo
consagrado a Júpiter Olímpico (7, 25; 8,14;
12,11s; 1Mc 1,37; 2Mc 6,1s). (51)

Assim, podemos concluir que se trata de


situação que não diz respeito a Jesus; veja que até
mesmo o próprio título que deram a essa “profecia”
já induzia a essa conclusão. O que tem a ver a
destruição do Templo de Jerusalém com a pessoa de
Jesus?

Pepe Rodríguez, em Mentiras fundamentais


da Igreja Católica, como a bíblia foi
manipulada, explica-nos o procedimento:

[…] Os textos acrescentados depois do

59
exílio aos livros proféticos de Daniel, Isaías,
Ezequiel e Zacarias também põem em relevo
a esperança messiânica no contexto de um
tempo de paz e de prosperidade para Israel.
Daniel, por exemplo, profetizou o advento
dos tempos escatológicos para 164-163
a.C. (Dan 9). Enganou-se, como é óbvio. O
cristianismo, por seu lado, reinterpretou o
essencial da escatologia do Velho
Testamento e utilizou-a para desenvolver
a cristologia que elaborou em torno do
tema da “morte e da ressurreição” de
Jesus de Nazaré. (52)

É a prova de que se trata de uma


reinterpretação da passagem de Daniel, cujo teor
nada tem a ver com Jesus, apesar de a ligarem a ele.

Antes de terminar a análise das profecias que


conseguimos levantar, recebemos de um amigo uma
lista com seis profecias. Quatro delas já falamos no
decorrer deste estudo, faltam, portanto duas. São
elas:

1ª – Profecia: Provérbios 8:24-25: “Antes de


haver abismo, eu nasci e antes ainda de
haver fontes carregadas de águas. Antes
que os montes fossem firmados, antes de
haver outeiros, eu nasci.”

60
Cumprimento: Colossenses 1:15 e João 1:14-
15; 3:16: “Ele é a imagem do Deus invisível,
o primogênito de toda a criação.”

2ª – Profecia: Provérbios 8:29-30; Gênesis


1:26: “quando fixava ao mar o seu limite,
para que as águas não traspassassem os
seus limites; quando compunha os
fundamentos da terra; então eu estava com
ele e era seu arquiteto, dia após dia, eu era
as suas delícias, folgando perante ele em
todo tempo.”

Colocamos as duas juntas de propósitos, pois a


justificativa deverá ser a mesma. Vejamos as
explicações para os versículos 22-36, constantes da
Bíblia Sagrada – Pastoral:

É o ponto mais alto da reflexão dos


sábios. A Sabedoria é a primeira criatura de
Deus, uma espécie de arquiteto que o
acompanhou e inspirou em toda a sua
atividade criadora. Pode-se dizer, portanto,
que ela é o sentido vital que Deus imprimiu a
toda a criação. Observando o mundo e a
história, a humanidade pode encontrá-la e
tomar consciência dela, tomando-a como
guia para a realização da vida. (53)

61
Aliás, todo o capítulo oito trata
especificamente da Sabedoria; nada mais que isso.
Não sendo, portanto, uma profecia o seu conteúdo.

62
Conclusão

Estas são as (supostas) profecias que o


fanatismo dos teólogos acrescenta às que são
citadas ou referenciadas no Novo Testamento,
visando aumentar o número delas, de maneira a
impressionar os crentes que, em sua maioria, não
questionam absolutamente nada; aceitam tudo o
que lhes é dito. Em outras palavras, elas são apenas
produto de ilações pessoais dos teólogos.

Finalizando, trazemos esta fala de Allan


Kardec, por se aplicar ao caso em questão:

De um princípio falso, sem dúvida,


pode-se deduzir consequências
aparentemente lógicas, mas isso não é
senão uma lógica aparente, dito de outro
modo, sofismas, e não uma lógica
irrepreensível, porque ela deixará sempre
uma porta aberta à refutação. A verdadeira
lógica é a que satisfaz plenamente à
razão; não pode ser contestada; a falsa
lógica não é senão um falso raciocínio
sempre contestável. (54)

63
Referências bibliográficas

A Bíblia Anotada, 8ª edição, São Paulo: Mundo Cristão,


1994.
Bíblia de Jerusalém, nova edição, revista e ampliada,
São Paulo: Paulus, 2002.
Bíblia Sagrada, 68ª edição, São Paulo: Ave-Maria, 1989.
Bíblia Sagrada, Edição Pastoral. 43ª impressão. São
Paulo: Paulus, 2001.
Bíblia Shedd, 2ª Edição rev. e atual. no Brasil. São Paulo:
Vida Nova; Brasília: SBB, 2005.
KARDEC, A. Revista Espírita 1863. Araras (SP): IDE,
2000.
RODRÍGUEZ, P. Mentiras fundamentais da Igreja
Católica, como a bíblia foi manipulada. Lisboa,
Portugal: Terramar, 2007.
SCHOEREDER, G. A Expansão do Catolicismo. In:
Revista Vida e Obra de Jesus Cristo, nº 3, Mythos
Editora, p. 32-36.
TABOR, J. D. A Dinastia de Jesus: a História Secreta
das Origens do Cristianismo. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2006.

Internet

64
CAPA:
https://biblia.com.br/wp-content/uploads/2019/03/estu
do-biblia.png. Acesso em: 16 fev. 2023.
CATÓLICO ROMANO, Profecias sobre Jesus, disponível em:
http://www.catolicoromano2.hpg.ig.com.br/index.html.
(página não mais acessível)
DEFENDENDO A FÉ CRISTÃ, Profecias Messiânicas
Cumpridas por Cristo:
https://defendendoafecrista.wordpress.com/2015/08/1
3/mais-de-300-profecias-messianicas-cumpridas-em-
jesus-cristo/. Acesso em: 09 fev. 2023.
JUNIOR MARTINS, PR Profecias Messiânicas Cumpridas,
disponível em: https://prjuniormartins.com.br/wp-
content/uploads/2020/12/aula_04a_-_complemento_-
_profecias.pdf. Acesso em: 09 fev. 2023.
SILVA NETO SOBRINHO, P. Os Profetas Previram Episódios
da Vida de Jesus?, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/os-profetas-previram-
episodios-da-vida-de-jesus-ebook. Acesso em: 06 set.
2024.
SOLA SCRIPTURA, Profecias Messiânicas Cumpridas – Mais
de 300 Profecias das Escrituras Hebraicas Revelam
Jesus como o Messias, disponível em:
http://solascriptura-tt.org/Cristologia/ProfMessianicasC
umpridas-Biblicist.htm. Acesso em: 15 jan. 2018.

65
Textos de nossa autoria sugeridos

Como todos eles têm como base textos bíblicos,


acreditamos que, de uma certa maneira, eles completam
o presente ebook:

A Fuga Para o Egito, disponível em:


https://paulosnetos.net/article/a-fuga-para-o-egito.
Acesso em: 06 set. 2024.
A Morte de Jesus Foi Para Remissão de Pecados?,
disponível em: https://paulosnetos.net/article/a-morte-
de-jesus-foi-para-remissao-dos-pecados-ebook. Acesso
em: 06 set. 2024.
A Traição de Judas, Uma História Mal Contada,
disponível em: https://paulosnetos.net/article/a-
traicao-de-judas-uma-historia-mal-contada. Acesso em:
06 set. 2024.
Inspiração dos Textos Sagrados, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/inspiracao-dos-textos-
sagrados. Acesso em: 06 set. 2024.
Isaías Previu Algo a Respeito de Jesus?, disponível
em: https://paulosnetos.net/article/isaias-previu-algo-
a-respeito-de-jesus-ebook. Acesso em: 06 set. 2024.
Jesus de Belém ou de Nazaré?, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/jesus-de-belem-ou-de-
nazare-ebook. Acesso em: 06 set. 2024.

66
Jesus Teve Irmãos ou Não?, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/jesus-teve-irmaos-ou-
nao-ebook. Acesso em: 06 set. 2024.
Jesus Veio Cumprir a Lei?, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/jesus-veio-cumprir-a-lei.
Acesso em: 06 set. 2024.
Nascido de Uma Virgem, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/nascido-de-uma-virgem-
ebook. Acesso em: 06 set. 2024.
Nazareno, o Significado, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/nazareno-o-significado.
Acesso em: 06 set. 2024.
Os Nomes dos Títulos dos Evangelhos Designam
Seus Autores?, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/os-nomes-dos-titulos-
dos-evangelhos-designam-seus-autores-ebook. Acesso
em: 06 set. 2024.
Os Textos Originais da Bíblia, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/os-textos-originais-da-
biblia. Acesso em: 06 set. 2024.
Podemos Questionar as Escrituras?, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/podemos-questionar-as-
escrituras. Acesso em: 06 set. 2024.
Toda Escritura é Mesmo Inspirada?, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/toda-escritura-e-
mesmo-inspirada-ebook. Acesso em: 06 set. 2024.

67
Dados biográficos do autor

Paulo da Silva Neto Sobrinho é


natural de Guanhães, MG. Formado em
Ciências Contábeis e Administração de
Empresas pela Universidade Católica
(PUC-MG). Aposentou-se como Fiscal de
Tributos pela Secretaria de Estado da
Fazenda de Minas Gerais. Ingressou no
movimento Espírita em Julho/87.
Participa do GAE – Grupo de Apologética Espírita
(https://apologiaespirita.com.br/), desde o ano de 2004,
quando de sua fundação.
Escreveu vários artigos/ebooks que estão publicados
em seu site Paulo Neto (https://paulosnetos.net) e
alguns outros sites Espíritas na Web.
Livros publicados por Editoras:
a) impressos: 1) A Bíblia à Moda da Casa; 2) Alma
dos Animais: Estágio Anterior da Alma Humana?; 3)
Espiritismo, Princípios, Práticas e Provas; 4) Os Espíritos
Comunicam-se na Igreja Católica; 5) As Colônias
Espirituais e a Codificação; 6) Kardec & Chico: 2
Missionários. Vol. I; 7) Espiritismo e Aborto; e 8) Chico
Xavier: uma alma feminina.
b) digitais: 1) Kardec & Chico: 2 Missionários. Vol. II,
2) Kardec & Chico: 2 Missionários. Vol. III; 3) Racismo em
Kardec?; 4) Espírito de Verdade, Quem Seria Ele?; 5) A

68
Reencarnação Tá na Bíblia; 6) Manifestações de Espírito
de Pessoa Viva (Em Que Condições Elas Acontecem); 7)
Homossexualidade, Kardec Já Falava Sobre Isso; 8) Os
Nomes dos Títulos dos Evangelhos Designam Seus
Autores?; 9) Apocalipse: Autoria, Advento e a
Identificação da Besta; 10) Chico Xavier e Francisco de
Assis Seriam o Mesmo Espírito?; 11) A Mulher na Bíblia;
12) Todos Nós Somos Médiuns?; 13) Os Seres do Invisível
e as Provas Ainda Recusadas Pelos Cientistas; 14) O
Perispírito e as Polêmicas a Seu Respeito; 15) O Fim dos
Tempos Está Próximo?; 16) Obsessão, Processo de Cura
de Casos Graves; 17) Umbral, Há Base Doutrinária Para
Sustentá-lo?; 18) A Aura e os Chakras no Espiritismo; 19)
Os Quatro Evangelhos, Obra Publicada por Roustaing,
Seria a Revelação da Revelação?; 20) Espiritismo:
Religião Sem Dúvida; 21) Allan Kardec e Suas
Reencarnações; 22) Médiuns São Somente os Que
Sentem a Influência dos Espíritos?; 23) EQM: Prova da
Sobrevivência da Alma; 24) A Perturbação Durante a Vida
Intrauterina; 25) Os Animais: Percepções, Manifestações
e Evolução; 26) Reencarnação e as Pesquisas Científicas;
27) Reuniões de Desobsessão (Momento de Acolher
Espíritos em Desarmonia); 28) Haveria Fetos Sem
Espírito?; 29) Trindade: O Mistério Imposto Por Um Leigo e
Anuído Pelos Teólogos; e 30) Herculano Pires diante da
Revista Espírita.

Belo Horizonte, MG.


e-mail: paulosnetos@gmail.com

69
1 SILVA NETO SOBRINHO, Os profetas previram episódios
da vida de Jesus?, link:
https://paulosnetos.net/article/os-profetas-previram-
episodios-da-vida-de-jesus-ebook
2 1) SOLA SCRIPTURA, Profecias Messiânicas Cumpridas –
Mais de 300 Profecias das Escrituras Hebraicas Revelam
Jesus como o Messias, disponível em:
http://solascriptura-tt.org/Cristologia/ProfMessianicasCu
mpridas-Biblicist.htm; e 2) DEFENDENDO A FÉ CRISTÃ,
Profecias Messiânicas Cumpridas por Cristo:
https://defendendoafecrista.wordpress.com/2015/08/13/
mais-de-300-profecias-messianicas-cumpridas-em-jesus-
cristo/
3 JUNIOR MARTINS, PR Profecias Messiânicas Cumpridas,
disponível em: https://prjuniormartins.com.br/wp-
content/uploads/2020/12/aula_04a_-_complemento_-
_profecias.pdf
4 Profecias sobre Jesus, disponível em:
http://www.catolicoromano2.hpg.ig.com.br/index.html
(página não mais acessível)
5 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 672-673.
6 Bíblia Sagrada – Ave-Maria, p. 343.
7 A Bíblia Anotada, p. 415.
8 A Bíblia Anotada, p. 548.
9 SHOEREDER, A expansão do catolicismo, p. 34.
10 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 185.
11 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 79.
12 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 959.
13 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 959.
14 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 795.
15 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 795.
16 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 959.
17 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 918.

70
18 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 975-976.
19 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 693.
20 Bíblia de Jerusalém, p. 909.
21 A Bíblia Anotada, p. 739.
22 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 738.
23 Bíblia de Jerusalém, p. 1313.
24 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 924.
25 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 983.
26 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 1169.
27 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 1171.
28 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 1171.
29 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 978.
30 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 920.
31 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 754.
32 A Bíblia Anotada, p. 911.
33 Bíblia Sagrada – Ave-Maria, p. 1021.
34 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 947.
35 Bíblia Shedd, p. 1315-1316.
36 A Bíblia Anotada, p. 1166.
37 A Bíblia Anotada, p. 1134.
38 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 691.
39 A Bíblia Anotada, p. 768.
40 A Bíblia Anotada, p. 739.
41 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 737-738.
42 A Bíblia Anotada, p. 720.
43 A Bíblia Anotada, p. 714.
44 Mateus 27,57-60; Marcos 15, 43-46; Lucas 23,50-53; Jo
19,38-42.

71
45 TABOR, A dinastia de Jesus: a história secreta das
origens do cristianismo, p. 239-240.
46 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 741.
47 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 795.
48 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 795.
49 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 1103-1104.
50 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 1104.
51 Bíblia Sagrada – Vozes, p. 1104.
52 RODRÍGUEZ, Mentiras fundamentais da Igreja Católica,
como a bíblia foi manipulada, p. 47.
53 Bíblia Sagrada – Pastoral, p. 840-841.
54 KARDEC, Revista Espírita 1863, p. 58-59.

72

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