Allan Kardec e Suas Manifestações Póstumas

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Allan Kardec e suas

manifestações póstumas

(Versão 5)

“O homem propende muitas vezes a julgar


os fatos segundo o horizonte acanhado de
seus preconceitos e conhecimentos.”

(LÉON DENIS)

Paulo Neto
Copyright 2022 by
Paulo da Silva Neto Sobrinho (Paulo Neto)
Belo Horizonte, MG.

Capa:
https://www2.ufjf.br/noticias/wp-content/uploads/sites/
2/2020/08/allan_kardec_lillustration_10_avril_1869.jpg

Revisão:
Hugo Alvarenga Novaes

Diagramação:
Paulo Neto
site: www.paulosnetos.net
e-mail: paulosnetos@gmail.com

Belo Horizonte, maio/2022.

2
Índice
Introdução..................................................................4
As várias mensagens atribuídas ao Codificador........5
I – Revista Espírita (Revue Spirite).........................6
II – Vérites et lumières – 1898..............................14
III – Obras diversas...............................................15
Allan Kardec manifesta-se a Chico Xavier................46
Um curioso relato de transfiguração........................49
A materialização de Allan Kardec............................56
Conclusão................................................................61
Referência bibliográfica...........................................62
Dados biográficos do autor......................................69

3
Introdução

Em Kardec & Chico: 2 Missionários – Vol.


III, temos o cap. “Kardec teria voltado, como o
inicialmente previsto?” do qual listaremos, nesse
ebook, várias mensagens póstumas do Codificador.
Revolvermos registrar isso nesse ebook à parte para
que pudéssemos lhe acrescentar novas informações
que surgiram após a publicação desse livro digital.

O que podemos já de início afirmar é que não


estamos tomando todas elas como verdadeiras, mas,
por outro lado, também não se poderá dizer que são
falsas.

Ainda que se queime boa parte delas, sobrarão


algumas que não haverá como as negar, em razão
disso, os que afirmam Allan Kardec (1804-1869)
reencarnado no período de 1888 a 1997, devem
apresentar provas que as aparições e comunicações
do Codificador se tratam de manifestações de
pessoa viva, uma vez que o veem como sendo o
médium Chico Xavier (1910-2002).

4
As várias mensagens atribuídas ao
Codificador

O nosso propósito é listar as inúmeras


mensagens atribuídas ao Espírito Allan Kardec,
originadas de várias fontes. Não as estaremos
sancionado, pois, certamente, carecem de uma
análise pormenorizada para confirmar a autoria de
todas elas.

Cabe a você, caro leitor, a tarefa de fazer uma


filtragem, e não aceitá-las cegamente, como se
fossem dele. O que podemos dizer é que algumas
delas têm tudo para, de fato, serem de sua autoria,
porém, não estaremos “batendo o martelo” quanto a
isso.

Listaremos as manifestações atribuídas ao


Mestre de Lyon que surgiram em nossa pesquisa,
mas que sempre caberá novas informações que
poderão surgir a partir dessa data. A ideia inicial era
colocá-las por ordem cronológica, mas isso se

5
demonstrou totalmente inviável, razão pela qual
optamos por classificar pelas fontes.

I – Revista Espírita (Revue Spirite)

a) Revue Spirite 1869

1ª) Na Revista Espírita 1869, mês de maio, foi


noticiado o anúncio da morte de Allan Kardec pelos
jornais. A primeira referência é ao Le Journal Paris,
que transcrevemos os três primeiros parágrafos:

(3 de abril de 1869)
“Aquele que, tão longo tempo, ocupou o mundo
científico e religioso sob o pseudônimo de Allan
Kardec, tinha por nome Rivail e faleceu com a
idade de 65 anos.

“Nós o vimos deitado sobre um simples colchão,


no meio desta sala das sessões que ele presidia
há muitos anos; nós o vimos, o rosto calmo, como
se extinguem aqueles que a morte não surpreende,
e que, tranquilo sobre o resultado de uma vida
honestamente e laboriosamente cumprida, deixam
como que um reflexo da pureza de sua alma sobre
esse corpo que abandonam à matéria.
“Resignados pela fé numa vida melhor e pela
convicção da imortalidade da alma, numerosos
discípulos tinham vindo dar um último olhar

6
àqueles lábios descoloridos que, ontem ainda, lhes
falava a linguagem da Terra. Mas tinham já a
consolação de além-túmulo; o Espírito de Allan
Kardec tinha vindo lhes dizer como tinha sido o
seu desprendimento, quais as suas impressões
primeiras, quais de seus predecessores na
morte tinham vindo ajudar sua alma a se
libertar da matéria. Se ‘o estilo é o homem’,
aqueles que conheceram Allan Kardec vivo, não
podem senão estar emocionados pela
autenticidade desta comunicação espírita.
“[…].
“O presidente da Sociedade de Paris está
morto, mas o número dos adeptos cresce todos os
dias, e os corajosos, cujo respeito pelo mestre os
deixava em segundo plano, não hesitarão em se
afirmar para o bem da grande causa.
“Essa morte, que o vulgo deixará passar
indiferente, não é por isto menos um grande fato
na Humanidade. Não é mais o sepulcro de um
homem, preenchendo esse vazio imenso que o
materialismo havia cavado sob nossos pés, e
sobre o qual o Espiritismo derrama as flores da
esperança.
PAGÈS DE NOYEZ.” (1)
(Nas transcrições e no texto normal todos os grifos
em negrito são nossos. Quando ocorrer de não ser,
avisaremos.)

Partindo da data dessa publicação – 3 de abril


–, e que o Codificador desencarnou dia 31 de março,

7
é bem lógico supor que a manifestação mencionada
ocorreu dia 1º de abril, sendo o dia 2 aquele
dedicado à preparação da matéria publicada no dia
seguinte.

De maio a dezembro temos registradas nove


mensagens do Codificador, tendo como fonte a
Revista Espírita 1869 publicada pela FEB, da qual
extraímos:

2ª) xx.04.1869, mês de maio, em


“Dissertações Espíritas” se lê a seguinte explicação
inicial:

Não nos permitindo a abundância de matérias


publicar atualmente todas as instruções ditadas por
ocasião dos funerais do Sr. Allan Kardec, nem
mesmo todas as que foram dadas por ele
próprio, reunimos numa única comunicação os
ensinamentos de interesse geral, obtidos
através de diversos médiuns. (2)

Portanto, foram várias mensagens de Allan


Kardec resumidas em um texto só.

3ª) 30.04.1869, mês de junho, em


“Dissertações Espíritas”, mensagem com o título “O

8
exemplo é o mais poderoso agende de propagação”.
Vamos destacar o seu parágrafo inicial:

Venho esta noite, meus amigos, falar-vos por


alguns momentos. Na última sessão eu não
atendi, estava ocupado em outro lugar. Nossos
trabalhos como Espíritos são muito mais extensos
do que você imagina, e os instrumentos de nossos
pensamentos nem sempre estão disponíveis.
Tenho ainda alguns conselhos a dar-te sobre o
percurso que deves seguir perante o público, para
avançares no trabalho a que dediquei a minha
vida corporal e que continuo a aperfeiçoar na
erraticidade. (3)

O detalhe importante é que, na erraticidade,


Allan Kardec acompanha o aperfeiçoamento da
Doutrina, e, estranho, não falou absolutamente nada
a respeito de algum plano prevendo sua nova
encarnação terrena. O que para nós fica evidente é
que, do mundo espiritual, ele se preocupa em
amparar e em auxiliar o progresso da Doutrina
Espírita, tomando-se de suas palavras finais.

4ª) 20.06.1869, mês de julho, em


“Dissertações Espíritas”, com o título “A regeneração
(Marcha do progresso) (4);

9
5ª) 14.08.1869, em “Precursores do
Espiritismo – João Huss”, evocado manifesta-se como
Jan Huss (5);

6ª) 17.08.1869, em “Precursores do


Espiritismo – João Huss”, espontaneamente se
manifesta assinando Allan Kardec (6);

7ª) 14.09.1869, mês de outubro, em


Dissertações Espíritas”, mensagem com o título “O
Espiritismo e a literatura contemporânea” (7);

8ª) 04.10.1869, mês de novembro,


mensagem com o título “O Espiritismo e o
espiritualismo” (8);

9ª) 21.09.1869, mês de novembro, em


“Dissertações Espíritas”, mensagem com o título “Os
aniversários” (9);

10ª) xx.11.1869, mês de dezembro, em “Os


desertores”, mensagem citada em complemento ao
artigo (10).

Nessas mensagens o Espírito Allan Kardec foi


“um túmulo” quanto a mencionar a sua possível
volta.

10
b) Revue Spirite 1870 em diante

No levantamento realizado, encontramos ao


todo 43 mensagens, assim publicadas por ano:

Revue Spirite 1870: 14 mensagens

Revue Spirite 1871: 06 mensagens

Revue Spirite 1872: 07 mensagens

Revue Spirite 1873: 03 mensagens

Revue Spirite 1874: 04 mensagens

Revue Spirite 1877: 01 mensagem

Revue Spirite 1878: 01 mensagem

Revue Spirite 1883: 04 mensagens

Revue Spirite 1884: 02 mensagens

Revue Spirite 1886: 01 mensagem

Nelas não há nada sobre sua nova


reencarnação.

c) Em La Revue Spirite, 67e Année, Juillet


1.924, temos a notícia da manifestação de Allan
Kardec ocorrida a 30 de março de 1.924, conforme

11
os Anais do Espiritismo de Rochefort-Sur-Mer
(França) edição de junho. Ela é citada por Zilda
Gama na obra Diário dos Invisíveis, da qual
transcrevemos os seguintes parágrafos:

Que Deus abençoe esse trabalho dos Espíritos,


que vai crescendo de dia para dia neste planeta,
para maior bem da humanidade. Quanto a mim, a
minha missão espiritual está cumprida em
parte, e dentro de alguns anos tornarei a
reencarnar-me entre vós, amigos; e muitas
pessoas jovens, que aqui se acham presentes,
poderão reconhecer-me então pela minha obra
de Espiritismo.
Essa missão terrestre eu a aceitarei com júbilo
por amor de meus irmãos da Terra; e para bem a
desempenhar meu Espírito está se instruindo,
está se iluminando nestas maravilhas
estupendas e sem limites, onde há tanto que
observar.
Eu estou aí haurindo poderosas forças
espirituais para voltar ao serviço do progresso
da humanidade terrestre, para afirmar a meus
irmãos a realidade e a beleza desta vida do
Espírito no Espaço.
Sim, eu voltarei para trabalhar neste planeta
onde lutei e sofri, mas estarei com o espírito mais
forte, mais generoso, mais elevado, para aí fazer
reinar mais fraternidade, mais justiça, mais paz. (11)

12
Da afirmação categórica de que “dentro de
alguns anos tornarei a reencarnar-me entre vós” que
foi reforçada por “eu voltarei para trabalhar neste
planeta”, não há nenhuma outra coisa a se concluir
senão que Allan Kardec, no mínimo, até a data de 30
de março de 1.924 ele não havia reencarnado; logo,
ainda se encontrava no mundo espiritual, não sem
motivo, mas “haurindo poderosas forças espirituais
para voltar ao serviço do progresso da humanidade
terrestre”. Eis a página de rosto e a que consta a
referida mensagem:

13
Aos interessados em ver o teor de todas essas
mensagens recomendamos o nosso ebook Allan
Kardec: Mensagens e Diálogos (Revue Spirite e
La Revue Spirite), disponível em nosso site (12).

II – Vérites et lumières – 1898

Na obra Vérites et
Lumières (Verdades de Luzes)
(13), o Espírito Allan Kardec
discorre sobre vários temas
doutrinários e relacionados a
Jesus, no período de janeiro de
1897 a fevereiro de 1898.

Eis o resumo do seu teor:

a) Capítulos da obra:

01 – As comunicações do Mestre: 33 capítulos.

02 – Jesus: 26 capítulos.

b) Manifestações fora esses capítulos


supostamente ditados por Allan Kardec:

01 – Assinando comunicado com vários outros

14
Espíritos.

02 – Mensagem

03 – Incorporação

Por falta de um critério mais positivo,


atribuiremos uma manifestação por capítulo, ainda
que alguns tenham várias páginas, assim o
somatório será de 62 ocorrências.

III – Obras diversas

1ª) Em Roma e o Evangelho, autoria de D.


José Amigó Y Pellícer (?-?), temos experiências do
Círculo Cristiano Espiritismo de Lérida, na Espanha.
Destacamos as 30 comunicações ou ensino dos
Espíritos, entre eles alguns que participaram da
revelação espírita e o próprio Codificador com duas
mensagens, uma em novembro de 1873 e a outra
em abril de 1874.

A mensagem de 1873, tem o seguinte teor:

"Meus irmãos e meus filhos, porque o sois de


minha doutrina, fundada sobre a fé de Jesus: a paz

15
seja convosco e a caridade em vosso espírito.
Glória a Deus nas alturas e a Jesus Cristo à direita
do Pai – e eu a seus pés.
Estou convosco desde que vos reunistes em
espírito de verdade e em nome de Jesus – e
ansiosamente sigo vossos passos.
Receava que retrocedêsseis por causa das
contradições e pelo temor dos juízos do mundo!
Felizmente, assim não foi, e, pois, me felicito e vos
felicito.
Também tenho acompanhado vossos
trabalhos em prol da propaganda cristã.
Vosso livro será o protesto da verdade humilde
contra o erro triunfante e orgulhoso. Sua doce
filosofia penetrará suavemente pelas entranhas do
povo; será um pequeno roedor, mas que, em sua
pequenez, contribuirá eficazmente para destruir os
pés do gigante.
Não é um trabalho perfeito, mas sim de grande
utilidade; mais útil para o povo que alguns dos
meus livros, que convirá reformar.
Talvez Roma e o Evangelho não seja o último
que tenhais de publicar em defesa das verdades
cristãs. Pedi e dar-se-vos-á, disse Jesus, nosso
divino Mestre.
Esvaziai vosso coração de suas impurezas e
pesai vossas obras e vossos hábitos na balança do
dever. Não vos peço impossíveis; mas, porque vos
amo, vos aconselho, e continuarei aconselhando-
vos por amor e por dever. Sede perseverantes no
bem, como é o Pai em suas misericórdias.

16
A paz seja convosco, e a caridade em nosso
espírito.
Allan Kardec." (14)

Na mensagem não há nenhuma menção à sua


volta, porém, não deixa de mencionar que Allan
Kardec continua acompanhando o progresso do
Espiritismo.

Das considerações do autor sobre essa


mensagem destacamos o seguinte trecho: “Allan
Kardec continua, das regiões espirituais, a salutar
propaganda que iniciou e fez frutificar durante a sua
vida corporal.” (15). Parece que não esperavam uma
nova reencarnação de Allan Kardec.

A mensagem de 1874 é bem longa e como a


anterior, não há nada sobre sua possível volta. Dos
comentários do autor, transcrevemos o seguinte
trecho:

Espíritas: esforcemo-nos todos por seguir com


vontade resoluta os conselhos que Allan Kardec
nos prodigaliza das religiões de luz; não nos
contentemos em ser cristãos especulativos, pois as
teorias, sem a prática, são vaidades e mentiras. (16)

17
Nessa obra também estão inseridas três
mensagens de João Evangelista: julho de 1873,
março 1874 e outubro de 1877, que não têm o estilo
e nem os temas tratados das assinadas por Allan
Kardec, o que é algo bem estranho já que
consideram ambos o mesmo Espírito.

2ª) Na obra Irradiações da Vida Espiritual,


Allan Kardec, no mês de agosto de 1.874, envia uma
mensagem através da médium Madame Watteville
Krell (?–?), intitulada “Felizes os Perseverantes”, na
qual não há nenhum “ponto ou vírgula” para se
concluir que ele alimentava a mínima intenção de
voltar à Terra. Destacamos estes dois parágrafos:

Isso vos prova que nada sobre a Terra está


absoluta e definitivamente revolvido; isso vos prova
que é preciso continuar o trabalho começado
por outros, depurar ainda, aprender melhor vossa
doutrina, a fim de vê-la, um dia, serena e triunfante.
Não vos dissimuleis, amigos, o trabalho
apenas se esboçou, e compete-vos, de início, e
aos que vos seguirem, continuá-lo e aperfeiçoá-
lo. Para que persistam os sinais do trabalho, é
preciso que eles se tenham regado de suores;
lembrai-vos disso espíritas. (17)

18
Fica claro, pelo menos para nós, que Allan
Kardec é da opinião que caberá a outros a missão de
levar adiante a obra: “o trabalho apenas se esboçou,
e compete-vos, de início, e aos que vos seguirem,
continuá-lo e aperfeiçoá-lo”, afirmação mais
redundante que essa não é preciso.

3ª) Na obra Muita Luz (Beaucoup de


Lumière), autoria de Berthe Fropo (1821-1898),
encontramos cinco mensagens do Codificador, muito
preocupado com os rumos que a Sociedade Espírita
de Paris havia tomado, aconselhando à Améllie
Boudet (1795-1883), Berthe Fropo e Gabriel Delanne
(1857-1926) que fundassem uma nova sociedade:

a) Améllie Boudet: 27 de fevereiro de 1881. (18)

b) Berthe Fropo: 27 de fevereiro de 1881. (19)

c) Améllie Boudet: 10 de março de 1881. (20)

d) Delanne: 18 de maio de 1882. (21)

e) Berthe Fropo: 1 de novembro de 1883. (22)

Interessante é que em nenhuma delas Allan


Kardec dá esperanças de que em breve reencarnaria,
o que encheria de esperanças esses bravos

19
defensores do Espiritismo.

4ª) Em A Prece Segundo o Evangelho, a


FEB inseriu na parte “Instruções de Allan Kardec aos
Espíritas do Brasil”, duas mensagens atribuídas a
Allan Kardec, recebidas na Sociedade Espírita
Fraternidade: “Estudos sobre Obsessão” (23), em
1888, não consta o mês, e “Exortação ao estudo, à
caridade e à unificação” (24) em 12(?) de fevereiro de
1889.

Na primeira mensagem, existem expressões


que não se coadunam com o que conhecemos de
Allan Kardec, como por exemplo: “seu próprio
sangue no cimo do Calvário, para redimir as
culpas dos homens”; “Cristo, o Redentor”; “o papel
de verdadeiro sacerdote, de que se acha incumbido,
quando procura repartir a hóstia sagrada”; “onde
fermentam, às vezes, ideias bastante
pecaminosas”; “para produzir os assombros obtidos
pelos Santos Apóstolos” e, por fim, “Em cada um
de vós vejo, é certo, um pecador”.

Da mesma forma, na segunda mensagem:


“convidar os homens à meditação do Evangelho –

20
precioso livro de verdades divinas”; “foi dada
também a Revelação da Revelação”; “esfacelada
a bandeira de Ismael, símbolo da trindade
divina”; “Ismael tem o seu Templo, e sobre ele a
sua bandeira – Deus, Cristo e Caridade!” (apologia
direta à FEB); “tudo converge para a Doutrina
Espírita – Revelação da Revelação” (Roustaing
coloca sua obra como tal).

Ainda que tenhamos esses senões,


transcrevemos, pela ordem, alguns trechos delas:

1ª) Bendito seja o Senhor, que permite a um


pobre Espírito, desejoso de luz e de progresso,
vir junto de seus irmãos da Terra expender
pálidos pensamentos doutrinários com o fim
justo – não de ensinar – mas de permutar com eles
os sentimentos que lhe vão na alma,
estabelecendo desta sorte o laço da amizade
espiritual – prenúncio indubitável do amor a que
tendemos. (25)

2ª) Se completa não está a minha missão na


Terra; se mereço ainda do Senhor a graça de vir
esclarecer a doutrina que aí me foi revelada,
dando-vos novos conhecimentos compatíveis
com o desenvolvimento das vossas
inteligências; […].
[…].

21
E, lendo, compreendendo, chamai-me todas as
vezes que for do vosso agrado ouvir a minha
palavra e eu virei esclarecer os pontos que
achardes duvidosos – virei, em novos termos, se
preciso for, mostrar-vos que esse lado que vos
parece fácil para a propaganda da Doutrina. (26)

Em nenhuma delas temos informações


precisas para dizer sobre uma reencarnação para
breve, embora na segunda se fala que a sua missão
não estava completa.

É conveniente informar que a segunda


mensagem é citada no cap. XXVIII – A Federação
Espírita Brasileira, da obra Brasil, Coração do
Mundo, Pátria do Evangelho, de autoria espiritual
de Humberto de Campos, pela psicografia de Chico
Xavier (1910-2002) (27).

5ª) Na revista Reformador, de 15 de outubro


de 1.903, existe registro de uma comunicação
supostamente assinada por Allan Kardec (28),
recebida em 04 outubro, na reunião comemorativa
ao 99º aniversário da encarnação do Codificador.
Dizemos supostamente, porquanto nela existem
algumas expressões que, quando vivo, Allan Kardec

22
jamais usou; nunca se referiu, por exemplo, ao Céu,
ao sacrifício de Jesus, ao cálice, e não teve Jesus
como o Cordeiro Imaculado, nem usou o termo
Virgem para se referir a Maria de Nazaré, tudo isso
transparece apenas igrejismo, o que nunca vimos
nele.

Vamos, momentaneamente, fechar os nossos


olhos para não ver tudo isso, ainda assim, na
mensagem, não se tem absolutamente nada que
venha a se referir a uma nova encarnação de Allan
Kardec.

6ª) Na obra Eurípedes, o Médium de Jesus,


contendo mensagens recebidas por Eurípedes
Barsanulfo (1880–1918), entre 1.906 e 1.909, em
Sacramento, MG, encontramos uma assinada por
Allan Kardec, recebida na sessão do dia 25 de
fevereiro de 1.906 (29), na qual incentiva a todos na
caminhada com os princípios espíritas, mas nem
uma só palavra sobre planos de reencarnar.

7ª) Em Eurípedes Barsanulfo de Roma a


Sacramento, há registro desta mensagem do
Codificador recebida em 3 de abril de 1907, pelo

23
médium Tio Sinhô: “Paz e amor, meus filhos! Que a
luta que vos foi imposta seja suave e leve. Deus vos
ajude!” (30)

Nessa obra, na parte dos “Fac-símiles de


mensagens da Alta Espiritualidade”, tem-se um “do
original de mensagem de Allan Kardec, recebida por
Tio Sinhô, em sessão dirigida por Eurípedes, em
Sacramento, no dia 15 de fevereiro de 1908.” (31),
julgamos que se nela contivesse algo de importante,
a teriam transcrito em inteiro teor, e não um
pequeno recorte da imagem, que de tão pequeno
não se consegue ler nada.

8ª) No livro Do País da Luz, encontramos uma


mensagem de Allan Kardec recebida pelo médium
Fernando Lacerda (1865–1918), em Lisboa, 6 de Maio
de 1.907, da qual extraímos os seguintes parágrafos:

Companheiro. É incontroverso que depois que


da Terra saí, alguma coisa aprendi mais do que
o que nela sabia. Este novo pecúlio de saber
seria talvez proveitoso a refundição da minha
obra aí.
Tenho refletido muito nisso, por vezes. Sempre
que encontro na Terra um médium bom, crio
desejos de fazê-lo; – e agora, que tenho assistido

24
ao desabrochar das tuas faculdades, mais uma
vez pensei, com interesse, na possibilidade de
fazer esse trabalho de melhoramento, de
aperfeiçoamento.
Penso, porém, ao mesmo tempo, que me
devo contentar com o que deixei feito.
Assim como é, tem servido bem para o fim a
que a destinaram os Espíritos que a ela
presidiam, e os que se me seguirem aí, que
busquem, no campo especulativo, o que por mal
meu e dela lhe possa faltar ainda.
No campo experimental, ilustres e
prestantíssimos sábios se lhe tem avantajado em
muito.
A parte experimental é, porém, efêmera. Boa
para a conquista, não tem, todavia, qualidades de
estabilidade e de conservação. Como fenômeno
experimentado, entra na ordem das coisas
concretas, e para estas coisas, o aperfeiçoamento
é mais sensível, porque a natureza delas é mais
precária.
Uma obra experimental de grande atualidade e
verdade hoje, daqui a dez anos será velha, se a
não acompanhar, como parte integrante e auxiliar,
a feição abstrata e ideal.
Os meus livros, no que tem de prático, sob o
ponto de vista experimental, estão antiquados e
suplantados, de há muito, por dezenas de outras
obras de mais incontestado e incontestável valor,
daquela ordem de estudos. O que, porém neles
existe da parte moral e de ensinamento, ainda não
foi nem será facilmente sobrepujado. É que, neste

25
campo, eles estão com a verdade, e a verdade,
apresentada sob que aspecto for, é sempre a
verdade. É tão nova hoje, como no tempo do
Cristo, como no tempo dos profetas, como em
qualquer tempo.
Como disse Littré na sua comunicação: – sobre
filosofia, o homem está hoje tão adiantado como há
milhares de anos.
Ora a filosofia é a verdade espiritual na Terra.
Sendo assim, para que hei-de mexer na
minha obra?
O que tem de bom, há-de ser bom sempre. O
que não é bom já está destruído pelo tempo e
substituído vantajosamente por todos os
trabalhos dos que, com mais valor, me
sucederam.
Se, porém, eu reconhecer necessidade e
oportunidade para dizer alguma coisa de novo e de
útil, o farei; assim como terei sempre grandíssimo
prazer em te responder sobre qualquer assunto, ou
sobre qualquer detalhe, em que me dês a
satisfação de me consultares. Digo-te isto
despretensiosamente. Não me ofereço. Conselhos
não se oferecem.
Ponho-me à tua disposição, para te utilizares
do meu préstimo e da minha experiência, se
nisso vires alguma vantagem; mas não me
magoarei se me não utilizares.
E que Deus te ilumine sempre a estrada a
percorreres.

26
Lisboa, 6 de Maio de 1907. (32)

Coisas interessantes surgem dessa mensagem.


Começamos pela informação de que ele, Allan
Kardec, teria alguns pontos a refundir na sua obra,
em razão de novos conhecimentos que adquiriu no
mundo espiritual. Mas foi algo que ficou apenas na
vontade: “sempre que encontro na Terra um médium
bom, crio desejos de fazê-lo”.

Ora, fica bem claro é que se ele tivesse


encontrado “um médium bom”, teria realizado esse
desejo, o que significa dizer que não realizou a tarefa
porque não encontrou nenhum médium com as
características que desejava. Do que podemos
entender que não tinha planos de encarnar para,
nessa condição de desencarnado, resolver a questão,
já que qualquer complemento a sua obra poderia
muito bem ser feito do mundo espiritual através do
intercâmbio mediúnico.

Allan Kardec também confessa que “mais uma


vez pensei, com interesse, na possibilidade de fazer
esse trabalho de melhoramento, de
aperfeiçoamento. Penso, porém, ao mesmo tempo,

27
que me devo contentar com o que deixei feito”. Quer
dizer, havia intenção de fazer, porém, acabou se
convencendo de que deveria se contentar com o que
havia sido feito, justificando que “Assim como é, tem
servido bem para o fim a que a destinaram os
Espíritos que a ela presidiam”.

Se dessa fala pudermos entender que para


Allan Kardec, agora conformado, tudo estava de bom
tamanho, ou seja, na medida exata em que os
Espíritos queriam que estivesse, então, eis a
evidência fortíssima de que ele não precisava mais
encarnar para completar alguma coisa; logo, a
previsão inicial de seu retorno, que ele calculara
entre o fim do século 19 e o início do Século 20, foi
totalmente mudada.

Ora, essa mensagem foi recebida exatamente


no início desse último século, o que quer dizer que os
planos foram, certamente, alterados pelos Espíritos
Superiores, fato que veremos mais à frente ao
citarmos Santo Agostinho. Nessa mensagem, o
padrão se mantém, Allan Kardec nada fala de uma
futura encarnação.

28
Outra evidência, também difícil de se refutar,
contra a sua possível e próxima volta numa nova
encarnação, temos nessa conclusão que Allan Kardec
chegou: “Sendo assim, para que hei-de mexer na
minha obra? O que tem de bom, há-de ser bom
sempre. O que não é bom já está destruído pelo
tempo e substituído vantajosamente por todos os
trabalhos dos que, com mais valor, me sucederam”.

Em razão disso, Allan Kardec delega a outros a


tarefa de corrigir sua obra: “os que se me seguirem
aí, que busquem, no campo especulativo, o que por
mal meu e dela lhe possa faltar ainda”. Observa-se
que, nessa mensagem, em momento algum Allan
Kardec diz que voltará para terminar a “sua obra”;
deixa claro que a iniciou, mas que outros viriam para
complementá-la. Essa sua expectativa de que outros
completariam a obra já vimos um pouco atrás.

Allan Kardec, ao dizer “Ponho-me à tua


disposição, para te utilizares do meu préstimo e da
minha experiência, se nisso vires alguma vantagem;
mas não me magoarei se me não utilizares”.
comporta-se como se a sua permanência no mundo
espiritual, fosse já um fato decidido.

29
9ª) Na obra Joana D’Arc (médium), de Léon
Denis (1846-1927), há uma citação de uma
mensagem de Allan Kardec, obtida em 1909. O
teor dela consta de conselhos diversos, e é nela que
o Codificador diz ter sido um sacerdote entre os
druidas, na condição de diretor das sacerdotisas da
Ilha de Sein. (33)

10ª) Em Biografia de Allan Kardec, o autor


Henri Sausse (1851-1928), apresenta o registro de
três datas em que ocorreram manifestações de Allan
Kardec:

No dia seguinte [28 de março de 1910],


segunda-feira após a Páscoa, em nossa sessão do
Grupo Esperança de Lyon (Groupe Espérance de
Lyon), Allan Kardec se manifestou
espontaneamente por intermédio da senhorita
Bernadette, adormecida em sono magnético. O
mestre quis nos felicitar por nossa fidelidade na
defesa de seus princípios e nos encorajar a
prosseguir seriamente no estudo do espiritismo
filosófico, prometendo-nos, em nossas pesquisas,
os mais felizes resultados e nos anunciando que
viria com prazer, de tempos em tempos, ao
nosso meio, como um dos guias do grupo para
auxiliar em nossos trabalhos.
Agradeci ao mestre pela boa notícia,
assegurando-lhe que estávamos muito felizes pelo

30
auxílio que nos prometera, e, aproveitando sua
presença, perguntei se havia algumas retificações
a fazer na biografia dele que eu havia escrito e se
gostaria de me dar sua opinião a esse respeito.
Respondeu-me que estudaria a questão e me daria
uma opinião.
Na reunião de 4 de abril, Allan Kardec se
manifestou de novo para nos encorajar e
prosseguir em nossos estudos com o máximo de
assiduidade. Reiterei meu pedido a respeito de sua
biografia, solicitando-lhe que me informasse
quando poderia me dar sua impressão sobre esse
trabalho. “Em quinze dias”, disse ele, “você será
satisfeito”. Foi ontem, segunda-feira, 18 de abril, o
término do prazo indicado. Como o mestre quis
gentilmente manter sua promessa, não acredito
poder encerrar melhor essa biografia de Allan
Kardec do que fazendo conhecer a todos a opinião
póstuma do principal interessado. Eis a esse
respeito a cópia exata do registro de nossa reunião
de 18 de abril de 1910 no Grupo Esperança. (34)

Na sequência, Sausse transcreve o registro da


reunião, em que consta a opinião de Allan Kardec
sobre sua biografia.

Interessante é que além da comprovação de


suas manifestações, ainda temos, em 28 de março
de 1910, Allan Kardec prometendo “que viria com
prazer, de tempos em tempos, ao nosso meio, como

31
um dos guias do grupo para auxiliar em nossos
trabalhos”. Certamente, essa promessa não faz
sentido ter vindo de um Espírito encarnado, portanto,
mais uma fonte que confirma sua condição de
desencarnado.

Depreende-se desse relato, que quando da


primeira manifestação de Allan Kardec o médium
Chico Xavier não havia nascido, fato ocorrido cinco
dias após, e que nas duas outras manifestações ele,
certamente, estava enrolado em cueiro.

11ª) Na obra Diário dos Invisíveis, autoria da


médium Zilda Gama (1878–1969), encontramos
dezoito mensagens de Allan Kardec; deixando de
fora a do item 15, que foi recebida em Rochefort-Sur-
Mer (França), em 30.03.1924, pôr a ter mencionado
anteriormente.

Embora sete não constam a data, julgamos


poder classificá-las: quinze no decorrer do ano de
1913, assuntos diversos – evangélicos e doutrinários;
duas preces em 1914, e a última datada de 17 de
junho de 1923 na qual fala de Judas. Um trecho
dessa mensagem é citado por Rubens Santini, no

32
artigo “O Evangelho Segundo Judas Iscariotes” no
qual ele a transcreve (35) Em nenhuma delas é
tratado o tema de sua reencarnação.

Já vimos por aí, acusar a Zilda Gama de


roustainguista visando desqualificar as mensagens
de Allan Kardec por seu intermédio. É fato, que, no
seu livro, há comunicação que defende o corpo
fluídico de Jesus, tese de Jean-Baptiste Roustaing
(1805-1879), entretanto, quanto à evolução do
princípio inteligente nega-se peremptoriamente que
ele tenha passado por pelos reinos inferiores –
mineral, vegetal e animal – e que Jesus tenha
evoluído em linha reta, teses essas também
defendidas pelo advogado de Bordeaux.

Aliás, não há nenhum sentido em colocar o


médium como tendo a mesma opinião de algum
Espírito que por ele se manifesta, a não ser que
tenha expressamente dito isso.

No III ENLIHPE – Encontro Nacional da Liga dos


Historiadores e Pesquisadores Espíritas realizado nos
dias 4 e 5 de setembro de 2004, na Associação
Espírita Célia Xavier, Belo Horizonte, MG, o confrade

33
Milton B. Piedade (São Paulo), coordenador da LIHPE,
apresentou sua pesquisa na qual faz uma
“Compilação de mensagens atribuídas a Allan
Kardec, recebidas pela médium Zilda Gama, no início
da década de 1920 e publicadas em seu livro Diário
dos Invisíveis”, intitulada “Allan Kardec através da
psicografia de Zilda Gama” (36). A conclusão do
autor foi:

[…] O presente trabalho encerra-se sem um


veredicto. Encontramos pontos que convergem
e que aparentemente divergem do pensamento
de Allan Kardec, enquanto encarnado. O autor
espiritual nos traz algumas questões que merecem
de nossa parte uma reflexão mais profunda. […].
(37)

Embora o autor, Milton Piedade, não tenha


validado todas as mensagens como de autoria de
Allan Kardec, conclui que algumas delas podem, sim,
ser atribuídas a ele; portanto, desqualificar as
psicografias de Zilda Gama somente para referendar
ilações não é algo que se deveria ter feito.

12ª) Na obra O Gênio Céltico e o Mundo


Invisível, de autoria de Léon Denis, temos quatorze

34
mensagens de Allan Kardec, a primeira em 25 de
novembro de 1.925, e a última em 03 de outubro de
1.926 (38), todas elas relacionadas com o tema dessa
obra, da qual destacaremos estes dois trechos:

a) Com efeito, é pelo estímulo do Espírito


Allan Kardec que realizei este trabalho, em que
se encontrará uma série de mensagens que ele
nos ditou, por incorporação, em condições que
excluem toda fraude. (39)

b) […] De resto, Allan Kardec não se


comunica somente em Tours, mas igualmente
nos muitos outros círculos espíritas de França
e da Bélgica. Em todos estes meios ele afirma-se
pela autoridade da sua palavra e pela sabedoria
das suas observações. (40)

Informações preciosas sobre constantes


manifestações de Allan Kardec que, pela fonte, se
tornam bastante confiáveis. Inclusive, Denis afirma
que o Espírito Allan Kardec foi apresentado pelo guia
diretor do grupo ao qual participava. (41)

Na obra Biografia de Allan Kardec, autoria


de Henri Sausse (1851-1928), o Prefácio, de 1927,
tem a assinatura de Léon Denis. Vejamos o seguinte

35
trecho de sua fala:

Allan Kardec morreu em 1869; pretendeu-se que


ele havia reencarnado em Havre em 1897. É
inexato. Foi somente ao se aproximar o
congresso de 1925 que o grande iniciador
começou a se manifestar em nosso grupo,
tendo por intermediário um médium em transe.
Dadas minha idade e minhas enfermidades, hesitei
em tomar parte nessas grandes reuniões do
espiritismo mundial, mas ele me levou a decidir
fazê-lo, por seus argumentos e toda a sua força de
vontade. Durante toda a duração do congresso,
senti seu apoio fluídico e a eficácia de suas
inspirações.
A partir desse momento, ele não cessou de
intervir em todas as nossas sessões, insistindo
na necessidade de redigir e publicar um livro
sobre o Gênio Céltico e o mundo invisível, a fim
de demonstrar que o movimento espiritualista atual
não é outra coisa senão um poderoso despertar
das tradições de nossa raça. Isso não é de
espantar vindo de um druida reencarnado que quis
um dólmen (42) como pedra tumular no cemitério do
Père-Lachaise e que havia retomado seu nome
celta. Allan Kardec fez mais: ele fez questão de
nos ditar toda uma série de mensagens que se
encontram no final de meu livro, algumas das
quais se elevam ao último limite da compreensão
humana.
Duas, em especial, revestem-se desse caráter e
têm por título: Origem e evolução da vida universal

36
e As forças radiantes do espaço: o campo
magnético vibratório. Nossos guias nos declaram
que todo leitor poderá encontrar nessa obra uma
nova orientação que, “no estágio de evolução a
que chegamos, é a única compatível com o grau
de resistência do cérebro humano”.
Acrescentemos por fim que o espírito de Allan
Kardec, no decorrer de numerosas
conversações, forneceu-me provas
incontestáveis de sua identidade, entrando em
detalhes precisos acerca de sua sucessão e
das dificuldades que ela acarretou, detalhes
que o médium não poderia conhecer, pois na
época era uma criança nascida de pais que
ignoravam tudo do espiritismo. Esses fatos
haviam se apagado de minha própria memória e
não pude reconstituí-los senão depois de certas
pesquisas e investigações. (43) (itálico do original)

Essas informações de Léon Denis evidenciam o


cuidado que ele teve em não se deixar ser enganado
por algum Espírito que, por ventura, se fizesse
passar pelo Codificador.

Fizemos análise dessas mensagens, que se


encontra registrada no artigo As Manifestações de
Allan Kardec Mencionadas por Léon Denis e
Henri Sausse (44).

13ª) Maria Vilanova (?-?) do Grupo Amor Y

37
Vida, de Barcelona, cinco mensagens recebidas pela
médium, nos anos de 1930, 1931 e 1932, publicadas
em fascículos contendo:

a) Espiritismo moderno e reformado dado por


Allan Kardec aos médiuns do grupo “Amor y Vida” de
Barcelona… Ano 1930;

b) Uma singularidade de Allan Kardec para o


estudo de nossos irmãos leitores, inspirados nos
médiuns do grupo “Amor e vida” de Barcelona… Ano
1931;

c) As clarividências que o Divino Mestre


inspirou nosso irmão Allan Kardec. Ano 1932;

d) Ele está seguindo a luz, inspirado pelo


Divino Mestre ao nosso irmão Allan Kardec. Ano
1932;

e) Um pequeno relato do nosso irmão Allan


Kardec… Ano 1932.

Só temos referência à médium, não


conseguimos as mensagens.

14ª) No livro A Obsessão, contendo tudo


quanto consta do tema nas obras da Codificação,

38
publicado pela União Espírita da Bélgica, temos a
informação de que na data de 6 de setembro de
1950, o Espírito Allan Kardec manifestou-se
aprovando a sua publicação. (45)

15ª) Na revista Reformador, ano 197, nº


1.807, encontra-se publicada uma comunicação de
Allan Kardec recebida no Grupo Ismael, da Federação
Espírita Brasileira, em 14 de junho de 1.979, que
transcrevemos no seu inteiro teor:

“Meus nobres e respeitáveis amigos.


Como discípulo fiel, mas tão precário quanto me
impôs ser a condição humana, realizei o melhor
que pude o trabalho que o Mestre me confiou. De
regresso ao mundo espiritual, constatei que
somente o essencial foi concluído. Antes,
porém, que me pudesse abespinhar por isso, o
Divino Amigo me fez sentir; na generosidade da
sua sabedoria, que a semente lançada à terra
era boa e daria os frutos desejados, no tempo
certo e de acordo com o programa superior,
traçado nas Alturas. Cabia-me aceitar que ao
trabalhador basta o seu trabalho; compreender
que o tempo deve exercer, em tudo, a sua quota de
ação; perceber que era indispensável aguardar que
se cumprissem, através das idades e dos
acontecimentos, todos os itens previstos pela
sapiente visão do Supremo Governador dos

39
destinos de nosso planeta e de nossa
Humanidade.
Não precisei angustiar-me, portanto, com as
ocorrências que fizeram a história dos primeiros
tempos de nossa Doutrina, na face do orbe, pois
acompanhei, na posição do operário sempre
em serviço, o transplante da Árvore do
Consolador para as plagas do Brasil e os
esforços apostolares aqui desenvolvidos para
assegurar-lhe a sobrevivência e o
desenvolvimento.
Chegado o tempo de mais efetiva
disseminação da Mensagem Espírita no mundo,
era necessário, porém, que tudo fosse revisto e
consolidado; aplainadas, com todo o cuidado,
arestas e asperezas; corrigidas algumas omissões;
podados certos excessos de interveniência
humana; esclarecidas determinadas dúvidas de
interpretação.
Fácil é de entender-se esse imperativo, desde
que se tenha em vista que se trata agora de nova
e verdadeira entrega do Paracleto a todos os
povos da Terra.
Dado que entendestes, com a vossa lucidez
espiritual e o vosso devotamento, essa requisição
do Cristo que nos dirige, devo agora agradecer o
vosso empenho e o vosso devotamento,
assegurando-vos que tudo está pronto para que
o êxito coroe o desdobramento dos tentames
que terão de ser empreendidos, para que a luz
alcance e clareie todos os vales e todos os
planaltos do orbe.

40
O trabalho do Senhor a ninguém pertence, mas
é de todos os que atendem ao seu chamado, para
a cooperação humilde e desinteressada, sincera e
eficaz.
Nada, realmente, se constrói sem trabalho, sem
solidariedade e sem tolerância; sem Deus, sem
Cristo e sem Caridade.
Que, pois, o Amor e o espírito de serviço sejam
os vossos conselheiros permanentes em todas as
situações, certos de que o Espiritismo é Jesus de
volta, para consolo e redenção de todos os seres
humanos.
ALLAN KARDEC" (46)

O destaque principal é para o trecho em que


está dito “o Divino Amigo me fez sentir; na
generosidade da sua sabedoria, que a semente
lançada à terra era boa e daria os frutos desejados,
no tempo certo e de acordo com o programa
superior, traçado nas Alturas. Cabia-me aceitar que
ao trabalhador basta o seu trabalho” pelo qual fica
evidente que Allan Kardec, de fato, não reencarnou.
Até mesmo porque “Em 7-6–1.979, Allan Kardec
esteve presente no Grupo Ismael, onde fora
visto pelos médiuns Olímpio Giffoni e Hernani
T. de Sant'Anna, […].” (47)

41
Se a semente daria os frutos desejados, no
tempo certo, então, ainda não se vivia nos tempos
da frutificação, época em que, conforme previsto,
Allan Kardec voltaria.

16ª) Em Allan Kardec e Sua Época, o autor


Jean Prieur (1914–2016), professor, escritor,
historiador e pesquisador francês, registra o
recebimento de duas mensagens de Allan Kardec, na
data de 7 de dezembro de 1.982 (48) e em 08 de
novembro de 1.997 (49), nas quais nenhuma
informação sobre o retorno do Codificador.

17ª) Na revista Reformador, ano 102, n°


1.860, há uma mensagem de Allan Kardec recebida
em 02 de janeiro de 1.984, pelo médium Júlio Cézar
Grandi Ribeiro (1935–1999) (50).

Nela, também nada aparece sobre a previsão


da volta de Allan Kardec, e, muito menos, que já
teria reencarnado. Informa-se que Joana d'Ângelis,
através de Divaldo Franco, confirma a autenticidade
dessa mensagem (51).

Para uma visão mais analítica, elaboramos o


seguinte quadro no qual resumimos essas

42
mensagens por período e por teor:

Das 45 mensagens recebidas após 2 de abril


de 1910, tomando-se apenas as do “item b.3” com
duas fontes, veremos que elas somam em número
de 17, significa que 37,8% procedem de pessoas
intimamente ligadas ao movimento espírita
nascente. Uma delas é Léon Denis, continuador da
divulgação do Espiritismo e a outra de Henri Sausse,

43
biógrafo do Codificador, é bom deixarmos isso bem
claro.

Além de todas essas mensagens mencionadas,


temos ainda três informações que merecem atenção,
porquanto, em duas delas se corrobora que Allan
Kardec não teria mesmo reencarnado:

1ª) Artigo “A carreira de Allan Kardec” de


autoria de Anna Blackwell (1816-1900), publicado
em The Spiritualist and Journal of Psychological
Science Nº 173 (Vol. VII – Nº 25), London:
December 17,1875, destacamos o seu parágrafo
final:

Peço acrescentar, para refutar ainda mais a


conclusão do Sr. Home, que vi Allan Kardec oito
vezes, e fui incumbida por ele da tarefa de
traduzir suas obras, desde seu falecimento; e
que ele me declarou, por quem naturalmente se
sentiria atraído pela forte e íntima simpatia
intelectual entre nós, que já está se preparando
diligentemente para um novo retorno à vida
terrena, para ajudar a avançar o grande
movimento de renovação que ele foi contratado
para inaugurar. (52)

2º) Na obra Minha Alma nos Espaços Divinos,

44
de Rose Gribel, médium vidente, de premonição e de
cura, menciona-se que Allan Kardec se manifestou a
autora, no período de 1.986 a 1.994. ( 53) Porém, em
suas páginas, não há nenhuma referência ao nosso
tema.

b) Em 15 de abril de 2.007, o médium Divaldo


Pereira Franco recebe uma mensagem psicofônica do
Espírito Bezerra de Menezes, quando do 2º
Congresso Espírita Brasileiro, na qual o “Kardec
Brasileiro” confirma a presença de Allan Kardec no
evento:

“[…] o nobre Codificador, aqui presente com


as falanges do Espírito de Verdade, está
conosco e nos acompanhará neste novo ciclo que
se abre até o momento quando o mundo de
regeneração se encontre instaurado e instalado na
Terra.” (54)

Preste-se atenção ao trecho “e nos


acompanhará neste novo ciclo que se abre”, o que,
mais uma vez, se demonstra que não tinha a mínima
intenção de encarnar.

45
Allan Kardec manifesta-se a Chico
Xavier

Lá pelos idos de 1927, o Espírito Allan Kardec


manifesta-se a Chico Xavier. Essa informação
podemos ver no vídeo de uma entrevista de Arnaldo
Rocha (1922-2012) ao coordenador do Site EBH –
Espiritismo BH, realizada em 24 de abril de 2009,
que recebeu o título de “Minha vida com Meimei e
Chico” (55).

Marcelo Orsini (à esquerda) e Arnaldo Rocha (à direita)

46
O entrevistador, Marcelo Orsini, a certa altura
lhe pergunta: “Sr. Arnaldo e o relacionamento entre
Chico e Kardec?” Resumimos a resposta nos
parágrafos que se seguem.

Conta Arnaldo Rocha que, certa feita, quando a


Maria Xavier, irmã de Chico, ficou obsidiada, embora
a família fosse católica apostólica romana, foram
procurar, em Matozinhos/MG, o Perácio ( 56), que era
espírita. A moça, num processo obsessivo muito
doloroso, acalmou. Não obstante, Perácio começou a
se preocupar com Chico, que tinha por volta de 15 a
17 anos na época.

Naquela ocasião, disse ele que deram a Chico


um exemplar de O Livro dos Espíritos para ler, ainda
que tivesse apenas curso primário. Nesse livro
tinham palavras que ele não entendia. Então, ele
começou a ver um homem ao seu lado, mas tinha
vergonha de perguntar-lhe quem era. Esse Senhor
também não se apresentou. E as dúvidas que ele
tinha, eram esclarecidas por esse Senhor, com o qual
foi construindo uma amizade muito bonita.

Arnaldo Rocha informa que alguém deu de

47
presente a Chico, um livro, do qual não se lembra o
nome, que tinha o retrato do Senhor Allan Kardec.
Então, Chico estava lá no estudo de O Livro dos
Espíritos, quando lhe apareceu esse homem
(Espírito). Chico olhou para ele, se pôs de joelho,
com todo respeito. Esse Espírito disse a Chico
que assim como havia colaborado com ele
(Kardec), uma vez por mês, na casa do sr.
Roustan, quando o Espírito de Verdade fazia as
correções em O Livro dos Espíritos, agora
vinha colaborar também. Foi então que Chico se
deu conta de que esse homem era Allan Kardec. (57)

Sabemos que essa médium, que Allan Kardec


utilizou para as correções da obra mencionada, foi
justamente a Srta. Japhet. Aos interessados,
recomendamos o nosso ebook Chico Xavier Teria
Sido a Médium Srta. Japhet? (58).

48
Um curioso relato de transfiguração

Em nossa pesquisa encontramos uma curiosa


ocorrência que poderá ser vista como uma
manifestação do Espírito Allan Kardec; essa foi a
razão de o incluirmos aqui.

Em Lições de Sabedoria, no capítulo “Perfil


Biográfico”, Marlene Nobre (1937-2015) nos informa:

Chico Xavier tem diferentes tipos de


mediunidade: psicofonia com transfiguração;
efeitos físicos e materialização; xenoglossia ou
mediunidade poliglota, desdobramento; cura etc,
mas a principal delas é a psicografia. (59)

Fato muito interessante que não sabíamos é a


“psicofonia com transfiguração”, pois nem
imaginávamos que Chico possuía esse tipo de
mediunidade.

Nas obras Instruções Psicofônicas (1955) e


Vozes do Grande Além (1957), que contêm

49
mensagens recebidas no “Grupo Meimei” de vários
Espíritos e organizados por Arnaldo Rocha, temos
vários relatos de Chico Xavier transfigurando-se nos
seguintes personagens:

a) Instruções Psicofônicas: 1) Padre Eustáquio,


2) poetisa Cármen Cinira, 3) Luiz Pistarini, 4) Auta de
Souza, 5) Olavo Bilac, 6) Amaral Ornellas e 7) Guillon
Ribeiro; b) Vozes do Grande Além: 1) Leôncio Correia,
2) Professor Labouriau, 3) F. Cunha e 4) Amadeu
Amaral.

Confirma-se, portanto, o fenômeno de


transfiguração de Chico Xavier. É bom ressaltar que
“transfigurar em” não faz do médium ser o Espírito
manifestante.

Em Chico Xavier, Mandato de Amor, nas


considerações de Arnaldo Rocha, encontramos estes
três casos de transfiguração do médium:

1º) Fizemos as preces e leituras iniciais.


Fascinados, presenciamos o belo fenômeno de
intermundos; a justaposição da personalidade
espiritual com o medianeiro. O rosto de Chico
rejuvenesceu e afilaram-se-lhe as faces. Era

50
José Xavier, seu querido irmão, que
apresentou-se cumprimentando meus
companheiros. […]. (60)

2º) José Xavier encerrou, assim, a sua


comunicação, desligando-se dos psicofônicos.
Silêncio espectante para, logo após, sermos
surpreendidos por uma gargalhada sarcástica,
ferina, infausta. Fitamos o médium e defrontamo-
nos com uma fisionomia estranha, nada
lembrando o rosto bonacheirão e tão querido
de Chico. Estava gélido, pesado feio! A entidade
manifestou-se por mais de 90 minutos. […]. (61)

3º) Já achando estranho a ausência de


manifestações outras, falei ao Ennio:
– Que perfume delicioso! – notando, com
grande alegria, que Chico estava de pé,
assumindo o aspecto facial e a postura
inconfundível de Emmanuel. Havia bem uns 6
meses que não éramos honrados com sua nobre
presença. (62)

Ademais, essa faculdade é confirmada pela


própria Marlene Nobre, no capítulo 16, “Relembrando
o Passado”, do livro Chico Xavier, Meus Pedaços
do Espelho, onde lemos:

Corria o ano de 1959. Era um dia normal de

51
atendimento na CEC. Chico conversa com os
irmãos da fila, antes do início da sessão, e eu,
como de hábito, estava ao seu lado,
acompanhando o trabalho paciente e generoso
com que ele acolhia a todos.
Em dado momento, ouvi-o chamar-me, não sei
por que, voltei-me para a janela situada à minha
direita, que correspondia à parede esquerda da
entrada do salão, como se tivesse sido chamada
por alguém invisível. Depois, voltei-me para o lado
esquerdo. Fiz esse giro inverso, a fim de olhar o
Chico. Nesse momento, já não era mais eu,
entrara em um estado modificado de
consciência, mergulhada em outro ambiente,
vendo outra paisagem. Enxerguei Kardec no
lugar de Chico. Vi-o nas vestimentas do século
XIX, com a mesma postura, no seu ambiente de
trabalho. Lembro-me de ter dito: Professor!
Quando voltei a mim, estava ainda um tanto
aturdida, sem me dar conta ao certo de onde me
encontrava. Já não via mais Kardec. Agora era
Chico que estava diante de mim. E constatei que
ele sorria muito. Sem entender ao certo o que se
passava, ouvi-o dizer, ainda sorrindo:
Uai, Marlene, você está vendo o nosso
passado?
Desde então, a crença virou certeza. Para
mim, não havia mais dúvida: Chico era Kardec
reencarnado. Por instantes, eu tinha visto uma
cena do século XIX. (63)

52
Antes não tínhamos ideia do que aconteceu,
nesse relato; porém, agora com a informação de que
Chico Xavier possuía a mediunidade de “psicofonia
com transfiguração”, torna-se possível que o nosso
estimado médium apenas se transfigurou em Allan
Kardec, no momento em que “recebia” esse nobre
Espírito, tratava-se, em princípio, da manifestação do
Codificador. Portanto, a conclusão de Marlene Nobre
de que “Chico era Kardec reencarnado” está, do
ponto de vista doutrinário, lamentavelmente
equivocada.

A razão de não definirmos como ocorrida uma


transfiguração é pelo fato de que quando esse
fenômeno ocorre todos os presentes no recinto o
testemunham.

Não temos notícias por outras pessoas dessa


ocorrência, motivo pelo qual devemos buscar uma
outra explicação para o que foi relatado por Marlene
Nobre. E aí, focando no “Uai, Marlene você está
vendo o nosso passado” pode-se muito bem
concluir que se tratava do passado da própria

53
Marlene Nobre, e não propriamente, o de Chico
Xavier, embora, se ele foi mesmo Ruth-Céline Japhet,
como se o supõe, abre espaço para incluí-lo na
história.

A grande possibilidade de ser o passado de


Marlene Nobre, reside nessa informação que
encontramos em Chico Xavier, Meus Pedaços do
Espelho:

Certa vez, na década [de] 1980, recebi um


telefonema do Rio de Janeiro. Era de minha
querida irmã espiritual, Alba das Graças Pereira,
[…] dileta amiga de Corina Novelino e Chico
Xavier.
“– Marlene, estou telefonando para passar-lhe
um recado de Sylvia Barsante. Ela me ligou há
pouco. Disse que esteve com Chico em Uberaba
e que ele afirmou a ela que você trabalhou com
Kardec.”
Naquele dia, Chico confirmava mais uma vez a
visão que eu tivera em 1959, ao tempo da nossa
vida na CEC. (64) (65)

Temos, portanto, Chico Xavier afirmando que


Marlene Nobre trabalhou com Allan Kardec. Pode ter
acontecido que, ao ver o seu próprio passado, e não

54
o de Chico Xavier, não sabemos porque razões,
diante do fato de ver o Codificador, ela
ingenuamente interpretou que Chico Xavier era Allan
Kardec.

Esse depoimento nos levou a concluir que, em


princípio, essa e qualquer outras suas supostas
transfigurações no Codificador, só poderiam ser um
fenômeno mediúnico, com o Espírito de Allan Kardec
se manifestando por intermédio do médium, e não
um fenômeno anímico no qual o seu próprio Espírito
se manifesta com a aparência de Allan Kardec, sua
(suposta) personalidade anterior.

55
A materialização de Allan Kardec

Pode ser que muitos espíritas não tenham


conhecimento da materialização de Allan Kardec.
Nós, por exemplo, não sabíamos da acontecida com
o Codificador, até que um grande amigo, sabendo do
nosso interesse por esses dois personagens, nos
enviou um vídeo no qual o entrevistado o Sr. Ed
Soares dá notícia desse fenômeno.

Em 17/08/2012, o Sr. Ed Soares (à direita) foi


entrevistado por Marcelo Orsini (à esquerda), do
Espiritismo BH (66).

O entrevistado deu seu testemunho sobre as


materializações luminosas de Espíritos, ocorridas na
década de 1950, na cidade de Belo Horizonte (MG).
Em seu relato, o Sr. Ed Soares informa que Allan
Kardec manifestara junto ao grupo dedicado a tais
fenômenos do qual participava (67).

Não poderíamos deixar de dar os parabéns ao


entrevistador e ao entrevistado pelo registro esse
importante acontecimento.

Informa-nos Marcelo Orsini a respeito do


entrevistado:

Entrevista realizada com Ed Soares, filho de Jair


Soares e Elvira Barros Soares (Dona Ló), sobre as
reuniões de materialização de espíritos que
ocorreram na residência do casal a partir de
1949.
Sr. Ed foi testemunha ocular de tais
reuniões, e conta fatos surpreendentes que
presenciou e que marcaram a trajetória da Doutrina
Espírita em Belo Horizonte, dando início, mais
tarde, ao Grupo da Fraternidade Irmã Ló.

Bem situados, vejamos neste trecho da


entrevista o que o sr. Ed Soares (ES) disse a Marcelo
Orsini (MO):

57
MO – Você pode relacionar os Espíritos que se
materializaram nesses encontros?
ES – Nós podemos começar pela Scheilla,
Joseph Gleber, Fritz Schein, Palminha, José
Grosso, esses aí eram, vamos dizer, os mais
assíduos. Maria Alice, também, toda reunião ela se
apresentava até quando ela teve que reencarnar.
Agora, esporadicamente, de vez em quando, nós
tínhamos também a materialização do André Luiz,
do Clarêncio. E uma vez, uma vez só, nos tivemos
a materialização do Allan Kardec.
MO – Do Allan Kardec… Essas materializações
eram luminosas, tangíveis, se podia tocar e ver
qualquer pessoa, não precisava ser médium para
ter a percepção.
ES – Não, não. Ela era à vista, como se eu
estivesse.. eu estou conversando com você, eu
estaria conversando com eles da mesma maneira.
Eles se apresentavam luminosos, não é. E…
alguns, algumas vezes, tinham alguma dificuldade
para a formatação do rosto, que é a parte mais
difícil. Mas, normalmente, a gente os via todos
iluminados.
MO – Quanto a essa materialização do Allan
Kardec, você tem alguma informação a mais para
nos dar?
ES – É… foi uma materialização anunciada
com muita antecedência, aonde nem todos
puderam participar da reunião. A espiritualidade
indicou alguns elementos que poderiam
participar dessa atividade. E, durante pelos
menos em 15 dias, tiveram que fazer um regime

58
bem grande, para poder…
MO – Regime alimentar…
ES – Regime alimentar e também, vamos
dizer assim, regime espiritual.
MO – Regime espiritual, pensamentos, ações,
atitudes.
ES – Tudo isso. Então, para que ocorresse essa
materialização. Lamentavelmente, eu não fui
escolhido.
MO – Mas te contaram, naturalmente?
ES – É claro. E se quiser mais detalhes poderão
ver no livro Forças Libertadoras, do Rafael Américo
Ranieri, ele tem um capítulo lá sobre essa
materialização.
MO – Do Allan Kardec…
ES – Do Allan Kardec. (68)

Fomos à fonte citada, ou seja, Forças


Libertadoras (Fenômenos Espíritas), na qual
encontramos da data de 18 de dezembro de 1953,
como acontecida essa reunião de materialização no
Grupo Scheilla de Belo Horizonte (MG), através do
disciplinado médium de efeitos físicos Ênio Wendling
(1925-2016).

Na ata da reunião, citam-se os nomes das


pessoas presentes. Destacaremos apenas esse

59
pequeno trecho dessa obra:

Em 1953, sem que esperássemos, de repente, o


mesmo José Grosso anunciou:
– Sábado virá Denizard. Ficam escalados:
fulano, beltrano e sicrano e outros.
Doze elementos. Procurem esclarecer aos
outros que não poderão comparecer que é ordem
da Espiritualidade. Nesse dia, vocês passarão
somente a frutas: nem carne, nem alimento
algum de sal. Só frutas. Passeios no parque ao
ar livre, e conversas evangélicas. Esqueçam o
mundo por um dia e os seus problemas. Fica,
você, Ranieri, autorizado a organizar uma lista de
dez perguntas sobre assuntos doutrinários para
que ele responda. (69)

Essas recomendações e a escolha a dedo de


apenas doze pessoas para participar,
indubitavelmente, demonstram tratar-se de uma
reunião especialíssima.

60
Conclusão

Como dissemos, não podemos afirmar que


todas as mensagens aqui citadas ou transcrita sejam
de fato de autoria do Espírito Allan Kardec.

Uma coisa para nós ficou clara, por mais que


“se queime” grande parte delas, por não confirmar a
sua origem, restará algumas que tornarão impossível
Allan Kardec ter retornado ao palco terreno no
personagem Chico Xavier.

Realizamos uma extensa


pesquisa que resultou no livro
Chico Xavier: Uma Alma
Feminina, que, a nosso ver,
seria mais do que suficiente
para derrubar tal ilação. Ele está
disponível no site da Ethos
Editora (70).

61
Referência bibliográfica

DENIS, L. Joana D’Arc (médium). Rio de Janeiro: FEB,


1988.
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Missionários – Vol. III. (digital) Divinópolis, MG:
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SILVA NETO SOBRINHO, P. Allan Kardec: Mensagens e
Diálogos (Revue Spirite e La Revu Spirite), disponível
em: https://paulosnetos.net/article/allan-kardec-
mensagens-e-dialogos-revue-spirite-e-la-revue-spirite.
Acesso em: 27 ago. 2024.
SILVA NETO SOBRINHO, P. Chico Xavier teria sido a Srta.
Japhet?, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/chico-xavier-teria-sido-
a-medium-srta-japhet-ebook. Acesso em: 04 set. 2024.

67
SILVA NETO SOBRINHO, P. As mensagens póstumas de
Allan Kardec mencionadas por Léon Denis e Henri
Sausse, disponível em:
https://paulosnetos.net/article/as-manifestacoes-de-
allan-kardec-mencionadas-por-leon-denis-e-henri-
sausse. Acesso em: 27 ago. 2024.

68
Dados biográficos do autor

Paulo da Silva Neto Sobrinho é


natural de Guanhães, MG. Formado em
Ciências Contábeis e Administração de
Empresas pela Universidade Católica
(PUC-MG). Aposentou-se como Fiscal de
Tributos pela Secretaria de Estado da
Fazenda de Minas Gerais. Ingressou no
movimento Espírita em Julho/87.
Participa do GAE – Grupo de Apologética Espírita
(https://apologiaespirita.com.br/), desde o ano de 2004,
quando de sua fundação.
Escreveu vários artigos/ebooks que estão publicados
em seu site Paulo Neto (https://paulosnetos.net) e
alguns outros sites Espíritas na Web.
Livros publicados por Editoras:
a) impressos: 1) A Bíblia à Moda da Casa; 2) Alma
dos Animais: Estágio Anterior da Alma Humana?; 3)
Espiritismo, Princípios, Práticas e Provas; 4) Os Espíritos
Comunicam-se na Igreja Católica; 5) As Colônias
Espirituais e a Codificação; 6) Kardec & Chico: 2
Missionários. Vol. I; 7) Espiritismo e Aborto; e 8) Chico
Xavier: uma alma feminina.
b) digitais: 1) Kardec & Chico: 2 Missionários. Vol. II,
2) Kardec & Chico: 2 Missionários. Vol. III; 3) Racismo em
Kardec?; 4) Espírito de Verdade, Quem Seria Ele?; 5) A

69
Reencarnação Tá na Bíblia; 6) Manifestações de Espírito
de Pessoa Viva (Em Que Condições Elas Acontecem); 7)
Homossexualidade, Kardec Já Falava Sobre Isso; 8) Os
Nomes dos Títulos dos Evangelhos Designam Seus
Autores?; 9) Apocalipse: Autoria, Advento e a
Identificação da Besta; 10) Chico Xavier e Francisco de
Assis Seriam o Mesmo Espírito?; 11) A Mulher na Bíblia;
12) Todos Nós Somos Médiuns?; 13) Os Seres do Invisível
e as Provas Ainda Recusadas Pelos Cientistas; 14) O
Perispírito e as Polêmicas a Seu Respeito; 15) O Fim dos
Tempos Está Próximo?; 16) Obsessão, Processo de Cura
de Casos Graves; 17) Umbral, Há Base Doutrinária Para
Sustentá-lo?; 18) A Aura e os Chakras no Espiritismo; 19)
Os Quatro Evangelhos, Obra Publicada por Roustaing,
Seria a Revelação da Revelação?; 20) Espiritismo:
Religião Sem Dúvida; 21) Allan Kardec e Suas
Reencarnações; 22) Médiuns São Somente os Que
Sentem a Influência dos Espíritos?; 23) EQM: Prova da
Sobrevivência da Alma; 24) A Perturbação Durante a Vida
Intrauterina; 25) Os Animais: Percepções, Manifestações e
Evolução; 26) Reencarnação e as Pesquisas Científicas;
27) Reuniões de Desobsessão (Momento de Acolher
Espíritos em Desarmonia); 28) Haveria Fetos Sem
Espírito?; 29) Trindade: O Mistério Imposto Por Um Leigo e
Anuído Pelos Teólogos; e 30) Herculano Pires diante da
Revista Espírita.

Belo Horizonte, MG.


Belo Horizonte, MG.
e-mail: paulosnetos@gmail.com

70
1 KARDEC, Revista Espírita 1869, p. 147.
2 KARDEC, Revista Espírita 1869, p. 221.
3 KARDEC, Revista Espírita 1869, p. 257-258 e KARDEC,
Revue Spirite juin 1869, link:
https://www.retronews.fr/journal/la-revue-spirite/01-jun-
1869/1829/3285405/23
4 KARDEC, Revista Espírita 1869, p. 295-297.
5 KARDEC, Revista Espírita 1869, p. 372-374.
6 KARDEC, Revista Espírita 1869, p. 374-375.
7 KARDEC, Revista Espírita 1869, p. 431-433.
8 KARDEC, Revista Espírita 1869, p. 460-461.
9 KARDEC, Revista Espírita 1869, p. 461-463.
10 KARDEC, Revista Espírita 1869, p. 490-492.
11 GAMA. Diário dos Invisíveis, p. XIII-XIV.
12 SILVA NETO SOBRINHO, Allan Kardec: Mensagens e
Diálogos (Revue Spirite e La Revu Spirite), link:
https://paulosnetos.net/article/allan-kardec-mensagens-e-
dialogos-revue-spirite-e-la-revue-spirite
13 KARDEC (Espírito), Vérités et Lumières, link:
https://genovefa.bsg.univ-paris3.fr/s/esoterisme/item/347
51#?c=&m=&s=&cv=&xywh=-2291%2C-
166%2C4988%2C3316
14 PELLÍCER, Roma e o Evangelho, p. 158-159.
15 PELLÍCER, Roma e o Evangelho, p. 159.
16 PELLÍCER, Roma e o Evangelho, p. 229.
17 KRELL, Irradiações da Vida Espiritual, p. 216.
18 FROPO, Muita Luz, (Beaucoup de Lumière), p. 13-14.
19 FROPO, Muita Luz (Beaucoup de Lumière), p. 14-15.

71
20 FROPO, Muita Luz (Beaucoup de Lumière), p. 16-17.
21 FROPO, Muita Luz (Beaucoup de Lumière), p. 18-19.
22 FROPO, Muita Luz (Beaucoup de Lumière), p. 55.
23 KARDEC, A Prece Segundo o Evangelho, p. 24-42.
24 KARDEC, A Prece Segundo o Evangelho, p. 11-23.
25 KARDEC, A Prece Segundo o Evangelho, p. 37.
26 KARDEC, A Prece Segundo o Evangelho, p. 17-22.
27 XAVIER, Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho,
p. 218.
28 Reformador, Ano XXI, nº 20, p. 312.
29 EEC – Eurípedes, O Médium de Jesus, p. 38.
30 LUMA, Eurípedes Barsanulfo de Roma a Sacramento, p.
232.
31 LUMA, Eurípedes Barsanulfo de Roma a Sacramento, p.
262.
32 LACERDA, Do País da Luz, p. 176-180.
33 DENIS, Joana D’Arc (médium), p. 217.
34 SAUSSE, Biografia de Allan Kardec, p. 209-210.
35 SANTINI, O Evangelho segundo Judas Iscariotes, in.
Informação – Revista Espírita Mensal, Ano XXXII, N° 381,
p. 8.
36 O Espírita Mineiro, Ano 97, nº 281, setembro/outubro
2004, p. 2.
37 PIEDADE, Allan Kardec através da psicografia de Zilda
Gama, p. 10.
38 DENIS. O Gênio Céltico e o Mundo Invisível, p. 168-170;
281-298; 301-332.

72
39 DENIS. O Gênio Céltico e o Mundo Invisível, p. 28.
40 DENIS, O Gênio Céltico e o Mundo Invisível, p. 279.
41 DENIS, O Gênio Céltico e o Mundo Invisível, p. 279.
42 Nota da Transcrição: Dólmen: monumento neolítico
formado por dois ou mais blocos de pedras imensos,
conhecidos como megálitos. (N. do E.)
43 SAUSSE, Biografia de Allan Kardec, p. 7-9.
44 SILVA NETO SOBRINHO, As mensagens póstumas de Allan
Kardec mencionadas por Léon Denis e Henri Sausse, link:
https://paulosnetos.net/article/as-manifestacoes-de-allan-
kardec-mencionadas-por-leon-denis-e-henri-sausse
45 KARDEC, A Obsessão, p. 5.
46 FEB, Reformador, ano 97, n° 1807, outubro, 1979, p. 325.
47 FEB, Reformador, ano 97, n° 1807, outubro, 1979, p. 325.
48 PRIEUR. Allan Kardec e Sua Época, p. 357.
49 PRIEUR. Allan Kardec e Sua Época, p. 357, p. 360-361.
50 FEB, Reformador, ano 102, n° 1860, março 1984, p. 74-
75.
51 Julinho, Júlio Cézar Grandi Ribeiro e Allan Kardec, link:
https://joanadarc.wordpress.com/2011/10/07/julinho-
julio-cesar-grandi-ribeiro-e-allan-kardec/
52 BLACKWELL, A carreira de Allan Kardec. In. The
Spiritualist and Journal of Psychological Science Nº 173
(Vol. VII – Nº 25) London: December 17,1875, p. 297-298.
53 GRIBEL. Minha Alma nos Espaços Divinos, na contracapa.
54 ANUÁRIO ESPÍRITA 2008, p. 91.

73
55 MARCELO ORSINI ESPIRITISMO BH, Minha vida com
Meimei e Chico – entrevistado Arnaldo Rocha, link:
https://www.youtube.com/watch?
v=jiHpkblSNlU&list=PL7VIOyZMFRID5VIy5dzgTdFbmBsZ3
J0iV&index=21, a partir de 43'54'' a 52'02’’.
56 José Hermínio Perácio (1870 (?)-1967).
57 SILVA NETO SOBRINHO, Kardec & Chico: 2 Missionários, p.
54-55.
58 SILVA NETO SOBRINHO, Chico Xavier teria sido a Srta.
Japhet?, link: https://paulosnetos.net/article/chico-xavier-
teria-sido-a-medium-srta-japhet-ebook
59 NOBRE. Lições de Sabedoria: Chico Xavier aos 23 Anos
da Folha Espírita, p. XVII.
60 UEM, Chico Xavier, mandato de amor, p. 53.
61 UEM, Chico Xavier, mandato de amor, p. 53.
62 UEM, Chico Xavier, mandato de amor, p. 54.
63 NOBRE. Chico Xavier, Meus Pedaços do Espelho, p. 143.
64 Comunhão Espírita Cristã – CEC, Uberaba, MG.
65 NOBRE. Chico Xavier, Meus Pedaços do Espelho, p. 145.
66 Marcelo de Oliveira Orsini é idealizador e coordenador do
site de entrevistas em vídeo www.espiritismobh.com.br,
Também é autor da obra biográfica Ênio Wendling – pela
vereda mediúnica, cujo conteúdo explora intensamente
os fenômenos explicados por Ed Soares.
67 ESPIRITISMO BH, Materializações na década de 1950 (Ed
Soares), disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=ae4y4HywJxE&feature=share&fbclid=IwAR0HcRaESyVWF
_G4ua6GadAhQNaWX8bMY84Zrf6P5r6rXntxugFKJZCaEhg

74
68 ESPIRITISMO BH, Materializações na década de 1950 (Ed
Soares), disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=ae4y4HywJxE&feature=share&fbclid=IwAR0HcRaESyVWF
_G4ua6GadAhQNaWX8bMY84Zrf6P5r6rXntxugFKJZCaEhg,
17:15 a 20:07 min.
69 RANIERI, Forças Libertadoras (Fenômenos Espíritas), p.
277-278.
70 SILVA NETO SOBRINHO, Chico Xavier: uma alma feminina,
à venda em:
https://www.ethoseditora.com.br/book/details/chico-
xavier-uma-alma-feminina

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